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Unidade V – Técnicas de Integração

5.1- Integração por Substituição


- Integração por Substituição
Nesta técnica, chamaremos de u uma parte do integrando e escreveremos toda a integral em termos
de u.

- Roteiro do Método de Integração por Substituição


1. Defina u como uma função de x (geralmente parte do integrando).
2. Determine x e dx em função de u e du.
3. Expresse todo o integrando com uma função de u multiplicada por du e tente aplicar uma das
equações básicas de integração.
Se isso não for possível, experimente usar uma substituição diferente.
4. Depois de integrar, expresse o resultado como uma função de x.

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Exemplo 1
𝑥
Determine a integral indefinida ∫ (𝑥+1)2 𝑑𝑥 .

Solução
- Definindo u como função de x.
Se 𝑢 = 𝑥 + 1,
- Determinando x e dx como função de u.
então 𝑥 = 𝑢 − 1 𝑒 𝑑𝑥 = 𝑑𝑢
- Substituindo no integrando
𝑥 𝑢−1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑢
(𝑥 + 1)2 𝑢2
𝑥 1 1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ ( − 2 ) 𝑑𝑢
(𝑥 + 1)2 𝑢 𝑢
𝑥 1
∫ 𝑑𝑥 = ln |𝑢 | + +𝐶
(𝑥 + 1)2 𝑢
𝑥 1
∫ 𝑑𝑥 = ln|𝑥 + 1| + +𝐶
(𝑥 + 1)2 𝑥+1
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Exemplo 2
Determine ∫ 𝑥 √𝑥 2 − 1 𝑑𝑥 .
Solução
- Definindo u como função de x.
𝑢 = 𝑥2 − 1
- Determinando x e dx como função de u.
𝑑𝑢
𝑑𝑢 = 2 𝑥 𝑑𝑥 → 𝑥𝑑𝑥 =
2
- Substituindo no integrando
1
∫ 𝑥 √𝑥 2 − 1 𝑑𝑥 = ∫ 𝑢1/2 𝑑𝑢
2
1 𝑢3/2
∫𝑥 √𝑥 2 − 1 𝑑𝑥 = +𝐶
2 3/2
1 3/2
∫ 𝑥 √𝑥 2 − 1 𝑑𝑥 = 𝑢 +𝐶
3
1 2
∫ 𝑥 √𝑥 2 − 1 𝑑𝑥 = (𝑥 − 1)3/2 + 𝐶
3
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Exemplo 3
𝑒 3𝑥
Determine ∫ 1+𝑒 3𝑥 𝑑𝑥 .

Solução
- Definindo u como função de x.
𝑢 = 1 + 𝑒 3𝑥
- Determinando x e dx como função de u.
𝑑𝑢
𝑑𝑢 = 3 𝑒 3𝑥 𝑑𝑥 → 𝑒 3𝑥 𝑑𝑥 =
3
- Substituindo no integrando
𝑒 3𝑥 1 1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑢
1 + 𝑒 3𝑥 3 𝑢
𝑒 3𝑥 1
∫ 𝑑𝑥 = ln|𝑢| + 𝐶
1 + 𝑒 3𝑥 3
𝑒 3𝑥 1
∫ 3𝑥
𝑑𝑥 = ln(1 + 𝑒 3𝑥 ) + 𝐶
1+𝑒 3

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Exemplo 4
Determine a integral indefinida ∫ 𝑥 √𝑥 − 1 𝑑𝑥
Solução
- Definindo u como função de x.
𝑢 =𝑥−1
- Determinando x e dx como função de u.
𝑑𝑢 = 𝑑𝑥 → 𝑥 = 𝑢 + 1
- Substituindo no integrando

∫ 𝑥 √𝑥 − 1 𝑑𝑥 = ∫(𝑢 + 1) (𝑢1/2 ) 𝑑𝑢

∫ 𝑥 √𝑥 − 1 𝑑𝑥 = ∫(𝑢3/2 + 𝑢1/2 ) 𝑑𝑢

2 5/2 2 3/2
∫ 𝑥 √𝑥 − 1 𝑑𝑥 = 𝑢 + 𝑢 +𝐶
5 3
2 2
∫ 𝑥 √𝑥 − 1 𝑑𝑥 = (𝑥 − 1) + (𝑥 − 1)3/2 + 𝐶
5/2
5 3

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- Substituição e Integrais Definidas
O quarto passo do roteiro para integração por substituição fala em escrever novamente a
antiderivada com função da variável x.
Para integrais definidas, muitas vezes, é mais conveniente determinar os limites de integração para
a variável u.
Frequentemente, é mais fácil fazer isso do que converter o resultado novamente para a variável x e
usar os limites de integração originais.

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Exemplo 5
5 𝑥
Determine ∫1 𝑑𝑥
√2𝑥−1

Solução
- Definindo u como função de x.
𝑢 = √2𝑥 − 1 → 𝑢2 = 2𝑥 − 1
- Determinando x e dx como função de u.
(𝑢2 + 1)⁄
𝑥= 2 , 𝑑𝑥 = 𝑢 𝑑𝑢

- Determinando os novos limites de integração


𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟: 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 = 1 , 𝑢 = √2(1) − 1 = 1

𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟: 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 = 5 , 𝑢 = √2(5) − 1 = 3

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- Substituindo no integrando
5
𝑥 1 31 2
∫ 𝑑𝑥 = ∫ (𝑢 + 1) 𝑢 𝑑𝑢
1 √ 2𝑥 − 1 2 1 𝑢
5
𝑥 1 3 2
∫ 𝑑𝑥 = ∫ (𝑢 + 1) 𝑑𝑢
1 √2𝑥 − 1 2 1
5 3
𝑥 1 𝑢3
∫ 𝑑𝑥 = [ + 𝑢]
1 √2𝑥 − 1 2 3 1
5
𝑥 1 33 13
∫ 𝑑𝑥 = ( + 3) − ( + 1)
1 √2𝑥 − 1 2 3 3
5
𝑥 16
∫ 𝑑𝑥 =
1 √2𝑥 − 1 3

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5.2- Integração por Partes
- Integração por Partes
Esta técnica é particularmente útil no caso de integrandos que envolvem produtos de funções
algébricas e funções exponenciais ou logarítmicas, como, por exemplo:
∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 e ∫ 𝑥 ln 𝑥 𝑑𝑥

A integração por partes se baseia na Regra do Produto da derivação.

