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Pré-Cálculo

Departamento de Matemática Aplicada


Funções monótonas
Universidade Federal Fluminense

Parte 4

Pré-Cálculo 1 Pré-Cálculo 2

Funções crescentes Atividade


Definição

Dizemos que uma função f : D → C é crescente em


um subconjunto S de D se

∀x1 , x2 ∈ S, x1 < x2 ⇒ f (x1 ) < f (x2 ).


[01] Se uma função f : R → R é crescente nos intervalos [a, b)
y e [b, c], com a < b < c, podemos dizer que f é crescente em
[a, c]?
f (x2 )

f (x1 )

x1 x2 x

Pré-Cálculo 3 Pré-Cálculo 4
Atividade Solução

[02] Mostre que a função f : R → R, f (x) = 2x é crescente em R.

Demonstração.
[02] Mostre que a função f : R → R, f (x) = 2x é crescente em
R. Sejam x1 , x2 ∈ S = R, com x1 < x2 .

Como 2 > 0, temos então

Lembre-se de que queremos provar que


2x1 < 2x2 ,
∀x1 , x2 ∈ R, x1 < x2 ⇒ f (x1 ) < f (x2 ),
logo

f (x1 ) < f (x2 ).

Logo, f é uma função crescente em R.

Pré-Cálculo 5 Pré-Cálculo 6

Atividade Solução
[03] Mostre que a função f : R → R, f (x) = x 2 é crescente em [0, +∞).

Demonstração. Sejam x1 , x2 ∈ S = [0, +∞), com x1 < x2 . Com estas condições, vale
que x2 > 0 e
[03] Mostre que a função f : R → R, f (x) = x 2 é crescente em x2 − x1 > 0.
[0, +∞). Como x1 ≥ 0 e x2 > 0, segue-se que

x2 + x1 > 0.
Lembre-se de que queremos provar que
Como o produto de dois números reais positivos é ainda um número real positivo, temos
que
∀x1 , x2 ∈ [0, +∞), x1 < x2 ⇒ (x1 )2 < (x2 )2 . (x2 − x1 )(x2 + x1 ) > 0.
Sendo assim,
x22 − x12 > 0
e, consequentemente,
x22 > x12 ,
isto é, f (x2 ) > f (x1 ). Mostramos então que ∀x1 , x2 ∈ S, x1 < x2 ⇒ f (x1 ) < f (x2 ). Logo, f
é uma função crescente em [0, +∞).

Pré-Cálculo 7 Pré-Cálculo 8
Funções decrescentes Atividade
Definição

Dizemos que uma função f : D → C é decrescente em [04] Prove que a função f : R → R, f (x) = −2x é decrescente
um subconjunto S de D se em R.
∀x1 , x2 ∈ S, x1 < x2 ⇒ f (x1 ) > f (x2 ).
Lembre-se de que queremos provar que
y

∀x1 , x2 ∈ R, x1 < x2 ⇒ f (x1 ) > f (x2 ),

isto é, que
f (x1 )
∀x1 , x2 ∈ R, x1 < x2 ⇒ −2x1 > −2x2 .
f (x2 )

x1 x2 x

Pré-Cálculo 9 Pré-Cálculo 10

Atividade Funções monótonas não-decrescentes


Definição

Dizemos que uma função f : D → C é monótona não-decrescente em


um subconjunto S de D se
[05] Prove que a função f : R → R, f (x) = x 2 é decrescente
em (−∞, 0]. ∀x1 , x2 ∈ S, x1 < x2 ⇒ f (x1 ) ≤ f (x2 ).

y
Lembre-se de que queremos provar que
f (x2 )
∀x1 , x2 ∈ (−∞, 0], x1 < x2 ⇒ (x1 )2 > (x2 )2 .

f (x1 )

x1 x2 x

Pré-Cálculo 11 Pré-Cálculo 12
Funções monótonas não-decrescentes Funções monótonas não-crescentes
Definição Definição

