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Unidade II – Derivação

II.1 – A Derivada e a Inclinação de um Gráfico


Reta Tangente a uma Curva
A inclinação de uma reta é uma medida da taxa de variação da variável dependente em relação à
variável independente.
No caso de uma reta, essa taxa de variação é a mesma em todos os pontos.
Em outras curvas, porém, a taxa de variação pode variar de ponto para ponto.

Por exemplo: na Figura 2.1, a taxa de variação da parábola é maior


no ponto (x1 , y1) que no ponto (x2 , y2).
No vértice da parábola, que corresponde ao ponto (x3 , y3), a taxa de
variação é zero.
Já no ponto (x4 , y4), a taxa é negativa.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 142


Para conhecer a taxa de variação de uma curva em um ponto específico, é preciso determinar a
inclinação da reta tangente à curva nesse ponto.
Em termos simples, a reta tangente em um ponto P (x1 , y1) à curva que representa uma função é a
reta que constitui a melhor aproximação para a função nesse ponto, como mostra a Figura 2.1.

Inclinação de uma Curva


Como a reta tangente é uma aproximação da curva, o problema de calcular a inclinação de uma
curva em um ponto se transforma no de calcular a inclinação da tangente à curva nesse ponto.
Exemplo 1
Use o gráfico da Figura 2.4 para determinar a inclinação aproximada da curva
da função 𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 2 no ponto (1 , 1).
Solução
Observando a curva da função 𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 2 , vemos que a reta tangente no
ponto (1 , 1) tem um acréscimo de aproximadamente duas unidades da
coordenada y para uma unidade de acréscimo da coordenada x.

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Assim, a inclinação da reta tangente no ponto (1 , 1) é dada por:
𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑦 2
𝐼𝑛𝑐𝑙𝑖𝑛𝑎çã𝑜 = = =2
𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑥 1
Como a reta tangente no ponto (1 , 1) tem uma inclinação de aproximadamente 2, podemos concluir
que a inclinação da curva é de aproximadamente 2 no ponto (1 , 1).

Inclinação e o Processo de Limite


No Exemplo 1 foi determinada a inclinação de uma curva construindo um gráfico, em escala, e
traçando uma tangente no ponto de interesse.
Um método mais preciso para determinar a reta tangente faz uso de uma reta secante. Uma reta
que passa pelo ponto de interesse e por um outro próximo.

Se (𝑥 , 𝑓(𝑥 )) é o ponto de interesse (ponto de tangência) e (𝑥 + ∆𝑥 , 𝑓(𝑥 + ∆𝑥 )) é um ponto


próximo pertencente à curva de f, a inclinação da reta secante que liga os dois pontos é dada por:
𝑓 (𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑓(𝑥)
𝑚𝑠𝑒𝑐 = , 𝑖𝑛𝑐𝑙𝑖𝑛𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑡𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑎𝑛𝑡𝑒
∆𝑥

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O lado direito desta equação é chamado de quociente diferencial.
∆𝑥 no denominador é a variação de x, no numerador se encontra a variação de y.
É possível obter uma aproximação cada vez melhor da inclinação da curva, escolhendo um
segundo ponto cada vez mais próximo do ponto de tangência como mostra a Figura 2.7.

Levando esse processo até o limite, podemos determinar a inclinação exata da reta tangente no
ponto (x , f(x)). Assim, se o limite existir,
A inclinação da função f no ponto (x , f(x)) é igual à inclinação da reta tangente à curva da função f
no ponto (x , f(x)), e é dada por:
𝑓 (𝑥 + ∆ 𝑥 ) − 𝑓(𝑥)
𝑚 = lim 𝑚𝑠𝑒𝑐 = lim
∆ 𝑥→0 ∆ 𝑥→0 ∆𝑥
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Exemplo 2
Determine a inclinação da curva de 𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 2 no ponto (-2 , 4).
Solução
Determinando o limite da função inclinação no ponto dado teremos:
𝑓(−2 + ∆𝑥 ) − 𝑓(−2) Utilizar a definição da inclinação
𝑚 = lim 𝑚𝑠𝑒𝑐 = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥→0 ∆𝑥 de uma função
(−2 + ∆𝑥)2 − (−2)2
= lim Expandir os termos
∆𝑥→0 ∆𝑥
(4 − 4 ∆𝑥 + ∆𝑥 2 ) − 4
= lim Simplificar
∆𝑥→0 ∆𝑥
∆𝑥 (−4 + ∆𝑥)
= lim Simplificar
∆𝑥→0 ∆𝑥
= lim (−4 + ∆𝑥) = −4 Substituição direta
∆𝑥→0
Solução

Logo, a curva tem uma inclinação -4 no ponto (-2 , 4).

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Exemplo 3
Determine uma expressão para a inclinação da curva de 𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 2 + 1.
Qual é a inclinação nos pontos (-1 , 2) e (2 , 5)?
Solução
𝑓(𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑓(𝑥) Utilizar a definição da
𝑚 = lim 𝑚𝑠𝑒𝑐 = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥→0 ∆𝑥 inclinação de uma função
[(𝑥 + ∆𝑥)2 + 1] − [(𝑥 )2 + 1]
= lim Expandir os termos
∆𝑥→0 ∆𝑥

(𝑥 2 + 2 𝑥 ∆𝑥 + ∆𝑥 2 + 1) − 𝑥 2 − 1 Simplificar
= lim
∆𝑥→0 ∆𝑥
∆𝑥 (2 𝑥 + ∆𝑥)
= lim Simplificar
∆𝑥→0 ∆𝑥
= lim (2𝑥 + ∆𝑥) = 2 𝑥 Substituição direta
∆𝑥→0
Solução
Assim,
No ponto (-1 , 2), a inclinação é 𝑚 = 2(−1) = −2;
e no ponto (2 , 5) é 𝑚 = 2(2) = 4.
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No Exemplo 3 utilizamos o processo de limite para obter uma outra função, 𝑚 = 2 𝑥 que
representa a inclinação da curva de f no ponto (x , f(x)) ao para todo o domínio da função f(x).
A função obtida, com a aplicação do processo do cálculo do limite, representa o conjunto de todos
os valores das inclinações das retas tangentes, no domínio de f(x), e é chamada de DERIVADA de f(x).

A derivada da função f no ponto x é dada por


𝑓(𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑓(𝑥)
𝑓 ′ (𝑥 ) = lim
∆ 𝑥→0 ∆𝑥
se o limite existe.

Além de 𝑓 ′ (𝑥), outros símbolos podem ser usados para representar a derivada da função 𝑦 = 𝑓(𝑥).
Os mais comuns são os seguintes:

𝑑𝑦 𝑑 𝑑
; 𝑦 𝑦′ ; [𝑓 (𝑥 )] ; 𝐷𝑥 [𝑦]
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥

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Exemplo 4
Determine a derivada de 𝑓(𝑥 ) = 3 𝑥 2 − 2 𝑥.
Solução


𝑓(𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑓(𝑥) Utilizar a definição da
𝑓 (𝑥) = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥 derivada de uma função
[3 (𝑥 + ∆𝑥)2 − 2(𝑥 + ∆𝑥)] − [3 (𝑥 )2 − 2 𝑥]
= lim Expandir os termos
∆𝑥→0 ∆𝑥
(3 𝑥 2 + 6 𝑥 ∆𝑥 + 3 ∆𝑥 2 − 2 𝑥 − 2∆𝑥 ) − 3 𝑥 2 + 2 𝑥
= lim Simplificar
∆𝑥→0 ∆𝑥
∆𝑥 (6 𝑥 + 3 ∆𝑥 − 2)
= lim Simplificar
∆𝑥→0 ∆𝑥
= lim (6 𝑥 − 2 + ∆𝑥) = 6 𝑥 − 2 Substituição direta
∆𝑥→0
Solução

Logo, a derivada de 𝑓(𝑥 ) = 3 𝑥 2 − 2 𝑥 é


𝑓 ′ (𝑥 ) = 6𝑥 − 2.

Tente determinar a derivada de 𝑓(𝑥 ) = 𝑥 2 − 5 𝑥


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Exemplo 5
2
Determine a derivada de y em relação a t para a função 𝑦 = 𝑡

Solução
𝑑𝑦 𝑓(𝑡 + ∆ 𝑡) − 𝑓(𝑡) Utilizar a definição da
= lim
𝑑𝑡 ∆ 𝑡→0 ∆𝑡 derivada de uma função
2 2

= lim 𝑡 + ∆ 𝑡 𝑡
Expandir os termos
∆ 𝑡→0 ∆𝑡
2𝑡−2𝑡−2∆𝑡
𝑡 (𝑡 + ∆ 𝑡) Simplificar
= lim
∆ 𝑡→0 ∆𝑡
−2 ∆ 𝑡
= lim Simplificar
∆ 𝑡→0 𝑡 ∆ 𝑡 (𝑡 + ∆ 𝑡)
−2 2 Substituição direta
= lim =− 2
∆ 𝑡→0 𝑡 (𝑡 + ∆ 𝑡) 𝑡 Solução

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Exemplo 6
Encontre a equação para a reta normal à curva 𝑦 = 𝑥 2 no ponto P (2 , 4).
Solução
Sabendo que a reta normal a uma curva em um ponto dado, é a reta perpendicular à reta tangente neste
ponto; e lembrando que duas retas t e n são perpendiculares se 𝑚𝑡 × 𝑚𝑛 = −1, teremos:
Inclinação da reta tangente:
𝑓(𝑥1 + ∆𝑥 ) − 𝑓(𝑥1 )
𝑚𝑡 = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥
(𝑥1 + ∆𝑥 )2 − (𝑥1 )2 (𝑥1 )2 + 2 𝑥1 ∆𝑥 + (∆𝑥)2 − (𝑥1 )2
= lim = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥 ∆𝑥→0 ∆𝑥
∆𝑥 [(2 𝑥1 ) + ∆𝑥]
= lim = 2 𝑥1
∆𝑥→0 ∆𝑥
Quando 𝑥1 = 2 → 𝑚𝑡 (𝑥1 ) = 4
Inclinação da reta tangente:
1
𝑚𝑡 × 𝑚𝑛 = −1 → 𝑚𝑛 = − 4 ; usando expressão da reta usando ponto inclinação:

Assim, 𝑦 − 𝑓(𝑥1 ) = 𝑚𝑛 (𝑥 − 𝑥1 ) ou 4 𝑦 + 𝑥 − 18 = 0
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Derivadas Laterais
Se a função y = f(x) está definida em x1, então a derivada à direita de f em x1, denotada por 𝑓+′ (𝑥1 ),
é definida por:
Definição
𝑓(𝑥1 + ∆𝑥 ) − 𝑓(𝑥1 ) 𝑓(𝑥 ) − 𝑓(𝑥1 )
𝑓+′ (𝑥1 ) = lim+ = lim+
∆𝑥→0 ∆𝑥 𝑥→𝑥1 𝑥 − 𝑥1
Caso esse limite exista.

