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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 2
2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 2
2.1 Objetivo geral ........................................................................................... 2

2.2 Objetivos específicos .............................................................................. 2

3 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROPRIEDADES ....................................................... 3


4 ANÁLISE ESTRUTURAL E DIMENSIONAMENTO ............................................. 4
4.1 AÇOES ATUANTES................................................................................. 4

4.2 DIMENSIONAMENTO .............................................................................. 7

5 PROCESSO DE FABRICAÇÃO E MONTAGEM .............................................. 10


5.1 DEMAIS CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE FABRICAÇÃO
DE ELEMENTOS PRÉ-FABRICADOS ......................................................... 12

5.2 TRANSPORTE, IÇAMENTO E MONTAGEM NO LOCAL DA OBRA .... 13

6 CUSTO............................................................................................................... 14
7 REFERÊNCIAS.................................................................................................. 15
1 INTRODUÇÃO

A utilização de elementos pré-moldados cresce a cada dia que passa. As vantagens


em se utilizar elementos prontos de fábrica são inúmeras, vão desde o maior
controle na qualidade até a redução do prazo da obra, constantemente no preço.

Com o advindo da industrialização, o controle maior na produção, nos processos, na


qualidade e fornecedores, os canteiros de obras tiveram a qualidade elevada, mais
seguras e organizadas, segundo Serra, Ferreira e Pigosso (2005).

Neste trabalho iremos abordar sobre o elemento “pilar” devido a sua grande
importância nos sistemas estruturais cuja a sua função é transmitir ao solo as cargas
que atuam sobre as estruturas.

Falaremos também sobre a dinâmica e o comportamento estrutural deste elemento,


os fatores que influenciam na sua composição e geometria em forma de ações e
carregamentos e ligações com outros elementos.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Apresentar todo o processo de fabricação de um pilar pré-fabricado de concreto, de


pórtico, quadrado 30 cm x 30 cm de 8 metros de altura, desde sua concepção
estrutural até a sua montagem no local definitivo, bem como a análise de custo do
elemento escolhido.

2.2 Objetivos específicos

 Apresentar sua contextualização nos dias de hoje, e principais propriedades;


 Descrever a análise estrutural e dimensionamento, desde a sua concepção;

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 Descrição do processo de fabricação (etapas de forma e desforma
concretagem, içamento, transporte e montagem);
 Análise de custo do elemento;

3 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROPRIEDADES

Segundo El Debs (2017), uma das maneiras de tentar reduzir o atraso, a


morosidade das obras, diminuir o desperdício de materiais e a baixa produtividade, é
buscar a utilização de elementos pré-fabricados de concreto.

No mercado atual, a padronização dos elementos por diversos fabricantes


possibilitou a expansão do setor ao proporcionar maior flexibilidade e
compatibilidade das peças com os elementos de diversos fabricantes diferentes, o
chamado ciclo aberto.

De acordo com a NBR 6118-2014, pilares são elementos lineares de eixo reto
usualmente dispostos na vertical, em que as forças normais de compressão são
preponderantes. Possuem importante função estrutural, já que são os elementos
responsáveis por receberem as cargas das vigas e laje e transmitir à fundação.

Os pilares podem ser classificados de acordo com a sua aplicação, em pilares de


fechamento, pilares de ponte rolante e pilares de pórtico, sendo que neste trabalho
iremos abordar mais detalhes sobre um pilar quadrado 30 cm x 30 cm de 2,85
metros de altura.

Apesar de, na sua concepção, os pilares suportarem altas cargas de compressão,


no caso de galpões pré-fabricados, os pilares estão muito mais suscetíveis às
cargas de momento, devido a sua função específica e ao sistema de ligação
empregado para receber as vigas e tesouras oriundas da estrutura, que por sua vez
transmitem grandes esforços de momento fletor e torçao, é o que afirmam Camilo
(2010) e a NBR 6118-2018.

