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Função injectiva

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Na matemática, uma função injectiva (ou injetora) é uma função que preserva a distinção: nunca aponta
elementos distintos de seu domínio para o mesmo elemento de seu contradomínio. Em outras palavras, cada
elemento do contradomínio da função é a imagem de no máximo um elemento de seu domínio. Ou seja,
Uma função diz-se injectiva (ou injetora) se e somente se quaisquer que sejam e (pertencentes ao
domínio da função), é diferente de implica que f( ) é diferente de f( ):

Uma função injetiva, mas Uma função injetiva e Uma função sobrejetiva, mas
não sobrejetiva (injeção, sobrejetiva (bijeção) não injetiva (sobrejeção, não
mas é não uma bijeção) é uma bijeção)

Uma função nem injetiva,


nem sobrejetiva (também
não é uma bijeção)

Graficamente, uma função é injectiva se e somente se nenhuma recta horizontal intersecta o seu gráfico
em mais do que um ponto.
É importante notar que, neste tipo de função, o contradomínio tem uma cardinalidade sempre maior ou
igual à do domínio. Além disso, pode haver mais elementos no contra-domínio que no conjunto imagem da
função.

Ocasionalmente, uma função injetiva de a é denotada usando uma seta com uma "cauda
separada" (U+21A3 ↣ rightwards arrow with tail). O conjunto de funções injetivas de
[1] a pode
ser denominado usando uma notação derivada daquela usada para decrescimento de potências
fatoriais, uma vez que se e são conjuntos finitos com respectivamente e elementos, o número de
injeções de a é

Um monomorfismo é uma generalização de uma função injetiva na teoria das categorias.

Índice
Definição
Exemplos
Aplicações lineares
Injeções podem ser desfeitas
Injeções podem tornar-se invertíveis
Outras propriedades
Provando que as funções são injetivas
Exemplo 1
Exemplo 2
Ver também
Notas
Referências
Ligações externas

Definição
Seja uma função cujo domínio é um conjunto Diz-se que a função é injetiva desde que para todos
e em sempre que então isto é, implica Equivalente, se
então

Simbolicamente,

que é logicamente equivalente à contrapositiva,


Exemplos
A função definida por não é injectiva, pois existe pelo menos um
tal que por exemplo, para Isto é, o domínio da função admite
que dois objectos distintos tenham a mesma imagem. Noutras palavras, existem dois
valores diferentes que possam substituir a variável para que o valor da função seja
igual a 4. Esses valores são 2 e -2.
A função definida por é injectiva, pois implica que deve
ser diferente de para Isto é, o domínio admite somente um valor para cada
imagem. Como por exemplo, para que a função seja igual a 4, poderíamos substituir a
variável somente pelo número 2.
A função definida por é injectiva, pois implica que deve ser
diferente de para Isto é, o domínio admite somente um valor para cada imagem.
Como por exemplo, para que a função seja igual a 8, poderíamos substituir a variável
somente pelo número 2, enquanto que para que a função seja igual a -8, poderíamos
substituir a variável somente pelo número -2.

Aplicações lineares
Uma transformação linear é dita injetora (ou injetiva) se, e somente se, o seu
núcleo — ou ainda, — contiver apenas o vetor nulo e, pois, tiver dimensão
zero — isto é,

A demonstração segue adiante:

→ Hipótese: T não é injetora → com para algum

Das propriedades da transformação linear:

Como u ≠ v ⇔ u - v ≠ 0, então:

O caso de T ser injetora é exclusivo e podemos afirmar que se


é

Uma transformação linear também é dita injetiva se, e somente se, leva vetores
L.I em vetores L.I. (LI = linearmente independentes)

Segue a demonstração:

→ Prova da ida:

Hipótese: A é injetiva

Tese: A leva vetores LI em vetores LI.

Se são linearmente independentes provaremos que


Se são linearmente independentes provaremos que
são linearmente independentes.
Com efeito se

Usando a linearidade de A:

Então temos que pertence ao núcleo de e como é injetiva,


ou seja,

, como são LI tem-se , ou


seja são linearmente independentes.

← Prova da volta:

Hipótese: A leva vetores LI em vetores LI.

Tese: A é injetiva.

Sendo é LI então é portanto e é


injetiva.

Segue-se desse teorema que se tem dimensão finita, assim por exemplo não existe
transformação linear injetiva de em

Injeções podem ser desfeitas


Funções com inversas à esquerda são sempre injeções. Isto é, dado se houver uma função
tal que, para cada

( pode ser desfeita por )

então é injetiva. Nesse caso, é chamada de retração de Por outro lado, é chamado de seção de

Inversamente, toda injeção com domínio não vazio tem uma inversa à esquerda, que pode ser definida
fixando um elemento a no domínio de de modo que seja igual à pré-imagem única de sob se
existir e caso contrário. [2]

A inversa à esquerda não é necessariamente um inverso de porque a composição na outra ordem,


pode diferir da identidade em Em outras palavras, uma função injetora pode ser "invertida" por
uma inversa à esquerda, mas é não necessariamente invertível, o que requer que a função seja bijetiva.