Dizemos que uma função f : D → C é monótona não-decrescente em Dizemos que uma função f : D → C é monótona não-crescente em
um subconjunto S de D se um subconjunto S de D se

∀x1 , x2 ∈ S, x1 < x2 ⇒ f (x1 ) ≤ f (x2 ). ∀x1 , x2 ∈ S, x1 < x2 ⇒ f (x1 ) ≥ f (x2 ).

y y

f (x2 )
f (x1 )

f (x1 )
f (x2 )

x1 x2 x x1 x2 x

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Funções monótonas não-crescentes Observações


Definição I Uma função monótona em um conjunto S é uma função que é crescente,
decrescente, monótona não-decrescente ou monótona não-crescente
Dizemos que uma função f : D → C é monótona não-crescente em neste conjunto.
um subconjunto S de D se
I Note que toda função crescente em um conjunto S também é monótona
∀x1 , x2 ∈ S, x1 < x2 ⇒ f (x1 ) ≥ f (x2 ).
não-decrescente neste conjunto e que toda função decrescente em um
conjunto S também é monótona não-crescente neste conjunto.
y

I Alguns autores chamam funções monótonas não-decrescentes


simplesmente de funções não-decrescentes e funções monótonas não-
crescentes simplesmente de funções não-crescentes. Note, contudo, que
f (x1 ) negar (por exemplo) que uma função seja decrescente em um conjunto S
não implica necessariamente que ela seja monótona não-decrescente
f (x2 )
neste conjunto.
x1 x2 x
I Uma função é estritamente monótona em um conjunto S se ou ela é
crescente ou ela é decrescente neste conjunto.

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Observações Estudar o crescimento de funções pode ser difícil!
I Existem funções que não são monótonas. Por exemplo, a função descrita
na figura abaixo não é monótona no conjunto S = [−1, 4]. Contudo, ela é Em quais intervalos a função f abaixo é crescente?
monótona em [−1, 0], em [0, 1], em [1, 3] e em [3, 4].

y
40 f: R → R
2x
x 7→ f (x) =
x2 + 1
20

f é crescente nos intervalos


x  √   √ 
1− 1−(ln(2))2 1+ 1−(ln(2))2
0 −∞, = (−∞, 0.402806113 . . .] e , +∞ = [2.482583968 . . . , +∞).
−2 −1 1 2 3 4 5 ln(2) ln(2)

−20
A disciplina de Cálculo ensinará novas ferramentas para se resolver
questões deste tipo!

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Estudar o crescimento de funções pode ser difícil! Atividade (desafio!)


f: R → R
2x
x 7→ f (x) =
x2 +1

y
4 [06] Uma função f : D → C pode ser, simultaneamente,
monótona não-crescente e monótona não-decrescente em um
3 conjunto S?

2 Em caso afirmativo, como será a função f em S?

−1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 x
−1

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Atividades

[07] Se f : D → C é monótona crescente em S ⊂ D, podemos


dizer que f é monótona não-decrescente em D?

[08] Se f : D → C é monótona não-decrescente em S ⊂ D, Funções injetivas, sobrejetivas e


podemos dizer que f é monótona crescente em D?
bijetivas
[09] Se f : D → C é monótona crescente em S ⊂ D, e
g : D → C é definida por g(x) = −f (x) para todo x ∈ D, mostre
que g é monótona decrescente em S.

Pré-Cálculo 21 Pré-Cálculo 22

Funções injetivas Funções injetivas

Definição
Dizemos que f : D → C é injetiva se elementos diferentes de D
são transformados por f em elementos diferentes em C, isto
é, se f satisfaz a seguinte condição: ∀x1 , x2 ∈ D, se x1 6= x2 ,
então f (x1 ) 6= f (x2 ).

