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CAMPUS DE JOAÇABA
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
ELEMENTOS
DE
MÁQUINAS III
Prof. Douglas Roberto Zaions, MSc.
CAMPUS DE JOAÇABA
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
Componte curricular de
ELEMENTOS
DE
MÁQUINAS III
2 ENGRENAGENS .................................................................................................................................. 13
A Figura 1.1 e Figura 1.2 ilustram alguns mecanismos de contato direto que serão
abordados nesta disciplina.
Figura 1.1 - Mecanismos de contato direto: (a) Came bidimencional; (b) Came tridimensional;
(c) Trem de Engrenagens
movimento de rolamento puro. Assim pode-se dizer que a condição para que exista rolamento
puro é que o ponto de contato permaneça sobre a linha de centros.
Para o mecanismo da Figura 1.3 o movimento entre a came e o seguidor será uma
combinação de rolamento e deslizamento. O rolamento puro somente poderá correr quando o
ponto de contato P cair sobre a linha de centros. Enquanto, o contato nesse ponto poderá não
ser possível devido as proporções do mecanismo. Não poderá ocorrer deslizamento puro entre
a came 2 e o seguidor 3. Para tal acontecer, um ponto de uma das peças, dentro dos limites de
seu curso, deve entrar em contato com todos os pontos sucessivos da superfície ativa da outra
peça.
PM 2 PM 3
ω2 = e ω3 =
O2 P O3 P
log o :
ω 3 PM 3 O2 P
= ⋅
ω 2 O3 P PM 2
PM 2 Pn
=
O2 P O2 e
PM 3 Pn
=
O3 P O3 f
Assim,
ω3 Pn O2 e O2 e
= × =
ω 2 O3 f Pn O3 f
Elementos de Máquinas III 12
ω 3 O2 e O2 K
= =
ω 2 O3 f O3 K
Assim, para um par de superfícies curvas em contato direto, as velocidades angulares são
inversamente proporcionais aos segmentos determinados na linha centros por sua interseção
com a normal comum. Conclui-se então que para uma razão de velocidades angulares
constante a normal comum deve cruzar a linha de centros em um ponto fixo.
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2 ENGRENAGENS
2.1 INTRODUÇÃO
A norma NBR 6174 define engrenagem como todo elemento mecânico denteado de forma
constante, destinado a transmitir, movimento e/ou receber movimento de um outro elemento
mecânico denteado também de forma constante, pela ação dos dentes em contato sucessivos.
As engrenagens são usadas para transmitir torque e velocidade angular em uma grande
variedade de aplicações mecânicas. Permitem a redução ou o aumento do torque com perdas
muito pequenas de energia, e aumento ou redução de velocidades angulares sem nenhuma
perda.
este inconveniente usa-se as rodas helicoidais duplas (Figura 2.1-e) ou espinha de peixe
(Figura 2.1-f).
transmitem esforços axiais aos eixos. Podem ser de dentes retos(Figura 2.2-a), dentes
helicoidais(Figura 2.2-b) ou dentes curvos(Figura 2.2-c) Para elevadas velocidade é
necessário o uso de dentes curvos. A Zerol é uma cônica de dentes curvos fabricada pela
Gleason. Rendimento de 98%. Segundo Niemann (1971), as engrenagens cônicas são
empregadas para relações de transmissão (multiplicação) até 6 e para relações de
multiplicação acima de 1,2, são em geral mais caras que as engrenagens cilíndricas.
As engrenagens cilíndricas com dentes helicoidais cruzados (Figura 2.3-a), são utilizadas
para eixos reversos para uma pequena distância entre eixos, para cargas pequenas e relações
de transmissão de 1 a 5 aproximadamente (NIEMANN, 1971).
Apesar destas vantagens, há uma série de desvantagens que fazem com que não sejam
mais utilizados.
A ciclóide é uma curva descrita pelo ponto de uma circunferência que rola sem
deslizamentos sobre uma reta. Seja a circunferência de centro em “O” e de raio “R” que rola
sem deslizamento sobre a reta “AB”, conforme Figura 2.5.
O1
P1 R1
S2 C1
I
S1 C2
P2
R2
O2
Nas engrenagens epicicloidais, a linha de ação (onde a força é transmitida) esta sobre os
arcos pertencentes aos círculos R1 e R2 e como apresenta uma forma curva e, uma vez que as
normais aos perfis devem passar por I, chegamos a conclusão que a orientação será variável.
Desta maneira, a força transmitida varia em direção e intensidade, resultando um
engrenamento com movimentos bruscos e sujeito a vibração.
Uma outra desvantagens dos dentes epicicloidais esta associado ao fato de que os perfis P1
e P2 são determinados com os dois círculos primitivos C1 e C2 bem definidos. A distância
entre centros deve ser rigorosamente igual à soma dos raios destes dois círculos, do contrário,
o engrenamento é defeituoso.
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A grande maioria das engrenagens, salvo casos muito particulares, é confeccionada com
perfil evolvental. Comparando ao perfil cicloidal, essa curva apresenta as seguintes vantagens:
(i) Usinagem com ferramentas mais simples; (ii) A relação de velocidades angulares entre
duas rodas não varia com uma variação da distância entre centros; (iii) Facilidade da obtenção
de rodas corrigidas; (iv) A direção da força entre os dentes permanece invariável;
A evolvente é a curva gerada por um ponto de uma corda que se desenrola de um círculo.
O termo exato seria evolvente de círculo, conforme a Figura 2.9.
O1
B1
Ev2
P
Ev1
B2
O2
a) Circunferência de Base - É aquela circunferência sobre a qual rola a reta que contém o
ponto, geratriz da evolvente.
c) Reta Geratriz - É a reta que rola, sem deslizamento, sobre a circunferência de base e
contém o ponto P, gerador da evolvente.
e) Ângulo de Incidência, αp - É o ângulo formado pelo raio vetor e o raio que passa pelo
ponto de tangência da reta geratriz com a circunferência de base.
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y
C
rb ρp
αp P
B
βp
O A x
A função evolvente pode ser deduzida a partir da Figura 2.11 onde pode-se escrever:
rb = rp ⋅ cos α p
∩ ∩ ∩
AB + BC = AC
∩ ∩ ∩
Pela propriedade (d), da evolvente: AC = CP o que resulta então: AB + BC = CP
∩ ∩
AB BC CP
Dividindo a última expressão acima por rb tem-se + = que resulta em:
rb rb rb
β p + α/ p = tan α p
β p = tan α p − α p = Evα p
Tem-se, então, βp como função de αp, e chamamos esta função de função evolvente, e ela
apresenta grande importância no estudo de engrenagens. Seu valor se acha tabelado em
grande parte dos livros que abordam engrenagens.
π π
x = rb ⋅ cos(β p + α p ) + ρ p cos − α p − β p e y = rb ⋅ sen(β p + α p ) + ρ p sen − α p − β p
2 2
A Figura 2.12 ilustra uma posição instantânea de um engrenamento. As peças giram nos
centros O1 e O2. Seja, ainda P, o ponto de contato dos dois perfis. A reta n corresponde a
normal comum as duas superfícies (reta de ação) Sabemos baseados no estudo das
ω1
velocidades angulares, que a relação de velocidades angulares depende da posição do
ω2
ponto K que é definido pelo encontro da reta normal comum NN´ com a linha de centros das
duas peças (Dúvidas consultar o anexo 1).
O1
T
r1
N
P
K
T´
r2 N´
O2
ω1 O2 K
=
ω 2 O1 K
onde O2K representa o raio primitivo r2 e O1K representa o raio primitivo r1 ou seja o raio
das circunferências que passam em K.
ω1
a) Existe uma relação de velocidade , inversamente proporcional aos segmentos que o
ω2
ponto K determina no segmento O1 e O2.
ω1 O2 K r2
= =
ω 2 O1 K r1
Consideremos os corpos da figura 26 , que engrenam com seus perfis evolvente e dispõem
de movimentos de rotação em torno de O1 e O2. Os círculos de base para as evolventes 1 e 2
são também centros em O1 e O2. Seja P o ponto de contato das duas evolventes. A normal
comum aos perfis de evolventes deve cortar a linha entre centros em um ponto fixo K.
Elementos de Máquinas III 24
N
w2
w1
r2
rb2 T´ r1
α
O1
O2 K α
T rb1
N´
Logo é uma reta fixa e, é chamada “Reta de ação”. A reta de ação é o lugar geométrico
dos pontos de contato das duas superfícies.
V = ω1 ⋅ r1 = ω 2 ⋅ r2
Portanto, a força tem direção da reta de ação. Ao ângulo formado entre a normal ao
segmento que une os centros e a reta de ação, denomina-se “ângulo de pressão”.
V = ω1 ⋅ r1 = ω 2 ⋅ r2
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w1 r2 rb 2 w
Assim, podemos também escrever que = = ou seja, a relação 1 depende dos
w2 r1 rb1 w2
raios de base, portanto, não se altera.
Para uma nova distância entre centros O1 O2, conforme Figura 2.14, tem-se um novo
ponto primitivo K’ e novos raios r1′ e r2′ , tais que:
rb1 rb1
O1 O1
r1 α r1w
a αw
r2 aw
r2w
rb2
O2
rb2
O2 rb2
aw > a
α > αw
Como:
(r1 + r2 ) = a e (r1w + r2 w ) = a w
Tem-se:
a
a cos α = a w cos α w e cos α w = cos α
aw
ou ainda igualando por meio de raios de base rb1 e rb2 pode-se escrever:
r1
cos α w = cos α
r1w
Conclui-se, assim que o ângulo de pressão e os raios primitivos não são constantes de um
engrenamento, uma vez que depende dos dois corpos em contato e da distância entre centros
de funcionamento.
