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A neuropsicologia e a aprendizagem

Resumo
O presente artigo tem por objetivo identificar as contribuições do conhecimento sobre as
bases neuropsicológicas da memória e da aprendizagem para a atuação dos profissionais de
educação e, assim, fornecer subsídios aos educadores interessados em promover uma
aprendizagem mais significativa para os alunos. Neste sentido, optamos por uma pesquisa
bibliográfica. É justificado pelo trabalho desenvolvido em sala de aula, estudos e leitura sobre
comportamento; questões levantadas por todos os professores da escola. Diante dos estudos
realizados, percebe-se que se torna importante estimular as áreas do cérebro identificadas
como as responsáveis pelos mecanismos da memória e da aprendizagem. Contudo, ainda há
muito que se questionar e discutir, no intuito de, quem sabe, revelarmos outros sentidos que
estão por trás das pesquisas que envolvam a memória e a aprendizagem, principalmente no
que se refere à sua relação com o aspecto emocional, para que possamos auxiliar a prática
educacional dos educadores.
Unitermos: Memória. Neuropsicologia. Aprendizagem.

Introdução
O estudo das bases neuropsicológicas da memória e da aprendizagem é um dos mais
interessantes temas atualmente analisado no campo da neuropsicologia. Adquirir novos
conhecimentos e posteriormente transformá-los sem perdê-los é o grande interesse dos
pesquisadores que procuram estudar os aspectos envolvidos nos mecanismos de formação da
memória e na sua correlação com a aprendizagem.
A Neuropsicologia é uma especialidade da Psicologia que aborda as relações entre disfunções
cerebrais e comportamento. Uma lesão cerebral, em geral, ocasiona alterações da linguagem,
do pensamento, da memória, das emoções, etc. A Neuropsicologia se dedica a compreender e
a tratar uma grande variedade de alterações que podem resultar de lesões cerebrais de
diferentes tipos. a neuropsicológica é utilizada para identificar déficits, sua gravidade e
extensão, estabelecer inter-relações entre estes déficits, determinar como eles afetam o
funcionamento geral do indivíduo, correlacionar déficits específicos e neuropatologia. Permite,
assim, estabelecer a existência e avaliar a magnitude de alterações cognitivas secundárias à
lesão cerebral, proporcionando uma análise quantitativa e qualitativa do funcionamento
cerebral e possibilitando a comparação com indivíduos da mesma idade, sexo, escolaridade. É
possível utilizar a avaliação neuropsicológica na Formulação de diagnóstico; Reabilitação
cognitiva; Pesquisa clínica; Acompanhamento e documentação do estado do paciente em
tratamento; Confecção de documentos legais; entre outros.
Segundo alguns estudiosos, a aprendizagem é o processo de alteração de conduta de um
indivíduo, seja por condicionamento operante, experiência ou ambos, de uma forma
razoavelmente permanente. As informações podem ser absorvidas através de técnicas de
ensino ou até pela simples aquisição de hábitos. O ato ou vontade de aprender é uma
característica essencial do psiquismo humano, pois somente este possui o caráter intencional,
ou a intenção de aprender; dinâmico, por estar sempre em mutação e procurar informações
para a aprendizagem; criador, por buscar novos métodos visando a melhora da própria
aprendizagem, por exemplo, pela tentativa e erro. Outro conceito de aprendizagem é uma
mudança relativamente durável do comportamento, de uma forma mais ou menos sistemática,
ou não, adquirida pela experiência, pela observação e pela prática motivada. Na verdade a
motivação tem um papel fundamental na aprendizagem. Ninguém aprende se não estiver
motivado, se não desejar aprender.
O ponto de partida desta análise é a concepção vygotskyana de que o pensamento verbal
não é uma forma de comportamento natural e inata, mas é determinado por um processo
histórico-cultural e tem propriedades e leis específicas que não podem ser encontradas nas
formas naturais de pensamento e fala.
Uma vez admitido o caráter histórico do pensamento verbal, devemos considerá-lo sujeito a
todas as premissas do materialismo histórico, que são válidas para qualquer fenômeno histórico
na sociedade humana (Vygotski, 1993, p. 44).
Sendo o pensamento sujeito às interferências históricas às quais está o indivíduo submetido,
entende-se que, o processo de aquisição da ortografia, a alfabetização e o uso autônomo da
linguagem escrita são resultantes não apenas do processo pedagógico de ensino-aprendizagem
propriamente dito, mas das relações subjacentes a isto.
