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PROCEDIMENTO PARA PREPARAÇÃO DO CONVÉS, MANUSEIO,

MOVIMENTAÇÃO E PEAÇÃO DE MATERIAL


Anexo 29 - Manual AHTS

EMBARCAÇÃO

CBO Bossa Nova / CBO Iguaçu / CBO Parintins / CBO Xavantes / CBO Cabralia / CBO Terra Brasilis

Junto ao procedimento, deverá ser consultado o Manual de Operações


AHTS assim como a observação das boas práticas marinheiras.
Além do especificado neste procedimento, para qualquer atividade que
envolva a movimentação de cargas, deverá também seguir-se o
estabelecido na IT-CBO-044 - Movimentação de Cargas.

REFERÊNCIA

• Manual de Operações para Manuseio de Âncoras e Reboque – AHTS; Companhia


Brasileira de Offshore
• IT-CBO-044 Movimentação de Cargas”
• IN-CBO-070 - Paralisação Trabalho”
• Materiais de Ancoragem, Petrobras E&P – CORP; oct 2002.
• Operações Offshore, Petrobras SUB/OPSUB/ANC; 2017
• Anchor Manual 2015. The guide to anchoring; VRYHOF Anchors B.V., 2015.
• Code of Safe Working Practices for Cargo Stowage and Securing - CSS Code; IMO,
1991.
• Guidelines for Offshore Marine Operations; GOMO
• Code of Safe Working Practices for Merchant Seafarers, ed. 2015.
• Maritime and Coastguard Agency, MGN 308; United Kingdom
• Segurança no uso de marretas; Petrobras; 2013.
• Materiais de Ancoragem; Petrobras, Ed. 1.5 out. 2002.
• https://pt.scribd.com/doc/144496149/Tabela-de-Comparacao-Coeficiente-de-Atrito
• https://www.ocimf.org/publications/information-papers.aspx#sectionBreadcrumb
• https://www.dnvgl.com/rules-standards/index.html
• https://www.flickr.com/groups/878983@N24/pool/
• https://wachain.com/marquip-detachable-links/
• https://www.heavymetalmarine.com/chain-attachments/
• http://www.fask-tools.com/

Antes do início de qualquer operação deverá ser realizada uma Análise


de Segurança da Tarefa, mapeando todos os riscos, repassando todos
os passos da atividade para que haja entendimento e concordância de
todos os membros da equipe.

O SWL / MBL de todos os elementos envolvidos nas operações


descritas neste procedimento deverão ser conhecidos pelos
executantes e responsáveis da atividade a ser executada. Os
executantes deverão estar familiarizados com a operação de todos os
equipamentos descritos neste procedimento.

Consulte sempre os manuais dos fabricantes.

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MOVIMENTAÇÃO E PEAÇÃO DE MATERIAL
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INTRODUÇÃO

A preparação do convés para manuseio de âncoras envolverá muitas vezes operações de


movimentação de carga por meio de içamento através de guindastes ou arraste utilizando
cabrestantes ou guinchos auxiliares (tuggers). Este procedimento complementa os Capítulos 2,
3, 5 e 6 do Manual de Operações AHTS.

Toda operação deve ser previamente


planejada e todas as etapas discutidas entre
os envolvidos na tarefa. Tais discussões
levarão em conta todos os fatores que poderão
colocar a operação e os envolvidos em risco,
procedimentos a serem seguidos e objetivo da
tarefa.

Existem algumas maneiras de se movimentar


materiais no convés de uma embarcação
AHTS e para todas elas alguns fatores sempre
deverão ser levados em consideração.

Durante a fase de planejamento da operação


alguns itens deverão ser verificados pela
equipe de passadiço conforme descrito abaixo:

• Acessórios e equipamentos a serem utilizados devem possuir certificação válida e manutenção


em dia conforme instruções do fabricante e procedimentos CBO, e devem estar registradas nos
checklists aplicáveis e TM Master;

• Oficiais deverão verificar se todos os elementos que compõe o sistema possuem SWL
adequado a carga a qual esses elementos ficarão expostos durante a operação;

• Confirmar que os operadores de guindaste possuem capacitação e certificação para exercer


tal função.

