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ESCOLA DE ENGENHARIA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
NITERÓI, RJ
2022
DANIEL COSTA BARBOZA
Niterói, RJ
2022.
DANIEL COSTA BARBOZA
Grau:
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. Gabriel Mario Guerra Bernadá, D.Sc. – UFF
Orientador
___________________________________________
Prof. Marcel Duarte da Silva Xavier, D.Sc. – UFF
___________________________________________
Eng. Patricia Helena Matheus Lima
A GRADECIMENTOS
Agradeço a minha mãe, Maria Ribeiro da Costa, que, por mais adversa que fosse nossa
situação, sempre batalhou para que eu tivesse condições de estudar.
Ao meu melhor amigo, Alberto Elias, que desde cedo ensinou o valor do estudo, me
apoiou e é uma das minhas inspirações.
Ao meu irmão e amigos, de quem nem sempre pude estar tão próximo quanto gostaria
durante todo esse percurso de graduação.
Aos meus colegas de faculdade que foram alicerces cruciais em diversos momentos
dessa jornada. O mérito dessa graduação é dividido com todos.
Agradeço também a mim mesmo por ter me mantido persistente durante todos esses
anos para que pudesse chegar até aqui.
ii
iii
R ESUMO
O petróleo se mantém na posição de maior matriz energética no cenário brasileiro,
trazendo constantemente ao setor offshore desafios que requerem soluções dinâmicas e robustas.
A exploração por petróleo em águas cada vez mais profundas demanda uma melhor solução
para resistir aos esforços submetidos as plataformas offshore e para assegurar sua estabilidade
e integridade durante todo o seu período de operação, mesmo sob condições severas. Para tanto,
sistemas de ancoragem são amplamente utilizados. Sistemas compostos em sua forma mais
básica por uma âncora e linha de ancoragem que interliga o leito do oceano a plataforma.
Durante o projeto do sistema de ancoragem, análises deverão garantir sua resistência aos fatores
ambientais ao qual será exposto. Com isso em mente, este trabalho objetiva apresentar
plataformas offshore flutuantes do tipo FPSO, componentes do sistema de ancoragem e, através
de uma análise de dados obtidos a partir de uma simulação feita com auxílio de Matlab, realizar
uma interpretação dos esforços em linhas de amarração de sistemas de ancoragem exposto a
diferentes condições ambientais e comparar o comportamento destas linhas quando compostas
por aço e poliéster.
AB STRACT
Oil remains the largest energy matrix in the Brazilian scenario, constantly bringing
challenges to the offshore sector that require dynamic and robust solutions. Exploration for oil
in increasingly deeper waters demands a better solution to resist the stresses submitted to
offshore platforms and to ensure their stability and integrity throughout their period of operation,
even under severe conditions. For this, mooring systems are widely used. Systems composed
in their most basic form by an anchor and mooring line that connects the ocean floor to the
platform. During the design of the mooring system, analysis must ensure its resistance to the
environmental factors to which it will be exposed. With that in mind, this paper aims to present
floating offshore platforms of the FPSO type, components of the mooring system and, through
an analysis of data obtained from a simulation aided by MATLAB, to perform an interpretation
of the stresses present in mooring lines of systems exposed to different environmental
conditions and compare the behavior of these lines when composed of steel and polyester.
L ISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Composição da matriz energética brasileira em 2020 (Disponível em:
https://www.epe.gov.br/sites-
pt/abcdenergia/PublishingImages/Matriz%20energ%c3%a9tica/05-%20energetica%20brasil2.
png. Acessado em: janeiro de 2022)........................................................................................... 1
Figura 2 - FPSO Carioca (Retirado de modec.com/project/detail/sepia.html, acessado em
janeiro de 2022) .......................................................................................................................... 2
Figura 3 - FSO MV15 Cidade de Macaé (Retirado de.modec.com/project/detail/pra.html,
acessado em janeiro de 2022) ..................................................................................................... 7
Figura 4 - FPSO MV23 Cidade de São Paulo (Retirado de modec.com/project/detail/guara.html,
acessado em janeiro de 2022) ..................................................................................................... 8
Figura 5 - Módulos para FPSO sendo transportados (Retirado de heavyliftnews.com/fpso-
modules-load-out-transport-by-sarens, acessado em janeiro de 2022)....................................... 8
Figura 6 - FPSO Liza Unity com casco tipo new build (Retirado de oedigital.com/news/478527-
video-sbm-offshore-s-liza-unity-fpso-moves-to-dry-dock , acessado em janeiro de 2022)..... 10
Figura 7 - Sistema de ancoragem Turret interno desconectável (Retirado de
www.sofec.com/mooring-systems, acessado em janeiro de 2022) .......................................... 12
Figura 8 - Linhas de ancoragem do tipo Spread em um FPSO (API 2SK, 2005) .................... 13
Figura 9 - Perfil das linhas de ancoragem de acordo com o método de instalação (Adaptado de
Wichers, 2013).......................................................................................................................... 14
Figura 10 - Elo de corrente de ancoragem (ABS, 2017) .......................................................... 15
Figura 11 - Composição de um cabo com núcleo de fios (Wichers, 2013) .............................. 16
Figura 12 - Processos de fabricação de cabos sintéticos (Wichers, 2013) ............................... 16
Figura 13 - Catenárias sob alta e baixa tensão (CMPT, 1998). ................................................ 19
Figura 14 - Descrição dos movimentos de uma unidade flutuante (Barros, 2018) .................. 21
Figura 15 – Amostra de perfil de onda derivado do método de Borgman aplicado ao espectro
de elevação de onda de Pierson-Moskowitz (Benaroya, 2005) ................................................ 28
Figura 16 - Espectro de elevação de onda de Pierson-Moskowitz em três velocidades de vento
(Benaroya, 2005) ...................................................................................................................... 29
Figura 17 - Parâmetros do espectro de JONSWAP (Benaroya, 2005). .................................... 30
Figura 18 - Espectro de JONSWAP para γ=1.0,3.3 e 7.0 (Benaroya, 2005)............................ 30
Figura 19 - Configuração do cabo e parâmetros característicos (Carcaterra, 2007) ................ 32
Figura 20 – Modelo de estrutura ancorada por pares de cabos (Carcaterra, 2007) .................. 33
viii
Figura 21 - Modelo equivalente com a um objeto acoplado a dois atenuadores com um grau de
liberdade (Carcaterra, 2007)..................................................................................................... 33
Figura 22 - Espectro de Pierson-Moskowitz para velocidades de vento de 15m/s, 20m/s e 25m/s
(Autoria própria) ...................................................................................................................... 37
Figura 23 - Espectro JONSWAP para velocidades de vento de 15m/s, 20m/s e 25m/s (Autoria
própria) ..................................................................................................................................... 38
Figura 24 - Amplitude das ondas com ventos a 15m/s, 20m/s e 25m/s (Autoria própria)....... 38
Figura 25 - Posição vertical do elemento ancoragem em função do tempo com velocidade do
vento a 15m/s (Autoria própria) ............................................................................................... 39
Figura 26 - Forças sob o sistema de ancoragem em função do tempo com velocidade do vento
igual a 15m/s (Autoria própria)................................................................................................ 40