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- Integração por Partes
Sejam u e v funções deriváveis de x.

∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢 𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢

A expressão da integração por partes expressa o integrando original em termos de outra integral.
Dependendo das escolhas de u e dv, a nova integral pode ser mais fácil ou mais difícil de calcular que a
integral original.

- Roteiro do Método de Integração por Partes


1. Escolha para dv a parte mais complicada do integrando cuja antiderivada pode ser obtida usando uma
regra básica de integração.
Escolha para u a parte restante do integrando.
2. Escolha para u a parte do integrando cuja derivada é uma função mais simples do que a u escolhida.
Escolha para dv a parte restante do integrando.

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Exemplo 1
Determine ∫ 𝑥 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 .
Solução
Para aplicar o método da integração por partes, precisamos escrever a equação original na forma
∫ 𝑢 𝑑𝑣. Isso significa que é necessário dividir 𝑥 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 em dois fatores:
- uma parte representando u e outra parte representando dv.
Existem várias possibilidades diferentes de realizar essa divisão:

Em acordo ao roteiro, devemos escolher a primeira opção, já que 𝑑𝑣 = 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 é a parte mais


complicada do integrando para a qual existe uma equação básica de integração e a derivada de 𝑢 = 𝑥 é
mais simples.

Com essas substituições, podemos aplicar a expressão da integração por partes.

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Exemplo 2
Determine ∫ 𝑥 2 ln 𝑥 𝑑𝑥 .
Solução
No caso dessa integral, é mais fácil integrar 𝑥 2 do que ln 𝑥.
Além disso, a derivada de ln 𝑥 é mais simples. Logo, escolhendo 𝑑𝑣 = 𝑥 2 𝑑𝑥.

Com essas substituições, podemos aplicar a expressão da integração por partes.

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Exemplo 3
Determine ∫ ln 𝑥 𝑑𝑥 .
Solução
Essa integral é diferente das anteriores por que possui apenas um fator.
Em casos como esse, escolhemos 𝑑𝑣 = 𝑑𝑥 e fazemos u igual ao fator único.

Com essas substituições, podemos aplicar a expressão da integração por partes.

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Exemplo 4
Determine ∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 .
Solução
Ao seguir o roteiro, observamos que a derivada de 𝑥 2 se torna mais simples, mas o mesmo não acontece
com a derivada de 𝑒 𝑥 . Assim, fazemos 𝑢 = 𝑥 2 e 𝑑𝑣 = 𝑒 𝑥 𝑑𝑥.

Com essas substituições, podemos aplicar a expressão da integração por partes.

Para calcular a nova integral do lado direito da equação resultante, aplicamos a integração por partes
uma segunda vez, usando as substituições abaixo:

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Com essas substituições, podemos aplicar a expressão da integração por partes.

OBS:
Ao usar a integração por partes mais de uma vez, é preciso cuidado para não inverter as
substituições em aplicações sucessivas do método.
No Exemplo 4, as primeiras substituições foram 𝑑𝑣 = 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 e 𝑢 = 𝑥 2 .
Se na segunda aplicação do método fosse usada a substituição 𝑑𝑣 = 2𝑥 𝑑𝑥 e 𝑢 = 𝑒 𝑥 , o efeito da
primeira integração seria anulado e estaríamos de volta à integral original.

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Exemplo 5
𝑒
Determine ∫1 ln 𝑥 𝑑𝑥.
A integração por partes foi usada para determinar a antiderivada de ln 𝑥 no Exemplo 3.
Usando esse resultado, podemos calcular o valor da integral definida:

A Figura 6.1 mostra a área representada por essa integral definida.

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OBS:
Lembre-se de que não basta saber como usar as várias técnicas de integração; é preciso também
saber quando usá-las.
A integração é, antes de tudo, um problema de avaliação: avaliar que expressão ou técnica é mais
promissora para resolver o problema proposto.
Frequentemente, basta uma pequena modificação do integrando para que a técnica de integração
tenha que ser substituída por outra. Exs:

No método da integração por partes, nem sempre é óbvio quais são as expressões mais adequadas
de u e dv. O quadro abaixo mostra as escolhas corretas para dois casos muito frequentes.

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5.3- Frações Parciais
- Frações Parciais
Esse método envolve a decomposição de uma função racional na soma de duas ou mais funções
racionais mais simples.
Para usar esse método, é preciso fatorar o denominador da função racional dada e decompor a
função em frações parciais.

- Frações Parciais
- Para determinar a decomposição em frações parciais de uma função racional própria 𝑝(𝑥)⁄𝑞(𝑥) ,
𝑝(𝑥)
fatore q(x) e escreva uma equação da forma: 𝑞(𝑥) = (𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑟𝑎çõ𝑒𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠).

- Para cada fator linear diferente da forma a x + b, o lado direito da equação deve incluir um termo da
𝐴
forma: 𝑎𝑥+𝑏

- Para cada fator linear repetido, da forma (𝑎𝑥 + 𝑏)𝑛 , o lado direito da equação deve incluir n termos da
1 𝐴 2 𝐴 𝑛 𝐴
forma: 𝑎𝑥+𝑏 + (𝑎𝑥+𝑏 ) 2 + ⋯ + (𝑎𝑥+𝑏 )𝑛

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Resumindo:

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Exemplo 1 – Fatores distintos
𝑥+7
Escreva a decomposição em frações parciais da função 𝑥 2 −𝑥−6 .

