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Matemática II
Margarida Macedo
Equações diferenciais
Índice
Bibliografia .......................................................................................................... 53
1. Conceitos gerais
Quando se supõe que as variações ocorrem de forma contínua, as taxas de variação são
estabelecidas como derivadas e as equações que as envolvem são equações diferenciais.
Caso ocorram de forma discreta, as equações são equações com diferenças.
Assim, uma equação diferencial pode ser definida como uma equação que envolve derivadas
de uma ou várias funções.
1.1. Definição
Equação diferencial é uma igualdade que relaciona as derivadas de uma ou mais variáveis
dependentes (em relação a uma ou mais variáveis independentes), com as referidas variáveis.
𝑑𝑦 𝑑2 𝑦 𝑑𝑛 𝑦
F(x, y, y’ , y ’’, ... , y (n)) = 0 ou F(x, y, , 2
, ..., ) = 0.
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑛
Se a função incógnita depende apenas de uma variável, trata-se de uma equação diferencial
ordinária. Se depender de mais de uma variável, será uma equação diferencial parcial.
Este curso apenas incide sobre as equações diferenciais ordinárias.
𝑑𝑦
1) = 𝑥2𝑦
𝑑𝑥
𝑑3 𝑦 𝑑2 𝑦 𝑑𝑦 4
2) 𝑥 2 𝑑𝑥 3 + 2𝑦 𝑑𝑥 2 − (𝑑𝑥 ) + 3 = 0
𝑑𝑦
3) = sen 𝑥
𝑑𝑥
4) 𝑒 𝑥 𝑑𝑦 − 𝑥 2 𝑦 𝑑𝑥 = 2𝑑𝑥
𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
5) + 𝑥 𝑑𝑥 + 𝑦 = 0
𝑑𝑥 2
Exemplo:
𝑅′(𝑄) = 75 − 1,6𝑄 relaciona a Receita Marginal (R’) com a Quantidade (Q); é uma equação
diferencial que, ao ser resolvida, permite encontrar uma relação entre a Receita e a
Quantidade. Neste caso a resolução limita-se ao cálculo do integral de R’(Q):
A expressão genérica obtida para R(Q), chama-se solução geral da equação. Se fosse
conhecido uma valor da Receita para determinado valor da Quantidade, é possível
determinar o valor da constante c; suponha-se, por exemplo, que R(10) = 500. Então:
A ordem de uma equação diferencial é a ordem máxima das derivadas que aparecem na
equação. Assim, nos exemplos anteriores, 1), 3), 4) e 6) são de 1ª ordem, 5 é de 2ª ordem e
2) é de 3ª ordem.
𝑑𝑦
Recorde-se que = 𝑦′, pelo que as equações podem assumir outro aspeto; a equação 3, por
𝑑𝑥
Exemplos:
𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
1) A função 𝑦 = 4𝑒 −𝑥 + 5 é uma solução da equação diferencial + 𝑑𝑥 = 0. Com
𝑑𝑥 2
𝑑𝑦 𝑑2 𝑦
= −4𝑒 −𝑥 e = 4𝑒 −𝑥 ; substituindo na equação inicial, fica −4𝑒 −𝑥 + 4𝑒 −𝑥 = 0,
𝑑𝑥 𝑑𝑥 2
1+𝐶𝑒𝑥 𝑑𝑦 1
2) Verificar que 𝑦 = 1−𝐶𝑒𝑥 (𝐶 ∈ 𝑅) é uma solução da equação 𝑑𝑥 = 2 (𝑦 2 − 1).
Resolução:
𝑑𝑦 2𝐶𝑒 𝑥
A primeira derivada da função dada é = (1−𝐶𝑒 𝑥)2 .
𝑑𝑥
2𝐶𝑒 𝑥 1 4𝐶𝑒 𝑥
⇔ (1−𝐶𝑒 𝑥)2 = [(1−𝐶𝑒 𝑥)2 ]
2
A igualdade anterior é verdadeira; assim, pode-se concluir que a função é solução da equação
diferencial dada.
Tendo em conta que é uma família de funções, e de acordo com o conceito já introduzido
1+𝐶𝑒 𝑥
num exemplo anterior, y = é a solução geral da equação. Para cada valor real de C,
1−𝐶𝑒 𝑥
1+𝑒𝑥+1
tem-se uma solução particular da equação. Por exemplo 𝑦 = 1−𝑒𝑥+1 é uma solução
Resolução:
⇔ 0=0
Resolução:
𝑦2
5) Verificar que = ln |𝑥| + 𝑐 é solução da equação 𝑥𝑦𝑦′ = 𝑥 2 + 𝑦 2 (𝑐 ∈ 𝑅).
2𝑥 2
Resolução:
𝑦2 1
𝑦2 𝑦2 ∙ (−2𝑥−3 )−
2 𝑥
= ln |𝑥| + 𝑐 ⇔ − ln |𝑥| − 𝑐 = 0 ⇔ 𝑦′ = − 1 ; substituindo a derivada
2𝑥 2 2𝑥 2
2𝑦 ⋅
2𝑥2
y’ no enunciado, fica
1
−𝑦 2 ⋅ 𝑥 −3 − 1
𝑥𝑦 (− 𝑦
𝑥
) = 𝑥 2 + 𝑦 2 ⇔ 𝑥 3 (𝑦 2 ⋅ 𝑥 −3 + 𝑥) = 𝑥 2 + 𝑦 2 ⇔ 𝑦 2 + 𝑥 2 = 𝑥 2 + 𝑦 2
𝑥2
Por outro lado, dada uma função, é possível determinar uma equação que admite essa função
como solução. Não existindo uma metodologia universal para essa determinação, os
exemplos que se seguem pretendem indicar a abordagem adequada a cada um.
Genericamente, ao derivar a solução o número de vezes igual ao número de parâmetros, é
possível encontrar uma relação entre essas derivadas e a própria função solução de modo a
eliminar os referidos parâmetros.
Exemplos:
Resolução:
1
Neste exemplo é possível isolar o c na igualdade inicial, fica 𝑐 = 𝑙𝑛 𝑥 + 𝑦. Derivando este
1 1
resultado, fica − 𝑦 2 ⋅ 𝑦′ = 0 e este é o enunciado de uma equação diferencial que admite
𝑥
2) Determinar uma equação diferencial que admite como solução a função definida por
𝑦 = 𝑒 2𝑥 (𝑐1 cos( 3𝑥) + 𝑐2 sen(3𝑥)) (𝑐1 , 𝑐2 ∈ 𝑅).
Resolução:
Derivando novamente
′
𝑦′′ = (2𝑒 2𝑥 (𝑐1 cos( 3𝑥) + 𝑐2 sen(3𝑥)) − 3𝑒 2𝑥 (𝑐1 sen(3𝑥) − 𝑐2 cos(3𝑥))) =
Ou seja, uma equação que admite a função dada como solução é 𝑦′′ − 4𝑦′ + 13𝑦 = 0.
Resolução:
𝑦′ = 2𝑐1 (𝑥 − 𝑐2 )
𝑦′′
𝑦′′ = 2𝑐1 ⇔ 𝑐1 = 2
𝑦′′ 𝑦′ 2 (𝑦′)2
Substituindo na expressão inicial, fica 𝑦 = ⋅( ) ⇔𝑦 = que é uma equação que
2 𝑦′′ 2𝑦′′
Resolução:
2𝐶1 𝑝′′ 𝑞 3
𝑝′′ = ⟺ 𝐶1 =
𝑞3 2
𝑝′′ 𝑞3 𝑝′′ 𝑞3
2 2
Substituindo na expressão inicial, obtém-se 𝑝 = + 𝑝′𝑞 + 𝑞 ou, simplificando,
𝑞 𝑞2
Exercícios propostos:
𝑑2 𝑥
b) x = acos (wt) + bsen (wt) solução de + 𝑤 2 𝑥 = 0.
𝑑𝑡 2
equação.
7
b) Calcule a solução particular que verifica 𝑦(0) = 1 e 𝑦′(0) = 8 .
b) 𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝑐 2 (𝑐 ∈ 𝑅)
c) 𝑦 = (𝑐1 + 𝑐2 𝑥) ∙ 𝑒 𝑥 + 𝑐3 (𝑐1 , 𝑐2 , 𝑐3 ∈ 𝑅)
7. Determine, se existir, uma equação diferencial que admite como soluções funções que
𝐴+𝑥
podem ser definidas por 𝑦(𝑥) = 4+𝑥 2 , 𝐴 ∈ 𝑅.