C2
O2 w2 T
C1
α
rp2
rb2 r2 Reta de
ρ2 vn P ρ1 B1 ação
B2 C v1
vt1
rp1 rb1
v2 r1
αp1
vt2 α
w1 O1
e
T´
B1
B2 vt2
vt1
rb1
v n = v 1 ⋅ cos α v1 = ω1 ⋅ rp1 rp1 =
p1
cos α p1
Elementos de Máquinas III 28
obtendo-se então:
v n = ω1 ⋅ rb1
Da mesma forma, obtem-se:
v n = ω 2 ⋅ rb 2
Para as velocidades tangenciais, podemos escrever, por semelhança de triângulos:
vt1 PB1
=
vn rb1
Analogamente: vt 2 = ω 2 ρ 2
Os valores de vt1 e vt2 estão representados na Figura 2.15 sendo valores lineares.
Para vt temos: vt = vt1 − vt 2 uma vez que é adotada a convenção de ser vt negativo,
enquanto se desloca de B1 até C.
Se orientarmos um segmento “e” que une o ponto C ao ponto P tal que sua orientação seja
oposta ao caminhamento do contato (B1 para B2) tem-se que CP = e
Ainda deve-se ter o cuidado de evitar que duas evolventes se toquem em regiões onde o
raio de curvatura é pequeno, em virtude da área de contato ser pequena e provocar assim
elevadas tensões, o que acarreta a fadiga do material na superfície. Assim deve-se manter a
vt
relação pequena.
ρ
vt
Da mesma maneira, pode-se também minimizar a relação δ p = sendo esta,
ρ ⋅ω
praticamente equivalente.
vt
Na relação δ p = temos que vt = e ⋅ (ω1 + ω 2 ) e ρ.ω será decomposto em duas
ρ ⋅ω
situações: ω1 ⋅ ρ1 e ω2 ⋅ ρ 2
Para ρ podemos escrever: ρ = rb ⋅ tan α p e, geralmente: ρ 1 = rb1 ⋅ tan α p1 e
ρ 2 = rb 2 ⋅ tan α p 2
e ⋅ (ω1 + ω 2 ) e ⋅ (ω1 + ω 2 )
δ1p = e δ2p =
rb1 ⋅ ω1 ⋅ tan α p1 rb 2 ⋅ ω 2 ⋅ tan α p 2
A partir das deduções acima determinou-se os valores do deslizamento específico em três
pontos:
CB1 ⋅ (ω1 + ω 2 )
Ponto B1 δ 1 =∝ δ2 =
B1 B2 ⋅ ω 2
Ponto C: δ1 = 0 δ2 = 0
CB2 ⋅ (ω1 + ω 2 )
Ponto B2: δ1 = δ 2 =∝
B1 B2 ⋅ ω1
Problema sobre deslizamento específico
1) Um conjunto de engrenagem cilíndrica de dentes retos apresenta módulo m = 2,5 mm.
A engrenagem menor (pinhão) possui z1 = 20 dentes e a engrenagem maior apresenta z2 = 60
dentes. O ângulo de pressão α = 20o. A velocidade angular da roda 1 é w1 = 1500 rpm.
Determinar o deslizamento específico.
Elementos de Máquinas III 30
O primeiro problema que surge ao projetar uma engrenagem é o de encontrar um par que
seja capaz de transmitir potência requerida. As engrenagens devem ser: grandes o suficiente,
resistentes e muito precisas para realizar o trabalho a que se destinam.
3.1 INTRODUÇÃO
evolvente 2 pela circunferência que passa em B1 e tem centro em O2. Por razões práticas
limita-se o engrenamento a um ponto anterior a B1, como veremos adiante.
Analogamente, a peça 1 pode ser limitado pela circunferência que passa em B2 ou outra
menor.
O1
Círculo de w1 rb1
base 1
B1
B2
rb2
w2
Círculo de
base 2
O2
Figura 3.1 - Engrenamento de duas evolventes
Elementos de Máquinas III 32
O1
Círculo de w1 rb1
base 1
B1
F G
A1
A2
D
B2 E
rb2
w2 Círculo de
base 2
O2
Figura 3.2 - Engrenamento de duas evolventes
Durante um engrenamento, conforme a Figura 3.2, o perfil da evolvente da peça 2 inicia o
contato quando sua origem esta em “D”, indo se colocar em “E” no fim de engrenamento.
Neste mesmo tempo a evolvente 1 passou de “F” para “G”.
DE FG
⋅ z2 = ⋅ z1 = 2 ⋅ π
rb 2 rb1
donde:
rb 2 ω1 z 2
= =
rb1 ω 2 z1
Portanto, o número de evolventes (número de dentes) é inversamente proporcional às
respectivas velocidade angulares.
A fim de que as peças representados na Figura 3.2 possam transmitir movimentos também
em sentido contrário, devemos prever uma nova família de evolvente, usando-se todas as
considerações feita. Desta maneira chega-se à forma da Figura 3.3.
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Largura do dente
Flanco
Flanco do pé
do dente
Cilindro de cabeça
Cilindro primitivo ha h
Perfil
hf Flanco de
Cilindro de base cabeça
Cilindro de pé
df
d
da
Com base no que já foi estudado no capítulo anterior pode-se escrever que a distância
entre centros de referência corresponde a soma dos raios de referência da engrenagem maior e
menor, ou seja:
a = r1 + r2
rb 2 ω1 n1 z 2 d 2 r2
i= = = = = =
rb1 ω 2 n2 z1 d1 r1
a
Substituindo-se r2 = i ⋅ r1 na expressão a = r1 + r2 teremos que r1 = ou
1+ i
2⋅a 2⋅a ⋅i
d1 = . Da mesma forma encontra-se d 2 = .
1+ i 1+ i
p
π ⋅ d = 2 ⋅π ⋅ r = p ⋅ z e d= ⋅z
π
p d
A relação = define-se ser igual a m (módulo). É usado nos paises que utilizam o
π z
sistema métrico sendo seu valor medido em milímetros:
p d
m= =
π z
Para países cuja unidade é a polegada, usam-se em lugar do módulo, o “passo diametral”
- DP do inglês Diametral pitch. O passo diametral ou Diametral pitch corresponde ao número
de dentes dividido pelo diâmetro de referência (primitivo) medido em polegadas:
z
DP =
d ′′
O passo diametral pode ser relacionado com o módulo pela seguinte expressão:
m ⋅ DP = 25,4
A fim de mostrar ao estudante de engenharia o tamanho dos módulos, a Figura 3.4 ilustra
os dentes em tamanho aproximado ao natural para módulo entre 1 a 12.
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Tabela 3.4 – Símbolos básicos adotados em engrenagens cilíndricas de dentes retos e relação
geométrica
Fonte principal: SB-21
Símbolo Nomenclatura Relação geométrica
Rw Grau de recobrimento para uma distância ra21 − rb21 + ra22 − rb22 − aw ⋅ sen α w
entre centros imposta Rw =
p ⋅ cos α
S
S M = 2 ⋅ rM ⋅ + Evα − Evα M
2⋅r
rM ⋅ cos α M = r ⋅ cos α = rb
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m ⋅π
É importante salientar que S = representa a espessura sobre a circunferência de
2
referência (circulo primitivo).
Sa
Sm
S
Sb
rm
ra
rp
r
rb
Ev αM - Ev α
Por outro lado, se não houver folga a perigo de engripamento dos dentes com desgastes
acentuados e aquecimento dos mesmos.
A folga é necessária para compensar erros de fabricação, folgas nos mancais, efeitos de
temperaturas e deformações elásticas.
Reta de
ação
O2 t2
t 2´
∆a
Reta de ação α
Ev1
Esta é a circunferência de
referência (primitiva). Como
ela esta ampliada parece uma c
reta K ∆J1
d
J1
∆J2 J2
M e C
α
Ev2
b
O1
Chama-se de Folga normal J1 a distância entre duas evolventes medida sobre a reta de
ação e seu valor é obtido por meio de lâminas calibradoras.
J 2 = e 2 − S1
J 1 = KC e J 2 = MC
∆a
∆J1 c
α
∆J2 e
c d e
= =
∆a ∆J 1 ∆J 2
∆J 1 = ∆a ⋅ senα ∆J 2 = ∆a ⋅ tan α
As folgas reais são diferentes das de projeto devido a erros de fabricação, montagem,
dilatação, etc.
1) Determinar a distância entre centros de funcionamento para uma folga circular ∆J2 =
0,14 mm dados: m = 5; z1 = 17 dentes; i ≅ 2,7; α = 20o; dente normal.
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As evolventes das engrenagens são limitadas por uma circunferência de cabeça. Na Figura
3.9, representa-se duas engrenagens em uma situação de engrenamento.
O2
α rb2
Reta de ação
ra2 rA2
C. base 2 r2
C. referência 2 B2
C. cabeça 2 A2
A1 K
C. cabeça 1
B1
r1 C. referência 1
C. base 1
rA1 ra1
rb1
α
O1
Como:
(r ) (r ) − (r )
2
2 2 2
Tem-se que: rA1 = b1 + a ⋅ senα − a2 b2
Elementos de Máquinas III 44
(r ) (r ) − (r )
2
2 2 2
Analogamente: rA 2 = b2 + a ⋅ senα − a1 b1
Devido seu pequeno raio o arco KI da evolvente não é utilizado, e por esta razão
abandona-se o perfil do dente segundo a curva “1” a fim de melhorar a resistência do dente.
Pode-se também, adotar a curva “2”, produzindo um adelgaçamento no pé do dente
melhorando desta forma suas características para interferência, podendo-se então ter
engrenagnes com menor número de dentes.
