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MARACANAÚ-CE
2022
GIULIA MAGALHÃES FERNANDES
MARACANAÚ-CE
2022
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Página reservada para a ficha catalográfica, que você pode elaborar por meio do Gerador de
Ficha Catalográfica on-line do IFCE.
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GIULIA MAGALHÃES FERNANDES
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
Prof. Me. Xxxxxxxxxx Xxxxxx Xxxxxx (Orientador)
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) – Campus Xxxxxxxxxx
_________________________________________________________
Profa. Ma. Xxxxxxx Xxxxxx xx Xxxxxxx
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) - Campus Xxxxxxxxxx
_________________________________________________________
Profa. Dra. Xxxxxxxx Xxxxxx Xxxxxxxxx
Universidade Federal do Ceará (UFC)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, por ter me sustentado até aqui em todos os
momentos da minha vida e, principalmente, por ter sido meu porto seguro nos momentos
difíceis do passado.
Agradeço também aos meus pais, Evaldo Fernandes Campos e Guileider Magalhães de
Sousa, por terem me dado todo o apoio emocional e financeiro para que eu pudesse conquistar
o sonho da graduação em uma cidade distante e, que apesar dos dias de lutas serem muitos,
sempre oraram para que eu continuasse de pé e enfrentasse todos. Meus pais sempre
acreditaram em mim, até nos momentos em que eu mesma não acreditava, por isso os amo
muito e agradeço por tudo.
Agradeço aos meus amigos e colegas de estudo que sempre estiveram junto a mim nos
momentos de aflição e desespero que a faculdade nos fez passar, além de sempre estarem
dispostos a me ouvirem quando eu mais precisei. Em especial, gostaria de agradecer a Jessiane
Rodrigues dos Santos, Luís Guilherme Ferreira Mororó Pereira e Yuri Vasconcelos Marinho,
três grandes amigos que sempre me deram suporte emocional e ajuda nas disciplinas mais
difíceis e que são amigos não só de faculdade, mas também amigos para uma vida inteira.
Agradeço aos meus professores que sempre me ajudaram nessa jornada, cada um com
seu modo próprio de demonstrar preocupação com a profissional que eu me tornaria. A eles
digo que no passado não compreendia a forma de ensinar ou cobrar que eles tinham mas hoje
compreendo que toda exigência feita era uma construção para a profissional que me tornei hoje.
“Aqueles que não estão insatisfeitos nunca
farão qualquer progresso” (SHIGEO
SHINGO).
RESUMO
One of the main objectives of companies worldwide is the elimination of waste in their
production processes; not only multinationals but also micro-enterprises that aim to grow in the
market. For this to be possible, it is necessary to search for ways that can reduce or even
eliminate processes, actions or methods that cause the creation of waste. This work has as main
objective to present the application of the SMED tool in an industry of tubes and metallic
profiles to reduce the time of stops by SETUP in a tube forming machine. In addition to the
SMED tool, other quality tools are presented, such as Brainstorming, Ishikawa Diagram and
Effort X Impact Matrix and the application of all of them in the industrial reality. In this work,
all the steps used to achieve a reduction in machine downtime will be presented, as well as all
the projects developed and implemented in the studied machine and the effect they had on the
SETUP activity.
Keywords: SMED. SETUP. Reduction. Quality.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 13
1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 14
1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................................... 14
1.1.2 Objetivos Específicos.......................................................................................................... 14
1.2 METODOLOGIA ............................................................................................................... 14
2 AS ORIGENS DA FERRAMENTA SMED .................................................................................. 14
2.1 SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO .................................................................................. 14
2.2 LEAN MANUFACTURING .................................................................................................... 16
2.3 FERRAMENTA SMED (SINGLE MINUTE EXCHANGE OF DIE) ................................. 17
2.3.1 Estágio Preliminar: Setup externo e interno não diferenciados .................................... 18
2.3.2 Estágio 1: Separação de setup interno e externo ............................................................. 18
2.3.3 Estágio 2: Conversão de setup interno em setup externo ............................................... 19
2.3.4 Estágio 3: Melhoria contínua de cada processo envolvido no setup interno e externo 19
3 A EMPRESA E SEU PROCESSO PRODUTIVO ........................................................................ 20
3.1 EMPRESA ................................................................................................................................. 20
3.2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO ...................................................................... 21
4. O ESTUDO DE CASO.................................................................................................................... 23
4.1 ETAPAS DO PROJETO .......................................................................................................... 24
4.2 ESTÁGIO PRELIMINAR ....................................................................................................... 25
4.2.1 Formação da Equipe .......................................................................................................... 25
4.2.2 Contrato de Reunião .......................................................................................................... 26
4.2.3 Matriz de habilidades......................................................................................................... 27
4.3 IDENTIFICAR OS TIPOS DE SETUP, DEFINIR O PONTO DE PARTIDA E O
OBJETIVO ...................................................................................................................................... 29
4.3.1 Identificar os tipos de Setup .............................................................................................. 29
4.3.2 Com base nos dados históricos verificar frequência, média e variação ........................ 31
4.3.3 Fazer a análise das prioridades ......................................................................................... 31
4.3.4 Introduzir um sistema de coleta de dados contínuo ........................................................ 32
4.3.5 Definir o ponto de partida e o objetivo ............................................................................. 32
4.4 DEFINIR O MELHOR PADRÃO ATUAL E TREINAR OS OPERADORES .................. 33
4.4.1 Filmar e formalizar o método atual .................................................................................. 33
4.4.2 Determinar os possíveis melhoramentos .......................................................................... 35
4.4.3 Formalizar o melhor padrão e filmá-lo ............................................................................ 46
4.4.4 Providenciar o treinamento dos operadores .................................................................... 48
4.5 INTRODUZIR UM SISTEMA PARA REGISTRAR OS TEMPOS E AS ANOMALIAS 48
4.5.1 Definir o sistema para registrar os tempos e as anomalias................................................. 48
4.5.2 Definir quem, o que e quando ............................................................................................... 50
4.6 ANALISAR E RESOLVER AS ANOMALIAS ..................................................................... 52
4.6.1 Fazer uma análise de prioridade das anomalias .............................................................. 53
4.6.2 Determinar as contramedidas: diagrama causa-efeito e análise 5 porquês .................. 55
4.6.3 Implementar as contramedidas......................................................................................... 58
4.6.4 Introduzir a tabela de monitoramento ............................................................................. 59
4.7 MELHORAR O PADRÃO DEFINIDO ANTERIORMENTE............................................. 60
4.7.1 Dividir as atividades em micro atividades ....................................................................... 60
4.7.2 Analisar e classificar as micro atividades com valor agregado e sem valor agregado . 62
4.7.3 Aplicar a técnica ECRS e identificar as ações de melhoramento................................... 63
4.7.4 Atualizar o padrão e retornar ao passo 2 ......................................................................... 65
4.8 DEFINIR E MELHORAR OS MÉTODOS DE ABORDAGEM ......................................... 65
4.8.1 Analisar os métodos de regulagem e definir as ações de melhoramento ....................... 66
4.8.2 Atualizar o padrão e filmá-lo ............................................................................................ 66
4.8.3 Providenciar o treinamento dos operadores .................................................................... 67
5. INDICADORES .............................................................................................................................. 68
5.1 TEMPO MÉDIO DE SETUP ................................................................................................... 68
5.1.1 Tempo médio de setup para ferramental leve ................................................................. 70
5.1.2 Tempo médio de setup para ferramental pesado ............................................................ 71
5.2 REGULAGEM PÓS SETUP.................................................................................................... 72
5.3 NOVO PADRÃO DE SETUP .................................................................................................. 74
13
1 INTRODUÇÃO
Há muitos anos as indústrias veem passando por grandes mudanças para se manterem
firmes e competitivas no mercado, o que exige inovação e aprimoramento em todas as etapas
do processo de fabricação de seus produtos. Isso pode ser obtido através da aplicação de
melhorias contínuas nos processos e nos equipamentos, as quais geram redução de custos,
aumento da produtividade e da qualidade do produto.
As ferramentas associadas ao Lean Manufacturing permitem identificar em qual
atividade ou etapa do processo pode haver desperdícios; essa visão é alcançada através do
estudo de quatro focos na metodologia: estruturas, mão de obra, equipamentos e movimentos
(ROGRIGUES, 2014). Assim, é possível identificar com boa acurácia os processos que
necessitam de melhorias.