Vygotski diz ainda que: O pensamento propriamente dito é gerado pela motivação, isto é,
por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e emoções. Por trás de cada pensamento
há uma tendência afetivo-volitiva. Uma compreensão plena e verdadeira do pensamento de
outrem só é possível quando entendemos sua base afetivo-volutiva (Vygotski, 1991 p. 101).
Desta forma não seria válido estudar as dificuldades de aprendizagem sem considerar os
aspectos afetivos. Avaliar o estágio de desenvolvimento, ou realizar testes psicométricos não
supre de respostas às questões levantadas. É necessário fazer uma análise do contexto
emocional, das relações afetivas, do modo como a criança está situada historicamente no
mundo. Na abordagem de Vygotski a linguagem tem um papel de construtor e de propulsor do
pensamento, afirma que o aprendizado não é desenvolvimento, o aprendizado adequadamente
organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de
desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer (Vygotski, 1991 p. 101).
A linguagem seria então o motor do pensamento, contrariando assim a concepção
desenvolvimentista que considera o desenvolvimento a base para a aquisição da linguagem.
Vygotsky defende que os processos de desenvolvimento não coincidem com os processos de
aprendizagem, uma vez que o desenvolvimento progride de forma mais lenta, indo atrás do
processo de aprendizagem. Isto ocorre de forma seqüencial. (Vygotski, 1991 p. 102).
Já nos estudos de Piaget, a teoria da equilibração, de uma maneira geral, trata de um ponto
de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada como um mecanismo
autorregulador, necessária para assegurar à criança uma interação eficiente dela com o meio-
ambiente (Wadsworth, 1996). Na bordagem de Piaget (1975, p. 14), o sujeito está em
constante equilibração. Paín parte desse pressuposto e afirma que as dificuldades de
aprendizagem podem estar relacionadas a uma hiperatuação de uma dessas formas, somada a
uma hipo-atuação da outra gerando as modalidades de aprendizagem sintomática a seguir:
Hiperassimilação sendo a assimilação o movimento do processo de adaptação pelo qual os
elementos do meio são alterados para serem incorporados pelo sujeito, numa aprendizagem
sintomatizada pode ocorrer uma exacerbação desse movimento, de modo que o aprendiz não
resigna-se ao aprender. Há o predomínio dos aspectos subjetivos sobre os objetivos. Esta
sintomatização vem acompanhada da hipoacomodação.
Hipoacomodação a acomodação consiste em adaptar-se para que ocorra a internalização. A
sintomatização da acomodação pode dar-se pela resistência em acomodar, ou seja, numa
dificuldade de internalizar os objetos (Fernández, 1991 p.110).
Hiperacomodação acomodar-se é abrir-se para a internalização, o exagero disto pode levar a
uma pobreza de contato com a subjetividade, levando à submissão e à obediência acrítica. Essa
sintomatização está associada a hipoassimilação.
Hipoassimilação nesta sintomatização ocorre uma assimilação pobre, o que resulta na
pobreza no contato com o objeto, de modo a não transformá-lo, não assimilá-lo de todo,
apenas acomodá-lo. A aprendizagem normal pressupõe que os movimentos de assimilação e
acomodação estão em equilíbrio. O que caracteriza a sintomatização no aprender é predomínio
de um movimento sobre o outro. Quando há o predomínio da assimilação, as dificuldades de
aprendizagem são da ordem da não resignação, o que leva o sujeito a interpretar os objetos de
modo subjetivo, não internalizando as características próprias do objeto.
O papel da memória na aprendizagem, independente da escola de pensamento seguida,
sabe-se que o indivíduo desde o nascimento, utilizando seu Percepção|campo perceptual, vai
ampliando seu repertório e construindo conceitos, em função do meio que o cerca. Estes
conceitos são regidos por mecanismos de memória onde as imagens dos sentidos são fixadas e
relembradas por associação a cada nova experiência.
A memória permanente, ou memória de longo prazo, depende de transformações na
estrutura química ou física dos neurônios. Aparentemente as mudanças sinápticas têm uma
importância primordial nos estímulos que levam aos mecanismos de lembranças como imagens,
odores, som|sons, etc, que, avulsos parecem ter uma localização definida, parecendo ser de
certa forma blocos desconexos, que ao serem ativados montam a lembrança do evento que é
novamente sentida pelo indivíduo, como por exemplo, a lembrança da confecção de um bolo
pela avó pela associassão da lembrança de um determinado odor.