9. Comente a afirmação:
" Sendo a, b e c constantes reais, existe um e apenas um valor c de modo que a família de
funções 𝑦 = 𝑎𝑒 𝑥 + 𝑏𝑥 2 é solução da equação 𝑦 − 𝑦′′ + 2𝑏 = 𝑐𝑥 2 ".
3 1−2𝑥
10. Verifique se 𝑦 = √3 + 3𝑥 − 3𝑥 2 é uma solução de 𝑦𝑦′ = .
𝑦
Soluções:
1 1
2. b) 𝑦 = cos( 2𝑥) + 2 sen( 2𝑥) − 8 𝑥 cos( 2𝑥)
3. 𝑘 = 1
4. 𝑦 = 𝑒 −2𝑥
5. a) y'' = − y
𝑥
b) 𝑦′ = − 𝑦
c) 𝑦′′′ − 2𝑦′′ + 𝑦′ = 0
7. (4 + 𝑥 2 )𝑦 ′ = 1 − 2𝑥𝑦
8. 𝑦′′′𝑥 2 + 2𝑥𝑦′′ = 0
9. Verdadeira: c = b
10. Sim
funções 𝑀(𝑥, 𝑦) e 𝑁(𝑥, 𝑦) vão condicionar a técnica a ser utilizada na resolução da
equação.
Exemplos:
Resolução:
𝑑𝑦
𝑥 2 𝑦𝑦′ − 2𝑥𝑦 3 = 0 ⇔ 𝑥 2 𝑦 𝑑𝑥 − 2𝑥𝑦 3 = 0 ⇔ 𝑥 2 𝑦𝑑𝑦 − 2𝑥𝑦 3 𝑑𝑥 = 0 ⇔
𝑦 2𝑥 1 2
⇔ 𝑥 2 𝑦𝑑𝑦 = 2𝑥𝑦 3 𝑑𝑥 ⇔ 𝑦 3 𝑑𝑦 = 𝑥 2 𝑑𝑥 ⇔ 𝑦 2 𝑑𝑦 = 𝑥 𝑑𝑥
1 2 1
Integrando ambos os membros, ∫ 𝑦 2 𝑑𝑦 = ∫ 𝑥 𝑑𝑥 ⇔ − 𝑦 = 2 ln|𝑥| + 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
𝑦
2) Resolver a equação 𝑦′ = 𝑥 2 +1.
Resolução:
𝑦 𝑑𝑦 𝑦 𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑥
𝑦′ = 𝑥 2 +1 ⇔ 𝑑𝑥 = 𝑥 2+1 ⇔ 𝑑𝑦 = 𝑥 2 +1 𝑑𝑥 ⇔ = 𝑥 2 +1 ⇔ ∫ = ∫ 𝑥 2 +1 ⇔
𝑦 𝑦
⇔ ln|𝑦| = arctg 𝑥 + 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
𝑑𝑦
3) Resolver a equação 𝑥(1 + 𝑦 2 ) − 𝑦(1 + 𝑥 2 ) 𝑑𝑥 = 0.
Resolução:
𝑑𝑦
𝑥(1 + 𝑦 2 ) − 𝑦(1 + 𝑥 2 ) 𝑑𝑥 = 0 ⇔ 𝑥(1 + 𝑦 2 )𝑑𝑥 − 𝑦(1 + 𝑥 2 )𝑑𝑦 = 0 ⇔
𝑥 𝑦 𝑥 𝑦
⇔ 1+𝑥 2 𝑑𝑥 = 1+𝑦 2 𝑑𝑦 ⇔ ∫ 1+𝑥 2 𝑑𝑥 = ∫ 1+𝑦 2 𝑑𝑦 ⇔
1 1
⇔ 2 ln( 1 + 𝑥 2 ) = 2 ln( 1 + 𝑦 2 ) + 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
Tendo em conta que c é uma constante real arbitrária, a solução pode ser apresentada de
outra forma:
1 1
ln( 1 + 𝑥 2 ) = ln( 1 + 𝑦 2 ) + 𝑐 ⇔ ln( 1 + 𝑥 2 ) = ln( 1 + 𝑦 2 ) + 𝑐 ⇔
2 2
⇔ 1 + 𝑥 2 = 𝑐(1 + 𝑦 2 ) (𝑐 ∈ 𝑅)
1
Note-se que 𝑐 = ln 𝑐1 , com 𝑐1 > 0. Sem perda de generalidade, e apesar do valor de c não ser o mesmo em
ambas as expressões, corresponde a um número real qualquer, pelo que é, formalmente, irrelevante usar c,
ou alterar para 𝑐1 .
Resolução:
Assim:
𝑑𝑉 1 1
= 𝑘(10 − 𝑉) ⇔ 10−𝑉 𝑑𝑣 = 𝑘𝑑𝑡 ⇔ ∫ 10−𝑉 𝑑𝑣 = ∫ 𝑘𝑑𝑡 ⇔ − ln|10 − 𝑉| = 𝑘𝑡 + 𝑐
𝑑𝑡
𝑉(0) = 0 ⇔ 10 − 𝑒 𝑐 = 0 ⇔ 𝑐 = 𝑙𝑛 1 0
⇔ −𝑘 + ln 10 = ln 9 , 75 ⇔ 𝑘 = 0,025
2) Determinar a procura, x, como função do preço, sabendo que a sua elasticidade é dada
400
por 𝜀 = 1 − e que a procura é 340 quando o preço é 20.
3𝑥
Resolução:
𝜕𝑄
𝑄
Recorde-se que a elasticidade preço da procura é dada por 𝜀 = 𝜕𝑃 , em que Q(P) é a função
𝑃
𝑑𝑥
𝑥 400 400 𝑑𝑝 𝑑𝑥 3𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑝
𝑑𝑝 = 1− ⇔ (1 − ) = ⇔ 3𝑥−400 ⋅ = ⇔ ln|3𝑥 − 400| = ln|𝑝| + 𝑐
3𝑥 3𝑥 𝑝 𝑥 𝑥 𝑝
𝑝
ou seja, a procura é dada por ln|3𝑥 − 400| = ln|p| + ln 31 ⇔ |3𝑥 − 400| = 31𝑝
31𝑝+400
Tendo em conta a condição inicial, 3𝑥 − 400 = 31𝑝 ⟺ 𝑥 = 3
Resolução:
Recorde-se que o preço de equilíbrio ocorre quando a oferta é igual á procura. Assim,
𝑑𝑝
𝐷(𝑡) = 𝑆(𝑡) ⇔ 480 + 5𝑝(𝑡) − 2𝑝′(𝑡) = 300 + 8𝑝(𝑡) + 𝑝′(𝑡) ⇔ 3 = −3𝑝(𝑡) + 180 ⇔
𝑑𝑡
𝑑𝑝 1
⇔ = −𝑝(𝑡) + 60 ⇔ 𝑑𝑝 = 𝑑𝑡 ⇔ − ln|−𝑝 + 60| = 𝑡 + 𝑐
𝑑𝑡 −𝑝 + 60
que b = 75%, determine uma relação entre o rendimento nacional bruto e os gastos em
artigos de 1ª necessidade.
Resolução:
𝑑𝑦 𝑑𝑦 1
= 𝑘(1 − 0,75)(𝑦 − 𝑎) ⟺ = 0,25𝑘(𝑦 − 𝑎) ⟺ 𝑦−𝑎 𝑑𝑦 = 0,25𝑘𝑑𝑡 ⟺
𝑑𝑡 𝑑𝑡
⟺ ln|𝑦 − 𝑎| = 0,25𝑘𝑡 + 𝑐
Resolução:
𝑑𝐴 1
= 12𝐴 + 100 ⟺ 12𝐴+100 𝑑𝐴 = 𝑑𝑡 ⟺ ln(12𝐴 + 100) = 12 𝑡 + 𝑐
𝑑𝑡
Para 𝑡 = 5:
100(𝑒 60 −1)
ln(12𝐴 + 100) = 60 + ln100 ⟺ 𝐴 = unidades monetárias.