Se a função y = f(x) está definida em x1, então a derivada à esquerda de f em x1, denotada por
𝑓−′ (𝑥1 ), é definida por:
Definição
𝑓(𝑥1 + ∆𝑥 ) − 𝑓(𝑥1 ) 𝑓 (𝑥 ) − 𝑓(𝑥1 )
𝑓−′ (𝑥1 ) = lim− = lim−
∆𝑥→0 ∆𝑥 𝑥→𝑥1 𝑥 − 𝑥1
Caso esse limite exista.

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Uma função é derivável no ponto x se a derivada da função existe no ponto x.
Ou seja, quando as derivadas à direita e à esquerda, nesse ponto, existem e são iguais.
Quando as derivadas laterais (direita e esquerda) existem e são diferentes em ponto x, dizemos que
este é um ponto anguloso do gráfico da função.

Derivabilidade e Continuidade
Nem toda função é derivável. A Figura 2.11 mostra
algumas situações comuns nas quais uma função não é
derivável em um ponto: tangentes verticais, descontinuidades e
mudanças bruscas na inclinação da curva.
As funções da Figura 2.11 são deriváveis para
qualquer valor de x, exceto x = 0.
Embora três das funções da Figura 2.11 sejam
contínuas em x = 0, nenhuma delas é derivável nesse
ponto. Isto mostra que a continuidade não é uma condição
suficiente para garantir a derivabilidade.
Por outro lado, se uma função é derivável em um
ponto, isso significa que é contínua nesse ponto.
Logo,
Se uma função é derivável no ponto x = c, a função é contínua no ponto x = c.
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Exemplo 7
Seja f a função definida por:
3𝑥 − 1, 𝑥<2
𝑓 (𝑥 ) = {
7 − 𝑥, 𝑥≥2
(a) Mostre que f é contínua em 2.
(b) Encontre 𝑓+′ (2) e 𝑓−′ (2)
Solução
(a) A função dada é contínua na abscissa 2.
Existe f(2) = 5;
lim 𝑓(𝑥) = lim+ (7 − 𝑥) = lim− (3 𝑥 − 1) = 5
𝑥→2 𝑥→2 𝑥→2

lim 𝑓(𝑥) = 𝑓(2) = 5


𝑥→2
𝑓(2+∆𝑥)−𝑓(2) [7−(2+∆𝑥)−5] [5−(∆𝑥)−5]
(b) 𝑓+′ (2) = lim∆𝑥→0+ = lim∆𝑥→0+ = lim∆𝑥→0+ = −1
∆𝑥 ∆𝑥 ∆𝑥

𝑓(2 + ∆𝑥 ) − 𝑓(2) [3 (2 + ∆𝑥 ) − 1] − 5 [6 + 3(∆𝑥 ) − 6]


𝑓−′ (2) = lim− = lim− = lim− =3
∆𝑥→0 ∆𝑥 ∆𝑥→0 ∆𝑥 ∆𝑥→0 ∆𝑥

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Como 𝑓+′ (2) ≠ 𝑓−′ (2), então a função f(x) NÃO é derivável em x = 2.

x = 2 é um ponto anguloso do gráfico de f(x).

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II.2 – Algumas Regras de Derivação
A formalização do conceito de derivada utiliza a definição de limite.
Esse processo é lento e tedioso, mesmo para funções relativamente simples.
Existem regras que facilitam a utilização da derivação. Com o auxílio dessas regras é possível
calcular derivadas sem utilizar, diretamente, o conceito de limite.

Regra da Constante
A derivada de uma função constante é zero. Assim,
𝑑
[𝑐 ] = 0 , onde c é uma constante.
𝑑𝑥

Demonstração
Seja 𝑓 (𝑥 ) = 𝑐. Nesse caso, usando a definição de derivada, temos:
𝑓 (𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑓(𝑥) 𝑐−𝑐
𝑓 ′ (𝑥 ) = lim = lim = lim 0 = 0
∆𝑥→0 ∆𝑥 ∆𝑥→0 ∆𝑥 ∆𝑥→0

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Regra da Potência
𝑑
[𝑥 𝑛 ] = 𝑛 𝑥 𝑛−1 , onde n é um número real.
𝑑𝑥

A regra da potência pode ser demonstrada a partir da expansão binomial de 𝑥 + ∆𝑥. Assim,
(𝑥 + ∆𝑥)2 = 𝑥 2 + 2 𝑥 ∆𝑥 + (∆𝑥)2
(𝑥 + ∆𝑥)3 = 𝑥 3 + 3 𝑥 2 ∆𝑥 + 3 𝑥 (∆𝑥)2 + (∆𝑥)3
𝑛 𝑛 𝑛−1 𝑛 (𝑛−1) 𝑥 𝑛−2
(𝑥 + ∆𝑥) = 𝑥 + 𝑛 𝑥 ∆𝑥 + ⏟ (∆𝑥)2 + ⋯ + (∆𝑥)𝑛
2
(∆𝑥)2 é 𝑢𝑚 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒𝑠𝑡𝑒𝑠 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠.

Demonstração
𝑓(𝑥+∆𝑥)−𝑓(𝑥)
𝑓 ′ (𝑥 ) = lim∆𝑥→0 , Definição de derivada
∆𝑥
(𝑥 + ∆𝑥)𝑛 − 𝑥 𝑛
= lim
∆𝑥→0 ∆𝑥
𝑛 𝑛−1 𝑛 (𝑛 − 1) 𝑥 𝑛−2
𝑥 +𝑛𝑥 ∆𝑥 + (∆𝑥)2 + ⋯ + (∆𝑥)𝑛 − 𝑥 𝑛
= lim 2
∆𝑥→0 ∆𝑥
𝑛−1
𝑛 (𝑛 − 1)𝑥 𝑛−2
= lim [𝑛 𝑥 + (∆𝑥) + ⋯ + (∆𝑥 )𝑛−1 ] = 𝑛 𝑥 𝑛−1 + 0 + ⋯ + 0 = 𝑛 𝑥 𝑛−1
∆𝑥→0 2
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Exemplo 1
Determine as derivadas das funções dadas.
Função Derivada
(a) 𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 3 𝑓 𝑥) = 3 𝑥 2
′(
1
(b) 𝑦 = 𝑥 2 = 𝑥 −2 𝑑 2
𝑦 = (−2)𝑥 −3 = − 3
𝑑𝑥 𝑥
(c) 𝑔(𝑡) = 𝑡 ′
𝑔 (𝑡) = 1
(d) 𝑅 = 𝑥 4 𝑑
𝑅 = 4 𝑥3
𝑑𝑥
Algumas vezes será necessário escrever a função de outra maneira antes de aplicar as regras.

Lembre-se de que a derivada de uma função f é outra função que corresponde à inclinação de f em
todos os pontos nos quais f é derivável. Assim, podemos usar a derivada para determinar a inclinação de
uma função em qualquer ponto, como mostra o Exemplo 2.

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Exemplo 2
Determine a inclinação da curva 𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 2 nos pontos de abscissas: x = -2 , -1 , 0 , 1 e 2.
Solução
𝑓 ′ (𝑥 ) = 2 𝑥
Substituir x pelos valores dados na equação da derivada. O gráfico de f aparece na Figura 2.14.

Valor de x Inclinação da Curva de f


x = -2 𝑚 = 𝑓 ′ (−2) = 2 (−2) = −4
x = -1 𝑚 = 𝑓 ′ (−1) = 2 (−1) = −2
x=0 𝑚 = 𝑓 ′ (0) = 2 (0) = 0
x=1 𝑚 = 𝑓 ′ (1) = 2 (1) = 2
x=2 𝑚 = 𝑓 ′ (2) = 2 (2) = 4

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Regra da Multiplicação por uma Constante
Essa regra está baseada na seguinte propriedades de limites:
lim 𝑐 𝑔(𝑥) = 𝑐 [lim 𝑔(𝑥)]
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

𝑑
[𝑐 𝑓(𝑥)] = 𝑐 𝑓 ′ (𝑥) , onde c é uma constante.
𝑑𝑥

Regras da Soma e da Diferença

𝑑
[𝑓(𝑥 ) + 𝑔(𝑥)] = 𝑓 ′ (𝑥 ) + 𝑔′ (𝑥) , Regra da Soma.
𝑑𝑥
𝑑
[𝑓(𝑥 ) − 𝑔(𝑥)] = 𝑓 ′ (𝑥 ) − 𝑔′ (𝑥) , Regra da Diferença
𝑑𝑥

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Exemplo 3
Determine as derivadas das funções dadas.
1
4 𝑡2
(a) 𝑦 = 2 𝑥 2 (b) 𝑓(𝑡) = 5

Solução
(a)
𝑑 𝑑 1 𝑑 1 1 −1 −
1 1
𝑦= [2 𝑥 2 ] = 2 [𝑥 2 ] = 2 ( 𝑥 2 ) = 𝑥 2 =
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 2 √𝑥

(b)
𝑑 4 4 8
𝑓 ′ (𝑡) = 𝑑𝑡 [5 𝑡 2 ] = 5 (2 𝑡) = t
5

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Exemplo 4
Determine a inclinação da curva da função 𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 3 − 4 𝑥 + 2 no ponto (1 , -1).
Solução
A derivada de f(x) é 𝑓 ′ (𝑥 ) = 3 𝑥 2 − 4.
A inclinação da curva de f no ponto (1 , -1) é dada por:
𝐼𝑛𝑐𝑙𝑖𝑛𝑎çã𝑜 = 𝑓 ′ (1) = 3 (1)2 − 4 = −1, como mostra a Figura 2.15.

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Exemplo 5
1
Determine a equação da reta tangente à curva da função 𝑔(𝑥 ) = − 2 𝑥 4 + 3 𝑥 3 − 2 𝑥 em (-1 , -3/2).

Solução
A derivada de g(x) é 𝑔′ (𝑥 ) = −2 𝑥 3 + 9 𝑥 2 − 2. Assim, a inclinação da curva no ponto (-1 , -3/2) será:
𝑔′ (−1) = −2 (−1)3 + 9 (−1)2 − 2 = 9, como mostra a Figura 2.16.
Usando a forma ponto-inclinação, podemos escrever a equação da reta tangente no ponto (-1 , -3/2)
como sendo:

3
𝑦 − (− ) = 9 [𝑥 − (−1)]
2

15
𝑦 =9𝑥+
2

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Exemplo 6
Entre 1995 e 2000, a receita R da Microsoft (em milhões de dólares) pode ser modelada pela função
𝑅 = −45,75 𝑡 3 + 1255,79 𝑡 2 − 7415,5 𝑡 + 17.477 , 5 ≤ 𝑡 ≤ 10
onde t = 5 representa o ano de 1995. Qual era a taxa de variação da receita da Microsoft em 1996?
Solução
Uma forma de resolver esse problema é calcular a derivada da receita em relação ao tempo.
𝑑𝑅
= −137,25 𝑡 2 + 2511,58 𝑡 − 7415,5 , 5 ≤ 𝑡 ≤ 10
𝑑𝑡

Em 1996 (ou seja, para t = 6), a taxa de variação da receita em relação ao tempo é dada por
−137,25 (6)2 + 2511,58 (6) − 7415,5 = 2712,98

A derivada, nesse caso, é medida em milhões de dólares por ano.