O processo de aprendizagem é de suma importância para o estudo do comportamento.
Alguns autores afirmam que certos processos neuróticos, ou neuroses, nada mais são que uma
aprendizagem distorcida, e que a ação recomendada para algumas psicopatologias são um
redirecionamento para a absorção da nova aprendizagem que substituirá a antiga, de forma a
minimizar as sintomatizações que perturbam o indivíduo. Isto é, através da reaprendizagem
(re-educação) ou da intervenção profissional através da Psicopedagogia.
Cada indivíduo apresenta um conjunto de estratégias cognitivas que mobilizam o processo
de aprendizagem. Em outras palavras, cada pessoa aprende a seu modo, estilo e ritmo. Embora
haja discordâncias entre os estudiosos, estes são quatro categorias representativas dos estilos
de aprendizagem: Visual: aprendizagem centrada na visualização. Auditiva: centrada na
audição, Leitur/Escrita: aprendizagem através de textos, Ativa: aprendizagem através do
fazer.
Dessa forma, a aprendizagem é mais bem definida como um processo evolutivo e constante,
que envolve um conjunto de modificações no comportamento do indivíduo, tanto a nível físico
como biológico, e do ambiente no qual está inserido, onde todo esse processo emergirá sob a
forma de novos comportamentos. Sendo a aprendizagem um processo constituído por diversos
fatores.
"Dificuldade de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de
transtornos manifestados por dificuldades significativas na aquisição e uso da escuta, fala,
leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Atualmente, a descrição dos Transtornos
de Aprendizagem é encontrada em manuais internacionais de diagnóstico, tanto no CID-10,
elaborado pela Organização Mundial de Saúde (1992), como no DSM-IV, organizado pela
Associação Psiquiátrica Americana (1995). Ambos os manuais informam que os transtornos não
podem ser conseqüência de: Falta de oportunidade de aprender; Descontinuidades
educacionais resultantes de mudanças de escola; Traumatismos ou doença cerebral adquirida;
Comprometimento na inteligência global; Comprometimentos visuais ou auditivos não
corrigidos.
Atualmente, acredita-se na origem dos Transtornos de Aprendizagem a partir de distúrbios
na interligação de informações em várias regiões do cérebro, os quais podem ter surgido
durante o período de gestação. Tanto o CID-10, como o DSM-IV apresenta basicamente três
tipos de transtornos específicos: Transtorno da Leitura: Rendimento da capacidade de
leitura, como correção, velocidade ou compreensão da leitura, significativamente inferior à
media para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade do indivíduo. A
dificuldade de leitura apresentada pelo indivíduo interfere de modo significativo nas atividades
cotidianas que requeiram habilidades de leitura. A leitura oral se caracteriza por distorções,
substituições ou omissões. O Transtorno da Matemática, também conhecido como
discalculia, não é relacionado à ausência de habilidades matemáticas básicas, como contagem,
e sim, na forma com que a criança associa essas habilidades com o mundo que a cerca. A
aquisição de conceitos matemáticos e outras atividades que exigem raciocínio são afetadas
neste transtorno, cuja baixa capacidade para manejar números e conceitos matemáticos não é
originada por uma lesão ou outra causa orgânica. Em geral, o Transtorno da Matemática é
encontrado em combinação com o Transtorno da Leitura ou Transtorno da Expressão
Escrita. Transtorno da Expressão Escrita: Um transtorno apenas de ortografia ou caligrafia,
na ausência de outras dificuldades da expressão escrita, em geral, não se presta a um
diagnóstico de Transtorno da Expressão Escrita. Neste transtorno geralmente existe uma
combinação de dificuldades na capacidade de compor textos escritos, evidenciada por erros de
gramática e pontuação dentro das frases, má organização dos parágrafos, múltiplos erros
ortográficos ou fraca caligrafia, na ausência de outros prejuízos na expressão escrita.
Transtornos de aprendizagem:
Dislexias: A incapacidade de aprender a ler de um indivíduo que possui a capacidade
intelectual necessária. Vários são os termos dados a este transtorno como: dislexia específica,
dislexia de evolução, e no passado "cegueira verbal congênita". Segundo Bender (Teoria de
atraso na maturação cerebral). "Retardo de maturação". A dislexia representaria um tipo
especial de imaturidade cerebral, na qual se atrasaria à função de reconhecimento visual e
auditivo dos símbolos verbais.
