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Aprovada por:
________________________________________________
Prof. Segen Farid Estefen, Ph.D.
________________________________________________
Prof. Murilo Augusto Vaz, Ph.D.
________________________________________________
Prof. Severino Fonseca da Silva Neto, D.Sc.
________________________________________________
Dr. Luiz Cláudio de Marco Meniconi, D.Sc.
ii
Dedico esta vitória.....
iii
AGRADECIMENTOS
Ao engenheiro Carlos Cunha, Gerente do Suporte Técnico da UN-RIO, que deu a idéia
do assunto e aprovou o estudo realizado nesta dissertação.
Ao meu orientador Prof. Segen Farid Estefen, pela amizade, auxílio na condução e
execução deste trabalho.
Aos meus pais, amigos e familiares pela força e apoio na elaboração deste trabalho e
compreensão nos momentos de pânico e desespero que passei para concluir este
desafio.
iv
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Julho/2007
v
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
July/2007
The mooring system of a unit includes the elements of the mooring line and the
anchoring points (anchors or piles) and its function is to maintain the unit in the
location, in operation or not. The certification of the mooring system design is
mandatory as a condition of class for production stationary units, according to the
Classification Societies requirements. Although the mooring systems are designed
taking into consideration the applicable safety factors and redundancy, in general, to
support a design lifetime of unit in the specific location, it is necessary to inspect the
lines periodically, to guarantee the integrity of the elements the mooring system. The
objective of this dissertation is to describe, in full detail, the experimental tests and the
analyses accomplished in a specific case study, where two lines of a mooring system
broke up due to the imperfection in the shackles and, through the conclusions, to trace
recommendations for the sizing and installation of the same type of shackles in
mooring systems of floating units. Additionally, the applicable rules and standards to
this type of accessory are presented, and a comparison between them is made, in
order to demonstrate the main requirements for the design of mooring line accessories.
vi
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
1.1 MOTIVAÇÃO................................................................................................................ 3
1.2 BREVE HISTÓRICO.................................................................................................... 3
1.2.1 Classificação Geral para os Vários Sistemas Flutuantes ................................... 6
1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................... 10
1.4 DESCRIÇÃO DOS CAPÍTULOS ............................................................................... 11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................. 13
2.1 SISTEMAS FLUTUANTES DE PRODUÇÃO ............................................................ 13
2.1.1 Plataforma Semi-Submersível .......................................................................... 13
2.1.2 FPSO / FPU / FSO ............................................................................................ 15
2.1.3 Novos Conceitos de Casco em Desenvolvimento ............................................ 17
2.1.4 Critérios de Seleção da UEP ............................................................................ 18
2.2 SISTEMA DE ANCORAGEM DE SISTEMAS FLUTUANTES DE PRODUÇÃO ...... 19
2.2.1 Princípios de Atuação do Sistema de Ancoragem............................................ 19
2.2.2 Equações de Equilíbrio Estático da Catenária.................................................. 25
2.2.3 Elementos do Sistema de Ancoragem.............................................................. 30
2.2.4 Conceitos Básicos do Projeto de um Sistema de Ancoragem.......................... 53
2.3 ENSAIOS ................................................................................................................... 55
2.3.1 Ensaio de Tração .............................................................................................. 57
2.3.2 Ensaio de Dureza Brinell................................................................................... 63
2.3.3 Ensaio de dureza Rockwel................................................................................ 64
2.3.4 Ensaio de Fadiga .............................................................................................. 65
2.3.5 Ensaio de Impacto............................................................................................. 68
2.3.6 Ensaio de Tensões Residuais - Método do Furo Cego .................................... 71
2.3.7 Ensaio Metalográfico......................................................................................... 74
vii
4.3 INSPEÇÕES ............................................................................................................ 115
4.3.1 Técnicas de Inspeção ..................................................................................... 115
4.3.2 Áreas críticas nas manilhas e elos de ligação ................................................ 116
4.3.3 Periodicidade das Inspeções .......................................................................... 116
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
ix
Figura 2.32 - Exemplo de Caçador Permanente (b) .................................................................. 52
Figura 2.33 - Corpo de Prova de ensaio de tração .................................................................... 57
Figura 2.34 - Diagrama Tensão-Deformação ............................................................................ 59
Figura 2.35 - Limite elástico no diagrama tensão-deformação.................................................. 59
Figura 2.36 - Limite de proporcionalidade A’ no diagrama tensão-deformação ........................ 60
Figura 2.37 - Limite de Escoamento .......................................................................................... 61
Figura 2.38 - Limite de Resistência............................................................................................ 62
Figura 2.39 - Gráfico tensão-deformação com indicação dos limites elástico, de
proporcionalidade, de resistência e de ruptura .......................................................................... 62
Figura 2.40 - Exemplo de mostrador para leitura do grau de dureza ........................................ 64
Figura 2.41 - Penetradores utilizados na máquina de ensaio de dureza Rockwell ................... 65
Figura 2.42 - Gráficos de ciclos de tensão................................................................................. 66
Figura 2.43 - Curva S-N ............................................................................................................. 67
Figura 2.44 - Martelo pendular para ensaio de Charpy ............................................................. 71
x
Figura 5.7 - Croqui da Linha de Amarração............................................................................. 123
Figura 5.8 - Dimensões das manilhas em milímetros. ............................................................ 124
Figura 5.9 - Microestrutura típica das manilhas analisadas. Apresenta sulfetos de
manganês. Sem ataque ........................................................................................................... 127
Figura 5.10 - Microestrutura apresenta martensita revenida com sulfetos de manganês.
Ataque Nital 2%........................................................................................................................ 127
Figura 5.11 - Desenho demonstrando as regiões analisadas para caracterização da falha... 129
Figura 5.12 - Aspecto macroscópico da região da fratura, apresentado aspecto de trinca
por fadiga.................................................................................................................................. 129
Figura 5.13 - Aspecto macroscópico da região da fratura, apresentando aspecto de trinca
por fadiga.................................................................................................................................. 130
Figura 5.14 - Aspecto metalográfico da região A (corpo da manilha). Ataque Nital 2%.......... 131
Figura 5.15 - Aspecto metalográfico da região B (Superfície de Fratura). Ataque Nital 2% ... 131
Figura 5.16 - Aspecto metalográfico da região C cisalhada com trincas. Ataque Nital 2%..... 131
Figura 5.17 - Aspecto macroscópico da região da fratura, apresentado aspecto de trinca
por fadiga.................................................................................................................................. 132
Figura 5.18 - Aspecto macroscópico da região da fratura, apresentado aspecto de trinca
por fadiga.................................................................................................................................. 132
Figura 5.19 - Aspecto metalográfico da região A (corpo da manilha). Ataque Nital 2%.......... 133
Figura 5.20 - Aspecto metalográfico da região B (Superfície de Fratura). Ataque Nital 2% ... 133
Figura 5.21 - Aspecto metalográfico da região C cisalhada com trincas. Ataque Nital 2%..... 133
Figura 5.22 - Região da manilha onde foi realizada a medida das tensões residuais ............ 134
Figura 5.23 - Ilustração do sistema para medida das tensões residuais................................. 134
Figura 5.24 - Tensões no Furo 1. Centro da curvatura no lado externo.................................. 135
Figura 5.25 - Tensões no Furo 2 – Centro da curvatura no lado interno................................. 136
Figura 5.26 - Tensões no Furo 3. Deslocamento do centro da curvatura no lado interno ...... 137
Figura 5.27 - Região das manilhas onde foram detectadas trincas em inspeção ................... 138
Figura 5.28 - Região das manilhas mostrando o corte para retirada das amostras na região
contendo trincas ....................................................................................................................... 139
Figura 5.29 - Micrografia sem ataque das amostras da região contendo trincas da primeira
manilha analisada. Apresenta oxidação no início das trincas ................................................. 139
Figura 5.30 - Micrografia da amostra atacada com cromato alcalino para determinação da
profundidade de penetração de oxigênio na região contendo trincas. Apresenta região
clara subsuperficial indicando a presença de oxigênio............................................................ 140
Figura 5.31 - Imagem destacando as regiões de início da trincas partindo das regiões
oxidadas da superfície ............................................................................................................. 140
Figura 5.32 - Análise química realizada via EDS na região de início das trincas (região
oxidada). Esta apresenta óxido de ferro com cromo na região marcada ................................ 141
Figura 5.33 - Imagem da região contendo trincas das manilhas analisadas. Apresenta
oxidação no início das trincas. ................................................................................................. 141
xi
Figura 6.1 - Máquina de Tração de 500 toneladas do CENPES ............................................. 142
Figura 6.2 - Posição dos strain gages usados na medição das deformações no teste de
carga efetuado no CENPES..................................................................................................... 143
Figura 6.3 - Deformações medidas em função da carga aplicada no strain gage M5 ............ 144
Figura 6.4 - Carga em função da deformação medida no teste no CENPES ......................... 144
Figura 6.5 - Curva tensão-deformação utilizada para a análise da manilha ........................... 146
Figura 6.6 - À esquerda, modelo completo. À direita, modelo de um quarto de simetria........ 146
Figura 6.7 - À esquerda, condições de contorno aplicadas. Á direita, malha utilizada para o
cálculo. ..................................................................................................................................... 147
Figura 6.8 - Tensão ao longo da seção da manilha após a aplicação da carga de teste........ 149
Figura 6.9 - Comparação das tensões máximas principais ..................................................... 150
Figura 6.10 - Detalhe da curvatura........................................................................................... 151
Figura 6.11 - Tensão na curvatura externa para a Manilha com carga de teste e sem carga
de teste..................................................................................................................................... 152
Figura 6.12 - Comparação entre o teste no CENPES e a análise por Elementos Finitos....... 153
Figura 6.13 - Malha utilizada. À esquerda, manilha com elo 120 mm. À direita, manilha com
elo 105 mm............................................................................................................................... 155
Figura 6.14 - Tensão máx. principal para uma carga de 300 ton após a aplicação de carga
de teste. À esquerda, contato com elo de ∅120mm, à direita, contato com elo de ∅105mm 156
Figura 6.15 - Tensão máx. principal para uma carga de 300 ton com manilhas sem carga
de teste. À esquerda, contato com elo de ∅120mm, à direita, contato com elo de ∅105mm 156
Figura 6.16 - Comparação entre as manilhas montadas com elo de 120mm e 105mm.