12
Exemplo:
𝑑𝑦 𝑥−2𝑦 𝑑𝑦 𝑥−2𝑦
= 2𝑥−4𝑦+1 ⟺ 𝑑𝑥 = 2(𝑥−2𝑦)+1
𝑑𝑥
𝑑𝑦 1 1 𝑑𝑢
Fazendo a mudança de variável 𝑢 = 𝑥 − 2𝑦, = 2 − 2 ∙ 𝑑𝑥 e a equação fica
𝑑𝑥
1 1 𝑑𝑢 𝑢
− 2 ∙ 𝑑𝑥 = 2𝑢+1 ⟺ ∫(2𝑢 + 1)𝑑𝑢 = − ∫ 𝑑𝑥 ⟺ 𝑢2 + 𝑢 = −𝑥 + 𝑐
2
(𝑥 − 2𝑦)2 + 𝑥 − 2𝑦 = −𝑥 + 𝑐 ⟺ (𝑥 − 2𝑦)2 + 2𝑥 − 2𝑦 = 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
Exercícios propostos:
a) √1 − 𝑦 2 𝑑𝑥 + √1 − 𝑥 2 𝑑𝑦 = 0
b) (1 − 𝑥 3 ) 𝑑𝑦 − 𝑥 2 𝑦 𝑑𝑥 = 0
dy
c) + 2 xy − x y 2 = 0
dx
1+𝑦 3
e) 𝑦′ + =0
𝑥𝑦 2 (1+𝑥 2 )
1+𝑦 2
f) 𝑦′ =
1+𝑥 2
g) ( x 2 + x 2 y ) dx − ye x dy = 0
h) 𝑥 2 (𝑦 + 𝑎)2 (𝑦 ′ − 1) = 𝑦 2 − 2𝑎𝑥 2 𝑦 + 𝑎2
𝑥 𝑥2
j) 𝑑𝑥 − 𝑑𝑦 = 0
𝑦√𝑦 2 +𝑥 2 𝑦 2 √𝑦 2 +𝑥 2
1−3𝑥−3𝑦
2. Resolva a equação 𝑦′ = , começando por a transformar numa equação de
1+𝑥+𝑦
a) Cujo declive da tangente em cada ponto (x,y) é metade do declive da reta que une a
origem ao ponto.
b) Que passa pelo ponto (1,1) e tal que a inclinação da tangente em cada ponto é
proporcional ao quadrado da ordenada nesse ponto.
a e b são constantes reais não nulas. Faça a = 2 e b = 1. Sabendo que 𝑥(0) = 𝑒 3 , resolva
−𝑡
a equação e mostre que a solução é 𝑥 = 𝑒 2+𝑒 .
6. Sabe-se que a procura e a oferta de um determinado produto são dadas pelas expressões
Admitindo que a taxa de variação do preço em relação ao tempo é dada pela diferença
𝐷(𝑃) − 𝑆(𝑃), determine o preço P como função do tempo t.
1 𝑦
9. Considere a equação diferencial de variáveis separáveis ⋅ 𝑦′ = .
𝑓′ (𝑥) 𝑓(𝑥)
10. Durante uma epidemia de gripe, 5% dos 5000 soldados estacionados no Forte X tinha
contraído a doença no instante t = 0. Além disso, a taxa à qual os soldados estavam a
contrair a doença era proporcional, conjuntamente, ao número de infetados e à
população sã. Se ao 10º dia 20% dos soldados já tinha contraído a doença, qual o número
de infetados ao 13º dia?
Soluções:
1. a) arcsen 𝑥 + arcsen 𝑦 = 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
b) 𝑦 3 (1 − 𝑥 3 )𝑐 = 1 (𝑐 ∈ 𝑅)
1 1 2 𝑦−2 𝑥2
c) 𝑦 = 2 + 𝑐𝑒 𝑥 ou ln √ +𝑐 = (𝑐 ∈ 𝑅)
𝑦 2
1
d) − cos 𝑦 = tg𝑥 + 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
3 √1+𝑥 2
e) √1 + 𝑦 3 = (𝑐 ∈ 𝑅)
𝑐𝑥
f) arctg y = arctg x + c (𝑐 ∈ 𝑅)
𝑥−1 𝑦
i) 𝑥 + ln |𝑥+1| = −𝑦 + 4arctg 2 + 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
j) y = cx (𝑐 ∈ 𝑅)
2. 3x + y + 2ln |x + y − 1| = c (𝑐 ∈ 𝑅)
3. a) 𝑦 = 𝑐√𝑥 (𝑐 ∈ 𝑅)
1
b) 𝑦 = 1 + 𝑘 − 𝑘𝑥 (𝑘 ∈ 𝑅)
𝑙𝑛 5
5. 𝑆(𝑡) = 𝑒 − 𝑡
+𝑙𝑛 50
𝑐2 −𝑐1
6. 𝑃 = −𝑒 −2𝑡 ⋅ 𝑐 − (𝑐 ∈ 𝑅)
2
8. 750000 pessoas
9. a) 𝑦 = 𝑘 ∙ 𝑓(𝑥)
b) 𝑦 = 2𝑥 2
𝑑𝑄
10. Sendo Q (t) o número de infetados, a equação fica = 𝑘𝑄(5000 − 𝑄). 𝑄 ≈ 1426.
𝑑𝑡
f (x, y ) = f ( x, y )
dy
= f ( x, y ) em que
dx
𝑀(𝑥,𝑦)
Quando a equação está na forma 𝑀(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 = 0, 𝑓(𝑥, 𝑦) = − 𝑁(𝑥,𝑦) :
𝑑𝑦 𝑀(𝑥,𝑦)
𝑀(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 = 0 ⇔ 𝑀(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 = 𝑁(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 ⇔ 𝑑𝑥 = − 𝑁(𝑥,𝑦) .
Por exemplo:
𝑑𝑦 3𝑥 2 +𝑦 2
A equação = 𝑥 2 −2𝑦 2 é homogénea, já que 𝑀(𝑥, 𝑦) = 3𝑥 2 + 𝑦 2 e 𝑁(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 − 2𝑦 2 ,
𝑑𝑥
Após identificada a equação como homogénea (ou seja, verificado que f(x, y) é homogénea
de grau 0), a equação é transformada numa equação de variáveis separáveis através da
𝑑𝑦
mudança de variável y = ux (e a consequente alteração de ):
𝑑𝑥
𝑦 = 𝑢𝑥
{𝑑𝑦 𝑑𝑢
= 𝑑𝑥 𝑥 + 𝑢
𝑑𝑥
2
Recorde-se que uma função f(x,y) é homogénea de grau k (𝑘 ∈ 𝑅) ⇔ 𝑓(𝜆𝑥, 𝜆𝑦) = 𝜆𝑘 𝑓(𝑥, 𝑦), ∀(𝑥, 𝑦) ∈ 𝐷𝑓
Exemplos:
Resolução:
𝑑𝑦 𝑥 2 𝑦+3𝑥𝑦 2 +𝑦 3
𝑥(𝑥 2 + 5𝑥𝑦 + 𝑦 2 )𝑦 ′ = 𝑦(𝑥 2 + 3𝑥𝑦 + 𝑦 2 ) ⇔ 𝑑𝑥 =
⏟
𝑥 3 +5𝑥 2 𝑦+𝑥𝑦 2
função homogenea de grau zero
𝑥 𝑦 𝑦
Repondo as variáveis iniciais, a solução é − 𝑦 + 5 ln | 𝑥 | + 𝑥 = −2 ln|𝑥| + 𝑐 (c R)
Resolução:
Como M(x,y) e N(x,y) são homogéneas de grau dois, estabelece-se que a equação é
homogénea. Então, faz-se a mudança de variável proposta:
𝑦 = 𝑢. 𝑥
{𝑑𝑦 𝑑𝑢
= 𝑑𝑥 . 𝑥 + 𝑢
𝑑𝑥
𝑑𝑦 𝑥 2 +𝑦 2
(𝑥 2 + 𝑦 2 )𝑑𝑥 + (𝑥 2 − 𝑥𝑦)𝑑𝑦 = 0 ⇔ = 𝑥𝑦−𝑥 2
𝑑𝑥
𝑢−1 1 2
∫ 𝑢+1 𝑑𝑢 = ∫ 𝑥 𝑑𝑥 ⇔ ∫ (1 − 𝑢+1) 𝑑𝑢 = ln|𝑥| + 𝑐 ⇔ 𝑢 − 2 ln|𝑢 + 1| = ln|𝑥| + 𝑐
𝑦 𝑦
𝑥
− 2 ln |𝑥 + 1| = ln|𝑥| + 𝑐 (c R)
𝑑𝑦 𝑎𝑥+𝑏𝑦+𝑐
Equações do tipo = reduzem-se a equações homogéneas, fazendo a mudança
𝑑𝑥 𝑚𝑥+𝑛𝑦+𝑝
𝑥 =𝑢+ℎ 𝑑𝑣 𝑑𝑦 3
de variável { (e consequentemente = )
𝑦 =𝑣+𝑘 𝑑𝑢 𝑑𝑥
𝑎ℎ + 𝑏𝑘 + 𝑐 = 0
em que h e k são constantes reais que verificam as condições {
𝑚ℎ + 𝑛𝑘 + 𝑝 = 0
Exemplo:
𝑑𝑦 2𝑥−4𝑦+3
A equação 𝑑𝑥 = pode ser transformada numa equação homogénea, fazendo
𝑥+2𝑦+1
5 5
𝑥 =𝑢+ℎ ℎ = −4
2ℎ − 4𝑘 + 3 = 0 𝑥 =𝑢−4
{ em que { ⇔ { 1 ou seja, { 1
𝑦 =𝑣+𝑘 ℎ + 2𝑘 + 1 = 0 𝑘=8 𝑦 =𝑣+8
5 1
𝑑𝑣 2(𝑢 − )−4(𝑣 + )+3 𝑑𝑣 2𝑢−4𝑣
4 8
⇔ = 5 1 e obtém-se a equação homogénea 𝑑𝑢 = 𝑢+2𝑣
(verifique!).