Forma equivalente (usando a contrapositiva): f : D → C é


injetiva se ela satisfaz a seguinte condição: ∀x1 , x2 ∈ D,
se f (x1 ) = f (x2 ), então x1 = x2 .

(Ir para o GeoGebra)

Pré-Cálculo 23 Pré-Cálculo 24
Reconhecimento de uma Função injetiva a partir do Reconhecimento de uma Função injetiva
gráfico f : R −→ R, f (x) = x
y

Pela representação gráfica de uma função podemos verificar se ela


é injetiva. Para isso, basta analisarmos o número de pontos de
interseção das retas paraleleas ao eixo x conduzidas por cada ponto
(0, y ) em que y pertence ao contradomínio da função.
x

Se cada uma das retas cortar o gráfico em um só pontos ou não cortar


o gráfico então a função é injetiva.

f é injetiva!
Pré-Cálculo 25 Pré-Cálculo 26

Reconhecimento de uma Função injetiva Reconhecimento de uma Função injetiva


f : R+ −→ R, f (x) = x 2 f : R −→ R+ , f (x) = x 2
y y

x x

f é injetiva! f não é injetiva!


Pré-Cálculo 27 Pré-Cálculo 28
Exemplo Atividade
Mostre que a função f : R → R definida por y = f (x) = 2 x + 1 é injetiva. [01] Mostre que a função f : [0, +∞) → R definida por y = f (x) = x 2 é injetiva.

Demonstração. Sejam x1 , x2 ∈ R tais que Demonstração: Sejam x1 , x2 ∈ [0, ∞) tais que


f (x1 ) = f (x2 ). f (x1 ) = f (x2 ).
Temos que Temos que
f (x1 ) = f (x2 ) ⇒ 2 x1 + 1 = 2 x2 + 1 ⇒ 2 x1 = 2 x2 ⇒ x1 = x2 . f (x1 ) = f (x2 ) ⇒ x12 = x22 ⇒ x12 − x22 = 0 ⇒ (x1 − x2 )(x1 + x2 ) = 0.

Assim, x1 − x2 = 0 ou x1 + x2 = 0, isto é, x1 = x2 ou x1 = −x2 . No caso em que


x1 = −x2 , como x1 ≥ 0 e x2 ≥ 0, concluímos que obrigatoriamente x1 = 0 e x2 = 0. Em
particular, x1 = x2 .

Outra demonstração. sejam x1 , x2 ∈ [0, +∞), com x1 6= x2 . Então x1 < x2 ou x2 < x1 .


Como f é crescente em [0, +∞), segue-se que f (x1 ) < f (x2 ) ou f (x2 ) < f (x1 ). Nos dois casos,
f (x1 ) 6= f (x2 ).

Pré-Cálculo 29 Pré-Cálculo 30

Exercício Funções sobrejetivas


[02] Se a função f : D → C é monótona crescente em D, mostre que f é injetiva.

Demonstração: Sejam x1 , x2 ∈ D tais que

x1 6= x2 .

Temos que
Definição
x1 < x2 ou x2 < x1 Dizemos que f : D → C é sobrejetiva se sua imagem é igual
Caso x1 < x2 , como f é crescente em D, f (x1 ) < f (x2 ), logo f (x1 ) 6= f (x2 ). ao seu contradomínio, isto é, se para todo y ∈ C, pode-se
encontrar (pelo menos) um elemento x ∈ D tal que f (x) = y .
Caso x2 < x1 , como f é crescente em D, f (x2 ) < f (x1 ), logo f (x1 ) 6= f (x2 ).

Com isso, f (x1 ) 6= f (x2 ) qualquer que seja o caso, logo f é injetiva.

