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ENGENHARIA CIVIL

APOSTILA DE CONCRETO ARMADO II

PROFESSOR (A): JÚNIA MARIA GONÇALVES CAETANO

8° PERÍODO

ALUNO:
PILARES DE CONCRETO ARMADO

Pilares são elementos estruturais lineares de eixo reto, usualmente dispostos


na vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes e
cuja função principal é receber as ações atuantes nos diversos níveis e
conduzi-las ate as fundações (NBR 6118/2003, item 14.4.1.2).

São destinados a transmitir as ações às fundações, embora possam também


transmitir para outros elementos de apoio. As ações são provenientes
geralmente das vigas, bem como também de lajes.

Junto com as vigas, os pilares formam os pórticos, que na maior parte dos
edifícios são os responsáveis por resistir às ações verticais e horizontais e
garantir a estabilidade global da estrutura.

As ações verticais são transferidas aos pórticos pelas estruturas dos andares,
e as ações horizontais decorrentes do vento são levadas aos pórticos
pelas paredes externas.

CARGAS NOS PILARES

Nas estruturas usuais, compostas por lajes, vigas e pilares, o caminho das
cargas começa nas lajes, que delas vão para as vigas e, em seguida, para os
pilares, que as conduzem até a fundação.
As lajes recebem as cargas permanentes (peso próprio, revestimentos, etc) e
as variáveis (pessoas, máquinas, equipamentos, etc.) e as transmitem para as
vigas de apoio.

As vigas, por sua vez, além do peso próprio e das cargas das lajes, recebem
também cargas de paredes dispostas sobre elas, além de cargas concentradas
provenientes de outras vigas, levando todas essas cargas para os pilares em
que estão apoiadas.

Os pilares são responsáveis por receber as cargas dos andares superiores,


acumular as reações das vigas em cada andar e conduzir esses esforços até
as fundações.

Nos edifícios de vários andares, para cada pilar e no nível de cada andar,
obtém se o subtotal de carga atuante, desde a cobertura até os andares
inferiores. Essas cargas, no nível de cada andar, são utilizadas para
dimensionamento dos tramos do pilar. A carga total é usada no projeto de
fundação.

Nas estruturas constituídas por lajes sem vigas, os esforços são transmitidos
diretamente das lajes para os pilares. Nessas lajes, deve-se dedicar atenção
especial à verificação de punção.
DIMENSÕES

Os pilares dos edifícios correntes, com estrutura em concreto armado, têm, em


geral, seções transversais constantes de piso a piso (concreto e aço). As
seções transversais podem apresentar a forma quadrada, retangular, circular
ou de uma figura composta por retângulos (seções L, T, U).

Com o objetivo de evitar um desempenho inadequado e propiciar boas


condições de execução, a NBR 6118:2014, no seu item 13.2.3, estabelece que
a seção transversal dos pilares, qualquer que seja a sua forma, não deve
apresentar dimensão menor que 19cm.

 Em casos especiais, permite-se a consideração de dimensões entre 19


cm e 14 cm, desde que se multipliquem as ações a serem consideradas
no dimensionamento por um coeficiente adicional n, de acordo com o
indicado na tabela 13.1 da NBR 6118:2014.
 Em qualquer caso, a norma não permite pilar com seção transversal de
área inferior a 360 cm².

CLASSIFICAÇÃO DOS PILARES

Quanto a sua localização no pavimento, os pilares são usualmente


classificados em:

 Pilares centrados (também chamados de pilares intermediários);


 Pilares de extremidade (também chamado de pilar de borda)
 Pilares de canto

Pilares centrados são aqueles submetidos a compressão simples, ou seja,


que não apresentam excentricidades iniciais.
Pilares de extremidade são aqueles em que as solicitações iniciais
correspondem à flexão composta normal, ou seja, há excentricidade inicial
em uma direção. Para seção quadrada ou retangular, a excentricidade inicial
ocorre na direção perpendicular à borda.

Pilares de canto são submetidos à flexão obliqua. As excentricidade iniciais


ocorrem nas direções das bordas.
O objetivo principal desta classificação é simplificar o procedimento de cálculo,
excluindo as excentricidades iniciais nas duas direções para os pilares
centrados e a excentricidade inicial numa direção para os pilares de
extremidade.