𝑑𝑢 (𝑢 − )+2(𝑣 + )+1
4 8
𝑥 =𝑢+ℎ 𝑑𝑣 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑦
3
Note que se { , então = × = × 1 (regra de derivação da função composta).
𝑦 =𝑣+𝑘 𝑑𝑢 𝑑𝑥 𝑑𝑢 𝑑𝑥
Exercícios propostos:
a) (x + y) dx + (y − x) dy = 0
𝑦
c) 𝑥𝑦′ = 𝑦 − 𝑥 cos2 (𝑥 )
𝑦 𝑦
d) 𝑥 cos (𝑦𝑑𝑥 + 𝑥𝑑𝑦) = 𝑦 sen (𝑥𝑑𝑦 − 𝑦𝑑𝑥)
𝑥 𝑥
e) (𝑦 2 − 𝑥𝑦)𝑑𝑥 + 𝑥 2 𝑑𝑦 = 0
𝑦 2 −2𝑥𝑦−𝑥 2
2. Determine a solução particular da equação homogénea 𝑦′ = 𝑦 2+2𝑥𝑦−𝑥 2 , sabendo que
𝑑𝑦 𝑦
3. Seja f uma função diferenciável em R. Mostre que a equação = 𝑓 (𝑥 ) se transforma
𝑑𝑥
𝑑𝑣 𝑑𝑥
na equação de variáveis separáveis = através da substituição y = vx.
𝑓(𝑣)−𝑣 𝑥
𝑦
5. Verifique que a equação 𝑥𝑦′ = 𝑦ln (𝑥 ) é homogénea e resolva-a, concluindo que a
Soluções:
𝑦 𝑐 𝑦
1. a) ln(𝑥 2 +𝑦 2 ) − 2arctg (𝑥 ) = 𝑐 b) 𝑠 = 𝑡 ln2 𝑡 c) −tg 𝑥 = ln|𝑐𝑥|
𝑦 𝑥
d) 𝑥𝑦 cos 𝑥 = 𝑐 e) ln|𝑐𝑥| = 𝑦
2. y = − x 4. 𝑦 = √𝑥 2 + 8𝑥
𝝏𝑴 𝝏𝑵
A equação 𝑀(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 = 0 é exata quando = . Nestas condições,
𝝏𝒚 𝝏𝒙
prova-se que a solução desta equação é dada pela igualdade u(x,y) = 0, em que a função
u(x,y) verifica simultaneamente as condições:
𝜕𝑢
(2) 𝑁(𝑥, 𝑦) = 𝜕𝑦
Exemplos:
𝑑𝑦 6𝑥 2 𝑦 2 −8𝑥𝑦 3 +10𝑥𝑦+3𝑦
1) Resolver a equação =− .
𝑑𝑥 4𝑥 3 𝑦−12𝑥 2 𝑦 2 +5𝑥 2 +3𝑥
Resolução:
𝜕𝑀
𝑀(𝑥, 𝑦) = 6𝑥 2 𝑦 2 − 8𝑥𝑦 3 + 10𝑥𝑦 + 3𝑦 ⇒ 𝜕𝑦
= 12𝑥 2 𝑦 − 24𝑥𝑦 2 + 10𝑥 + 3 𝜕𝑀 𝜕𝑁
𝜕𝑁
} ⇒ 𝜕𝑦
= 𝜕𝑥
𝑁(𝑥, 𝑦) = 4𝑥 3 𝑦 − 12𝑥 2 𝑦 2 + 5𝑥 2 + 3𝑥 ⇒ 𝜕𝑥
= 12𝑥 2
𝑦 − 24𝑥𝑦 2
+ 10𝑥 + 3
𝜕𝑢
𝜕𝑦
= 𝑁(𝑥, 𝑦) ⇔ 4𝑥 3 𝑦 − 12𝑥 2 𝑦 2 + 5𝑥 2 + 3𝑥 + 𝑓 ′ (𝑦) = 4𝑥 3 𝑦 − 12𝑥 2 𝑦 2 + 5𝑥 2 + 3𝑥 ⇔
⇔ 𝑓 ′ (𝑦) = 0 ⇔ 𝑓(𝑦) = 𝑐
Resolução:
𝜕𝑀 𝜕𝑁
= = −2𝑥𝑦, logo a equação é exata. De acordo com a metodologia sugerida, pretende-
𝜕𝑦 𝜕𝑥
1 𝑥2
𝑢(𝑥, 𝑦) = ∫(cos 𝑥 ⋅ sen𝑥 − 𝑥𝑦 2 )𝑑𝑥 + 𝑓(𝑦) = − 2 cos 2 𝑥 − ⋅ 𝑦 2 + 𝑓(𝑦)
2
𝜕𝑢 𝑦2
= 𝑁(𝑥, 𝑦) ⇔ −𝑥 2 𝑦 + 𝑓′(𝑦) = 𝑦 − 𝑥 2 𝑦 ⇔ 𝑓′(𝑦) = 𝑦 ⇔ 𝑓(𝑦) = +𝑐
𝜕𝑦 2
1 𝑥2𝑦2 𝑦2
E finalmente a solução − 2 cos 2 𝑥 − + +𝑐 =0 (𝑐 ∈ 𝑅)
2 2
Exercícios propostos:
1 2𝑥 1 2𝑥 2
d) (3𝑥 2 + 𝑥 2 + 2𝑦 2 𝑥 + 𝑦 2 ) 𝑑𝑥 + (3𝑦 2 + 𝑦 2 + 2𝑥 2 𝑦 − ) 𝑑𝑦 = 0
𝑦3
𝑥 𝑦
e) 𝑑𝑦 = (𝑥 2 +𝑦 2 − 1) 𝑑𝑥
𝑥 2 +𝑦 2
1 𝑥 𝑦 𝑦 1 𝑦 𝑥 𝑥 1
f) (𝑦 sen 𝑦 − 𝑥 2 cos 𝑥 + 1) 𝑑𝑥 + (𝑥 cos 𝑥 − 𝑦 2 sen 𝑦 + 𝑦 2) 𝑑𝑦 = 0
𝑥+𝑦
g) + 𝑦′ = 0
𝑥
(𝑒 𝑎𝑥+𝑦 + 3𝑥 2 𝑦 2 ) 𝑑𝑥 + (𝑒 𝑎𝑥+𝑦 + 2𝑥 3 𝑦) 𝑑𝑦 = 0
Soluções:
1. a) 𝑥 3 + 3𝑥 2 𝑦 2 + 𝑦 4 = 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
x2 + y
2
b) x 2y + = c (𝑐 ∈ 𝑅)
2
c) x 3y − 2 x y + 3x + y = c (𝑐 ∈ 𝑅)
3 2
2
d) y 3 − 1 + x 2 y 2 + x + x3 − 1 = c (𝑐 ∈ 𝑅)
y 2 x
y
𝑥
e) arctg (𝑦) − 𝑥 = 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
𝑥 𝑦 1
f) − cos 𝑦 + sen 𝑥 + 𝑥 − 𝑦 = 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
g) 𝑐 = 𝑥 2 + 2𝑥𝑦 (𝑐 ∈ 𝑅)
2. 𝑀(𝑥, 𝑦) = 𝑒 𝑥𝑦 𝑦 + 𝑦 2 + 𝐶(𝑥)
3. b = 0 e a qualquer
4. a = 1
𝑦4 𝑦5 1
5. 𝑥 = ( 4 + + 3) ∙ 𝑦+1
5
𝜕𝑀 𝜕𝑁
𝑀(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝑁(𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 = 0 com 𝜕𝑦 ≠ 𝜕𝑥
Apesar de ser possível usar qualquer fator integrante previamente determinado, apenas serão
abordadas técnicas que permitem calcular fator integrante numa variável, x ou y.