Para casos de altas cargas e velocidades, freqüentemente, adota-se o perfil conforme curva
“3”. A variação do perfil é muito pequena e o valor de TT´ é da ordem da deformação elástica
do dente. O segmento TT´´ é da ordem de 0,4m, onde “m” é o módulo da engrenagem.
máx 0,02
0,4.m T
3 T´ C. C1
T´´
C. referência 1
K
1
I 2 C. C2
C. fundo
3.6 CREMALHEIRA
Na Figura 3.11 tem-se um pinhão e cremalheiras. Baseados no fato de que a reta de ação é
mantida tangente ao círculo de base e perpendicular ao perfil da cremalheira.
r=∞ Cremalheira
O I Y
α
Reta de ação
Engrenagem r1 = finito
O ângulo de pressão da cremalheira, para ser perpendicular ao perfil deve ser também α.
Podemos escrever: p = S + e = S m + em = 2 ⋅ e m = 2 ⋅ S m
S x = S m + 2 ⋅ l ⋅ tan α
hf Sx
l h p
Sm em
ha
α
A fim de conseguir curvas “1”, “2”, “3” referidas na figura 9, usa-se perfis adequados da
cremalheira ferramenta.
p = 3,1416m
20o
Cremalheira ferramenta
1m
2,25m
Linha de referência
1,25m
0,4m 1m
e = 1,5708m S = 1,5708m
Cremalheira ferramenta
3.7 INTERFERÊNCIA
A reta rolando sobre ambos os círculos de base representados durante o engrenamento vai
gerar a evolvente 1, a contra-evolvente 1 no pinhão 1 e a evolvente 2 na roda 2. Sejam B1 e B2
respectivamente os pontos de tangência da reta de ação. desta maneira o ponto P gerou as
evolventes e contra-evolventes fora do segmento B1 B2 .
O flanco do dente que corresponde ao perfil da evolvente 2 deve engrenar com o flanco da
evolvente 1.
Ev2
O2 A
P
B2
CEv2
C
Ev1
B1
Ev1
O1
C Cabeça 2
B1 C base 2
rb1 α ra2
π
α r1 2 r2
O1 C O2
α
ra1
rb2
C base 1 B2
2
sendo: ra 2 = r2 + ha 2 ≤ B1O2
então:
ou
Assim, para cada z1 obteremos um valor z2 para que não haja interferência. Substituindo
os valores em função de z2.
z12 ⋅ sen 2α − 4
z2 ≤
4 − 2 ⋅ z1 ⋅ sen 2α
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z1
Na Tabela 3.5 apresenta-se a relação limite para α = 15 e 20o.
z2
Pode-se usinar uma engrenagem com o emprego de uma ferramenta dentada como por
exemplo com uma cremalheira, provida de gumes de corte e dotadas de movimentos
z12 ⋅ sen 2α − 4
especiais. Para a cremalheira o valor r2 da z 2 ≤ é infinito, ou seja:
4 − 2 ⋅ z1 ⋅ sen 2α
ha 2
r2 = ∞ então 2 ⋅ ha 2 − 2 ⋅ r1 ⋅ sen 2α = 0 ou r1 =
sen 2α
1+1=2
v n = ω1 ⋅ rb1 = ω 2 ⋅ rb 2 = ω1 ⋅ r1 ⋅ cos α
A1 A2
t1 =
vn
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O tempo entre dois inícios de engrenamentos sucessivos pode ser determinado pela
seguinte expressão:
p
t2 =
vt
Escreve-se:
A1 A2
v A1 A2 ⋅ r1 A1 A2
R= n = →R=
p ω1 ⋅ r1 ⋅ cos α ⋅ p p ⋅ cos α
vt
O2
B2 α
A2
P1 C
P2
A1
B1
ra1
α
O1
Figura 3.17 – Engrenamento de duas engrenagens com elementos para determinar o grau de
recobrimento
A partir da Figura 3.17, pode-se escrever:
Elementos de Máquinas III 52
A1 A2 = B1 A2 + B2 A1 − B1 B2
Tem-se assim
Logo, o grau de recobrimento para funcionamento em uma distância entre centros “a” é
determinado pela seguinte expressão:
p ⋅ cos α = p w ⋅ cos α w
2 ⋅ aw
mw =
( z1 + z 2 )
O grau de recobrimento não pode ser menor que 1 afim de garantir a continuidade do
movimento. A medida que o grau de recobrimento existe e aumenta, há maior suavidade de
movimento, com menos vibrações e ruídos. Na prática, usa-se 1,2 ≤ R ≤ 1,4 .
1 - Uma engrenagem cilíndrica de dentes retos normal deve engrenar com um pinhão de 20
dentes, módulo de 4 mm e ângulo de pressão 20o. A relação de transmissão deve ser igual a
2. Determinar a distância entre centros e o grau de recobrimento.
2 - Para o problema anterior determinar o máxima distância entre centros de funcionamento
(aw) possível de ser utilizada.
A correção de engrenagens pode ser aplicada para: (i) Para Compatibilizar distâncias entre
centros de funcionamento e projeto; (ii) Evitar a interferência de fabricação; e (iii) Otimização
do deslizamento específico.
p = 3,1416m
o
20
Cremalheira ferramenta
1m
2,25m
Linha de referência
1,25m
e = 1,5708m S = 1,5708m
Cremalheira ferramenta
A linha de referência ou reta média é aquela sobre a qual a espessura do dente é igual ao
vão. Ela serve de referência para definir as demais dimensões.
A Figura 3.19 representa a usinagem de uma roda de “z” dentes a partir da cremalheira
ferramenta. Chama-se: (i) -Diâmetro primitivo de usinagem da roda; e (ii) -Linha primitiva de
Elementos de Máquinas III 54
usinagem da cremalheira, aos elementos que rolam sem deslizamento, um sobre o outro,
durante a usinagem. Logo, o passo primitivo “p” da roda é igual ao passo “p” da cremalheira.
Por outro lado, a linha de ação de usinagem é normal ao perfil da cremalheira e tangente
ao círculo de base da roda usinada.
Isto significa que o diâmetro do círculo de base da roda é igual ao diâmetro primitivo de
usinagem multiplicado pelo cosseno do ângulo de pressão “α” da cremalheira.
Círculo de referência da
engrenagem
(primitiva)
z.m.cosα
z.m
Círculo de base
α
Linha de primitiva de
geração
α
Reta de ação
O círculo rola sem p = π.m
deslizamento Cremalheira geratriz
Figura 3.19 - Usinagem de roda com “z” dentes a partir de cremalheira ferramenta
Uma engrenagem apresenta dente normalizado se pode ser gerada a partir da cremalheira
ferramenta normalizada.
Na Figura 3.20 temos uma roda de dentes corrigidos, uma vez que a linha primitiva de
usinagem da cremalheira não coincide com a linha de referência.
Linha de referência
x.m I Linha de geração
(+) ha S 1,25.m
h
hf π
h = 2,25 ⋅ m S = m ⋅ + 2 ⋅ x ⋅ tgα
h f = m ⋅ (1,25 − x ) 2
ha = m ⋅ (1 + x )
d = z⋅m x.(+)
Figura 3.20 - Usinagem de roda com dentes corrigidos por correção positiva
A correção se chama positiva se a linha de referência é exterior ao círculo primitivo de
usinagem. A correção se chama negativa se a linha de referência corta o círculo primitivo de
usinagem.
x⋅m
x=
m
Na Figura 3.20 vê-se uma roda dentada com correção positiva e na Figura 3.21 pode-se
ver tanto a correção positiva como a correção negativa. Observe-se que a correção positiva
torna o dente aguçado na ponta e a correção negativa adelgaça o dente em sua raiz.
Elementos de Máquinas III 56
Figura 3.21 - Diversos tipos de Correção a) Correção positiva x=+1,00 b) Correção Positiva x
= +0,50 c) Sem correção x= 0,00 d) Correção negativa x = -0,50
A expressão geral da espessura do dente da cremalheira é:
π
S = mo ⋅ + 2 ⋅ l ⋅ tan α o
2
onde, “l”, é considerado com seu valor algébrico positivo ou negativo. A expressão geral
da espessura dos dentes da roda é:
s
S F = 2 ⋅ rF ⋅ + Evα − Evα F
d
fazendo:
π
s = mo ⋅ + 2 ⋅ x ⋅ tan α o = espessura do dente sobre a circunferência primitiva
2
de usinagem;
d F cos α o
Utilizando ainda a expressão: =
d cos α F
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A espessura da cabeça do dente não deve, para engrenagens cementadas ser inferior a
0,4m . Para engrenagens comuns deve ser maior ou igual a 0,2m.
Os dentes aguçados são empregados quando se deseja rodas com reduzido número de
dentes.
Dedendo h f = (1,25 + x2 ) ⋅ m
Altura do dente h = 2,25 ⋅ m
Consideramos uma roda e um pinhão usinados com uma mesma cremalheira ferramenta
com módulo mo e ângulo de pressão α. Consideremos ainda que durante a usinagem a linha
primitiva de usinagem da cremalheira coincidiu com a linha de referência. Desta maneira
teremos usinado uma roda e um pinhão normais.
Tabela 3.8 - distância entre centros normal para engrenagens com dentes externos e internos
Dentes externos Dentes Internos
Engrenagens d + d1 d − d1
cilíndricas de dentes retos a= 2 a= 2
2 2
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R=
1
p ⋅ cos α
⋅ [r 2
a1 ]
− rb21 ± ra22 − rb22 m a ⋅ senα
O número mínimo de dentes sem adelgaçamento do pé do dente pode ser obtido a partir da
expressão geral do limite de interferência ou adelgaçamento já visto:
mo ⋅ Z 1 mo ⋅ Z 2
r1 = r2 = ha 2 = m o α = αo
2 2
desta maneira, a cada z1 obtemos um valor de z2 para que não haja interferência. A Tabela
3.9 relaciona alguns valores:
Tem-se que:
z12 ⋅ sen 2α − 4
Equação 3.2 z2 ≤
4 − 2 ⋅ z1 ⋅ sen 2α
A partir desta expressão podemos determinar o número mínimo de dentes z1 para engrenar
com a cremalheira sem haver interferência. Neste caso limite temos Z2=∝, logo.