A indústria em estudo possui indicadores de interrupções por paradas de máquinas e
seus respectivos sintomas e, através de uma análise dos indicadores operacionais foi
identificado que o sintoma que causava um maior tempo por parada de máquina era o SETUP
de ferramentas completo. A partir daí se iniciou uma busca para identificar qual máquina
possuía as maiores paradas por tempo de SETUP; a máquina identificada é denominada
“MT04” que produz os tubos de maiores diâmetros e realiza muitas trocas de ferramental em
virtude da grande variação na demanda de produção. Portanto, o problema identificado levantou
o seguinte questionamento: É possível fazer uma redução de tempo no SETUP da máquina com
maiores paradas e alcançar resultados significativos?
Para tornar possível uma resposta afirmativa à pergunta acima, foi escolhida a
ferramenta SMED e seus conceitos para serem aplicados na máquina. SMED (Single Minute
Exchange of Die) é uma das ferramentas mais utilizadas na redução de tempo de SETUP em
equipamentos; traduzida como “troca rápida de ferramentas”, também é conhecida por ser um
conjunto de técnicas pertencentes ao Lean Manufacturing.
Esse estudo foi realizado em uma indústria de tubos e perfis metálicos localizada no
estado do Ceará, fundada em 1979 e que atualmente é um grupo formado por 5 empresas
situadas em 3 estados do Brasil.
Portanto, o problema identificado que tornou esse estudo singular é a ausência de
trabalhos sobre a aplicação da ferramenta SMED em indústrias do ramo metalúrgico. Dessa
forma, esse trabalho busca disseminar os conhecimentos adquiridos durante a aplicação do
14
projeto para que essa ferramenta possa ser mais utilizada em indústrias que encontrem o mesmo
problema do qual esse trabalho se refere.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
Apresentar a aplicação da ferramenta SMED como um meio para obter a redução do
tempo de parada de máquina por SETUP de ferramentas em uma indústria de formação de tubos
e perfis.
1.2 METODOLOGIA
Essa pesquisa trata-se de um estudo de caso que visa analisar os resultados da aplicação
de uma ferramenta da qualidade no eixo industrial. Quanto a sua finalidade, caracteriza-se como
uma pesquisa aplicada (GIL, 1995), pois trata-se de um estudo que visa repassar um
conhecimento efetivamente aplicável.
para diminuir o trabalho braçal realizado pelas mulheres. A partir disso, ele desenvolveu
protótipos de teares até alcançar um modelo elétrico em meados dos anos 20; o modelo
conseguia parar a produção caso houvesse fios rompidos ou quando a quantidade de tecido
programada fosse atingida (LIKER; HOSEUS, 2009). Assim, foi possível que apenas um
operador pudesse supervisionar várias máquinas, levando à diminuição do quadro de
trabalhadores por máquina e um consequente aumento da produtividade tendo em vista que
alguns desperdícios do processo foram eliminados.
Alguns anos depois, com o intuito de estender seus negócios para o ramo
automobilístico, Sakichi mandou seu filho Kiichiro Toyoda para estudar engenharia no Japão.
Kiichiro tinha os mesmos ideais de inovação de seu pai e buscou também atender a melhorias
no processo de produção, criando uma técnica denominada Just In Time (JIT) que significa que
cada processo deve ser suprido com os itens e as quantidades corretas no tempo e lugar corretos
(GUINATTO, 1995).
O JIT, de acordo com ANJOS (2009), é uma técnica muito ampla, mas que possui alguns
valores como base, sendo eles:
- Produzir apenas sob demanda de clientes;
- Utilizar a ferramenta Kanban (acompanhamento da produção utilizando meios de
comunicação sinalizadores);
- Nivelamento da produção;
- Aumento a flexibilidade entre pessoas e máquinas;
É interessante compreender que o JIT é uma técnica abrangente, mas que possui como
objetivo maior o aumento da produtividade através da eliminação de desperdícios.
Além do conceito JIT, Kiichiro também introduziu o conceito Jidoka na fábrica da
Toyota que significa Autonomação; esse conceito foi mais amplamente aplicado após a fábrica
ter sido assumida por Taiichi Ohno. Jidoka ou Autonomação se baseia em fornecer ao operador
o poder de parar o equipamento ao perceber alguma anomalia no processo (DA SILVA, 2015).
Essa autonomia fornecida ao operador elimina alguns danos ou desperdícios que poderiam
ocorrer durante o processo, gerando subsequente aumento da produtividade.
Através desses conceitos utilizados na Toyota percebe-se que há um alinhamento dos
ideais entre eles que incluem a automação das máquinas e a transformação do trabalhador de
mão de obra braçal para uma mão de obra intelectual. Essas modificações no sistema trazem
como consequência a redução de desperdícios nos processos e o aumento da produtividade, o
que é interessante já que traz a valorização de elementos antes não pensados: homem e máquina.
16
Vale ressaltar que a partir do momento que o trabalhador teve mais tempo para observar
a máquina e não para operá-la, ele se torna uma mão de obra mais intelectual e com isso é
possível observar as anomalias que aconteciam nos equipamentos. Essa metodologia de
observação permite aos envolvidos traçar tratativas para eliminar as anomalias, levando
novamente à redução dos desperdícios.
Por meio desses métodos e de muitos outros, o Sistema Toyota de Produção ficou
conhecido no mundo todo e se tornou foco de estudo para muitas indústrias e universidades a
fim de disseminarem a metodologia de sucesso deles.
Após a Segunda Guerra Mundial, muitas indústrias buscaram novos meios de produção
para retornarem ao mercado e entre essas indústrias está a Toyota. Taiichi Ohno, engenheiro da
Toyota desde 1940, implantou um novo padrão de produção, a produção enxuta ou Lean
Manufacturing. Essa expressão surgiu pela primeira vez em um estudo feito pelo MIT
(Massachusetts Institute of Technology, EUA) a respeito Sistema Toyota de Produção. Esse
estudo resultou no livro A Máquina que Mudou o Mundo, de Womack et al. (1992), o qual foi
o resultado de uma pesquisa de 5 anos sobre os benefícios e a valorização expressiva que o
Sistema Toyota de Produção obtinha através de seus métodos diferenciados. Esse livro
revolucionou as indústrias da época ao revelar ao mundo qual era o método de sucesso utilizado
pela Toyota.
Lean Manufacturing é um conjunto de ferramentas, práticas e técnicas criadas para obter
uma produção enxuta, na qual há uma busca incessante por eliminação de qualquer desperdício
e um consequente “enxugamento” nos processos; isso gera redução de custos e o aumento da
produtividade. Para Liker (2005), o maior objetivo do Sistema Toyota de Produção é a
eliminação contínua de desperdícios para aumentar a eficiência produtiva, o que remete de
forma integral à filosofia do Lean Manufacturing.
Segundo Ohno (1997) as bases do Sistema Toyota de Produção são a Autonomação
(Jidoka) e o Just In Time. A partir disso ele analisou os processos dentro da fábrica da Toyota
e dividiu os desperdícios encontrados em sete categorias: superprodução, tempo de espera
(tempo sem trabalho), excesso de processamento, transporte desnecessário, excesso de estoque,
movimentos desnecessários e desperdício do pensamento crítico dos funcionários. Essa divisão
o ajudou a compreender quais processos necessitavam de melhorias tais como eliminação de
etapas, enxugamento de atividades ou redução de tempo na operação.
17
Para que haja a eliminação de desperdícios deve-se utilizar de meios para realizar
análises profundas de cada etapa do processo e assim chegar à conclusão do que pode ser
reduzido ou retirado; esses meios são chamados de ferramentas.
Ohno (1997) observou que a atividade que demandava um dos maiores tempos de
execução era a realização do setup, ou troca de ferramental, das máquinas. Setup é a atividade
de troca de ferramental da máquina que ocorre quando o produto a ser produzido muda e o
tempo de setup correspondente se torna o tempo entre a produção da última peça boa da
demanda anterior até o primeiro produto bom produzido da próxima demanda (REIS E ALVES,
2010).
Em busca de meios para diminuir esse tempo, Ohno (1997) observou que as indústrias
dos EUA tinham o menor tempo de setup possível naquela época; o diferencial norte-americano
se dava pela inovação em ferramentas que agilizavam as movimentações no momento do setup
(Cusumano, 1989). Para implantar técnicas novas na fábrica, Ohno chamou Shigeo Shingo, que
mais tarde se tornou um revolucionário da engenharia industrial por suas técnicas, dentre elas
o SMED, a Poka Yoke e o Controle de Qualidade Zero Defeitos.