Solução
Começamos por fatorar o denominador, fazendo 𝑥 2 − 𝑥 − 6 = (𝑥 − 3) (𝑥 + 2).
Em seguida, escrevemos a decomposição em frações parciais como:
𝑥+7 𝐴 𝐵
= +
𝑥2 − 𝑥 − 6 𝑥 − 3 𝑥 + 2

Para determinar os valores de A e B, multiplicamos ambos os membros da equação pelo mínimo


denominador comum (𝑥 − 3) (𝑥 + 2). O resultado é a chamada equação básica, como:
𝑥 + 7 = 𝐴 (𝑥 + 2) + 𝐵 (𝑥 − 3)

Como esta equação deve ser válida para qualquer valor de x, podemos substituir x por qualquer valor
que seja conveniente. Em geral, os valores mais convenientes são as raízes do denominador comum.

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Fazendo x = -2
𝑥 + 7 = 𝐴 (𝑥 + 2) + 𝐵 (𝑥 − 3)
−2 + 7 = 𝐴 (−2 + 2) + 𝐵 (−2 − 3)
5 = 𝐴 (0) + 𝐵 (−5)
𝐵 = −1

Fazendo x = 3
𝑥 + 7 = 𝐴 (𝑥 + 2) + 𝐵 (𝑥 − 3)
3 + 7 = 𝐴 (3 + 2) + 𝐵 (3 − 3)
10 = 𝐴 (5) + 𝐵 (0)
𝐴= 2

Podemos escrever a decomposição em frações parciais:


𝑥+7 2 1
= −
𝑥2 − 𝑥 − 6 𝑥 − 3 𝑥 + 2
Assim, a solução da integral será mais fácil de ser obtida...
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Exemplo 2 – Fatores repetidos
5𝑥 2 +20𝑥+6
Determine ∫ 𝑑𝑥.
𝑥 3 +2𝑥 2 +𝑥

Solução
Começamos por fatorar o denominador, fazendo 𝑥 3 + 2𝑥 2 + 𝑥 = 𝑥 (𝑥 + 1)2 .
Em seguida, escrevemos a decomposição em funções parciais como:
5𝑥 2 + 20𝑥 + 6 𝐴 𝐵 𝐶
= + +
𝑥 (𝑥 + 1)2 𝑥 𝑥 + 1 (𝑥 + 1)2

Multiplicando ambos os membros da equação pelo mínimo denominador comum 𝑥 (𝑥 + 1)2


5𝑥 2 + 20𝑥 + 6 = 𝐴 (𝑥 + 1)2 + 𝐵 𝑥 (𝑥 + 1) + 𝐶 𝑥

Em seguida, determinamos os valores de A e C fazendo x = -1 e x = 0 na equação básica

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Fazendo x = -1
5(−1)2 + 20(−1) + 6 = 𝐴 (−1 + 1)2 + 𝐵 (−1) (−1 + 1) + 𝐶 (−1)
5 − 20 + 6 = 𝐴 (0) − 𝐵 (0) − 𝐶
𝐶=9

Fazendo x = 0
5(0)2 + 20(0) + 6 = 𝐴 (0 + 1)2 + 𝐵 (0) (0 + 1) + 𝐶 (0)
6 = 𝐴 (1)
𝐴= 6

Arbitrando um valor para x :


Fazendo x = 1
5(1)2 + 20(1) + 6 = 6 (1 + 1)2 + 𝐵 (1) (1 + 1) + 9 (1)
31 = 24 + 𝐵 (2) + 9
𝐵 = −1

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Resolvendo a integral
5𝑥 2 + 20𝑥 + 6 6 1 9
∫ 3 𝑑𝑥 = ∫ ( − + ) 𝑑𝑥
𝑥 + 2𝑥 2 + 𝑥 𝑥 𝑥 + 1 (𝑥 + 1)2
5𝑥 2 + 20𝑥 + 6 (𝑥 + 1)−1
∫ 3 𝑑𝑥 = 6 ln|𝑥 | − ln|𝑥 + 1| + 9 +𝐶
𝑥 + 2𝑥 2 + 𝑥 −1
5𝑥 2 + 20𝑥 + 6 𝑥6 9
∫ 3 𝑑𝑥 = ln | |− +𝐶
𝑥 + 2𝑥 2 + 𝑥 𝑥+1 𝑥+1

OBS:
O método da decomposição em frações parciais, ilustrado nos Exemplos 1 e 2, só pode ser aplicado a
funções racionais próprias, isto é, funções racionais em que o grau do numerador é menor que o grau
do denominador.
Se o grau do numerador é igual ou maior que o grau do denominador, é preciso efetuar a divisão antes
𝑥3
de aplicar o método das frações parciais. Assim, por exemplo, a função racional é imprópria.
𝑥 2 +1
𝑥3 𝑥
Portanto, dividimos o numerador pelo denominador para obter =𝑥− .
𝑥 2 +1 𝑥 2 +1

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Exemplo 3 – Grau do numerador maior que o do denominador
𝑥 5 +𝑥−1
Determine ∫ 𝑑𝑥 .
𝑥 4 −𝑥 3

Solução
Essa função racional é imprópria. Assim, dividimos o numerador pelo denominador:
𝑥5 + 𝑥 − 1 𝑥3 + 𝑥 − 1
=𝑥+1+ 4
𝑥4 − 𝑥3 𝑥 − 𝑥3

Aplicando o método de decomposição em frações parciais, temos:


𝑥3 + 𝑥 − 1 𝐴 𝐵 𝐶 𝐷
= + + +
𝑥 3 (𝑥 − 1) 𝑥 𝑥 2 𝑥 3 𝑥 − 1
Multiplicando os membros pelo mínimo denominador comum 𝑥 3 (𝑥 − 1), obtemos a equação básica.
𝑥 3 + 𝑥 − 1 = 𝐴 𝑥 2 (𝑥 − 1) + 𝐵 𝑥 (𝑥 − 1) + 𝐶 (𝑥 − 1) + 𝐷 𝑥 3