Sejam 𝑀1 (𝑥, 𝑦) e 𝑁1 (𝑥, 𝑦) funções reais nas duas variáveis reais x e y. Seja a equação
𝑀1 (𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝑁1 (𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 = 0 não exata; se 𝜇 (x,y) é fator integrante, então
𝜇(𝑥, 𝑦) ⋅ (𝑀1 (𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝑁1 (𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦) = 0 ⇔ 𝜇(𝑥, 𝑦)𝑀1 (𝑥, 𝑦) 𝑑𝑥 + 𝜇(𝑥, 𝑦)𝑁1 (𝑥, 𝑦) 𝑑𝑦 = 0
𝜕 (𝜇𝑀1 ) 𝜕 (𝜇𝑁1 )
é uma equação exata, ou seja = . Forçando aquela igualdade, é possível
𝜕𝑦 𝜕𝑥
determinar a função 𝜇 (x,y) que a verifica, conforme vai ser ilustrado pelo exemplo que se
da equação 𝑥 2 𝑦′ + 𝑥𝑦 = 𝑥 2 − 𝑥 − 1
𝑥 2 𝑦′ + 𝑥𝑦 = 𝑥 2 − 𝑥 − 1 ⇔ ⏟
(𝑥𝑦 − 𝑥 2 + 𝑥 + 1) 𝑑𝑥 + (𝑥
⏟ 2)
𝑑𝑦 = 0 (verifique!)
𝑀1 𝑁1
𝜕𝑀1
=𝑥 𝜕𝑀1 𝜕𝑁1
𝜕𝑦
Calculando as derivadas parciais, 𝜕𝑁1
} ⇒ ≠ , conclui-se que a equação
𝜕𝑦 𝜕𝑥
= 2𝑥
𝜕𝑥
não é exata.
Vamos procurar um fator integrante com recurso à definição (supondo que a equação admite
fator integrante em x):
𝜇(𝑥)(𝑥𝑦 − 𝑥 2 + 𝑥 + 1) 𝑑𝑥 + ⏟
⏟ 𝜇(𝑥)𝑥 2 𝑑𝑦 = 0
𝑀 𝑁
𝜕𝑀 𝜕𝑁 𝜇′(𝑥) 1
= ⇔ 𝑥𝜇(𝑥) = 𝜇′(𝑥)𝑥 2 + 2𝑥𝜇(𝑥) ⇔ 𝜇′(𝑥)𝑥 2 = −𝑥𝜇(𝑥) ⇔ =−
𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜇(𝑥) 𝑥
𝟏
Um fator integrante será então, 𝝁(𝒙) = 𝒙−𝟏 = 𝒙 , como é simples de verificar:
𝑥𝑦−𝑥 2 +𝑥+1 𝑥2 1
( ) 𝑑𝑥 + 𝑑𝑦 = 0 ⇔ (𝑦 − 𝑥 − 1 − 𝑥) 𝑑𝑥 + 𝑥𝑑𝑦 = 0
𝑥 𝑥
𝜕𝑀 𝜕𝑁
= = 1 e, portanto, trata-se de uma equação diferencial exata.
𝜕𝑦 𝜕𝑥
Nota: 4
Da definição, resulta uma estratégia para determinar se existe um fator integrante em alguma
das variáveis x ou y:
𝜕𝑀 𝜕𝑁
−
𝜕𝑦 𝜕𝑥
• Se depende só de x, a equação admite fator integrante em x
𝑁
𝜕𝑁 𝜕𝑀
−
𝜕𝑥 𝜕𝑦
• Se depende só de y, a equação admite fator integrante em y
𝑀
𝜕𝑀 𝜕𝑁
− 𝑥−2𝑥 1
𝜕𝑦 𝜕𝑥
= = −𝑥
𝑁 𝑥2
1
Como − depende só de x, pode-se concluir que a equação admite um fator integrante
𝑥
4
Os cálculos necessários para a determinação do fator integrante, cedo permitem concluir se a variável
escolhida é a correta, já que na equação a resolver deverá aparecer apenas uma variável, pelo que esta
estratégia é dispensável. Apresenta-se como alternativa.
Para obter a solução da equação, utiliza-se a técnica proposta para equações deste tipo; ainda
no exemplo anterior,
1 𝑥2
𝑢(𝑥, 𝑦) = ∫ (𝑦 − 𝑥 − 1 − 𝑥) 𝑑𝑥 + 𝑓(𝑦) = 𝑥𝑦 − − 𝑥 − ln|𝑥| + 𝑓(𝑦)
2
𝜕𝑢
como 𝜕𝑦 = 𝑁, obtém-se a igualdade 𝑥 + 𝑓 ′ (𝑦) = 𝑥 ⇔ 𝑓 ′ (𝑦) = 0 ⇔ 𝑓(𝑦) = 𝑐
𝑥2
finalmente a solução 𝑥𝑦 − − 𝑥 − ln|𝑥| + 𝑐 = 0 (𝑐 ∈ 𝑅)
2
Exemplos:
𝑦 𝑙𝑛 𝑦−𝑦𝑒 𝑥
1) Dada a equação diferencial 𝑑𝑥 + 𝑑𝑦 = 0, integre a equação, sabendo que 𝑦(0) =
𝑥
𝑥
1 e que 𝑔(𝑥, 𝑦) = 𝑦 é um fator integrante da equação dada.
Resolução:
𝑥 𝑦 𝑙𝑛 𝑦−𝑦𝑒 𝑥 𝑥 𝑥
𝑦
⋅ 𝑥
⏟ 𝑦 − 𝑒 𝑥 ) 𝑑𝑥 +
𝑑𝑥 + 𝑦 𝑑𝑦 = 0 ⇔ (𝑙𝑛
⏟
𝑦
𝑑𝑦 = 0
𝑀
𝑁
𝜕𝑀 1
=𝑦 𝑥
𝜕𝑦
𝜕𝑁 1
} são iguais; então 𝑦 é fator integrante.
=𝑦
𝜕𝑥
𝜕𝑢 𝑥 𝑥 𝑥
= 𝑦 ⇔ 𝑦 + 𝑓′(𝑦) = 𝑦 ⇔ 𝑓′(𝑦) = 0 ⇔ 𝑓(𝑦) = 𝑐 e a solução geral da equação é
𝜕𝑦
𝑥 ln 𝑦 − 𝑒 𝑥 + 𝑐 = 0.
Resolução:
(5 + 𝑦 3 sen𝑥)𝑑𝑥 + 3𝑦 2 cos𝑥𝑑𝑦 = 0
𝑀1 𝑁1
𝜕𝑀1
= 3𝑦 2 sen𝑥
𝜕𝑦
𝜕𝑁1
} são diferentes; então a equação não é exata.
