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SISTEMAS ESTRUTURAIS I

Aula 02
Prof.ª Ledyevi Stati
BACHAREL EM ENGENHARIA CIVIL
PRINCIPIOS GERAIS DO SISTEMA
ESTRUTURAL EM CONCRETO ARMADO
1.0 Projeto Estrutural
O projeto estrutural deve resultar num conjunto de
dados e elementos que, a partir da definição da obra
através dos projetos arquitetônico e complementares,
permitam a execução à sua estrutura portanto, capaz de
submeter-se a utilização a que a obra se destina.
O procedimento adequado dos profissionais envolvidos
deve ser o de interação, desde o nível de anteprojeto, para
que na concepção da obra sejam eliminadas falhas.
1.1 O Anteprojeto

Concepção: trata-se de analisar a viabilidade da estrutura


concebida quanto a sua forma, comportamento estrutural
e possibilidade de análise de esforços e
dimensionamento, com base em experiência anterior e
pesquisa a referências bi biográficas.
Pré-dimensionamento: baseando-se em estimativa das cargas
principais, estimam-se também esforços em algumas seções dos
vários elementos estruturais, de modo a se poder caracterizar
cada um deles (posição, dimensões principais).
Procura-se também comparar as dimensões com valores
mínimos prescritos em Norma ou com valores que se prevê
compatíveis com as deformações e a utilização da estrutura. Após
a concepção e o pré-dimensionamento, o pode-se fornecer
desenhos esquemáticos que servirão ao desenvolvimento do
projeto arquitetônico ''de pré-execução'' e de instalações.
1.2 O projeto
Tendo-se o anteprojeto estrutural, o projeto arquitetônico de
pré-execução e dados referentes às instalações pode-se
desenvolver o projeto final. Inicia-se pela separação, a mais
completa possível, de todos os elementos estruturais possíveis de
serem analisados dos individualmente. Para cada elemento
estrutural o cálculo se analisa na sequência:

a) Cálculo das cargas: acidentais de utilização, permanentes,


inclusive com estimativa do peso próprio da estrutura.
b) Cálculo dos esforços solicitantes: agora trata-se do cálculo o
mais completo possível, com determinação de todos os esforços
que irão intervir no dimensionamento, traçando-se diagramas ou
compondo tabelas de acordo com a do projeto. É frequente a
necessidade de analisar separadamente o efeito de cargas
permanentes e acidentais, inclusive com combinações dessas
últimas em várias possibilidades de atuação.

c) Dimensionamento final: conhecidos os esforços solicitantes e


as dimensões do anteprojeto procede-se ao dimensionamento
final: utilizando-se aqui a "Resistência do Concreto Amado”
Cumpre ressaltar a importância da obediência às prescrições
das Normas, principalmente as que dizem respeito a:
dimensões mínimas, taxas mínimas de armadura, limites
mínimos de utilização do ponto de vista das deformações, etc.
Quanto ao peso próprio da estrutura, procede-se a novo
estudo se resultarem, no projeto final, dimensões muito
diferentes daquelas do anteprojeto
1.3 Apresentação do projeto

Será feita através de Desenhos de Execução (normatizados)


que conterão, de forma adequada, todos os detalhes de
especificações necessários à perfeita execução das obras
A NB-8/69 - Norma Geral do Desenho Técnico, fixa as
condições gerais que devem ser observadas na execução dos
desenhos: classificação dos desenhos, formato de papel,
dobramento de folhas, escalas, legendas, linhas, representação
gráfica e cotas.
A NB-16 - Execução de Desenhos para Obras de Concreto
Simples ou Armado.
No projeto final, cada elemento (em geral adota-se a mesma
separação de elementos utilizada na realização do cálculo) e
desenhado separadamente, usando-se porem, o mesmo detalhe
para elementos que resultaram idênticos ou até semelhantes.
Além dos desenhos, se necessário, e para maior clareza, são
apresentados também memoriais descritivos que contêm
especificações mais detalhadas dos materiais que serão
empregados, descrições de técnicas especiais que devem ser
obedecida na execução, descrição de sequencias de execução,
descrição de tipos de cargas, etc.
2.0 Elemento Estrutural