Figura 27 - Posição vertical do elemento ancoragem em função do tempo com velocidade do
vento a 20m/s (Autoria própria) ............................................................................................... 40
Figura 28 - Forças sob o sistema de ancoragem em função do tempo com velocidade do vento
igual a 20m/s (Autoria própria)................................................................................................ 41
Figura 29 - Posição vertical do elemento ancoragem em função do tempo com velocidade do
vento a 25m/s (Autoria própria) ............................................................................................... 41
Figura 30 - Forças sob o sistema de ancoragem em função do tempo com velocidade do vento
igual a 25m/s (Autoria própria)................................................................................................ 42
Figura 31 - Representação do sistema de ancoragem superficial (Autoria própria) ................ 43
Figura 32 - Posição do elemento flutuante ancorado por cabo de aço com vento a 15m/s (Autoria
própria) ..................................................................................................................................... 44
Figura 33 - Posição do elemento flutuante ancorado por cabo de aço com vento a 20m/s (Autoria
própria) ..................................................................................................................................... 44
Figura 34 - Posição do elemento flutuante ancorado por cabo de aço com vento a 25m/s (Autoria
própria) ..................................................................................................................................... 44
Figura 35- Posição do elemento flutuante ancorado por cabo de poliéster com vento a 15m/s
(Autoria própria) ...................................................................................................................... 45
Figura 36 - Posição do elemento flutuante ancorado por cabo de poliéster com vento a 20m/s
(Autoria própria) ...................................................................................................................... 45
Figura 37 - Posição do elemento flutuante ancorado por cabo de poliéster com vento a 25m/s
(Autoria própria) ...................................................................................................................... 45
ix
x
xi
L ISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição do tipo de construção de FPSOs operados pela MODEC no Brasil em
janeiro de 2022 (Retirado de Modec.com/projects, acessado em janeiro de 2022) ................... 6
Tabela 2 - Densidade dos materiais utilizados em linhas de ancoragem (Adaptado de Wichers,
2013) ......................................................................................................................................... 17
Tabela 3 - Coeficientes de forma (API RP2A-WSD, 2007)..................................................... 23
Tabela 4 - Parâmetros constantes durante análise CALM (Autoria própria) ........................... 39
Tabela 5 - Velocidade do vento consideradas nas análises (Autoria própria) .......................... 43
Tabela 6 - Tração total na linha a 500m de profundidade em função da velocidade do vento e
material (Autoria própria)......................................................................................................... 46
Tabela 7 - Força máxima sobre as linhas de ancoragem em função da velocidade do vento
(Autoria própria)....................................................................................................................... 47
Tabela 8 - Amplitude de movimento vertical do sistema ancorado em função da velocidade do
vento (Autoria própria) ............................................................................................................. 47
xii
xiii
S UMÁRIO
Agradecimentos ............................................................................................................. i
Resumo ........................................................................................................................iii
Abstract......................................................................................................................... v
Sumário......................................................................................................................xiii
1 Introdução ............................................................................................................. 1
1.1 Motivação...................................................................................................... 1
3.4 Âncoras........................................................................................................ 17
3.5 Catenária...................................................................................................... 18
5.2 Modelo de linha de ancoragem 2D, CALM - Catenary anchor leg mooring
32
7 Considerações finais........................................................................................... 47
9 Apêndice ............................................................................................................ 51
1 INTRODUÇÃO
1.1 MOTIVAÇÃO
Unidades FPSO (Floating Production Storage and Offloading) são sistemas flutuantes
de produção e armazenamento de petróleo e gás. Sua construção pode ser tanto a partir da
conversão de um navio antigo quanto de um novo projeto. Existem também os FSOs (Floating
Storage and Offloading), que se diferem dos FPSOs por somente armazenar petróleo e gás e
não apresentarem uma planta de produção em seu convés superior.
FPSOs são fixadas ao fundo do oceano por sistemas de ancoragem, com função de
garantir estabilidade durante todo o período de atividade de produção da unidade de produção
flutuante que, em geral, dura cerca de duas décadas. As amarras de ancoragem devem ser
periodicamente inspecionadas com o intuito de evitar rupturas, que podem tanto acarretar
interrupções da produção quanto dano aos poços. Dessa forma, se faz necessária a análise de
esforços nas amarras de ancoragem, avaliando as cargas aplicadas ao sistema em diferentes
profundidades e condições climáticas que podem ocorrer durante seu período em atividade.
3
O principal foco deste trabalho é analisar os esforços em linhas que compõe o sistema
de ancoragem de um elemento flutuante sob condições ambientais variadas através de
modelagem computacional utilizando o software Matlab. Diferentes profundidades,
características climáticas e materiais serão analisados com a finalidade de obter uma melhor
compreensão acerca das forças aplicadas ao sistema de forma a garantir sua estabilidade.
O capítulo 1 traz uma visão ampla do cenário offshore atual e como deve se manter
nos próximos anos. Apresenta também a motivação por trás desse trabalho e a definição de seus
objetivos.
Tabela 1 - Distribuição do tipo de construção de FPSOs operados pela MODEC no Brasil em janeiro de 2022 (Retirado de
Modec.com/projects, acessado em janeiro de 2022)
Figura 3 - FSO MV15 Cidade de Macaé (Retirado de.modec.com/project/detail/pra.html, acessado em janeiro de 2022)
Já no caso do FPSO Cidade de São Paulo, é notável que sua conversão trouxe a adição
de equipamentos como o guincho na proa, adição dos módulos de produção em seu convés e
abertura no casco para a utilização de ancoragem do tipo Spread Mooring.
8
Figura 4 - FPSO MV23 Cidade de São Paulo (Retirado de modec.com/project/detail/guara.html, acessado em janeiro de
2022)
Existem também cascos projetados para que sejam especificamente FPSOs, chamados
de new build. Com um formato levemente diferente dos convertidos, apresentam proa e popa
retos como se fossem paredes. Tal formato propicia uma maior resistência aos movimentos,
auxiliando em sua estabilidade durante operação, principalmente em ambientes que apresentam
maiores oscilações de ondas marítimas.