Tensão normal à seção. Cargas de 200 ton e 300ton............................................................. 157
Figura 6.17 - Comparação entre as manilhas montadas com elo de 120mm e 105mm.
Tensão normal à seção. Cargas de 200 ton e 300ton............................................................. 157
Figura 6.18 - Material W22 utilizado na simulação .................................................................. 159
Figura 6.19 - Dimensões da manilha W22 para 710 ton de MBL ............................................ 160
Figura 6.20 - Tensões normais à seção para as cargas de 200 ton, 300 ton, 450 ton (carga
de teste) e 710 ton (MBL)......................................................................................................... 162
xii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 6.1 - Cargas aplicadas na análise da manilha com carga de teste, em toneladas ..... 148
Tabela 6.2 - Cargas aplicadas na análise da manilha sem carga de teste, em toneladas ..... 148
Tabela 6.3 - Tensões na curvatura externa (MPa). Carga variando entre 160 ton e 300ton .. 152
Tabela 6.4 - Tensões na curvatura externa (MPa). Carga variando entre 60 ton e 200ton .... 152
Tabela 6.5 - Materiais W22 da norma e W22 utilizado na presente simulação....................... 159
Tabela 6.6 - Limites de resistência à fadiga para dois acabamentos superficiais diferentes.. 160
Tabela 6.7 - Cargas aplicadas na análise da manilha com PL, em toneladas ........................ 161
xiii
1 INTRODUÇÃO
1
Os planos de inspeção procuram sempre minimizar o manuseio das linhas para
inspeção pois, além de ser um procedimento caro, experiências mostram que é alta a
probabilidade de introdução de descontinuidades nos elementos das linhas de
ancoragem durante a execução da inspeção.
2
1.1 MOTIVAÇÃO
A procura por petróleo no mar começou no fim do século XIX, tendo sido
utilizado como primeiro dispositivo um píer de madeira como suporte de equipamento
de perfuração. Com o passar dos anos, a procura por petróleo no mar foi se
intensificando e o caminho natural foi estender-se para águas mais profundas. O píer
de madeira foi transformado em plataformas de madeira sem ligação com a costa, até
que em 1934 surgiu a primeira plataforma fixa [2].
3
petróleo em águas profundas, fazendo com que os sistemas de ancoragem
passassem a desempenhar importante papel na atividade offshore.
4
como elemento de fixação, a plataforma semi-submersível dispunha de outros meios
que viabilizavam o seu posicionamento. Quanto ao arranjo estrutural, a plataforma
semi-submersível, similarmente à plataforma submersível, pode ser caracterizada por:
estrutura de convés emersa, flutuadores gêmeos submersos (pontoons) e colunas de
ligação.
5
1.2.1 Classificação Geral para os Vários Sistemas Flutuantes
6
sensibilidade à mudança da incidência das cargas ambientais. Em outras palavras, o
SPM permite que o aproamento da embarcação varie conforme a direção da
resultante dos agentes ambientais. O SPM possui um ponto de pivotamento em torno
do qual o navio pode girar no plano horizontal. Exemplos de SPM estão apresentados
na figura 1.2.
7
Amarração por pernas verticais tracionadas (Tension Leg)
As linhas de ancoragem de uma TLP (figura 1.3) são tubos de aço verticais e são
comumente referenciadas como tendões. Neste tipo de sistema, a flutuação é maior
do que o peso da plataforma, com isto, o equilíbrio vertical da plataforma é obtido
ligando-a a sua fundação no fundo do mar através dos tendões. Os tendões fornecem
ao sistema alta rigidez no plano vertical e são pré-tracionados pelo excesso de
flutuação do casco.
8
Com pernas em catenária
Sistemas híbridos
Sistema passivo
Sistemas ativos
9
1.2.1.4 Quanto à permanência do sistema
Permanentes
Temporários
1.3 OBJETIVOS
Para a busca das reais causas destes dois incidentes foi desenvolvida uma série
de ensaios e análises com o intuito de esclarecer o ocorrido e permitir a tomada de
decisão sobre as outras 46 manilhas ainda instaladas no sistema flutuante estudado.
10
Esta dissertação tem por objetivo descrever detalhadamente estes ensaios e as
análises realizadas, apresentando seus resultados e, através das conclusões, traçar
recomendações para o dimensionamento e instalação deste tipo de manilha em
sistemas de ancoragem de unidades flutuantes.
11
O Capítulo 7 apresenta um sumário dos estudos realizados, as conclusões do
trabalho e as recomendações para desenvolvimentos futuros.
12
2 REVISÃO BOBLIOGRÁFICA
• Plataforma Semi-Submersível
• F(P)SOs, utilizando cascos de navios convertidos
13
Figura 2.1 - Ilustração de uma plataforma semi-submersível
14
Segundo NOGUEIRA [4], as plataformas de petróleo do tipo semi-submersível
são embarcações projetadas e construídas para atender a um conjunto específico de
condições operacionais:
15
Figura 2.3 - Navio de produção (FPSO)
16
O sistema de ancoragem utilizado nestes tipos de UEP pode ser do tipo Single
Point Mooring (SPM) ou Spread Mooring (SMS), podendo usar ainda o arranjo de
catenária, taut-leg ou semi taut-leg.
17
operação com risers de aço em catenária (SCRs) está sendo investigada e é uma das
metas a ser atingida neste projeto.
18
2.2 SISTEMA DE ANCORAGEM DE SISTEMAS FLUTUANTES DE PRODUÇÃO
A referência [3] descreve que uma unidade flutuante posicionada sobre uma
determinada locação no mar está sujeita a ação de ondas, ventos e correntezas. Esta
atuação ambiental sobre a unidade provoca o aparecimento de forças sobre a
mesma, conhecidas como forças ambientais. A componente horizontal da resultante
destas forças atua no sentido de deslocar a unidade sobre o plano da superfície do
mar, afastando-a da locação.
19
A figura 2.8 ilustra a configuração geométrica típica de uma linha de amarração
do sistema, indicando a nomenclatura básica que caracteriza tal configuração.
Para que esta configuração seja mantida, uma força de tração deve ser exercida
sobre as linhas no ponto onde elas se ligam à unidade. Como conseqüência, as linhas
reagem sobre a unidade exercendo uma força igual, mas de sentido oposto. Em
termos de projeto do sistema de ancoragem, considera-se que esta força esteja
aplicada no fairlead, ou ponto de amarração, e que a direção da mesma esteja
contida no plano vertical determinado pelos pontos de amarração e ancoragem da
linha, que é chamado plano da linha.
enésima linha 1
7 2
Plataforma Semi-Submersível
6 3
4
5
20
Figura 2.8 - Configuração Geométrica de uma Linha de Amarração.
Esta força pode ser decomposta numa componente ou força horizontal, paralela
à superfície do mar, e numa componente ou força vertical, perpendicular à superfície
do mar e agindo no sentido de afundar a unidade. A força horizontal que cada linha
aplica sobre a unidade é conhecida como força de restauração da linha de
amarração.
Em termos estáticos, a força exercida por cada linha sobre a unidade pode ser
calculada através das equações de equilíbrio de uma catenária.
21
Através destas equações pode-se verificar que, para uma dada profundidade, os
valores das componentes horizontal e vertical dependem da distância horizontal entre
os pontos de amarração e ancoragem, ou seja, variam com o raio de ancoragem.
Quanto maior o raio de ancoragem, maiores serão as forças exercidas pela linha, e
quanto menor este raio, menores serão as forças.
22
Tensão no
Topo da linha
Deslocamento
superfície do mar
Linha em Catenária
leito marinho
23
respectivamente, o offset necessário para que a força de restauração equilibre a força
ambiental.
Direção X
Plataforma SS
A (antes) B (depois)
Força
Direção Y
24
massa/mola é capaz de representar adequadamente o mecanismo de atuação de um
sistema de ancoragem descrito anteriormente.
A catenária pode ser descrita como a curva assumida por um corpo flexível
qualquer quando suspenso entre dois pontos e submetido exclusivamente a ação de
seu peso próprio. Nestas condições, o único esforço atuante ao longo do corpo é uma
força de tração tangente à curva assumida pelo mesmo [3].
25
As linhas de amarração quando suspensas entre os pontos de amarração e
ancoragem assumem uma configuração geométrica equivalente a uma catenária.
Considere-se então uma linha com um sistema de eixos horizontal e vertical com
origem no ponto de toque (touch down point). A linha tem um comprimento total L e
está instalada em uma profundidade de ancoragem D. Define-se a partir da origem do
sistema de coordenadas uma coordenada curvilínea s, que cresce ao longo da parte
suspensa da linha.