Assim, a receita da Microsoft estava aumentando à razão de 2.713 milhões de dólares por ano.

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Derivada das Funções Seno e Cosseno
Os pontos obtidos do cálculo da derivada da função seno, em um
intervalo, podem ser plotados, em um sistema de eixos cartesianos, e
verificamos que a função resultante se ajusta perfeitamente aos pontos de uma
função cosseno.
Analogamente, ao derivarmos a função cosseno em vários pontos e
plotarmos o resultado em um sistema de eixos cartesianos, poderemos
verificar que a função (-seno) se ajusta perfeitamente aos pontos da derivada.
Logo, podemos escrever:

A prova deste teorema utiliza o Teorema 1.9 (Limites trigonométricos especiais, visto na
Unidade I), conforme pode ser visto a seguir.

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Utilizando a definição de derivada.

A prova do resultado da derivada da função cosseno pode ser obtida de forma similar.

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II.3 - Taxas de Variação
A taxa de variação pode ser de dois tipos: taxa de variação média e taxa de variação instantânea.
A diferença entre essas duas taxas de variação é a mesma que existe entre a inclinação da reta
secante, que passa por dois pontos de uma curva, e a reta tangente, que passa por apenas um ponto.

Taxa de Variação Média


Se 𝑦 = 𝑓(𝑥), então a taxa de variação média de y em relação a x, no
intervalo [a , b] é dada por:
𝑓 (𝑏) − 𝑓(𝑎) ∆𝑦
𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑎 = 𝑜𝑢
𝑏−𝑎 ∆𝑥
Observe que f(a) é o valor da função na extremidade esquerda do intervalo,
f(b) é o valor da função na extremidade direita do intervalo, e (b – a) é a
largura do intervalo, como mostra a Figura 2.18.
Uma aplicação muito comum da taxa de variação média é a
determinação da velocidade média de um corpo que está se movendo em
linha reta. Temos:
𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 =
𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜

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Exemplo 1
A concentração C de um medicamento no sangue de um paciente é medida a intervalos de 10 minutos
durante 2 horas. Os resultados aparecem na tabela a seguir, onde C está expressa em miligramas por
mililitros e o tempo t em minutos. Determine a taxa de variação média nos intervalos indicados.
(a) [0 , 10] (b) [0 , 20] (c) [100 , 110]
t 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
C 0 2 17 37 55 73 89 103 111 113 113 103 68

Solução
(a) A taxa de variação média no intervalo [0 , 10] é dada por:
∆𝐶 2−0
= 10−0 = 0,2 𝑚𝑔 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝐿/𝑚𝑖𝑛
∆𝑡
∆𝐶 17−0
(b) No intervalo [0 , 20] teremos: = 20−0 = 0,85 𝑚𝑔 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝐿/𝑚𝑖𝑛
∆𝑡
∆𝐶 103−113
(c) No intervalo [100 , 110] teremos: = 110−100 = −1 𝑚𝑔 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝐿/𝑚𝑖𝑛
∆𝑡

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Exemplo 2
Se deixamos cair um corpo de uma altura de 100 metros, e se a resistência do ar pode ser desprezada, a
altura h (em metros) do corpo após um tempo t (em segundos) é dada por ℎ = −4,9 𝑡 2 + 100.
Determine a velocidade média do corpo nos intervalos indicados.
(a) [1,8 , 3,6] (b) [1,8 , 2,7] (c) [1,8 , 2,0]
Solução
Podemos utilizar a equação ℎ = −4,9 𝑡 2 + 100 para determinar a altura do corpo nos instantes
t = 1,8 s, t = 2,0 s, t = 2,7 s e t = 3,6 s,. Os resultados aparecem na tabela abaixo.
t (segundos) 0 1,8 2,0 2,7 3,6
h (metros) 100 84 80 64 36
(a) No intervalo [1,8 , 3,6], o objeto cai de uma altura de 84 metros a uma altura de 36 metros.
Assim, a velocidade média é dada por:
∆ℎ 36−84
= 3,6−1,8 = −26,7 𝑚 / 𝑠
∆𝑡

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(b) No intervalo [1,8 , 2,7], a velocidade média é:
∆ℎ 64−84
= 2,7−1,8 = −22,2 𝑚/𝑠
∆𝑡

(c) No intervalo [1,8 , 2,0], a velocidade média é:


∆ℎ 80−84
= 1,8−2,0 = −20 𝑚 /𝑠
∆𝑡

Obs.: A velocidade negativa implica que o corpo está descendo.

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Taxa de Variação Instantânea e Velocidade
Considere que, no Exemplo 2, estivéssemos interessados em determinar a taxa de variação de h no
instante t = 1 segundo.
Uma taxa de variação desse tipo é chamada de taxa de variação instantânea.

A taxa de variação instantânea (ou simplesmente taxa de variação) de 𝑦 = 𝑓(𝑥) na abscissa x é o


limite da taxa de variação média no intervalo [𝑥 , 𝑥 + ∆𝑥], quando ∆𝑥 tende a zero.
∆𝑦 𝑓(𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑓(𝑥)
lim = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥 ∆𝑥→0 ∆𝑥

Se y é uma distância e x é tempo, a taxa de variação é uma velocidade.

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Exemplo 3
Determine a velocidade do corpo do Exemplo 2 no instante t = 1.
Solução
Sabemos que a altura do corpo em queda livre do Exemplo 2 é dada por ℎ = −4,9 𝑡 2 + 100.

Derivando essa função posição em relação ao tempo, obtemos a função velocidade:


ℎ′ (𝑡) = −9,8 𝑡

A função velocidade pode ser usada para calcular a velocidade em qualquer instante de tempo.
Assim, no instante t = 1, a velocidade do corpo é
ℎ′ (1) = −9,8 (1) = −9,8 𝑚/𝑠

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 172


A expressão mais geral possível para a função posição de um corpo em queda livre, desprezando a
resistência do ar, é dada por:
𝑔 2
ℎ(𝑡) = − 𝑡 + 𝑣0 𝑡 + ℎ0
2

onde h é a altura (em metros), t é o tempo (em segundos), v0 é a velocidade inicial (em metros por
segundo) e h0 é a altura inicial (em metros) e g é a aceleração da gravidade (em metros por segundo ao
quadrado).

Normalmente, velocidades positivas estão associadas a movimentos para cima e velocidades


negativas a movimentos para baixo.

A função velocidade é obtida pela derivada da função posição e é dada por:


ℎ′ (𝑡) = −𝑔 𝑡 + 𝑣0 .
O valor absoluto da velocidade é a velocidade escalar do corpo.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 173


Exemplo 4
No instante t = 0, um mergulhador salta de um trampolim a 9,8 metros de altura, como mostra a
Figura 2.21. Como a velocidade inicial do mergulhador é de 4,9 metros por segundo, sua função
posição é ℎ(𝑡) = −4,9 𝑡 2 + 4,9 𝑡 + 9,8.
(a) Em que instante o mergulhador atinge a água?
(b) Qual é a velocidade do mergulhador ao atingir a água?
Solução
(a) Para determinar o instante em que o mergulhador atinge a água,
igualamos a zero a função posição e calculamos o valor de t.
−4,9 𝑡 2 + 4,9 𝑡 + 9,8 = 0
−4,9 (𝑡 2 − 𝑡 − 2) = 0
−4,9 (𝑡 + 1)(𝑡 − 2) = 0
A solução t = -1 não faz sentido. Logo, o mergulhador atinge a água no
instante t = 2 s.

(b) A velocidade no instante t é dada pela derivada ℎ′ (𝑡) = −9,8 𝑡 + 4,9.


Em t = 2 seg será de:
ℎ′ (2) = −9,8 (2) + 4,9 = −14,7 𝑚/𝑠.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 174


Exemplo 5
A eficácia E (em uma escala de 0 a 1) de um analgésico t horas depois de entrar na corrente sanguínea é
dada por:

1
𝐸 (𝑡) = (9 𝑡 + 3 𝑡 2 − 𝑡 3 ), 0 ≤ 𝑡 ≤ 4,5
27

Determine a taxa de variação média de E nos intervalos indicados e compare essa taxa com a taxa de
variação instantânea nos extremos dos intervalos.
(a) [0 , 1] (b) [1 , 2] (c) [2 , 3] (d) [3 , 4]
Tente resolver... (Utilize um programa de plotagem de gráficos)
t (horas) 0 1 2 3 4
E (%)
𝐸 ′ (%)

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 175


II.4 - As Regras do Produto e do Quociente
Regra do Produto
A derivada do produto de duas funções deriváveis é igual à primeira função vezes a derivada da
segunda mais a segunda função vezes a derivada da primeira.
𝑑
[𝑓(𝑥 )𝑔(𝑥 )] = 𝑓(𝑥 ) 𝑔′ (𝑥 ) + 𝑔(𝑥 ) 𝑓 ′ (𝑥)
𝑑𝑥

Demonstração

Seja F(x) = f(x) g(x).


𝐹 (𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝐹(𝑥)
𝐹 ′ (𝑥 ) = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥
′( )
𝑓(𝑥 + ∆𝑥 )𝑔(𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑓(𝑥)𝑔(𝑥)
𝐹 𝑥 = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥
𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑜 𝑠𝑜𝑚𝑎

′(
𝑓(𝑥 + ∆𝑥 )𝑔(𝑥 + ∆𝑥 ) ⏞
−𝑓(𝑥 + ∆𝑥 )𝑔(𝑥 ) + 𝑓(𝑥 + ∆𝑥 )𝑔(𝑥 ) − 𝑓(𝑥)𝑔(𝑥)
𝐹 𝑥 ) = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥
Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 176
′(
𝑔(𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑔(𝑥 ) 𝑓 (𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑓(𝑥)
𝐹 𝑥 ) = lim [𝑓(𝑥 + ∆𝑥 ) (
+𝑔 𝑥 ) ]
∆𝑥→0 ∆𝑥 ∆𝑥

′(
𝑔(𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑔(𝑥 ) 𝑓 (𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑓(𝑥)
𝐹 𝑥 ) = lim 𝑓(𝑥 + ∆𝑥 ) + lim 𝑔(𝑥 )
∆𝑥→0 ∆𝑥 ∆𝑥→0 ∆𝑥

′(
𝑔(𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑔(𝑥 ) 𝑓 (𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑓(𝑥)
𝐹 𝑥 ) = [ lim 𝑓(𝑥 + ∆𝑥 )] [ lim ] + [ lim 𝑔(𝑥 ) ] [ lim ]
∆𝑥→0 ∆𝑥→0 ∆𝑥 ∆𝑥→0 ∆𝑥→0 ∆𝑥