Tais simplificações são muito grosseiras e podem desconsiderar


excentricidades iniciais importantes. Por exemplo, um pilar centrado pode
apresentar excentricidades iniciais importantes decorrentes de vãos desiguais
de vigas, carregamentos de lajes e vigas muito diferentes, vinculação
excêntrica de viga ao pilar, que podem ser esquecidas.

Desta forma, adotaremos o procedimento de determinar os momentos iniciais


nas direções principais para todos os pilares e sempre dimensionar os pilares à
flexão normal oblíqua.

COBRIMENTO DA ARMADURA DOS PILARES

Segundo o item 6.1 da NBR 6118:2014 (Diretrizes para durabilidade das


estruturas de concreto), as estruturas de concreto devem ser projetadas e
construídas de modo que sob as condições ambientais previstas na época do
projeto e quando utilizadas conforme preconizado em projeto conservem suas
segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante o período
correspondente à sua vida útil.
O item 6.4.1 da NBR 6118:2014 (Agressividade do ambiente) diz: A
agressividade do meio ambiente está relacionada às ações físicas e químicas
que atuam sobre as estruturas de concreto, independentemente das ações
mecânicas, das variações volumétricas de origem térmica, da retração
hidráulica e outras previstas no dimensionamento das estruturas de concreto.

Nos projetos das estruturas correntes, a agressividade ambiental deve ser


classificada de acordo com o apresentado na tabela 6.1 (NBR 6118:2014) e
pode ser avaliada, simplificadamente, segundo as condições de exposição da
estrutura ou de suas partes.

Tabela 6.1 da NBR 6118:2014 – Classes de agressividade ambiental (CAA)

CRITERIOS DE PROJETO QUE VISAM A DURABILIDADE

 CAPITULO 7 DA NBR 6118:2014


 Fazer uma leitura minuciosa deste capítulo da norma.

COBRIMENTO MINIMO E COBRIMENTO NOMINAL

A durabilidade das estruturas é altamente dependente das características do


concreto e da espessura e qualidade do concreto do cobrimento da armadura.

Na falta de ensaios comprobatórios de desempenho da durabilidade da


estrutura frente ao tipo e nível de agressividade previsto em projeto, e devido à
existência de uma forte correspondência entre a relação água/cimento, a
resistência à compressão do concreto e sua durabilidade, permite-se adotar os
requisitos mínimos expressos na Tabela 7.1 (NBR 6118:2014) a seguir:

O cobrimento mínimo da armadura é o menor valor que deve ser respeitado ao


longo de todo o elemento considerado e que se constitui num critério de
aceitação.

Para garantir o cobrimento mínimo (cmin) o projeto e a execução devem


considerar o cobrimento nominal (cnom), que é o cobrimento mínimo acrescido
da tolerância de execução (∆c). Assim, as dimensões das armaduras e os
espaçadores devem respeitar os cobrimentos nominais, estabelecidos na
tabela 7.2, para ∆c = 10 mm.

Quando houver um adequado controle de qualidade e rígidos limites de


tolerância da variabilidade das medidas durante a execução pode ser adotado
o valor ∆c = 5 mm, mas a exigência de controle rigoroso deve ser explicitada
nos desenhos de projeto.
Os cobrimentos nominais e mínimos estão sempre referidos à superfície da
armadura externa, em geral à face externa do estribo. O cobrimento nominal de
uma determinada barra deve sempre ser:

cnom≥Фbarra (item 7.4.7.5 NBR 6118:2014)

ESTRIBO

Cnom
A dimensão máxima característica do agregado graúdo utilizado no concreto
não pode superar em 20% a espessura nominal do cobrimento, ou seja,
dmax≤1,2 Cnom.

Para garantir o cobrimento necessário, pode-se utilizar espaçadores, conforme


figuras:
FLAMBAGEM

Flambagem pode ser definida como o “deslocamento lateral na direção de


maior esbeltez, com força menor do que a de ruptura do material” ou como a
“instabilidade de peças esbeltas comprimidas”. A ruína por efeito de flambagem
é repentina e violenta, mesmo que não ocorram acréscimos bruscos nas ações
aplicadas. Uma barra comprimida feita por alguns tipos de materiais pode
resistir a cargas substancialmente superiores à carga crítica (Ncrít), o que
significa que a flambagem não corresponde a um estado-limite último. No
entanto, para uma barra comprimida de Concreto Armado, a flambagem
caracteriza um estado limite ultimo.