A ferramenta SMED é usada especificamente para a diminuição do tempo de setup nas
máquinas. Shingo a define em seu trabalho como “[...] abordagem científica para redução do
setup, que pode ser aplicada em qualquer fábrica ou equipamento” (SHINGO, 1985). A troca
rápida de ferramentas (TRF) é viável em produções de pequenos lotes onde há muitas paradas
por conta das demandas de diferentes materiais.
Além disso, Shingo subdivide o SMED em três etapas: Separação de setup interno e
externo, Conversão do setup interno em externo e Melhoria de cada etapa dos setups interno e
externo, havendo ainda uma etapa preliminar que seria a observação do setup quando não há
ainda uma diferenciação do que é setup interno ou externo e antecede todas as outras.
18
Fonte: Shingo,2000.
Essa etapa se baseia na observância da atividade sem haver qualquer diferenciação entre
os tipos de setup, então o foco se trata de como a atividade é realizada e envolve o estudo do
chão de fábrica e de suas condições reais. Além disso, é uma pré-etapa crucial pois também faz
parte do levantamento de dados para o projeto incluindo entrevistas com os envolvidos na
atividade, a filmagem do melhor setup da máquina (para fins comparativos com os setups que
serão realizados), medições, amostragens e também a análise da produção.
por Shingo (1985) como o conjunto de atividades realizadas com a máquina em funcionamento,
mas também podem ser consideradas como as atividades que são realizadas dentro da máquina.
A redução do tempo de setup nessa etapa pode ocorrer por meio da implantação de checklists,
disponibilização das ferramentas de forma mais prática, melhorias no transporte das
ferramentas e outros acessórios utilizados na atividade, entre outros (SHINGO, 2000). Essa
etapa já fornece redução no tempo, mas ainda não são os resultados esperados.
Após a separação dos tipos de setups, Shingo (1985) ressalta que é necessário converter
o maior número de atividades do setup interno para o setup externo. Essa atividade acaba
diminuindo o tempo de setup interno realizado com a máquina em movimento, pois ao reduzir
esse tempo a máquina pode voltar a produzir normalmente mais rápido. De acordo com Sugai,
McIntosh e Novaski (2017), essas atividades sendo transferidas para o setup externo acabam
sendo feitas sem prejudicar o tempo de produção da máquina.
Nessa etapa é possível identificar possíveis melhorias e também é a etapa em que pode
se descartar toda e qualquer atividade que não otimiza o setup ou reduzi-la com o auxílio de
ferramentas. Além disso, é possível enxergar a diminuição do tempo real do setup completo,
mas ainda sem uma redução grande do tempo de cada atividade de forma separada.
2.3.4 Estágio 3: Melhoria contínua de cada processo envolvido no setup interno e externo
De acordo com Shingo (2000), após a identificação, separação e movimentação de
atividades faz-se necessário realizar melhorias em cada etapa, ferramenta ou elemento
envolvido no setup. Dentre essas melhorias está a realização de atividades em paralelo, a
eliminação de ajustes posteriores e a mecanização de atividades ainda realizadas com o esforço
humano.
Alguns autores, como Ferreira e Pires (2006) ainda afirmam que existe uma quinta
subdivisão que se remete à observação dos resultados da aplicação do SMED e das ferramentas,
elementos e mecanizações inseridas no processo. Os autores Fogliatto e Fagundes (2003)
envolvem mais uma etapa do SMED, seguindo o pensamento de Shingo (2000) relacionado à
pré-etapa da figura 1, mas considerando ela como uma etapa e não como uma preparação.
20
De acordo com Harmon e Peterson (1991), a aplicação do SMED tem três principais
benefícios:
- Permite à indústria produzir apenas o necessário, no tempo necessário e sem estoques
desnecessários;
- Elimina as possibilidades de regulagem após o setup;
- Aumenta a capacidade de produção das máquinas, já que o tempo de parada diminui.
Esses benefícios geram redução de tempo, trabalho operacional, custos adicionais e
também incluem a satisfação do cliente com o produto final sendo produzido em um tempo
menor, tornando o cumprimento dos prazos eficaz.
Para atender essa produção puxada, são necessários equipamentos e máquinas que
consigam atender a essa troca de demandas de forma constante e com menor tempo possível
para que a máquina só fique parada pelo tempo necessário para realização da atividade.
A solução proposta para esse problema foi a aplicação dos princípios da ferramenta
SMED, dos princípios do Sistema Toyota de Produção e da filosofia do Lean Manufacturing
em seis etapas cruciais para redução do tempo de Setup da máquina em até 15%. No decorrer
do trabalho será possível ver que as reduções geradas foram muito superiores ao objetivo
principal, chegando até a 67% de redução do tempo de partida.
Após a calibração, o tubo passa pelas cabeças turcas que possuem rolos compressores
que modelam o tubo redondo em tubo quadrado com largura e altura correspondentes ao
produto final; caso seja uma produção de tubos redondos, o tubo apenas passa pelas cabeças
turcas sem ser modificado.
A próxima etapa é a truncadora onde o tubo é cortado pelo disco de corte no
comprimento tabelado (6000 mm – 7000mm), dependendo do tipo de material; após o corte, os
tubos, com seu comprimento correspondente, seguem para a mesa aceleradora onde se trata
apenas de uma etapa de condução dos tubos até a mesa de saída.
O tubo finalmente chega na mesa de enfardamento, ou mesa de saída, onde ele desce
até esbarrar em pinos de contenção da mesa; os pinos são controlados pelo auxiliar que quando
acumula o suficiente de tubos aciona o botão para os pinos baixarem e os tubos caírem nos
berços.
Os berços são os responsáveis por modelar o perfil do fardo de tubos metálicos, seja
retangular ou hexagonal, e ao formar o fardo ele é cintado com fitas, pesado e levado, por meio
de pontes rolantes, até o estoque da máquina. As movimentações seguintes do fardo são de
responsabilidade de outros setores.
FIGURA 2 - LAYOUT DA MÁQUINA
7 TANQUE DE RESFRIAMENTO
8 CALIBRAÇÃO
9 CABEÇAS TURCAS
10 TRUNCADORA
11 MESA ACELERADORA
12 MESA DE SAÍDA
Fonte: Autor (2021)
4. O ESTUDO DE CASO
O método utilizado é o pesquisa-ação, um método que consiste em estudar e analisar a
situação atual e aplicar práticas que colaborem para resultados positivos e significativos. Além
disso, esse método inclui a ação tanto na pesquisa quanto na própria ação, o que o torna mais
eficaz.
colaboradores que participam ativamente do projeto e torna as ações mais claras para os
envolvidos.
ETAPAS DO PROJETO
ETAPAS SUBDIVISÕES
- Formação da equipe
Estágio Preliminar - Contrato de Reunião
- Matriz de Habilidades
- Identificar os tipos de setup
- Com base nos dados históricos verificar frequência, média e
1 - Escolher um tipo de setup, variação
definir o ponto de partida e o
- Fazer a análise das prioridades
objetivo
- Introduzir um sistema de coleta de dados contínuo
- Definir o ponto de partida e o objetivo
2 - Definir o melhor padrão - Filmar e formalizar o método atual
atual e treinar os operadores - Determinar os possíveis melhoramentos
25
Equipe
Liderança:
01 Coordenador de Produção
01 Analista de Processos
Equipe principal:
02 Técnicos em Mecânica
01 Técnico em Ferramentaria
01 Técnico em Manutenção
01 Operador de Máquina (Turno A)
Equipe de Apoio:
03 Supervisores de Produção
01 Supervisor de Ferramentaria
02 Assistentes Administrativos
01 Operador Líder
01 Estagiária
Tutor:
01 Gerente de Produção
Contrato de reunião
OBJETIVO: Garantir o atendimento ao objetivo do projeto de reduzir em 15% o tempo médio de Set-up na Máquina de
Tubo 04 (MT04).
Descrição da pontuação
Pontuação Tipo de treinamento Atividades
das habilidades
Não conhece a teoria ou não
1 −
foi informado
Pareto
Indicador - 2 5 Brainstorming
4
Indicador - 1 3 Causa-Efeito (Ishikawa)
2
Roteiro deste projeto 1 5 Porquês
0
Condução de reunião Plano de Ações
Desejável Atual
A partir desse mapeamento foi possível identificar quem deveria ser treinado e em quais
ferramentas e conhecimentos os treinamentos deveriam ser baseados.