26
O equilíbrio de um elemento infinitesimal da linha de comprimento Δs fornece o
seguinte balanço de forças:
Forças horizontais
∑F H = 0 ⇒ H 2 − H 1 = 0 , ou Δ[ T ⋅ cos(θ )] = 0 , resultando em
onde:
H 1 = T1 ⋅ cos(θ 1 )
H 2 = T2 ⋅ cos(θ 2 )
H = T ⋅ cos(θ )
Forças verticais
H ⋅ Δ[tan(θ )] = w ⋅ Δs (2)
onde:
V2 = T2 ⋅ sen(θ 2 )
V1 = T1 ⋅ sen(θ 1 )
V = T ⋅ sen(θ )
w = peso linear submerso da linha
Δs = comprimento do elemento infinitesimal
Δy
2
Δx
onde : tan(θ ) = ⎛⎜⎝ Δy Δx⎞⎟⎠
27
Levando estas relações na equação (2) obtêm-se:
⎛ Δy ⎞
H ⋅ Δ ⎜ ⎟ = w ⋅ Δx ⋅ 1 + ⎛⎜ Δy Δx⎞⎟
2
⎝ Δx ⎠ ⎝ ⎠
No limite, quando Δs→0 obtêm-se:
2
d2y ⎛ dy ⎞
H ⋅ 2 = w ⋅ 1+ ⎜ ⎟ (3)
dx ⎝ dx ⎠
H ⎡ ⎛ w ⋅ x⎞ ⎤
y= ⋅ ⎢cosh⎜ ⎟ −1 (4)
w ⎣ ⎝ H ⎠ ⎥⎦
H ⎛ w ⋅ x⎞
s= ⋅ senh⎜ ⎟ (5)
w ⎝ H ⎠
V = w⋅s (6)
T= w⋅y+ H (7)
T2 = H 2 + V2 (8)
28
tende a puxar sobre o solo a parte da linha que se encontra nele apoiada, causando o
aparecimento de uma força de atrito entre esta porção da linha e o solo que tende a
aliviar a carga sobre a âncora. A força de arraste atuando na âncora é dada por:
Fa = H − μ ⋅ w ⋅ ( L − S)
Combinando-se as equações (4) até (8) pode-se obter relações que são de maior
aplicação prática no projeto das linhas. Estas relações são as seguintes:
2H
S = D⋅ 1+ (9)
wD
Ta = w ⋅ D + H (10)
Va = w ⋅ S (11)
w⋅D
cos(θ a ) = 1 − (12)
Ta
29
no plano horizontal. Utilizando-se as equações acima é possível determinar este
comportamento da força de restauração em função do deslocamento do ponto de
amarração da linha.
30
Este número de linhas é variável, e é determinado com antecedência na fase de
projeto do sistema de ancoragem. De acordo com a lâmina d’água, as linhas de
ancoragem podem ser formadas por amarras, cabos ou uma composição mista
formada por cabo e amarra para operar em águas profundas.
31
Correntes ou Amarras
• Grau 2;
• Grau 3;
• Grau ORQ (Oil Rig Quality);
• Grau ORQ + 10%;
• Grau ORQ + 20%;
• Grau 4.
32
Basicamente, para um mesmo diâmetro de amarra, apenas a tração de ruptura e
o coeficiente de elasticidade (área seccional do elo x módulo de elasticidade
equivalente) se alteram quando se modifica o grau da mesma.
33
Para sistemas de ancoragem projetados para suportar condições ambientais
muito severas é natural que se procure utilizar amarras de maiores diâmetros e,
conseqüentemente, com maior peso e resistência mecânica. Neste caso torna-se
atrativo o uso de amarras de graus superiores, como ORQ + 10%, ORQ + 20% e grau
4, uma vez que se pode conseguir a mesma resistência com diâmetros e pesos
menores. Segundo o Instituto Americano de Petróleo (API), em muitos projetos tem-se
preferido o uso do grau ORQ + 20% devido a sua maior facilidade de fabricação.
• diâmetro nominal;
• peso linear no ar;
• coeficiente de elasticidade;
• tração de ruptura da amarra.
A tabela 2.1 a seguir mostra os pesos lineares típicos das amarras, em função do
diâmetro. Estes pesos de um modo geral independem do grau da amarra.
Em relação aos outros tipos de material empregados nas linhas, as amarras são
as que apresentam a maior relação peso/resistência, ou seja, para uma dada tração
de ruptura o peso linear da amarra correspondente é bem superior ao do cabo de aço
ou sintético equivalente. Em relação aos cabos de aço, as amarras apresentam em
geral um peso linear de 3 a 5 vezes maior para uma mesma tração de ruptura. Em
relação à cabos sintéticos, como por exemplo o poliéster, as amarras apresentam um
peso linear cerca de 30 vezes maior, também para a mesma tração de ruptura.
34
Tabela 2.1 - Pesos lineares típicos das amarras
DIÂMETRO DE PESO DIÂMETRO DE PESO
AMARRA LINEAR AMARRA LINEAR
(mm) (KG/m) (mm) (KG/m)
Por outro lado, as amarras apresentam uma resistência à abrasão com o solo
marinho bem superior aos cabos de aço ou sintéticos. Por isto, são mais indicadas
para formar o trecho da linha que permanecerá sempre em contato com o solo
marinho, quando se utiliza linhas de composição mista, ou seja, formadas pela união
de trechos de diferentes materiais. Nesta posição, inclusive, o peso próprio maior das
35
amarras passa a ser um benefício, já que propicia uma força de atrito maior entre o
solo e a linha, colaborando assim com a capacidade de garra da âncora.
A Norma API RP 2FP1 [7], datada de 1993, apresenta duas curvas para
estimativas da vida à fadiga de amarras e cabos de aço, obtidas da combinação de
resultados de diversos ensaios com estes materiais. Estas curvas são do tipo T-N (T =
dupla amplitude da tração oscilatória aplicada nas extremidades dos corpos de prova;
N = número de ciclos decorridos até a falha do material), e a que se aplica às amarras
está baseada em ensaios com elos de corrente comuns, com malhete, e de grau
ORQ.
Cabos de Aço
Os cabos de aço são constituídos de fios de aço que são enrolados formando
pernas. Estas pernas são então enroladas em espirais em torno de um elemento
36
central, denominado de núcleo ou alma, que pode ser de aço ou de outro material
qualquer.
Os cabos de aço são especificados por uma série de números e letras. Como a
seqüência destes números e letras varia, deve-se ter atenção para especificar todas
as propriedades do cabo. O diâmetro do cabo, ou a sua dimensão, é o diâmetro
máximo que pode ser medido numa secção indeformada do cabo.
37
ruptura. A nomenclatura utilizada para caracterizar estes grupos é semelhante à
empregada para caracterizar a construção. Por exemplo, um cabo comumente
utilizado para ancoragem é do grupo 6 X 37. O primeiro número neste caso ainda
indica a quantidade de pernas, mas o segundo número não indica a quantidade de fios
por perna, que neste grupo pode ser de 27 a 49 fios. Desta forma, para evitar
confusões, as duas classificações são freqüentemente utilizadas para especificar o
cabo para ancoragem de unidades flutuantes.
Na tabela 2.2 são apresentados as propriedade físicas dos cabos de aço spiral
strand.
38
Normalmente o IWRC é o preferido para as embarcações de perfuração e de
produção porque são mais resistentes à tração e à fadiga que os demais.
O cabo de aço, de acordo com a resistência dos fios de aço que o compõe, pode
ser classificado em:
Cabo Sintético
39
A tabela 2.3 a seguir mostra os pesos lineares de cabos de poliéster e de suas
coberturas, em função do diâmetro e a figura 2.15 apresenta a construção usual do
poliéster.
40
Figura 2.15 – Construção típica de cabos de poliéster
41
Clump Weight e Bóias nas Linhas de Amarração
As bóias, por sua vez, são conectadas para suspender a linha de amarração, e
as suas vantagens são:
a) reduz o peso da linha de amarração que necessita ser suportado pela unidade
flutuante;
b) reduz os efeitos dinâmicos da linha em águas profundas;
c) reduz o afastamento da embarcação para uma dada linha e pré-tensão, isto é,
aumenta a força de restauração.
42
a) âncora de arraste (drag embedment anchors);
b) estacas (sucção, grouted, e torpedo);
c) âncora de gravidade (gravity anchor);
d) âncora de carga vertical (VLA).
Âncora de Arraste
43
Figura 2.16 - Âncora de arraste de alto poder de garra
Estacas
Podem ser do tipo cimentada (grouted), sucção (figura 2.18) e torpedo (figura
2.17). A diferença entre estas duas últimas alternativas é a forma de cravação. A
âncora torpedo, também conhecida como free fall pile é uma patente da PETROBRAS
que vem sendo usada com sucesso para a ancoragem de UEPs. A estaca torpedo,
com uma geometria hidrodinâmica, é solta de uma dada altura do leito marinho e
atinge uma velocidade terminal até o momento do impacto. A resistência ao
arrancamento da estaca, tanto torpedo como de sucção, é função das características
do solo e da profundidade de penetração. Estas estacas garantem grande resistência
tanto no sentido vertical como no horizontal. Elas não exigem comprimentos longos de
amarra sobre o leito marinho, como ocorre com a âncora de arraste, e tornam-se
atrativas em zonas congestionadas por equipamentos e linhas submarinos. A estaca
torpedo destaca-se pelo seu baixo custo de fabricação e instalação.
44
Âncoras de Gravidade
Este tipo de âncora é como clump weight, isto é, pesos que são lançados no
fundo do mar. O material normalmente utilizado é concreto ou aço e a resistência ao
esforço horizontal é garantida pelo atrito entre a âncora e o solo. Já a resistência
vertical depende do peso submerso da âncora.
São âncoras que possuem uma grande área de pata, de forma similar a uma
arraia manta, e fornecem uma grande resistência ao arrancamento vertical (função da
penetração na cravação). Foram usadas com sucesso pela PETROBRAS antes da
adoção das estacas torpedo. A figura 2.19 apresenta um exemplo de âncora VLA.
2.2.3.3 Acessórios
Existem vários elementos que fazem parte das linhas de ancoragem, que podem
ser denominados como acessórios do sistema de ancoragem, sendo utilizados com
diversas finalidades. Para efeito didático podem ser divididos em acessórios de
amarras, acessórios de cabos e acessórios diversos.
45
Acessórios de Amarras
Na figura 2.20 estão indicados alguns dos acessórios utilizados nas amarras.
Destes, os principais são: elo alongado, elo final, elo kenter, elo pêra, destorcedor ou
tornel (swivel) e manilhas (shackle).