O fenômeno da variação de resistência de uma peça comprimida (flambagem)


depende fundamentalmente do comprimento da peça (L) e do seu grau de
liberdade em se deformar.

Quanto menor a altura do pilar, mais resistente ele fica para resistir aos
esforços de compressão.

Considerando 2 pilares de igual seção, e submetido à mesma força P, mas


tendo alturas bem diferentes. Os pilares têm seção igual, mesma forma e área,
tendo, portanto, o mesmo Modulo de Resistência.
P

H2

H1

Qual dos 2 pilares parece ser o mais resistente, o mais estável?

Se o pilares fossem construídos de forma geométrica perfeita, se a força fosse


centrada no eixo ou tivesse uma distribuição perfeitamente uniforme em toda a
área do pilar, então não ocorreria o fenômeno da perda de resistência dos
pilares quando eles tem suas alturas acrescidas (não ocorreria a flambagem).

Notemos que os pilares tem diferentes condições de travamento superior,


inferior e lateral.

Considerando que a flambagem é, na sua essência, um problema de


deslocamento, ou seja, de perda de equilíbrio, quanto mais vínculos pusermos,
menores serão as facilidades de flambagem.

Assim, o pilar 1 tem menos condições de flambar que o pilar 2, face à liberdade
no pilar 2 do seu bordo superior.
O pilar 3 tem menos condições de flambar que o 2, e um pilar 5 (pilar
totalmente confinado) em princípio, não deve flambar nunca.

Os comprimentos de flambagem para as 5 condições de vinculações serão:

Onde o K tem os seguintes valores:

Tipo 1 – K=1;

Tipo 2 – K=2;

Tipo 3 – K=0,5;

Tipo 4 – K=0,7;

Tipo 5 – K=0. Não ocorrerá flambagem.

ADERENCIA ENTRE CONCRETO E AÇO:

O funcionamento do concreto armado como material estrutural depende da


aderência entre armadura e concreto.

Sem aderência, as barras da armadura não recebem os esforços de tração,


deslizando dentro da massa de concreto e a estrutura se comportaria como
feita de concreto simples.

A aderência é o fenômeno responsável para que o concreto e armadura,


materiais de resistências diferentes, quando empregados corretamente,
passam a ter deformações iguais e a trabalharem em conjunto, de modo que
os esforços de tração resistidos por uma barra de aço sejam transmitidos para
o concreto e vice-versa.

A aderência é composta por três parcelas:

a) Aderência por adesão:

A aderência por adesão caracteriza-se por uma resistência à separação dos


dois materiais. Ocorre em função de ligações físico-químicas, na interface das
barras com a pasta, geradas durante as reações de pega do cimento. Para
pequenos deslocamentos relativos entre a barra e a massa de concreto que a
envolve, essa ligação é destruída.

A Figura abaixo mostra um cubo de concreto moldado sobre uma placa de aço.
A ligação entre os dois materiais se dá por adesão. Para separá-los, há
necessidade de se aplicar uma ação representada pela força Fb1. Se a força
fosse aplicada na horizontal, não se conseguiria dissociar a adesão do
comportamento relativo ao atrito. No entanto, a adesão existe independente da
direção da força aplicada.

b) Aderência por atrito:

Por meio do arrancamento de uma barra em um bloco concreto (Figura


abaixo), verifica-se que a força de arrancamento Fb2 é maior do que a força
Fb1 mobilizada pela adesão. Esse acréscimo é devido ao atrito entre a barra e
o concreto.