Apesar de não ser a opção mais convencional, a construção de novos cascos tem
ganhado força nos últimos anos, principalmente devido à escassez de cascos para conversão e
indisponibilidade de estaleiros para realizar as obras para modificações em navios-tanque
antigos. Algumas vantagens incluem:
Figura 6 - FPSO Liza Unity com casco tipo new build (Retirado de oedigital.com/news/478527-video-sbm-offshore-s-liza-
unity-fpso-moves-to-dry-dock , acessado em janeiro de 2022)
3 SISTEMAS DE ANCORAGEM
Em breve comparação entre os dois tipos, o sistema spread é a opção mais vantajosa
no quesito custo de construção e manutenção, além da flexibilidade no momento de projetar os
risers que serão utilizados durante a exploração do campo. Entretanto, sistemas do tipo turret
tem maior atratividade em relação aos custos diretos e indiretos referentes ao processo de
offloading. Além disso, características como robustez, segurança da tripulação em meio a
operação se apresentam mais vantajosas (PAIS, 2020).
Estes sistemas não mantém as unidades estáticas, pois a tração imposta as linhas para
obter este efeito traria a necessidade de constante inspeção e poderia levá-las ao seu rompimento.
Portanto, existe um limite de deslocamento, geralmente referido por offset, que é o intervalo
aceitável em que a unidade pode se encontrar, estabelecido de acordo com a limitação dos
equipamentos como umbilicais, risers e a operação em si (ABS, 2020).
Ancoragem do tipo turret se caracteriza pela sua estrutura composta por um corpo
cilíndrico concentrando assim em um único ponto as linhas de amarração e os risers. Portanto,
classifica-se como um sistema de ancoragem de ponto único. Em um navio, uma das vantagens
deste tipo de ancoragem é que a embarcação poderá girar livremente em torno do turret,
diminuindo assim os esforços sobre o casco e, consequentemente, a carga nas linhas de
amarração.
sistemas de ponto único. No entanto, sistemas como este podem apresentar problemas quando
utilizados em águas rasas, pois grandes movimentações horizontais podem levar os risers a
tocar o leito do mar ou a ficarem demasiadamente tracionados (WICHERS, 2013).
Em condições climáticas mais extremas, o turret interno pode ser utilizado, devido a
capacidade de receber um maior número de risers e desenvolver uma resistência suficiente para
superar as cargas impostas pelo ambiente. O turret interno também pode ser construído com a
capacidade de ser desconectável, permitindo que navios que estejam afretados em locais com
possibilidade de furacões possam desacoplar e navegar para uma área segura e retomar sua a
produção assim que as condições climáticas estiverem normalizadas.
Características físicas dos materiais a serem utilizados na construção das linhas como
massa, deslocamento de água, densidade e rigidez são relevantes durante a fase de projeto, pois
implicam diretamente na resultante dos esforços a serem suportados pelo sistema (WICHERS,
2013).
Figura 9 - Perfil das linhas de ancoragem de acordo com o método de instalação (Adaptado de Wichers, 2013).
3.3.1 Correntes
Formadas através da ligação consecutiva de elos, são geralmente fabricadas a partir de
barras de aço circulares como uso de material forjado ou fundido. Correntes devem ser
inspecionadas e passar por ensaios não destrutivos e atender a critérios padrões durante sua
utilização. Seus elos devem passar por exames de raio-x e ultrassom para a detecção de defeitos
internos devidos a sua fabricação para assegurar critérios estabelecidos (API RP 2SK, 2020).
15
Quando sua construção é feita através do uso de dois ou mais tipos, recebe a
nomenclatura de padrão combinado. Sofrem alongamento devido às cargas suportadas, ao
próprio posicionamento do material se ajustando entre as tranças dos fios e da compressão
sofrida pelo núcleo do cabo (WICHERS, 2013).
16
Tabela 2 - Densidade dos materiais utilizados em linhas de ancoragem (Adaptado de Wichers, 2013)
3.4 ÂNCORAS
topo. Além de serem mais caras do que as âncoras convencionais, sua remoção é considerada
mais difícil, tornando-se pouco atrativa em projetos de curta duração. Constituídas por materiais
de alta densidade, âncoras gravitacionais geralmente são blocos sólidos compostos por
materiais como concreto e blocos de ferro, por exemplo, posicionados através do uso de
guindastes.
3.5 CATENÁRIA
𝐻 𝑤𝑥
𝑦= (cosh ( ) − 1) (1)
𝑤 𝐻
Em que:
Seus parâmetros de entrada são a força horizontal (H) ao qual o cabo está submetido,
porém, para o desenvolvimento de um estudo sobre o cabo, ela é uma das incógnitas e sua
solução requer o emprego de um método iterativo. É importante salientar que essa análise
despreza a rigidez da linha de ancoragem e seus efeitos de elasticidade, o que pode resultar em
19
2𝑇
• Tamanho mínimo da linha: 𝐿=ℎ√ −1
𝑤ℎ
Onde T é tensão na linha de ancoragem (N), w o peso submerso por unidade de comprimento
(N/m) e h é a profundidade (m).
Uma unidade flutuante tem em cada ponto de sua superfície submersa a atuação de
duas forças de mesma magnitude e sentidos opostos mantendo-a em equilíbrio, sendo elas o
peso total do navio considerando o centro de gravidade e o empuxo devido a água do mar
levando em conta o centro de gravidade do volume de água deslocado. Os esforços navios
podem ser classificados em:
“O navio pode ser considerado uma viga, uma caixa ou peça composta de muitas
pequenas vigas reunidas, de modo que sua resistência como um todo depende da
eficiência de todas as suas peças elementares.” (FONSECA, 2002, p. 211)
Unidades expostas a cargas geradas por fenômenos ambientais podem contribuir com
danos estruturais, alterações operacionais e falhas durante a navegação das embarcações. Essas
cargas afetam a variação da pressão hidrostática e flutuabilidade das unidades causadas por
mudanças na lâmina d’água. Os eventos naturais que geram maiores impactos, mas não
exclusivamente, em estruturas marinhas são as ondas, correntes marítimas, marés e o vento
(DNVGL-RP-C205).