29
5.000
4.000
2.772
3.000 2.184 2.424 2.295
1.729 1.942 1.944
2.000
1.000
75 80 66 84 104 83
0
A partir disso, foi possível filtrar qual sintoma era apontado pelo operacional nas paradas
da máquina, possibilitando identificar quais os tipos de setups existentes e qual deles gerava
mais tempo de parada de máquina.
30
3,5 100
98,6 100,0
97,1
3,0 2,9
90,0
2,6 80
2,5 78,6
60
2,0
Porcentagem
1,5
Qdade (h) 40
41,4
% Acum.
1,0 0,8
0,5 20
0,5
0,1 0,1
0,0 0
INSTALAR/RETIRAR
SETUP PARCIAL
SETUP COMPLETO GA
SETUP PARCIAL GA
TROCA DE ESPESSURA
SETUP COMPLETO
METALIZADORA
Através do Gráfico 3, é possível identificar que o tipo de setup que tem o maior número
de horas de parada por máquina é o Setup Completo, no qual é realizada a troca de todo o
ferramental pois o material a ser produzido difere do anterior em dimensão, espessura e
geometria. Esse tipo de setup foi responsável por 2,9% do total de paradas de máquina referente
ao período de janeiro a junho de 2021.
O segundo maior sintoma é o setup parcial, o qual é realizado quando a máquina está
produzindo um determinado tubo de menor diâmetro e passará a produzir um tubo de diâmetro
maior, não sendo necessária a troca de todo ferramental. Esse tipo de setup foi responsável por
2,6% do total de paradas de máquina referente ao período de janeiro a junho de 2021.
entre a espessura do material anterior e a do seguinte for muito grande, algumas ferramentas
devem ser trocadas para passar o novo material.
4.3.2 Com base nos dados históricos verificar frequência, média e variação
Através de dados coletados no MII, foi possível coletar a frequência, a média e a
variação de cada um dos tipos de setups identificados no tópico 4.2.1.
Total/média 46 58 31,6
Fonte: MII,2021
O setup parcial teve uma frequência maior de 14 vezes por mês, mas como a troca do
ferramental não é completa, o tempo médio é menor, com 47,6 minutos em média por setup.
Porém, o acúmulo de horas é bem significativo no total de 11,11 horas de paradas de máquina
no período analisado, que é um total bem próximo ao de setup completo.
SETUP - MT04
Fonte: MII,2021
Esses dados coletados no chão de fábrica eram sempre comparados aos dados do sistema
MII e todas as anomalias encontradas durante a atividade deveriam ser incluídas no plano de
ação do projeto.
em tempo médio é estabelecido como 94 minutos, podendo ter uma variação entre 89 e 99
minutos.
160
Redução
140
15%
Duração (minutos)
120
100
80
60
40
20
0
Ponto de partida Ponto de partida Objetivo (média) Objetivo
(média) (variabilidade) (variabilidade)
LEGENDA
PREPARAÇÃO DE SETUP
SETUP NA FORMAÇÃO
SETUP NA CALIBRAÇÃO E
CABEÇAS TURCAS
ACERTO DE SETUP
Fonte: Autora,2021
Preparação do Setup: Essa etapa consiste em todas as atividades que são realizadas
antes do setup acontecer na máquina, ou seja, antes da máquina parar de produzir. As
atividades antes do setup ou atividades externas são importantes pois preparam todo o
ferramental que vai entrar na máquina assim como todas as ferramentas que serão
necessárias para efetuar a atividade. Entre essas atividades está a separação e a
conferência de qualidade do ferramental, o transporte desse ferramental até a máquina
e a separação das ferramentas necessárias para a atividade. Esse conjunto de atividades
são consideradas como setup externo.
Setup na formação: Essa etapa já está contida dentro do setup interno da máquina e
ocorre após a parada de máquina ter começado. As atividades envolvidas são a retirada
dos castelos, eixos e rolos de conformação da máquina, o encaixe do novo ferramental
e dos castelos novamente e, posteriormente, a volta dos castelos da formação. O ideal
nessa atividade é que todo o ferramental a ser colocado na máquina e todas as
ferramentas necessárias para essa ação estejam disponibilizadas próxima à área de
formação da máquina.
Setup na mesa de solda: Essa etapa consiste na retirada dos roletes de solda do material
anterior e o encaixe dos novos roletes de solda do ferramental novo. Há variações nessa
atividade quando o material que irá ser produzido é metalizado pois o equipamento de
metalização deve ser instalado, o que pode aumentar o tempo da atividade.
Setup na calibração e cabeças turcas: Na parte da calibração as atividades envolvidas
são semelhantes à formação, onde há retirada dos castelos, eixos e rolos de conformação
e o encaixe do novo ferramental. Já nas cabeças turcas, a atividade é um pouco mais
lenta porque as cabeças turcas possuem estruturas bem mais robustas que só podem ser
retiradas da máquina através de içamento com ponte rolante. Projetos de melhorias para
esse içamento acontecer de forma simultânea serão apresentados nesse trabalho.
Setup no sistema de corte: Essa etapa consiste na troca dos mordentes ou do estampo
de corte, dependendo da máquina. A Máquina de Tubos 04 utiliza mordentes ou matriz
de corte que devem ser trocados a cada material que a máquina for produzir. Os
35
mordentes têm a função de manter o material alinhado na máquina para que a truncadora
realize o corte de forma mais precisa.
Acerto de setup: Essa etapa também é denominada de regulagem e se trata do momento
de ajustes que são realizados na máquina após o acontecimento do setup externo e do
interno. O objetivo do projeto em questão é eliminar esse tempo de regulagem pois ao
realizar um setup de forma correta com todos os ajustes necessários, elimina-se a
necessidade de acertos após a atividade.
A partir disso, iniciou-se a montagem da linha do tempo das macros atividades e o tempo
de cada uma, conforme o Quadro 2:
SITUAÇÃO ATUAL
MÁQUINA
DE TUBOS 19 24 16
133 minutos 34 minutos 51 minutos
minutos minutos minutos
Fonte: Autora, 2021
Após a reunião com alguns membros da equipe para o apontamento dos desperdícios,
foi realizado um braisntorming (chuva de ideias), em que toda a equipe se reuniu e propôs
melhorias para redução dos desperdícios do processo. Essas ideias foram analisadas dentro de
uma matriz de esforço x impacto para determinar quais atividades eram relevantes para serem
incluídas no plano de ação.
A matriz de esforço e impacto utilizada proporcionou definir quais ações eram mais
rápidas e práticas, quais demandavam mais tempo e quais não eram necessárias para o projeto.
MATRIZ
BRAINSTORMING
ESFORÇO X IMPACTO
SUGESTÃO ESFORÇO IMPACTO AÇÃO
DISPONIBILIZAR SACA PINO BAIXO ALTO I
DISPONIBILIZAR MAIS CHAVES BORBOLETA ALTO ALTO II
DISPONIBILIZAR ALAVANCA BAIXO ALTO I
SUBSTITUIR PROTEÇÕES PARA MAIS LEVES BAIXO BAIXO III
DUAS CHAVE DE IMPACTO NA FORMAÇÃO BAIXO ALTO I
DUAS CHAVE ALLEN 14MM NA FORMAÇÃO , CHAVE ALLEN T. BAIXO ALTO I
PADRONIZAR OS CASTELOS NA HORA DE APERTAR ALTO ALTO II
"ORGANIZAÇÃO" NO NÚMERO DE PESSOA REALIZANDO AS
BAIXO ALTO I
ATIVIDADES
PINO NA PROTEÇÃO DOS MORDENTES BAIXO ALTO I
IDENTIDADE VISUAL PARA AS BUCHAS ALTO ALTO III
FAZER MELHORIA NO SISTEMA DE CARPETE DO TANQUE DE
ALTO ALTO III
RESFRIAMENTO.
FAZER KITS DE CHAVES PARA CADA TIPO DE ATIVIDADE ALTO ALTO III
ADAPTAR CORRIMÕES VERTICAL DA FORMAÇÃO PARA SEREM DE
BAIXO ALTO I
ENCAIXE E DESENCAIXAR PARA DAR MAIS ESPAÇO .