𝐹 ′ (𝑥 ) = 𝑓(𝑥 ) 𝑔′ (𝑥) + 𝑔(𝑥)𝑓 ′ (𝑥)

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 177


Exemplo 1
Determine a derivada da função 𝑦 = (3 𝑥 − 2 𝑥 2 )(5 + 4 𝑥).
Solução: De acordo com a Regra do Produto, temos:
𝑑 𝑑 𝑑
𝑦 = (3 𝑥 − 2𝑥 ) [5 + 4𝑥 ] + (5 + 4𝑥 ) [3 𝑥 − 2𝑥 2 ]
2
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥

𝑑
𝑦 = (3 𝑥 − 2𝑥 2 )(4) + (5 + 4𝑥 )(3 − 4 𝑥)
𝑑𝑥

𝑑
𝑦 = (12 𝑥 − 8𝑥 2 ) + (15 − 8𝑥 − 16𝑥 2 )
𝑑𝑥

𝑑
𝑦 = 15 + 4 𝑥 − 24𝑥 2
𝑑𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 178


Exemplo 2
Determine a derivada da função
1
( )
𝑓 𝑥 = ( + 1) (𝑥 − 1)
𝑥
Solução
𝑓(𝑥 ) = (𝑥 −1 + 1)(𝑥 − 1)
𝑑 𝑑 −1
𝑓 ′ (𝑥 ) = (𝑥 −1 + 1) [𝑥 − 1] + [𝑥 + 1] (𝑥 − 1)
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑓 ′ (𝑥 ) = (𝑥 −1 + 1)(1) + [−𝑥 −2 ] (𝑥 − 1)
1 (−𝑥 + 1)
𝑓 ′ (𝑥 ) = ( + 1) +
𝑥 𝑥2
′(
𝑥2 + 1
𝑓 𝑥) = ( 2 )
𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 179


Exemplo 3
Determine as derivadas das funções indicadas.
(a) 𝑦 = 3 𝑥 2 sen 𝑥 (b) 𝑦 = 2 𝑥 cos 𝑥 − 2 sen 𝑥
Solução
𝑑 𝑑 𝑑
(a) 𝑦 = (3 𝑥 2 ) [sen 𝑥 ] + (sen 𝑥 ) [3 𝑥 2 ]
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑
𝑦 = (3 𝑥 2 )(cos 𝑥) + (sen 𝑥 )(6 𝑥)
𝑑𝑥
𝑑
𝑦 = 3 𝑥 2 cos 𝑥 + 6 𝑥 sen 𝑥
𝑑𝑥
𝑑
𝑦 = 3 𝑥 (𝑥 cos 𝑥 + 2 sen 𝑥 )
𝑑𝑥
𝑑 𝑑 𝑑 𝑑
(b) 𝑦 = (2 𝑥 ) (𝑑𝑥 [cos 𝑥 ]) + (cos 𝑥 ) (𝑑𝑥 [2 𝑥 ]) − 2 [sen 𝑥 ]
𝑑𝑥 𝑑𝑥

𝑑
𝑦 = (2 𝑥 )(− sen 𝑥 ) + (cos 𝑥 ) (2) − 2 cos 𝑥
𝑑𝑥
𝑑
𝑦 = − 2 𝑥 sen 𝑥
𝑑𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 180


Regra do Quociente
A derivada do quociente de duas funções deriváveis é igual ao denominador vezes a derivada do
numerador menos o numerador vezes a derivada do denominador, tudo isso dividido pelo quadrado do
denominador.
𝑑 𝑓(𝑥 ) 𝑔(𝑥 )𝑓 ′ (𝑥 ) − 𝑓(𝑥 )𝑔′ (𝑥 )
[ ]= , 𝑔(𝑥) ≠ 0
𝑑𝑥 𝑔(𝑥 ) [𝑔(𝑥 )]2

Demonstração

𝑓(𝑥)
Seja 𝐹(𝑥) = 𝑔(𝑥)

′(
𝐹 (𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝐹(𝑥)
𝐹 𝑥 ) = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥
𝑓(𝑥 + ∆𝑥 ) 𝑓(𝑥)

′( ) 𝑔 (𝑥 + ∆𝑥 ) 𝑔(𝑥)
𝐹 𝑥 = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 181


𝑔(𝑥 ) 𝑓(𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑓 (𝑥 )𝑔(𝑥 + ∆𝑥 )
𝐹 ′ (𝑥 ) = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥 𝑔(𝑥 ) 𝑔(𝑥 + ∆𝑥 )

𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑜 𝑠𝑜𝑚𝑎


𝑓 (𝑥 + ∆𝑥 )𝑔 (𝑥 ) ⏞
−𝑓 (𝑥 )𝑔(𝑥 ) + 𝑓 (𝑥 )𝑔(𝑥 ) − 𝑓(𝑥)𝑔(𝑥 + ∆𝑥)
𝐹 ′ (𝑥 ) = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥 𝑔(𝑥 ) 𝑔(𝑥 + ∆𝑥)

𝑔(𝑥 ) [𝑓(𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑓(𝑥 )] 𝑓 (𝑥 )[𝑔(𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑔(𝑥 )]


lim − lim
∆𝑥 ∆𝑥
𝐹 ′ (𝑥 ) = ∆𝑥→0 ∆𝑥→0
lim 𝑔(𝑥 ) 𝑔(𝑥 + ∆𝑥)
∆𝑥→0

[𝑓(𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑓 (𝑥 )] [𝑔(𝑥 + ∆𝑥 ) − 𝑔(𝑥 )]


𝑔(𝑥 )[ lim ] − 𝑓 (𝑥 )[ lim ]
∆𝑥→0 ∆𝑥 ∆𝑥→0 ∆𝑥
𝐹 ′ (𝑥 ) =
lim 𝑔(𝑥 ) 𝑔(𝑥 + ∆𝑥)
∆𝑥→0

′(
𝑔(𝑥 ) 𝑓 ′ (𝑥) − 𝑓(𝑥) 𝑔′ (𝑥)
𝐹 𝑥) =
[𝑔(𝑥 )]2

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 182


Exemplo 4
𝑥−1
Determine a derivada da função 𝑦 = 2𝑥+3

Solução
𝑑 (𝑥 − 1)′ (2𝑥 + 3) − (𝑥 − 1) (2𝑥 + 3)′
𝑦=
𝑑𝑥 (2𝑥 + 3)2

𝑑 (1) (2𝑥 + 3) − (𝑥 − 1) (2)


𝑦=
𝑑𝑥 (2𝑥 + 3)2

𝑑 2𝑥 + 3 − 2𝑥 + 2
𝑦=
𝑑𝑥 (2𝑥 + 3)2

𝑑 5
𝑦=
𝑑𝑥 (2𝑥 + 3)2

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 183


Exemplo 5
2𝑥 2 −4𝑥+3
Determine a equação da reta tangente à curva da função 𝑦 = no ponto x = 1.
2−3𝑥
Solução
- Calculando a derivada de y.

𝑑 (2𝑥 2 − 4𝑥 + 3)′ (2 − 3𝑥 ) − (2𝑥 2 − 4𝑥 + 3) (2 − 3𝑥)′


𝑦=
𝑑𝑥 (2 − 3𝑥)2
𝑑 (4𝑥 − 4) (2 − 3𝑥 ) − (2𝑥 2 − 4𝑥 + 3) (−3)
𝑦=
𝑑𝑥 (2 − 3𝑥)2
𝑑 (−12𝑥 2 + 20𝑥 − 8 + 6𝑥 2 − 12𝑥 + 9)
𝑦=
𝑑𝑥 (2 − 3𝑥)2
𝑑 (−6𝑥 2 + 8𝑥 + 1)
𝑦=
𝑑𝑥 (2 − 3𝑥)2
- Calculando o ponto de abscissa x=1: na equação original, para x = 1, teremos y = -1.
- Calculando a inclinação da reta tangente: m = 3.
- Determinando a equação da reta usando ponto inclinação: 𝑦 = 3𝑥 − 4.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 184


Exemplo 6
3−(1⁄𝑥)
Determine a derivada da função 𝑦 = .
𝑥+5

Solução
Em decorrência da fração no numerador, podemos rearranjar a expressão original antes de aplicar a
regra do quociente.
3𝑥 − 1
𝑦= 𝑥
𝑥+5
3𝑥 − 1
𝑦= 2
𝑥 + 5𝑥
𝑑 (3𝑥 − 1)′ (𝑥 2 + 5𝑥 ) − (3𝑥 − 1) (𝑥 2 + 5𝑥)′
𝑦=
𝑑𝑥 (𝑥 2 + 5𝑥)2
𝑑 (3) (𝑥 2 + 5𝑥 ) − (3𝑥 − 1) (2𝑥 + 5)
𝑦=
𝑑𝑥 (𝑥 2 + 5𝑥)2
𝑑 (−3𝑥 2 + 2𝑥 + 5)
𝑦=
𝑑𝑥 (𝑥 2 + 5𝑥)2

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 185


Exemplo 7
Quando o sangue move do coração para as grandes artérias, destas para os capilares e dos capilares para
as veias, a pressão sistólica diminui progressivamente. Considere uma pessoa cuja pressão sistólica P
25𝑡 2 +125
(em milímetros de mercúrio) é dada por 𝑃 = 𝑡 2 +1 , 0 ≤ 𝑡 ≤ 10, onde t é o tempo em segundos
após o sangue deixar o coração.
Qual é a taxa de variação da pressão sistólica cinco segundos após o sangue deixar o coração?
Solução
- Aplicar regra do quociente.
𝑑 (25𝑡 2 + 125)′ (𝑡 2 + 1) − (25𝑡 2 + 125) (𝑡 2 + 1)′
𝑃=
𝑑𝑡 (𝑡 2 + 1)2
𝑑 (50 𝑡) (𝑡 2 + 1) − (25𝑡 2 + 125) (2𝑡)
𝑃=
𝑑𝑡 (𝑡 2 + 1)2
𝑑 −(200 𝑡)
𝑃= 2
𝑑𝑡 (𝑡 + 1)2
200 (5)
- No instante t = 5, a taxa de variação é − (26)2
≈ −1,48 𝑚𝑚/𝑠.

A pressão está diminuindo à taxa de 1,48 mm/s.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 186


Derivada de Outras Funções Trigonométricas
Conhecendo-se as derivadas do seno e do cosseno, podemos utilizar a Regra do Quociente para
encontrar as derivadas de quatro outras funções trigonométricas remanescentes.