O atrito manifesta-se quando há tendência ao deslocamento relativo entre os


materiais. Depende da rugosidade superficial da barra e da pressão transversal
σ, exercida pelo concreto sobre a barra, em virtude da retração. Em barras
curvas ou em regiões de apoio de vigas em pilares, aparecem acréscimos
dessas pressões de contato, que favorecem a aderência por atrito. O
coeficiente de atrito entre aço e concreto é alto, em função da rugosidade da
superfície das barras, resultando valores entre 0,3 e 0,6 (LEONHARDT, 1977).
Na Figura, a oposição à ação Fb2 é constituída pela resultante das tensões de
aderência (τb) distribuídas ao longo da barra.
c) Aderência mecânica ou engrenamento:

A aderência mecânica é devida à conformação superficial das barras. Nas


barras de alta aderência (Figura abaixo), as saliências mobilizam forças
localizadas, aumentando significativamente a aderência.

A divisão da aderência nestas 3 parcelas é meramente esquemática, na


pratica, não podem ser avaliadas separadamente, analiticamente ou por meio
de experimento. Portanto, o estudo da aderência se torna fundamental a fim de
quantificá-la e determinar os comprimentos de ancoragem necessários para as
barras das armaduras.

Podemos dividir os problemas relacionados à aderência das armaduras com o


concreto em:
a) Problema de ancoragem das armaduras:

 É preciso transferir os esforços de tração da armadura para o concreto


adjacente;

 O problema é determinar o comprimento necessário para que a


transferência de esforços seja feita.

b) Problemas da fissuração das peças de concreto: manter as fissuras


abaixo de limites pré-estabelecidos, não prejudiciais.
VERIFICAÇÃO DA ADERÊNCIA: REGIÃO DE BOA E MÁ ADERENCIA:

Segundo o item 9.3.1 da NBR 6118:2014, consideram-se em boa situação


quanto à aderência os trechos das barras que estejam em uma das posições
seguintes:

a) Com inclinação maior que 45° sobre a horizontal;

b) Horizontais ou com inclinação menor que 45° sobre a horizontal, desde que:

COMPRIMENTO DE ANCORAGEM BASICO (lb):

A NBR 6118:2014, no seu item 9.4.2.4., define comprimento de ancoragem


básico como o comprimento reto de uma barra de armadura passiva
necessário para ancorar a força limite As.fyd nesta barra, admitindo-se, ao
longo desse comprimento, resistência de aderência uniforme e igual fbd,
conforme 9.3.2.1.

fbd = resistência de aderência de cálculo da armadura passiva (tensão última


de aderência)

VALOR DA RESISTÊNCIA DE ADERENCIA:

Segundo a NBR 6118:2014, item 9.3.2.1, a resistência de aderência de calculo


entre a armadura e concreto na ancoragem de armaduras passivas deve ser
obtida pela seguinte equação:
Valores de lb (cm) em função do diâmetro – boa aderência
Classe de concreto
C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50
(44Ø) (38Ø) (33Ø) (30Ø) (28Ø) (25Ø) (24Ø)
Bitola 6,3 30 25 25 20 20 20 15
Aço 8,0 35 30 30 25 25 20 20
CA-50 10,0 45 40 35 30 30 25 25
(mm) 12,5 55 50 45 40 35 35 30
16,0 70 65 55 50 45 40 40
20,0 90 80 70 60 60 50 50
22,0 100 85 75 70 65 55 55
25,0 110 95 85 75 70 65 60

C20

fyk=500MPa=50kN/cm²
C25

C30

C35

C40
C45

C50

Valores de lb (cm) em função do diâmetro – má aderência


Classe de concreto
C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50
Bitola 6,3
Aço 8,0
CA-50 10,0
(mm) 12,5
16,0
20,0
22,0
25,0

CARACTERÍSTICAS GEOMETRICAS

Comprimento equivalente:

Nas estruturas de nós fixos, o cálculo pode ser realizado considerando cada
elemento comprimido isoladamente, como barra vinculada nas extremidades
aos demais elementos estruturais que ali concorrem, onde se aplicam os
esforços obtidos pela análise da estrutura efetuada segundo a teoria de 1ª
ordem.