O elo alongado e elo final são utilizados nas extremidades das amarras quando
se pretende fazer a conexão utilizando manilhas, e têm dimensões muito maiores do
que os elos comuns. Só são normalmente empregados próximo às âncoras ou como
últimos elos da amarra, ligados ao pino de braga existente no paiol, pois suas
dimensões não permitem sua passagem pelas coroas de barbotin.
46
A figura 2.21 mostra um elo pêra e um elo baldt desmontados, visualizando-se
seus vários componentes. O elo pêra além de ser utilizado para fazer conexão entre
amarras também já foi utilizado para fazer ligação entre cabo de ancoragem e amarra,
em alguns projetos de unidades de produção flutuantes da PETROBRAS.
Podem ser do modelo indicado na figura 2.20 ou do tipo indicado na figura 2.22,
também conhecido como manilha giratória (swivel shackle). Este último é conectado
diretamente na haste da âncora e substitui a manilha de âncora e o swivel comum.
47
Figura 2.22 - Swivel
Acessórios de Cabos
48
As sapatilhas são normalmente utilizadas nos pendant-lines (cabo indicadores),
pois são mais robustas quanto ao manuseio pelo rolo de popa e danificam menos os
cabos quando armazenados nos guinchos dos rebocadores do que os soquetes.
Podem ser do tipo compacta ou pesada conforme a figura 2.23, ou do tipo pesada com
reforço, que é a mais utilizada, conforme aparece na figura 2.24, conectada ao olhal
de uma bóia por uma manilha.
49
Figura 2.25 - Soquete Figura 2.26 – Soquete Pee-wee
50
Acessórios Diversos
Neste item serão abordados de forma sucinta os demais acessórios que fazem
parte das linhas de ancoragem, tais como: bóias, garatéia, caçadores, etc.
Para pescar uma âncora que tenha seu pendant-line rompido são utilizados
chain-chasers ou garatéias, cujas fotos estão nas figuras 2.29 e 2.30.
51
Sua aplicação depende principalmente da composição da linha de ancoragem,
sendo que o chain-chaser pode ser utilizado tanto em cabos de aço quanto em
amarras. Já a garatéia só é utilizada em amarras, pois sua aplicação em cabos pode
danificá-los.
52
2.2.4 Conceitos Básicos do Projeto de um Sistema de Ancoragem
53
O dimensionamento mecânico está por natureza associado ao cálculo dos
esforços nas linhas que, por sua vez, depende da avaliação das solicitações ou do
carregamento atuante sobre elas.
54
2.3 ENSAIOS
55
• ensaios destrutivos;
• ensaios não destrutivos.
Ensaios destrutivos são aqueles que deixam algum sinal na peça ou corpo de
prova submetido ao ensaio, mesmo que estes não fiquem inutilizados.
• tração
• compressão
• cisalhamento
• dobramento
• flexão
• embutimento
• torção
• dureza
• fluência
• fadiga
• impacto
Ensaios não destrutivos são aqueles que após sua realização não deixam
nenhuma marca ou sinal e, por conseqüência, nunca inutilizam a peça ou corpo de
prova. Por essa razão, podem ser usados para detectar falhas em produtos acabados
e semi-acabados.
• visual
• líquido penetrante
• partículas magnéticas
• ultra-som
• radiografia industrial
56
As descrições dos ensaios de Tração, Dureza Brinell, Dureza Rocwel, Fadiga e
Impacto a seguir foram elaboradas baseando-se na referência [9].
57
• Deformação elástica: não é permanente. Uma vez cessados os esforços, o
material volta à sua forma original.
Diagrama Tensão-Deformação
Para comparar dados entre ensaios de tração com tamanhos de corpos de prova
diferentes usa-se os termos tensão e deformação de engenharia.
Tensão de engenharia:
onde:
F [N] Æ Força instantânea aplicada ao corpo de prova na direção perpendicular
da seção do mesmo;
A0 [m2] Æ Seção inicial;
Deformação de engenharia:
onde:
Li [m] Æ Comprimento instantâneo em determinado momento do ensaio;
L0 [m] Æ Comprimento instantâneo em determinado momento do ensaio;
58
Este gráfico é conhecido por diagrama tensão-deformação, e pode ser verificado
na figura 2.34.
O limite elástico recebe este nome porque, se o ensaio for interrompido antes
deste ponto e a força de tração for retirada, o corpo volta à sua forma original.
59
Módulo de elasticidade
T
A expressão matemática dessa relação é: E = , onde E é a constante que
ε
representa o módulo de elasticidade.
Limite de proporcionalidade
60
Escoamento
Terminada a fase elástica, tem início a fase plástica, na qual ocorre uma
deformação permanente no material, mesmo que se retire a força de tração.
Limite de resistência
Nessa fase, a tensão recomeça a subir, até atingir um valor máximo num ponto
chamado de limite de resistência (B), conforme apresentado no gráfico da figura 2.38.
61
Para calcular o valor do limite de resistência (LR), basta aplicar a fórmula:
FMAX
LR =
S0
Limite de ruptura
62
Estricção
Em 1900, J. A. Brinell divulgou este ensaio, que passou a ser largamente aceito
e padronizado, devido à relação existente entre os valores obtidos no ensaio e os
resultados de resistência à tração.
A dureza Brinell (HB) é a relação entre a carga aplicada (F) e a área da calota
esférica impressa no material ensaiado (Ac).
F
Em linguagem matemática: HB =
AC
É o único ensaio utilizado e aceito para ensaios em metais que não tenham
estrutura interna uniforme.
63
2.3.3 Ensaio de dureza Rockwel
64
Figura 2.41 – Penetradores utilizados na máquina de ensaio de dureza Rockwell
Fadiga é uma falha que pode ocorrer sob solicitações bastante inferiores ao
limite de resistência do metal, isto é, na região elástica. É conseqüência de esforços
alternados, que produzem trincas, em geral na superfície, devido à concentração de
tensões.
A ruptura por fadiga começa a partir de uma trinca (nucleação) ou pequena falha
superficial, que se propaga ampliando seu tamanho, devido às solicitações cíclicas.
65
Quando a trinca aumenta de tamanho, o suficiente para que o restante do material não
suporte mais o esforço que está sendo aplicado, a peça se rompe repentinamente.
Tensões cíclicas
A tensão cíclica mais comum é caracterizada por uma função senoidal, onde os
valores de tensão são representados no eixo das ordenadas e o número de ciclos no
eixo das abscissas. As tensões de tração são representadas como positivas e as
tensões de compressão como negativas. A figura 2.42 a seguir apresenta três tipos de
ciclos de tensão.
66
O gráfico c representa tensões positivas e negativas, como no primeiro caso, só
que as tensões de compressão têm valores diferentes das tensões de tração.
Curva S-N
Observando a curva obtida (figura 2.43), nota-se que, à medida que se diminui a
tensão aplicada, o corpo de prova resiste a um maior número de ciclos. Nota-se,
também, que diminuindo a tensão a partir de um certo nível em que a curva se torna
horizontal, o número de ciclos para o rompimento do corpo de prova torna-se
praticamente infinito.
Esta tensão máxima, que praticamente não provoca mais a fratura por fadiga,
chama-se limite de fadiga ou resistência à fadiga do metal considerado.
67
Fatores que influenciam a resistência à fadiga
68
Os materiais frágeis rompem-se sem nenhuma deformação plástica, de forma
brusca. Por isso, esses materiais não podem ser utilizados em aplicações nas quais
sejam comuns esforços bruscos.
Esta propriedade está relacionada com a fase plástica dos materiais e por isso
se utilizam as ligas metálicas dúcteis neste tipo de aplicação.
Porém, mesmo utilizando ligas dúcteis, com resistência suficiente para suportar
uma determinada aplicação, verifica-se na prática que um material dúctil pode romper-
se de forma frágil.
Uma trinca promove concentração de tensões muito elevadas, o que faz com
que a maior parte da energia produzida pela ação do golpe seja concentrada numa
região localizada da peça, com a conseqüente formação da fratura frágil. A existência
de uma trinca, por menor que seja, muda substancialmente o comportamento do
material dúctil.
69
Descrição do ensaio de impacto
O método mais comum para ensaiar metais é o do golpe, desferido por um peso
em oscilação. A máquina correspondente é um martelo pendular. É o chamado Ensaio
de Charpy.
Ensaio de Charpy
70
Figura 2.44 – Martelo pendular para ensaio de Charpy
71
Um dos métodos para análises de tensões residuais é conhecido como Método
do Furo Cego.
(1)
Onde σmax e σmin são as tensões residuais principais máximas e mínimas atuando
num plano paralelo a superfície, ε1, ε2, ε3 são as deformações aliviadas medidas nos
ERE’s 1, 2, 3, respectivamente e A e B são constantes de calibração.
72
A partir da equação 1 e da distribuição das tensões residuais no componente
vários procedimentos podem ser adotados para o cálculo das tensões residuais. As
principais diferenças entre os métodos de cálculo são as hipóteses consideradas para
a distribuição de tensões residuais no componente e o procedimento para o cálculo
das constantes de calibração A e B [11].
(2)
(3)
73
vantagem adicional, uma sensibilidade menor aos erros de instrumentação e medidas
de deformação. Isso ocorre por que é impossível simular numericamente todas as
condições do ensaio e dos materiais. Deste modo a calibração experimental apresenta
maior representatividade na determinação do perfil de tensões residuais presente nos
componentes mecânicos [11 e 12].
a) Aspecto da superfície.
b) Aspecto da fratura.
c) Ação da lima.
d) Centelhas ao esmeril.
e) Atração pelo imã, sonoridade, etc.
• Macrográfico
• Micrográfico
74
Macrografia
Micrografia
75
3 NORMAS PARA O PROJETO E CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE
AMARRAÇÃO
76
• Segunda metade dos anos 90 Æ Os padrões de dimensionamento começaram
a mudar com a introdução das novas amarras de geometria e dimensão variáveis
(VGW Chain), projetadas para atender requisitos de projeto específicos, como no caso
de amarras sem malhete.