4.2.1 Ventos
𝜌 2
𝐹= 𝜇 𝐶𝑠 𝐴 (2)
2
Nesta equação temos F como a força do vento, ρ representa a densidade do ar, µ sendo
a velocidade do vento, o coeficiente de forma Cs e a área do objeto A. Seu uso requer algumas
simplificações referentes as forças locais causadas pela ação dos ventos. Ao passo que o vento
se aproxima de estruturas e superfícies planas, assume-se que as forças agem na direção normal
ao objeto. Objetos cilíndricos deverão também ser analisados de acordo com a sua posição
relativa ao vento para a adequada consideração de sua direção de atuação de esforços. Avaliação
de efeitos locais como concentração de pressão e pressões internas, quando aplicável, podem
ter seus efeitos analisados de acordo com a Seção 6 da norma ANSI A-58.
23
De acordo com a API RP2A-WSD, a análise estática de ondas segue uma sequência
de passos para o cálculo de determinístico de forças exercidas numa plataforma negligenciando
a resposta dinâmica e a distorção da onda incidente. O cálculo das forças exercidas segue os
passos:
O cômputo da força total exercida pelas ondas sobre uma superfície cilíndrica se dá
em função da razão do comprimento de onda e o seu diâmetro. Quando essa razão é maior do
que 5, o objeto não modifica significativamente a onda incidente. Portanto, a força da onda
pode ser calculada como a soma da força de arrasto e uma força de inércia, nos levando a
equação de Morison:
𝑤 𝑤 𝛿𝑈
𝐹 = 𝐹𝐷 + 𝐹𝐼 = 𝐶𝐷 𝐴 𝑈 |𝑈| + 𝐶𝑚 𝑉
2𝑔 𝑔 𝛿𝑡 (3)
Onde:
Cd – Coeficiente de arrasto;
Cm – Coeficiente de inércia;
Sendo válido notar que a equação de Morison como declarada aqui ignora a aceleração
convectiva no cálculo da força inercial. Desprezando também forças de sustentação, de pouso
e forças axiais de Froude-Krylov.
Em que:
5 MODELAGEM MATEMÁTICA
Figura 15 – Amostra de perfil de onda derivado do método de Borgman aplicado ao espectro de elevação de onda de
Pierson-Moskowitz (Benaroya, 2005)
0.0081𝑔² 𝑔
𝑆𝜂𝜂 (𝜔) = exp [−0.74 ( )] (6)
𝜔5 𝑉𝜔
Figura 16 - Espectro de elevação de onda de Pierson-Moskowitz em três velocidades de vento (Benaroya, 2005)
𝑂 (𝜔)
𝛼𝑔² 𝜔𝑚 4 exp (−(𝜔−𝜔 )2/2𝜏²𝜔2 )
𝑆𝜂𝜂 = 𝑒𝑥𝑝 (−1.25 ( ) )𝛾 𝑚 𝑚
𝜔5 𝜔 (7)
Onde γ é o parâmetro de pico, definido pela razão entre a máxima energia espectral e
a máxima energia espectral do espectro correspondente de Pierson-Moskowitz. O que significa
que quando γ = 7, o pico de energia do espectro é 7 vezes maior que o espectro de Pierson-
Moskowitz. E τ é o parâmetro de forma (Benaroya, 2005).
𝑟𝑎𝑑
O espectro de JONSWAP com os parâmetros 𝛼 = 0.0081 e 𝜔𝑚 = 0.626 para
𝑠
três diferentes picos pode ser identificado no seguinte gráfico de densidade espectral (m²s) em
função da frequência (rad/s):
𝜌𝑤 𝜋𝐷 2
𝐶𝐼 = (1 + 𝑐𝑎 )
4
1
𝐶𝐷 = 𝑐 𝜌 𝐷
2 𝑑 𝑤
𝜌𝑤 𝜋𝐷 2
𝑚𝑎 = 𝑐𝑎
4
(9)
Em que 𝑐𝑎 é o coeficiente de massa adicionada, geralmente 𝑐𝑎 ≌ 1 , e 𝑐𝑑 o coeficiente
de arrasto, 𝜌𝑤 é a densidade do fluido e 𝐷 é o diâmetro do objeto ancorado.
1
𝐵𝑛 = 𝐴 (sin 𝜑𝑛 + 𝑗 cos 𝜑𝑛 ), 𝐵−𝑛 = 𝐵𝑛∗ , 𝑋𝑛 (𝑡) = 𝑒 𝑗𝜔𝑛 𝑡
2 𝑛 (11)
Onde
∗
0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑛 ≠ 𝑚, 𝑛 > 0, 𝑚 > 0
𝐸{𝐵𝑛 𝐵𝑚 }= { ∗
𝐸{𝐵𝑛 𝐵𝑚 } = 𝜎𝐵2𝑛 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑛 = 𝑚 (12)
𝜔𝑛 cosh((𝜔𝑛2 ⁄𝑔)𝑥)
𝐴𝑛 (𝜔𝑛 , 𝑥) = √2𝑆(𝜔𝑛 )
𝑛 sinh ((𝜔𝑛2 ⁄𝑔)ℎ) (13)
32
MOORING
Estruturas offshore comumente são ancoradas ao leito do oceano com o uso de pares de
cabos acoplados em direções opostas que exercem forças restauradoras na estrutura, estruturas
denominadas catenary anchor leg mooring, conforme o ilustrado a seguir.
33
2
𝜕2 𝑤𝑐 𝜕𝑤𝑐 𝜕3 𝑤𝑐 𝜕𝑤𝑐
2 3 ( ⁄ ) − ⁄
𝜕𝐹 2 𝜕𝐹 𝜕𝐹 3 𝜕𝐹 |
𝐹𝑇 (𝑤𝑐 ) = | 𝑤𝑐 − 3 | 𝑤𝑐3
𝜕𝑤𝑐 /𝜕𝐹 𝐹 𝜕𝑤
0 3 ( 𝜕𝐹𝑐 )
𝐹 0 (15)
Figura 21 - Modelo equivalente com a um objeto acoplado a dois atenuadores com um grau de liberdade
(Carcaterra, 2007)
A equação possui dois termos não lineares e um parâmetro aleatório. Logo, para cada
entrada uma solução numérica é obtida e as médias do conjunto podem ser calculadas. De forma
alternativa, pode-se considerar uma única entrada desde que a condição seja observada por um
tempo suficientemente longo. O efeito da força de arrasto não é considerado, pois não altera de
forma significativa a natureza matemática do problema aqui considerado. Neste caso,
momentos estatísticos da solução podem ser calculados através das médias de tempo. Tendo:
𝜁 = 𝜉−𝑤
𝑚 = 𝑚𝑎 + 𝑚 𝑏
2𝑐
𝑎1 =
𝑚
𝛾1
𝑎2 =
𝑚
𝐶𝐷
𝑎3 =
𝑚
𝛾3
𝑎4 =
𝑚
𝐶𝐼
𝑎5 = (18)
𝑚
Em que 𝜉(𝑡) é o ruído gaussiano branco aditivo, a força 𝑓 são frequências de igual
intensidade com densidade de espectro de energia constante 𝑆𝑓0 . E, caso o espectro de Pierson-
Moskowitz seja considerado, a força se caracteriza por um espectro de densidade de energia em
função da frequência.