Comprovação:
sen 𝑥
Lembrando que tan 𝑥 = , então podemos aplicar a regra do quociente.
cos 𝑥
𝑑 (cos 𝑥 )(cos 𝑥 ) − (sen 𝑥 ) (− sen 𝑥 )
[tan 𝑥 ] =
𝑑𝑥 cos 2 𝑥
𝑑 cos2 𝑥 + sen2 𝑥
[tan 𝑥 ] =
𝑑𝑥 cos2 𝑥
𝑑 1
[tan 𝑥 ] =
𝑑𝑥 cos2 𝑥
𝑑
[tan 𝑥 ] = sec 2 𝑥
𝑑𝑥

A comprovação das outras três funções trigonométricas é exercício.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 187


Exemplo 8
O cálculo da derivada de funções trigonométricas pode ser feito por meio de consulta direta de uma
tabela de derivadas respeitando-se as regras de derivação como mostra a figura abaixo.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 188


Exemplo 9
1 − cos 𝑥
Determinar a derivada da função 𝑦 = = csc 𝑥 − cot 𝑥 , nas duas formas apresentadas.
sen 𝑥

Solução
- Primeira forma
1 − cos 𝑥
𝑦=
sen 𝑥

(sen 𝑥 )(sen 𝑥 ) − (1 − cos 𝑥 )(cos 𝑥 )
𝑦 =
sen2 𝑥
2 2
sen 𝑥 + cos 𝑥 − cos 𝑥
𝑦′ =
sen2 𝑥
1 − cos 𝑥
𝑦′ =
sen2 𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 189


- Segunda forma
𝑦 = csc 𝑥 − cot 𝑥
𝑦 = − csc 𝑥 cot 𝑥 + csc 2 𝑥

Obs:
As duas formas são similares pois:
1 − cos 𝑥 1 1 cos 𝑥
= −( )( )
sen2 𝑥 sen2 𝑥 sen 𝑥 sen 𝑥
1 − cos 𝑥
2
= csc 2 𝑥 − csc 𝑥 cot 𝑥
sen 𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 190


II.5 - A Regra da Cadeia
Sejam duas funções deriváveis f e g onde 𝑦 = 𝑓(𝑢) e 𝑢 = 𝑔(𝑥).
Para todo x tal que f(x) está no domínio de g, podemos escrever
𝑦 = 𝑓 (𝑢) = 𝑓[𝑔(𝑥 )], isto é, (𝑓°𝑔)(𝑥 ).
Logo, uma função tal como 𝑦 = (𝑥 2 + 5𝑥 + 2)7 pode ser vista como a
composta das funções 𝑦 = 𝑢7 = 𝑓(𝑢) e 𝑢 = 𝑥 2 + 5𝑥 + 2 = 𝑔(𝑥).

Se y = f (u) é uma função derivável de u, e u = g(x) é uma função


derivável de x, então y = f(g(x)) é uma função derivável de x, e
𝑑𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑢
= 𝑜𝑢 𝑦 ′ (𝑥 ) = 𝑓 ′ (𝑢) 𝑔′ (𝑥)
𝑑𝑥 𝑑𝑢 𝑑𝑥
ou seja,
𝑑
[𝑓(𝑔(𝑥 ))] = 𝑓 ′ (𝑔(𝑥 ))𝑔′ (𝑥)
𝑑𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 191


Exemplo 1
Determine a derivada da função 𝑦 = (𝑥 2 + 1)3 .
Solução
Identificando a função u (função interna).
𝑢 3
⏞2 + 1) = 𝑢3
𝑦 = (𝑥

De acordo com a regra da cadeia, temos:


𝑑𝑦 𝑑𝑢
𝑑𝑢 𝑑𝑥
𝑑𝑦 ⏞ 2

= 3 (𝑥 + 1)2 (2𝑥)
𝑑𝑥
= 6𝑥 (𝑥 2 + 1)2

Generalizando,
Se 𝑦 = [𝑢(𝑥)]𝑛 , onde u é uma função derivável de x e n é um número real,
𝑑𝑦 𝑛−1
𝑑𝑢 𝑑 𝑛
[
= 𝑛 𝑢(𝑥)] 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎 [𝑢 ] = 𝑛 𝑢𝑛−1 𝑢′
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 192
Exemplo 2
3
Determine a reta tangente à curva da função 𝑦 = √(𝑥 2 + 4)2 no ponto x = 2.
Solução
- Reescrevendo a expressão
2⁄
𝑦 = (𝑥 2 + 4) 3
2
2
- Definindo a função interna 𝑢 = 𝑥 + 4 ⇒ 𝑦=𝑢 3

- Aplicando a regra da potência generalizada.


𝑛 𝑢𝑛−1
𝑢 ′
𝑑 ⏞
2 ⏞2 1
𝑦= ⏞
(𝑥 + 4)− ⁄3 (2𝑥)
𝑑𝑥 3
1⁄
𝑑 4𝑥 (𝑥 2 + 4)− 3
𝑦=
𝑑𝑥 3
𝑑 4𝑥
𝑦= 3
𝑑𝑥 3 √𝑥 2 + 4

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 193


Para x = 2, na função original, y = 4 e a inclinação da reta tangente à
curva no ponto (2 , 4) é 4/3. Utilizando a forma ponto inclinação, vemos
que a equação da reta tangente é 𝑦 = 4𝑥⁄3 + 4⁄3.

Os gráficos da função e da reta tangente aparecem na Figura 2.29.

Exemplo 3
3𝑥−1 2
Determine a derivada da função 𝑓 (𝑥 ) = ( ) .
𝑥 2 +3

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 194


- Derivada de Funções Trigonométricas e a Regra da Cadeia
Uma versão, com utilização da Regra da Cadeia, para a derivada de seis funções trigonométricas
pode ser dada por:

Obs: O uso do parênteses e a derivada de funções trigonométricas:

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 195


Exemplo 4
Determine uma equação da reta tangente ao gráfico de 𝑓 (𝑥 ) =
2 sen 𝑥 + cos(2𝑥 ) , no ponto (𝜋 , 1), como mostrado na figura ao
lado.
a) Determine todos os valores de x no intervalo (0 , 2 𝜋) nos quais
o gráfico de f(x) tem tangente horizontal.

Solução
- Determinando a derivada de f(x):
𝑓 ′ (𝑥 ) = 2 cos 𝑥 − (sen 2 𝑥 ) (2)
𝑓 ′ (𝑥 ) = 2 cos 𝑥 − 2 sen 2 𝑥

- Para determinarmos a equação da reta tangente em (𝜋 , 1), calculamos 𝑓 ′ (𝜋)


𝑓 ′ (𝜋) = 2 cos 𝜋 − 2 sen 2 𝜋
𝑓 ′ (𝜋) = −2 (inclinação do gráfico em (𝜋 , 1))

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 196


Usando a forma ponto-inclinação da reta, podemos escrever:
𝑦 − 𝑦1 = 𝑚 (𝑥 − 𝑥1 )
𝑦 − 1 = −2 (𝑥 − 𝜋)
𝑦 = 1 − 2 𝑥 + 2𝜋

a) Determinando 𝑓 ′ (𝑥 ) = 0.
Por meio do gráfico, em escala adequada, podemos determinar que as abscissas onde a inclinação da
reta tangente é zero é:
𝜋 𝜋 5𝜋 3𝜋
𝑥= , , 𝑒
6 2 6 2

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 197


Resumo das Regras de Derivação

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 198


Derivadas de Algumas Funções Elementares
- Derivada da Função Exponencial
Se 𝑦 = 𝑎 𝑥 , (𝑎 > 0 𝑒 𝑎 ≠ 1), então
𝑦 ′ = 𝑎 𝑥 ln 𝑎
Caso particular, quando o valor de 𝑎 = 𝑒 (base do logaritmo neperiano).
Se 𝑦 = 𝑒 𝑥 , então
𝑦 ′ = 𝑒 𝑥 ln 𝑒 = 𝑒 𝑥
- Demonstração do resultado acima utilizando a definição de derivada:


𝑒 (𝑥+∆𝑥) − 𝑒 𝑥
𝑦 = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥


(𝑒 𝑥 𝑒 ∆𝑥 − 𝑒 𝑥 )
𝑦 = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥
𝑥 ∆𝑥 ∆𝑥

𝑒 (𝑒 − 1) 𝑥
(𝑒 − 1)
𝑦 = lim = lim 𝑒 × lim
∆𝑥→0 ∆𝑥 ∆𝑥→0 ∆𝑥→0 ∆𝑥
O limite à direita tende para 1 (demonstração na Seção I.5 da Unidade I). Assim,
𝑦′ = 𝑒 𝑥
Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 199
- Derivada da Função Logarítmica
Se 𝑦 = log 𝑎 𝑥 , (𝑎 > 0 𝑒 𝑎 ≠ 1), então
1
𝑦 ′ = log 𝑎 𝑒
𝑥
Caso particular
Se 𝑦 = ln 𝑥 , então

1 1
𝑦 = ln 𝑒 =
𝑥 𝑥

- Demonstração do resultado do caso particular utilizando:


* a definição de derivada:
ln(𝑥 + ∆𝑥 ) − ln 𝑥
𝑦 ′ = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥
ln(𝑥 + ∆𝑥 )
𝑦 ′ = lim ln 𝑥
∆𝑥→0 ∆𝑥
𝑥 + ∆𝑥 1 1
ln ( 𝑥 ) 1 𝑥 + ∆𝑥 𝑥 + ∆𝑥 ∆𝑥 1 ∆𝑥

𝑦 = lim = lim ln ( ) = lim ln ( ) = lim ln (1 + ∆𝑥)
∆𝑥→0 ∆𝑥 ∆𝑥→0 ∆𝑥 𝑥 ∆𝑥→0 𝑥 ∆𝑥→0 𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 200


1
O valor 𝑥 não depende de ∆𝑥, logo podemos identificá-lo, nessa equação, como uma constante b.

Assim,
1

𝑦 = lim ln(1 + 𝑏 ∆𝑥 )∆𝑥
∆𝑥→0

Podemos demonstrar, por meio de tabela ou por processo gráfico (idêntico ao que foi feito na Seção I.5
da Unidade I), que a expressão:
1
lim (1 + 𝑏 ∆𝑥 )∆𝑥 = 𝑒𝑏
∆𝑥→0

Logo,
1

𝑦 = lim ln(1 + 𝑏 ∆𝑥 )∆𝑥 = lim ln 𝑒 𝑏 = lim 𝑏 ln 𝑒 = 𝑏
∆𝑥→0 ∆𝑥→0 ∆𝑥→0

Portanto,
1
𝑦′ =
𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 201


* Regra da Cadeia:
𝑦 = ln 𝑥 Função Logarítmica natural
𝑒𝑦 = 𝑥 Escrevendo expressão na forma exponencial

𝑑 𝑑
[𝑒 𝑦 ] = [𝑥 ] Derivando os dois lados da expressão em relação a x.
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑𝑦
𝑒𝑦 =1 Aplicação da regra da cadeia
𝑑𝑥

𝑑𝑦 1
= 𝑒𝑦 Dividindo ambos os membros por 𝑒 𝑦
𝑑𝑥
𝑑𝑦 1
=𝑥 Substituindo 𝑒 𝑦 por x.
𝑑𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 202


- Derivada da Função Exponencial Composta
Se 𝑦 = 𝑢𝑣 , onde 𝑢 = 𝑢(𝑥) e 𝑣 = 𝑣(𝑥) são funções de x, deriváveis num intervalo I e 𝑢(𝑥) > 0 ,
∀ 𝑥 ∈ 𝐼, então
𝑦 ′ = 𝑣 𝑢𝑣−1 𝑢′ + 𝑢𝑣 ln 𝑢 𝑣 ′ .