Geralmente, as seções transversais mais adotadas para pilares são as quadradas e


retangulares e sua superfície de concreto é liso e as bordas são chanfradas. De

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acordo com a NBR 6118:2003, a seção transversal mínima dos pilares devem ser
maior que 19 cm.

Conforme afirma El Debs, os pilares em concreto pré-moldado, a seção transversal


mínima adotada é de 30 cm, já que os elementos precisam ser transportados,
içados, acomodar ligações e resistir ao fogo.

4 ANÁLISE ESTRUTURAL E DIMENSIONAMENTO

4.1 AÇOES ATUANTES

A NBR 8681:2003 - Ações e segurança nas estruturas - Procedimento, define as


ações como causas que provocam esforços ou deformações nas estruturas. As
forças e as deformações impostas pelas ações são consideradas como sendo as
próprias ações. As deformações impostas são por vezes designadas por ações
indiretas, e as forças por ações diretas.

As ações consideradas que atuam sobre o pilar objeto deste estudo são as de vento,
variáveis e permanentes. A NBR 8681:2003 define as ações variáveis como sendo
ações que ocorrem com valores que possuem variações significativas em torno de
sua média, durante a vida da construção. Já as ações permanentes, os valores das
ações mantém-se constantes ou com pouca variação em torno da sua média e a sua
variabilidade é medida em um conjunto de construções análogas. As ações das
forças dos ventos também produzem efeito sobre as estruturas de pórtico, sendo
primeiramente absorvidos pelos pilares, para esses casos o pilar assume o
comportamento em balanço.

Como o intuito deste trabalho é apresentar apenas sobre o elemento pilar, não
iremos entrar nos pormenores sobre as considerações das ações. Estamos
considerando o dimensionamento de um pilar curto de 30cm x 30 cm apoiado em
fundação do tipo cálice, Figura 1.

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Figura 1 – Fundação tipo cálice

As ações atuantes no pilar são provenientes da ação do vento, do peso próprio e da


reação dos elementos que descarregam sobre ele (para o caso de pórticos) e as
combinações são feitas conforme orientações da NBR 6118:2014. Como trata-se de
um elemento linear sujeito a solicitações normais, será considerado o Estado Limite
Último (ELU), que é o estado-limite relacionado ao colapso, ou a qualquer outra
forma de ruína estrutural, que determine a paralisação do uso da estrutura.

Conforme a NBR 6118:2014, os critérios para determinação dos esforços resistentes


das seções dos pilares devem ser considerados através das seguintes hipóteses:

As seções devem manter-se planas após a deformação;

As tensões de tração no concreto, normais à seção transversal, devem ser


desprezadas no E.L.U.

De acordo com Bastos (2017), o seu dimensionamento é realizado em função dos


esforços externos solicitantes de cálculo, e são compreendidos pelas forças normais
(Nd), os momentos fletores (Mdx e Mdy) e as forças cortantes (Vdx e Vdy) no caso
de forças horizontais.

Conforme afirma Araujo (2010), os pilares podem ser classificados como curtos,
moderamente esbeltos e esbeltos e sua forma não pode ser inferior a 360 cm² ou
possuir dimensão menor que 19 cm, conforme dito anteriormente.

O cálculo é realizado de acordo com a sua posição em planta, o que leva


consequentemente a diferentes esforços solicitantes, o que gera diferentes

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considerações de projetos e de maneiras de cálculo. Os pilares são classificados
quanto a sua posição como: pilares intermediários, pilares de extremidade e pilares
de canto conforme apresentado na Figura 2.

Figura 2: Classificação dos pilares quanto à sua posição

Na Figura 3, são apresentados os momentos fletores atuantes nos pilares.