PADRONIZAR POR NOME CADA FUNÇÃO NO SETUP QUE VAI SER
BAIXO ALTO I
EXERCIDA .
"PROCESSO DE AJUSTE" CONFECÇÃO DE BLOCOS PARA FAZER UAM
PRÉ CALIBRAGEM DA ALTURA DAS FERRAMENTAS NA PESSAGEM DA BAIXO ALTO I
CHAPA.
BANDEJA ADPTADA PARA AS CABEÇAS TURCAS NA POSIÇÃO DO
ALTO ALTO III
BALANCIN
CONFECCIONAR GABARITOS PARA OS ROLETES DE SOLDA . ALTO ALTO III
FAZER AQUISIÇÃO OU FABRICAÇÃO DE BALANCIM PARA A TROCA
ALTO ALTO III
DAS CABEÇAS TURCAS SIMULTANEAMENTE .
PLANEJAR CARRINHO PARA TROCA DAS FERRAMENTAS DE TRAÇÃO. ALTO ALTO III
Após essa análise, algumas ações foram eliminadas por terem sido analisadas como um
alto esforço e um baixo impacto enquanto outras foram priorizadas por se tratar de um esforço
pequeno e um alto impacto. A partir disso, foi elaborado o plano de ação para designar cada
atividade para um responsável e um prazo para realizá-las.
38
Facilitar a desmontagem e
Analista de
Produzir proteções mais leves 28/09/21 Serralheria montagem das ferramentas para Material R$ - 100
Processos
o setup completo
Cumprimento do plano de
Comprar mais 6 chaves allen de 14 mm Coordenador 03/09/21 Gerência de Produção Material R$ 288,00 100
melhoria do padrão.
Disponibilizar uma ferramenta
Fazer gabarito para os carpetes do tanque de Analista de
03/09/21 Serralheria para fabricação rápida de Material R$ - 100
resfriamento Processos
carpetes para cada bitola de tubo
Confeccionar o kit de chaves de
Comprar chaves necessárias para os kits Coordenador 03/09/21 Gerência de Produção Material R$ 6.373,86 100
setup
Analista de Melhorar o espaço para troca de
Fazer adaptação nos corrimãos para encaixe 03/09/21 Serralheria Mão obra R$ - 100
Processos setup
Analista de Adaptar para o balancim que foi
Fazer bandeja adaptada para cabeças turcas 28/09/21 Serralheria Material R$ - 100
Processos projetado para as cabeças turcas
Criar placa com identificação dos responsaveis Técnico em Identificar os responsáveis por
24/09/2021 Estabilização de Processos Método R$ - 100
pelas novas melhorias Mecânica retirar ferramentas do armário.
Com relação aos movimentos desnecessários foi realizado uma análise pelo gráfico de
espaguete dos movimentos realizados pelos colaboradores por partes da máquina na situação
atual e foi possível perceber que muitos movimentos poderiam ser economizados no momento
da realização da atividade.
39
MÉTODO ATUAL
FORMAÇÃO DE TUBO
CALIBRAÇÃO
MORDENTES
MESA DE SOLDA
Após essa análise da movimentação dos colaboradores da máquina, algumas ações do plano de
ação foram executadas. Essas ações incluem a disponibilização do número de ferramentas necessárias
na máquina, a determinação da posição de cada colaborador durante o setup como também a definição
das atividades de cada um e um checklist para determinar onde cada ferramenta deveria estar
posicionada na máquina na hora do setup.
O balancim diminuiu o tempo de retirada das cabeças turcas da máquina pois ele foi
projetado especificamente para retirar todas as quatro cabeças turcas juntas e também colocar
as novas cabeças turcas juntas na máquina.
e com o carrinho as ferramentas ficam encaixadas nos eixos que são praticamente da mesma
altura dos eixos da máquina. Esse carrinho foi projetado especificamente para a MT04,
possuindo 12 eixos: 06 eixos para receber as ferramentas retiradas da máquina e 06 eixos, que
já vão com as ferramentas para a máquina, que auxiliam no encaixe dos rolos de conformação
novos na máquina.
Esse carpete é cortado pela equipe que realiza o setup interno, entretanto eles não
possuíam uma “forma” para realizar o corte no carpete igual à estrutura da máquina e
realizavam a atividade através de tentativas. Foi criado um gabarito do carpete com uma
estrutura idêntica à estrutura da máquina apenas variando os tamanhos dos furos no meio para
cada bitola produzida na máquina através de discos.
Esse pequeno projeto diminuiu o tempo para realizar o corte no carpete; foi um projeto
simples, mas que resolveu um problema apontado pelo operacional há muito tempo.
Além dos projetos também houve algumas adequações como a mudanças das tampas do
tanque de resfriamento que antes eram muito pesadas e difíceis do operador abri-las para
observar o interior do tanque. Foram projetadas novas tampas mais leves, com chapas de apenas
1,5 mm de espessura, e que possuíam uma estrutura menor para também diminuir o peso delas.
46
Esse projeto foi importante porque durante o setup filmado de 102 minutos na máquina
foi possível perceber a demora para abrir as tampas do tanque porque necessitava de dois
colaboradores para realizar a atividade e só havia um colaborador disponível. Com esse projeto,
apenas um colaborador pode realizar essa atividade de aberturas do tanque e checagem da
estrutura interior no momento do setup.
Vale ressaltar que os dois setups comparados, o de 102 minutos e o de 60 minutos, foram
setups realizados para materiais de espessura menor; os materiais de maior espessura possuem
um ferramental mais pesado e não podem ter o tempo de duração comparado aos de material
mais leve. Na análise de resultados é possível ver a diferença nos tempos desses dois materiais
produzidos.
Após a filmagem, foi construída a mesma linha do tempo do setup anterior utilizando a
mesma legenda do Quadro 1:
MÁQUINA
DE TUBOS 15 15 15 15 42
100 minutos
minutos minutos minutos minutos minutos
Fonte: Autora, 2021
PRIMEIRO PADRÃO
FORMAÇÃO DE TUBO
CALIBRAÇÃO
MORDENTES
MESA DE SOLDA
Após o tempo de 60 minutos de SETUP no Passo 2 ter sido alcançado, foi estabelecida
uma nova meta em que o tempo mínimo seria de 57 minutos e o máximo de 63 minutos. Essa
meta e como o tempo dos 8 setups registrados se comportaram encontra-se no Gráfico 6.
49
120
Tempo (Minutos)
100
80
60
40
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Através do Gráfico 6, é possível perceber que a maioria dos setups ficaram abaixo da
média, exceto o setup de número 4. Esse evento acontece devido a uma ou ao conjunto de
anomalias que podem ter ocorrido, então além de acompanhar o tempo de setup, foi sugerido
acompanhar as anomalias que estavam acontecendo no processo para poder criar uma ação para
saná-las.
A equipe foi reunida para poder estudar formas de acabar com as anomalias do setup de
número 4. Foi realizado um Brainstorming com os membros da equipe e todas as ideias foram
organizadas em um Diagrama de Ishikawa.
50
MÉTODO MATERIAL
Descumprimento do novo padrão Matéria-prima fora da especificação
Dificuldade de assimilação do novo padrão Variação de largura
Falta de plano de treinamento de novatos no setup Material com marcação, sem polimento
Tabela de parâmetros de setup desatualizados Disponibilidade de carpete
Falha no planejamento do PCP Posição incorreta da rebarba
Mordente desgastado
Anomalias
Montagem incorreta das cabeças turcas Rolete de solda fora de padrão
DET errado Falha no funcionamento do JOG
Posição do disco montado errado Indisponibilidade de ferramentas dos kits
Inserção de receita errada nos parâmetros do sistema de corte Dificuldade no reset de alarmes
Atraso na acumulação do material Regulagem do suporte da DET
Ferramental montado errado Castelo com dificuldade de regulagem vertical
Falta de conhecimento técnico por parte dos envolvidos Laterais com dificuldade de regulagem horizontal
Incapacidade de colocar o novo método em prática Falha no gerador de solda pós troca de bobina
Insuficiente conhecimento do método Divergência dimensional dos eixos e ferramentais
Falha na pré regulagem das cabeças turcas Falta de padronização dos mordentes
Quantidade insuficiente de pessoas conforme novo padrão Eixo das ferramentas fora do padrão
Passo incorreto do disco de corte
Atraso na disponibilidade do ferramental na máquina
Parafusos fora do padrão
Problema nos roletes dos rebarbadores
MÃO DE OBRA MÁQUINA
Analisando o Quadro 11, é perceptível que as causas para as anomalias eram mais
voltadas para a falta de alinhamento entre os colaboradores em relação ao novo padrão de
SETUP que estava sendo aplicado. Além dessas causas, também havia alguns apontamentos da
manutenção em relação a alguns parâmetros da máquina que não estavam na configuração
correta.