Optando-se por um "critério geométrico" de classificação


dos elementos estruturais, da comparação da ordem de
grandeza das três dimensões características surgem os tipos
fundamentais seguintes:
Elementos Lineares de Seção Delgada, que têm espessura
muito menor que a dimensão característica a seção
transversal, a qual também é muito menor que o
comprimento da peça.
Elementos Lineares de Seção não Delgada, que diferente
do anterior não tem a característica de pequena espessura.
Elementos Bidimensionais, que tem duas dimensões
características da mesma ordem de grandeza, e bem maiores
que a são “espessura".
Elementos Tridimensionais, com as três dimensões da mesma
ordem de grandeza.
Para efeito de orientação da mesma ordem de grandeza
valores prática pode-se considerar de relação até 1:10. A
classificação acima, embora completa sob um de vista formal, não
atende, entretanto, às necessidades práticas, isto porque é
omitido o aspecto funcional do elemento estrutural.
Foi destacada anteriormente a importância da possibilidade
de análise individual e pode-se ver facilmente que elementos
de um mesmo tipo entre os citados, terão de ser analisados de
maneira diferente para cada tipo de solicitação.
Por exemplo, um elemento linear com característica de
"viga” é portanto, solicitado á flexão, completamente diferente
de um elemento linear com característica de "pilar" solicitado à
compressão.
2.1 Elementos Laminares

Paredes
São elementos bidimensionais ‘’planos‘’ e verticais,
solicitados predominantemente por cargas paralelas ao plano
médio, apoiados de modo contínuo em toda a sua base. O
comportamento é essencialmente de peça comprimida, com
compressão excêntrica em relação ao plano médio, seja por
excentricidade própria da posição prevista da carga, ou pela
imprecisão de sua localização, ou ainda por efeito de esforços
secundários de flexão, oriundos de fatores diversos.
Vigas Parede
Diferentes das paredes estruturais por não serem apoiadas
de modo contínuo em sua base. Além disso, para diferenciação
com as ''vigas'', devem ter altura total superior a 0,5 do vão livre
conforme sejam paredes isoladas ou paredes contínuas,
respectivamente.

Lajes
São elementos bidimensionais "planos" em geral horizontais,
solicitados predominantemente por cargas normais ao plano
médio. As lajes são um dos mais importantes entre os elementos
estruturais, pela sua ocorrência em quase todas as construções e
pelo grande volume que representam no conjunto da obra.
Além disso, pode-se dizer que é com as lajes que se consegue
o ambiente arquitetônico "livre" como o modernamente.
É intuitivo que a maioria das lajes se destina aos pisos e
coberturas das construções.
Sob outros pontos de vista, da geometria e de apoio, pode-se
citar lajes isoladas, continuas condições apoiadas, engastadas,
com bordas livres, retangulares, trapezoidais, em L, em T, -
circulares, anelares, etc.
2.2 Elementos Lineares

Vigas
Caracterizam-se principalmente pelo comportamento flexão
(pura, simples ou com torção) como "barra". A seção transversal
tem dimensões características chamadas ''largura'' e "altura".
esta ultima na direção paralela ao plano do momento fletor, no
caso de flexão reta. Devem ter ainda altura menor que os limites
estabelecidos para as vigas-parede. A importância assumida
pelas vigas decorre do fato de serem elementos que suportam
as lajes e a maioria das cargas permanentes oriundas de
elementos não estruturais e ainda cargas elevadas, oriundas de
outras vigas.
Além disso, na maioria dos arranjos estruturais, as vigas têm
participação de modo a garantir a estabilidade conjunta da
estrutura, tanto do ponto de vista de "estabilidade propriamente
dito'' quanto resistência as cargas transversais (efeito de pórtico).
Essa ultima função quase não é compartilhada pelas lajes. Entre
os principais tipos de vigas. Do ponto de vista do tipo da seção
transversal, são frequentes seções retangulares, em T e L, em U,
triangulares, trapezoidais e ainda seções variáveis do longo do
eixo da barra (vigas com mísulas).
Pilares
Caracterizam-se principalmente pelo fato de serem elementos
verticais comprimidos, destinados a transmitir cargas as fundações.
Os pilares em geral retos e de seção constante devem ter garantida
a própria estabilidade por engastamento nas fundações ou em
conjunto com as vigas, como já foi citado. Em função da incerteza
na localização das cargas, da ligação monolítica dos pilares com as
vigas, a qual resulta em engastamento elástico entre ambos,
fletindo os pilares inclusive para cargas verticais e em função da
ação de cargas horizontais, a análise dos pilares a sempre feita ã
flexão composta.
Normas
• NBR 6118 - especificação para todas as principais etapas de verificação do
projeto estrutural.
• NBR 6120 - Ações para o cálculo de estruturas de edificações
• NBR 8681 - Ações e segurança nas estruturas – Procedimento
• NBR 6123 - Forças devidas ao vento em edificações
• NBR 14931 - Execução de estruturas de concreto – Procedimento
• NBR 15575 - Edificações habitacionais — Desempenho

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