Os primeiros padrões para amarras tiveram início devido aos esforços do Lloyd´s
Register of Shipping (LRS) em Londres. Aqueles padrões tornaram possível um
enorme progresso em sistemas de ancoragem para o setor de navios.
77
geometria e dimensão variáveis (VGW Chain) e amarras sem malhete (Studless
Chain).
Vale ressaltar que o DNV CN 2.6 [22], que se tornou oficial em 1º de julho de
1996, aceitou pela primeira vez as variações nas constantes geométricas das amarras.
78
As referências estão apresentadas ao início de cada item, facilitando a futura
consulta das normas para cada assunto específico.
• ABS:
9 ABS Guide for Building and Classing Floating Production Installations,
2004 [18].
9 ABS Guidance Notes on the Application of Synthetic Ropes for Offshore
Mooring, 1999 [19].
• DNV:
9 DNV-OS-E-301, Position Mooring [21].
9 DNV CN 2.6, Certification of Offshore Mooring Chain, 1995 [22].
• BV:
9 BV Guidance Note NI 493 DTM R00 E, Classification of Mooring
Systems for Permanent Offshore Units, 2004 [23].
9 BV NR 216, Rules and Regulations for the Classification of Ships and
Offshore Installations [24].
9 BV NI 416 DTO R00 E, Quasi-Dynamic Analysis of Mooring Systems
Using Ariane Software – Guidance Note, 1998 [25].
79
A certificação do projeto do sistema de ancoragem é mandatória como condição
de classe para unidades estacionárias de produção e/ou armazenamento e/ou
offloading, segundo as normas das Sociedades Classificadoras.
80
• Onda predominante (onda com período de retorno de 100 anos, vento com
período de retorno mínimo de 50 anos e corrente com período de retorno mínimo de
10 anos): onda e vento associados com incidência variando de -60° a +60° e corrente
e vento associados com incidência variando de -60° a +60°.
Duas condições típicas, colineares, são requeridas pelas normas do ABS e são
definidas como:
81
3.2.1.2 Metodologia de análise e critérios de projeto
82
Onde, tipicamente:
83
Além da análise de tensão, assim como no caso do DNV, a resistência à fadiga
das linhas também deve ser analisada para os fatores de segurança definidos nas
normas.
As tensões nos diversos trechos (componentes) das linhas devem ser analisadas
para as condições ambientais e condições de projeto acima mencionadas.
Onde:
84
Tabela 3.1 – Fatores de segurança para a análise de tensão da linha – BV
Fator de
Condição Tipo de Análise Segurança
BV
Dinâmica 1.67
Intacta
Quasi-dinâmica 1.75
Dinâmica 1.25
Linha rompida
Quasi-dinâmica 1.25
Dinâmica 1.20
Transiente
Quasi-dinâmica 1.25
9 Os valores definidos pelo ABS são os mesmos definidos de acordo com a API
RP 2SK [29] que será descrita mais adiante.
85
Vale ressaltar que para sistemas compostos de linhas de material sintético
(poliéster ou material equivalente), estes trechos estão sujeitos a fatores de segurança
superiores aos valores acima, conforme indicado a seguir:
86
Análise dinâmica: Neste tipo de análise, a resposta dinâmica da unidade é
avaliada de forma equivalente a análise quasi-dinâmica, no entanto, a tensão na linha
é avaliada a partir da análise dinâmica dos movimentos da unidade.
SC = 0.95 MBL
Onde:
MBL = carga mínima de ruptura do trecho considerado
Onde γ, que representa os fatores de segurança, estão definidos nas tabelas 3.3
e 3.4 a seguir.
87
Tabela 3.4 – Fatores de segurança parciais para o estado ALS
Classe de Tipo de análise Fator de segurança Fator de segurança
Conseqüência parcial na tensão parcial na tensão
média dinâmica
γmédio γdinâmico
1 Dinâmica 1.00 1.10
2 Dinâmica 1.00 1.25
1 Quasi-estática 1.10 1.10
2 Quasi-estática 1.35 1.35
As classes de conseqüência indicadas nas tabelas 3.3 e 3.4 acima são definidas
da seguinte forma:
88
American Bureau of Shipping (ABS):
• Poliéster Æ 5% do MBL
• HMPE Æ 10% do MBL
• Aramida Æ 10% do MBL
Nota: O ABS não especifica a condição específica para quais os valores acima
são estabelecidos, os mesmos referem-se a menor tensão obtida em toda a análise,
considerando as condições intactas, transientes e linha rompida e análises quasi-
estática e dinâmica.
C) Análise de fadiga
i = nn
ni
D= ∑N
i =1 i
89
Onde:
D = dano acumulado
ni = número de ciclos dentro de cada variação de tensão “i”
Ni = número de ciclos que leva à falha, para a determinada variação de tensão
“i”, de acordo com a curva T-N apropriada, conforme descrito a seguir
nn = número total de estados de mar (de acordo com os dados de onda – wave
scatter diagram) para a locação
N Rm = K
Onde:
N = definido acima
K e m = parâmetros da curva T-N para cada componente específico
R = razão entre a variação de tensão e o MBL do trecho da linha
ABS:
BV:
90
• Os parâmetros da curva T-N podem ser obtidos da API RP 2SK [29] que define
valores padrões, obtidos através de testes, para diferentes componentes da
linha (cabo de aço, elos de conexão, amarras).
1 – d C γF ≥ 0
Onde:
dC Æ é o dano à fadiga característico acumulado resultante das cargas cíclicas
durante a vida útil de projeto.
γF Æ fator de segurança
= 5, quando dF ≤ 0,8
= 5 + 3 [(dF – 0,8)/(0,2)], quando dF > 0,8
dF Æ razão de dano acumulado à fadiga entre 2 linhas adjacentes (a mais
carregada e a menos carregada). dF não pode ser maior do que 1,0.
91
D) Análise do offset máximo da unidade
92
F) Pontos de ancoragem
Uma vez que este item não está diretamente relacionado ao assunto desta
dissertação, o mesmo não será analisado em detalhes. No entanto, vale ressaltar que,
em adição às âncoras convencionais e âncoras verticais, que são padronizadas e
tabeladas (poder de cravação em função do solo e âncora específica) os projetos
atuais consideram estacas como os pontos de ancoragem, podendo as mesmas ser
de sucção, torpedo ou cimentadas. Para estes casos específicos, o projeto das
mesmas deve ser submetido à aprovação da Sociedade Classificadora. O projeto
inclui a verificação da resistência estrutural da estaca e a determinação da capacidade
de carga da mesma, através de cálculo de carga determinados normalmente através
dos requisitos contidos na API RP 2A [27] e API RP 2T [28]. Estes cálculos são
fundamentais para aprovação das estacas, uma vez que as mesmas não estão
sujeitas a teste de carga após sua instalação, como é o caso das âncoras. Sendo
assim, os cálculos são as únicas evidências de que o poder de cravação requerido
para o sistema proposto está sendo atingido.
• ABS
9 ABS Guide for Certification of Offshore Mooring Chain, 1999 [20].
• BV
9 BV Guidance Note NI 493 DTMR00 E – Classification of Mooring
Systems for Permanent Offshore Units, 2004 [23].
• DNV
9 DNV CN 2.6, Classification Notes, Certification of Offshore Mooring
Chain, 1995 [22].
93
• IACS
9 IACS UR W22, International Association of Classification Societies,
Unified Requirement W22 – Material and Welding – Offshore Mooring
Chain, 2004 [26].
3.2.2.1 Projeto
94
3.2.2.2 Especificação do Material
• Grau R3S Æ Grau RQ3S do ABS = Grau NV R3S do BV = Grau QR3S do DNV
= Grau R3S da IACS
Tabela 3.6 – Propriedades materiais de acordo com ABS, BV, DNV e IACS
Grau da Tensão de Tensão de Redução
Alongamento
Amarra Escoamento Ruptura mínima de área
(%)
Mínima (MPa) Mínima (MPa) (%)
R3 410 690 17 50
R3S 490 770 15 50
R4 580 860 12 50
95
Tabela 3.7 – Requisitos para teste de Impacto Charpy de acordo com ABS, BV, DNV
e IACS
Temperatura de
Grau Energia Média Absorvida (Joules)
Teste
Na região fora da
da Amarra (°C) No centro da solda
solda
0 60 50
R3
-20 40 30
0 65 53
R3S
-20 45 33
0 (somente para
70 56
R4 DNV)
-20 50 36
96
Tabela 3.8 – Carga de prova de acordo com ABS, BV, DNV e IACS
Grau R3 Grau R3S Grau R4
0.0148d²(44-0.08d) – ABS, BV
Carga de e IACS
0.0180d²(44-0.08d) 0.0216d²(44-0.08d)
prova (kN)
0.0156d²(44-0.08d) - DNV
Tabela 3.9 – Carga de ruptura de acordo com ABS, BV, DNV e IACS
Grau R3 Grau R3S Grau R4
Carga de ruptura
0.0223d²(44-0.08d) 0.0249d²(44-0.08d) 0.0274d²(44-0.08d)
(kN)
A) Teste de ruptura
97
B) Teste de prova
Todos os acessórios devem ter teste de carga de prova, para a carga específica
dependendo do grau e do diâmetro da amarra associada.
O fabricante deve fornecer dados que comprovem que testes não destrutivos
foram realizados satisfatoriamente. Os dados devem conter referências quanto à
qualificação do operador e técnicas utilizadas.
D) Exame de ultra-som
E) Falhas no teste
Caso ocorra falha de algum teste, o lote inteiro deve ser rejeitado a menos que a
causa da falha possa ser determinada e possa ser demonstrado para o Vistoriador que
as condições que causaram a falha não estão presentes nos demais acessórios do
lote.