Injeções podem tornar-se invertíveis


Na verdade, para transformar uma função injetora em uma função bijetiva (portanto,
invertível), basta substituir seu contradomínio pelo seu intervalo real Isto é, vamos
tal que para todo em então g é bijetiva. De fato, pode ser fatorada como
onde é a função de inclusão de em

Mais geralmente, as funções parciais injetivas são chamadas de bijeções parciais.

Outras propriedades
Se e são ambas injetivas, então é injetiva.

Se é injetiva, então é injetiva (mas


não precisa ser).
é injetiva se, e somente se,
dadas quaisquer funções
sempre que então Em
outras palavras, funções injetivas são
precisamente os monomorfismos na
categoria Conjunto de conjuntos.
Se é injetiva e é um
subconjunto de então
Assim, pode ser recuperado de sua A composição de duas funções injetivas é injetiva
imagem
Se é injetiva e e são ambos subconjuntos de então

Cada função pode ser decomposta como para uma injeção adequada
e uma sobrejeção Esta decomposição é única até o isomorfismo, e pode ser
considerada como a função de inclusão do intervalo de como um subconjunto do
contradomínio de
Se é uma função injetiva, então tem pelo menos tantos elementos quanto
no sentido de números cardinais. Em particular, se, além disso, houver uma injeção de
para então e terão o mesmo número cardinal. (Isso é conhecido como o teorema de
Cantor-Bernstein-Schroeder.)
Se tanto quanto são finitos com o mesmo número de elementos, então é
injetiva se e somente se é sobrejetiva (nesse caso é bijetiva).
Uma função injetiva que é um homomorfismo entre duas estruturas algébricas é uma
incorporação.
Ao contrário da sobrejetividade, que é uma relação entre o gráfico de uma função e seu
contradomínio, a injetividade é uma propriedade do gráfico da função sozinha; isto é, se
uma função é injetiva pode ser decidida considerando apenas o gráfico (e não o
contradomínio) de

Provando que as funções são injetivas


Uma prova de que uma função é injetiva depende de como a função é apresentada e quais propriedades
ela contém. Para funções que são dadas por alguma fórmula, há uma ideia básica. Usamos a contrapositiva
da definição de injetividade, ou seja, se então [3]
Exemplo 1

Prova: Seja Suponha que Então,


Portanto, segue da definição que é injetiva.

Exemplo 2

não é injetiva, já que para e temos , ou seja, com


.

Existem vários outros métodos para provar que uma função é injetiva. Por exemplo, no cálculo se é uma
função diferenciável definida em algum intervalo, então é suficiente mostrar que a derivada é sempre
positiva ou sempre negativa nesse intervalo. Na álgebra linear, se é uma transformação linear, é suficiente
mostrar que o núcleo de contém apenas o vetor zero. Se é uma função com domínio finito, basta olhar
a lista de imagens de cada elemento de domínio e verificar se nenhuma imagem ocorre duas vezes na lista.

Ver também
Função sobrejetiva
Função bijectiva
Teorema da função inversa

Notas
1. «Unicode» (https://www.unicode.org/charts/PDF/U2190.pdf) (PDF). Consultado em 11 de
maio de 2013
2. Ao contrário da afirmação correspondente de que toda função sobrejetiva tem um inverso à
direita, isso não requer o axioma da escolha, já que a existência de a é implicada pela não-
vacuidade do domínio. No entanto, esta afirmação pode falhar em matemática menos
convencional, como a matemática construtiva. Na matemática construtiva, a inclusão
{0,1} → 'R' do conjunto de dois elementos nos reais não pode ter inversão à esquerda, pois
violaria indecomposição, dando uma retração da reta real para o conjunto {0,1}.
3. Williams, Peter. «Proving Functions One-to-One» (http://www.math.csusb.edu/notes/proofs/b
pf/node4.html). Cópia arquivada em 4 de junho de 2017 (https://web.archive.org/web/20170
604162511/http://www.math.csusb.edu/notes/proofs/bpf/node4.html)

Referências
Bartle, Robert G. (1976), The Elements of Real Analysis, ISBN 978-0-471-05464-1 2nd ed. ,
New York: John Wiley & Sons, p. 17 ff.
Halmos, Paul R. (1974), Naive Set Theory, ISBN 978-0-387-90092-6, New York: Springer,
p. 38 ff.

Ligações externas
Aula sobre os tipos de funções (http://ava.cesad.ufs.br/cat/PDF/Fundamentos%20de%20Ma
tematica/Fundamentos%20de%20Matematica%20aula%2015.pdf)
Earliest Uses of Some of the Words of Mathematics: entry on Injection, Surjection and
Bijection has the history of Injection and related terms. (http://jeff560.tripod.com/i.html)
Khan Academy – Surjective (onto) and Injective (one-to-one) functions: Introduction to
surjective and injective functions (https://www.khanacademy.org/math/linear-algebra/v/surjec
tive--onto--and-injective--one-to-one--functions)

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