O pacote de códigos Matlab Mooring Design & Dynamics de Richard Dewey provê
ferramentas para modelar e avaliar ancoragens de ponto único, permitindo criar sistemas de
ancoragem superficiais e subsuperficiais. Através da resolução de equações de balanço de
esforços estáticos, fornece a tensão e posicionamento de cada elemento em relação a posição
da âncora. Sua solução considera a existência de um equilibro das forças estáticas para as três
dimensões e tem como forças atuantes verticalmente o empuxo, tensão (partindo de baixo para
cima e a em sentido inverso) e a componente de arrasto vertical. Horizontalmente considera-se
somente as tensões angulares e a componente de arrasto horizontal. O arrasto é definido de
acordo com o formato de cada elemento e seu coeficiente, porém aproximações a objetos
cilíndricos ou esféricos são utilizados durante esta modelagem. Cada elemento do sistema
possui então três equações e seis incógnitas. Porém, o elemento no topo não possuirá tensão
para baixo, reduzindo-se então a três equações e três incógnitas. Sabendo-se que a tensão e
ângulo entre dois elementos são iguais e agem em sentidos opostos, o método de resolução
utilizado analisa sequencialmente o elemento mais ao topo do sistema até elemento que se
encontra mais ao fundo. A solução é obtida através dos seguintes procedimentos:
36
1
𝑄𝑗 = 𝜌 𝐶 𝐴 |𝑼|𝑈𝑗
2 𝑤 𝐷 𝑗 (21)
Uma vez que todos os ângulos são calculados, o posicionamento de cada elemento é
calculado através das equações:
6 METOLOGIA E RESULTADOS
Este estudo utilizou três diferentes condições de mar modelados como uma série
temporal através de um código em Matlab e caracterizadas pela incidência de vento em três
velocidades distintas: 15m/s, 20m/s e 25m/s. Apresentando os seguintes espectros de Pierson-
Moskowitz e JONSWAP e o perfil de elevação das ondas marítimas referentes a cada
velocidade em um período de 360 segundos.
Figura 22 - Espectro de Pierson-Moskowitz para velocidades de vento de 15m/s, 20m/s e 25m/s (Autoria própria)
38
Figura 23 - Espectro JONSWAP para velocidades de vento de 15m/s, 20m/s e 25m/s (Autoria própria)
Figura 24 - Amplitude das ondas com ventos a 15m/s, 20m/s e 25m/s (Autoria própria)
39
Figura 25 - Posição vertical do elemento ancoragem em função do tempo com velocidade do vento a 15m/s (Autoria
própria)
40
Figura 26 - Forças sob o sistema de ancoragem em função do tempo com velocidade do vento igual a 15m/s (Autoria
própria)
Figura 27 - Posição vertical do elemento ancoragem em função do tempo com velocidade do vento a 20m/s (Autoria
própria)
41
Figura 28 - Forças sob o sistema de ancoragem em função do tempo com velocidade do vento igual a 20m/s (Autoria
própria)
Por fim, o último cenário analisado possui velocidade de vento igual a 25m/s.
Figura 29 - Posição vertical do elemento ancoragem em função do tempo com velocidade do vento a 25m/s (Autoria
própria)
42
Figura 30 - Forças sob o sistema de ancoragem em função do tempo com velocidade do vento igual a 25m/s (Autoria
própria)
Com o uso de um código Matlab, Mooring Design and Dynamics, ocorre a modelagem
de um sistema de ancoragem 3D composto por um corpo flutuante, um trecho de cabo
responsável por interligar a estrutura a uma âncora em contato com o leito do oceano. Seu
código descrito no apêndice deste trabalho fornece uma solução analítica para o esforço
exercido na linha de ancoragem a partir dos parâmetros característicos de cada análise.
Cada cenário se define a partir de diferentes velocidades de vento que incidem sobre
o objeto ancorado. Nesta análise, foram observados os esforços impostos a objetos ancorados
em profundidade de 500m e cabo de comprimento igual a 1500m. Adicionado a cada cenário a
variação de condições de mar, o estudo foi conduzido sob três velocidades de vento (15m/s,
20m/s e 25m/s). Dois materiais foram considerados na composição do trecho do cabo, aço
(espessura de 3/8”) e poliéster (espessura de 1/2”), no intuito de avaliar a resposta do sistema a
materiais de diferentes densidades. O cabo interliga um elemento flutuante de 48 polegadas de
diâmetro, empuxo de 20 kN e coeficiente de arrasto igual a 0,9 a um modelo de âncora de massa
igual a 10 toneladas. A representação do sistema de ancoragem pode ser notada na Figura 31.
43
Velocidade do vento
(m/s)
15
20
25
Tabela 5 - Velocidade do vento consideradas nas análises (Autoria própria)
Figura 32 - Posição do elemento flutuante ancorado por cabo de aço com vento a 15m/s (Autoria própria)
Figura 33 - Posição do elemento flutuante ancorado por cabo de aço com vento a 20m/s (Autoria própria)
Figura 34 - Posição do elemento flutuante ancorado por cabo de aço com vento a 25m/s (Autoria própria)
45
O modelo de ancoragem composto por um cabo de poliéster de 1/2" tem sua posição
descrita abaixo.
Figura 35- Posição do elemento flutuante ancorado por cabo de poliéster com vento a 15m/s (Autoria própria)
Figura 36 - Posição do elemento flutuante ancorado por cabo de poliéster com vento a 20m/s (Autoria própria)
Figura 37 - Posição do elemento flutuante ancorado por cabo de poliéster com vento a 25m/s (Autoria própria)
46
Os resultados de cada simulação estão contidos no apêndice deste trabalho. Após dez
simulações, os resultados médios obtido para cada cenário é descrito na Tabela 6.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo principal a análise simplificada da tração nas linhas
de ancoragem em diferentes cenários de um objeto ancorado sob ação do vento permitindo um
aprofundamento em disciplinas de resistência e mecânica de materiais, com o maior foco em
hidrodinâmica de estruturas flutuantes e obtendo como resultado os esforços em linhas
submetidas a diferentes carregamentos.
tipo catenária. Este comportamento requer um comprimento maior para manter o elemento
flutuante a nível da linha d’água e dentro de seu limite aceitável (offset), que não é contemplado
nesta simulação.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABS – American Bureau of Shipping. Guide for Position Mooring Systems. 2020
CMPT – The Centre for Marine and Petroleum Technology. Floating Structures: a
guide for design and analysis Vol. I & II. Editado por N.D.P. Barltrop, 1998.