Pré-Cálculo 31 Pré-Cálculo 32
Funções sobrejetivas Reconhecimento de uma Funçãos sobrejetiva partir
do gráfico

f: R → R
não é sobrejetiva!
x 7→ f (x) = 1 Pela representação gráfica de uma função podemos verificar se ela
é sobrejetiva. Para isso, basta analisarmos o número de pontos de
interseção das retas paraleleas ao eixo x conduzidas por cada ponto
Mas (0, y ) em que y pertence ao contradomínio da função.

g : R → {1} Se cada uma das retas cortar o gráfico em um ou mais pontos, então
é sobrejetiva!
x 7→ g(x) = 1 a função é sobrejetiva.

Pré-Cálculo 33 Pré-Cálculo 34

Reconhecimento de uma Função sobrejetiva Reconhecimento de uma Função sobrejetiva


f : R −→ R, f (x) = x f : R+ −→ R, f (x) = x 2
y y

x x

f é sobrejetiva! f não é sobrejetiva!


Pré-Cálculo 35 Pré-Cálculo 36
Reconhecimento de uma Função sobrejetiva Exemplo
f : R −→ R+ , f (x) = x 2 Mostre que a função f : R → R definida por y = f (x) = 2 x + 1 é sobrejetiva.

y Demonstração. Seja y ∈ R. Observe que

y −1
f (x) = y ⇔ 2 x + 1 = y ⇔ 2 x = y − 1 ⇔ x = .
2
Assim, x = (y − 1)/2 ∈ R é tal que f (x) = y . Isto mostra que f é sobrejetiva.

f é sobrejetiva!
Pré-Cálculo 37 Pré-Cálculo 38

Exemplo Funções bijetivas


Mostre que a função f : [0, ∞) → [0, ∞) definida por y = f (x) = x 2 é sobrejetiva.

Demonstração. Seja y ∈ [0, ∞). Observe que


√ √
f (x) = y ⇔ x 2 = y ⇔ x = y ou x =− y

Como x ∈ [0, ∞), x = y.
Definição

Assim, x = y ∈ [0, ∞) é tal que f (x) = y . Dizemos que f : D → C é bijetiva se ela é injetiva e sobrejetiva.
Isto mostra que f é sobrejetiva.

Pré-Cálculo 39 Pré-Cálculo 40
Reconhecimento de uma Função bijetiva a partir do Reconhecimento de uma Função bijetiva
gráfico f : R −→ R, f (x) = x
y

Pela representação gráfica de uma função podemos verificar se ela


é bijetiva. Para isso, basta analisarmos o número de pontos de
interseção das retas paraleleas ao eixo x conduzidas por cada ponto
(0, y ) em que y pertence ao contradomínio da função.
x

Se cada uma das retas cortar o gráfico em um só ponto, então a fun-


ção é bijetiva.

f é bijetiva!
Pré-Cálculo 41 Pré-Cálculo 42

Reconhecimento de uma Função bijetiva Reconhecimento de uma Função bijetiva


f : R+ −→ R, f (x) = x 2 f : R −→ R+ , f (x) = x 2
y y

x x

f não é bijetiva! f não é bijetiva!


Pré-Cálculo 43 Pré-Cálculo 44
Funções bijetivas Funções bijetivas
f: R → R f : R → [0, +∞)
não é bijetiva, pois não é injetiva e nem sobrejetiva. não é bijetiva, pois não é injetiva (mas é sobrejetiva).
x 7→ f (x) = x 2 x 7→ f (x) = x 2

y y

0 x 0 x

Pré-Cálculo 45 Pré-Cálculo 46

Funções bijetivas
f : [0, +∞) → [0, +∞)
é bijetiva.
x 7→ f (x) = x 2

Novas funções a partir de antigas:


operações com funções
0 x

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Operações com funções Exemplo: soma

Definição

f (x) = 1 + x − 2, g(x) = x − 3.
Sejam f : Df → R e g : Dg → R duas funções reais. Definimos as
funções soma f + g, diferença f − g, produto f · g e quociente f /g da Df = [2, +∞), Dg = R.
seguinte forma:

(f +g)(x) = f (x)+g(x), com Df +g = Df ∩ Dg


(f −g)(x) = f (x)−g(x), com Df −g = Df ∩ Dg √ √
(f · g)(x) = f (x) · g(x), com Df · g = Df ∩ Dg
(f + g)(x) = f (x) + g(x) = 1 + x −2+x −3=x −2+ x − 2,
(f / g)(x) = f (x) / g(x), com Df / g = {x ∈ Df ∩ Dg | g(x) 6= 0}. Df +g = Df ∩ Dg = [2, +∞).

