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LIMITES
𝑥2 − 4
𝑓(𝑥) =
𝑥−2
Estudaremos a função nos valores de 𝑥 que ficam nas vizinhanças do ponto 𝑥 = 2, ponto este
que não pertence ao domínio da função 𝑓. Note que quando 𝑥 = 2, o numerador e o denominador da
0
fração são iguais à zero, ou seja, 𝑓(2) = 0, que é um símbolo de indeterminação.
Na tabela 1.1, para valores cada vez mais próximos de 2 (porém diferentes de 2), os valores de
𝑓(𝑥) se aproximam cada vez mais de 4.
Ao analisar o comportamento desta função nas vizinhanças do ponto 𝑥 = 2 (ponto que não
pertence ao domínio de 𝑓) verificamos que:
- à medida que 𝑥 se aproxima do ponto 2 pela esquerda, os valores de 𝑓(𝑥) vão se aproximando do
valor 4, ou seja, lim− 𝑓(𝑥) = 4;
𝑥→2
- à medida que 𝑥 se aproxima do ponto 2 pela direita, os valores de 𝑓(𝑥) vão se aproximando do valor
4, ou seja, lim+ 𝑓(𝑥) = 4.
𝑥→2
Neste caso, podemos dizer que “o limite da função 𝑓(𝑥) quando 𝑥 tende a 2 é igual a 4” e
denotaremos por:
lim 𝑓(𝑥) = 4.
𝑥→2
1
Figura 1.1: lim 𝑓(𝑥) = 4
𝑥→2
Este exemplo mostra uma função que tem limite, embora 𝑥 tenda a um valor para o qual a função não
está definida.
Definição: Escrevemos
lim 𝑓(𝑥) = 𝐿
𝑥→𝑎
e dizemos que “o limite da função 𝑓(𝑥) quando 𝑥 tende a 𝑎 é igual a 𝐿”, quando tomarmos os valores
de 𝑥 suficientemente próximos de 𝑎 (por ambos os lados de 𝑎, mas não igual a 𝑎), os valores de 𝑓(𝑥)
se tornam arbitrariamente próximos de 𝐿.
Note que, quando existir o limite de uma função 𝑓(𝑥), a função não precisa estar definida em
𝑥 = 𝑎 e, deste modo, existem três casos:
- 𝑓(𝑎) não está definida (Exemplo 1.1)
- 𝑓(𝑎) ≠ 𝐿 (Exemplo 1.2)
- 𝑓(𝑎) = 𝐿 (Exemplo 1.3)
Contudo, independentemente do caso, lim 𝑓(𝑥) = 𝐿, ou seja, o valor do limite não depende do modo
𝑥→𝑎
como a função é definida em 𝑎.
Figura 1.2: lim 𝑓(𝑥) = 𝐿 nos três casos
𝑥→𝑎
Solução:
O esboço do gráfico mostra que para valores de Figura 1.3: lim 𝑔(𝑥) = 4
𝑥→2
𝑥 próximos de 2, porém diferentes de 2, os
valores de 𝑔(𝑥) se aproximam de 4. Isso ocorre
para valores maiores ou menores que 𝑥 = 2.
Dizemos que o limite da função 𝑔(𝑥), quando 𝑥 tende a 2, é igual a 4, visto que:
- à medida que 𝑥 se aproxima do ponto 2 pela esquerda, os valores de 𝑔(𝑥) vão se aproximando do
valor 4, ou seja, lim− 𝑔(𝑥) = 4;
𝑥→2
- à medida que 𝑥 se aproxima do ponto 2 pela direita, os valores de 𝑔(𝑥) também vão se aproximando
do valor 4, ou seja, lim+ 𝑔(𝑥) = 4;
𝑥→2
Portanto, lim 𝑔(𝑥) = 4.
𝑥→2
Observação: Note que para 𝑥 = 2 a função está definida e vale 3, ou seja, 𝑔(2) = 3. Neste caso
dizemos que a função não é contínua no ponto para o qual 𝑥 = 2, pois lim 𝑔(𝑥) = 4 ≠ 3 = 𝑔(2).