Figura 3: Momentos fletores atuante nos pilares

Ainda, para o dimensionamento de um pilar, devemos considerar 02 importantes


aspectos quando submetidos à compressão axial: o índice de esbeltez e o

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coeficiente de flambagem. O índice de esbeltez é uma propriedade que relaciona o
comprimento de flambagem da peça e o raio de giração de sua seção transversal.
Já o coeficiente de flambagem é um fenômeno observado onde ocorre o
deslocamento lateral na direção mais esbelta da peça, conforme Figura 4.

Figura 4 – Comprimento de flambagem

4.2 DIMENSIONAMENTO

Realizadas as devidas considerações sobre os esforços solicitantes, apresentamos


agora o dimensionamento de um pilar 30 cm x 30 cm de 285 cm de altura solicitado
por compressão normal centrada (pilar intermediário), conforme geometria é
apresentada na Figura 5.

Figura 5: Geometria do pilar dimensionado

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Calculando o momento: Considerando força normal de 104.34 Kgf

Verificação da Flambagem - comprimento de flambagem:

Comparando a flambagem:

32,9 cm < 35 cm  ok

Calculando a armadura - cálculo do parâmetro K

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Cálculo da Seção da armadura:

Cálculo do parâmetro y

y < h  OK

Cálculo da seção da armadura:

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Resultado:

Detalhamento:

5 PROCESSO DE FABRICAÇÃO E MONTAGEM

Conforme afirma El Debs (2017), considera-se elemento pré-fabricado como sendo


aquele produzido fora do local de instalação, ou seja, na fábrica, o que o difere do
elemento pré-moldado que é produzido no canteiro da obra. Iremos tratar aqui sobre
o processo de fabricação e montagem do elemento pilar pré-fabricado, produzido na
fábrica, transportado até a obra e montagem.

Atualmente existem diversos fabricantes de elementos pré-fabricados no Brasil e


existem singularidades para o processo de fabricação entre eles, porém existe uma
metodologia que é padrão para todas elas, já que em se tratando de um processo de

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concretagem, há um caminho lógico a ser seguido, onde, basicamente, o caminho
de execução discorre em três fases, as atividades preliminares, a execução
propriamente dita e as atividades posteriores - Figura 6.

Figura 6 – Fase de execução dos elementos

O elemento base de estudo deste trabalho, pilar de pórtico, quadrado 30 cm x 30 cm


de 2,85 metros de altura, pode ser considerado como um elemento esbelto, de baixa
complexibilidade de fabricação, devido a sua geometria linear e padronizada. A sua
fabricação é seguida de maneira usual e padronizada, muito comum e utilizada no
mercado.

As atividades preliminares se iniciam no recebimento, identificação e estocagem das


matérias-primas, o preparo das armaduras (corte e dobra), traço e mistura do
concreto.

A execução se inicia pela limpeza das fôrmas estacionárias (fixa), aplicação de


desmoldante para facilitar as atividades de desfôrma, a instalação das armaduras e
espaçadores, a concretagem e o adensamento. Neste caso, o trabalho é realizado
em torno das fôrmas pelas equipes.

Após as atividades acima descritas, deve ser respeitado o tempo de cura necessário
para o concreto atingir a resistência ideal de acordo com a exigência de projeto para
o desmolde.

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Após curado, é feito a desfôrma da peça, o pilar é transportado internamente para o
local de estoque, ou espaço apropriado onde são realizadas inspeções e
acabamentos finais. A seguir o sentido padronizado do processo de execução de um
pilar – Figura 7.