Após a fase de planejamento da operação, os executantes deverão realizar uma inspeção visual
em todos estes equipamentos e acessórios. Para esta inspeção deverá ser utilizado o checklist
IT-044-A17 anexo da IT-CBO-044 - MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS. Deverão ser verificados:

• Cabrestantes e tuggers – Verificar se a estrutura do equipamento se encontra sem danos que


possam comprometer a operação. Verificar se os cabos estão em boas condições visuais,
adequadamente lubrificados, sem sinais de gaiolas, abrasão, esticamento, arames rompidos,
amassamento e corrosão. Verificar se os soquetes se encontram sem sinais de trinca, rupturas
ou bolhas na soquetagem;

• Cabos de fibra (HMPE) – Verificar se há degradação das fibras, cortes ou partes expostas do
interior do cabo;

• Correntes – Devem estar sem sinais de abrasão, elos danificados ou quebrados, corrosão e
elos tortos;
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• Ganchos – Checar que não estejam tortos, quebrados ou deformados. Checar dimensão
correta da boca do gancho;

• Eslingas – Devem estar sem sinais de abrasão, esticamento, arames rompidos, amassamento
e corrosão;

• Cintas – Verificar se a etiqueta se encontra legível, sem sinais de cortes ocasionados por quinas
vivas;

• Roldanas e olhais do convés – Verificar SWL compatível, roldanas lubrificadas;

• Manilhas – Verificar identificação (cor), estado da rosca, porca, abrasão, alinhamento do


cavirão, corrosão, contrapinos (deve ser utilizado material apropriado, sendo proibida sua
reutilização e o uso de materiais como eletrodos de solda, ausência de deformações na
estrutura, sentido de rotação da porca que deverá estar fechando durante o movimento de
“pagar” o sistema para água;

• Elos de Conexão – Ausência de folgas nos compartimentos internos que possam permitir
vibração das partes, alinhamento do pino, ausência de deformações na estrutura, lubrificação,
dimensões e posição do chumbo;

• Swivel – Ausência de distorções na estrutura, alinhamento e lubrificação. É uma boa prática,


sempre que for desconectar um sistema que estava exposto a cargas durante operação,
observar se o swivel foi capaz de atuar no cabo de trabalho, através da percepção de ausência
de torção durante o momento de desconexão;

• Rabichos – Ausência de deformações e trincas na estrutura;

• Cabos de Aço (Cabo de trabalho) – Ausência de abrasão, esticamento, arames rompidos,


amassamento, corrosão, verificar estado da lubrificação, do soquete e condições do cabo
próximo ao soquete.

Após a fase de inspeção será iniciada a montagem dos componentes do sistema previsto no
procedimento durante a fase de planejamento.

O uso da “Marreta de Manuseio” requer prática e habilidade, e


nenhum tripulante poderá usá-la sem treinamento e supervisão.

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PROCEDIMENTO

1. Montagem e Desmontagem de Conexões

Os diferentes tipos de conectores para a união dos componentes de sistemas de ancoragem


estão detalhados no Capítulo 6 do Manual de Operações AHTS.

Desconexão e conexão de manilhas

Para desconexão de manilhas, recomenda-se a seguinte sequência:

1. Remover o contrapino do cavirão com o auxílio de uma talhadeira,


batendo com marreta apropriada;

2. Retirar a porca do cavirão com auxílio da marreta e desrosquear no


sentido anti-horário;

3. Retirar o cavirão da harpa da manilha;

Somente desconectar manilhas do sistema após garantir


que não há torção no cabo de trabalho.

Para conexão de manilhas, recomenda-se a seguinte sequência:

1. Retirar a porca do cavirão, desrosqueando no sentido anti-horário (atentando para o


posicionamento seguro das mãos);

2. Remover o cavirão da harpa (atentando para o posicionamento seguro das mãos);

3. Inserir a harpa da manilha no elo da amarra ou onde esta será conectada. Observação: a
harpa sempre deverá ser conectada no sistema de fundo;

4. Encaixar o cavirão na harpa da manilha;

5. Rosquear a porca do cavirão até o final, apertando-a no sentido horário com auxílio da
marreta;

6. Inserir o contrapino no orifício do cavirão e dobrar suas pontas utilizando o tubo de inox se
for contrapino bipartido ou sendo maciço, utilizar o tubo de mão de força e dobrar suas
pontas em “Z” (sentidos opostos).

É proibido a reutilização de contrapinos e o uso de


materiais como eletrodos de solda.
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Manilhas são desenhadas para suportar o esforço no


sentido longitudinal, e não transversalmente.