4 − 2 ⋅ Z 1 ⋅ sen 2α = 0
2
Equação 3.3 z1 =
sen 2α
Elementos de Máquinas III 60
Onde substituindo pelo ângulo de pressão de usinagem, temos o valor procurado para
z1. Abaixo na Tabela 3.10 temos alguns valores:
Como desvantagens, um pinhão gerado por Ferramenta Fellows só pode engrenar com
outro de mesmo ou menor número de dentes, a fim de evitar interferência. Um pinhão gerado
por cremalheira pode engrenar com qualquer número de dentes sem haver problemas de
interferência.
Com ângulo de pressão de 30o, podemos obter um pinhão de 7 dentes com ferramenta
Fellows de 17 dentes e um pinhão de 8 dentes com cremalheira ferramenta, sem haver
adelgaçamento do pé do dente.
Ao engrenamento obtido com um pinhão com correção x1 e uma roda com correção x2, e
que trabalhem de tal maneira que as circunferências primitivas de funcionamento sejam as de
usinagem, denomina-se engrenamento V0.
Chamando-se:
Sendo:
Equação 3.5 S1 = e2 e S2 = e1
Substituindo a Equação 3.4 em Equação 3.5 obtem-se
Equação 3.6 p o = π ⋅ mo = s1 + s 2
que é a condição fundamental para que a distância entre centros de funcionamento aw
coincida com a normal a.
x2 - correção da roda
π π
Equação 3.7 S1 = m ⋅ + 2 ⋅ x1 ⋅ tan α e S 2 = m ⋅ + 2 ⋅ x2 ⋅ tan α
2 2
Substituindo-se a Equação 3.7 em Equação 3.6 teremos:
π π
s1 + s 2 = mo ⋅ + 2 ⋅ x1 ⋅ tan α o + mo ⋅ + 2 ⋅ x 2 ⋅ tan α o = π ⋅ mo
2 2
Simplificando teremos:
2 ⋅ x1 ⋅ tan α o + 2 ⋅ x 2 ⋅ tan α o = 0
Logo:
x1 = − x2
Equação 3.8 x1 + x 2 = 0 ou
x2 = − x1
Assim, como foi visto as engrenagens cilíndricas de dentes retos externos apresentam:
x1 + x 2 = π ⋅ mo
x1 = − x 2
x1 + x 2 = 0 ou
x 2 = − x1
z − z1
A distância entre centros normal é: a = m⋅ 2
2
Deve-se ter: S1 + S 2 = π ⋅ m
Usando as Tabela 3.6 e Tabela 3.7, uma vez que a roda é interna e o pinhão é externo:
π π
S1 = m ⋅ + 2 ⋅ x1 ⋅ tan α e S 2 = mo ⋅ − 2 ⋅ x 2 ⋅ tan α o
2 2
x1 = x 2 ou x1 − x 2 = 0
Veremos que em certos casos somos obrigados a abandonar a distância entre centros
normal a. Podemos assim ser conduzidos a adotar s coeficientes de correção x1 para o pinhão
e x2 para a roda tais que sua soma sejam diferente de zero. (a ≠ aw).
Isto geralmente acontece quando temos várias engrenagens no mesmo eixo, como no caso
de redutores, e caixas de câmbio, ou estamos em presença de uma substituição de um par de
engrenagens por outro de diferente relação de transmissão em um mecanismo.
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Se: x1 + x 2 p 0
Façamos a usinagem do pinhão e da roda com coeficientes de correção x1 e x2, tais que
x1 + x 2 ≠ 0 , e o engrenamento de tal maneira que não haja folga no flanco.
Adendo ha1 = (1 + x1 ) ⋅ m ha 2 = (1 + x 2 ) ⋅ m
Dedendo h f 1 = (1,25 − x1 ) ⋅ m h f 2 = (1,25 − x 2 ) ⋅ m
Ao ser feito o engrenamento, afastamos as rodas (ou aproximamos) até uma distância
entre centros aw na qual não há folga nos dentes.
d 1w + d 2 w
Teremos então: aw =
2
d 2w
sendo: = i = relação de transmissão
d1w
Podemos escrever:
d 2 w d 1w cos α
= =
d2 d1 cos α w
A fim de satisfazermos a condição de que não deve haver folga no flanco, devemos ter:
sendo: p = π ⋅ mo e p w = π ⋅ mw
logo:
mw
Equação 3.12 pw = p ⋅
m
d = mo ⋅ Z d w = mw ⋅ z
logo:
dw m
Equação 3.13 =
d m
Podemos obter S1w e S2w a partir da expressão geral:
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S
Equação 3.14 s F = 2 ⋅ rF ⋅ E + Evα E − Evα F
dE
Substituindo pelos elementos de funcionamento e usinagem
S
Equação 3.15 S1a = d1a ⋅ 1 + Evα − Evα w
d1
S
Equação 3.16 S 2 w = d 2 w ⋅ 2 + Evα o − Evα w
d2
Substituindo a Equação 3.15 e Equação 3.16 na Equação 3.11 obtemos:
d 1w d
Equação 3.17 p w = S1w + S 2 w = ⋅ S1 + 2 w ⋅ S 2 + (d1w + d 2 w ) ⋅ (Evα − Evα w )
d1 d2
Introduzindo a Equação 3.12 e Equação 3.13 na Equação 3.17 obtém-se:
mw mw m
p⋅ = ⋅ s1 + w ⋅ s 2 + m w ⋅ ( z1 + z 2 ) ⋅ (Evα − Evα w )
m m m
cos α
Equação 3.19 a = a⋅
cos α
d 2 w − d 1w d 2w
Equação 3.20 aw = =i
2 d1w
A fim de satisfazermos a condição de não haver folga no flanco do dente devemos ter:
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mw
Equação 3.24 pw = p ⋅
m
d w mw
Equação 3.25 =
d m
S
Equação 3.26 S1w = d1w ⋅ 1 + Evα − Evα w
d1
S
Equação 3.27 S 2 w = d 2 w ⋅ 2 − Evα o + Evα w
d2
π π
S1 = m ⋅ + 2 ⋅ x1 ⋅ tan α e S 2 = m ⋅ + 2 ⋅ x 2 ⋅ tan α
2 2
(z 2 − z1 ) ⋅ (Evα w − Evα )
Equação 3.28 x 2 − x1 =
2 ⋅ tan α
Equação 3.30 j f = h f 1 w − ha 2 w
ha 2 w = ra 2 − r2 w = r2 + ha 2 − r2 w
h f 1w = r1w − r f 1 = r1w − (r1 − h f 1 )
Equação 3.31
sendo:
h f 1 = m ⋅ (1,25 − x1 )
Equação 3.32
ha 2 = m ⋅ (1 + x 2 )
Substituindo as Equação 3.32 e Equação 3.31 e Equação 3.30 em Equação 3.29, obtém-se:
j f = r1w − r1 + h f 1 − r2 − ha 2 + r2 w
j f = r2 w + r1w − (r2 + r1 ) + h f 1 − ha 2
j f = a w − a + m ⋅ (1,25 − x1 − 1 − x 2 )
j f = a w − a + 0,25 ⋅ m − ( x1 − x 2 ) ⋅ mo
j f = a w − a + 0,25 ⋅ m − ( x1 − x 2 ) ⋅ m ≥ 0,25 ⋅ m
a w − a − mo ⋅ ( x1 + x 2 − k ) = 0
Logo:
aw − a
Equação 3.35 k = x1 + x 2 −
m
que exprime o valor do coeficiente de rebaixamento da altura do dente. Desta maneira a roda
que sofrer um rebaixamento “km” terá seu diâmetro externo diminuído, devendo ser
considerado na verificação do recobrimento e interferência.
Para o limite de interferência entre o pinhão de z1 dentes e a roda de z2 dentes, com ângulo
de pressão de usinagem α, já vimos que podemos usar a Equação 3.1 do item anterior com
algumas substituições, tendo-se:
z12 ⋅ sen 2α + 2 ⋅ z1 ⋅ z 2 − 4 ⋅ ( z 2 + 1) = 0
z2 + 1
Equação 3.36 z1 = − z 2 + z12 + 4 ⋅
sen 2α
Com ângulo de pressão de 20o, teremos no limite de interferência teórico engrenamento de
uma roda de 50 dentes com um pinhão de 15, por exemplo. (Valor exato 15,15).
Se engrenarmos com o referido pinhão de 15 dentes uma roda com mais de 50 dentes,
haverá interferência.
z´− z
Equação 3.37 x= (3)
z´
onde z´ exprime o número de dentes obtidos pela Equação 3.3 do item anterior.
Este método, desenvolvido por G. Henriot pode ser dividido no que diz respeito de haver
ou não distância entre centros imposta.
Deslocamento
x
+0,5
x1 Pinhão
x2 Roda
+0,4
10
+0,3
5,0
4,0
3,0
+0,2 2,5
2,0
Dente
i 1,5
+0,1 1,4
1,3
1,2
1,5 1,4 1,3 1,2 1,1 1,1
+0,0
Z1
10 15 20 25 30 35 1,1 40 45
1,2
2,0 1,3
2,5
-0,1 1,4
1,5
3,0
i Z1 + Z2 = 60
i 2,0
2,5
-0,2 3,0
Z1 + Z2 < 60 4,0
5,0
10
-0,3
Z1 + Z2 > 60
-0,5
a) z1 + z 2 ≥ 60 Engrenamento “VO”
z2
A partir do i = e z1 podemos ler o valor da correção necessária da seguinte maneira
z1
usando o Ábaco ilustrado na Figura 3.24
Entra-se com o valor de z1 na reta graduada horizontal que contém o segmento OB com
z2
i= . Determina-se então x1 se for feita a projeção da interseção sobre o eixo das correções
z1
x, colocado a esquerda.