Demonstração
- Determinando a derivada de y.
𝑦 = 𝑢𝑣
- Aplicando logaritmo neperiano aos dois lados da expressão
ln 𝑦 = ln 𝑢𝑣 ⇒ ln 𝑦 = 𝑣 ln 𝑢
- Derivando os dois lados da expressão da direita:
1 ′ 1 ′ 1
𝑦 = 𝑣 ′ ln 𝑢 + 𝑣 (ln 𝑢)′ ⇒ 𝑦 = 𝑣 ′ ln 𝑢 + 𝑣 𝑢′
𝑦 𝑦 𝑢
1 ′
𝑦 ′ = 𝑢𝑣 (𝑣 ′ ln 𝑢 + 𝑣 𝑢 ) ⟹ 𝑦 ′ = 𝑢𝑣 ln 𝑢 𝑣 ′ + 𝑣 𝑢𝑣−1 𝑢′
𝑢

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 203


Generalizando, podemos determinar as derivadas de funções exponenciais ou logarítmicas em
bases diferentes da base neperiana, convertendo as funções para a base e ou usar as regras de derivação
apresentadas na tabela abaixo:

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 204


Exemplo 5
2 +3𝑥−1
Determinar a derivada da função 𝑦 = 32𝑥 .
Solução
- Chamando 2𝑥 2 + 3𝑥 − 1 de v, teremos 𝑦 = 3𝑣 .
Logo,
𝑦 ′ = 3𝑣 ln 3 𝑣 ′ + 𝑣 (3𝑣−1 ) (3′ )

2 +3𝑥−1 2 +3𝑥−2
𝑦 ′ = 32𝑥 ln 3 (2𝑥 2 + 3𝑥 − 1)′ + (2𝑥 2 + 3𝑥 − 1) (32𝑥 ) (0)

2 +3𝑥−1
𝑦 ′ = 32𝑥 (4𝑥 + 3) ln 3

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 205


Exemplo 6
1 √𝑥
Determinar a derivada da função 𝑦 = (2)

Solução
1 𝑣
- Temos 𝑦 = (2) , onde 𝑣 = √𝑥.

Assim,
Generalizando a derivada da função exponencial
𝑣

1 1 ′
𝑦 = ( ) ( ln ) 𝑣
2 2
Então,
√𝑥
1 1 ′
𝑦 ′ = ( ) ( ln ) (√𝑥)
2 2
√𝑥
1 1 1
𝑦′ = ( ) ( ) ( ln )
2 2 √𝑥 2

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 206


Exemplo 7
𝑥+1
Determinar a derivada de 𝑦 = 𝑒 𝑥−1

Solução
𝑥+1
- Fazendo 𝑦 = 𝑒 𝑣 , com 𝑣 = 𝑥−1 , temos:

Generalizando, a expressão da derivada da função exponencial de base e.


𝑦′ = 𝑒𝑣 𝑣′
Então,


𝑥+1 (1)(𝑥 − 1) − (1)(𝑥 + 1)
𝑦 = 𝑒 𝑥−1 ( )
(𝑥 − 1)2


𝑥+1 −2
𝑦 = 𝑒 𝑥−1 ( )
(𝑥 − 1)2

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 207


Exemplo 8
Determinar a derivada da função 𝑦 = log 2 (3𝑥 2 + 7𝑥 − 1).
Solução
- Chamando 𝑢 = 3𝑥 2 + 7𝑥 − 1 , então
𝑦 = log 2 𝑢
Logo,
Generalizando, a expressão da derivada da função logarítmica.


𝑢′
𝑦 = ( ) log 2 𝑒
𝑢
Então
( 2 ) ′
3𝑥 + 7𝑥 − 1
𝑦′ = log 2 𝑒
3𝑥 2 + 7𝑥 − 1
6𝑥 + 7
𝑦′ = ( 2 ) (log 2 𝑒)
3𝑥 + 7𝑥 − 1

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 208


Exemplo 9
Determinar a derivada de 𝑦 = (𝑥 2 + 1)(2𝑥−1) .
Solução
- Chamando 𝑦 = 𝑢𝑣 , onde 𝑢 = 𝑥 2 + 1 > 0 e 𝑣 = 2𝑥 − 1. Assim,

𝑦 ′ = (2𝑥 − 1) (𝑥 2 + 1)(2𝑥−1−1) (𝑥 2 + 1)′ + (𝑥 2 + 1)(2𝑥−1) [ln(2𝑥 − 1)] (2𝑥 − 1)′

𝑦 ′ = (2𝑥 − 1) (𝑥 2 + 1)(2𝑥−2) (2𝑥) + (𝑥 2 + 1)(2𝑥−1) [ln(2𝑥 − 1)] (2)

𝑦 ′ = (4𝑥 2 − 2𝑥 ) (𝑥 2 + 1)(2𝑥−2) + 2 (𝑥 2 + 1)(2𝑥−1) [ln(2𝑥 − 1)]

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 209


Exemplo 10
Determinar a derivada das seguintes funções:
1
(a) 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 (𝑥 2 ) (b) 𝑦 = cos (𝑥)

Solução
(a) 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 (𝑥 2 )
Fazendo 𝑢 = 𝑥 2 , e consultando uma tabela de derivadas para 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 (𝑢), teremos:
𝑦 ′ = cos 𝑢 . 𝑢′
𝑦 ′ = cos(𝑥 2 ) . 2 𝑥
𝑦 ′ = 2 𝑥 cos(𝑥 2 )

1
(b) 𝑦 = cos (𝑥)
1
Fazendo 𝑢 = 𝑥, e consultando uma tabela de derivadas para 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠 (𝑢), teremos:
1 1 1 1
𝑦 ′ = − 𝑠𝑒𝑛 𝑢 . 𝑢′ ; 𝑦 ′ = − 𝑠𝑒𝑛 . (− 𝑥 2 ) ; 𝑦 ′ = 𝑥 2 𝑠𝑒𝑛
𝑥 𝑥

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II.6 - Derivadas de Ordem Superior
Seja f uma função derivável definida em um certo intervalo.
A sua derivada 𝑓 ′ pode ser também uma função e definida no mesmo intervalo.
Poderemos, portanto, pensar na derivada da função 𝑓 ′ .

Definição
Seja f uma função derivável. Se 𝑓 ′ (𝑥) também for derivável, então a sua derivada é chamada
derivada segunda de f e é representada por 𝑓 ′′ (𝑥).
Se 𝑓 ′′ (𝑥) é uma função derivável, sua derivada, representada por 𝑓 ′′′ (𝑥), é chamada derivada
terceira de f(x).
A derivada de ordem n ou n-ésima derivada de f, representada por 𝑓 𝑛 (𝑥), é obtida derivando-se a
derivada de ordem (n - 1) de f.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 211


O quadro a seguir mostra as várias formas de representar derivadas de ordem superior.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 212


Exemplo 1
Determine as primerias três derivadas da função 𝑓 (𝑥 ) = 3 𝑥 2 + 8 𝑥 + 1, então
𝑓 ′ (𝑥 ) = 6𝑥 + 8
𝑓 ′′ (𝑥 ) = 6
𝑓 ′′′ (𝑥 ) = 0

Exemplo 2
Determine a derivada segunda de 𝑓(𝑥 ) = tan 𝑥.
Solução
Consultando uma tabela de derivadas teremos:
𝑓 ′ (𝑥 ) = sec 2 𝑥
Fazendo 𝑢 = sec 𝑥, e consultando uma tabela de derivadas para 𝑦 = 𝑢2 , teremos:
𝑓 ′′ (𝑥 ) = 2 𝑢 . 𝑢′
𝑓 ′′ (𝑥 ) = 2 sec 𝑥 . (sec 𝑥 . tan 𝑥)
𝑓 ′′ = 2 sec 2 𝑥 tan 𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 213


Exemplo 3
Determine as derivadas n-ésimas das funções abaixo:
𝑥⁄
(a) 𝑓(𝑥 ) = 𝑒 2 (b) 𝑓 (𝑥 ) = sin 𝑥
Solução
(a) Fazendo 𝑢 = 𝑥⁄2 e consultando uma tabela de derivadas para 𝑦 = 𝑒 𝑢 , teremos:

𝑓 ′ (𝑥 ) = 𝑒 𝑢 . 𝑢′

′( 𝑥⁄ 1 1 𝑥⁄
𝑓 𝑥) = 𝑒 2 . ( )= 𝑒 2
2 2
Analogamente,
1 𝑥
𝑓 ′′ (𝑥 ) = 𝑒 ⁄2
4
1 𝑥
𝑓 ′′′ (𝑥 ) = 𝑒 ⁄2
8
Generalizando,
1 𝑥⁄
𝑓 (𝑛) (𝑥 ) = 𝑒 2
2𝑛
Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 214
(b) 𝑓 ′ (𝑥 ) = cos 𝑥
𝑓 ′′ (𝑥 ) = − sin 𝑥
𝑓 ′′′ (𝑥 ) = − cos 𝑥
𝑓 (4) (𝑥 ) = sin 𝑥

cos 𝑥 , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑛 = 1 , 5 , 9 , ⋯
− sin 𝑥 , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑛 = 2 , 6 , 10 , ⋯
𝑓 (𝑛) (𝑥 ) = {
− cos 𝑥 , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑛 = 3 , 7 , 11 , ⋯
sin 𝑥 , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑛 = 4 , 8 , 12 , ⋯
Generalizando,
𝑛
𝑛(
(−1)2 𝑠𝑖𝑛 𝑥 , 𝑠𝑒 𝑛 é 𝑝𝑎𝑟
𝑓 𝑥) = { 𝑛−1
(−1) 2 𝑐𝑜𝑠 𝑥 , 𝑠𝑒 𝑛 é í𝑚𝑝𝑎𝑟

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 215


Aceleração
Como visto, na seção II.3, a velocidade de um corpo que está se movendo em linha reta é dada pela
derivada da função posição.
Assim, a taxa de variação da posição de um corpo em relação ao tempo é definida como a
velocidade do corpo.
Analogamente, a taxa de variação da velocidade em relação ao tempo é definida como a
aceleração do corpo.