Usando técnicas similares às apresentadas nos Exemplos 1 e 2, obtemos os seguintes valores:


𝐴=0 , 𝐵=0 , 𝐶=1 𝑒 𝐷=1

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Logo, o resultado da integral é o seguinte:

𝑥5 + 𝑥 − 1 𝑥3 + 𝑥 − 1
∫ 4 𝑑𝑥 = ∫ (𝑥 + 1 + 4 ) 𝑑𝑥
𝑥 − 𝑥3 𝑥 − 𝑥3
𝑥5 + 𝑥 − 1 1 1
∫ 4 𝑑𝑥 = ∫ (𝑥 + 1 + + ) 𝑑𝑥
𝑥 − 𝑥3 𝑥3 𝑥 − 1
𝑥5 + 𝑥 − 1 𝑥2 1
∫ 4 𝑑𝑥 = + 𝑥 − + ln|𝑥 − 1| + 𝐶
𝑥 − 𝑥3 2 2 𝑥2

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Exemplo 4 – Fatores quadráticos e lineares distintos
2 𝑥3 − 4 𝑥 − 8
Encontre ∫ (𝑥 2 − 𝑥)(𝑥 2 + 4) 𝑑𝑥

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Exemplo 5 – Fatores quadráticos repetidos
8 𝑥 3 + 13 𝑥
Encontre ∫ (𝑥 2 + 2)2 𝑑𝑥

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5.4- Tabelas de Integração
- Tabelas de Integração
Até agora estudamos três técnicas de integração que podem ser usadas para complementar as
equações básicas de integração. Essas técnicas e equações não esgotam os métodos possíveis para obter
uma antiderivada, mas cobrem a maioria dos casos importantes.
O processo de integrar por meio de uma longa lista de equações é conhecido como integração por
tabelas de integrais.
Na tabela de integrais a seguir, as equações foram divididas grupos, de acordo com a forma do
integrando. Teremos, por exemplo, formas envolvendo:

𝑢𝑛 ; 𝑎 + 𝑏𝑢 ; √𝑎 + 𝑏𝑢 ; √𝑢2 ± 𝑎2 ; 𝑢2 − 𝑎2 ; √𝑢2 − 𝑎2 ; 𝑒 𝑢 ; ln 𝑢 .

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Exemplo 1
𝑥
Determine ∫ 𝑑𝑥
√𝑥−1

Solução
Como o integrando tem uma forma idêntica àquela da equação 21, teremos:
𝑢 −2(2𝑎 − 𝑏𝑢)
∫ 𝑑𝑢 = 2
√𝑎 + 𝑏𝑢 + 𝐶
√𝑎 + 𝑏𝑢 3𝑏

Para usar essa equação, fazemos 𝑎 = −1 ; 𝑏 = 1 ; 𝑒 𝑢 = 𝑥 𝑒 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥.


𝑥 2(−2 − 𝑥 )
∫ 𝑑𝑥 = − √𝑥 − 1 + 𝐶
√ 𝑥 − 1 3
𝑥 2
∫ 𝑑𝑥 = (2 + 𝑥 ) √𝑥 − 1 + 𝐶
√𝑥 − 1 3

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Exemplo 2
Determine ∫ 𝑥 √𝑥 4 − 9 𝑑𝑥 .
Solução
Não está clara qual equação deve ser usada. Porém, ao fazermos 𝑢 = 𝑥 2 e 𝑑𝑢 = 2𝑥𝑑𝑥 e substituirmos
na integral original teremos:
1
∫ 𝑥 √𝑥 4 − 9 𝑑𝑥 = ∫ √(𝑥 2 )2 − 9 (2𝑥 ) 𝑑𝑥
2
1
∫ 𝑥 √𝑥 4 − 9 𝑑𝑥 = ∫ √(𝑢)2 − 9 𝑑𝑢
2

Agora identificamos a equação 26.


1
∫ √𝑢2 ± 𝑎2 𝑑𝑢 = (𝑢 √𝑢2 ± 𝑎2 ± 𝑎2 ln |𝑢 + √𝑢2 ± 𝑎2 |) + 𝐶
2

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Fazendo a = 3, obtemos
1
∫ 𝑥 𝑥 − 9 𝑑𝑥 = ∫ √𝑢2 − 𝑎2 𝑑𝑢
√ 4
2
1 1
∫ 𝑥 √𝑥 4 − 9 𝑑𝑥 = [ (𝑢 √𝑢2 − 𝑎2 − 𝑎2 ln |𝑢 + √𝑢2 − 𝑎2 |)] + 𝐶
2 2
1 2
∫ 𝑥 √𝑥 4 − 9 𝑑𝑥 = (𝑥 √𝑥 4 − 9 − 9 ln |𝑥 2 + √𝑥 4 − 9|) + 𝐶
4

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Exemplo 3
1
Determine ∫ 𝑥 𝑑𝑥.
√𝑥+1

Solução
O integrando tem forma análoga àquela da equação 17, onde a = 1 , b = 1 , u = x e du = dx.
1 1 √𝑎 + 𝑏𝑢 − √𝑎
∫ 𝑑𝑢 = ln | |+𝐶 , 𝑎>0
𝑢 √𝑎 + 𝑏𝑢 √𝑎 √𝑎 + 𝑏𝑢 + √𝑎

Assim,
1 1 1 √𝑎 + 𝑏𝑢 − √𝑎
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑢 = ln | |+𝐶
𝑥 √𝑥 + 1 𝑢 √𝑎 + 𝑏𝑢 √𝑎 √𝑎 + 𝑏𝑢 + √𝑎
1 √𝑥 + 1 − 1
∫ 𝑑𝑥 = ln | |+𝐶
𝑥 √𝑥 + 1 √𝑥 + 1 + 1

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Exemplo 4
2 𝑥
Determine ∫0 2 𝑑𝑥
1+𝑒 −𝑥
Solução
Das equações que envolvem 𝑒 𝑢 , a de número 84 parece ser a mais apropriada.
1
∫ 𝑢
𝑑𝑢 = 𝑢 − ln(1 + 𝑒 𝑢 ) + 𝐶
1+𝑒

Para usar essa equação, fazemos 𝑢 = −𝑥 2 e portanto 𝑑𝑢 = −2𝑥𝑑𝑥.