Diversos exemplos de manilhas quebradas por causa de mau uso.

Ferramentas Usadas para conexão / desconexão de elos

No caso de Marreta de manuseio, deverá ter isolamento


vibratório.

O sacapino deverá ser protegido contra vibração e


possuir pontas boleadas.

Existem dois tipos de sacapino: de pino longo e pino


curto.

O Curto será usado primeiro para a marretada inicial,


para movimentar o pino do elo e fazê-lo sair um pouco;
enquanto o longo será usado para completar a extração
do pino do elo.

Sacapino

Marreta

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Desconexão e conexão de elos

Para extração de pinos, dois tripulantes deverão trabalhar


coordenadamente. Recomenda-se a seguinte sequência: 1
1. Um tripulante com sacapino longo posicionará este no
orifício menor do elo (oposto ao chumbo), e segurará a
ferramenta a um ângulo de 45º em relação ao convés
se mantendo fora da linha de ação da marreta;

2. O outro tripulante golpeará o sacapino com a marreta;

3. O pino será extraído do elo;

4. Logo após o chumbo e o pino saírem, o malhete poderá 2


ser retirado com ajuda da marreta, para se iniciar o
desmonte do elo;

5. Finalmente, o corpo principal do elo será desmontado


com ajuda de marreta.

5
3

Os elementos que compõem um elo de


conexão são específicos e únicos desse 4
elo (como uma digital), e não poderão ser
trocados entre eles.

É importante lembrar também que os


pinos possuem bitolas diferentes para
cada SWL.

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Como alternativa, pode-se utilizar os extratores tipo FASK, que são uma solução de
engenharia para evitar o uso de sacapinos tradicionais.

Os extratores de pino tipo FASK, deverão estar com suas manutenções em dia e o pessoal
treinado no uso correto.

Componentes da Terminação do Cabo de Poliéster (Conexões)

Os cabos de fibra usados em diversos tipos de sistemas para operações de manuseio de


âncoras são conectados a outros elementos do sistema através do uso combinado de roletes
e manilhas instalados nas “mãos” dos cabos.

É de suma importância evitar o contato entre o cabo de poliéster e arestas vivas (atentar para
a área do tambor, conexões e o rolo de popa). Deve-se inspecionar o trajeto previsto para o
cabo entre o guincho e o rolo de popa, sempre verificando possíveis interferências que possam
danificá-lo.

Montagem das Terminações de Cabos de Poliéster (Mãos)

Recomenda-se a seguinte sequência:

1. Primeiramente se deve instalar o rolete no seio do poliéster (mão). Geralmente o seio será
aberto com ajuda de um guindaste ou do cabrestante, puxando o lado oposto ao bordo em
que o rolete está tocando, de forma que ajude a aumentar o tamanho do seio e o rolete
consiga passar completo;

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2. Uma vez posicionado dentro do seio, passar o guindaste


(utilizando uma cinta) na mão do polyester para que o conjunto 1
mão + rolete seja suspenso;

3. Com o auxílio do guindaste e do cabrestante se puxará o


rolete ajustando-o no seio para iniciar a costura da “mão”;

4. A costura será feita com filaça de forma que se consiga


fixar o rolete à mão do cabo e que se consiga reduzir o
tamanho desta abertura;

5. Com a costura para o fechamento do seio finalizada, a


“mão” do cabo será posicionada na base para instalação,
onde poderá ser inserida a manilha correspondente; 2
6. Estando a mão pré-montada na base, a manilha será
inserida no rabicho de amarra para a operação;

7. Ao final, será instalada a manilha adequada no rolete.

5 6

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2. Movimentação de Material no Convés

A movimentação de materiais e cabos de um


local para outro no convés é uma atividade
rotineira em embarcações AHTS. Esta tarefa
quando não for possível realizar
manualmente deverá ser realizada com
auxílio de cabrestantes, tuggers e guindastes,
sempre cumprindo as instruções contidas na
IT-CBO-044 – “MOVIMENTAÇÃO DE
CARGAS”.

Antes de qualquer operação, deverá ser


verificado o estado e certificação dos
materiais conectores e cabos de aço que
serão utilizados. Deverá também, ser
verificada a compatibilidade do SWL do cabo
e do cabrestante com o peso do elemento a
ser arrastado ou içado.