Figura 7 – Sequência do processo de fabricação

5.1 DEMAIS CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE


ELEMENTOS PRÉ-FABRICADOS

Sedundo El Debs (2017), importante ressaltar que as fôrmas possuem grande


importância da fabricação dos pré-fabricados, pois são elas que determinam a
qualidade do produto e do processo de fabricação. As fôrmas devem possuir
estabilidade volumétrica para obedecer as tolerâncias de cálculo, possibilidade de
reutilização sem que haja danos às peças fabricadas, fácil manejo, pouca aderência
ao concreto, facilidade de içamento e transporte, estanqueidade, versatilidade, entre
outros. O processo de desmoldagem depende exclusivamente do tipo de fôrma
utilizado, a variar de acordo com o tipo de elemento e a tecnologia utilizada pela

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fábrica, sendo que o elemento pode ser retirado através de dispositivos de içamento
direto da fôrma; a fôrma pode ser removida da peça ou até mesmo desmontada
(fôrmas aparafusadas), ou ainda pode ocorrer o tombamento da fôrma para a
retirada da peça. Para a desfôrma podem também ser utilizados dispositivos
especiais como injeção de ar comprimido e a utilização de macacos hidráulicos.
Para os concretos pré-tracionados ou protendidos existem outras particularidades
que devem ser consideradas, que não serão tratadas com detalhes neste trabalho.

5.2 TRANSPORTE, IÇAMENTO E MONTAGEM NO LOCAL DA OBRA

Uma vez fabricado e curado, o pilar é transportado através de caminhão com


carroceria compatível até o local da obra. Após realizado os serviços preliminares de
fundação que antecede a instalação, o pilar é içado através de alças especiais para
este fim por um guindaste adequado à massa e geometria correspondente do pilar, e
instalado no local da recepção.

Entendemos que nem sempre este é o cenário ideal, chegar com a peça no canteiro
de obras e logo instalar. Por vezes é necessário descarregar as peças em local
específico para estocagem para no momento correto proceder com o
remanejamento, içamento e instalação. Na figura 8 observamos o içamento de um
pilar.

Figura 8 – Içamento de pilar

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6 CUSTO

Na tabela abaixo (Tabela 1) demonstramos os custos envolvidos desde a fabricação


do pilar objeto do nosso estudo até a instalação na obra, em um transporte médio de
30 km entre a fábrica e o local da instalação.

Preço Preço
Un Descrição Rend.
unitário Insumo
Un Pilar pré-fabricado de concreto armado de seção 30x30 cm, de 1,000 385,52 385,52
2,85m de altura livre máxima, para acabamento aparente do
concreto, com armadura de 650 a 900 kN/m de capacidade
mecânica, com uma consola a uma face, para embutir na base.
h Transporte média 30 km até obra 0,420 300,00 126,00
h Guindaste móvel de braço telescópico com uma capacidade de 0,250 272,14 68,04
elevação de 30 t e 27 m de altura máxima de trabalho.
h Montador de estruturas pré-fabricadas de concreto. 0,261 26,47 6,91
h Ajudante de montador de estruturas pré-fabricadas de concreto. 0,522 20,58 10,74
% Custos diretos complementares 2,000 211,69 4,23
Total: 601,44

Tabela1: Custos - Fonte: Gerador de preços Brasil – Cype Engenieros, S. A.

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7 REFERÊNCIAS

EL DEBS, Mounir Khalil. Concreto Pré-moldado: fundamentos e aplicações. São


Paulo, 2 ed. Editora Oficina de Textos, 2017.

FERNANDES, Thiago Bomjardim Porto, Danielle Stefane G. Curso básico de


concreto armado. Disponível em: Biblioteca Virtual da Cengage Brasil, Catalogus,
2018.

BASTOS, P. S. S. Pilares de concreto armado. Apostila do Curso de Engenharia


Civil da Faculdade de Engenharia, Departamento de Engenharia Civil da
Universidade de Estadual Paulista, 2017.

SERRA, S.M.B.; FERREIRA, M.de A.; PIGOZZO, B. N. Evolução dos Pré-


fabricados de Concreto. São Carlos, 3 e 4 de novembro de 2005: 1o Encontro
Nacional de Pesquisa – Projeto – Produção em concreto pré-moldado, 2005.

_____. NBR 6118: 2014: Projetos de estruturas de concreto – Procedimentos. Rio


de Janeiro: ABNT, 2003, 238 p.

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