𝑥 1 1 1 1
∫ −𝑥 2
𝑑𝑥 = − ∫ (−2𝑥 ) 𝑑𝑥 = − ∫ 𝑑𝑢
1+𝑒 2 1 + 𝑒 −𝑥 2 2 1 + 𝑒𝑢
𝑥 1 𝑢 )]
∫ 2 𝑑𝑥 = − [ 𝑢 − ln (1 + 𝑒 +𝐶
1 + 𝑒 −𝑥 2
𝑥 1 2 −𝑥 2
∫ 2 𝑑𝑥 = [𝑥 + ln(1 + 𝑒 )] + 𝐶
1 + 𝑒 −𝑥 2
Assim, o valor da integral definida é
2
𝑥 1 2 −𝑥 2
2
∫ −𝑥 2
𝑑𝑥 = [𝑥 − ln(1 + 𝑒 )] ≈ 1,66
0 1 + 𝑒 2 0

Como mostra a Figura 6.7.


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- Equações de Redução
Muitas equações da tabela de integrais têm a forma ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑔(𝑥 ) + ∫ ℎ(𝑥) 𝑑𝑥 , onde o lado
direito contém uma integral.
As equações desse tipo recebem o nome de Equações de Redução por que reduzem a integral
dada à soma de uma função com uma integral mais simples, como pode ser visto no Exemplo 5.

- Completando o Quadrado
Muitas equações de integração envolvem a soma ou diferença de dois quadrados.
É possível aumentar o campo de aplicação dessas equações usando um método conhecido como
Completando o Quadrado.
Esse método está ilustrado no Exemplo 6.

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Exemplo 5
Determine ∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥
Solução
Em acordo com a equação 83

∫ 𝑢𝑛 𝑒 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑢𝑛 𝑒 𝑢 − 𝑛 ∫ 𝑢𝑛−1 𝑒 𝑢 𝑑𝑢

Fazendo 𝑢 = 𝑥 ; 𝑛 = 2 ; 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥 , então

∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 2 𝑒 𝑥 − 2 ∫ 𝑥 𝑒 𝑥 𝑑𝑥

Em acordo com a equação 82

∫ 𝑢 𝑒 𝑢 𝑑𝑢 = (𝑢 − 1) 𝑒 𝑢 + 𝐶

portanto,

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∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 2 𝑒 𝑥 − 2 ∫ 𝑥 𝑒 𝑥 𝑑𝑥

∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 2 𝑒 𝑥 − 2 (𝑥 − 1) 𝑒 𝑥 + 𝐶

∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 2 𝑒 𝑥 − 2𝑥 𝑒 𝑥 + 2 𝑒 𝑥 + 𝐶

∫ 𝑥 2 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 𝑥 (𝑥 2 − 2𝑥 + 2) + 𝐶

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Exemplo 6
1
Determine a integral indefinida ∫ 𝑥 2 −4𝑥+1 𝑑𝑥

Solução
Começamos por escrever o denominador com a diferença de dois quadrados
𝑥 2 − 4𝑥 + 1 = (𝑥 2 − 4𝑥 + 4) − 4 + 1
𝑥 2 − 4𝑥 + 1 = (𝑥 − 2)2 − 3

Assim, a integral dada pode ser escrita na forma


1 1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥
𝑥 2 − 4𝑥 + 1 (𝑥 − 2)2 − 3
Fazendo 𝑢 = 𝑥 − 2 ; 𝑎 = √3 ; 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥 , podemos aplicar a equação 24
1 1 𝑢−𝑎
∫ 𝑑𝑢 = ln | |+𝐶
𝑢2 − 𝑎2 2𝑎 𝑢+𝑎

para concluir que

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 471


1 1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥
𝑥 2 − 4𝑥 + 1 (𝑥 − 2)2 − 3
1 1
∫ 2 𝑑𝑥 = ∫ 2 𝑑𝑢
𝑥 − 4𝑥 + 1 𝑢 − 𝑎2
1 1 𝑢−𝑎
∫ 𝑑𝑥 = ln | |+𝐶
𝑥 2 − 4𝑥 + 1 2𝑎 𝑢+𝑎
1 1 𝑥 − 2 − √3
∫ 𝑑𝑥 = ln | |+𝐶
𝑥 2 − 4𝑥 + 1 2 √3 𝑥 − 2 + √3

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 472


5.5- Integrações Trigonométricas
- Integrais Envolvendo Potências de Seno e Cosseno
Vejamos as técnicas para se determinar integrais da forma:
∫ 𝑠𝑒𝑛𝑚 (𝑥 ) 𝑐𝑜𝑠 𝑛 (𝑥 ) 𝑑𝑥 e ∫ 𝑠𝑒𝑐 𝑚 (𝑥 ) 𝑡𝑎𝑛𝑛 (𝑥 ) 𝑑𝑥
onde m ou n é um inteiro positivo.
Para encontrar antiderivadas a partir dessas formas devemos reorganizá-las em combinações de
integrais trigonométricas nas quais poderemos aplicar a Regra da Potência.
Por exemplo, podemos determinar ∫ 𝑠𝑒𝑛5 (𝑥 ) 𝑐𝑜𝑠 (𝑥 ) 𝑑𝑥 por meio da Regra da Potência fazendo
𝑢 = 𝑠𝑒𝑛(𝑥).
Logo, 𝑑𝑢 = cos(𝑥 ) 𝑑𝑥 e teremos:

5(
𝑢6
5
𝑠𝑒𝑛6 (𝑥)
∫ 𝑠𝑒𝑛 𝑥 ) 𝑐𝑜𝑠 (𝑥 ) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑢 𝑑𝑢 = +𝐶 = +𝐶
6 6