𝑠 = 𝑓(𝑡) Função posição


𝑑
𝑠 = 𝑓 ′ (𝑡) Função velocidade
𝑑𝑡
𝑑2
2
𝑠 = 𝑓 ′′ (𝑡) Função aceleração
𝑑𝑡

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 216


Exemplo 4
Uma bola é arremessada verticalmente para cima do alto de um morro de 50 metros de altura. A
velocidade inicial da bola é de 14 metros por segundo, e, portanto, a função posição é 𝑠(𝑡) = −4,9 𝑡 2 +
14 𝑡 + 50, onde t é o tempo em segundos.
Determine a altura, a velocidade e a aceleração da bola no instante t = 3.
Solução
- A função velocidade é obtida pela derivada da função posição.
𝑠(𝑡) = −4,9 𝑡 2 + 14 𝑡 + 50 Função posição
𝑑
𝑠(𝑡) = 𝑓 ′ (𝑡) = −9,8 𝑡 + 14 Função velocidade
𝑑𝑡

- A função aceleração é obtida pela derivada da função velocidade.


𝑑
𝑠(𝑡) = 𝑓 ′ (𝑡) = −9,8 𝑡 + 14 Função velocidade
𝑑𝑡
𝑑2
2
𝑠(𝑡) = 𝑓 ′′ (𝑡) = −9,8 Função aceleração
𝑑𝑡

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 217


- No instante t = 3 teremos:
𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 = 𝑠(3) = −4,9 (3)2 + 14 (3) + 50 = 47,9 𝑚
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑓 ′ (3) = −9,8 (3) + 14 = −15,4 𝑚/𝑠
𝐴𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 = 𝑓 ′′ (3) = −9,8 𝑚/𝑠 2

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 218


Exemplo 5
A velocidade v (em metros por segundo) de um certo automóvel que parte do repouso é dada por
25 𝑡
𝑣(𝑡) = , onde t é o tempo (em segundos). A posição do automóvel é mostrada na Figura 2.32.
𝑡+5

Determine a velocidade e a aceleração do automóvel a intervalos de 10 segundos de t = 0 a t = 60.


Solução

- Derivando a função velocidade


𝑑 25 (𝑡 + 5) − (1)25 𝑡 125
𝑣(𝑡) = =
𝑑𝑡 (𝑡 + 5)2 (𝑡 + 5)2

t (s) 0 10 20 30 40 50 60
v (m/s) 0 16,7 20,0 21,43 22,22 22,73 23,08
𝑑
𝑣 (𝑚/𝑠 2 ) 5 0,56 0,20 0,10 0,06 0,04 0,03
𝑑𝑡

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 219


II.7 - Derivação Implícita
Até o momento, quase todas as funções de duas variáveis estavam expressas na forma explícita
𝑦 = 𝑓(𝑥). Ou seja, uma das variáveis era expressa explicitamente em termos da outra.
Muitas funções, porém, não são expressas na forma explícita e sim através de uma equação que
envolve as duas variáveis.

Exemplo 1
𝑑𝑦⁄
Determine 𝑑𝑥 para a equação x y = 1.
Solução
- Explicitando y
1 𝑑 −2 1
𝑦=𝑥 𝑦 = −𝑥 = − 𝑥2 .
𝑑𝑥

Neste caso, a variável dependente pôde ser explicitada com facilidade.


Nem sempre, porém, isso acontece.
𝑑𝑦
Assim, por exemplo, como é possível calcular ⁄𝑑𝑥 para a equação 𝑥 2 − 2 𝑦 3 + 4 𝑦 = 2 se não
sabemos como expressar y em função de x?
Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 220
Para isso, podemos usar um método conhecido como derivação implícita.

Derivação Implícita
𝑑𝑦⁄
Para compreender o método usado para calcular 𝑑𝑥 , implicitamente, precisamos nos lembrar
de que a derivação está sendo executada em relação a x.
Logo, ao derivar um termo que também envolve a variável y, devemos aplicar a Regra da Cadeia,
já que supomos que a variável y é função de x.

Exemplo 2
Derive em relação a x as expressões dadas.
(a) 3 𝑥 2 (b) 2 𝑦 3 (c) 𝑥 + 3 𝑦 (d) 𝑥 𝑦 2
Solução
(a) A única variável nesta expressão é x; assim, para derivar em relação a x, podemos usar a Regra da
Potência e a Regra da Multiplicação por uma Constante para obter
𝑑
[3 𝑥 2 ] = 6 𝑥.
𝑑𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 221


(b) Supor que y é uma função derivável e usamos a Regra da Cadeia.
𝑢′
𝑐 𝑛 𝑢𝑛−1
𝑑 ⏞
𝑑
[2 𝑦 ] = ⏞
3 (⏞
2 3 𝑦 ) ⏞2 𝑦
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑
[2 𝑦 3 ] = 6 𝑦 2 𝑦
𝑑𝑥 𝑑𝑥

(c) Aplicar a Regra da Soma e a Regra da Multiplicação por uma Constante.


𝑑 𝑑
[𝑥 + 3 𝑦 ] = 1 + 3 𝑦
𝑑𝑥 𝑑𝑥

(d) De acordo com a Regra do Produto e a Regra da Cadeia, temos:


𝑑 𝑑 𝑑 2 𝑑
[𝑥 𝑦 2 ] = [𝑥 ] 𝑦 2 + 𝑥 [𝑦 ] = 𝑦 2 + 𝑥 2 𝑦 𝑦
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑
[𝑥 𝑦 2 ] = 𝑦 2 + 2 𝑥 𝑦 𝑦
𝑑𝑥 𝑑𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 222


Roteiro dos Procedimentos da Derivação Implícita

Considere uma equação que envolva x e y e na qual y seja uma função derivável de x.
𝑑𝑦⁄
Os passos a seguir podem ser usados para determinar 𝑑𝑥.
1. Derive os dois membros da equação em relação a x.
𝑑𝑦⁄
2. Escreva os resultados de tal forma que todos os termos que envolvem 𝑑𝑥 estejam do
lado esquerdo da equação e todos os outros termos estejam do lado direito da equação.
𝑑𝑦⁄
3. Coloque 𝑑𝑥 em evidência no lado esquerdo da equação.
𝑑𝑦⁄
4. Explicite 𝑑𝑥, dividindo ambos os membros da equação pelo fator do lado esquerdo que
𝑑𝑦⁄
não envolve 𝑑𝑥.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 223


Exemplo 3

Determine a inclinação da reta tangente à elipse 𝑥 2 + 4 𝑦 2 = 4 no ponto (√2 , − 1⁄ ), como mostra


√2
a Figura 2.33.
Solução
𝑥2 + 4 𝑦2 = 4
- Derivar em relação a x.
𝑑 2 𝑑
[𝑥 + 4 𝑦 2 ] = [4]
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑
2𝑥 + 8 𝑦 𝑦=0
𝑑𝑥
𝑑𝑦⁄ - Substituindo o ponto dado na equação da tangente.
- Evidenciando 𝑑𝑥 e simplificar.
𝑑 √2 1
𝑑 𝑚𝑡 = 𝑦=− =
8𝑦 𝑦 = −2 𝑥 𝑑𝑥 4 (− ⁄ ) 2
1
𝑑𝑥
√2
𝑑 2𝑥 𝑥
𝑦=− =−
𝑑𝑥 8𝑦 4𝑦

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 224


Exemplo 4
𝑑𝑦⁄ 3 2 2
Determine 𝑑𝑥 para a equação 𝑦 + 𝑦 − 5𝑦 − 𝑥 = −4.

Solução
- Derivando em relação a x.
𝑦 3 + 𝑦 2 − 5𝑦 − 𝑥 2 = −4
𝑑 3 𝑑
[𝑦 + 𝑦 2 − 5𝑦 − 𝑥 2 ] = [−4]
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑 𝑑
3 𝑦2 𝑦+2𝑦 𝑦 −5 𝑦−2𝑥 =0
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥

𝑑𝑦⁄ - A curva da equação original aparece na Figura 2.34.


- Evidenciando 𝑑𝑥.
Determine a inclinação da curva nos pontos (1 , -3), (2 , 0) e
𝑑
𝑦 (3 𝑦 2 + 2 𝑦 − 5 ) = 2 𝑥 (1 , 1)?
𝑑𝑥
2 (1) 1 2 (2) 4
𝑑 2𝑥 𝑚𝑡 = [3 (−3)2 +2 (−3)−5] = 8 ... 𝑚𝑡 = [3 (0)2 +2 (0)−5] = − 5 ...
𝑦=
𝑑𝑥 (3 𝑦 2 + 2 𝑦 − 5 )

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 225


Exemplo 5
Determine a inclinação da curva da equação 2 𝑥 2 − 𝑦 2 = 1 no ponto (1 , 1).
Solução
- Derivando em relação a x.
2 𝑥2 − 𝑦2 = 1
𝑑 𝑑
[2 𝑥 2 − 𝑦 2 ] = [1]
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑
4𝑥−2𝑦 𝑦=0
𝑑𝑥

𝑑𝑦⁄
- Evidenciando 𝑑𝑥.
𝑑 4𝑥 2𝑥
4𝑥−2𝑦 𝑦= =
𝑑𝑥 2𝑦 𝑦
2 (1)
- A inclinação da curva no ponto (1 , 1) é dada por 𝑚𝑡 = (1)
=2

Como mostra a Figura 2.35. Essa curva é chamada de hipérbole.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 226


II.8 - Taxas Relacionadas
Nesta seção estudaremos problemas envolvendo variáveis que estão
associadas entre si e ainda com uma terceira variável comum, o tempo.
Quando duas variáveis estão relacionadas, suas taxas de variação em relação
ao tempo também estão relacionadas.

Quando água está saindo de um tanque cônico, figura ao lado, o volume V, o


raio r, e a altura h do nível de água variam com o tempo t.

Sabendo-se que estas variáveis estão relacionadas pela equação:

𝜋
𝑉= 𝑟2 ℎ equação (relação funcional) original
3

podemos aplicar derivação implícita, em relação a t, e obtermos uma equação de


taxa relacionada.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 227


𝑑 𝑑 𝜋 2
(𝑉 ) = ( 𝑟 ℎ)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 3

𝑑𝑉 𝜋 2 𝑑ℎ 𝑑𝑟
= [𝑟 + ℎ (2 𝑟 )]
𝑑𝑡 3 𝑑𝑡 𝑑𝑡

𝑑𝑉 𝜋 2 𝑑ℎ 𝑑𝑟
= (𝑟 +2𝑟ℎ )
𝑑𝑡 3 𝑑𝑡 𝑑𝑡

Por meio desta equação nós podemos verificar que a taxa de variação de V está relacionada com as
taxas de variação tanto de r quanto de h.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 228


Exemplo 1
Considere que as variáveis x e y são funções deriváveis de t e estão relacionadas por 𝑦 = 𝑥 2 + 3.
𝑑𝑥 𝑑𝑦
Sabendo que, para x = 1 , = 2, determine para x = 1.
𝑑𝑡 𝑑𝑡

Solução
- Usaremos a regra da cadeia para derivar os dois membros da equação em relação a t.
𝑦 = 𝑥2 + 3 Função dada
𝑑 𝑑
[𝑦 ] = [𝑥 2 + 3] Derivar em relação a t.
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑦 𝑑𝑥
= 2 𝑥 𝑑𝑡 Aplicar a regra da cadeia
𝑑𝑡

𝑑
Para x = 1 e 𝑑𝑡 𝑥 = 2, teremos:
𝑑𝑦
= 2 (1) (2) = 4.
𝑑𝑡

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 229


Exemplo 2
Uma pedra, jogada no centro de um lago calmo, produz ondas com a forma de círculos concêntricos,
como mostrado na figura abaixo. O raio r da primeira onda formada está aumentando a uma taxa
constante de 1 metro por segundo. Quando o raio é de 4 metros, a que taxa a área total A coberta pelas
ondas está aumentando?
Solução
- Estabelecendo as relações entre as variáveis área e raio.
As variáveis r e A estão relacionadas pela equação da área do círculo,
𝐴 = 𝜋 𝑟 2 . Para resolver o problema, consideramos o fato de que a taxa de
𝑑𝑟
variaçõa do raio é dada por 𝑑𝑡 .
- Equação: 𝐴 = 𝜋 𝑟 2
𝑑𝑟
- Taxa dada: 𝑑𝑡 = 1 para r = 4.