Pré-Cálculo 49 Pré-Cálculo 50

Exemplo: diferença Exemplo: produto

√ √
f (x) = 1 + x − 2, g(x) = x − 3. f (x) = 1 + x − 2, g(x) = x − 3.

Df = [2, +∞), Dg = R. Df = [2, +∞), Dg = R.

√ √ √
(f − g)(x) = f (x) − g(x) = 1 + x − 2 − (x − 3) = 4 − x + x − 2, (f · g)(x) = f (x) · g(x) = (1 + x − 2) · (x − 3),

Df −g = Df ∩ Dg = [2, +∞). Df ·g = Df ∩ Dg = [2, +∞).

Pré-Cálculo 51 Pré-Cálculo 52
Exemplo: quociente Cuidado!


f (x) = 1 + x − 2, g(x) = x − 3. f (x) = x, g(x) = x.

Df = [2, +∞), Dg = R. Df = R, Dg = R.

√  
1+ x −2 f f (x) x
(f /g)(x) = f (x)/g(x) = , (x) = = = 1,
x −3 g g(x) x
Df /g = Df ∩ Dg − {x ∈ Dg | g(x) = 0} = [2, +∞) − {3}. Df /g = Df ∩ Dg − {x ∈ Dg | g(x) = 0} = R − {0}.

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Composição de funções
Definição
Sejam f : Df → R e g : Dg → R duas funções reais. A composição de
f e g é a função f ◦ g : Df ◦g ⊂ Dg → R definida por:

(f ◦ g)(x) = f (g(x)),

com Df ◦g = {x ∈ Dg : g(x) ∈ Df } = {x ∈ Dg } ∩ {x : g(x) ∈ Df }


Composição de funções

Pré-Cálculo 55 Pré-Cálculo 56
Composição de funções Composição de funções
Definição Definição
Sejam f : Df → R e g : Dg → R duas funções reais. A composição de Sejam f : Df → R e g : Dg → R duas funções reais. A composição de
f e g é a função f ◦ g : Df ◦g ⊂ Dg → R definida por: f e g é a função f ◦ g : Df ◦g ⊂ Dg → R definida por:

(f ◦ g)(x) = f (g(x)), (f ◦ g)(x) = f (g(x)),

com Df ◦g = {x ∈ Dg : g(x) ∈ Df } = {x ∈ Dg } ∩ {x : g(x) ∈ Df } com Df ◦g = {x ∈ Dg : g(x) ∈ Df } = {x ∈ Dg } ∩ {x : g(x) ∈ Df }

(entrada) (saída) (entrada) (saída)

Pré-Cálculo 57 Pré-Cálculo 58

Exemplo Exemplo

f (x) = x 2 + 3, g(x) = x.

f (x) = x 2 + 3, g(x) = x.
[01] Determine (f ◦ g)(x)

√ √ [03] Determine (g ◦ f )(x).


(f ◦ g)(x) = f (g(x)) = f ( x) = ( x)2 + 3 = x + 3.

[02] Qual o domínio de f ◦ g?


p
(g ◦ f )(x) = g(f (x)) = g(x 2 + 3) = x 2 + 3.

f : R → R, g : [0, +∞) → R, logo [04] Por que é possível a composição (g ◦ f )(x)?