98
3.2.2.4 Marcações e Certificação
99
API RP 2SK
API RP 2SM
O objetivo principal desta norma está em prover um guia para utilização de cabos
de material sintético em sistemas de ancoragem. A norma estabelece ainda
comparações entre sistemas tradicionais com cabos de aço e cabos sintéticos,
provendo guias para tratar das diferenças entre os mesmos durante o projeto e
durante a instalação do sistema de ancoragem.
100
Uma vez que as propriedades da linha sintética influenciam de forma significativa
na performance do sistema de ancoragem, o projeto do sistema de ancoragem, o
projeto da linha em si, sua fabricação e testes, manuseio e instalação da linha,
inspeção e manutenção da mesma devem ser analisados de forma integrada. Esta
norma abrange todos os itens descritos acima, sendo a norma mais completa para
tratamento de cabos sintéticos, citada inclusive pelas normas das Sociedades
Classificadoras.
API 2F
API 9A
101
API RP 2I
ISO 1704
Esta norma não apresenta requisitos para certificação do material das peças e
das peças, somente os padrões de construção, conforme descrito acima.
NBR 13715
102
A mesma especifica os padrões para construção de amarras (elos com e sem
malhetes, elos alongados, elos do tipo Kenter) e manilhas.
NBR 13545
103
4 DEFEITOS EM SISTEMAS DE ANCORAGEM
4.1 REGISTROS
Historicamente, falhas em amarras causadas por fadiga têm sido muito raras na
indústria offshore. Berg e Taraldsen [38] analisaram 25 falhas em sistemas de
ancoragem, que ocorreram no Mar do Norte entre 1976 e 1980. Nenhuma das falhas
foi causada por fadiga. Fratura frágil na região de curvatura do elo foi a principal causa
quando as falhas ocorreram na porção de catenária livre do sistema de ancoragem e
fratura frágil na solda do elo foi a principal causa quando as falhas ocorreram no
fairlead durante as operações de manuseio das amarras [45].
O registro de falhas devido à fadiga tem sido raro porque a maioria das amarras
fabricadas foi utilizada para a amarração temporária de navios e de unidades móveis
de perfuração (Mobile Offshore Drilling Units - MODU´s). Para as condições de serviço
MODU, a vida das amarras é limitada pelo desgaste e corrosão dos elos e não por
fadiga. Esta afirmação foi suportada por Dowdy e Graham [39], que realizaram
checagens dimensionais e ensaios não-destrutivos em diversos elos de amarras de
um sistema de ancoragem de uma plataforma semi-submersível que havia operado no
Golfo do México por 13 anos, e verificaram que os maiores desgastes das amarras
ocorreram nas seções localizadas próximas às terminações ou fairlead durante
operação normal. Nestas regiões, a redução do diâmetro das amarras ficou entre 8% e
11%. Nas áreas afastadas das terminações e do fairlead, a redução dos diâmetros
104
ficou entre 2% e 5%. O ensaio por partícula magnética mostrou não haver indicação
de trincas devidas à fadiga nos elos comuns, entretanto, várias trincas devidas à
fadiga foram encontradas nas manilhas de conexão. No trecho de amarra que fica
normalmente no chain locker foi encontrado corrosão por pitting.
Embora a fadiga não tenha sido um importante fator para o projeto dos sistemas
de amarração de unidades móveis de perfuração (MODU), ela é de grande
importância para os projetos de amarração de unidades estacionárias de produção
(UEP). Existem inúmeras razões para isso. Os sistemas de amarração de F(P)SOs e
Semi-Submersíveis possuem requisitos para uma vida de serviço longa, onde 20 anos
de operação não é incomum. Em um período de onda característico de 5 segundos,
isto representa um potencial para 125 milhões de ciclos de carregamento aplicados. A
condição de operação de longa duração torna difícil e cara a troca periódica de um
sistema de amarração de F(P)SO ou Semi-Submersível, já que estas unidades
encontram-se, geralmente, operando em águas muito profundas e distantes da costa.
Além disso, há uma pressão para reduzir os fatores de projeto de segurança e custo,
particularmente em áreas de águas profundas. A maneira complexa com que a fadiga
e a corrosão devida a água do mar estão acopladas aumenta o problema.
105
deformação plástica. Esta deformação que acontece em áreas de alta concentração
de tensões, provê tensões residuais compressivas na remoção de carga. Tensões
residuais compressivas se sobrepõem com as tensões aplicadas geradas durante o
carregamento de serviço para reduzir a tensão principal elástica em regiões críticas
onde se originam trincas devidas à fadiga. A tensão principal reduzida diminui a taxa
de acumulação de dano que aumenta a vida à fadiga da amarra.
O comportamento das tensões residuais pode ser utilizado para explicar uma
série de observações. Tensões residuais tendem a decair em função da carga
principal aplicada, amplitude de carga e o valor inicial da tensão residual. Uma carga
principal mais alta acelera o decaimento da tensão residual e diminui seu efeito na
fadiga. Na presença de tensões aplicadas menores, tensões residuais compressivas
são sustentadas por mais tempo e isto aumenta consideravelmente a vida a fadiga. A
habilidade de tensões residuais para impedir o processo de fadiga não só depende do
tamanho e profundidade da formação de tensão residual, mas também na habilidade
do material para sustentar estas tensões residuais. Foi demonstrado por Landgraf [40]
que as tensões principais em testes de carregamento cíclico controlado decaem mais
rapidamente quanto maior for a carga aplicada.
Na figura 4.1 são apresentados dados dos locais de falha para os testes de
fadiga em um elo com malhete. Nota-se que a maior parte das falhas, 93%, ocorre na
transição entre a região curva e a porção reta do elo. Neste local, as trincas devidas à
fadiga se originam na superfície interior do elo e crescem para o lado externo. Todas
as trincas nas falhas da solda do malhete se originam na raiz da solda de filete.
106
A figura 4.2 apresenta um elo típico de amarra com as três regiões onde o
resultado da tensão principal é mais elevado, e a potencial direção de propagação da
trinca devido a fatiga.
107
Tabela 4.1 – Falhas em sistemas de ancoragem no Brasil
UNIDADE DATA COMPONENTE AVARIA
Rompimento da amarra
P-34 maio-99 Amarra de Fundo
de 76mm R4
SBM 3 maio-99 Amarra Rompimento de amarra
IMO 2 maio-99 Amarra de 3 pol. Rompimento da amarra
Trinca no flange do end-
SBM 3 maio-99 Riser de 14,5 pol.
fitting
Rompimento da amarra
SBM 3 junho-99 Amarra de Topo de topo, logo abaixo do
escovém
Rompimento de duas
IMO 1 junho-99 Poliester linhas de poliester por
barco
Rompimento de cabo de
IMO 3 junho-99 Cabo de Aço
aço junto ao soquete
Rompimento da amarra
AVARÉ julho-99 Amarra de Topo
de topo de 3 pol. R4
Wwire do rebocabor caiu
FPSO II julho-99 Poliester
sobre o poliester
Rompimento do cabo de
P-34 agosto-99 Poliester
poliester
P-47 setembro-99 Poliester Avaria na capa
Rompimento de duas
ARACAJU janeiro-00 Amarra
linhas
Rompimento das amarras
AVARÉ janeiro-00 Amarra de Topo
de topo de 76mm R4
Rompimento de poliester
AVARÉ janeiro-00 Poliester
por cabo de aço
Rompimento da linha 2 do
SBM 5 janeiro-00 Amarra elo próximo ao chain
stopper
Rompimento da linha 4 no
SBM 4 janeiro-00 Amarra
tdp
Rompimento das amarras
SBM 3 janeiro-00 Amarra de Topo
de topo
Rompimento do cabo de
P-47 fevereiro-00 Poliester
poliester
Rompimento da amarra
IMO1 fevereiro-00 Amarra de Fundo
de fundo, próximo ao tdp
Rompimento da amarra
ARACAJU maio-00 Amarra de Topo
de topo
P-26 junho-00 Poliester Corte sem rompimento
Rompimento de cabo de
P-21 junho-00 Poliester
aço
Rompimento da amarra
ARACAJU setembro-00 Amarra de Topo
de topo
P-36 janeiro-00 Poliester Terceiro poliester curto
108
4.2 DEFEITOS TÍPICOS
109
Causa Æ Erro de operação / manuseio incorreto.
Conseqüência Æ Amassamento na área de inserção do cabo de aço,
impossibilitando a montagem do conjunto.
110
Empeno do pino da manilha
111
Trinca no olhal da manilha
A amarra pode perder o malhete por excessiva corrosão entre o elo e o mesmo e
ainda por manuseio incorreto, que provoque o empeno do elo e conseqüentemente a
“expulsão” do malhete. A perda do malhete diminui a resistência à fadiga, devido à
mudança de pontos de concentração de tensões.
112
Elos empenados
Corrosão
113
Perda de material
Trincas
114
4.3 INSPEÇÕES
Falhas nas linhas de amarração ocorrem geralmente nas conexões. Desta forma
deve-se tentar usar o menor número de elementos de conexão numa linha e estas,
antes de serem instaladas, devem ser rigorosamente inspecionadas.
Onde deverá ser inspecionado todo corpo, pino e malhete do acessório incluindo
a rosca e caso haja alguma região que impossibilite esta inspeção, deve ser realizada
115
inspeção de ensaio não destrutivo (END) por líquido penetrante, em conformidade
com as Normas da Autoridade Marítima (NORMAM) e com os requisitos específicos
das Sociedades Classificadoras.
Estas áreas devem ser inspecionadas com maior atenção devendo ser
reprovada a peça que apresentar trincas, não sendo aconselhado a pesquisa e
remoção destas trincas.