Dislalia: Transtorno funcional primário que corresponde ao atraso da fala, à linguagem "bebê".
É um evento oculto que não pode ser controlado diretamente. Dessa maneira, é muito parecido
com o processo oculto de aprendizagem, que também não apresenta referência direta e só
pode ser mensurado pela observação das alterações no desempenho. Infelizmente, a atenção é
um pré-requisito da aprendizagem. Se ambos são mensurados por uma alteração no
desempenho é devida à atenção imperfeita, à aprendizagem imperfeita ou ambas.
A atenção na aprendizagem refere-se à seleção de estímulos dentre os vários utilizados no
processo de aprendizagem, a fim de a ele associar a resposta adequada. A criança precisa
dispor da atenção seletiva para discernir dentre tantos estímulos àquele que leva a uma
resposta apropriada. A atenção deve estar centrada no conteúdo propriamente, não na forma e
recursos utilizados na aprendizagem do mesmo. Ao escutar uma explicação oral, além de
preocupar-se com a compreensão da mesma, há uma percepção de tom de voz, sotaque, etc.;
que também fazem parte do estímulo. Caso a atenção não esteja centrada, (atenção seletiva);
ela se desviará, não vingando o essencial.
Apraxias: Incapacidade de executar os movimentos apropriados a um determinado fim,
conquanto não haja paralisias.
Disfasias/Audiomudez: Transtornos raros da evolução da linguagem. Trata-se de crianças
que apresentam um transtorno da integração da linguagem sem insuficiência sensorial ou
fonatória; que podem, embora com dificuldade, comunicar-se verbalmente e cujo nível mental é
considerado normal.
Ecolalia: Repetição da fala do interlocutor.
Disortografia: Escrita com os erros de que tratamos, pode ser o primeiro ou único achado de
exame em caso de dislexia leve não examinado logo no início, podendo ter havido, mas já
desaparecido, as dificuldades à leitura. Boa parte dos disléxicos melhora razoavelmente nesta
matéria, enquanto ainda cometem muitos erros à escrita.
Afasia: É a perda parcial ou total da capacidade de linguagem, de causa neurológica central
decorrentes de AVC (Acidente Vascular Cerebral), lesões cerebrais nas áreas da fala e
linguagem. Conforme a extensão e localização da lesão o paciente pode apresentar um ou mais
sintomas. Perda total ou parcial da articulação das palavras; Perda total ou parcial da fluência
verbal; dificuldade de expressar-se verbalmente; nomear objetos; repetir palavras; contar;
nomear, por exemplo, os dias das semanas, meses do ano; ou ainda perda da noção
gramatical.
Disfasia: Transtorno da linguagem-afasia congênita. Cujos transtornos se referem a recepção
e análise do material auditivo, verbal e dificuldades com o discurso (perturbações na
comunicação verbal), gagueira.
Memória: A memória pode ser definida como a capacidade do indivíduo de gravar as
experiências e acontecimentos ao longo da vida. Pode ser dividida em: Tipos de
Material: Verbal ou não verbal; Modalidade de Experiência Sensorial: Visual, Auditiva,
Táctil e Gustativa; Memória de Curto Termo: aspecto de memória que envolve lembrança
Imediata; Memória de Longo Termo: para informações apresentadas pelo menos há 30
minutos; Memória Remota: para informações que ocorreram há mais de 24 h.
Os transtornos de memória têm sido mais freqüentemente relatados como déficits de
habilidade associadas com algum tipo de disfunção cerebral. Problema de memória é também
freqüentemente foco de intervenções de tratamento, e podem ser classificados como
Retrógrada (dificuldade de memória para informação codificada antes da lesão) e Anterógrada (
dificuldade de memória para informações subseqüentes à lesão).
No tratamento das disfunções da memória é importante identificar a fonte da dificuldade, se
possível, bem como a natureza e parâmetros da disfunção. Entendendo-se o mecanismo da
dificuldade pode-se conduzir ao desenvolvimento das intervenções apropriadas. A intervenção
psicopedagógica em indivíduos que tem problema de retenção vem no sentido de auxiliar para
que este faça um maior número de relações entre o objeto de estudo (o que quer ou precisa
aprender) e suas estruturas mentais.