Movimentação de material por arraste

Este tipo de movimentação somente deverá ser efetuada após todos os membros da equipe
estarem abrigados e posicionados de forma que em caso de rompimento do cabo, ninguém
seja atingido.

Durante este tipo de movimentação também se deve atentar a comunicação, que deve ser
clara e eficaz para que o cabo não seja tesado ou solecado demais

Para conectar os equipamentos com o cabo que fará tração, poderão ser utilizadas eslingas
de corrente, cintas ou eslingas de aço passadas por olhais ou por meio de manilhas.

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Para realizar o arraste de materiais é


conveniente conhecer a força que será
exercida nos cabrestantes ou tuggers.
Conhecendo o coeficiente de atrito, podemos
calcular esta força conforme o exemplo
abaixo:

Primeiramente deve ser considerado o


Coeficiente de Atrito µ.

Para o aço médio, o estático seria de µ = 0,25


e µ = 0,15 dinâmico, aproximadamente.
O coeficiente estático é aplicado para calcular
a força que será necessária para quebrar a
inércia e iniciar o movimento.

Por exemplo, para uma ancora de 30 t temos


que,

30 t x 0,25 = 7,5 t estático


30 t x 0,15 = 4,5 t dinâmico
Para o caso de convés de madeira, o estático Exemplo de arraste de um T-120 até a popa usando um
é de µ = 0,5 dinâmico µ = 0,4. combinado de cabos dos guinchos principais com cabo dos
tuggers.

Para esta mesma ancora de 30 t, no convés de madeira, a força exercida seria de 15 t estático
e 12 t dinâmico.

Cabo dos
Tuggers
conectados no
olhal traseiro do
T-120.

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Movimentação com Auxílio de Guindaste

Elementos e equipamentos menores poderão


ser manuseados através de içamento com
ajuda de guindastes de convés.

É fundamental o correto posicionamento dos


tripulantes para aumentar a segurança, dado
que o movimento do navio pode alterar a
posição do equipamento subitamente, podendo
causar lesões.

O guindaste poderá ser operado somente por


pessoal treinado e capacitado no uso de
mesmo.

Durante essas situações deverá ser definido um coordenador da tarefa, o qual não estará
envolvido diretamente na movimentação desses equipamentos, somente observando e
repassando instruções.

É desejável que os oficiais do passadiço, caso possível, posicionem a embarcação de maneira


a evitar balanços e caturros excessivos. Atenção especial deve ser dada ao posicionamento
de mãos e dedos.

Os exemplos a seguir, mostram o uso de guindaste no convés de AHTS para movimentação


de equipamentos e conexão de terminais através de içamento.

É de extrema importância observar se os pontos onde serão conectadas essas eslingas


encontram-se certificados e em boas condições visuais.

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Durante toda a operação os executantes devem atentar para a consciência situacional devido
a quantidade de obstáculos e materiais que podem estar dispostos no convés dependendo
do tipo de operação. Todos esses materiais podem ocasionar tropeços e quedas, por este
motivo, sempre que possível é desejável manter o convés organizado, com os materiais que
não estejam em uso peados, e se movimentar com atenção.

Eslinga de corrente usada


para içamento de cargas no
convés.

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No caso de elevação de amarras, sempre conectar a linga na harpa do elo de amarra, evitando
conectar no corpo do elo, o que pode ocasionar no deslocamento da linga no elo.

Durante conexões ou desconexões, deve-se ter muito cuidado e avaliar possíveis movimentos
inesperados devido à energia acumulada em alguns elementos que ficaram com torção ou
que estejam em equilíbrio indiferente.

NÃO SE DEVE APOIAR AS MÃOS DIREITAMENTE EM UMA CARGA


SUSPENSA, SEMPRE UTILIZAR UMA FERRAMENTA OU O CABO DO
TUGGER/CABRESTANTE PARA PUXAR ESTA CARGA.

3. Manobras de movimentação de materiais entre embarcações.

As embarcações se posicionarão
popa-a-popa, e qualquer um dos
navios enviará para o outro a retinida,
para poder passar o cabo
mensageiro.

Uma embarcação denominada AHTS


2 lançará a retinida. A embarcação
denominada AHTS 1 puxará a
retinida manualmente até receber o
cabo mensageiro (geralmente cabo
de polipropileno de 18mm) no convés
conectado ao cabo do tugger do
AHTS 2. Deve-se atentar para que o
comprimento da retinida esteja o
mínimo possível dentro da água,
evitando que esta seja puxada pelos
propulsores ou thrusters.

