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Veja que a curva em destaque na figura descreve a variação do y na função f(x,y), porém no
plano x=1.
Invertendo este processo, podemos fixar a variável y=1 e deixar x como variável. Assim,
podemos escrever uma função h(x) que depende exclusivamente da variável x:
ℎ(𝑥) = 𝑓(𝑥, 1) = 9 − 𝑥 2 − 12 ⇒ 𝑧 = ℎ(𝑥) = 8 − 𝑥²
Agora temos uma curva pertencente ao paraboloide que descreve a variação de z em função
de y, mas apenas no plano x=1. Veja o gráfico com as duas curvas:
Voltando ao exemplo, vamos derivar as funções 𝑧 = 𝑔(𝑦) e 𝑧 = ℎ(𝑥) para obter as derivadas
parciais da função 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦).
b) 𝑧 = sen(𝑥 2 𝑦)
𝜕𝑧 𝜕𝑧
⇒ 𝜕𝑥
= 2𝑥𝑦 cos(𝑥 2 𝑦) e 𝜕𝑦
= 𝑥 2 cos(𝑥 2 𝑦)
Todas as regras de derivação usadas nas funções de uma variável são usadas para se obter
as derivadas parciais, apenas considerando a “outra”, ou “outras” variáveis como constantes.
Exercício
9) Dada a função 𝑓(𝑥, 𝑦) = 3𝑥 3 − 4𝑥 2 𝑦 + 3𝑥𝑦 2 + sin 𝑥𝑦², encontre as derivadas parciais de
primeira ordem.
𝜕𝑧 𝜕²𝑧
𝜕𝑦
= 𝑥 2 cos(𝑥 2 𝑦) derivando em y novamente ⇒ 𝜕𝑦²
= −𝑥 4 sen(𝑥 2 𝑦)
Notas de Aula: Cálculo e Equações Diferenciais 11
Observe que as derivadas parciais mistas são iguais. Este é um fato que ocorrerá com qualquer
função de mais variáveis que for continua, assim podemos dizer que:
𝜕²𝑓(𝑥, 𝑦) 𝜕²𝑓(𝑥, 𝑦)
=
𝜕𝑥𝜕𝑦 𝜕𝑦𝜕𝑥
A proposição acima é conhecida como o Teorema de Clairaut-Schwartz.
As derivadas parciais de funções de três ou mais variáveis seguirão o mesmo padrão e lógica
da derivada parcial para funções de duas variáveis.
Exemplo 12
c) Derivada de 3ª ordem:
𝜕³𝑓
𝜕𝑦𝜕𝑧²
= 9𝑒 3𝑧 , neste caso, não importa a ordem de derivação, se primeiro em y ou em z,
chegaremos à mesma derivada conforme o teorema de Clairaut-Schwartz.
Exercícios
10) Dada a função 𝑓(𝑥, 𝑦) = 3𝑥 3 − 4𝑥 2 𝑦 + 3𝑥𝑦 2 + sin 𝑥𝑦² , encontre:
a) As duas derivadas parciais de primeira ordem
b) As duas derivadas parciais de 2ª ordem.
c) A derivada parcial mista
11) Dada a função 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥 2 𝑦 + 𝑦𝑧 2 + 𝑧³, encontre:
a) As três derivadas parciais de primeira ordem
b) As três derivadas parciais de 2ª ordem.
c) Uma derivada parcial mista
12) Dada a função 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑟, 𝑡) = 𝑥𝑦𝑟 + 𝑦𝑧𝑡 + 𝑦𝑟𝑡 + 𝑧𝑟𝑡, encontre as 4 derivadas parciais.
Notas de Aula: Cálculo e Equações Diferenciais 12
Ponto máximo
Curva em destaque
Note que este ponto também é o ponto máximo de todas as curvas que pertencem à função.
Condição necessária: se (𝑎, 𝑏) ∈ 𝐷 é ponto de máximo, ou mínimo, de f e está no interior de
D, então:
𝜕𝑓 𝜕𝑓
(𝑎, 𝑏) = 0 = (𝑎, 𝑏)
𝜕𝑥 𝜕𝑦
Assim, para que um ponto seja de máximo, ou mínimo, as derivdas parciais neste ponto devem
valer zero. Esta é uma condição necessária, contudo ela por si só não garante que este ponto será
máximo ou mínimo, pois pode ser apenas um ponto de inflexão (ponto de mudança de curvatura)
pertencente à função.
Desta forma, os pontos onde as derivadas parciais valem zero, são chamados de Pontos
Críticos.
Exemplo 14:
Seja a função 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 + 𝑦 2 .
𝜕𝑓
Derivando em x temos: 𝜕𝑥 (𝑥, 𝑦) = −2𝑥 ⇒ −2𝑥 = 0 ⇒ 𝑥 = 0
𝜕𝑓
Derivando em y temos: 𝜕𝑦 (𝑥, 𝑦) = −2𝑦 ⇒ −2𝑦 = 0 ⇒ 𝑦 = 0
Exemplo 15:
Seja a função 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 − 𝑦 2 . Nesta função vamos observar um ponto crítico que não é um
ponto de máximo ou de mínimo. Vejamos as derivadas parciais:
𝜕𝑓
Derivando em x: 𝜕𝑥 (𝑥, 𝑦) = 2𝑥 ⇒ 2𝑥 = 0 ⇒ 𝑥 = 0
𝜕𝑓
Derivando em y: 𝜕𝑦 (𝑥, 𝑦) = −2𝑦 ⇒ −2𝑦 = 0 ⇒ 𝑦 = 0
Se
𝜕2 𝑓
𝐷 > 0 e 𝜕𝑥 2 > 0, então (𝑎, 𝑏) é ponto de mínimo (local);
𝜕2 𝑓
𝐷 > 0 e 𝜕𝑥 2 < 0, então (𝑎, 𝑏) é ponto de máximo (local);
Exemplo 16:
1
Encontre os pontos críticos da função 𝑓(𝑥, 𝑦) = 4 𝑥 4 + 𝑦 2 + 𝑥 e determine se são pontos de
máximo ou de mínimo da função.
Para encontrar os pontos críticos, vamos determinar as derivadas parciais da função:
𝜕𝑓
(𝑥, 𝑦) = 𝑥 3 + 1
𝜕𝑥
𝜕𝑓
(𝑥, 𝑦) = 2𝑦
𝜕𝑦
De posse das derivadas parciais, vamos igualá-las a zero para determinar os pontos onde elas
possuem este valor:
𝜕𝑓 3
(𝑥, 𝑦) = 𝑥 3 + 1 = 0 ⇒ 𝑥 3 = −1 ⇒ 𝑥 = √−1 = −1
𝜕𝑥
𝜕𝑓 0
(𝑥, 𝑦) = 2𝑦 = 0 ⇒ 𝑦 = = 0
𝜕𝑦 2
Portanto, o ponto (𝑥, 𝑦) = (−1,0) é o único ponto crítico.
Notas de Aula: Cálculo e Equações Diferenciais 14
Na função 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑦 3 , observamos que os pontos críticos, não são pontos de máximo nem de
mínimo:
Exercícios:
13) Determine os pontos críticos das funções a seguir e avalie se são pontos de máximo ou de
mínimo:
a) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 6𝑥 − 4𝑦 − 𝑥 2 − 2𝑦 2
b) 𝑓(𝑥, 𝑦) = −𝑥 4 − 2𝑦 2 − 4𝑥
c) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 + 2𝑦 2 + 𝑥 + 3
d) 𝑓(𝑥, 𝑦) = 2𝑥 4 + 𝑦 2 − 𝑥 2 − 2𝑦