Aplicação
Se z1 = 20 e z2 = 60 teremos i = 3
b) z1 + z2 p 60 Engrenamento “V”
Teremos neste caso o valor de x1 dado pela curva AB, a partir de z1.
z2
O valor de x2 é obtido na interseção com a curva correspondente i = no interior do
z1
triângulo ABA´.
Aplicação:
z1 + z2 p 60
O valor de x1 = 0,23.
Para o valor de x2, teremos a interseção da curva i com z1 e teremos então o valor de
x2=0,17.
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z2 − z1 z i −1 1
x1 = λ ⋅ + ∑x⋅ 1 ou x1 = λ ⋅ +∑x⋅
z2 + z1 z 2 + z1 i +1 i +1
z2
Com ∑x = x 1 + x2 e i=
z1
Aplicação:
com λ = 0,75
40 − 20 20
x1 = 0,75 ⋅ + 0,32 ⋅ = 0,36
40 + 20 40 + 20
x 2 = 0,32 − 0,36 = −0,04
com λ = 0,50
40 − 20 20
x1 = 0,50 ⋅ + 0,32 ⋅ = 0,27
40 + 20 40 + 20
x 2 = 0,32 − 0,27 = +0,05
0,36 + 0,27
Valor médio de x1 = = 0,32 (valor escolhido)
2
Antes de abordar o estudo da dentado helicoidal, é necessário estudar a curva que lhe
serve de definição. A curva helicoidal é uma curva que resulta do enrolamento de uma reta em
torno de um cilindro.
A distância constante que separa os pontos consecutivos da hélice situados sobre uma
mesma geratriz do cilindro se chama “passo helicoidal”.
O ângulo de inclinação da hélice é o ângulo constante β, que forma a curva com relação ao
eixo. Desenvolvendo a hélice em um plano temos a Figura 4.1 onde a hélice se torna uma reta
XZ, inclinada de β com relação ao eixo.
π ⋅d
Equação 4.1 PZ =
tan β
A hélice pode ser a direita ou à esquerda, do mesmo modo que um parafuso.
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Para facilitar a compreensão das propriedades das engrenagens paralelas com dentado
helicoidal é interessante estudas primeiro um tipo de engrenagem que já não se usa hoje em
dia, e que se conheceu com a designação de “Engrenagem Escalonada”.
A figura 2 apresenta um dente de pinhão de tal engrenagem com vista superior e de frente.
A figura 3 representa o mesmo dente em perspectiva.
Uma roda ou dentado escalonado pode ser considerado como a justaposição de discos de
dentado reto todos idênticos, de espessura igual a X, deslocados em relação ao outro contíguo
segundo valores angulares Y. Os perfis P1´ , P1´´, P1´´´ do pinhão possuem idênticas
evolventes, pois tem o mesmo cilindro base, de raio rb1.
Temos linhas de ação idênticas para todas as engrenagens elementares do dentado reto,
que se projetam na vista de frente da figura 2, seguindo a tangente T ao círculo de base do
pinhão, e, que passam pelo ponto de tangência I dos círculos primitivos. O ponto sobre o
dente completo de perfil P1 está em “a” e o contato sobre o dente completo do perfil P1 se
estabelece ao longo do pequeno segmento aa´ de comprimento X paralelo ao eixo, etc. Assim
o contato entre o dente completo do pinhão e o dente conjugado da roda se produz sobre o
conjunto de segmentos aa´, bb´... hh´. (conforme figura 3).
Os pontos onde os perfis P1 , P1´ , P1´´... etc., encontram o cilindro base estão todos
situados sobre uma mesma hélice Hb1. Os pontos a,b,c,...h, ... se acham todos situados sobre
uma mesma reta G, a qual é tangente ao círculo-base. Também podemos dizer que está
situada no plano tangente ao círculo base do pinhão ( e ao círculo base da roda como é fácil
verificar ) passando pela geratriz de contato dos dois cilindros primitivos.
A reta G traçada sobre o mesmo dentado e tangente em “a” a hélice base do pinhão, é a
geratriz retilínea de contato dos dois dentados em um instante considerado.
O contato entre dois perfis conjugados com dentado helicoidal se dá segundo uma reta,
análoga à reta G da Figura 4.3. Durante o engrenamento a reta G se desloca ao longo dos
dentes.
Chama-se hélice primitiva de uma roda, a hélice traçada sobre o cilindro primitivo, sua
inclinação com relação ao eixo se chama ângulo de hélice β.
Durante o rolamento sem deslizamento desses cilindros, importa que as hélices primitivas
conjugadas permaneçam constantemente tangentes. Isto implica em duas condições:
π ⋅ d1 π ⋅ d2
Equação 4.2 tan β = =
pz pz
p z1 d 1
Como: = tem-se que
pz2 d 2
π ⋅ d1 π ⋅ d2
Equação 4.3 p z1 = e pz2 =
tan β tan β
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p
z p
z
βb
β
πd
b
πd
Figura 4.6 - Desenvolvimento da superfície lateral dos cilindros primitivos e de base à roda
Para βb (ângulo de hélices de base) temos, lembrando que todas as hélices traçadas sobre
um mesmo dentado tem o mesmo passo helicoidal ( Figura 4.6).
π ⋅ db
tan β b = sendo d b = d ⋅ cos α t
pz
π ⋅ d ⋅ cos α t
Equação 4.4 tan β b = e tan β b = tan β ⋅ cos α t
pz
Tem-se:
px - Passo axial;
pn - Passo normal;
pt - passo circunferêncial
sendo:
mt - módulo circunferencial
pt d mn
Equação 4.8 mt = = e mt =
π z cos β
mn - módulo normal
pn
Equação 4.9 mn = mn = mt ⋅ cos β
π
O passo axial px está medido paralelamente ao eixo da roda
pt p
Equação 4.10 px = =
tan β senβ
É fácil ver-se que se pode escrever:
Obtém-se a relação entre αn e αt por meio dos triângulos ABF e DEF, que tem em comum
h = DF = AC .
BC EF
tan α t = e tan α n =
h h
EF = BC ⋅ cos β
donde:
Tabela 4.2 – Proporções do dentado normal das engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais
Símbolo Designação Fórmula
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Se for colocado sobre um plano normal a hélice primitiva um plano secante, o cilindro de
raio r ficará secionado segundo uma elipse. A elipse terá em I o seu raio menor, cujo raio é
r
. Neste plano temos m n = mt ⋅ cos β e o ângulo de pressão é o ângulo de pressão
cos 2 β
norma αn.
Elementos de Máquinas III 82
mn - módulo normal;
αn - ângulo de pressão normal;
r
- raio primitivo
cos 2 β
O Número de dentes imaginários pode ser determinado por:
2⋅r 1 2⋅r 1
Zn = ⋅ ou Zn = ⋅
cos β mn
2
mt ⋅ cos β cos 2 β
Z
Equação 4.17 Zn = (18)
cos 3 β
Uma aplicação prática interessante para o número de dentes imaginários é a escolha da
fresa-módulo para a execução do dentado helicoidal entre o jogo de fresas para dentados de
rodas retas.
4.9 INTERFERÊNCIA
Podemos dada a sua generalidade, substituir α por αt . Para uma engrenagem normal,
temos:
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mn ⋅ Z 1 mn ⋅ Z 2
Equação 4.18 r1 = r2 = h a = mn α = α t (19)
2 ⋅ cos β 2 ⋅ cos β
Substituindo a equação 19 na equação 18 do item anterior (Engrenagem cilíndrica de
dentes retos), obtemos a seguinte expressão:
Z 12 ⋅ sen 2α t − cos 2 β
Equação 4.19 Z2 ≤ (20)
2 ⋅ cos β − Z 1 ⋅ sen 2α t
Para o caso limite de engrenamento com cremalheira, temos que Z 2 =∝ , donde:
2 ⋅ cos β − Z 1 ⋅ sen 2α t = 0
2 ⋅ cos β
Equação 4.20 Z1 = (21)
sen 2α t
b ⋅ tan β
Equação 4.23
pt
A expressão geral para o grau de recobrimento nas engrenagens helicoidais, será então:
mo
st1 + st 2 = π ⋅ mto = π ⋅
cos β
π π
s t1 = mo ⋅ + 2 ⋅ x1 ⋅ tan α to s t 2 = mo ⋅ + 2 ⋅ x 2 ⋅ tan α to
2 ⋅ cos β 2 ⋅ cos β
x1 = − x 2
x1 + x 2 = 0 ou
x 2 = − x1
mo ⋅ (Z 2 − Z 1 )
a=
2 ⋅ cos β
mo
st1 + st 2 = π ⋅ mto = π ⋅
cos β
Pela Tabela 4.3 e Tabela 4.5 , uma vez que a roda é interna e o pinhão é externo:
π π
st1 = mo ⋅ + 2 ⋅ x1 ⋅ tanαt st 2 = m ⋅ − 2 ⋅ x 2 ⋅ tan α t
2 ⋅ cosβ 2 ⋅ cos β
x1 = x 2 ou x1 − x 2 = 0
Elementos de Máquinas III 86
d 1w + d 2 w d 2w
Equação 4.26 aw = = i = relação de transmissão
2 d1w
Podemos escrever:
donde:
d 2 w d 1w cos α t
Equação 4.27 = =
d2 d1 cos α tw
A fim de satisfazermos a condição de não haver folga no flanco do dente devemos ter:
S
Equação 4.32 s1w = d1w ⋅ t1 + Evα t − Evα tw
d1
S
Equação 4.33 s 2 w = d 2 w ⋅ t 2 + Evα t − Evα tw
d2
Substituindo na Equação 4.29 os valores das Equação 4.30, Equação 4.32 e Equação 4.41
e lembrando a relação da Equação 4.31e simplificando:
mt
pt = s t1 + st 2 + (d1w + d 2 w ) ⋅ (Evα t − Evα tw ) ⋅
mtw
d1w + d 2 w
= ( z1 + z 2 )
′
mtw
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d 1w + d 2 w d 2w
Equação 4.35 aw = =i
2 d w1
A fim de satisfazermos a condição de não haver folga no flanco do dente devemos ter:
mtw
Equação 4.39 ptw = pt ⋅
mt
d m
Equação 4.40 = t
d w mtw
Substituindo a expressão
S
Equação 4.41 s1w = d1w ⋅ t1 + Evα t − Evα tw
d1
(z 2 − z1 ) ⋅ (Evα tw − Evα t )
Equação 4.42 x 2 − x1 =
2 ⋅ tan α t
Elementos de Máquinas III 88
Equação 4.43 a w − a ≥ ( x1 + x 2 ) ⋅ m
Caso necessário o rebaixamento, o índice de rebaixamento pode ser calculado por:
aw − a
Equação 4.44 k = x1 + x 2 −
m
O problema deve ser tratado como nas engrenagens cilíndricas de dentes retos, para tal,
em vez do módulo real usaremos o módulo circunferêncial ou aparente.