DEWEY, R. Mooring Design and Dynamics. Matlab Central File Exchange. Disponível
em: https://www.mathworks.com/Matlabcentral/fileexchange/1629-mooring-design-
and-dynamics. Acessado em: 10 de julho de 2022.
9 APÊNDICE
JONSWAP
end
52
%wm = 2*pi*3.5*(g/Uw)*Xb^(-.33);
wm = 0.626;
r = exp( (-(w-wm).^2)./(2*(tau*wm)^2) );
beta = 1.25;
B = beta*(wm)^4;
%alpha = 0.076*(Xb)^(-.22);
alpha = 0.0081;
end
plot(w,Sp(1,:),w,Sp(2,:),w,Sp(3,:),'LineWidth',2)
legend('U19=15m/s','U19=20m/s','U19=25m/s')
xlabel('Frequência [rad/s]')
ylabel('Amplitude [m²s/rad]')
title('Espectro de Pierson-Moskowitz')
axis([0 2 0 50]); grid
figure
plot(w,Sj(1,:),w,Sj(2,:),w,Sj(3,:),'LineWidth',2)
legend('gamma=1','gamma=3.3','gamma=7')
xlabel('Frequência [rad/s]')
ylabel('Amplitude [m²s/rad]')
title('Espectro JONSWAP')
axis([0 2 0 18]); grid
global U19
subplot(3,1,1);
53
plot(t,z,'LineWidth',2);
title('Elevação das ondas')
legend('U19=15m/s');ylabel('Amplitude[m]')
axis([0 360 -2 2]);grid
%=================================
U19 = 20;
[t,z] = fun_wave();
subplot(3,1,2);
plot(t,z,'LineWidth',2,'Color',[0.850980392156863 0.329411764705882
0.101960784313725])
legend('U19=20m/s');ylabel('Amplitude[m]')
axis([0 360 -5 5]);grid
%=================================
U19 = 25;
[t,z] = fun_wave();
subplot(3,1,3);
plot(t,z,'LineWidth',2,'Color',[0.929411764705882 0.690196078431373
0.129411764705882])
legend('U19=25m/s');ylabel('Amplitude[m]')
xlabel('Tempo(s)')
axis([0 360 -6 6]);grid
for i = 1:3
end
54
% ------------------------------------------------------------------------
close all;clear all; clc;
% ------------------------------------------------------------------------
tf = 360; % time
step = .01; % step
wo = 0.2; % lower freq
wf = 1.0; % upper freq
% constants --------------------------------------------------------------
g = 9.8; % gravity m/s2 ok
ca = .2; % mass coefficient -- ok
cd = .9; % drag coefficient -- ok
D = 10; % buoy diameter m ok
h = 500; % depth water m ok
L = 1500; % lenght cable m ok
rho = 1025; % water density kg/m3 ok
mb = 120000; % mass plataform kg ok
ma = (ca*rho*pi*D^2 )/4; % added mass kg ok
m = mb+ma;
% ------------------------------------------------------------------------
c = 100000; % viscous damping constant ?
W = 1; % weight per unit length ?
F = ((L/h)^2 - 1)*((W*h)/2); % F0 para cable lenght 150m F=1000N ?
ce = .3; % efectivity !! ?
% -----------------------------------------------------------------------
gamma1 = 2/(dwc1);
gamma3 = ( 3*(dwc2/dwc1)^2 - (dwc3/dwc1) )/( 3*dwc1^3 );
CD = .5*cd*rho*D;
CI = (1+ca)*((rho*pi*D^2)/4);
55
a1 = (2*c)/m;
a2 = gamma1/m;
a3 = CD/m;
a4 = gamma3/m;
a5 = CI/m;
% Discrete wm frequencies-------------------------------------------------
for n=1:dim
w(n) = ( B/( log(dim/n) + B/(wf^4) ) ) ^.25 ; % Borgman
end
for i=1:dim
if i==1 wm(i) = ( w(i)+wo )/2;
else
wm(i) = ( w(i)+w(i-1) )/2;
end
end
% Plot -------------------------------------------------------------------
%plot(time,out1,'MarkerSize',0.5,'Marker','.','LineStyle','none')
plot(time,out1,'.b')
xlabel('Tempo [s]');ylabel('y(t) [m]')
title('Posição vertical da plataforma');
axis([0 360 -4 4]);grid
%Global max
[MaxValue, MaxIdx] = max(out1)
hold on
plot(t(MaxIdx),MaxValue, 'ko', 'Linew',2,'markersize',5,'markerfacecolor','r')
F=[];
for i=1:length(t)
F=[F,force(t(i))];
end
56
F=F';
figure
% Plot -------------------------------------------------------------------
%plot(time,F,'MarkerSize',0.5,'Marker','.','LineStyle','none','Color',[1 0 0]);
plot(time,abs(F),'.k');
xlabel('Tempo [s]');ylabel('Força [MN]')
title('Forças de ancoragem em função do tempo');
axis([0 360 -7 7]);grid
%Global max
[MaxValue, MaxIdx] = max(abs(F))
hold on
plot(t(MaxIdx),MaxValue, 'ko', 'Linew',2,'markersize',5,'markerfacecolor','r')
% ------------------------------------------------------------------------
close all;clear all; clc;
% ------------------------------------------------------------------------
tf = 360; % time
step = .01; % step
wo = 0.2; % lower freq
wf = 1.0; % upper freq
% constants --------------------------------------------------------------
g = 9.8; % gravity m/s2 ok
ca = .2; % mass coefficient -- ok
cd = .9; % drag coefficient -- ok
D = 10; % buoy diameter m ok
h = 500; % depth water m ok
L = 1500; % lenght cable m ok
rho = 1025; % water density kg/m3 ok
mb = 120000; % mass plataform kg ok
ma = (ca*rho*pi*D^2 )/4; % added mass kg ok
m = mb+ma;
% ------------------------------------------------------------------------
c = 100000; % viscous damping constant ?
W = 1; % weight per unit length ?
F = ((L/h)^2 - 1)*((W*h)/2); % F0 para cable lenght 150m F=1000N ?
ce = .3; % efectivity !! ?