= −3𝑦 2 sen𝑥
𝜕𝑥
Vamos supor, de acordo com o enunciado, que admite um fator integrante função de x, seja
𝜇(𝑥); então, por definição, a equação 𝜇(𝑥)(5 + 𝑦 3 sen𝑥)𝑑𝑥 + 𝜇(𝑥)(3𝑦 2 cos𝑥)𝑑𝑦 = 0 é
exata, ou seja
𝜇(𝑥) ⋅ 3𝑦 2 sen𝑥 = 𝜇′(𝑥)(3𝑦 2 cos𝑥) − 𝜇(𝑥) ⋅ 3𝑦 2 sen𝑥 ⇔ 𝜇′(𝑥)(3𝑦 2 cos𝑥) = 𝜇(𝑥) ⋅ 6𝑦 2 sen𝑥 ⇔
𝜇′(𝑥) sen𝑥 𝜇′(𝑥) sen𝑥
⇔ = 2 ⋅ cos 𝑥 ⇔ = 2 ⋅ cos 𝑥 ⇔
𝜇(𝑥) 𝜇(𝑥)
1
⇔ ln|𝜇(𝑥)| = −2 ln|cos 𝑥| ⇔ ln|𝜇(𝑥)| = ln cos2 𝑥
1
Um fator integrante é, por exemplo5, 𝜇(𝑥) = .
cos2 𝑥
M N
5 𝑦 3 sen𝑥 𝑦3
𝑢 = ∫ 𝑀𝑑𝑥 + 𝑓(𝑦) = ∫ (cos2 𝑥 + ) 𝑑𝑥 + 𝑓(𝑦) = 5tg𝑥 + cos 𝑥 + 𝑓(𝑦)
cos2 𝑥
𝑑𝑢 3𝑦 2 3𝑦 2
= 𝑁 ⇔ cos 𝑥 + 𝑓′(𝑦) = cos 𝑥 ⇔ 𝑓′(𝑦) = 0 ⇔ 𝑓(𝑦) = 𝑐
𝑑𝑦
𝑦3
𝑆: 𝑢 = 0 ⇔ 5tg𝑥 + cos 𝑥 + 𝑐 = 0 (𝑐 ∈ 𝑅)
5
Da definição resulta que o produto de um fator integrante por uma constante real, continua a ser um fator
integrante. No entanto, tendo em conta que vai ser usado na resolução da equação, é conveniente que seja
o menos complexo possível.
Resolução:
𝜕
(𝑦 2 ) = 2𝑦
𝜕𝑦
𝜕
} são diferentes, logo a equação não é exata.
(𝑥𝑦 − 2) = 𝑦
𝜕𝑥
1
Ou seja, é um fator integrante; multiplicando a equação pelo fator integrante, fica
𝑦
1 1 2
∙ 𝑦 2 𝑑𝑥 + 𝑦 ∙ (𝑥𝑦 − 2) 𝑑𝑦 = 0 ⟺ ⏟
𝑦 𝑑𝑥 + (𝑥 − 𝑦) 𝑑𝑦 = 0
𝑦 ⏟
𝑀1
𝑁1
𝜕𝑀1
=1
𝜕𝑦
𝜕𝑁1
} são iguais, então é uma equação diferencial exata (como era esperado)
=1
𝜕𝑥
𝜕𝑢 2 2 2
= 𝑥 − 𝑦 ⇔ 𝑥 + 𝑓′(𝑦) = 𝑥 − 𝑦 ⇔ 𝑓′(𝑦) = − 𝑦 ⇔ 𝑓(𝑦) = −2 ln|𝑦| + 𝑐
𝜕𝑦
Exercícios propostos:
a) 𝑦 2 𝑑𝑥 − (2𝑥𝑦 + 3)𝑑𝑦 = 0
b) (5 + 𝑦 3 sen𝑥)𝑑𝑥 + 3𝑦 2 cos𝑥 𝑑𝑦 = 0
c) 𝑦𝑑𝑥 + (𝑦 − 𝑥)𝑑𝑦 = 0
d) (1 − 2𝑥𝑦)𝑑𝑥 + 𝑥 2 𝑑𝑦 = 0
𝑦
e) 𝑥 𝑑𝑥 + (𝑦 3 − ln𝑥)𝑑𝑦 = 0
b) Resolva a equação.
Soluções:
1. a) 𝑥 = −𝑦 −1 + 𝑐𝑦 2 (𝑐 ∈ 𝑅)
𝑦3
b) 5tg𝑥 + = 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
cos𝑥
𝑥
c) 𝑦 + ln 𝑦 = 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
𝑦 1
d) − 3𝑥 3 = 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
𝑥2
1 𝑦2
e) 𝑦 ln𝑥 + = 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
2
2. Verdade: 𝑎 = 2
3. 𝑦ln(𝑥 2 + 𝑦 2 ) = 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
𝒅𝒚
São equações do tipo + 𝒇(𝒙) ⋅ 𝒚 = 𝒈(𝒙) .
𝒅𝒙
Embora uma equação com esta forma possa, em particular, ser de variáveis separáveis ou
exata, existem técnicas alternativas que permitem encontrar a solução.
𝑑𝑦
+ 𝑓(𝑥) ⋅ 𝑦 = 𝑔(𝑥) ⇔ (𝑓(𝑥) ⋅ 𝑦 − 𝑔(𝑥))𝑑𝑥 + 𝑑𝑦 = 0
𝑑𝑥
𝜑 ′ (𝑥)
Para que 𝜑(𝑥) seja fator integrante, 𝜑(𝑥)𝑓(𝑥) = 𝜑 ′ (𝑥) ⟺ ∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
𝜑(𝑥)
(aquela igualdade só depende de x, pelo que poderemos concluir que a equação admite um
fator integrante em x).
𝑑𝑦
Ficou provado que 𝑒 ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 é um fator integrante da equação + 𝑓(𝑥) ⋅ 𝑦 = 𝑔(𝑥).
𝑑𝑥
𝑑𝑦
𝜑(𝑥) 𝑑𝑥 + 𝜑(𝑥)𝑓(𝑥)𝑦 = 𝜑(𝑥)𝑔(𝑥),
𝑑
que pode ser reescrita como 𝑑𝑥 (𝜑(𝑥)𝑦) = 𝜑(𝑥)𝑔(𝑥),
𝑑 𝑑𝑦 𝑑 𝑑𝑦 𝑑 𝑑𝑦
𝑑𝑥
(𝜑(𝑥)𝑦) = 𝜑(𝑥) 𝑑𝑥 + 𝑑𝑥 (𝜑 (𝑥))𝑦 = 𝜑(𝑥) 𝑑𝑥 + 𝑑𝑥 (𝑒 ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 )𝑦 = 𝜑(𝑥) 𝑑𝑥 + 𝑒 ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 𝑓(𝑥)𝑦
𝑑 𝑑𝑦
ou seja, (𝜑(𝑥)𝑦) = 𝜑(𝑥) + 𝜑(𝑥)𝑓(𝑥)𝑦, expressão que se obtém sempre no 1º membro
𝑑𝑥 𝑑𝑥
Exemplos:
1) Resolver a equação 𝑥 2 𝑦 ′ + 𝑥𝑦 = 𝑥 2 + 𝑥 + 1.
Resolução:
1 1 1
Começa-se por reescrever a equação obtém-se 𝑦 ′ + 𝑦 = 1 + +
𝑥 𝑥 𝑥2
1
De seguida calcula-se o fator integrante 𝜇(𝑥) = 𝑒 ∫𝑥𝑑𝑥 = 𝑒 𝑙𝑛𝑥 = 𝑥 e multiplica-se a equação
1
por 𝜇 obtendo-se (𝑥𝑦)′ = 𝑥 + 1 + .
𝑥
𝑥 ln|𝑥| 𝑐
𝑦 =2+1+ + 𝑥 (𝑐 ∈ 𝐼𝑅)
𝑥
2) Resolver a equação 𝑦 ′ − 2𝑦 = 𝑥
Resolução:
6
Deste modo, não é necessário recorrer à resolução da equação como exata (já que o fator integrante, por
definição, transforma qualquer equação numa equação exata), embora essa seja uma alternativa válida para
a resolução da equação.
Exemplo:
𝑑𝑦
A equação + 𝑥𝑦 = 𝑥 3 𝑦 3 pode ser transformada numa equação linear; com efeito,
𝑑𝑥
𝑑𝑦
dividindo a equação por 𝑦 3 , fica 𝑦 −3 + 𝑥𝑦 −2 = 𝑥 3 .
𝑑𝑥
1 𝑑𝑧 𝑑𝑧
Substituindo na equação, fica − 2 ⋅ 𝑑𝑥 + 𝑥𝑧 = 𝑥 3 ⇔ 𝑑𝑥 − 2𝑥𝑧 = −2𝑥 3 , que é uma equação
linear em z e x.