Df ◦g = {x ∈ [0, ∞) : x ∈ R} = [0, ∞). Note que Imf = [3, +∞) ⊂ Dg , logo é possível compor g ◦ f .
Portanto,
f ◦ g : [0, +∞) → R

Pré-Cálculo 59 Pré-Cálculo 60
Exemplo Identificando composições

Escreva h(x) = (fog)(x), com f e g diferentes da função identidade.



f (x) = x 2 + 3, g(x) = x.
h(x) = (x 2 + 1)10 = (f ◦ g)(x)
p
(f ◦ g)(x) = x + 3, (g ◦ f )(x) = x 2 + 3.
onde

Moral: (em geral) f ◦ g 6= g ◦ f .


A operação de composição de funções não é comutativa! f (x) = x 10 e g(x) = x 2 + 1.

Pré-Cálculo 61 Pré-Cálculo 62

Identificando composições Identificando composições


h(x) = tg(x 5 ) = (f ◦ g)(x) h(x) = 4 − 3 x = (f ◦ g)(x)

onde onde


f (x) = tg(x) e g(x) = x 5 . f (x) = x e g(x) = 4 − 3 x.

Pré-Cálculo 63 Pré-Cálculo 64
Identificando composições Identificando composições


h(x) = 8 + x = (f ◦ g)(x) h(x) = 1/(x + 1) = (f ◦ g)(x)

onde onde


f (x) = 8 + x e g(x) = x. f (x) = 1/x e g(x) = x + 1.

Pré-Cálculo 65 Pré-Cálculo 66

Exercícios 3) Use os gráficos das funções f e g da figura abaixo e determine o


valor de cada uma das seguintes expressões apresentadas nos itens
a seguir. Justifique sempre que não for possível determinar algum
destes valores.

1) Considere a√função g(x) = x 2 − 1, com domínio restrito a x ≥ 0 e a


função f (x) = x. Encontre as expressões (ou leis de formação) das
funções compostas f ◦ g e g ◦ f e seus respectivos domínios. a) (f ◦ g)(2)
b) (f ◦ g)(0)
1 x −1 c) g(f (3))
2) Sejam f (x) = e g(x) = . Encontre as expressões das
x −1 x +1 d) (g ◦ f )(5)
funções compostas f ◦ g e g ◦ f e seus respectivos domínios. e) g(g(−2))
f) f (f (2))

Pré-Cálculo 67 Pré-Cálculo 68
Funções inversíveis

Definição
Dizemos que uma função f : D → C é inversível se existe
função g : C → D tal que

(g ◦ f )(x) = g(f (x)) = x, para todo x ∈ D


Funções inversíveis e
(f ◦ g)(x) = f (g(x)) = x, para todo x ∈ C.

Neste caso, dizemos que g é a inversa de f e escreveremos:

g = f −1 .

Pré-Cálculo 69 Pré-Cálculo 70

Exemplo Exemplo

Pré-Cálculo 71 Pré-Cálculo 72
Exemplo Cuidado
A função

f: D=R → C =R Cuidado!
x 7→ y = f (x) = 2 x + 1

é inversível, pois f −1 (x) e (f (x))−1

g: C = R → D = R denotam objetos diferentes!


x 7→ y = g(x) = (x − 1)/2

é tal que f −1 (x) é a função inversa de f calculada em x.

(g ◦ f )(x) = g(f (x)) = g(2 x + 1) = ((2 x + 1) − 1)/2 = x, ∀x ∈ D = R (f (x))−1 é igual a 1/f (x).

e
No exemplo anterior,
(f ◦ g)(x) = f (g(x)) = f ((x − 1)/2) = 2((x − 1)/2) + 1 = x, ∀x ∈ C = R.
f −1 (x) = (x − 1)/2, enquanto que (f (x))−1 = (2 x + 1)−1 = 1/(2 x + 1).
Podemos então escrever que f −1 (x) = g(x) = (x − 1)/2.