Caso o cabo do tugger do AHTS 2


não seja um cabo leve, tipo HMPE, o
AHTS 1 poderá neste momento
conectar o cabo do seu tugger e
colher o cabo do tugger do AHTS 2
utilizando este equipamento.

Os cabos dos tuggers dos dois


barcos deverão estar conectados aos
materiais transferidos durante a
operação de transferência;

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1. Uma vez com a terminação do cabo do


tugger do AHTS 2 no convés, o AHTS 1
poderá conectá-la no rabicho do
poliéster ou cabo de aço a ser
transferido.

Este é um momento crítico, pois


geralmente os marinheiros deverão
posicionar o cabo manualmente para
permitir a conexão.

Sempre que for possível, evitar segurar


o cabo na mão, deixando-o seguro na
posição utilizando o tugger e
aproximando o rabicho a ser conectado
até a terminação do cabo do tugger da
outra embarcação.

2. Após conectado o Cabo de Tugger no


Rabicho do cabo a ser transferido, o
AHTS 2 entrará em contato com o AHTS
1 confirmando se poderá recolher o
cabo do seu tugger.

Com esta confirmação recebida, os


marinheiros dos dois AHTS deverão se
abrigar e o AHTS 2 recolherá o cabo do
seu tugger até que o rabicho do cabo do
AHTS 1 possa ser travado no Shark jaw.
Atentar para que o cabo a ser
transferido no convés do AHTS 1 esteja
com seio (Vai-e-vem) suficiente no
convés para que possa ser recolhido
pelo AHTS 2.

3. Uma vez travado, os marinheiros do AHTS 2 conectarão o cabo do AHTS 1 com o sistema
a ser transferido ou utilizado na operação.

4. Fazer o Vai-e-Vem no Convés do AHTS

1. Os marinheiros utilizarão o cabrestante para puxar o cabo a ser usado até a popa, e
dependendo da operação já poderão deixá-lo passado entre os towing pins.

2. Após puxar o rabicho, voltarão com o cabrestante de popa e conectarão no mesmo cabo
com uma cinta para poder puxar mais um pouco de comprimento de cabo.

3. Desta forma farão o primeiro vaivém, repetindo a operação quantas vezes seja necessário.

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5. Peação e retirada de peação de tambores

Para manobra de peação e retirada de peação dos tambores é de extrema importância que
seja estabelecida comunicação constante e eficaz durante a manobra, além de se assegurar
que o convés está claro durante as manobras com passagem de cabos tensionados e que as
coroas de barbotin, quando aplicável, estão sem amarra.

Durante todo os momentos em que a equipe de convés estiver realizando conexões e


desconexões das eslingas ou cabos de polipropileno no tambor, o guincho deverá estar freado.
Recomenda-se a seguinte sequência:

1. Para a peação de cabo nos tambores dos guinchos deverá ser preparado um cabo de
polipropileno de 18mm e/ou uma eslinga de aço de 19mm ou 16mm.

2. Os marinheiros do AHTS conectarão esta eslinga ao último elo ou soquete do cabo a ser
peado, utilizando uma corrente e uma manilha de 12 ou 10T que passará através destes.

3. Durante esta fase, atentar para o posicionamento correto do soquete na manobra e NUNCA
tentar manuseá-lo com as mãos. Não utilizar alavanca, pois existe risco de torção do cabo.

4. Em seguida, o gato do cabrestante deverá ser passado por trás de um dos towing pins e
conectado a eslinga de aço, daí então, o piloto colherá o guincho em sincronia com o
marinheiro de convés responsável por pagar o cabrestante sob tensão suficiente para que
a eslinga mantenha o cabo bem aduchado e sem folgas no soquete ou elo.

5. Na sequência, serão unidas a mão da eslinga com a mão do cabo de polipropileno.

6. A manobra é então reiniciada e o operador do guincho continua a colher devagar o tambor


enquanto o marinheiro de convés soleca o cabo de polipropileno sob volta.

7. Quando o cabo estiver totalmente peado, a manobra é terminada com um nó no chicote do


cabo de polipropileno.

8. Após o término da manobra, deve-se testar a peação girando o guincho.

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Nas fotos abaixo podemos ver a peação de um EW nos guinchos secundários de um AHTS,
pode-se notar tanto o cabo de aço como o de polipropileno.