Hiperatividade: A imagem composta da primeira infância e da meninice das crianças
hiperativas é a de crianças que têm dificuldade de alimentar-se, de dormir, estão muitas vezes
em mau estado de saúde e não aprendem a falar ou só falam adequadamente após os três
anos de idade ou mais.
Atraso de Linguagem: Considera-se atraso de linguagem crianças que até 1 ano e ½ não
falam palavras isoladas.A partir dos 2 anos não formam frases. Os pais ou aqueles que cuidam
da criança não esperam que a mesma exprima sua vontade, antecipam-se fazendo aquilo que a
criança quer fazendo com que a criança não sinta necessidade de falar.
A maioria das crianças necessita de intervenção psicopedagógica e/ou fonoaudiológica e
continua participando das aulas. Cabe ao profissional que acompanha a criança ou adolescente
realizar contatos com a escola a fim de estabelecer uma maior qualidade do processo de
aprendizagem.
Considerações finais
O conhecimento das bases neuropsicológicas da memória e da aprendizagem é muito
importante hoje em dia, principalmente para os profissionais de educação, por possibilitar
entendimento de como o indivíduo realiza os processos de aquisição, armazenamento e
evocação de informações necessárias para propiciar um bom aprendizado escolar.
Diante dos estudos realizados pelos pesquisadores, percebemos que se torna indispensável
estimular as áreas do cérebro identificadas como as responsáveis pelos mecanismos da
memória e da aprendizagem, objetivando auxiliar os neurônios a desenvolverem novas
conexões. Neste sentido, entendemos que os alunos precisam ser educados desde a mais tenra
idade com bases nos conhecimentos neuropsicológicos da memória e da aprendizagem, para
que possam com isso seguir um caminho mais viável rumo ao desenvolvimento pleno das suas
capacidades cognitivas.
Nesta perspectiva, a escola tem um desafio que é integrar os seus referenciais teóricos
pedagógicos às pesquisas no campo da neuropsicologia, para a conquista do sucesso no
processo de aprendizagem de seus alunos. Os professores são, portanto, os principais agentes,
por meio do desenvolvimento de estudos e criação de projetos que envolvam a realização de
um ensino voltado para as reais necessidades dos alunos, pois, quando compreendemos que o
ato de aprender envolve cérebro, corpo e sentimentos, adotamos uma ação mais competente,
levando em conta a influência do todo humano na construção do conhecimento.
Assim, mais do que um exercício para a nossa curiosidade, identificar as bases
neuropsicológicas da memória e da aprendizagem contribui para auxiliar a atuação dos
profissionais de educação, promovendo uma aprendizagem mais significativa. Entretanto, ainda
nos cabe muito a pesquisar, para desvendar os mistérios que envolvem o entendimento sobre a
memória e sua correlação com aprendizagem, pois tão dinâmica quanto elas é a plasticidade
cerebral que as acompanha e que nos abre um grande leque de possibilidades para estudos
sobre os mecanismos pelo qual aprendemos e lembramos.
Portanto, considerando a importância do conhecimento das bases neuropsicológicas da
memória e da aprendizagem para os profissionais de educação, podemos concluir nossas
reflexões afirmando que o estudo aqui apresentado apenas espera sutilmente poder contribuir
para o incremento da pesquisa e valorização dessa temática.
Bibliografia
 Paín, S. (1989). Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. 3ª
edição Porto Alegre: Artes Médicas.
 Piaget, J. (1998). Seis Estudos de Psicologia. Tradução Maria Alice Magalhães D’Amorim
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 Piaget, J. (1994). O Juízo Moral na Criança. São Paulo: Summus.
 Piaget, J.; Inhelder, B. (1982). A psicologia da criança. São Paulo: DIFEL.
 Piaget, J. (1975). Como se desarrolla la mente del niño. In: Piaget, J. et al.; Los años
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 Piaget, J. (1996). Biologia e Conhecimento. 2ª Ed. Petrópolis: Vozes.
 Piaget, J. (1975). A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar.
 Vygotski, L. S. (1991). A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes.
 Vygotski, L. S. (1993). Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes.
 Wadsworth, B. (1996). Inteligência e Afetividade da Criança. 4ª Ed. São Paulo: Enio
Matheus Guazzelli.

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