Teremos então:
2 ⋅ cos β
Equação 4.45 z´=
sen 2α t
O valor do coeficiente de correção pode ser expresso por:
z´− z
Equação 4.46 x=
z´
Exercício sobre interferência de fabricação
Este método, desenvolvido por G. Henriot pode ser dividido no que diz respeito de haver
ou não distância entre centros imposta.
melhoram, sobretudo na zona dos pés dos dentes do pinhão. A melhor regra é o emprego do
número de dentes virtuais do dentado helicoidal
z1 z2
z v1 = zv2 =
cos 3 β cos 3 β
Deslocamento
x
+0,5
x1 Pinhão
x2 Roda
+0,4
10
+0,3
5,0
4,0
3,0
+0,2 2,5
2,0
Dente
i 1,5
+0,1 1,4
1,3
1,2
1,5 1,4 1,3 1,2 1,1 1,1
+0,0
Zv1
10 15 20 25 30 35 1,1 40 45
1,2
2,0 1,3
2,5
-0,1 1,4
1,5
3,0
i Zv1 + Zv2 = 60
i 2,0
2,5
-0,2 3,0
Zv1 + Zv2 < 60 4,0
5,0
10
-0,3
a) z v1 + z v 2 ≥ 60 Engrenamento “VO”
z2
A partir do i = e z1 podemos ler o valor da correção necessária da seguinte maneira
z1
usando o Ábaco ilustrado na Figura 3.24
Entra-se com o valor de zv1 na reta graduada horizontal que contém o segmento OB com
z2
i= . Determina-se então x1 se for feita a projeção da interseção sobre o eixo das correções
z1
x, colocado a esquerda.
Aplicação:
Se Z1 = 20 dentes e i = 3 β= 20o
20
z v1 =
cos 3 20
e teremos:
x1 = 0,27 e x2 = - 0,27
b) z v1 + z v 2 p 60 Engrenamento “V”
Teremos neste caso o valor de x1 dado pela curva AB, a partir de z1.
z2
O valor de x2 é obtido na interseção com a curva correspondente i = no interior do
z1
triângulo ABA´.
z2 − z1 z i −1 1
x1 = λ ⋅ + ∑x⋅ 1 ou x1 = λ ⋅ +∑x⋅
z2 + z1 z 2 + z1 i +1 i +1
com
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z2
∑x = x 1 + x2 e i=
z1
5 TRENS DE ENGRENAGENS
5.1 GENERALIDADES
Aqui será feito um estudo introdutório dos trens de engrenagens, em virtude da extensão
dos mesmos. Para o caso de maiores necessidades, recomenda-se obras especializadas como
“Traité Théorique et Practice de s Engrenages” de G. Henriot.
A Figura 5.1 e Figura 5.2 mostram um pinhão comandando uma engrenagem cilíndrica
externa de dentes retos e uma interna respectivamente. Temos as velocidades angulares
inversamente proporcionais aos números de dentes. O sentido de rotação é tal que na Figura
5.1 as duas tem sentidos opostos e na Figura 5.2 são do mesmo sentido.
ω 4 Z1 ⋅ Z 3
=
ω1 Z 2 ⋅ Z 4
Expressão esta que pode ser comprovada se forem usadas as expressões para cada par de
engrenagem.
Num trem de engrenagens, a relação global de transmissão é igual ao produto das relações
de transmissão das sucessivas rodas conjugadas.
Elementos de Máquinas III 94
Essas relações parciais podem ser escolhidas pelo projetista com uma certa liberdade,
porém com a finalidade de evitar que as últimas rodas resultem de diâmetro exagerado, torna-
se aconselhável escolher, para os redutores, relações de transmissão que aumentem passando
do primeiro ao último par, sendo conveniente adotar a norma contrária para os
multiplicadores.
Nos redutores, o módulo m dos dentes aumenta passando do primeiro par de rodas ao
último.
Se a relação de transmissão do último par for pequena, resulta para a roda conduzida um
grande número de dentes e, freqüentemente, um diâmetro excessivo.
i = i1 ⋅ i2 ⋅ i3 ⋅ ⋅ ⋅ in
como sendo a relação global de transmissão.
in+1 = 3 (in )
2
Assim por exemplo, se, para um determinado problema, pudessem ser consideradas
satisfatóriamente, tanto a relação i=3 como i=31/10, adotando a relação i=3, cada dente do
pinhão entra em contato sucessivamente somente com 3 dentes da roda maior enquanto que
com a relação 31/10 cada dente do pinhão entra em contato com 31 dentes diferentes da roda
maior.
UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 95
Prof. Douglas Roberto Zaions
As engrenagens apresentam tipicamente dois modos de falha: (i) fratura por fadiga devido
as tensões de flexão dinâmicas na raiz do dente; e (ii) fadiga superficial (cratateração) das
superfícies dos dentes.
A falha por flexão poderá ocorrer quando as tensões desenvolvidas nos dentes forem
iguais ou superiores as tensões de resistência ao escoamento ou ao limite de resistência a
fadiga.
A falha superficial poderá ocorrer quando as tensões de contato desenvolvidas nos dentes
forem iguais ou superiores às tensões de resistência a fadiga superficial.
Em 1892 Wilfred Lewis desenvolveu uma equação para estimar a tensão de flexão em
dentes de engrenagens onde a forma dos dentes entrava na formulação. Lewis reconheceu que
o dente de uma engrenagem podia ser comparado com uma viga em balanço e então deduziu
uma equação agora chamada de Equação de Lewis.
Para entender a formulação da Equação de Lewis, observe inicialmente a Figura 6.1a que
ilustra uma viga em balanço com as dimensões da secção transversal b e t, submetida a uma
carga FT (uniformemente distribuída ao longo da largura da face b) e localizada a uma
distância l do engaste. A tensão de flexão no engaste é determinada a partir da expressão
MF ⋅c b ⋅t3 t
σ= sendo que I = , c= ,e M F = FT ⋅ l . Desta forma tem-se que:
I 12 2
6 ⋅ FT ⋅ l
Equação 6.1 σ=
b ⋅t2
Elementos de Máquinas III 96
FR
FN
FT
l
FT
b
rf
a
t x
l t
(a) (b)
Figura 6.1 – Analogia de uma viga em balanço com o dente de uma engrenagem
Na Figura 6.1b observa-se a terminologia utilizada, sendo que FT representa a força
tangencial e FR a força radial sobre o dente da engrenagem. Analisando agora a Figura 6.1b,
assume-se que a máxima tensão de um dente ocorre no ponto a. Por similaridade entre
triângulos, pode-se escrever que:
t
2= l t2
Equação 6.2 ou x=
x t 4⋅l
2
Rearranjando a Equação 6.1 tem-se que:
6 ⋅ FT ⋅ l FT 1 F 1 1
Equação 6.3 σ= = ⋅ 2 = T ⋅ 2 ⋅
b ⋅t 2
b t b t 4
6⋅l 4⋅l 6
Substituindo-se x da Equação 6.2 na Equação 6.3, e multiplicando o numerador e o
denominador pelo passo circular p, determina-se:
FT ⋅ p
Equação 6.4 σ=
b ⋅ ( 23 ) ⋅ x ⋅ p
Escrevendo-se y=2x/3p, resulta a equação original elaborada por Lewis:
FT
Equação 6.5 σ=
b⋅ p⋅ y
O fator y é conhecido como fator de forma de Lewis e pode ser determinado graficamente
a partir de um desenho do dente da engrenagem ou via métodos matemáticos.
UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 97
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Segundo Shigley et al (2005), a maioria dos engenheiros prefere utilizar o passo diametral
ao determinar as tensões. Isso é feito substituindo-se P = π p e Y = π ⋅ y na Equação 6.5,
resultando em:
FT ⋅ P
Equação 6.6 σ= (US)
b ⋅Y
FT
Equação 6.7 σ= (SI)
b ⋅ m ⋅Y
onde
2⋅ x⋅ P
Equação 6.8 Y=
3
O uso dessa equação para determinar Y significa que somente a flexão do dente é
considerada e que a compressão, causada pela componente radial da força é desconsiderada
nos cálculos. Alguns valores de Y encontram-se indicados na Tabela 6.1.
O emprego da Equação 6.8 implica em supor que os dentes não compartilham a carga com
outros pares de dentes em engrenamento e que a força máxima é exercida na ponta do dente.
engrenagens falham com forças menores quando a velocidade aumenta. Em outras palavras,
quanto maior a velocidade, menor é a força tangencial que provoca a falha da engrenagem.
No século XIX, Carl G. Barth expressou pela primeira vez, os fatores de velocidade, e, em
termos das normas atuais da AGMA que são representados por (SHIGLEY et al, 2005):
3,05 + V
Equação 6.9 Kv = (Ferro fundido, perfil fundido – SI)
3,05
6,1 + V
Equação 6.10 Kv = (Perfil usinado ou fresado – SI)
6,1
3,56 + V
Equação 6.11 Kv = (Perfil usinado por fresa caracol ou moldado – SI)
3,56
5,56 + V
Equação 6.12 Kv = (Perfil rebarbado ou retificado – SI)
5,56
Onde V esta em metros por segundo (m/s).