Para retirada de peação do guincho, todos os cuidados citados durante a fase de peação do
guincho deverão ser também atendidas. Recomenda-se a seguinte sequência:

1. A equipe de convés deverá solicitar ao passadiço que gire o tambor do guincho até que o nó
no chicote do cabo de polipropileno, do cabo utilizado para peação, esteja na altura das mãos
do marinheiro de convés.
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2. O guincho deverá ser freado e o nó deverá então ser desfeito.

3. Após o nó ser desfeito, o marinheiro solicitará ao passadiço que abra o freio do guincho e
pague devagar enquanto ele retira manualmente as voltas do cabo de polipropileno até a
chegada da mão da eslinga.

4. O Marinheiro de convés mais uma vez solicitará ao passadiço para frear o guincho e conectará
o gato do cabrestante à mão da eslinga, passando o cabrestante atrás do towing pin.

5. Nesta etapa, o convés deverá ficar claro com toda a equipe protegida. Um marinheiro deverá
ficar responsável por colher o cabrestante, outro marinheiro deverá ser responsável pela
comunicação com o passadiço e o terceiro marinheiro deverá supervisionar a faina.

6. O marinheiro responsável pelo cabrestante deverá colher o seu cabo deixando este
tensionado.

7. A manobra será então iniciada quando o marinheiro responsável pela comunicação solicitará
ao passadiço abrir o freio, pagar o guincho controladamente e solicitará ao homem do
cabrestante colher o cabo sob tensão.

8. Atenção redobrada deverá ser adotada durante esta fase, pois caso os operadores de guincho
e cabrestante não estejam em sincronia, o cabo do cabrestante poderá partir.

6. Peação de Materiais no Convés

Para peação de cargas no convés de navios AHTS, a princípio deverão ser seguidas as boas
práticas marinheiras, junto com o Código de Procedimento Seguro para Estivagem e Peação
da Carga ou Cargo Securing and Stowage Code, da IMO.

Alguns equipamentos de grande porte e forma física não habitual, como por exemplo torpedos
T-120, deverão ser utilizadas secções de chapa soldadas no convés formando uma trava ao
deslocamento do torpedo para garantir a sua peação.

Durante a peação de cargas, deverá ser


considerado o centro de gravidade do
equipamento, e as correntes de peação
deverão ficar dispostas em ângulos que
ajudem a decomposição de forças no
caso de movimentos violentos por parte
do navio, por exemplo bandas bruscas
com mal tempo.

Algumas cargas que são consideradas


com geometria complexa ou as
cilíndricas, necessitam de uma peação
mais adequada, fazendo uso de
escoras e auxílio de cunhas, além da
peação com cabos.
GE-424 – Rev. 01 em: 13/02/2023 Página 17/19
PROCEDIMENTO PARA PREPARAÇÃO DO CONVÉS, MANUSEIO,
MOVIMENTAÇÃO E PEAÇÃO DE MATERIAL
Anexo 29 - Manual AHTS

EMBARCAÇÃO

CBO Bossa Nova / CBO Iguaçu / CBO Parintins / CBO Xavantes / CBO Cabralia / CBO Terra Brasilis

No caso de cargas diversas e que podem flutuar, é muito importante levar em consideração a
condição de popa aberta nos navios AHTS. Todas as cargas que correm risco de deslocamento
em caso de mar embarcando pela popa, devem ser seguras de modo especial.

Também poderão ser usadas as “castanhas” do crash barrier para apertar as cargas contra o
crash barrier, fazendo girar o cabo de aço nas castanhas.

GE-424 – Rev. 01 em: 13/02/2023 Página 18/19


PROCEDIMENTO PARA PREPARAÇÃO DO CONVÉS, MANUSEIO,
MOVIMENTAÇÃO E PEAÇÃO DE MATERIAL
Anexo 29 - Manual AHTS

EMBARCAÇÃO

CBO Bossa Nova / CBO Iguaçu / CBO Parintins / CBO Xavantes / CBO Cabralia / CBO Terra Brasilis

No caso de amarras, conforme o CSS code, estas ficam “auto-travadas” em função de sua forma.
Caso seja necessário peá-las, serão passadas lingas de cabos de aço pelas camadas superiores
para fixá-las.

GE-424 – Rev. 01 em: 13/02/2023 Página 19/19

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