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 473


Para organizarmos a integral ∫ 𝑠𝑒𝑛𝑚 (𝑥 ) 𝑐𝑜𝑠 𝑛 (𝑥 ) 𝑑𝑥 de forma a utilizar a Regra da Potência,
utilizamos as seguintes identidades:
- Pitagóricas:
𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) + 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) = 1 ⇔ 𝑐𝑜𝑠 2 (𝜃) = 1 − 𝑠𝑒𝑛2 (𝜃)
𝑠𝑒𝑐 2 (𝜃) = 1 + 𝑡𝑎𝑛2 (𝜃) ⇔ 𝑡𝑎𝑛2 (𝜃) = 𝑠𝑒𝑐 2 (𝜃) − 1
𝑐𝑜𝑠𝑒𝑐 2 (𝜃) = 1 + 𝑐𝑜𝑡 2 (𝜃)

- Ângulo Metade
1 − 𝑐𝑜𝑠(2 𝑥)
𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) =
2
1 + 𝑐𝑜𝑠(2 𝑥)
𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) =
2

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 474


Generalizando,

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 475


Exemplo 1
- A potência do seno é ímpar e positiva
Encontre ∫ 𝑠𝑒𝑛3 (𝑥 ) 𝑐𝑜𝑠 4 (𝑥 ) 𝑑𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 476


Exemplo 2
- A potência do cosseno é ímpar e positiva
𝜋⁄ 𝑐𝑜𝑠 3 (𝑥)
Encontre ∫𝜋⁄ 3 𝑑𝑥 .
6 √𝑠𝑒𝑛(𝑥)

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 477


Exemplo 3
- A potência do seno e cosseno é par e positiva
Encontre ∫ 𝑐𝑜𝑠 4 (𝑥 ) 𝑑𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 478


- Integrais Envolvendo Potências de Secante e Tangente
Os procedimentos seguintes são úteis para se determinar integrais do tipo ∫ 𝑠𝑒𝑐 𝑚 (𝑥 ) 𝑡𝑎𝑛𝑛 (𝑥 ) 𝑑𝑥.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 479


Exemplo 4
- A potência da tangente é impar e positiva
𝑡𝑎𝑛3 (𝑥)
Encontre ∫ 𝑑𝑥
√sec(𝑥)

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 480


Exemplo 5
- A potência da Secante é par e positiva
Encontre ∫ 𝑠𝑒𝑐 4 (3 𝑥 ) 𝑡𝑎𝑛3 (3 𝑥 ) 𝑑𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 481


Exemplo 6
- A potência da Tangente é par e positiva
𝜋⁄
Encontre ∫0 4 𝑡𝑎𝑛4 (𝑥 ) 𝑑𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 482


Exemplo 7
- Convertendo parcelas para Senos e Cossenos
sec(𝑥)
Encontre ∫ 𝑡𝑎𝑛2 (𝑥) 𝑑𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 483


- Integrais Envolvendo Produtos de Senos por Cossenos com Argumentos Diferentes
Integrais envolvendo o produto de senos e cossenos, com argumentos diferentes, ocorrem em
muitas aplicações.
Em tais situações utilizam-se as seguintes identidades:
1
𝑠𝑒𝑛 (𝑚𝑥 ) 𝑠𝑒𝑛 (𝑛𝑥 ) = {cos[(𝑚 − 𝑛)𝑥 ] − cos[(𝑚 + 𝑛)𝑥 ]}
2
1
𝑠𝑒𝑛 (𝑚𝑥 ) 𝑐𝑜𝑠 (𝑛𝑥 ) = {sen[(𝑚 − 𝑛)𝑥 ] + sen[(𝑚 + 𝑛)𝑥 ]}
2
1
𝑐𝑜𝑠 𝑚𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑛𝑥 = {cos[(𝑚 − 𝑛)𝑥 ] + cos[(𝑚 + 𝑛)𝑥 ]}
( ) ( )
2

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 484


Exemplo 8
- Utilizando identidades com relação Produto-Soma
Encontre ∫ 𝑠𝑒𝑛(5𝑥 ) cos(4𝑥) 𝑑𝑥

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 485


5.6- Método das Substituições Trigonométricas
- Substituição Trigonométrica
Podemos determinar integrais envolvendo funções com potências de funções trigonométricas.
Nós podemos utilizar a técnica da substituição trigonométrica para resolver integrais que contêm
os radicais: √𝑎2 − 𝑢2 ; √𝑎 2 + 𝑢2 e √𝑢2 − 𝑎2 .
O objetivo do método das substituições trigonométricas é eliminar os radicais no integrando.
Para tal, utilizaremos as seguintes identidades pitagóricas:
𝑐𝑜𝑠 2 (𝜃) = 1 − 𝑠𝑒𝑛2 (𝜃) ; 𝑠𝑒𝑐 2 (𝜃) = 1 + 𝑡𝑎𝑛2 (𝜃) e 𝑡𝑎𝑛2 (𝜃) = 𝑠𝑒𝑐 2 (𝜃) − 1
Por exemplo, façamos 𝑢 = 𝑎 𝑠𝑒𝑛(𝜃), onde − 𝜋⁄2 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋⁄2 , se 𝑎 > 0, então:

√𝑎2 − 𝑢2 = √𝑎 2 − 𝑎2 𝑠𝑒𝑛2 (𝜃)


√𝑎2 − 𝑢2 = √𝑎 2 [1 − 𝑠𝑒𝑛2 (𝜃)]
√𝑎2 − 𝑢2 = √𝑎 2 𝑐𝑜𝑠 2 (𝜃)
√𝑎2 − 𝑢2 = 𝑎 cos(𝜃)

Observe que cos(𝜃) ≥ 0, por que − 𝜋⁄2 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋⁄2


Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 486
Resumindo os procedimentos:

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 487


Exemplo 1
- Substituição Trigonométrica: 𝑢 = 𝑎 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
𝑑𝑥
Encontre ∫
𝑥 2 √9−𝑥 2

