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FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA QUÍMICA

CADEIRA: TERMOTECNIA

Tema: Equações de estado

Discentes: Docentes:
Mavenda, Genesse João Prof, Doutor. Miguel Uamusse, Eng°.
Prof, Doutor. Alberto Tsamba , Eng°.

Maputo, Setembro de 2022

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Sistemas termodinâmicos
Equações de estado
Relação funcional entre as variáveis termodinâmicos X, Y e Z, que definem os estados de
equilíbrio do sistema termodinâmico em estudo.
𝑓(𝑋, 𝑌, 𝑍) = 0
As equações de estado pode ser definida a partir de observações experimentais (exemplo: gas
ideal) ou usando teórias microscópicas (mecânica estatística).
Nem todas as fases termodinâmicos podem ser representadas por uma equação de estado.
𝑉
Gás ideal 𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇; Volume molar 𝑣= 𝑁

Apenas a fase de gás é representada pela equação de estado.


Gás ideal é um limite teórico:
As partículas do sistema não tem dimensão.
A densidade de partículas é próxima de zero ( não existe interação no sistema, que não seja
colisão).
A temperatura é infinita ( efeitos quânticos não são sentidos).
Equações de estado volumétricas
Uma das primeiras equações de estado volumétricas que conseguia estimar satisfatoriamente
tanto as propriedades da fase gás quanto da fase líquido foi a equação proposta por van der
Waals:
𝒂
Van der Waals (𝑷 + 𝒗𝟐 ) (𝒗 − 𝒃) = 𝑹𝑻

As fase de gás e líquidos podem ser representada pela equação de estado.


❖ Primeira correcção à equação de gás ideal ( gás real).
❖ O coeficiente b esta relacionada às dimensões das partículas.
❖ O coeficiente a esta relacionada às interações ( atrativas ) presente no sistema.
❖ Gases reais são frequentemente modelados por levar-se em conta seus peso molar e
volume molar.
A equação de van der Waals não era muito precisa e novas equações foram propostas.
Atualmente existem muitas equações de estado termodinâmicas, sendo que as mais utilizadas
são as equações de Redlich-Kwong, Soave-Redlich-Kwong e Peng-Robinson.

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A equação de Redlich-Kwong é dada por:

𝑹𝑻 𝒂
𝑷= − 𝟎,𝟓
𝑽𝒎 − 𝒃 𝑻 𝑽𝒎 (𝑽𝒎 + 𝒃)
A equação de Redlich-Kwong é usada para modelar gases ideais. É sempre mais precisa
que a equação de Van der Waals, e frequentemente mais precisa que alguma equação com
mais que dois parâmetros.
A equação de Peng-Robinson difere um pouco da equação de Redlich-Kwong e o parâmetro
ajustável a é função da temperatura, sendo dada por:

𝑹𝑻 𝒂(𝑻)
𝑷= −
𝑽𝒎 − 𝒃 𝑽𝒎 (𝑽𝒎 + 𝒃) + 𝒃(𝑽𝒎 − 𝒃)
Os parâmetros ajustáveis (a, b, a(T)) são obtidos por ajuste de dados experimentais ou a partir
de informações sobre as propriedades críticas do fluido (propriedades do fluido no ponto
crítico).
Esta equação de dois parâmetros tem a interessante caracteristica de ser útil em modelar
alguns liquidos assim como gases reais:
As equações de Redlich-Kwong, Soave-Redlich-Kwong e Peng-Robinson podem ser escritas
na forma de uma equação de terceiro grau, fato pelo qual também são conhecidas como
equações cúbicas.
𝑽𝟑 + 𝒂𝑽𝟐 + 𝜷𝑽 + 𝜸 = 𝟎 ou 𝒁𝟑 + 𝒂𝒁𝟐 + 𝜷𝒁 + 𝜸 = 𝟎
𝑷𝑽
𝒁=
𝑹𝑻
Z = fator de compressibilidade.

As equações de Redlich-Kwong, Soave-Redlich-Kwong e Peng- Robinson representam


razoavelmente bem o comportamento de hidrocarbonetos nas regiões de líquido e vapor e de
algumas outras substâncias puras na região de vapor.