116
5 ANÁLISE EXPERIMENTAL DA MANILHA DE LINHA DE POLIÉSTER
Para análise da falha das manilhas que causaram o rompimento das duas linhas
de ancoragem da unidade flutuante em estudo, foram realizados diversos ensaios em
manilhas removidas de três linhas do mesmo sistema de ancoragem (das duas linhas
rompidas e de uma linha intacta), totalizando 4 manilhas. Adicionalmente a estas, foi
analisada mais uma manilha do mesmo lote das anteriores que se encontrava em
estoque.
A figura 5.1 apresenta a posição das manilhas rompidas nas duas linhas, com a
descrição de cada item da linha de ancoragem.
Falha da linha #7
Falha da linha #6
117
caracterização mecânica-metalúrgica do material do corpo das duas manilhas que
romperam em serviço e das outras duas manilhas do mesmo lote enviadas para
determinação da origem das trincas encontradas após ensaios de fadiga realizados no
CENPES (PETROBRAS) e o ensaio pelo método do furo empregado na terceira
manilha do segundo lote para a determinação das tensões residuais existentes na
área onde a manilha sofre maiores esforços.
Figura 5.2 - Primeira manilha enviada para análise. Manilha da linha #7.
Figura 5.3 – Segunda manilha enviada para análise. Manilha da linha #6.
118
5.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO CASO ESTUDADO
Roncador
Albacora
Leste
Marlim
Barracuda Leste
Caratinga Marlim
Sul
119
Módulo 1 1000 m
(complemento)
Módulo 1
1500 m
Módulo 2
2500 m
Módulo 4
Módulo 3
120
5.1.3.2 Arranjo de ancoragem da unidade marítima
121
Tabela 5.2 - Composição das linhas de ancoragem (comprimento dos trechos)
Rabicho Rabicho
Linha Amarra Amarra Poliéster de Poliéster de Poliéster Amarra Amarra
(m) (m) (m) Amarra (m) Amarra (m) (m) (m)
(m) (m)
#1 1080 30 597 10 597 10 15 65 37,6
#2 1103 30 576 10 576 10 - 119,4 -
#3 1146 30 572 10 572 10 15 130,6 -
#4 1177 30 592 10 592 10 15 69,6 -
#5 1198 30 587 10 587 10 15 65 57,6
#6 1171 30 600 10 600 10 - 96 -
#7 1127 30 580 10 580 10 - 30 51,4
#8 1092 30 605 10 605 10 15 30 44,4
SISTEMA DE ANCORAGEM
Ângulo de
Raio Ancoragem Azimute Tração
Linha Topo
(m) (graus) (kN)
(Graus)
#1 2092 345,8 1179 47.5
#2 2097 30,9 1310 46.7
#3 2121 76,0 1458 48.0
#4 2126 120,3 1166 48.6
#5 2164 165,8 1336 49.7
#6 2136 211,5 1370 46.9
#7 2098 256,0 1396 46.3
#8 2085 300,9 1181 46.3
122
A tabela 5.5 apresenta as pré-tensões e os ângulos do fairlead associado com
respeito à horizontal para o FSO para três calados de projeto.
123
5.2 CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL
124
5.2.3 Propriedades Mecânicas
125
Tabela 5.8 – Propriedades mecânicas (ensaio Charpy da primeira manilha fraturada) e da
norma Norma IACS UR W22 [26]
Energia
Identificação Dimensões (mm) T (°C) Absorvida Média (J)
(J)
CP 1 9,919x 9,932x 54,96 -20 61
CP 2 9,995x 9,956 x 54,84 -20 63 57,6
CP 3 10,057 x 10,043 x 55,08 -20 49
Tabela 5.9 – Medidas de dureza Brinell realizada nas duas manilhas fraturadas e as
especificações da Norma NBR 13545/99 [37]
Dureza Brinell (esfera φ:2,5mm carga 187,5Kgf)
CP 1 2 3 4 5 Média
Manilha 1 272 285 278 272 285 280
Manilha 2 285 272 283 275 276 278
126
5.2.4 Análises Metalográficas
127
5.3 ENSAIO DE FADIGA
Como ficou claro pela superfície de fratura da manilha rompida que o modo de
falha era fadiga, foi realizado um ensaio de cargas cíclicas no CENPES, usando uma
manilha do mesmo lote que não havia sido instalada junto com a manilha que estava
instalada na linha #6 e não rompida. Foram aplicados 96.235 ciclos entre 60t e 200t. O
teste foi interrompido por rompimento de um elo de montagem da máquina e julgou-se
que o número de ciclos era suficiente para o propósito. Pelo estudo de fadiga do
sistema da UEP isto seria equivalente a cerca de 600 anos de operação. Foram
observados defeitos apenas na curva interna do corpo das manilhas ensaiadas.
O procedimento de carregamento foi alterado, passando a ser de 200 ciclos entre 160t
e 300t, seguido de 4.800 ciclos entre 60t e 200t. O objetivo de uma carga média maior
em 4% dos ciclos foi simular as condições de tormenta, onde as cargas eram maiores
que 200t.
5.4.1.1 Macrografia
128
Região A
Região B
Região C
Zona Cisalhada
Ponto de início da
falha por fadiga
129
Figura 5.13 – Aspecto macroscópico da região da fratura, apresentando aspecto de
trinca por fadiga.
5.4.1.2 Micrografia
130
Figura 5.14 – Aspecto metalográfico da região A (corpo da manilha). Ataque Nital 2%
Figura 5.16 – Aspecto metalográfico da região C cisalhada com trincas. Ataque Nital 2%
131
5.4.2 Segunda manilha analisada
5.4.2.1 Macrografia
132
5.4.2.2 Micrografia
Figura 5.21 – Aspecto metalográfico da região C cisalhada com trincas. Ataque Nital 2%
133
5.5 ENSAIO DE TENSÕES RESIDUAIS - MÉTODO DO FURO CEGO
A análise de tensões residuais, pelo método do furo cego, foi realizada na região
onde a manilha sofre maiores esforços (figura 5.22 e 5.23), segundo a simulação
realizada por elementos finitos. As tensões residuais medidas estão apresentadas nas
figuras 5.24 a 5.26, onde se pode observar um gráfico de Tensão Residual versus
Profundidade (mm). A simulação numérica por elementos finitos será apresentada no
próximo capítulo.
Figura 5.22 - Região da manilha onde foi realizada a medida das tensões residuais
134
3 00
2 00
1 00
Tensão Residual [MPa]
-1 00
-2 00
-3 00
-4 00 S1
S2
-5 00
-6 00
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1 ,2 1,4
Profun did ade [m m ]
S1
10o
S2
135
1000
800
Tensão Residual [MPa]
600
400
200
-200
S1
-400 S2
-600
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4
Profundidade [mm]
S1
S2
136
400
300
Tensão Residual [MPa]
200
100
-100
-200
S1
-300 S2
-400
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4
Profundidade [mm]
S1
S2
137
5.6 ENSAIO REALIZADO NO CENPES (PETROBRAS)
Figura 5.27 – Região das manilhas onde foram detectadas trincas em inspeção.
138
Corte A-A
Região
Analisada
Região com
trincas
Figura 5.28 – Região das manilhas mostrando o corte para retirada das amostras na
região contendo trincas.
Figura 5.29 – Micrografia sem ataque das amostras da região contendo trincas da
primeira manilha analisada. Apresenta oxidação no início das trincas.
139
Figura 5.30 – Micrografia da amostra atacada com cromato alcalino para determinação
da profundidade de penetração de oxigênio na região contendo trincas. Apresenta região
clara sub-superficial indicando a presença de oxigênio.
Figura 5.31 – Imagem destacando as regiões de início da trincas partindo das regiões
oxidadas da superfície.
140
Figura 5.32 – Análise química realizada via EDS na região de início das trincas (região
oxidada). Esta apresenta óxido de ferro com cromo na região marcada.
Figura 5.33 – Imagem da região contendo trincas das manilhas analisadas. Apresenta
oxidação no início das trincas.
141
6 TESTE DE CARGA, SIMULAÇÃO NUMÉRICA E ANÁLISE DOS RESULTADOS
142
6.1 TESTE DE CARGA
M5
M3 M4 M1 M2
Figura 6.2 – Posição dos strain gages usados na medição das deformações no teste de
carga efetuado no CENPES.
143
linear no carregamento, confirmando que houve deformação plástica permanente após
a retirada da carga.
360 ton
12000
235 ton
Deformação (x10 e-6)
10000
8000
305 ton
6000
255 ton
205 ton
4000 155 ton
100 ton
2000
50 ton
0
0 100 200 300 400 500 600 700
Tempo (s)
500
450
400
350
300
ton
250
200
150
100
50
0
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000
Deformação (x10e-6)
144
6.2 SIMULAÇÃO NUMÉRICA
145
1400
1200
1000
Tensão (MPa)_
800
600
400
200
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3
Deformação (mm/mm)
Verdadeira Engenharia
146
O pino da manilha foi considerado como deformável, em contato com o pino do
acessório, representado por uma casca rígida (figura 6.7). O elo tamanho 120 mm
também foi considerado deformável, com o material das mesmas características que a
manilha.
Carga
Aplicada
Figura 6.7 – À esquerda, condições de contorno aplicadas. Á direita, malha utilizada para
o cálculo.
147
6.2.1.3 Cargas Aplicadas
Para o cálculo das tensões com a carga de teste, foi aplicada inicialmente a
carga de 450 ton, e logo após foram aplicadas as cargas que simularam uma condição
de tempestade (tabela 6.1). A tabela 6.2 indica as cargas aplicadas na manilha sem
carga de teste.