- Determinando as taxas relacionadas:


𝑑 𝑑 𝑑𝐴 𝑑𝑟
[𝐴 ] = [𝜋 𝑟 2 ] = 2 𝜋 𝑟 𝑑𝑡
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑟 2
Para : = 1 e r = 4, temos:
𝑑𝐴
( ) ( )
=2𝜋 4 1 =8𝜋 𝑚 ⁄𝑠
𝑑𝑡 𝑑𝑡

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 230


Roteiro para Resolver Problemas de Taxas Relacionadas

1. Identifique todas as grandezas conhecidas e todas as grandezas a serem determinadas.


Se possível, faça um desenho e represente cada variável por uma letra.
2. Escreva uma equação que relacione todas as variáveis cujas taxas de variação são
conhecidas ou que devam ser determinadas.
3. Use a Regra da Cadeia para derivar ambos os membros da equação em relação ao tempo.
4. Substitua na equação resultante todos os valores conhecidos das variáveis e de suas taxas
de variação. Em seguida, explicite a taxa de variação pedida.

Obs.: Os passos 3 e 4 do roteiro devem ser executados na ordem indicada.


Não substitua as variáveis por seus valores antes de derivar a equação

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 231


Exemplo 3
Um balão esférico está sendo enchido com ar à taxa de 4,5 centímetros cúbicos por minuto, como
mostrado na Figura 2.37.
Determine a taxa de variação do raio do balão quando o raio é de 2 centímetros.
Solução
Seja V o volume, e r o raio do balão. Como o volume está aumentando à taxa
𝑑𝑉
de 4,5 cm3/min, sabemos que = 4,5.
𝑑𝑡

A equação que relaciona V e r é 𝑉 = 4 𝜋 𝑟 3 /3.

- Definição do modelo matemático:


4
Equação: 𝑉 = 3 𝜋 𝑟3
𝑑𝑉
Taxa dada: = 4,5
𝑑𝑡
𝑑𝑟
O que fazer: calcular 𝑑𝑡 para r = 2.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 232


- Derivando a equação, obtemos:
4
𝑉 = 𝜋 𝑟3
3
𝑑 𝑑 4
[𝑉 ] = [ 𝜋 𝑟 3 ]
𝑑𝑡 𝑑𝑡 3
𝑑𝑉 4 2
𝑑𝑟
= 𝜋 (3 𝑟 )
𝑑𝑡 3 𝑑𝑡

𝑑𝑟
Explicitando 𝑑𝑡
𝑑𝑟 1 𝑑𝑉
=
𝑑𝑡 4 𝜋 (𝑟 2 ) 𝑑𝑡

𝑑𝑉
Para r = 2 e = 4,5, a taxa de variação do raio é de:
𝑑𝑡

𝑑𝑟 1
= 4,5 ≈ 0,09 𝑐𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝑑𝑡 4 𝜋 (22 )

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 233


Exemplo 4
Uma aeronave está voando com um plano de voo que passa
diretamente sobre uma estação de rastreamento por radar, como
mostrado na figura ao lado, a uma altitude de 6 milhas.
Se s está reduzindo a uma taxa de 400 milhas por hora, quando 𝑠 = 10
milhas, qual é a velocidade da aeronave?

Solução
- Seja x a distância horizontal a partir da estação até a aeronave, como
mostrado na figura.
- Quando 𝑠 = 10 , então 𝑥 = √102 − 36 = 8.
- Informações do enunciado:
𝑑𝑠
= −400 quando 𝑠 = 10
𝑑𝑡
𝑑𝑥
=? , quando 𝑠 = 10 e 𝑥 = 8
𝑑𝑡

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 234


- Resolvendo as equações
𝑥 2 + 62 = 𝑠 2 Teorema de Pitágoras
𝑑𝑥 𝑑𝑠
2𝑥 =2𝑠 Diferenciando em relação a t
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑥 𝑠 𝑑𝑠 𝑑𝑥
=𝑥 Simplificando para
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑥 10
= (−400) Substituindo valores
𝑑𝑡 8

A velocidade será de:


𝑑𝑥
= −500 𝑚𝑖/ℎ Simplificando
𝑑𝑡

A velocidade é negativa por que está associada a uma distância que está reduzindo.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 235


Exemplo 5
Encontre a taxa de variação no ângulo de elevação da câmera
mostrada na figura ao lado 10 seg após o lançamento da espaçonave.
Solução
- Seja 𝜃 o ângulo de elevação como mostrado na figura.
- Quando 𝑡 = 10, a altura s da espaçonave é 𝑠 = 50 𝑡 2 = 5000 feet.
- Informações dadas:
𝑑𝑠
= 100 𝑡 Velocidade da espaçonave
𝑑𝑡
𝑑𝜃
=? Quando 𝑡 = 10 e 𝑠 = 5000
𝑑𝑡

- Usando a figura ao lado, nós podemos estabelecer a relação


𝑠
funcional entre 𝜃 e 𝑠 que pode ser: tan 𝜃 = 2000

- Resolvendo as equações
𝑠
tan 𝜃 = 2000 Teorema de Pitágoras
𝑑𝜃 1 𝑑𝑠
(sec 2 𝜃 ) = 2000 (𝑑 𝑡) Diferenciando em relação a t
𝑑𝑡
Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 236
𝑑𝜃 100 𝑡
= cos 2 𝜃 ( 2000 ) Substituindo velocidade da espaçonave
𝑑𝑡

𝑑𝜃 2000 2 100 𝑡
=( ) ( 2000 ) Substituindo na expressão, o cos 𝜃
𝑑𝑡 √𝑠 2 +20002

- Quando 𝑡 = 10 e 𝑠 = 5000, teremos:


𝑑𝜃 2000 (100) (10) 2
= = 29 rad / seg
𝑑𝑡 50002 +20002

Essa é a taxa de elevação da espaçonave.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 237


Exemplo 6
No mecanismo mostrado na figura abaixo, uma haste de 7 polegadas é presa a uma manivela de 3
polegadas. O mecanismo gira, no sentido antihorário, com uma taxa constante de 200 rotações por
𝜋
minuto. Encontre a velocidade do piston quando 𝜃 = 3 .

Solução
- Definindo as variáveis como mostrado na figura.
- Sabe-se que uma rotação completa do mecanismo corresponde a um ângulo de 2 𝜋 radianos, de onde
𝑑𝜃
se conclui que = 200 (2 𝜋) = 400 𝜋 radianos por minuto.
𝑑𝑡

- Informações dadas
𝑑𝜃
= 400 𝜋 Taxa constante
𝑑𝑡
Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 238
𝑑𝑥 𝜋
=? , quando 𝜃 =
𝑑𝑡 3

- Usando a Lei dos Cossenos para determinar uma relação entre 𝑥 e 𝜃:


- Resolvendo as equações
72 = 32 + 𝑥 2 − 2 (3)(𝑥 ) cos 𝜃
𝑑𝑥 𝑑𝜃 𝑑𝑥
0=0+2𝑥 − 6 (−(𝑥 ) sin 𝜃 + cos 𝜃 )
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑥 𝑑𝜃
(6 cos 𝜃 − 2 𝑥 ) = 6 𝑥 sin 𝜃
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑥 6 𝑥 sin 𝜃 𝑑𝜃
= (6 cos 𝜃 − 2 𝑥) ( 𝑑 𝑡 )
𝑑𝑡
𝜋
Quando 𝜃 = , podemos encontrar o valor de x correspondente:
3
𝜋
72 = 32 + 𝑥 2 − 2 (3)(𝑥 ) cos 3
𝜋
49 = 9 + 𝑥 2 − 2 (3)(𝑥 ) cos 3
1
0 = 𝑥 2 − 6 (𝑥 ) (2) − 40

(𝑥 − 8) (𝑥 + 5) = 0 Escolhendo a solução positiva desta equação


Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 239
𝜋
Logo, quando 𝑥 = 8 e 𝜃 = , a velocidade do piston é:
3
√3
𝑑𝑥 6 (8) ( )
2
= 1 (400 𝜋)
𝑑𝑡 [6 ( ) − 16]
2

𝑑𝑥 9600 𝜋 √3
=
𝑑𝑡 − 13
𝑑𝑥
≈ −4018 𝑝𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛
𝑑𝑡

Obs: A velocidade é negativa por que está associada a uma variação de espaço que está reduzindo.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 240


Exemplo 7
O lucro L de uma empresa (em reais) com a venda de x unidades de um produto pode ser modelado pela
1
equação 𝐿 = 500 𝑥 − 4 𝑥 2 . As vendas estão aumentando à taxa de dez unidades por dia.
Determine a taxa de variação do lucro (em reais por dia) no momento em que a empresa acabou de
vender 500 unidades.
Solução
- Derivando a equação dada em relação ao tempo t.
1 2
𝐿 = 500 𝑥 − 𝑥
4
𝑑𝐿 𝑑𝑥 1 𝑑𝑥
= 500 − 2 (𝑥 )
𝑑𝑡 𝑑𝑡 4 𝑑𝑡

𝑑𝑥
Como as vendas estão aumentando à taxa constante de dez unidades por dia, = 10.
𝑑𝑡
𝑑𝑥
- Para x = 500 unidades e = 10, a taxa de variação do lucro é:
𝑑𝑡
𝑑𝐿 1
= 500 (10) − 2 (500) (10) = 5000 − 2500 = 𝑅$ 2.500,00 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑎
𝑑𝑡 4

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 241


REFERÊNCIAS
Conteúdo deste capítulo foi compilado de:

LARSON, R. & EDWARDS, B. H.; Calculus, 9 ed., Brooks/Cole, Cengage Learning, 2010.

LARSON, R. & EDWARDS, B. H.; com a assistência de FALVO, D. C., Cálculo com Aplicações, 6 ed., Rio de
Janeiro – RJ, LTC, 2008.

LEITHOLD, L; O Cálculo com Geometria Analítica, São Paulo – SP, Harbra Editora Harper & Row do
Brasil Ltda., 1977.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 242

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