K v ⋅ FT
Equação 6.13 σ= (SI)
b ⋅ m ⋅Y
Onde:
Kv – fator de velocidade
FT – força tangencial [N];
b – largura do dente [mm];
m – módulo [mm];
Y – fator de forma de Lewis.
σ - tensão [MPa]
Laminado com Sut = 380 MPA e Sy = 206 MPa. Utilize um fator de segurança N = 3 e calcule
a capacidade em potência na saída da engrenagem movida correspondente a uma velocidade
de 1200 rpm, considerando aplicações moderadas.
A falha por fadiga superficial é causada por cargas cíclicas que provocam tensões elevadas
de contato. Outras formas de falha superficial incluem o escoreamento que constitui-se em
falha de lubrificação, e a abrasão, que corresponde ao desgaste decorrente da presença de um
material estranho.
2⋅ F
Equação 6.14 p max =
π ⋅b ⋅l
Onde:
pmax – máxima pressão superficial;
F – força que comprime um cilindro contra o outro;
l – comprimento dos cilindros
B – semilargura determinada a partir da expressão que segue;
( ) (
1 − υ12 1 − υ 22 )
+
2 ⋅ F E1 E 2
Equação 6.15 B= ⋅
π ⋅l 1 1
+
d C1 d C 2
Onde:
ν1 – Coeficiente de Poisson do cilindro 1
ν2 – Coeficiente de Poisson do cilindro 2;
E1 – Módulo de elasticidade longitudinal do material do cilindro 1;
E2 – Módulo de elasticidade longitudinal do material do cilindro 2;
dC1 – Diâmetro do cilindro 1;
dC2 – Diâmetro do cilindro 2;
Elementos de Máquinas III 100
1 1
+
F r r
σ C2 = t
⋅ C 1 C 2
( ) ( )
Equação 6.16
π ⋅ b ⋅ cos α 1 − υ1 1 − υ 22
2
+
E1 E 2
Onde rC1 e rC2 são os valores instantâneos dos raios de curvatura nos perfis do dente do
pinhão e da engrenagem respectivamente, no ponto de contato. A expressão acima leva em
consideração que há somente rolamento puro durante o engrenamento. Ela não leva em
consideração o deslizamento que ocorre fora da linha primitiva.
d1 ⋅ senα d 2 ⋅ senα
Equação 6.17 rC1 = rC 2 =
2 2
Onde d1 e d2 são os diâmetros primitivos da engrenagem pinhão e coroa respectivamente.
1
Cp =
( ) + (1 − υ )
Equação 6.18
1−υ 2 2
π ⋅ 1 2
E1 E2
Com essa simplificação e com a adição do fator velocidade Kv, a Equação 6.16 pode ser
escrita como:
1/ 2
K ⋅F 1 1
Equação 6.19 σ C = −C p ⋅ v t ⋅ +
b ⋅ cos α r
C1 rC 2
As tensões desenvolvidas nos dentes das engrenagens devidas a flexão, são calculadas a
partir da seguinte equação:
1 KH ⋅ KB
Equação 6.20 σ = FT ⋅ K o ⋅ K v ⋅ K S ⋅
b ⋅ mt YJ
Onde:
Os valores de tensão de resistência à flexão sugeridos pela AGMA são, com efeito, valores
parcialmente corretos da resistência à fadiga mesmo que tenham sido gerados com peças
apropriadamente dimensionadas, tendo a mesma geometria, acabamento superficial, etc.
YN
Equação 6.21 S fb = ⋅ S fb ´
Yθ ⋅ YZ
Onde:
Sfb – Resistência a fadiga corrigida (MPa);
Sfb´ – Resistência a fadiga de flexão publicada pela AGMA (MPa);
YN – (KL) Fator vida;
Yθ - (KT) Fator temperatura;
YZ – (KR) Fator confiabilidade.
A Tabela 6.2 apresenta a resistência à fadiga por flexão Sfb´ da AGMA para alguns
materiais.
Norton (2004) apresenta um gráfico para determinar Sfb´ extraído da Norma 2001 – B88
da AGMA para aços como uma função de sua dureza Brinell. A Figura 6.2 ilustra o referido
gráfico.
Figura 6.2 – Resistências a fadiga por flexão Sfb´da AGMA para aços (geral). Fonte: Norton
(2004)
Shigley et al (2005) apresenta as seguintes expressões para especificar a resistência à
fadiga por flexão Sfb´ para o aço AISI 4140 e 4340 endurecido completamente por
nitretação, conforme especificação da Norma ANSI/AGMA 2001-C95 e 2101-C95:
UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 103
Prof. Douglas Roberto Zaions
Equação 6.22 S fb ´= 0,568 ⋅ HB + 83,8MPa (grau 1) Dureza entre 270 a 345 HB)
Equação 6.23 S fb ´= 0,749 ⋅ HB + 110 MPa (grau 2) Dureza entre 270 a 345 HB)
Equação 6.24 S fb ´= 0,594 ⋅ HB + 87,76 MPa (grau 1) Dureza entre 270 a 345 HB)
Equação 6.25 S fb ´= 0,784 ⋅ HB + 114,81MPa (grau 2) Dureza entre 274 a 345 HB)
Equação 6.26 S fb ´= 0,7255 ⋅ HB + 63,89 MPa (grau 1) Dureza entre 300 a 345 HB)
Equação 6.27 S fb ´= 0,7255 ⋅ HB + 153,63MPa (grau 2) Dureza entre 300 a 345 HB)
Equação 6.28 S fb ´= 0,7255 ⋅ HB + 201,91MPa (grau 3) Dureza entre 300 a 345 HB)
S fb
Equação 6.29 σ adm =
N
Onde:
σadm – Tensão admissível (MPa);
Sfb – Resistência a fadiga corrigida (MPa);
N – Coeficiente de segurança.
Elementos de Máquinas III 104
Figura 6.3 – Fator de Vida YN para resistência por flexão, carga repetida. Fonte: Shigley et al
(2005)
9
460 + T ⋅ + 32
Equação 6.30 Yθ = 5
620
Onde T é a temperatura em graus Celsius (oC).
confiabilidade de 99%. A Tabela 6.3 apresenta alguns valores do Fator YZ (KR) para algumas
confiabilidades.
Norton (2004) apresenta algumas tabelas para determinar o fator geométrico YJ (J), para
ângulos de pressão de 20o e 25o, para dentes normais e corrigidos, considerando ainda
carregamento na ponta e para o ponto mais alto de contato em um único dente.
Shigley et al (2005) apresenta um gráfico para determinar o fator geométrico YJ (J) para
engrenagens cilíndricas de dentes retos com altura normal e ângulo de pressão de 20o. Tal
gráfico é reproduzido na Figura 6.4.
UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 107
Prof. Douglas Roberto Zaions
YJ
O fator dinâmico Kv tenta levar em conta as cargas de vibração geradas pelos impactos dos
dentes devido ao engrenamento não conjugado. Essas cargas de vibração são chamadas erros
de transmissão e serão maiores em engrenagens de baixa precisão. Na ausência de dados
experimentais que definam o nível de erro da transmissão a ser esperado em um projeto de
engrenagem, o projetista deve estimar o fator dinâmico. A AGMA provê curvas empíricas
para Kv como uma função da velocidade Vt na circunferência primitiva (NORTON, 2004).
Segundo Shigley et al (2005), alguns efeitos que provocam tais erros são: (i) Imprecisões
durante a geração do perfil do dente; (ii) vibração do dente durante o engrenamento, devido a
rigidez do mesmo; (iii) intensidade da velocidade no diâmetro primitivo; (iv)
desbalanceamento dinâmico dos membros rotativos; (v) desgaste e deformação permanente
das partes em contato dos dentes, (vi) desalinhamento do eixo de engrenagens e deflexão
linear do eixo; (vii) atrito entre os dentes.
B
A + 200 ⋅ Vt
Equação 6.31 Kv =
A
Onde:
Equação 6.32 A = 50 + 56 ⋅ (1 − B )
B = 0,25 ⋅ (12 − Qv ) 3 (para 6 ≤ Qv ≤ 11 )
2
Equação 6.33
e
Vt – velocidade tangencial (m/s);
Qv – Índice de qualidade da engrenagem de menor qualidade no engrenamento.
A Figura 6.5 ilustra uma família de curvas que variam com o índice de qualidade Qv.
Norton (2004) apresenta uma tabela com os fatores de sobrecarga. A Tabela 6.4 indica os
fatores de sobrecarga recomendados por Norton (2004).
A AGMA ainda não estabeleceu normas para os fatores de tamanho e recomenda que Ks
seja igualado a 1, a menos que o projetista deseje aumentar seu valor para levar em conta
situações particulares, tais como dentes muito grandes. Um valor de 1,25 a 1,5 seria uma
hipótese conservadora em tais casos.
Shigley et al (2005) apresenta na página 704 uma expressão para calcular o fator de
tamanho Ks.
meia distância” entre mancais, em uma posição de inclinação nula quando a carga é aplicada.
Contudo, isso nem sempre é possível. O procedimento que será exposto a seguir é aplicável
quando: (i) razão da largura líquida de face para o diâmetro do pinhão F/d ≤ 2; (ii)
engrenagens montadas entre mancais; (iii) largura de face até 1016 mm; e (iv) contato, quando
carregado, ao longo da largura total do membro mais estreito.