Sob a ação de forças horizontais, a estrutura é sempre calculada como


deslocável. O fato de a estrutura ser classificada como sendo de nós fixos
dispensa apenas a consideração dos esforços globais de 2ª ordem.
Segundo a NBR 6118:2014, item 15.6, o comprimento equivalente le do
elemento comprimido (pilar), suposto vinculado em ambas as extremidades, é
dado pela Equação:

onde:

l0 é a distância entre as faces internas dos elementos estruturais, supostos


horizontais, que vinculam o pilar;

h é a altura da seção transversal do pilar, medida no plano da estrutura em


estudo; e

l é a distância entre os eixos dos elementos estruturais aos quais o pilar está
vinculado.

CLASSIFICAÇÃO DOS PILARES QUANTO À ESBELTEZ


Os pilares podem ser classificados com relação às solicitações iniciais e com
relação a sua esbeltez.

Como já foi dito anteriormente, de acordo com a posição que ocupam na


estrutura e, principalmente, com os esforços solicitantes iniciais, os pilares
podem ser classificados em pilares intermediários, de extremidade e de canto.
De acordo com o índice de esbeltez (λ), os pilares podem ser classificados
comparativamente a um índice de esbeltez limite λ1.

De acordo com o índice de esbeltez (λ), os pilares podem ser classificados em:

 Pilares robustos ou pouco esbeltos → λ≤λ1


 Pilares de esbeltez média → λ1<λ≤90
 Pilares esbeltos ou muito esbeltos → 90<λ≤140
 Pilares excessivamente esbeltos →140<λ≤200

Sendo e1 a extremidade de 1ª ordem.

Não se admite, em nenhum caso, pilares com índice de esbeltez superior a


200.

DETERMINAÇÃO DO INDICE DE ESBELTEZ (λ)

O índice de esbeltez mede a capacidade que o pilar tem de flambar


(facilidade/dificuldade).

As simplificações possíveis (tanto do seu comportamento, como do método de


modelagem) de serem adotadas no projeto dos pilares isolados estão
diretamente relacionadas com o índice de esbeltez λ do pilar.

le = comprimento de flambagem

i = raio de giração da seção geométrica da peça (seção de concreto não se


considerando a presença da armadura)

Define-se o raio de giração I como sendo:


I é o momento de inércia da seção transversal

A é a área de seção transversal

Para o caso em que a seção transversal é retangular, resulta:

Considerando-se o coeficiente de forma “c” (ou coeficiente de Euler), tem –se


que a expressão do índice de esbeltez pode ser escrita como:

Onde se tem:

h – menor dimensão da peça na direção em que é considerada a flambagem;

c=3,46 (seção retangular)

c=3,74 (seção hexagonal)


c=3,89 (seção octogonal)
c=4,0 (seção circular)

Deve-se lembrar que, índice de esbeltez deve ser calculado separadamente


para cada direção.

EXCENTRICIDADE INICIAL

Em estruturas de edifícios de vários andares ocorre um monolitismo nas


ligações entre vigas e pilares que compõem os pórticos de concreto armado. A
excentricidade inicial, oriunda das ligações dos pilares com as vigas neles
interrompidas, ocorre em pilares de borda e de canto.

e
N

Excentricidades iniciais no topo e na base do pilar

O cálculo do momento atuante no topo e na base do pilar é realizado segundo


esquema estático apresentado na figura abaixo:
Quando não for realizado um cálculo mais rigoroso da influencia da
solidariedade dos pilares com a viga, pode ser considerado, nos apoios
extremos, momento fletor igual ao momento de engastamento perfeito
multiplicado pelos coeficientes estabelecidos nas seguintes relações:

Onde:

I = momento de inércia

l = vão

Meng =

é a rigidez do elemento i no nó considerado.

CÁLCULO DAS SOLICITAÇÕES NOS PILARES

Conforme o item 15.4.1 da NBR6118:2014, sob a ação das cargas verticais e


horizontais, os nós da estrutura deslocam-se horizontalmente.
Os esforços de segunda ordem decorrentes desses deslocamentos são
chamados efeitos globais de 2ª ordem.

Nas barras da estrutura, como um lance de pilar, os respectivos eixos não se


mantêm retilíneos, surgindo ai efeitos locais de 2ª ordem que, em principio,
afetam principalmente os esforços solicitantes ao longo delas.