Outro tipo de equação de estado é a equação do virial que é dada por uma série da forma:
𝑷𝑽 𝑩(𝑻) 𝑪(𝑻) 𝑫(𝑻)
=𝟏+ + + +⋯
𝑹𝑻 𝑽 𝑽𝟐 𝑽𝟑
na qual B(T), C(T) e D(T) são, respectivamente, o segundo, o terceiro e o quarto coeficiente
do virial, e dependem da temperatura do sistema.
A equação do virial é aplicada somente para predição das propriedades na fase vapor e se
truncada no segundo termo (mais usual) pode ser utilizada para pressões baixas e moderadas
(P ≤ 10 atm):
𝑷𝑽 𝑩(𝑻)
=𝟏+
𝑹𝑻 𝑽

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Equação de Tait
𝑽𝒐 − 𝑽 𝟏 𝚫𝑽 𝑨
= =
(𝑷 − 𝑷𝒐 )𝑽𝒐 𝑽𝒐 𝑽𝒑 𝝅 + (𝑷 − 𝑷𝒐 )

Equação de estado de Elliott, Suresh, Donohue

𝒑𝑽𝒎
= 𝒁 = 𝟏 + 𝒁𝒓𝒆𝒑 + 𝒁𝒂𝒕𝒕
𝑹𝑻
onde:
4𝑐𝜂 𝑍𝑚 𝑞𝜂Y
𝑍 𝑟𝑒𝑝 = ou 𝑍 𝑎𝑡𝑡 =
1−1,9𝜂 1+𝑘1 𝜂𝑌

Equação de estado de Dieterici


𝑷(𝑽 − 𝒃) = 𝑹𝑻𝒆−𝒂/𝑹𝑻𝑽
𝑎 𝑎
𝑂𝑛𝑑𝑒: 𝑇𝑐 = , 𝑃𝑐 = , 𝑉𝑐 = 2𝑏
4𝑅𝑏 4𝑏 2 𝑒 2

𝒂
Berthelot (𝑷 + ) (𝒗 − 𝒃) = 𝑹𝑻
𝑻𝒗𝟐

Equação de estado de Benedict-Webb-Rubbin


𝑹𝒖 𝑻 𝑪 𝟏 𝒃𝑹𝒖 𝑻−𝒂 𝒂𝜶 𝑪 𝜸 𝟐
𝑷= + (𝑩𝒐 𝑹𝒖 𝑻 − 𝑨𝟎 − 𝑻𝟐𝒐) 𝟐 + + 𝟔 + 𝟑 𝟐 (𝟏 + 𝟐 )𝒆−𝜸/𝑽𝒎
𝑽𝒎 𝑽𝒎 𝑽𝟑 𝒎 𝑽𝒎 𝑽𝒎 𝑻 𝑽𝒎

Bettie-Bridgeman:
𝑹𝑻 𝑪 𝑨
𝑷= (𝟏 − ) (𝒗 + 𝒃) −
𝒗𝟐 𝑻𝒗𝟑 𝒗𝟐
𝑎 𝑏
Sendo: 𝐴 = 𝐴0 (1 − 𝑣 ) e 𝐵 = 𝐵0 (1 − 𝑣 )

As equações de estado são usadas para obter as diferentes fases termodinamicas do sistema
( dentro da validade da equação).

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Equações de estado para fluidos confinados
Para um fluido puro;
𝑹𝑻 𝒂𝒑 (𝑻)
𝑷= − + 𝚿
𝒗 − 𝒃𝒑 𝒗(𝒗 + 𝒃𝒑 ) + 𝒃𝒑 (𝒗 − 𝒃𝒑 )

Sendo 𝚿 o termo que leva em conta a interação com a parede do poro, definido por
𝑏𝑝 RT 𝑏2
𝑅𝑇(1 − 𝐹𝑝,𝑚𝑖𝑛 )( ))𝑏4 Γ⦋−𝑏2 −1 , 𝑏1 (𝑁 ) ⦌
𝑣 − 𝑏𝑝 𝑎𝑣𝜀𝑝
Ψ=
(𝑣 − 𝑏𝑝 )(1 + 𝑏3 (𝑏𝑝 /(𝑣 − 𝑏𝑝 ))𝑏4 )2

Equação de estado de Stiffened


𝒑 = 𝒑(𝜸 − 𝟏)𝒆 − 𝜸𝒑𝟎
𝑪𝟐 = 𝜸(𝒑 + 𝒑𝟎 )/𝒑

Equação de estado de Ultrarelativistic


𝒑 = 𝒑𝒎 𝑪𝒔 𝟐

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Referências Bibliográficas
Termodinâmica Quimica- Fernandes, Pizzo e Moraes Jr.- 1ª edição, 2006.
Termodinâmica - Yunus A. Cengel – 7ª edição, 2013.
L.F.S. Coelho; Átomos e tabela Periodica; Laboratório de Colisões Atômicas e Moleculares
– IF – UFRJ- Rio de Janeiro – Brasil.

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