Equação 6.35 K H = 1 + C mc ⋅ (C pf ⋅ C pm + C ma ⋅ C e )
Onde:
b
Equação 6.38 C pf = − 0,025 b ≤ 25,4mm
10 ⋅ d
b b
Equação 6.39 C pf = − 0,0375 + 0,0125 ⋅ 25,5 p b ≤ 438,1mm
10 ⋅ d 25,4
2
b b b
Equação 6.40 C pf = − 0,1109 + 0,0207 ⋅ − 0,000228 ⋅ 438,1 p b ≤ 1016mm
10 ⋅ d 25,4 25,4
b
Para valores de ≤ 0,05 são utilizadas as seguintes expressões para calcular Cpm:
10 ⋅ d
Equação 6.41 C pm = 1,0 (Para pinhão montado entre mancais com S1/S<0,175)
Equação 6.42 C pm = 1,1 (Para pinhão montado entre mancais com S1/S≥0,175)
Quando a espessura da borda não é suficiente para proporcionar suporte completo à raiz
do dente, a localização da falha por fadiga à flexão pode ocorrer ao longo da borda da
engrenagem, e não no filete do dente. Em tais casos, o uso de um fator modificador de tensão
KB é recomendado. O fator de espessura de borda KB ajusta a tensão de flexão estimada para
engrenagens de borda fina. Trata-se de uma função da razão auxiliar mB:
Elementos de Máquinas III 112
tR
Equação 6.46 mB =
ht
Onde:
tr – Espessura da borda abaixo do dente (mm);
h - Altura do dente (mm).
O fator de espessura de borda KB é determinado por:
2,242
Equação 6.47 K B = 1,6 ⋅ ln quando mB<1,2
mB
Equação 6.48 K B = 1 quando mB ≥ 1,2
A Figura 6.8 apresenta também o valor KB graficamente.
Para facilitar o desenvolvimento dos cálculos, serão repetidos nesta seção alguns dos
fatores apresentados no item anterior associado ao dimensionamento de engrenagens pelo
critério da resistência.
UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 113
Prof. Douglas Roberto Zaions
As tensões de contato desenvolvidas nos dentes das engrenagens, são calculadas a partir
da seguinte equação:
KH ZR
Equação 6.49 σ C = Z E ⋅ FT ⋅ K o ⋅ K v ⋅ K S ⋅ ⋅
d1 ⋅ b Z I
Onde:
ZE – Coeficiente Elástico ( N mm 2 );
Ko – Fator de sobrecarga;
Kv – Fator de dinâmico;
Ks – Fator de tamanho;
b – Largura da engrenagem (mm);
d1 – Diâmetro primitivo do pinhão (mm);
KH – Fator de distribuição de carga;
ZR – Fator de condição superficial;
ZI – Fator geométrico para resistência à formação de cavidades;
Nos itens a seguir serão apresentados cada um dos fatores acima mencionados.
Z N ⋅ ZW
Equação 6.50 S fc = ⋅ S fc ´
Yθ ⋅ YZ
Onde:
Sfc – Resistência à fadiga de superfície corrigida (MPa);
Sfc´ – Resistência à fadiga de superfície publicada pela AGMA (MPa);
ZW (CH) – Fator de razão de dureza para resistência a formação de cavidades (Só é levado
em consideração para a coroa);
ZN – Fator vida;
Yθ (KT) - Fator temperatura;
YZ (KR) - Fator confiabilidade.
A Tabela 6.6 apresenta a resistência à fadiga de superfície Sfc´ da AGMA para alguns
materiais.
Norton (2004) apresenta um gráfico para determinar Sfc´ extraído da Norma 2001 – B88 da
AGMA para aços como uma função de sua dureza Brinell. A Figura 6.9 ilustra o referido
gráfico.
Elementos de Máquinas III 114
Figura 6.9 – Resistências à fadiga de superfície Sfc´da AGMA para aços (geral). Fonte:
Norton (2004)
S fc
Equação 6.51 σ adm =
N
Onde:
σc adm – Tensão de contato admissível (MPa);
Sfc – Resistência a fadiga de superfície corrigida (MPa);
Nc – Coeficiente de segurança.
UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 115
Prof. Douglas Roberto Zaions
Figura 6.10 – Fator de Vida ZN para resistência a formação de crateras. Fonte: Shigley et al
(2005)
Este fator é uma função da relação de transmissão (i) e da dureza relativa do pinhão e
engrenagem. Este fator atua no sentido de aumentar a resistência aparente da engrenagem
(movida/coroa). Ele leva em conta situações nas quais os dentes do pinhão são mais duros que
os dentes da engrenagem e, assim, atuam para endurecer as superfícies do dente da
engrenagem quando em funcionamento. O fator ZW é levado em consideração somente
para determinar a resistência do dente da engrenagem (movida/coroa) e não do pinhão
(motora). Duas fórmulas para seu cálculo são sugeridas pela Norma 2001-B88 da AGMA
dependendo da dureza relativa dos dentes do pinhão e da engrenagem.
Equação 6.52 Z W = 1 + A ⋅ (i − 1)
Onde “i” é a relação de transmissão e A é encontrado a partir das seguintes relações:
HB p
Equação 6.53 A=0 (quando p 1,2 )
HB g
HB p HB p
Equação 6.54 A = 0,00898 ⋅ − 0,00829 (quando 1,2 ≤ ≤ 1,7 )
HB g HB g
HB p
Equação 6.55 A = 0,00698 (quando f 1,7 )
HB g
Os termos HBp e HBg representam as durezas Brinell (esfera de 10 mm sob carga de 3000
kg) do pinhão e da engrenagem (coroa) respectivamente.
9
460 + T ⋅ + 32
Equação 6.59 Yθ = 5
620
Onde T é a temperatura em graus Celsius (oC).
confiabilidade de 99%. A Tabela 6.3 apresenta alguns valores do Fator YZ (KR) para algumas
confiabilidades.
O fator dinâmico Kv tenta levar em conta as cargas de vibração geradas pelos impactos
dos dentes devido ao engrenamento não conjugado. Essas cargas de vibração são chamadas
erros de transmissão e serão maiores em engrenagens de baixa precisão. Na ausência de dados
experimentais que definam o nível de erro da transmissão a ser esperado em um projeto de
engrenagem, o projetista deve estimar o fator dinâmico. A AGMA provê curvas empíricas
para Kv como uma função da velocidade Vt da linha de passo (NORTON, 2004).
Segundo Shigley et al (2005), alguns efeitos que provocam tais erros são: (i) Imprecisões
durante a geração do perfil do dente; (ii) vibração do dente durante o engrenamento, devido a
rigidez do mesmo; (iii) intensidade da velocidade no diâmetro primitivo; (iv)
desbalanceamento dinâmico dos membros rotativos; (v) desgaste e deformação permanente
das partes em contato dos dentes, (vi) desalinhamento do eixo de engrenagens e deflexão
linear do eix; (vii) atrito entre os dentes.
B
A + 200 ⋅ Vt
Equação 6.60 Kv =
A
Onde:
Equação 6.61 A = 50 + 56 ⋅ (1 − B )
UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 119
Prof. Douglas Roberto Zaions
200
aplicação. Shigley e Mischke (1996) apresentam no capítulo 29 páginas 29.5 e 29.6 uma lista
de fatores de serviço.
Norton (2004) apresenta uma tabela com os fatores de sobrecarga. A Tabela 6.8 indica os
fatores de sobrecarga recomendados por Norton (2004).
A AGMA ainda não estabeleceu normas para os fatores de tamanho e recomenda que Ks
seja igualado a 1, a menos que o projetista deseje aumentar seu valor para levar em conta
situações particulares, tais como dentes muito grandes. Um valor de 1,25 a 1,5 seria uma
hipótese conservadora em tais casos.
Shigley et al (2005) apresenta na página 704 uma expressão para calcular o fator de
tamanho Ks.
Equação 6.64 K H = 1 + C mc ⋅ (C pf ⋅ C pm + C ma ⋅ C e )
Onde:
UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 121
Prof. Douglas Roberto Zaions
Equação 6.70 C pm = 1,0 (Para pinhão montado entre mancais com S1/S<0,175)
Equação 6.71 C pm = 1,1 (Para pinhão montado entre mancais com S1/S≥0,175)
cos α
Equação 6.75 ZI =
1 1
± ⋅ d1
ρ1 ρ 2
2
1 + x1 π
Equação 6.76 ρ1 = r1 + − (r1 cos α )2 − ⋅ cos α
p d p d
1
Equação 6.78 ZE =
1 − ν 12 1 − ν 22
π ⋅ +
E1 E2
Onde:
ZE – Coeficiente Elástico [MPa0,5]
ν1 – Coeficiente de Poisson da engrenagem motora (pinhão);
ν2 – Coeficiente de Poisson da engrenagem movida (coroa);
E1 – Módulo de elasticidade longitudinal do material da engrenagem motora (pinhão)
[N/mm2];
E2 – Módulo de elasticidade longitudinal do material da engrenagem movida (coroa)
[N/mm2];
A Tabela 6.10 ilustra vários valores para ZE (Cp) para diversas combinações de materiais
comuns de engrenagens e pinhão baseados em um valor hipotético de ν = 0,3.
Nodular
Ferro 1,5E5 174 168 166 163 154 149
Fundido
Alumínio 1,2E5 162 158 156 154 145 141
Bronze
Estanho 1,1E5 158 154 152 149 141 137
Bronze
Obs.: Os valores de E1 nesta tabela são aproximados e ν = 0,3 foi usado como um coeficiente
de Poisson aproximado para todos os materiais. Se números mais precisos de E1 e ν estiverem
disponíveis, utilizar a equação para determinar ZE.
Fatores de Serviço
UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 125
Prof. Douglas Roberto Zaions
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FINZI, Dario. Engrenagens. Rio de Janeiro: Ao livro Técnico S.A. Dunod., 1963. 233 p.
NORTON, Robert L. – Projeto de Máquinas, São Paulo: ARTMED Editora S.A., 2004. 931
p.
HALL, Allen S., HOLOWENKO, Alfred R., LAUGHLIN, Herman G. - Machine Design
Schaum's Outline Series, New York: - McGRAW - Hill Book Company, Inc, 1961. 344 p.