ESTRUTURAS DE NÓS FIXOS E ESTRUTURAS DE NÓS MÓVEIS

Item 15.4.2 da NBR 6118:2014 - As estruturas são consideradas, para efeito


de cálculo, como de nós fixos quando os deslocamentos horizontais dos nós
são pequenos, e, por decorrência, os efeitos globais de 2ª ordem são
desprezíveis (inferiores a 10% dos respectivos esforços de 1ª ordem). Nessas
estruturas, basta considerar os efeitos locais e localizados de 2ª ordem.

Estruturas de nós fixos

As estruturas de nós móveis são aquelas onde os deslocamentos horizontais


não são pequenos e, em decorrência, os efeitos globais de 2ª ordem são
importantes (superiores a 10% dos respectivos esforços de 1ª ordem). Nessas
estruturas devem ser considerados tanto os esforços de 2ª ordem globais como
os locais e localizados.

Estruturas de nós móveis

CONTRAVENTAMENTO

Por conveniência de análise, é possível identificar, dentro da estrutura,


subestruturas que, devido à sua grande rigidez a ações horizontais, resistem à
maior parte dos esforços decorrentes dessas ações. Essas subestruturas são
chamadas subestruturas de contraventamento.
Os elementos que não participam da subestrutura de contraventamento são
chamados elementos contraventados. As subestruturas de contraventamento
podem ser de nós fixos ou de nós moveis.

A estrutura de um edifício é um sistema tridimensional, formado pela


associação de elementos estruturais lineares e laminares, dispostos, em geral,
em planos horizontais e em planos verticais.

O contraventamento é uma estrutura auxiliar organizada para resistir a


solicitações extemporâneas que podem surgir nos edifícios. A sua principal
função é aumentar a rigidez da construção, permitindo-a resistir às ações
horizontais, sendo os grandes responsáveis pela segurança das estruturas
tridimensionais de edifícios altos.

Contudo, mesmo em edifícios de baixo porte estes sistemas podem ser ainda
mais importantes, como em naves, em que uma grande área é apenas coberta
por uma estrutura bastante esbelta, dado o reduzido valor das cargas
permanentes.

Resumidamente, poderemos afirmar que os contraventamentos têm sua razão


de ser:

 Na necessidade de limitar os deslocamentos das estruturas, quer por


restringir ou inibir o aparecimento de efeitos de 2ª ordem, quer por
verificação de Estados Limites de Utilização;
 Na necessidade de absorver forças excepcionais para as quais as
estruturas principais não estão habilitadas, ou outras forças secundárias
cuja natureza é indireta (como o travamento lateral de peças
comprimidas).

Portanto, a função dos contraventamentos tem pertinência quer em termos da


mobilidade da estrutura como da sua resistência.

IMPERFEIÇÕES GEOMETRICAS
Segundo o item 11.3.3.4 da NBR6118:2014, na verificação do estado limite
ultimo das estruturas reticuladas, devem ser consideradas as imperfeições
geométricas do eixo dos elementos estruturais da estrutura descarregada.
Essas imperfeições podem ser dividas em dois grupos: imperfeições globais e
imperfeições locais.

Imperfeições globais (item 11.3.3.4.1 da NBR 6118:2014)

Quando fazemos a analise global das estruturas, sejam elas contraventadas ou


não, deve ser considerado um desaprumo (fruto da imperfeição da obra) dos
elementos verticais. Conforme figura abaixo, devem ser considerados
momentos devido à inclinação.

Onde:

=1/400 para estruturas de nós fixos


=1/300 para estruturas de nós móveis e imperfeições locais;
≤1/200
H é a altura da edificação em metros
N é o numero de prumadas de pilares

IMPERFEIÇÕES LOCAIS (Item 11.3.3.4.2 NBR 6118:2014)

No caso de elementos que ligam pilares contraventados a pilares de


contraventamento, usualmente vigas e lajes, deve ser considerada a tração
decorrente do desaprumo do pilar contraventado (figura a). No caso do
dimensionamento ou da verificação de um lance de pilar, deve ser considerado
o efeito do desaprumo dou falta de retilinidade do eixo do pilar (figuras b e c,
respectivamente).

Admite-se que, nos casos usuais de estruturas reticuladas, a consideração


apenas da falta de retilinidade ao longo do lance do pilar seja suficiente.

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