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Exemplo 2
- Substituição Trigonométrica: 𝑢 = 𝑎 𝑡𝑎𝑛(𝜃)
𝑑𝑥
Encontre ∫
√4 𝑥 2 +1

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Exemplo 3
- Substituição Trigonométrica: Razão de Potências
𝑑𝑥
Encontre ∫ 3
(𝑥 2 +1) ⁄2

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Exemplo 4
- Substituição Trigonométrica: Mudando os limites de Integração
2 √𝑥 2 −3
Encontre ∫√3 𝑥 𝑑𝑥

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Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 492
5.7- Integrais Impróprias
- Integrais Impróprias
𝑏
A definição de integral definida ∫𝑎 𝑓(𝑥 )𝑑𝑥 inclui as restrições de que o intervalo [a , b] seja finito
e a função f(x) seja finita no intervalo [a , b].
Existem integrais que não se enquadram nessa definição devido a uma
ou mais das situações abaixo:
1. Pelo menos um dos limites de integração é infinito.
2. A função f(x) possui pelo menos uma descontinuidade infinita no intervalo
[a , b].
As integrais que apresentam alguma dessas características são chamadas
de integrais impróprias. Assim, por exemplo, as integrais:
∞ ∞
−𝑥
1
∫ 𝑒 𝑑𝑥 𝑒 ∫ 2+1
𝑑𝑥
0 −∞ 𝑥
são impróprias por que pelo menos um dos limites de integração é infinito,
como mostra a Figura 6.17.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 493


Por outro lado, as integrais:
5 2
1 1
∫ 𝑑𝑥 𝑒 ∫ 𝑑𝑥
1 √ 𝑥 − 1 −2 (𝑥 + 1) 2

são impróprias por que os integrandos apresentam uma descontinuidade infinita, ou seja, tendem para
infinito em um ponto situado no interior do intervalo de integração, como mostra a Figura 6.18.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 494


- Integrais com Limites Infinitos de Integração
Para compreender como é possível calcular o valor de uma integral imprópria, considere a integral
da Figura 6.19.

Se b é um número real maior que 1, o valor da integral é dado por:

𝑏
1 1𝑏
∫ 2 𝑑𝑥 = [− ]
1 𝑥 𝑥1
𝑏
1 1
∫ 𝑑𝑥 = − +1
1 𝑥2 𝑏
𝑏
1 1
∫ 2 𝑑𝑥 = 1 −
1 𝑥 𝑏

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 495


A tabela mostra os valores dessa integral para vários valores de b.

Observando a tabela, vemos que o valor da integral tende para certo valor quando b aumenta sem
limite.
Esse valor é considerado como o valor da integral imprópria obtida fazendo o limite superior b
igual a infinito.
∞ 𝑏
1 1
∫ 2 𝑑𝑥 = lim ∫ 2 𝑑𝑥
1 𝑥 𝑏→∞ 1 𝑥

1 1
∫ 2 𝑑𝑥 = lim (1 − )
1 𝑥 𝑏→∞ 𝑏

1
∫ 𝑑𝑥 = 1
1 𝑥2

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 496


- Integrais Impróprias (Limites de Integração Infinitos)
1. Se f(x) é contínua no intervalo [𝑎 , ∞),
∞ 𝑏
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = lim ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥
𝑎 𝑏→∞ 𝑎

2. Se f(x) é contínua no intervalo (−∞ , 𝑏],


𝑏 𝑏
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = lim ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥
−∞ 𝑎→−∞ 𝑎

3. Se f(x) é contínua no intervalo (−∞ , ∞),


∞ 𝑐 ∞
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥
−∞ −∞ 𝑐

onde c é qualquer número real.


Nos primeiros dois casos, se o limite existe, dizemos que a integral imprópria converge.
Se o limite não existe, dizemos que a integral imprópria diverge.
No terceiro caso, a integral da esquerda diverge se pelo menos uma das integrais da direita
divergir.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 497


Exemplo 1
∞1
Determine o valor de ∫1 𝑑𝑥 , caso seja possível.
𝑥

Solução
Aplicando a definição de integral imprópria.
∞ 𝑏
1 1
∫ 𝑑𝑥 = lim ∫ 𝑑𝑥
1 𝑥 𝑏→∞ 1 𝑥

1
∫ 𝑑𝑥 = lim [ln 𝑥 ]1𝑏
1 𝑥 𝑏→∞

1
∫ 𝑑𝑥 = lim (ln 𝑏 − ln 1)
1 𝑥 𝑏→∞

1
∫ 𝑑𝑥 = ∞
1 𝑥

Como o limite é infinito, a integral imprópria diverge e, portanto, não possui um valor definido.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 498


Exemplo 2
0 1
Determine o valor da integral imprópria ∫−∞ (1−2𝑥)3/2 𝑑𝑥

Solução
Aplicando a definição de integral imprópria.
0 0
1 1
∫ 𝑑𝑥 = lim ∫ 𝑑𝑥
−∞ (1 − 2𝑥 )3/2 𝑎→−∞ 𝑎 (1 − 2𝑥 )3/2

0 0
1 1
∫ 𝑑𝑥 = lim [ ]
−∞ (1 − 2𝑥 )3/2 𝑎→−∞ √1 − 2𝑥 𝑎
0
1 1
∫ 𝑑𝑥 = lim (1 − )
−∞ (1 − 2𝑥 )3/2 𝑎→−∞ √1 − 2𝑎
0
1
∫ 𝑑𝑥 = 1 − 0 = 1
−∞ (1 − 2𝑥 )3/2

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 499


Assim, a integral imprópria converge para o valor 1.
Como mostra a Figura 6.21, isso significa que a região compreendida entre a curva da função
1
𝑦 = (1−2𝑥)3/2
e o eixo x (para 𝑥 ≤ 0) tem uma área de 1 unidade quadrada.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 500


Exemplo 3
∞ 2
Determine o valor da integral imprópria ∫0 2𝑥𝑒 −𝑥 𝑑𝑥
Solução
Aplicando a definição de integral imprópria.
∞ 𝑏
−𝑥 2 2
∫ 2𝑥𝑒 𝑑𝑥 = lim ∫ 2𝑥𝑒 −𝑥 𝑑𝑥
0 𝑏→∞ 0

2 2 𝑏
∫ 2𝑥𝑒 −𝑥 𝑑𝑥 = lim [−𝑒 −𝑥 ]0
0 𝑏→∞

∞ 2 2
∫0 2𝑥𝑒 −𝑥 𝑑𝑥 = lim𝑏→∞ (𝑒 −𝑏 + 1)

2
∫ 2𝑥𝑒 −𝑥 𝑑𝑥 = 0 + 1 = 1
0

Assim, a integral imprópria converge para o valor 1.


