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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ISABELLE MENDES DOS SANTOS

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA VISCOSIDADE DE UM FLUIDO


EM ESCOAMENTO

RIO DAS OSTRAS


2022
Sumário

Introdução…………………………………………………………………………………………. 3

Objetivo……………………………………………………………………………………………. 3

Fundamentos Teóricos…………………………………………………………………………. 4

Análise de Dados………………………………………………………………………………… 4

Hipóteses………………………………………………………………………………………….. 5

Análise de Resultados………………………………………………………………………….. 5

Conclusão………………………………………………………………………………………... 10

Referencias………………………………………………………………………………………. 10

Anexos…………………………………………………………………………………………….. 11
Introdução

Dutos são tubulações cilíndricas especialmente desenvolvidas e construídas


conforme às normas internacionais de segurança, para o transporte de líquidos e
gases. No processo de movimentação desses fluidos, precisamos observar alguns
conceitos, como: escoamento, atrito e a viscosidade. O escoamento de um fluido
explica seu deslocamento pelo duto. Podendo ser laminar, quando não ocorre
mistura de camadas, com movimento em lâminas. Turbulento, ocorre pelo
movimento tridimensional aleatório das partículas do fluido sobreposto ao
movimento da corrente. O atrito é uma força que se opõe ao movimento dos corpos.
Ela pode ser estática, se o corpo estiver em repouso, ou dinâmica, para corpos em
movimento.
Viscosidade é uma propriedade relacionada com a resistência de um fluido ao
escoamento. Além disso, determina o tipo de fluido não newtoniano, por não seguir
uma linearidade e newtoniano, por obedecer à condição linear.

Objetivo
● Identificar a classe de um fluido no duto, observando o índice de
comportamento de escoamento.

Fundamentos Teóricos

Segundo Teles (2003), para um fluido ser considerado newtoniano, a tensão


cisalhante não dependem da taxa de deformação, de forma que seguem uma
proporcionalidade. De acordo com Freire (2012, p. 9), independente da taxa de
deformação, a viscosidade desse fluido deve ser constante, obedecendo à lei de
Newton. Como exemplo, água, leite, soluções de sacarose, óleos vegetais.

Segundo Gomes (2021), os fluidos não newtonianos possui um modelo mais


complexo e não linear. Ao contrário dos newtonianos, a viscosidade não é constante.
São fluidos em que a relação entre a tensão de cisalhamento e a taxa de
deformação, se comportam em sentido opostos.
Análise de Dados

➔ Duto:
➔ Comprimento = 0,5 metros
➔ Diâmetro= 0,01 metros

Quadro 1- Dados sobre a Taxa de deformação e Tensão Cisalhante

du/dy Tau

40 30

60 120

90 140

100 170

150 230

200 380

400 430

800 870

Fonte: Projeto 1,2022.

Hipóteses

● Fluido Não Newtoniano (µ ≠ 𝑐𝑡𝑒);

● Fluido Incompreensível, logo ρ é constante. Considerando que Alvarado


3
(1994) admitiu para a polpa da amora preta ρ = 960 𝑘𝑔/𝑚 a uma
temperatura de 40 °C;

● Perfil da velocidade parabólico.


Modelo Matemático

● Fluido Não Newtoniano

𝑑𝑢
τ𝑥,𝑦 = η • 𝑑𝑦

● Viscosidade Aparente

𝑑𝑢 𝑛−1
η=𝑘 • ( )
𝑑𝑦

● Tensão Cisalhante

𝐹𝑎
τ= 𝐴

Análise de Resultados

● Para definir o tipo de fluido que estamos lidando:

1. Plotamos o gráfico conforme os dados do Quadro 1(Anexo- A):

Figura 1 - Investigação do tipo de fluido

Fonte: Elaboração própria.


Observando a Figura 1, conseguimos afirmar que esse gráfico não segue uma
linearidade. Apresenta algumas variações em seus pontos, portanto já
podemos definir esse fluido é Não Newtoniano, ou seja , sua viscosidade não
é constante. A tensão cisalhante e a taxa de deformação não são
proporcionais.

2. Obtemos o coeficiente linear e angular, através da regressão linear


(Anexo-B):

Figura 2- Regressão linear dos dados experimentais

Fonte: Elaboração própria.

● Assim, geramos o coeficiente angular e linear:

𝑏0 ≈ 61. 87
𝑏1 ≈ 1. 02

3. Para encontrar uma curva que se ajuste a essa série de pontos, usamos
o ajuste de curva para identificar o modelo não newtoniano que se adapta aos
dados experimentais:
Figura 3- Curva de ajuste dos dados experimentais

Fonte: elaboração própria

● Conforme o descrito no Anexo- A, obtemos os valores de 𝑘 𝑒 𝑛:

𝑘 ≈ 10
𝑛 ≈ 0. 67

Observando a Figura 3, conseguimos afirmar que esse fluido possui uma certa tensão
para deformar e seu índice de comportamento do escoamento é menor que 1 (n<1),
logo a classe desse fluido pode ser justificada pelo Modelo de Herschel-Bulkley.
Como o exemplo da polpa de amora preta (Rubus Glaucos) que se ajusta a esse
modelo, segundo Haminiuk (2005).