Para as outras causas operacionais apontadas, foi elaborado um quadro com ações que
deveriam ser realizadas, quem as realizaria e quando. Esse quadro encontra-se no tópico 4.5.2.
Técnicos em
4 Checklist de pré e pós setup Setup Completo
Mecânica
A ideia da inserção de etiquetas para gerar ações para a manutenção foi estendida às
necessidades do operacional, portanto, qualquer colaborador envolvido na atividade poderia
elaborar uma etiqueta apontando uma necessidade de melhoria da máquina. Esse tipo de ação
permitiu a equipe enxergar muitos problemas diários da máquina que não eram vistos pelos
supervisores e os gestores, mas sim pelo operacional.
Além das etiquetas, foi inserido um checklist de pré e de pós setup, os quais permitiam
aos Técnicos em Mecânica envolvidos no projeto checar alguns parâmetros como número de
colaboradores presentes para realizar o setup, número de ferramentas disponíveis ou as
condições físicas dos equipamentos.
REGISTRO DE ANOMALIAS
SEQUENCIA DE SETUP / SETEMBRO
ANOMALIAS
09/set 14/set 17/set 20/set 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Descumprimento do novo padrão
Dificuldade de assimilação do novo padrão
Falta de plano de treinamento de novatos no setup
Tabela de parâmetros de setup desatualizados
Falha no planejamento do PCP
Matéria-prima fora da especificação
Variação de largura
Material com marcação, sem polimento
Disponibilidade de carpete 10
Posição incorreta da rebarba
Mordente desgastado
Montagem incorreta das cabeças turcas
DET errado
Posição do disco montado errado
Inserção de receita errada nos parâmetros do sistema de corte
Atraso na acumulação do material
Ferramental montado errado 10
Falta de conhecimento técnico por parte dos envolvidos
Incapacidade de colocar o novo método em prática
Insuficiente conhecimento do método
Falha na pré regulagem das cabeças turcas
Quantidade insuficiente de pessoas conforme novo padrão 15
Rolete de solda fora de padrão
Falha no funcionamento do JOG
Indisponibilidade de ferramentas dos kits
Dificuldade no reset de alarmes 15
Regulagem do suporte da DET
Castelo com dificuldade de regulagem vertical
Problema nos roletes dos rebarbadores 9
Laterais com dificuldade de regulagem horizontal
Falha no gerador de solda pós troca de bobina
Divergência dimensional dos eixos e ferramentais
Falta de padronização dos mordentes
Eixo das ferramentas fora do padrão
Passo incorreto do disco de corte
Atraso na disponibilidade do ferramental na máquina
Parafusos fora do padrão 15
Após a aplicação dessas ações, foi realizado o monitoramento diário dos apontamentos
presentes nos Quadros 12 e 13 e, caso algum apontamento mostrasse a falta de alinhamento de
conhecimento da equipe, um novo treinamento era realizado até que esse apontamento não
surgisse mais.
em um dos setups realizados na máquina. Esse evento, consequentemente, levou o tempo desse
setup a ser maior do que os anteriores registrados no projeto.
Nesse passo, será descrito como as anomalias apontadas nessa semana foram sanadas a
fim de demonstrar os métodos utilizados no processo.
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
semana 37
semana 38
semana 39
semana 40
semana 41
semana 42
semana 43
semana 44
semana 45
semana 46
semana 47
semana 48
semana 49
Anomalias (acumulado)
REGISRO DE ANOMALIAS
16 100
14
80
12
10
60
40
6
4
20
2
0 0
Dificuldade no reset de alarmes
Disponibilidade de carpete
Anomalias % Acum.
No setup do dia 09/09, o tempo foi excedido por fatores como a falta de padronização
dos elementos fixadores dos castelos da máquina, o que dificultou no momento de retirada deles
para a troca do ferramental. Além disso, foram apontados fatores como sujeira excessiva que
diminuía a visibilidade dos componentes e os deixava mais escorregadios.
Através dessa análise foi elaborado um plano de ações destinado apenas para extinguir
as anomalias.
Máquina
33%
Material
33% Método
Mão Obra 34%
0%
rolamentos na preventiva
70
60
15
50
No. Defeitos
15
40
30
15
20
10
10 0
9 10
0 0 0
S37 S38 S39 S40 S41 S42 S40 S41 S42 S43 S44
Semanas
Desmontagem de Troca de Remontagem de Desmontagem da Montagem da Acerto da gaiola Desmontagem dos Remontagem dos Acerto da gaiola Acerto da Gaiola de
Acerto de Setup roletes da gaiola de Desmontagem da Remontagem da Desmontagem Desmontagem das Remontagem das Acerto das Remontagem dos Acerto de Setup
castelos Ferramentas Castelos gaiola de fenda Gaiola de Fenda de fenda roletes da gaiola de de solda Gaiola de alisamento Gaiola de Alisamento
Troca de Remontagem de Acerto de Setup Desmontagem do
na formação solda Alisamento de castelos cabeças turcas Cabeças Turcas Cabeças Turcas Mordentes dos Mordentes
2,5 min 8,5 min 2 min 2 min 0,5 min 1,5 min solda 1 min 1,2 min 0,5 min Ferramentas Castelos nos castelos Mordente
1 min 1 min 2,5 min 3 min 4,5 min 2,5 min 2 min 1 min
Retirar para fuso Retirar Recolocar para Regular roletes Retirar pinos do Recolocar pinos Passar chapa nos Retirar pinos dos Recolocar pinos dos Passar chapa nos Retirar pinos dos Retirar para fuso Recolocar para Retirar parafusos das
Ferramentas da roletes da gaiola de Recolocar pinos dos Passar chapa nos dos castelos Retirar Ferramentas da Recolocar Passar chapa nas Retirar parafusos Recolocar Passar chapa nos
dos castelos fuso dos castelos de entrada disco de fenda do disco de fenda roletes de fenda roletes da gaiola de roletes de solda roletes de solda fuso dos castelos Passar chapa cabeças turcas parafusos dos
Formação alisamento roletes de alisamento roletes de alisamento 1 min Formação cabeças turcas cabeças turcas dos mordentes
1 min 1 min 0,5 min 0,5 min solda 1 min 1 min 1 min mordentes mordentes
1 min 3,5 min 2 min 0,5 min 0,2 min 0,5 min 0,5 min 1,5 min nos castelos 3 min 0,5 min 1 min 1 min 1 min
Folgar parafuso Recolocar novas Recolocar parafuso Trocar roletes Regular roletes da Trocar roletes de Regular roletes da Retirar cabeças
das bases
Passar chapa nos Trocar roletes de Regular roletes de Folgar parafuso Recolocar novas Recolocar Passar chapa nos Recolocar parafusos Regular cabeças Trocar
das bases ferramentas de fenda gaiola de fenda solda gaiola de solda ferramentas laterais da turcas Recolocar
1 min castelos das cabeças turcas
Regular gaiolas
laterais
1 min
61
62
4.7.2 Analisar e classificar as micro atividades com valor agregado e sem valor agregado
Todas as atividades foram divididas e classificadas mediante o valor agregado que
adicionavam à atividade para melhor classificá-las. A classificação foi realizada utilizando o
método 5W+1H o qual é semelhante ao 5W2H e se diferem apenas por o primeiro não possui
o valor quantificado da ação. No Quadro 18 há o apontamento do tempo de cada micro atividade
o que possibilitou verificar qual micro atividade possuía maior tempo e analisar a possibilidade
da diminuição desse tempo.