Pré-Cálculo 73 Pré-Cálculo 74

Proposição Demonstração: (⇒)


Se f : D → C é inversível, então existe uma função g : C → D tal que
∀x ∈ D, (g ◦ f )(x) = g(f (x)) = x e ∀x ∈ C, (f ◦ g)(x) = f (g(x)) = x.

Proposição Suponha, por absurdo, que f não seja injetiva. Então existem x1 , x2 ∈
f : D → C é uma função inversível se, e somente se, f é bijetiva, D tais que x1 6= x2 e f (x1 ) = f (x2 ). Mas, se f (x1 ) = f (x2 ), então
isto é, se, e somente se, g(f (x1 )) = g(f (x2 )), isto é, x1 = x2 , uma contradição. Assim f : D → C
é injetiva.
1. f é injetiva: para todo x1 , x2 ∈ D, se x1 6= x2 , então f (x1 ) 6=
f (x2 ) e, ao mesmo tempo, Seja y ∈ C. Se x = g(y ), então f (x) = f (g(y )) = y . Isso mostra que
f : D → C é sobrejetiva.
2. f é sobrejetiva: para todo y ∈ C, existe pelo menos um
x ∈ D tal que f (x) = y . Como f : D → C é injetiva e sobrejetiva, segue-se que f : D → C é
bijetiva.

Pré-Cálculo 75 Pré-Cálculo 76
Demonstração: (⇐) Observações
Como f : D → C é sobrejetiva, para todo y ∈ C, existe x ∈
D tal que f (x) = y . Mais ainda: como f é injetiva, esse x é
único. Considere então a função g : C → D definida por g(y ) =
x = o único elemento de D tal que f (x) = y . Observe que g(f (x)) =
g(y ) = x, ∀x ∈ D e f (g(y )) = f (x) = y , ∀y ∈ C. Sendo assim, f é Provar que uma função é inversível pode não ser uma tarefa fácil
inversível e sua inversa é f −1 = g. seja com a definição, seja com a proposição anterior.

A disciplina de Cálculo ensinará novas ferramentas para estudar se


uma função é inversível (localmente).

Pré-Cálculo 77 Pré-Cálculo 78

Pergunta O gráfico da função inversa

Seja f uma função real inversível.

Se f (1) = 2, então f −1 (2) = 1.


[2] Toda função f : R → R inversível é crescente em R ou Assim, o ponto (1, 2) pertence ao gráfico de f e (2, 1) pertence ao gráfico de f −1 .
decrescente em R? Se verdadeiro, prove; se falso, esboce o
gráfico de uma função que seja contra-exemplo. Se f (2) = 3, então f −1 (3) = 2.
Assim, o ponto (2, 3) pertence ao gráfico de f e (3, 2) pertence ao gráfico de f −1 .

Se f (x) = y , então f −1 (y ) = x.
Assim, o ponto (x, y ) pertence ao gráfico de f e (y , x) pertence ao gráfico de f −1 .

Pré-Cálculo 79 Pré-Cálculo 80
O gráfico da função inversa O gráfico da função inversa

Qual é a relação entre o gráfico de uma função e sua inversa?

Se uma mesma escala foi usada para os eixos x e y ,


os gráficos de f e f −1 são simétricos com relação a reta y = x.

Se uma mesma escala foi usada para os eixos x e y ,


o gráfico da inversa f −1 é obtido
fazendo-se uma reflexão do gráfico de f com relação a reta y = x.

Pré-Cálculo 81 Pré-Cálculo 82

O gráfico da função inversa


[3] A figura abaixo exibe o gráfico de uma função
f : [0, 7] → [−3, 6].

(a) A função f é inversível? Justifique.


(b) Caso f seja inversível, esboce o gráfico de f −1 .
(c) Caso f seja inversível, dê os valores de (f −1 ◦ f )(7) e de
(f ◦ f −1 )(7), se estiverem definidos.
Pré-Cálculo 83

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