● Para definirmos, a velocidade associada ao escoamento:

⇒ 𝑀𝑎𝑛𝑖𝑝𝑢𝑙𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑒𝑞. 𝑑𝑜 𝐹𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑁ã𝑜 𝑁𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛𝑖𝑎𝑛𝑜 𝑒 𝑉𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐴𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎:


𝑑𝑢 𝑛−1
⇒ τ𝑥,𝑦 = η •
𝑑𝑢
𝑑𝑦
𝑒η = 𝑘 • ( )
𝑑𝑦

𝑑𝑢 𝑛−1
⇒ τ𝑥,𝑦 = 𝑘 • ( )
𝑑𝑦

𝑑𝑢
𝑑𝑦

𝑑𝑢 𝑛
⇒ τ𝑥,𝑦 = 𝑘 •( )
𝑑𝑦
1


𝑑𝑢
𝑑𝑦
= ( ) τ
𝑘
𝑛

⇒ 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑔𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑒𝑞. 𝑚𝑎𝑛𝑖𝑝𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎:

⇒ ∫ 𝑑𝑢 = ∫ ( ) τ
𝑘
𝑛
𝑑𝑦

⇒ 𝑢 = ( )
τ
𝑘
𝑛
𝑦 + 𝐶1

⇒ 𝐴𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 :

⇒ 𝐸𝑚 𝑢 = 0
1

⇒ 𝐶1 = − ( ) τ
𝑘
𝑛
𝑦

⇒ 𝐸𝑚 𝑦 = 𝑟
1 1

⇒ 𝑢 (𝑦) = ( ) τ
𝑘
𝑛
𝑟− ( ) τ
𝑘
𝑛
𝑦

⇒ 𝑢(𝑦) = ( ) 𝑟 (1 − )
τ
𝑘
𝑛 𝑦
𝑟
⇒ 𝑃𝑒𝑟𝑓𝑖𝑙 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

⇒ 𝐴𝑔𝑜𝑟𝑎 , 𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑠𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑟 𝑜 𝑁° 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑦𝑛𝑜𝑙𝑑𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑒𝑝𝑒𝑛𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎,

𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑣𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑔𝑟𝑎𝑟 𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑙 𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑟 𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 :

1
𝑟 𝑛

⇒ ∫ 𝑑𝑣𝑚 = ∫
0
( ) 𝑟 (1 − )𝑑𝑦
τ
𝑘
𝑦
𝑟

⇒: 𝑣𝑚 = ( ) 𝑟 (𝑟 − )
τ
𝑘
𝑛 𝑟
2

1
2
⇒ 𝑣𝑚 = ( )
τ
𝑘
𝑛 𝑟
2

1
2
⇒ 𝑆𝑒 𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 é 𝑣𝑚 = ( )
τ
𝑘
𝑛 𝑟
2
, 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑠𝑒𝑟á 2 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑣𝑚:
1

⇒ 𝑣𝑚á𝑥 = 2 •𝑣𝑚= ( )
τ
𝑘
𝑛 2
𝑟a

⇒ 𝐴𝑔𝑜𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑛° 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑦𝑛𝑜𝑙𝑑𝑠:

ρ
⇒ 𝑅𝑒 = η
• 2𝑟 • 𝑣𝑚

1
1
2 ρ𝑟( )
3 τ 𝑛

⇒ 𝑅𝑒 =
ρ
η
• 2𝑟 • ( ) τ
𝑘
𝑛 𝑟
2
⇒ 𝑅𝑒 =
𝑘( )
𝑘
𝑑𝑢 𝑛−1
𝑑𝑦

● Os valores de µ , η, 𝑅𝑒 𝑒 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜 :

Dados Obtidos - Fluido Não Newtoniano /Herschel-Bulkley


N° de Fator de Força de
du_dy(Y[1/s]) Tau[Pa] µ[Pa.s] η[P] Reynolds atrito atrito[N]
40 30 0,75 0,25 0,0024 26410,89 414,65
60 120 2 0,17 0,0286 2234,5 35,08
90 140 1,56 0,11 0,054 1186,27 18,62
100 170 1,7 0,1 0,08 799,78 12,56
150 230 1,53 0,07 0,188 340,47 5,35
200 380 1,9 0,05 0,529 120,99 1,9
400 430 1,08 0,03 1,2676 50,49 0,79
800 870 1,09 0,01 7,2223 8,86 0,14
Conclusão