Análise
Duração
Controle
Monitor
Regulag
Prepara
agregad
Micro atividade
amento
Espera
Valor
(min)
ção
em
o
Retirar parafusos dos castelos da formação 1,5 1,3 0,2
Folgar parafuso das bases dos castelos da formação 1 1
Retirar castelos da formação 1 1
Retirar ferramentas da formação 4 3 1
Recolocar novas ferramentas da formação 6 5 1
Recolocar parafusos dos castelos da formação 1 1
Recolocar parafusos das bases dos castelos da
1 1
formação
Regular roletes de entrada 2 2
Passar chapas nos castelos da formação 1,5 1,2 0,3
Passar chapas nas laterais de formação 1 1
Regular castelos da formação 3 3
Regular gaiolas laterais da formação 1 1
Retirar pinos dos discos de fenda 2 1,5 0,5
Trocar roletes de fenda 5 4 1
Recolocar pinos dos discos de fenda 2 2
Passar chapas nos roletes de fenda 0,5 0,5
Regular roletes da gaiola de fenda 1 1
Retirar pinos dos roletes da gaiola de solda 1,5 1,3 0,2
Trocar roletes de solda 4 3,5
Recolocar pinos dos roletes de solda 1,5 1,3 0,2
Passar chapa nos roletes de solda 0,5 0,5
Regular roletes da gaiola de solda 0,5 0,5
Retirar pinos dos roletes da gaiola de alisamento 0,5 0,5
Trocar roletes de alisamento 1,5 1,5
Recolocar pinos dos roletes de alisamento 0,5 0,5
Passar chapa nos roletes de alisamento 0,5 0,5
Regular roletes de alisamento 0,5 0,5
Retirar parafusos dos castelos da calibração 1 0,8 0,2
Folgar parafuso das bases dos castelos da calibração 2 1,5 0,5
Retirar castelos da Calibração 1 1
Retirar ferramentas da calibração 1,5 1,3 0,2
Recolocar novas ferramentas da calibração 3,5 2,5 0,5
63
O Quadro 19 mostra como essa análise foi realizada, as ações geradas a partir dessa
análise e o tempo correspondente que elas iriam reduzir no momento do setup.
64
Análise Monitoramento
Valor agregado
Monitoramento
Reorganizar
Preparação
Regulagem
Simplificar
Combinar
Eliminar
Duração
Controle
Espera
Micro-atividade Tempo
(min) Ação de melhoramento
(min)
Retirar parafusos dos castelos da formação 1,5 1,3 0,2 x x Disponibilização de chaves de impacto elétricas 1
Folgar parafuso das bases dos castelos da formação 1 1 x x Disponibilização de chaves de impacto elétricas 1
Retirar castelos da formação 1 1 x Alavancas de retirada de castelo 0,5
Recolocar parafusos das bases dos castelos da formação 1 1 x x Disponibilização de chaves de impacto elétricas 1
Passar chapas nos castelos da formação 1,5 1,2 0,3 x Chave catraca/borboleta 1
Passar chapas nas laterais de formação 1 1 x 0,5
Retirar pinos dos discos de fenda 2 1,5 0,5 x x Calços fixos na base do mancal 1
Recolocar pinos dos discos de fenda 2 2 x x Calços fixos na base do mancal 0,5
Passar chapas nos roletes de fenda 0,5 0,5 x Volantes de regulagem 0,5
Recolocar pinos dos roletes de solda 1,5 1,3 0,2 x Marreta de alumínio / saca pino 1
Retirar pinos dos roletes da gaiola de alisamento 0,5 0,5 x Marreta de alumínio / saca pino 0,2
Trocar roletes de alisamento 1,5 1,5 x x Gabarito de roletes de alisamento 1
Recolocar pinos dos roletes de alisamento 0,5 0,5 x Marreta de alumínio / saca pino 0,5
Passar chapa nos roletes de alisamento 0,5 0,5 x 0,5
Retirar parafusos dos castelos da calibração 1 0,8 0,2 x x Disponibilização de chaves de impacto elétricas 1
Folgar parafuso das bases dos castelos da calibração 2 1,5 0,5 x x Disponibilização de chaves de impacto elétricas 1
Retirar ferramentas da calibração 1,5 1,3 0,2 x x x Carro de troca rápida de ferramentas 1,5
Recolocar novas ferramentas da calibração 3,5 2,5 0,5 x x x Carro de troca rápida de ferramentas 3
Recolocar parafusos dos castelos da calibração 1,5 1,3 0,2 x x Disponibilização de chaves de impacto elétricas 1
Recolocar parafusos das bases dos castelos da calibração 1,5 1,3 0,2 x x Disponibilização de chaves de impacto elétricas 1
Passar chapas nos castelos da calibração 0,5 0,5 x x Chave catraca/borboleta 0,5
Passar chapas nas laterais da calibração 0,5 0,5 x Chave catraca/borboleta 0,5
Retirar parafusos dos mordentes 1,5 1,3 0,2 x x Instalação de pinos no lugar de parafusos 1
Recolcoar parafusos dos mordentes 1,5 1,3 0,2 x Instalação de pinos no lugar de parafusos 1
A maioria das ações se trata da aquisição de ferramentas extras para a execução do setup
e também a criação de ferramentas que facilitam o processo como a chave T que auxilia na
65
retirada dos castelos ou a criação de pinos para substituir alguns parafusos, o que diminui o
tempo de retirada dos componentes.
O novo padrão filmado resultou em setup de apenas 36 minutos, o menor setup realizado
no decorrer do projeto e que significa uma redução de mais de 68% do ponto de partida do
projeto que era de 110 minutos. A meta inicial como mostra o Gráfico 5 era de uma redução de
15% e foi possível reduzir mais de quatro vezes o valor.
NOVO PADRÃO
MÁQUINA DE
TUBOS 100 19 23 28 10
minutos minutos minutos minutos minutos
Fonte - Autora (2021)
2. Variável do Processo
Tanque de resfriamento
Quantidade Insuficiente
Ferramental Montado
Dificuldade no reset de
Rebarbadores e fusos
Disponibilidade de
3. Componentes
/ Mesa de Solda
rebarbadores
1. Problemas
Mordentes
de Pessoas
alarmes
e roletes
Carpete
Errado
4. Variáveis da Máquina
X X X X Desgaste dos parafusos X X
fluxo de óleo no tanque de
X resfriamento X
Através dessa matriz, foi possível traçar tratativas principalmente através das variáveis
da máquina como a reposição de parafusos nos rebarbadores, melhorias na lubrificação dos
eixos dos castelos, acerto de folgas e o acionamento da manutenção para melhorias no fluxo de
óleo do tanque de resfriamento e o travamento das proteções da máquina. Todos esses pontos
foram enxergados com o auxílio da matriz X.
reduzir consideravelmente o tempo das regulagens ou até mesmo não haver regulagem após o
setup.
Através do Quadro 22, observa-se que o tempo de regulagem filmado alcançou apenas
10 minutos e em comparação ao tempo obtido no passo 2 de 51 minutos, obteve-se uma redução
de 80% no tempo de regulagem após a aplicação das melhorias obtidas no tópico 4.8.1.
Atividades
Atividade 10
Atividade 1
Atividade 2
Atividade 3
Atividade 4
Atividade 5
Atividade 6
Atividade 7
Atividade 8
Atividade 9
Operadores
Técnicos em Mecânica R P P P P
Time SMED R R P R R R
Operadores P P P
Técnicos em Mecânica P P P P P
Operadores P R R P
Técnico em Mecânica R R R R R
Operadores R R
Operadores P R R
Operadores R P P R
5. INDICADORES
Para a amostragem dos resultados dos indicadores obtidos no projeto, foi necessário
levantar os dados do histórico de produção da máquina e os dados de histórico de setups
realizados na máquina durante a aplicação do projeto. Além disso, foram determinados dois
tipos de indicadores para esse projeto: o tempo de setup na máquina e a quantidade de
regulagens apontadas após o setup. Como já mencionado anteriormente, a quantidade de
regulagens realizadas na máquina após o setup também é um indicador forte dos resultados do
projeto pois se um setup foi bem realizado, consequentemente a máquina não necessitará passar
por uma posterior regulagem.
Vale ressaltar que nem todas as semanas nesse período foram contempladas com setup
assim como houve semanas que tiveram mais de um setup na máquina. Conforme já foi
mencionado, os setups ocorrem conforme as ordens de produção emitidas pelo setor de PCP e
por isso não era um aspecto a ser controlado durante o projeto.
160
Tempo (Min.)