Exercícios propostos:
2𝑦
a) 𝑦′ − 𝑥+1 = (𝑥 + 1)3
𝑛
b) 𝑦′ − 𝑥 𝑦 = 𝑒 𝑥 𝑥 𝑛
𝑥𝑦
c) 𝑑𝑦 + (𝑥 2−1 − 𝑥) 𝑑𝑥 = 0
1
d)7 𝑦′ =
2𝑥+𝑦 2
𝑑𝑦 𝑦
e) 𝑑𝑥 = 2𝑦 ln 𝑦+𝑦−𝑥
a) Mostre que a equação dada é de variáveis separáveis quando 𝑓(𝑥) = 𝑘𝑔(𝑥), em que
𝑘 ∈ 𝑅\{0}.
ln(2𝑥)
b) Resolva a equação para 𝑔(𝑥) = 𝑒 𝑓(𝑥) = ln(2𝑥).
2
Soluções:
𝑥2
1. a) 𝑦 = (𝑥 + 1)2 ( 2 + 𝑥 + 𝑐) (𝑐 ∈ 𝑅) b) 𝑦 = 𝑥 𝑛 (𝑒 𝑥 + 𝑐) (𝑐 ∈ 𝑅)
1 1 𝑦2 𝑦 1
c) 𝑦 = 3 (𝑥 2 − 1) + 𝑐 √𝑥 2 (𝑐 ∈ 𝑅) d) 𝑥 = − − 2 − 4 + 𝑐𝑒 2𝑦 (𝑐 ∈ 𝑅)
−1 2
e) 𝑥𝑦 = 𝑦 2 ln𝑦 + 𝑘 (𝑘 ∈ 𝑅)
1
2. b) −ln |2 − 𝑦| = 𝑥ln(2𝑥) − 𝑥 + 𝑐 (𝑐 ∈ 𝑅)
7 𝑑𝑥
Transforma-se numa equação linear da forma + 𝑓(𝑦)𝑥 = 𝑔(𝑦).
𝑑𝑦
São equações incompletas nas variáveis x, y, y', y'', …, 𝑦 (𝑛) ; resolvem-se através de mudança
de variável.
Exemplo:
1
Resolver a equação 𝑦′′ − 𝑥 𝑦′ = 0.
Resolução:
𝑑𝑢
Fazendo a mudança de variável proposta, y' = u e consequentemente 𝑦′′ = 𝑑𝑥 , a equação
𝑑𝑢 1
fica − 𝑥 ∙ 𝑢 = 0, que é uma equação de variáveis separáveis.
𝑑𝑥
𝑑𝑢 1 𝑑𝑢 1 1 1
− 𝑥 ∙ 𝑢 = 0 ⟺ 𝑑𝑥 = 𝑥 ∙ 𝑢 ⟺ 𝑢 𝑑𝑢 = 𝑥 𝑑𝑥 ⟺ ln|𝑢| = ln|𝑥| + 𝑐1 ⟺ 𝑢 = 𝑐1 𝑥 (𝑐1 ∈ 𝑅)
𝑑𝑥
8
Estas equações não fazem parte dos objetivos da cadeira de Matemática II. No entanto, descreve-se uma
metodologia de resolução com carater informativo, tendo em conta a relação direta com as equações
diferenciais abordadas.
Exemplo:
Resolução:
𝑑𝑢
Fazendo a mudança de variável proposta, 𝑦′′ = u e consequentemente 𝑦′′′ = 𝑑𝑥 , a equação
𝑑𝑢
fica 𝑥 ∙ 𝑑𝑥 + 𝑢 = 𝑥 + 1, que é uma equação linear.
𝑑𝑢 𝑥2 𝑥 𝑐1
𝑥 ∙ 𝑑𝑥 + 𝑢 = 𝑥 + 1 ⟺ (𝑥𝑢)′ = 𝑥 + 1 ⟺ 𝑥𝑢 = + 𝑥 + 𝑐1 ⟺ 𝑢 = 2 + 1 + (𝑐1 ∈ 𝑅)
2 𝑥
𝑥 𝑐1 𝑥2
Como 𝑢 = 𝑦′′ ⟺ 𝑦′′ = 2 + 1 + ⟺ 𝑦′ = + 𝑥 + 𝑐1 ln|𝑥| + 𝑐2 (𝑐1, 𝑐2 ∈ 𝑅)
𝑥 4
𝑥3 𝑥2
e finalmente 𝑦 = 12 + + 𝑐1 (𝑥 ∙ ln|𝑥| − 𝑥) + 𝑐2 𝑥 + 𝑐3 (𝑐1 , 𝑐2 , 𝑐3 ∈ 𝑅)
2
Exercícios propostos:
Soluções:
1 7
1. 𝑦 = 12 𝑥 4 + 12 𝑥 3 + 𝑐1 𝑥 2 + 𝑐2 𝑥 + 𝑐3 (𝑐1 , 𝑐2 , 𝑐3 ∈ 𝑅)
4. 𝑦 = 𝑐1 (𝑥ln|𝑥| − 𝑥) + 𝑐2 𝑥 + 𝑐3 (𝑐1 , 𝑐2 , 𝑐3 ∈ 𝑅)
São equações do tipo 𝑎𝑦′′ + 𝑏𝑦´ + 𝑐𝑦 = 𝑓(𝑥), em que a, b e c são constantes reais, a 0
e y e f(x) são funções de x. A sua resolução é feita em 3 passos:
1º) Cálculo da solução geral da equação homogénea associada: ay ' '+ by ´+cy = 0
9
Estas equações não fazem parte dos objetivos da cadeira de Matemática II. No entanto, descreve-se uma
metodologia de resolução com carater informativo, tendo em conta a relação direta com as equações
diferenciais abordadas.
Exemplos:
Resolução:
𝑥 2 − 3𝑥 + 2 = 0 ⇔ 𝑥 = 1 ∨ 𝑥 = 2; então 𝑦ℎ = 𝑐1 𝑒 𝑥 + 𝑐2 𝑒 2𝑥 .
− Cálculo da solução particular da equação completa: deverá ser uma função da família
do 2º membro da equação, ou seja, uma função polinomial de grau 3, 𝑦𝑝 = 𝑎𝑥 3 + 𝑏𝑥 2 +
𝑐𝑥 + 𝑑 ⇒ 𝑦𝑝′ = 3𝑎𝑥 2 + 2𝑏𝑥 + 𝑐 ⇒ 𝑦𝑝″ = 6𝑎𝑥 + 2𝑏.
3
2) Resolver a equação 𝑦 ″ − 𝑦 ′ = 𝑥 + 1, sabendo que 𝑦(0) = 0 𝑒 𝑦(1) = − 2 − 𝑒.
Resolução:
− Cálculo da solução particular da equação completa: deverá ser uma função da família
do 2º membro da equação, ou seja, uma função polinomial de grau 1; mas como uma
das parcelas da solução da equação homogénea é constante (portanto, caso particular de
uma função polinomial), 𝑦𝑝 = 𝑥(𝑎𝑥 + 𝑏) ⇒ 𝑦𝑝′ = 2𝑎𝑥 + 𝑏 ⇒ 𝑦𝑝″ = 2𝑎.
−2𝑎 = 1 𝑎 = −1/2 1
2𝑎 − (2𝑎𝑥 + 𝑏) = 𝑥 + 1 ⇔ { ⇔ { ⇔ 𝑦𝑝 = 𝑥 (− 𝑥 − 2)
2𝑎 − 𝑏 = 1 𝑏 = −2 2
1
− Construção da solução geral da equação: 𝑦 = 𝑐1 + 𝑐2 𝑒 𝑥 + 𝑥 (− 2 𝑥 − 2)
𝑦(0) = 0 𝑐1 + 𝑐2 = 0 𝑐1 = 1
{ ⇔{ ⇔{
𝑦(1) = −3/2 − 𝑒 𝑐1 + 𝑐2 𝑒 − 1/2 − 2 = −3/2 − 𝑒 𝑐2 = −1
1
Finalmente 𝑦 = 1 − 𝑒 𝑥 + 𝑥 (− 2 𝑥 − 2) é a solução nas condições referidas.