Como mostra a Figura 6.22, isso significa que a região compreendida entre a
2
curva da função 𝑦 = 2𝑥𝑒 −𝑥 e o eixo x (para 𝑥 ≥ 0) tem uma área de 1 u. a.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 501


- Integrais com Integrandos Infinitos
- Integrais Impróprias (Integrandos Infinitos)
1. Se f(x) é contínua no intervalo [𝑎 , 𝑏) e tende a infinito no ponto b,
𝑏 𝑐
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = lim− ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥
𝑎 𝑐→𝑏 𝑎

2. Se f(x) é contínua no intervalo (𝑎 , 𝑏] e tende a infinito no ponto a,


𝑏 𝑏
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = lim+ ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥
𝑎 𝑐→𝑎 𝑐

3. Se f(x) é contínua no intervalo [𝑎 , 𝑏] , exceto por um ponto c no intervalo (𝑎 , 𝑏) , no qual f(x) tende
a infinito,
𝑏 𝑐 𝑏
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥
𝑎 𝑎 𝑐

Nos primeiros dois casos, se o limite existe, nós dizemos que a integral imprópria converge.
Se o limite não existe, dizemos que a integral imprópria diverge.
No terceiro caso, a integral da esquerda diverge se pelo menos uma das integrais da direita
divergir.
Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 502
Exemplo 4
2 1
Determine ∫1 3 𝑑𝑥
√𝑥−1

Solução
Aplicando a definição de integral imprópria.
2 2
1 1
∫ 3 𝑑𝑥 = lim+ ∫ 3 𝑑𝑥
1 √𝑥 − 1 𝑐→1 𝑐 √𝑥 − 1
2 2
1 3 2/3
∫ 3 𝑑𝑥 = lim+ [ (𝑥 − 1) ]
1 √𝑥 − 1 𝑐→1 2 𝑐
2 1 3 3
∫1 3 𝑑𝑥 = lim𝑐→1+ [2 − 2 (𝑐 − 1)2/3 ]
√𝑥−1
2
3 1 3
∫ 3 𝑑𝑥 = − 0 =
1 √𝑥 − 1 2 2
Assim, a integral imprópria converge para o valor 3/2.
Como mostra a Figura 6.23, isso significa que a região mostrada tem uma área
de 3/2 unidade quadrada.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 503


Exemplo 5
2 2
Determine ∫1 𝑑𝑥 .
𝑥 2 −2𝑥

Solução
Decompondo equação original em frações parciais:
2 2 2 1 1
∫1 𝑑𝑥 = ∫1 ( − ) 𝑑𝑥
𝑥 2 −2𝑥 𝑥−2 𝑥
2 𝑐
2 1 1
∫ 2 𝑑𝑥 = lim− ∫ ( − ) 𝑑𝑥
1 𝑥 − 2𝑥 𝑐→2 1 𝑥 − 2 𝑥
2
2 𝑐
∫ 𝑑𝑥 = lim [ ln|𝑥 − 2| − ln|𝑥 |] | = lim [ln|𝑐 − 2| − ln|𝑐 |]
1 𝑥 2 − 2𝑥 𝑐→2− 1 𝑐→2−
2
2
∫ 2 𝑑𝑥 = −∞
1 𝑥 − 2𝑥

Concluímos que a integral diverge.


Isso significa que a região mostrada na Figura 6.24 possui uma área infinita.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 504


Exemplo 6
2 1
Determine ∫−1 𝑥 3 𝑑𝑥

Solução
Essa integral é imprópria por que o integrando possui uma descontinuidade infinita em x = 0, como
mostra a Figura 6.25.
Logo, podemos escrever:
2 𝑐 2
1 1 1
∫ 3 𝑑𝑥 = lim− ∫ 3 𝑑𝑥 + lim+ ∫ 3 𝑑𝑥
−1 𝑥 𝑐→0 −1 𝑥 𝑐→0 𝑐 𝑥

Aplicando a definição de integral imprópria, vemos que as duas integrais do


lado direito divergem. Isso significa que a integral dada também diverge.

Obs: Se não fosse indicado que a integral do Exemplo 6 era imprópria,


poderíamos ter chegado a um resultado equivocado para o cálculo...
2
1 1 2 1 1 3
∫ 3 𝑑𝑥 = [− 2 ] = − + = → 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑒𝑟𝑟𝑎𝑑𝑜!
−1 𝑥 2𝑥 −1 8 2 8

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 505


REFERÊNCIAS
Conteúdo deste capítulo foi compilado de:

LARSON, R. & EDWARDS, B. H.; com a assistência de FALVO, D. C., Cálculo com Aplicações, 6 ed., Rio de
Janeiro – RJ, LTC, 2008.

LARSON, R. & EDWARDS, B. H.; Brief Calculus: an applied approach, 8 ed., Boston - USA, Houghton Mifflin
Company, 2009.

LARSON, R. & EDWARDS, B. H.; Calculus, 9 ed., Belmont - CA - USA, Books/Cole, 2010.

LEITHOLD, L; O Cálculo com Geometria Analítica, São Paulo – SP, Harbra Editora Harper & Row do
Brasil Ltda., 1977.

Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 506

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