120
80
151
135
109
99
98
89
88
84
40
69
54
50
42,5
0
S27 S28 S30 S32 S33 S34 S35 S37 S38 S39 S41 S42
Semana
No gráfico 11, é visível que os tempos médios de setup possuem uma constância que
geralmente é quebrada por uma variação alta no indicador como, por exemplo, na semana 39
em que o tempo médio foi de 88 minutos sendo que é precedido por um tempo de 54 minutos
e posteriormente há uma semana com a média de 42,5 minutos. Então foi realizado a revisão
do histórico do tempo médio de setup na máquina para avaliar melhor a situação.
70
200
176
180 165
163
154151 151145 149
160 143
133131 128 131
126 126
TEMPO MÉDIO
20
0 MAI
MAI
MAI
MAI
MAI
JUL
JUL
JUL
JUL
OUT
SET
SET
SET
JUN
JUN
MAR
MAR
MAR
MAR
AGO
JAN
FEV
FEV
FEV
FEV
AGO
AGO
AGO
AGO
JAN
JAN
ABR
ABR
MÊS
Tempo Médio de Setup Completo Desvio Máximo Meta
A partir do Gráfico 12, é possível perceber que a variação nos tempos de setup se torna
muito constante pois há resultados de 55 minutos e posteriormente resultados de 125 minutos
além de picos elevadíssimos como o setup de 176 minutos ocorrido em agosto.
Após avaliações sobre esses picos, a equipe chegou à conclusão de que esses picos
sempre aconteciam devido ao setup de ferramentais pesados ou de espessuras maiores, que por
possuírem maior peso acabam aumentando o tempo de setup. Portanto, foi decidido que o
indicador de tempo médio de setup seria subdividido em dois indicadores: Tempo médio de
setup de ferramental leve e o Tempo médio de setup de ferramental pesado, assim seria possível
realizar comparações justas em relação aos indicadores.
um ferramental mais leve e mais fácil de ser manuseado pelo operacional. O resultado dos
setups de ferramentais mais leves segue no Gráfico 13:
160
Tempo (Min.)
120
80
94
89
40
65,5
69
36
0 0
S27 S28 S30 S32 S33 S34 S35 S37 S41
Semana
Percebe-se através do Gráfico 13 que o tempo médio de setup foi de 94 minutos para
um tempo recorde de 36 minutos, ou seja, uma redução de 61,70% no tempo médio de setup
para ferramental leve.
espécie de gargalo no tempo médio de setup pois ele é mais pesado e mais difícil de realizar
seu manuseio por se tratar de ferramentas bem maiores do que a do ferramental leve.
No Gráfico 14, foram separados os tempos médios de setup realizados com ferramental
mais pesado:
160
Tempo (Min.)
120
80
151
135
109
99
98
96
88
40 54
50
49
0
0
S27 S28 S30 S32 S33 S34 S35 S38 S39 S41 S42
Semana
Esse resultado obtido na MT04 foi muito importante devido ter sido relacionado ao
ferramental pesado que é considerado o maior gargalo em setups na empresa em questão.
posição dos ferramentais para que não haja erros dimensionais no tubo que será produzido. A
parada de máquina que é considerada como regulagem são paradas apontadas até 20 minutos
após a parada de setup ter acabado, ou seja, qualquer parada na máquina após 20 minutos do
término do setup não é considerada regulagem.
5 5
4
3
3 3 3
2 2 2 2 2
3
1 1 1 1 1
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
27 28 30 32 33 34 35 37 38 39 41 42
O resultado obtido ainda não é o esperado pois é necessário que as regulagens não
aconteçam mais para diminuir mais ainda o tempo de parada da máquina. Por isso as ações
implantadas na máquina visam a melhoria contínua na máquina e que ao surgirem anomalias
como mais de 1 regulagem por semana é possível estudar a anomalia, criar um plano de ação
para eliminá-la e treinar a equipe no novo padrão.
74
11
12
No.
1
2
3
4
6
7
8
9
No.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
Total 36 MINUTOS
Gabarito de roletes de
23 Trocar roletes de alisamento I
alisamento
Marreta de alumínio /
24 Recolocar pinos dos roletes de alisamento I
saca pino
25 Passar chapa nos roletes de alisamento Jog I
26 Regular roletes de alisamento N/A I
27 Retirar parafusos dos castelos da calibração Chave de Impacto I
Folgar parafuso das bases dos castelos da
28 Chave de Impacto I
calibração
29 Retirar castelos da Calibração Alavancas I
Carro de troca rápida
30 Retirar ferramentas da calibração I
de ferramentas
Carro de troca rápida
31 Recolocar novas ferramentas da calibração I
de ferramentas
32 Recolocar parafusos dos castelos da calibração Chave de Impacto I
Recolocar parafusos das bases dos castelos da
33 Chave de Impacto I
calibração
Chave
34 Passar chapas nos castelos da calibração I
catraca/borboleta
Chave
35 Passar chapas nas laterais da calibração I
catraca/borboleta
Chave
36 Regular castelos da calibração I
catraca/borboleta
37 Regular gaiolas laterais da calibração N/A I
2 Chaves de impacto
38 Retirar parafusos das cabeças turcas I
pneumática
Balancim de Troca
39 Retirar cabeças turcas I
rápida
Balancim de Troca
40 Recolocar cabeças turcas I
rápida
2 Chaves de impacto
41 Recolocar parafusos das cabeças turcas pneumática
I
42 Passar chapa nas cabeças turcas Jog I
43 Regular cabeças turcas N/A I
Instalação de pinos
44 Retirar parafusos dos mordentes no lugar de parafusos
I
Todas as etapas da preparação de setup já se encontram sendo setup externo exceto pela
atividade 11 que engloba uma atividade na máquina e por isso se torna setup interno. Já as
etapas do setup todas estão classificadas como setup interno, ou seja, essa separação forneceu
estabelecer e classificar as atividades de forma que todo desperdício fosse eliminado.
79
3 CONCLUSÃO
A eliminação de desperdícios nos processos produtivos é um dos investimentos que
mais têm sido realizado nas empresas que buscam se manter fortes no mercado, mantendo a
qualidade do produto e o preço competitivo. Para manter esse preço, é necessário investir em
melhorias no processo que reduzam os gastos desnecessários e que aumentem sua eficiência.
O trabalho realizado nessa empresa de tubos e perfis metálicos proporcionou uma
amostra de como é possível aplicar conceitos teóricos de qualidade e eficiência no dia a dia de
uma indústria através da prática de conceitos ligados ao SMED e conceitos de engenharia como
a elaboração de pequenos projetos de baixo custo com alto retorno.
Através de análises da situação em que se encontravam as paradas de máquina por
SETUP e a aplicação dos conceitos de SMED e ferramentas da qualidade, foi possível verificar
os principais pontos em ocorriam desperdícios de tempo no processo e, a partir disso, elaborar
planos de ações que reduzissem ou eliminassem esses desperdícios.
Ao final desse estudo de caso, foi possível perceber a redução no tempo de parada de
máquina por SETUP, alcançando uma redução de 67,54% no tempo de ferramentais pesados e
61,70% no tempo de ferramentais leves, além de obter redução no número de regulagens pós-
SETUP. A análise qualitativa também mostra que o processo ficou mais reduzido através da
eliminação dos desperdícios o que resultou em um novo padrão de SETUP estabelecido, o qual
pode ser replicado para outras máquinas da empresa, partindo do princípio de que elas possuem
etapas dos processos similares.
Dentro deste trabalho, também foi realizado um levantamento bibliográfico a respeito
da ferramenta SMED e sua utilização através de autores que dissertaram sobre essa ferramenta
e a relação dela com outras ferramentas da qualidade.
Foi utilizado nesse estudo como metodologia principal a pesquisa aplicada que visa
repassar conhecimentos que, quando aplicados, mostram resultados excelentes. O estudo desses
resultados se deu através de uma análise quali-quantitativa por se tratar tanto da análise em
números quanto a análise qualitativa das melhorias geradas no processo.
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REFERÊNCIAS
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FERREIRA, F. C.; PIRES, G. C.; Diagnóstico das atividades de troca das matrizes da linha de
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TRIPP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São Paulo,
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Gil AC. Como elaborar projetos e pesquisa. 3a ed. São Paulo: Atlas; 1995:58.
SCHNEIDER, Eduarda Maria; FUJII, Rosangela Araujo Xavier; CORAZZA, Maria Júlia.
Pesquisas quali-quantitativas: contribuições para a pesquisa em ensino de ciências. Revista
Pesquisa Qualitativa, São Paulo, v. 5, n. 9, p. 569-584, 2017.