Tabela 6.1 – Cargas aplicadas na análise da manilha com carga de teste, em toneladas
Etapa de
Carga Aplicada
Carregamento
1 450 ton
2 300 ton
3 160 ton
4 60 ton
5 200 ton
Tabela 6.2 – Cargas aplicadas na análise da manilha sem carga de teste, em toneladas
Etapa de
Carga Aplicada
Carregamento
1 300 ton
2 160 ton
3 60 ton
4 200 ton
6.2.1.4 Resultados
148
Curvatura
Curvatura Externa
Interna
800
400
Tensão (MPa)
200
0
0 20 40 60 80 100
-200
-400
-600
Distância (mm)
Figura 6.8 – Tensão ao longo da seção da manilha após a aplicação da carga de teste
Nas figuras 6.9 e 6.10 observa-se as tensões máximas principais para os dois
casos analisados, com a aplicação de uma carga de 300 ton. Observa-se que as
tensões na manilha sem carga de teste foram aproximadamente 100% maiores que na
manilha com carga de teste.
149
Manilha com PL Manilha sem PL
150
Manilha com PL Manilha sem PL
151
160ton-300 ton 60 ton-200 ton
1000
600
474 474
400 422 422
353 353
200
44 44
0 14 14
-52 -52
-200
-600
Figura 6.11 – Tensão na curvatura externa para a Manilha com carga de teste (PL) e sem
carga de teste (PL).
Tabela 6.3 – Tensões na curvatura externa (MPa). Carga variando entre 160 ton e 300ton
Manilha Tensão Máxima Tensão Mínima Tensão Média
Sem carga de
811 353 582
teste (PL)
Com carga de
422 -52 185
teste (PL)
Tabela 6.4 – Tensões na curvatura externa (MPa). Carga variando entre 60 ton e 200ton
Manilha Tensão Máxima Tensão Mínima Tensão Média
Sem carga de
474 14 244
teste (PL)
Com carga de
44 -428 -192
teste (PL)
152
6.2.1.5 Comparação com o teste no CENPES (PETROBRAS)
Observa-se uma boa correlação entre as duas curvas, com uma defasagem
devida, principalmente, às diferenças entre as condições de contorno iniciais do teste
e da análise. Na etapa de descarregamento, as duas curvas apresentaram a mesma
inclinação.
Carga Vs Deformação
500
450 450
400
357
350
306
300 300
255
ton
250
235
204
200 200
153
150 160
102
100
50 51 60
0
0.00E+00 5.00E+03 1.00E+04 1.50E+04 2.00E+04 2.50E+04 3.00E+04
Deformação (x10-6)
M-5 ABAQUS_M5
Figura 6.12 – Comparação entre o teste no CENPES e a análise por Elementos Finitos.
153
Para uma carga na condição ambiental de tempestade na linha de ancoragem,
as tensões na manilha sem carga de teste apresentaram valores com um incremento
de aproximadamente 400 MPa, quando comparada com a manilha com carga de teste
[48].
6.2.2 Análise de Manilha diâmetro 105 mm com Elo diâmetro 120 mm e Manilha
diâmetro 105 mm com Elo diâmetro 105 mm
6.2.2.1 Material
6.2.2.2 Modelo
154
Figura 6.13 – Malha utilizada. À esquerda, manilha com elo 120 mm. À direita, manilha
com elo 105 mm
6.2.2.4 Resultados
Nas figuras 6.14 e 6.15 observa-se as tensões máximas principais para os dois
casos analisados, para aplicação de uma carga de 300 ton.
As figuras 6.16 e 6.17 apresentam uma análise comparativa das tensões normais
à seção para os dois casos analisados (com carga de teste e sem carga de teste),
para cargas aplicadas de 200 ton e 300 ton.
155
Figura 6.14 – Tensão máxima principal para uma carga de 300 ton após a aplicação de
carga de teste. À esquerda, contato com elo de ∅120mm, à direita, contato com elo de
∅105mm.
Figura 6.15 – Tensão máxima principal para uma carga de 300 ton com manilhas sem
carga de teste. À esquerda, contato com elo de ∅120mm, à direita, contato com elo de
∅105mm.
156
Tensão ao longo da Seção - Manilha com PL
1000
750
500
421
250
46
Tensão (MPa)
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
-250
-500
-750
-1000
-1250
-1500
Distância (mm)
Figura 6.16 – Comparação entre as manilhas montadas com elo de 120mm e 105mm.
Tensão normal à seção. Cargas de 200 ton e 300ton.
1000
815
750
474
500
250
0
Tensão (MPa)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
-250
-500
-750
-1000
-1250
-1500
-1750
-2000
Distância (mm)
Figura 6.17 – Comparação entre as manilhas montadas com elo de 120mm e 105mm.
Tensão normal à seção. Cargas de 200 ton e 300ton.
157
6.2.2.5 Análise dos Resultados
6.2.3.1 Material
σ = σ om
σ o = 1220MPa
m = 0,108
158
Tabela 6.5 – Materiais W22 da norma e W22 utilizado na presente simulação
W22-R4
1200
1000
800
Tensão (MPa
600
400
200
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3
Deformação (mm/mm)
Verdadeira Engenharia
159
Se = ka ⋅ S ' e
S ' e = 0,506σ UT = 435MPa
onde:
Se: limite de resistência à fadiga.
S’e: limite de resistência à fadiga para um corpo de prova polido.
ka: fator de acabamento superficial.
6.2.3.2 Dimensões
160
6.2.3.3 Modelo
Para o cálculo das tensões foi aplicada primeiramente a carga de teste de 450
ton (PL) e logo após foram aplicadas, em duas etapas diferentes, as cargas de 200 ton
e 300 ton. Finalmente foi aplicada a carga de 710 ton (MBL).
6.2.3.5 Resultados
161
Tensão ao longo da Seção
1000 958
750 772
500 380
250
72
0
Tensão (MPa)
-500
-750
-1000
-1250
-1500
-1750
-2000
Distância (mm)
Figura 6.20 – Tensões normais à seção para as cargas de 200 ton, 300 ton, 450 ton (carga
de teste) e 710 ton (MBL).
Para as cargas de 200 ton, a manilha de diâmetro de 114 mm, material W22
Grau R4, as tensões apresentaram valores menores que o limite de resistência à
fadiga do material.
162
carga, o correto dimensionamento da manilha deveria ser realizado considerando o
espectro de carregamento ao longo do tempo, aplicando alguma teoria de dano.
163
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7.1 SUMÁRIO
164
7.2 CONCLUSÕES
Como pôde ser observado nos testes e análises realizados, e nos estudos das
referências [45] e [47], o teste de carga de prova impõe uma elongação permanente,
fornecendo evidências de regiões localizadas de deformação plástica. Esta
deformação que acontece em áreas de alta concentração de tensões, provê tensões
residuais compressivas na remoção da carga. As tensões residuais compressivas se
sobrepõem com as tensões aplicadas geradas durante o carregamento de serviço
para reduzir a tensão principal elástica em regiões críticas onde se originam trincas
devidas à fadiga. A tensão principal reduzida diminui a taxa de acumulação de dano
que aumenta a vida à fadiga da amarra.
165
7.3 RECOMENDAÇÕES
166
8 REFERÊNCIAS
[2] VRYHOF; “Anchor Manual 2005”; Vryhof Anchors b.v., krimpen a/d yssel,
Netherlands, 2005.
[10] LU, J., “Handbook of Measurement of Residual Stresses”, SEM Inc., 1996.
167
[11] GRANT, P.V., “Measurement Good Practice Guide No. 53.”, UK, National
Physical Laboratory, 2002.
[14] HOFFMANN, F.; KEßLER, O.; LUBBEN, Th. e MAYR, P., “Distortion
Engineering -Verzugsbeherrschung in der Fertigung.”, HTM, 57(3):213-217,
2002.
[17] CAÑADA, L., VICINAY, J., SANZ, A. e LÓPEZ, E.; “New Mooring Chain
Designs”; Paper OTC 8148 – Annual Offshore Technology Conference,
Houston, Texas, 1996.
[18] ABS Guide for Building and Classing Floating Production Installations, American
Bureau of Shipping, 2004.
[19] ABS Guidance Notes on the Application of Synthetic Ropes for Offshore
Mooring, American Bureau of Shipping, 1999.
[20] ABS Guide for Certification of Offshore Mooring Chain, American Bureau of
Shipping, 1999.
[22] DNV CN 2.6, Classification Notes - Certification of Offshore Mooring Chain, Det
Norske Veritas, 1995.
168
[23] BV Guidance Note NI 493 DTM R00 E, Classification of Mooring Systems for
Permanent Offshore Units, Bureau Veritas, 2004.
[24] BV NR 216, Rules and Regulations for the Classification of Ships and Offshore
Installations, Bureau Veritas.
169
[34] American Petroleum Institute - API Recommended Practice 2P - Analysis of
Spread Mooring Systems for Floating Drilling Units.
[38] BERG, A. e TARALDSEN, A., “Long Term Mooring and Anchoring of Large
Structure and Drilling Units (Reliability and Safety of Anchor Chain Systems),”
OCT 3813, maio 1980.
[39] DOWDY, M. J. e GRAHAM, D. J., “A Method for Evaluating and Extending the
Useful Life of In-Service Anchor Chain,” OTC 5719, maio 1988.
[41] KWAN, C. T.; "Design Practice for Mooring of Floating Production Systems";
Marine Technology, vol. 28, no 1, janeiro 1991.
[42] VARGAS, P. M., HSU, T. M. e LEE, W. K., “Stress Concentration Factors for
Stud-less Mooring Chain Links in Fairleads”, Proceedings of OMAE 2004,
OMAE2004-51376, junho 2004.
[44] MELIS, C., JEAN, P. e VARGAS, P. M., “Out-of-Plane Bending Tests of Chain
Links”, Proceedings of OMAE 2005, OMAE2005-67353, junho 2005.
170
[45] SHOUP, G. J., TIPTON, S. M. e SOREM, J. R.; “The Influence of Proof Loading
on the Fatigue Life of Anchor Chain”; Paper OTC 6905 - 24th Annual Offshore
Technology Conference, Houston, Texas, 1992.
[46] JEAN, P., GOESSENS, K., L´HOSTIS, D.; “Failure of Chains by Bending on
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