% -----------------------------------------------------------------------
gamma1 = 2/(dwc1);
gamma3 = ( 3*(dwc2/dwc1)^2 - (dwc3/dwc1) )/( 3*dwc1^3 );
CD = .5*cd*rho*D;
CI = (1+ca)*((rho*pi*D^2)/4);
a1 = (2*c)/m;
a2 = gamma1/m;
a3 = CD/m;
a4 = gamma3/m;
a5 = CI/m;
% Discrete wm frequencies-------------------------------------------------
for n=1:dim
w(n) = ( B/( log(dim/n) + B/(wf^4) ) ) ^.25 ; % Borgman
end
for i=1:dim
if i==1 wm(i) = ( w(i)+wo )/2;
else
wm(i) = ( w(i)+w(i-1) )/2;
end
end
% Plot -------------------------------------------------------------------
%plot(time,out1,'MarkerSize',0.5,'Marker','.','LineStyle','none')
plot(time,out1,'.b')
xlabel('Tempo [s]');ylabel('y(t) [m]')
title('Posição vertical da plataforma');
axis([0 360 -4 4]);grid
58
%Global max
[MaxValue, MaxIdx] = max(out1)
hold on
plot(t(MaxIdx),MaxValue, 'ko', 'Linew',2,'markersize',5,'markerfacecolor','r')
F=[];
for i=1:length(t)
F=[F,force(t(i))];
end
F=F';
figure
% Plot -------------------------------------------------------------------
%plot(time,F,'MarkerSize',0.5,'Marker','.','LineStyle','none','Color',[1 0 0]);
plot(time,abs(F),'.k');
xlabel('Tempo [s]');ylabel('Força [MN]')
title('Forças de ancoragem em função do tempo');
axis([0 360 -7 7]);grid
%Global max
[MaxValue, MaxIdx] = max(abs(F))
hold on
plot(t(MaxIdx),MaxValue, 'ko', 'Linew',2,'markersize',5,'markerfacecolor','r')
% ------------------------------------------------------------------------
close all;clear all; clc;
% ------------------------------------------------------------------------
tf = 360; % time
step = .01; % step
wo = 0.2; % lower freq
wf = 1.0; % upper freq
% constants --------------------------------------------------------------
g = 9.8; % gravity m/s2 ok
ca = .2; % mass coefficient -- ok
cd = .9; % drag coefficient -- ok
D = 10; % buoy diameter m ok
h = 500; % depth water m ok
L = 1500; % lenght cable m ok
rho = 1025; % water density kg/m3 ok
59
% ------------------------------------------------------------------------
c = 100000; % viscous damping constant ?
W = 1; % weight per unit length ?
F = ((L/h)^2 - 1)*((W*h)/2); % F0 para cable lenght 150m F=1000N ?
ce = .3; % efectivity !! ?
% -----------------------------------------------------------------------
gamma1 = 2/(dwc1);
gamma3 = ( 3*(dwc2/dwc1)^2 - (dwc3/dwc1) )/( 3*dwc1^3 );
CD = .5*cd*rho*D;
CI = (1+ca)*((rho*pi*D^2)/4);
a1 = (2*c)/m;
a2 = gamma1/m;
a3 = CD/m;
a4 = gamma3/m;
a5 = CI/m;
% Discrete wm frequencies-------------------------------------------------
for n=1:dim
w(n) = ( B/( log(dim/n) + B/(wf^4) ) ) ^.25 ; % Borgman
end
for i=1:dim
if i==1 wm(i) = ( w(i)+wo )/2;
else
wm(i) = ( w(i)+w(i-1) )/2;
end
60
end
% Plot -------------------------------------------------------------------
%plot(time,out1,'MarkerSize',0.5,'Marker','.','LineStyle','none')
plot(time,out1,'.b')
xlabel('Tempo [s]');ylabel('y(t) [m]')
title('Posição vertical da plataforma');
axis([0 360 -4 4]);grid
%Global max
[MaxValue, MaxIdx] = max(out1)
hold on
plot(t(MaxIdx),MaxValue, 'ko', 'Linew',2,'markersize',5,'markerfacecolor','r')
F=[];
for i=1:length(t)
F=[F,force(t(i))];
end
F=F';
figure
% Plot -------------------------------------------------------------------
%plot(time,F,'MarkerSize',0.5,'Marker','.','LineStyle','none','Color',[1 0 0]);
plot(time,abs(F),'.k');
xlabel('Tempo [s]');ylabel('Força [MN]')
title('Forças de ancoragem em função do tempo');
axis([0 360 -7 7]);grid
%Global max
[MaxValue, MaxIdx] = max(abs(F))
hold on
plot(t(MaxIdx),MaxValue, 'ko', 'Linew',2,'markersize',5,'markerfacecolor','r')
function moordesign(command);
global fs
%
if nargin == 0,% initialize some variables
H=[];B=[];Cd=[];ME=[];moorele=[];
U=[];V=[];W=[];z=[];rho=[];time=[];uw=[];vw=[];
M=[];Xts=[];Yts=[];Zts=[];Tits=[];psits=[];iobjts=[]; figs=[];
X=[];Y=[];Z=[];Zoo=[];Ti=[];psi=[];iobj=[];jobj=[];
Ht=[];Bt=[];Cdt=[];MEt=[];moorelet=[];Usp=[];Vsp=[];DD=[];
command=0;
end
if command==2, % load a new mooring/towed body
H=[];B=[];Cd=[];ME=[];moorele=[];
U=[];V=[];W=[];z=[];rho=[];time=[];uw=[];vw=[];
M=[];Xts=[];Yts=[];Zts=[];Tits=[];psits=[];iobjts=[]; figs=[];
X=[];Y=[];Z=[];Zoo=[];Ti=[];psi=[];iobj=[];jobj=[];
Ht=[];Bt=[];Cdt=[];MEt=[];moorelet=[];Usp=[];Vsp=[];DD=[];
end
%
fs=10; % set the font size for your screen/viewing preferences
ss=get(0,'ScreenSize');
if ss(3) < 1024, fs=10; end
if ss(3) >= 1024, fs=11; end
if ss(3) > 1200, fs=12; end
%
if isempty(uw), uw=0;vw=0; end
%
figure(1);figname=get(1,'Name');
if strcmp(figname,'Mooring Design & Dynamics')==1,
mmppathfile=which('mmposition.mat'); % Main Menu Position info
mmp=get(1,'Position');
save(mmppathfile,'mmp'); % save the main menu position, if the user has
modified it.
end
%
mmppathfile=which('mmposition.mat'); % Main Menu Position info
if length(mmppathfile) >= 14,
blank=0;for i=1:length(mmppathfile), if strcmp(' ',mmppathfile(i)),blank=1;end;
end
if blank==1, % if your path has blanks, load won't work!
mmppathfile=[pwd,'\mmposition.mat'];
mmp=[0.05 0.6 0.32 0.33];
else
load(mmppathfile);
end
else
mmp=[0.05 0.6 0.32 0.33];
end
%
figure(1);clf;
set(gcf,'Units','Normalized',...