Diante disso, concluímos sobre o fluido que escoa em um duto com área
−1 2
2𝑥10 𝑚 (𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠):

(1) O fluido é Não Newtoniano, necessita de uma tensão inicial para se deformar
e seu comportamento pode ser descrito pelo Modelo de Herschel-Bulkley ;
(2) A viscosidade absoluta (µ) do fluente não é constante;
(3) Esses tipos de fluidos são independentes de tempo;
(4) O tipo de escoamento apresentado é laminar, pelo motivo de obter um
movimento em lâminas no duto. O que justifica o número de Reynolds
demonstrar uma faixa abaixo de 2000;
(5) A viscosidade aparente (η) para cada tensão está tendendo a ser
decrescente e não apresenta uma constância , assim como o fator de atrito e
a força de atrito;
(6) Encontrar uma temperatura ideal para esse fluido é importante para
otimização do tempo em que ele demora para chegar ao seu local de destino.
Referencias

ALVARADO, J. D. Propiedades físicas de frutas. IV Difusividad y conductividad


térmica efectiva de pulpas (Physical properties of fruits. IV. Efective thermal diffusivity
and conductivity of pulps). Latin American Applied research, v. 24, p. 41-47, 1994.

FREIRE, I. S. Reologia escoamento e deformação da matéria. 2012. Disponível em


< www.sbrt.ibict.br/dossie-tecnico/downloadsDT/Mjc2NTc=>. Acesso em 20 de
agosto de 2018.

GOMES, Pedro Félix Lopes. Um estudo sobre o escoamento de um fluido


newtoniano e não newtoniano através de estruturas desordenadas. 2021. 68 f.
Dissertação (Mestrado em Modelagem e Métodos Quantitativos) - Centro de
Ciências, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2021.

HAMINIUK, C.H. I. Comportamento Reológico e Fracionamento Péctico das Polpas


Integrais de Araçá (Psidium catlleianum sabine) e Amora-Preta (Rubus spp),
Curitiba, 2005. Tese (Doutorado em Tecnologia de Alimentos),2007.

TELES, R. D. S. Universidade Federal de São Carlos. Mecânica dos fluidos, São


Carlos, dezembro, 2003.
Anexos

ANEXO A- CÓDIGO DO GRÁFICO DE INVESTIGAÇÃO DO TIPO DE FLUIDO E


CURVA DE AJUSTE

import matplotlib.pyplot as plt

import numpy as np

from scipy.optimize import curve_fit

du_dy = np.array([40,60,90,100,150,200,400,800])

tau = np.array([30,120,140,170,230,380,430,870])

def ajuste_f(du_dy, a, b, c):

return a*(du_dy)**b + c

popt, pcov = curve_fit(ajuste_f, du_dy, tau, p0=[1,1,1])

print("popt: {}".format (popt))

a_opt, b_opt, c_opt = popt

x_ajuste = np.linspace(min(du_dy), max(du_dy), 10000)

y_ajuste = ajuste_f(x_ajuste, a_opt, b_opt, c_opt)

plt.plot(du_dy, tau, 'p', ls=':',label = 'dados experimentais')

plt.plot(x_ajuste, y_ajuste, color='orange',label= 'curva ajustada')

plt.title('Curva de Ajuste\n')

plt.xlabel('Taxa de deformação (Y [1/s])')


plt.ylabel('Tensão Cisalhante (Tau [Pa]')

plt.legend()

plt.grid()

plt.show()

plt.plot(du_dy,tau,marker="D")

plt.xlabel('Taxa de Deformação [Y] [1/s]')

plt.ylabel('Tensão cisalhante [Pa]')

plt.title('Dados de Verificação do Tipo de Fluido:\nNewtoniano e Não Newtoniano\n')

plt.grid()

plt.show()

ANEXO B - CÓDIGO DA REGRESSÃO LINEAR

import matplotlib.pyplot as plt

from sklearn.datasets import load_diabetes

from sklearn.linear_model import LinearRegression

from sklearn.metrics import mean_squared_error

import numpy as np

du_dy = np.array([40,60,90,100,150,200,400,800])

tau = np.array([30,120,140,170,230,380,430,870])

lm_model = LinearRegression()

lm_model.fit(du_dy.reshape(-1,1), tau)

slope = lm_model.coef_
intercept = lm_model.intercept_

print("b0: \t{}".format(intercept))

print("b1: \t{}".format(slope[0]))

plt.plot(du_dy, tau, 'p', ls=':',label='dados experimentais')

plt.title('Regressão linear\n')

plt.xlabel('Taxa de deformação (Y [1/s])')

plt.ylabel('Tensão Cisalhante (Tau [Pa])')

plt.scatter(du_dy, tau, s=30)

plt.plot(du_dy, (du_dy* slope + intercept), color='purple',label= 'regressão linear')

plt.legend()

plt.grid()

plt.show()

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