Resolução:
− Cálculo da solução particular da equação completa: deverá ser uma função da família
do 2º membro da equação, ou seja, uma exponencial de expoente 2x; mas como
𝑒 2𝑥 aparece nas duas parcelas da solução da equação homogénea, 𝑦𝑝 = 𝑎𝑥 2 𝑒 2𝑥 e
consequentemente
(𝟐𝒂 + 𝟖𝒂𝒙 + 𝟒𝒂𝒙𝟐 )𝒆𝟐𝒙 − 𝟒(𝟐𝒂𝒙 + 𝟐𝒂𝒙𝟐 )𝒆𝟐𝒙 + 𝟒𝒂𝒙𝟐 𝒆𝟐𝒙 = 𝟑𝒆𝟐𝒙 , ou seja
3
(2𝑎 + 8𝑎𝑥 + 4𝑎𝑥 2 − 8𝑎𝑥 − 8𝑎𝑥 2 + 4𝑎𝑥 2 )𝑒 2𝑥 = 3𝑒 2𝑥 ⇔ 2𝑎𝑒 2𝑥 = 3𝑒 2𝑥 ⇔ 𝑎 =
2
3
Então 𝑦𝑝 = 2 𝑥 2 𝑒 2𝑥
3
− Construção da solução geral da equação: 𝑦 = 𝑐1 𝑒 2𝑥 + 𝑐2 𝑥𝑒 2𝑥 + 2 𝑥 2 𝑒 2𝑥 (c1, c2 R) .
5. Exercícios globais
1. A população de uma cidade mineira, uma vez encerradas as minas de cuja atividade
dependia, diminuiu a uma taxa proporcional à população existente.
Inicialmente a população era de 5000 habitantes; a variação entre o 3º e 5º anos foi dada
por (𝑒 −2 − 1) ∙ 100%. A população ao fim do 1º ano atingiu menos de metade da
inicial? Justifique de forma completa e clara.
𝑥
2. Dada a seguinte equação diferencial: (1 + 𝑥) ln 𝑦 𝑑𝑥 + 𝑦 𝑑𝑦 = 0,
a) Integre a equação.
( ) ( )
2
4 x dx + 1+ x2 dy + 3x 1 + x 2 y dx = 0 para x pertencente ao intervalo [1,4], sendo x
1
8. Considere a equação diferencial 𝑥 2 𝑦 ′ + 2𝑥𝑦 = 𝑦 𝑎 e 𝜇 = 𝑒 𝑥 , com 𝑎 ∈ 𝑅.
9. Mostre que 𝑦 = 3 (𝑐1 − 2𝑥)3/2 + 𝑐2 𝑥 + 𝑐3 é a solução geral de y' ' ' = ( y'') .
1 3
12. Determine a constante real 𝑎 de modo que 𝑦 = 1 + 𝑘𝑒 −𝑡𝑔𝑥 , com 𝑘 ∈ 𝑅, seja solução da
equação diferencial cos2 𝑥 𝑦 ′ + 𝑦 = 𝑎 .
1
13. Integre a equação 𝑦′ + 𝑦 = 𝑦 2 , sendo 𝑦 = quando x = 0.
2
𝑑𝑦
14. Considere a equação diferencial 3𝑥 = 2𝑥 𝑛 − 3𝑦, com 𝑛 ∈ ℤ e 𝑥 > 0.
𝑑𝑥
a1 ) de variáveis separáveis;
a2 ) homogénea;
a3 ) exata;
a4 ) linear.
1
b) Calcule a solução particular que verifica y (0) = 1 e 𝑦′(0) = − 2.
𝑥2
a) Verifique que 𝑦 = − é solução da equação.
2sen𝑥
𝜋
b) Determine a solução da equação, sabendo que 𝑦 (− 2 ) = 0.
1
17. Considere a equação diferencial 𝑦 cos 𝑥 + sen 𝑥 (1 − 𝑦) 𝑦′ = 0.
𝑑𝑧
18. Determinada empresa verificou que a equação 𝑑𝑝 + 2𝑧 = 𝑧 2 𝑒 −𝑝 ilustra a relação entre
a) Mostre que o gasto médio mensal que a empresa tem em ferramentas pode ser dado
3
por 𝑧 = .
𝑒 −𝑝 + 𝑐𝑒 2𝑝
b) Determine o gasto médio mensal que a empresa tem em ferramentas sabendo que
𝑒2
este seria se apenas tivesse dois empregados.
2
19. A taxa de acréscimo do custo total y, à medida que o número de unidades fabricadas x
aumenta, é igual à razão entre a soma dos quadrados do custo e da quantidade, e o
dobro do produto do custo pela quantidade. Determine a relação entre o custo total e a
quantidade, sabendo que o custo de uma unidade é 3.
2+𝑦 3
20. Resolva a equação diferencial 𝑦′ + 2𝑥𝑦 2 (2+𝑥 2) = 0.
21. Estudos realizados pela J.A.B. permitiram estabelecer a relação média entre o número
de veículos x (em milhares de unidades) que passam por dia sobre uma qualquer ponte
e os custos anuais de reparação y (em milhares de euros).
𝑥
Tal relação, válida para x > 1, é dada pela equação ⋅ (𝐴 − 𝑥 + 𝑦 − 𝑦′) = 1, em que A
𝑦
𝑒2
y (1) = 1 + e e y (2) = 2 + .
2
Qual é o gasto anual com conservação da referida ponte, se o número de veículos que
passam sobre ela diariamente aumentar para 3 milhares?
22. A equação diferencial 𝑦𝑑𝑥 + 2𝑥𝑑𝑦 = 0, admite fatores integrantes do tipo 𝑥 𝑚 , com
𝑚 ∈ 𝐼𝑅? Justifique.
7
23. Dada a equação 𝑦′′ − 5𝑦′ + 4𝑦 = −3𝑒 𝑥 + 4𝑥, com y(0) = 1 e 𝑦 ′ (0) = 4 , calcule 𝑦′′(0).
26. O stock de combustível num posto de abastecimento diminui a uma taxa proporcional à
quantidade existente. Se, inicialmente, a quantidade é igual a 50 mil litros e se observa
que, após dois dias, foi vendido 10% do stock inicial, determine:
3𝑥 2 −2𝑥−𝑦
27. Resolva a equação diferencial 𝑦′ + 2𝑦−𝑥+3𝑦 2 = 0 com y(0) = 1.
1
30. A função 𝑦 = 𝑥 + sen𝑥 é solução da equação diferencial de 2ª ordem
𝑦 ′′ 𝑥 2 − 𝑦𝑥 + 𝑥 2 sen𝑥 = 𝑔(𝑥).
Determine 𝑔(𝑥).
31. Verificou-se que a evolução temporal do número 𝑦(𝑡), de infetados por determinado
vírus, é tal que a taxa de variação é proporcional ao número de não infetados, numa
população total de 20.
Qual a previsão, de acordo com o modelo descrito, desse número para o ano A+2?
Soluções:
1. Sim
b) 𝑦 = 𝑥ln|𝑥| − 1 + 𝑐𝑥 ( 𝑐 ∈ 𝑅)
1
d) 𝜇(𝑥) =
𝑥3
5. (𝑦 − 𝑥 − 1)2 = 2𝑥 − 1
𝑦
6. ln(𝑥 2 + 𝑦 2 ) = 2arctg (𝑥 )
7. 0,212
8. a = 0 e a solução é 𝑥 2 𝑦 − 𝑥 + 𝑐 = 0 ( 𝑐 ∈ 𝑅)
1
10. b) = c) y = x ou y = −x
y4
12. 𝑎 = 1
𝑦−1
13. ln | |=𝑥
𝑦
3 5 1
15. b) 𝑦 = 8 𝑒 𝑥 + 8 𝑒 −𝑥 − 4 (𝑥 2 + 𝑥)𝑒 −𝑥
𝑥2 𝜋2
16. b) + 𝑦sen𝑥 − =0
2 8
1
17. a) 𝑒 1/𝑦 b) 𝑦 = 𝑒
ln| |
𝑦 sen 𝑥
3
18. b) 𝑧 =
𝑒 −𝑝 +5𝑒 2𝑝−6
19. 𝑦 = √𝑥 2 + 8𝑥
3 8 𝑥 2 +2
20. √2 + 𝑦 3 = 𝑐 √ ( 𝑐 ∈ 𝑅)
𝑥2
𝑒3
21. 3 + 3
𝑥2 7
24. a) 𝜇(𝑥) = 𝑒 3𝑥+ 2 b) 3𝑒 − 2
27. 𝑥 3 − 𝑥 2 − 𝑥𝑦 + 𝑦 2 + 𝑦 3 − 2 = 0
28. ln|1 + ln 𝑦| = 𝑥 + ln 2
2
30. 𝑔(𝑥) = 𝑥 − 1 − 𝑥sen𝑥
31. 20(1 − 𝑒 −4 )
Bibliografia:
Hoffmann, L. e Bradley, G. Calculus for Business, Economics, and the Social Sciences.
McGraw-Hill.