'Position',mmp,...
'Name','Mooring Design & Dynamics',...
'Color',[.2 .6 .9]);
hmain1=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Design New Mooring','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.05 .89 .44 .08],...
'Callback','modmoor(-1)');
62
hmain11=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Design Towed Body','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.51 .89 .44 .08],...
'Callback','modtow(-1)');
if (~isempty(H) & ~isempty(moorele))|(~isempty(Ht) & ~isempty(moorelet)),
hmain2=uicontrol('Style','Pushbutton','String',...
'Load Existing Mooring/Tow','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.05 .79 .44 .08],...
'Callback','moordesign(2)');
hmain3=uicontrol('Style','Pushbutton','String',...
'Save Mooring/Towed Body','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.51 .79 .44 .08],...
'Callback','savemd');
if isempty(Ht),
hmain4=uicontrol('Style','Pushbutton','String',...
'Add/Modify In-Line Elements','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.05 .68 .44 .08],...
'Callback','modmoor(0)');
hmain44=uicontrol('Style','Pushbutton','String',...
'Add/Modify Clamp-On Devices','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.51 .68 .44 .08],...
'Callback','modmoorCO(0)');
else
hmain4=uicontrol('Style','Pushbutton','String',...
'Add/Modify Towed Body','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.05 .68 .44 .08],...
'Callback','modtow(0)');
hmain44=uicontrol('Style','Pushbutton','String',...
'Add/Modify Clamp-On Devices','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.51 .68 .44 .08],...
'Callback','modtowCO(0)');
end
else
hmain2=uicontrol('Style','Pushbutton','String',...
'Load Existing Mooring','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.05 .79 .44 .08],...
'Callback','moordesign(2)');
hmain21=uicontrol('Style','Pushbutton','String',...
'Load Existing Towed Body','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.51 .79 .44 .08],...
'Callback','moordesign(2)');
end
if ~isempty(U) & ~isempty(z),
hmain5=uicontrol('Style','Pushbutton','String',...
'Set/Load Envir. Cond.','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.05 .57 .44 .08],...
'Callback','getvelocity');
hmain6=uicontrol('Style','Pushbutton','String',...
'Display Currents/Ship Speed','FontSize',fs,...
63
'Units','normalized',...
'Position',[.51 .57 .44 .08],...
'Callback','getvelocity(40)');
else
hmain5=uicontrol('Style','Pushbutton','String',...
'Set/Load Environmental Conditions','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.1 .57 .8 .08],...
'Callback','getvelocity');
end
if (~isempty(H) & ~isempty(moorele))|(~isempty(Ht) & ~isempty(moorelet)), % once a
moorings loaded
hmain7=uicontrol('Style','Pushbutton','String',...
'Evaluate and Plot 3-D Mooring/Towed Body','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.05 .43 .9 .12],...
'Callback','mdplot',...
'FontWeight','bold');
if ~isempty(Z),
hmain8=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Display Positions & Tensions','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.025 .32 .475 .08],...
'Callback','dismoor(0)');
hmain9=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Print','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.5 .32 .1 .08],...
'Callback','dismoor(1)');
else
hmain8=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Display Mooring Elements',...
'Units','normalized','FontSize',fs,...
'Position',[.05 .32 .425 .08],...
'Callback','dismoor(0)');
hmain9=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Print','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.475 .32 .1 .08],...
'Callback','dismoor(1)');
end
if isempty(Ht), % if this is a mooring, buttons to plot/print it
hmain8p=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Plot Mooring','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.625 .32 .225 .08],...
'Callback','plot_elements(0)');
hmain9p=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Print','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.85 .32 .1 .08],...
'Callback','plot_elements(1)');
else % if this is a towed body, button to find depth
hmain8p=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Enter Desired Depth [m]','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.625 .32 .325 .08],...
'Callback','getvelocity(47)');
end
64
end
hmain10=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Add/Examine Elements in Database',...
'Units','normalized','FontSize',fs,...
'Position',[.1 .21 .8 .08],...
'Callback','addelement');
hmainclr=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Clear All','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.1 .01 .2 .08],...
'Callback','moordesign(1)');
hmain_whos=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Whos','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.4 .01 .2 .08],...
'Callback','whos global');
hmaincls=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Close','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.7 .01 .2 .08],...
'Callback','close all');
%
if command==1,
mmp=get(1,'Position');
mmppathfile=which('mmposition.mat'); % Main Menu Position info
save(mmppathfile,'mmp'); % save the main menu position, if the user has
modified it.
clear all;
close all;
command=1;
moordesign(0);
elseif command==2,
loadmd;
moordesign(100);
end
%
if command ~= 1,
if ~isempty(U),
[mu,nu]=size(U);
[mz,nz]=size(z);
if mz==nu & nz~=mu,
U=U';V=V';W=W';
end
[mu,nu]=size(U);
if ~isempty(time),
if length(time) == nu & nu > 1,
if exist('M') | exist('Zts'),
if isempty(M) & isempty(Zts),
hmain11=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Make a Time Series','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.3 .12 .4 .08],...
'Callback','makemovie(0)');
elseif ~isempty(M) | ~isempty(Zts),
hmain11=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Make Movie','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.1 .12 .25 .08],...
'Callback','makemovie(0)');
65
hmain12=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Save Movie','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.37 .12 .26 .08],...
'Callback','savemovie');
if ~isempty(M),
hmain13=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Show Movie','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.65 .12 .25 .08],...
'Callback','makemovie(2)');
end
end
end
end
end
else
if ~isempty(M),
hmain11=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Load a Movie','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.1 .12 .35 .08],...
'Callback','moordesign(2)');
hmain13=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Show Movie','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.55 .12 .35 .08],...
'Callback','makemovie(2)');
else
hmain11=uicontrol('Style','Pushbutton',...
'String','Load a Movie','FontSize',fs,...
'Units','normalized',...
'Position',[.3 .12 .4 .08],...
'Callback','moordesign(2)');
end
end
end
mmp=get(1,'Position');
mmppathfile=which('mmposition.mat'); % Main Menu Position info
save(mmppathfile,'mmp'); % save the main menu position, if the user has modified
it.