𝑥→2
Exemplo 1.3 (O valor do limite não depende do modo como a função é definida no ponto). Considere
uma função ℎ(𝑥) definida por ℎ(𝑥) = 𝑥 + 2. Qual é o limite dessa função quando 𝑥 se aproxima do
ponto 2?
Solução:
O esboço do gráfico mostra que para valores de Figura 1.3: lim ℎ(𝑥) = 4
𝑥→2
𝑥 próximos de 2, os valores de ℎ(𝑥) se
aproximam de 4. Isso ocorre para valores
maiores ou menores que 𝑥 = 2.
3
Dizemos que o limite da função ℎ(𝑥), quando 𝑥 tende a 2, é igual a 4, visto que:
- à medida que 𝑥 se aproxima do ponto 2 pela esquerda, os valores de ℎ(𝑥) vão se aproximando do
valor 4, ou seja, lim− ℎ(𝑥) = 4;
𝑥→2
- à medida que 𝑥 se aproxima do ponto 2 pela direita, os valores de ℎ(𝑥) também vão se aproximando
do valor 4, ou seja, lim+ ℎ(𝑥) = 4;
𝑥→2
Portanto, lim ℎ(𝑥) = 4.
𝑥→2
Observação: Note que para 𝑥 = 2 a função está definida e vale 4, ou seja, ℎ(2) = 4. Neste caso
dizemos que a função é contínua no ponto para o qual 𝑥 = 2, pois lim ℎ(𝑥) = 4 = ℎ(2).
𝑥→2
Teorema 1 (Relação entre os limites laterais e bilateral): Uma função 𝑓(𝑥) terá limite quando 𝑥
tende a 𝑎 se, e somente se, existir o limite lateral à direita e o limite lateral à esquerda e os dois limites
laterais forem iguais:
Os exemplos 1.1, 1.2 e 1.3 mostram diferentes funções que possuem o mesmo limite, ou seja,
lim 𝑓(𝑥) = lim 𝑔(𝑥) = lim ℎ(𝑥) = 4.
𝑥→2 𝑥→2 𝑥→2
Exemplo 1.4 (O valor do limite pode não existir). O que ocorre com os valores da função
1, 𝑥 ≤ 0
𝑓(𝑥) = { quando assume valores cada vez mais próximos de 0, mas diferentes de 0?
−1, 𝑥 > 0
Solução:
Ao analisar o comportamento da função Figura 1.4: Gráfico da função 𝑓(𝑥)
𝑓(𝑥) nas vizinhanças do ponto 𝑥 = 0
verificamos que:
- à medida que 𝑥 se aproxima do ponto 0 pela
esquerda, os valores de 𝑓(𝑥) se aproximam do
valor 1. Indicação: lim− 𝑓(𝑥) = 1.
𝑥→0
- à medida que 𝑥 se aproxima do ponto 0 pela
direita, os valores de 𝑓(𝑥) se aproximam do
valor -1. Indicação: lim+ 𝑓(𝑥) = −1.
𝑥→0
Como não há um único valor limite 𝐿
do qual 𝑓(𝑥) se aproxime quando 𝑥 → 0, o
valor limite da função 𝑓(𝑥) quando 𝑥 → 0 não
existe, ou seja, lim 𝑓(𝑥) = ∄.
𝑥→0
Dizemos também que essa função não
é contínua em 𝑥 = 0.
Neste caso, verificamos que 𝑓(𝑥) tende a 1 quando 𝑥 tende a 0 pela esquerda e tende a -1
quando 𝑥 tende a 0 pela direita. Podemos indicar simbolicamente escrevendo:
lim− 𝑓(𝑥) = 1 e lim+ 𝑓(𝑥) = −1.
𝑥→0 𝑥→0
4
Exemplo 1.5 (O valor do limite pode não existir). O que ocorre com os valores da função
1
𝑔(𝑥) = 𝑥 , 𝑥 ≠ 0 quando assume valores cada vez mais próximos de 0, mas diferentes de 0?
Solução:
Ao analisar o comportamento da A tabela nos mostra intuitivamente o que ocorre com
função 𝑔(𝑥) nas vizinhanças do ponto 𝑥 = a função quando x se aproxima de zero.
0 verificamos que:
- à medida que 𝑥 se aproxima do ponto 0 𝑥 𝑔(𝑥) 𝑥 𝑔(𝑥)
pela esquerda, os valores de 𝑔(𝑥) -2 -0,5 2 0,5
decrescem arbitrariamente e não se -1 -1 1 1
aproximam de nenhum valor real; -0,5 -2 0,5 2
- à medida que 𝑥 se aproxima do ponto 0 -0,1 -10 0,1 10
pela direita, os valores de 𝑔(𝑥) crescem -0,01 -100 0,01 100
arbitrariamente e não se aproximam de -0,0001 -10000 0,0001 10000
nenhum valor real.
Deste modo, o valor limite da função
𝑔(𝑥) quando 𝑥 → 0 não existe.
Neste caso, podemos indicar: Figura 1.5: Gráfico da função 𝑔(𝑥)
lim− 𝑔(𝑥) = −∞
𝑥→0
lim 𝑔(𝑥) = +∞
𝑥→0+
Portanto,
lim 𝑔(𝑥) = ∄.
𝑥→0−
1
Exemplo 1.6 (Limites no Infinito). O que ocorre com os valores da função 𝑔(𝑥) = 𝑥 , 𝑥≠0
(Exemplo 1.5) quando 𝑥 cresce indefinidamente?
Solução: Quando 𝑥 tende a +∞, os valores de 𝑔(𝑥) decrescem, se aproximando de 0. Neste caso,
dizemos: lim 𝑔(𝑥) = 0.
𝑥→+∞
Exemplo 1.7 (Limites Laterais). Mostre que lim |𝑥| = 0.
𝑥→0
Lembre-se que a função 𝑦 = |𝑥| é definida por: Figura 1.6: Gráfico da função 𝑦 = |𝑥|
𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0
|𝑥| = {
−𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 < 0
Uma vez que |𝑥| = 𝑥 quando 𝑥 > 0 segue que,
lim+ |𝑥| = lim+ 𝑥 = 0.
𝑥→0 𝑥→0
Por outro lado, |𝑥| = −𝑥 quando 𝑥 < 0, assim:
lim− |𝑥| = lim− (−𝑥) = 0.
𝑥→0 𝑥→0
Portanto, lim |𝑥| = 0.
𝑥→0
5
Exercícios – Limites Laterais
1. Para a função 𝑓(𝑥) ilustrada abaixo, encontre os limites ou explique o porquê eles não
existem.
a) lim 𝑓(𝑥)
𝑥→−1
b) 𝑓(−1)
c) lim 𝑓(𝑥)
𝑥→0
d) 𝑓(0)
e) lim 𝑓(𝑥)
𝑥→1
f) 𝑓(1)
2. Para a função 𝑔(𝑥) ilustrada abaixo, encontre os limites ou explique o porquê eles não
existem.
a) lim 𝑔(𝑥)
𝑥→−3
b) 𝑔(−3)
c) lim 𝑔(𝑥)
𝑥→−2
d) 𝑔(−2)
e) lim 𝑔(𝑥)
𝑥→0
f) 𝑔(0)
6
3. Verifique quais das seguintes afirmações são verdadeiras e justifique as falsas:
(c) É possível diante desta condição que lim− 𝑓(𝑥) exista? Explique.
𝑥→1
7
25,00
Quantidade de computadores
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
0 10 20 30 40 50 60
Tempo (dias)
7. Um governo determina que o custo para despoluir x% de metais pesados que contaminam uma
reserva de água. A função é definida por:
Determine:
8. Modelou-se a evolução da população de uma certa cidade, após t anos, a partir de 2009 por: