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Universidade Católica de Pelotas - UCPel

Curso de Engenharia Civil


Professora: Engenheira Christiane Brisolara

Dimensionamento de viga de ponte rolante


pré-fabricada protendida.

Andressa Fischer Rodrigues


Greice Martins Almeida

Pelotas
2023
2

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................3

2. DESCRIÇÃO DO ELEMENTO ESTRUTURAL....................................................... 4


2.1. Nome do elemento...........................................................................................4
2.2. Função e relação com outros elementos do sistema.......................................5
2.3. Dados da seção transversal e seção longitudinal............................................5
2.4. Ações sobre o elemento.................................................................................. 6
3. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO E MONTAGEM........................6
4. MATERIAIS.............................................................................................................. 7
4.1. Concreto...........................................................................................................7
4.2. Aço de protensão (armadura ativa)..................................................................7
5. CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS E MECÂNICAS DA SEÇÃO
TRANSVERSAL...........................................................................................................8
5.1. Características da seção de concreto..............................................................8
5.2. Características da seção homogeneizada....................................................... 8
6. CÁLCULO DOS ESFORÇOS E TENSÕES DE REFERÊNCIA.............................. 9
6.1. Reações de apoio devido ao peso próprio.................................................... 10
6.2. Momento fletor devido ao peso próprio..........................................................10
6.3. Força cortante devido ao peso próprio.......................................................... 10
6.4. Esforços devido às cargas móveis.............................................................................11

6.5. Momento fletor à carga móvel........................................................................12


6.6. Força cortante devido à carga móvel.............................................................13
6.7. Tensões devido ao peso próprio.................................................................... 13
6.8. Tensões devido à carga móvel.......................................................................14
7. CÁLCULO DA FORÇA DE PROTENSÃO E DA ARMADURA ATIVA................. 14
7.1. Combinações quase permanentes (Estado limite de descompressão)......... 15
7.2. Combinações frequentes (estado limite de formação de fissura).................. 15
7.3. Tensões no estado vazio................................................................................16
7.4. Tensões no estado em serviço.......................................................................17
7.5. Verificação do concreto..................................................................................17
3

7.6. Cálculo da armadura ativa............................................................................. 17


7.7. Cálculo de perdas.......................................................................................... 18
7.7.1. Perdas por acomodação da ancoragem................................................18
7.7.2. Perdas por deformação imediata do concreto.......................................19
7.7.3. Perdas pro atrito.................................................................................... 19
7.7.4. Perdas pro retração do concreto........................................................... 19
7.7.5. Perdas devido à fluência do concreto....................................................21
7.7.6. Perdas por Relaxação do Aço de Protensão........................................ 23
8. ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS.............................................................................. 24
8.1. Estado limite último de ruptura ou alongamento plástico excessivo..............24
8.1.1. Pré-alongamento................................................................................... 24
8.1.2. Momento Fletor de Cálculo....................................................................25
8.1.3. Cálculo da Armadura............................................................................. 25
8.2. Verificação Simplificada do Estado Limite Último de Ruptura no Ato da
Protensão..............................................................................................................27
8.3. Estado Limite Último Devido a Solicitações Tangenciais...............................27
8.3.1. Tensão Última do Concreto................................................................... 28
8.3.2. Trecho 1 (0 < x < 300 cm)..................................................................... 28
8.3.3. Trecho 2 (300 cm < x < 750 cm)............................................................29
9. DETALHAMENTO.............................................................................................................. 31
9.1. Detalhamento da Forma............................................................................................ 31
9.2. Detalhamento da Armadura....................................................................................... 32

9.3. Quadro de Ferros...........................................................................................33


9.4. Consumo de Concreto................................................................................... 33
4

1. INTRODUÇÃO

Os parâmetros alterados do projeto base, são os seguintes:

Dados projeto base projeto atual

Cargas 69 KN 75 KN

Extensão 15 m 13 m

Fck 30 MPa 40 MPa

Umidade - Pelotas/RS

Figura 1 - Esquema do galpão

2. DESCRIÇÃO DO ELEMENTO ESTRUTURAL

2.1. Nome do elemento

Viga pré-moldada para apoio de ponte rolante.


5

2.2. Função e relação com outros elementos do sistema

Serve de apoio para os trilhos de uma ponte rolante em um galpão que será
utilizado como laboratório de estruturas. A viga em questão se apoia em consolos
engastados nos pilares conforme mostrado na figura 1.

2.3. Dados da seção transversal e seção longitudinal

Figura 2 - Seção transversal da viga.

𝐴𝑐 = 2260𝑐𝑚²

𝑔 = 25 𝐾𝑁/𝑚³ . 0, 2260 𝑚² → 𝑔 = 5, 65 𝐾𝑁/𝑚


𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜: 13𝑚
𝐹𝑐𝑘: 40 𝑀𝑃𝑎
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑎𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙: 75 𝐾𝑁
6

Figura 3: Seção longitudinal da viga.

2.4. Ações sobre o elemento

• Carga permanente: Peso próprio


• Carga acidental: carga móvel da ponte rolante
• Carga máxima por roda: 75 KN
• Distância entre rodas: 3,60 m

Figura 4 - Trem tipo.

3. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO E MONTAGEM

• Foi utilizado o sistema de protensão com aderência inicial e protensão limitada;


• A armadura e pré-tração foram posicionadas na face inferior da peça;
• Lançamento e adensamento do concreto feito com carros vibradores e vibradores
de imersão;
• A cura do concreto foi feita a vapor e com uso de cimento ARI.
7

4. MATERIAIS

4.1. Concreto

● Resistência à compressão aos 28 dias e aos “x” dias

Valor de fck adotado: 40 MPa


75% → 𝑓𝑐𝑘 = 0, 75 . 40 → 𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎

● Resistência à tração aos 28 dias e aos “x” dias

NBR 6118: 𝑓𝑡𝑘 = 0, 06 . 𝑓𝑐𝑘 + 0, 7 (𝐸𝑚 𝑀𝑃𝑎), se 𝑓𝑐𝑘 > 18 𝑀𝑃𝑎


𝑓𝑡𝑘 = 0, 06 . 40 + 0, 7 = 3, 10 𝑀𝑃𝑎

Na data da protensão:
𝑓𝑡𝑘𝑗 = 0, 75 . 𝑓𝑡𝑘
𝑓𝑡𝑘𝑗 = 0, 75 . 3, 10 = 2, 325 𝑀𝑃𝑎

● Módulo de deformação longitudinal

𝐸𝑐 = 0, 9 . 21. 000 . 𝑓𝑐𝑘 + 35

𝐸𝑐28 = 0, 9 . 21. 000 . 400 + 35 = 394. 190, 8 𝐾𝑔𝑓/𝑐𝑚² → 39. 419, 08 𝑀𝑃𝑎

𝐸𝑐𝑗 = 0, 9 . 21. 000 𝑥 300 + 35 = 345. 926, 8 𝐾𝑔𝑓/𝑐𝑚² → 34. 592, 68 𝑀𝑃𝑎

4.2. Aço de protensão (armadura ativa)

Tipo: CP 190 RB

𝑓𝑝𝑡𝑘 = 190 𝐾𝑁/𝑐𝑚² Ø interno = 760mm


𝑓𝑝𝑦𝑘 = 171 𝐾𝑁/𝑐𝑚² Ø externo = 1.270mm
8

5. CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS E MECÂNICAS DA SEÇÃO


TRANSVERSAL

5.1. Características da seção de concreto

Área líquida: 𝐴𝑐 = 1. 994 𝑐𝑚² (descontados os furos dos trilhos)


4
Momento de inércia: 𝐼 = 2. 483. 312, 08 𝑐𝑚
Centro de gravidade: 𝑌𝑐𝑔 = 43, 75 𝑐𝑚 (a partir da borda inferior)

5.2. Características da seção homogeneizada

𝑁 𝑀
σ = 𝐴
e σ = 𝑊

A NBR 7197, recomenda adotar α𝑒 = 15

Supondo 𝐴𝑝 = 4, 0 𝑐𝑚²

𝐴𝑐 𝑙𝑖𝑞 = 𝐴𝑐 − 𝐴𝑝 = 1994 − 4, 0 → 𝐴𝑐 𝑙𝑖𝑞 = 1990 𝑐𝑚²

𝐸𝑝 195.000,00
α𝑝 = 𝐸𝑐𝑗
= 34.592,68

α𝑝 = 5, 70

𝐴𝑐𝑖 = 𝐴𝑐 𝑙𝑖𝑞 + α𝑝 𝐴𝑝 → 𝐴𝑐𝑖 = 𝐴𝑐 + (α𝑝 − 1)𝐴𝑝

𝐴𝑐𝑖 = 1. 990 + (5, 70 − 1) . 4, 0

𝐴𝑐𝑖 = 2. 008, 80 𝑐𝑚²


9

Cálculo do centro de gravidade e do momento de inércia para a área homogenizada:

Figura 5: Área homogenizada


𝐴𝑐 . 𝑦1 + 𝐴𝑝 . 𝑌𝑝
𝑦2 = 𝐴𝑐 + 𝐴𝑝

1.994 . 43,75 + 4,0 . 5,0


𝑦2 = 1.994 + 4,0

𝑦2 = 43, 67 𝑐𝑚

∆𝑦 = 0, 08 𝑐𝑚

𝐽ℎ1 = 𝐽 + (α𝑝 − 1) . 𝐴𝑝 . (𝑦1 − 𝑦𝑝)²

𝐽ℎ1 = 2. 483. 312, 08 + (5, 70 − 1) . 4, 0 . (43, 75 − 5, 0


4
𝐽ℎ1 = 2. 511. 541, 46 𝑐𝑚

𝐽ℎ = 𝐽ℎ1 + 𝐴𝑐𝑖 . (∆𝑦)²

𝐽ℎ = 2. 511. 541, 46 + 2. 008, 80 . (0, 08)²


4
𝐽ℎ = 2. 513. 550, 27 𝑐𝑚

6. CÁLCULO DOS ESFORÇOS E TENSÕES DE REFERÊNCIA

O vão da viga será dividido em 10 partes iguais e as tensões serão avaliadas


em 5 seções, uma vez que a viga é simétrica.

Figura 6: Seções da viga a serem analisadas


10

2
Área da seção transversal: 𝐴𝑐 = 2260 𝑐𝑚

𝑔 = 25 𝑘𝑁/𝑚³ × 0, 2260 𝑚² = 5, 65 𝑘𝑁/𝑚

Figura 7: Esforços do peso próprio

6.1. Reações de apoio devido ao peso próprio

5,65 𝑥 13
𝑉𝑎 = 𝑉𝑏 = 2
𝑉𝑎 = 𝑉𝑏 = 36, 73 𝐾𝑁

6.2. Momento fletor devido ao peso próprio


(1,3)²
𝑀𝑔𝑠1 = 36, 73 . 1, 30 − 5, 65 . 2
→ 𝑀𝑔𝑠1 = 42, 97 𝐾𝑁𝑚
(2,60)²
𝑀𝑔𝑠2 = 36, 73 . 2, 60 − 5, 65 . 2
→ 𝑀𝑔𝑠2 = 76, 40 𝐾𝑁𝑚
(3,90)²
𝑀𝑔𝑠3 = 36, 73 . 3, 90 − 5, 65 . 2
→ 𝑀𝑔𝑠3 = 100, 28 𝐾𝑁𝑚
(5,20)²
𝑀𝑔𝑠4 = 36, 73 . 5, 20 − 5, 65 . 2
→ 𝑀𝑔𝑠4 = 114, 61 𝐾𝑁𝑚
(6,50)²
𝑀𝑔𝑠5 = 36, 73 . 6, 50 − 5, 65 . 2
→ 𝑀𝑔𝑠5 = 119, 39 𝐾𝑁𝑚

6.3. Força cortante devido ao peso próprio

𝑉𝑔𝑠1 = 36, 73 − 5, 65 . 1, 30 → 𝑉𝑔𝑠1 = 29, 39 𝐾𝑁𝑚

𝑉𝑔𝑠2 = 36, 73 − 5, 65 . 2, 60 → 𝑉𝑔𝑠2 = 22, 04 𝐾𝑁𝑚

𝑉𝑔𝑠3 = 36, 73 − 5, 65 . 3, 90 → 𝑉𝑔𝑠3 = 14, 70 𝐾𝑁𝑚

𝑉𝑔𝑠4 = 36, 73 − 5, 65 . 5, 20 → 𝑉𝑔𝑠4 = 7, 35 𝐾𝑁𝑚

𝑉𝑔𝑠5 = 36, 73 − 5, 65 . 6, 50 → 𝑉𝑔𝑠5 = 0, 00 𝐾𝑁𝑚


11

Figura 8: Diagramas de esforços devido ao peso próprio

6.4. Esforços devido às cargas móveis

Figura 9: Cargas admissíveis para apoio de ponte rolante

Figura 10: Linhas de influência para os momentos


12

6.5. Momento fletor à carga móvel

𝑀𝑞𝑠1 = 75 (1, 17 + 0, 81) → 𝑀𝑞𝑠1 = 148, 50 𝑘𝑁. 𝑚

𝑀𝑞𝑠2 = 75 (2, 08 + 1, 36) → 𝑀𝑞𝑠2 = 258, 00 𝑘𝑁. 𝑚

𝑀𝑞𝑠3 = 75 (2, 73 + 1, 65) → 𝑀𝑞𝑠3 = 328, 50 𝑘𝑁. 𝑚

𝑀𝑞𝑠4 = 75 (3, 12 + 1, 68) → 𝑀𝑞𝑠4 = 360, 00 𝑘𝑁. 𝑚

𝑀𝑞𝑠5 = 75 (3, 25 + 1, 45) → 𝑀𝑞𝑠5 = 352, 50 𝑘𝑁. 𝑚

Figura 11: Linhas de influência para esforços cortantes


13

6.6. Força cortante devido à carga móvel

𝑉𝑞𝑠1 = 75 (0, 90 + 0, 62) → 𝑉𝑞𝑠1 = 114, 00 𝑘𝑁

𝑉𝑞𝑠2 = 75 (0, 80 + 0, 52) → 𝑉𝑞𝑠2 = 99, 00 𝑘𝑁

𝑉𝑞𝑠3 = 75 (0, 70 + 0, 42) → 𝑉𝑞𝑠3 = 84, 00 𝑘𝑁

𝑉𝑞𝑠4 = 75 (0, 60 + 0, 32) → 𝑉𝑞𝑠4 = 69, 00 𝑘𝑁

𝑉𝑞𝑠5 = 75 (0, 50 + 0, 22) → 𝑉𝑞𝑠5 = 54, 00 𝑘𝑁

𝑉𝑞−𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 = 75 (1, 00 + 0, 72) → 𝑉𝑞−𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 = 129, 00 𝑘𝑁

6.7. Tensões devido ao peso próprio

● Bordo inferior (i):


𝐽ℎ 2.513.550
𝑊𝑖 = 𝑌𝑖
= 43,75
→ 𝑊𝑖 = 57. 452, 57 𝑐𝑚³
14

● Bordo superior (s):


𝐽ℎ 2.513.550
𝑊𝑠 = 𝑌𝑠
= −51,25
→ 𝑊𝑠 = − 49. 044, 88 𝑐𝑚³

● Seção mais solicitada


𝑀𝑔𝑚á𝑥 119,30 . 10²
σ𝑔𝑖 = 𝑊𝑖
= 57.452,57
→ σ𝑔𝑖 = 0, 208 𝐾𝑁/𝑐𝑚²

𝑀𝑔𝑚á𝑥 119,30 . 10²


σ𝑔𝑠 = 𝑊𝑠
= −49.044,88
→ σ𝑔𝑠 = − 0, 243 𝐾𝑁/𝑐𝑚²

6.8. Tensões devido à carga móvel

● Teste para determinar a seção crítica:

Na seção S4:

𝑀𝑔𝑠4 + 𝑀𝑞𝑠4 = 114, 61 + 360, 00 = 474, 61 𝐾𝑁𝑚

Na seção S5:

𝑀𝑔𝑠5 + 𝑀𝑞𝑠5 = 119, 39 + 352, 50 = 471, 89 𝐾𝑁𝑚

Seção crítica → S4
𝑀𝑞𝑚á𝑥 360,00 𝑥 10²
σ𝑞𝑖 = 𝑊𝑖
= 57.452,57
→ σ𝑞𝑖 = 0, 627 𝐾𝑁/𝑐𝑚²
𝑀𝑞𝑚á𝑥 360,00 𝑥 10²
σ𝑞𝑠 = 𝑊𝑠
= −49.044,88
→ σ𝑞𝑠 = − 0, 734 𝐾𝑁/𝑐𝑚²

7. CÁLCULO DA FORÇA DE PROTENSÃO E DA ARMADURA ATIVA

𝑦𝑝 = 5 𝑐𝑚
𝑒𝑝 = 𝑌2 − 𝑌𝑝 = 43, 67 − 5, 00 → 𝑒𝑝 = 38, 67𝑐𝑚 (do eixo baricêntrico para o bordo inferior)

➔ Cálculo das tensões devido à protensão:


𝑃∞ 𝑃∞ . 𝑒𝑝 −𝑃∞ 𝑃∞ . 38,67
σ𝑝𝑠 = 𝐴𝑐𝑖
+ 𝑤𝑠
= 2008,80
+ 49.044,88
=
−1 38,67 𝑃∞
σ𝑝𝑠 = 𝑃 . ( 2008,80 + 49.044,88
) → σ𝑝𝑠 = 3440,54

15

𝑃∞ 𝑃∞ . 𝑒𝑝 −𝑃∞ 𝑃∞ . 38,67
σ𝑝𝑖 = 𝐴𝑐𝑖
+ 𝑤𝑖
= 2008,80
+ 54.452,57
=
−1 38,67 −𝑃∞
σ𝑝𝑖 = 𝑃 . ( 2008,80 − 54.452,57
) → σ𝑝𝑖 = 854,05

7.1. Combinações quase permanentes (Estado limite de descompressão)

σ𝑔 + σ𝑝 + ψ2 . σ𝑞 ≤ σ𝑐𝑡𝑀 (a carga da ponta não é quase permanente)

σ𝑞 + σ𝑝 ≤ 0

σ𝑝 ≤ − σ𝑝

𝑃∞
− 854,05
≤ − 0, 208 → 𝑃∞ ≥ 177, 64𝐾𝑁 (p/ não haver tensões de tração no bordo inferior)

𝑃∞
3440,54
≤ 0, 243 → 𝑃∞ ≤ 836, 05𝐾𝑁 (p/ não haver tensões de tração no bordo superior)

7.2. Combinações frequentes (estado limite de formação de fissura)

σ𝑔 + σ𝑝 + ψ1 . σ𝑞 ≤ 1, 2 . 𝑓𝑐𝑡𝑘

σ𝑔 + σ𝑝 + 0, 6 . σ𝑞 ≤ 1, 2 . 0, 25
16

𝑃∞
− 854,05
≤ − 0, 208 − 0, 6 . 0627 + 0, 300 → 𝑃∞ ≥ 112, 56 𝐾𝑁

𝑃∞
3440,54
≤ 0, 243 + 0, 6 . 0, 734 − 0, 300 → 𝑃∞ ≤ 1319, 10 𝐾𝑁

Assim adotou-se o valor de 𝑃∞ = 112, 56 𝐾𝑁

➔ As tensões introduzidas no concreto por uma força de protensão são:

𝑃∞ 112,56
σ𝑝𝑠 = 3440,54
= 3440,54
→ σ𝑝𝑠 = + 0, 0327𝐾𝑁/𝑐𝑚²
−𝑃∞ −112,56
σ𝑝𝑖 = 854,05
=− 854,05
→ σ𝑝𝑖 = − 0, 131𝐾𝑁/𝑐𝑚²

7.3. Tensões no estado vazio


17

7.4. Tensões no estado em serviço

7.5. Verificação do concreto

No instante da protensão (tempo = j dias), a viga estará no estado em vazio, sendo


que as maiores tensões de compressão e tração ocorrerão no apoio (devido
somente à protensão). Daí:

σ𝑐𝑡 = + 0, 0327𝐾𝑁/𝑐𝑚² ≤ 1, 2 . 𝑓𝑐𝑡𝑘𝑗 → σ𝑐𝑡 = 0, 279𝐾𝑁/𝑐𝑚² → 𝑂𝐾!

σ𝑐𝑐 = − 0, 131𝐾𝑁/𝑐𝑚² ≥ 0, 7 . 𝑓𝑐𝑡𝑘𝑗 → σ𝑐𝑐 =− 2, 10𝐾𝑁/𝑐𝑚² → 𝑂𝐾!

7.6. Cálculo da armadura ativa

Com 𝑃∞ = 112, 56 𝐾𝑁, para pré-tração com aço RB e admitindo-se 20% de perdas,

temos:

0, 81 . 𝑓𝑝𝑡𝑘 = 0, 81 . 190 = 153, 90 𝐾𝑁/𝑐𝑚²

0, 90 . 𝑓𝑝𝑦𝑘 = 0, 90 . 171 = 153, 90 𝐾𝑁/𝑐𝑚²

𝑃∞ 112,56
𝑃𝑖 = 1 − 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠
= 𝑃𝑖 = 1−0,20
→ 𝑃𝑖 = 140, 70𝐾𝑁

𝑃𝑖 140,70
𝐴𝑝 = σ𝑝𝑖
= 𝐴𝑝 = 153,90
→ 𝐴𝑝 = 0, 914𝑐𝑚²
18

● Cordoalhas

Adotou-se 2 ϕ 9, 5𝑚𝑚 → 𝐴𝑝𝑒𝑓𝑒𝑡 = 1, 096𝑐𝑚²

𝑃𝑖 = 𝐴𝑝 . σ𝑝𝑖 → 𝑃𝑖 = 1, 096 . 153, 90 → 𝑃𝑖 = 168, 67𝐾𝑁

● Folga
𝑃∞ 112,56
𝐹𝑜𝑙𝑔𝑎 = 1 − 𝑃𝑖
=1 − 168,67
Folga = 33%

7.7. Cálculo de perdas

7.7.1. Perdas por acomodação da ancoragem

Considerando-se que numa pista de protensão com o sistema de pré-tração é mais


econômico e prático protender e ancorar só de um lado, têm-se:

δ = 6 𝑚𝑚

𝐿 = 13, 0 𝑚 + 2 . 1, 0 𝑚 (1m de folga de cada lado)

𝐿 = 15, 00 𝑚
∆σ𝑝 δ δ
ε𝑝 = ε𝑐 → 𝐸𝑝
= 𝐿
→ ∆σ𝑝 = 𝐸𝑝 . 𝐿

0,006
→ ∆σ𝑝 = 19. 500 . 15,0
→ ∆σ𝑝 = 7, 80 𝐾𝑁/𝑐𝑚²
∆σ𝑝 7,80
σ𝑝𝑖
= 153,90
= 0, 0506 Perdas = 5,07%
19

7.7.2. Perdas por deformação imediata do concreto

𝑃𝑜 = 𝑃𝑖 . (1 − 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠) → 𝑃𝑜 = 140, 70 . (1 − 0, 0506) → 𝑃𝑜 = 133, 58𝐾𝑁

−𝑃𝑜 𝑃𝑜 . 𝐸𝑝² −133,58 133,59 . 38,67²


∆σ𝑝 = α𝑒 . ( 𝐴𝑐𝑖
− 𝐽ℎ
) → ∆σ𝑝 = 5, 70 . ( 2008,80
− 2.513.550
)

∆σ𝑝 = 4, 908 𝐾𝑁/𝑐𝑚²

∆σ𝑝 4,908
σ𝑝𝑖
= 153,90
= 0, 0318 Perdas = 3,18%

7.7.3. Perdas pro atrito

No sistema de protensão na qual se utiliza pré-tração com cabos retilíneos, não se


tem perdas de protensão por atrito.

Total de perdas imediatas: 5, 07 + 3, 18 = 8, 25%


𝑃𝑜 = 𝑃𝑖 . (1 − 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠) = 140, 70 . (1 − 0, 0825) → 𝑃𝑜 = 129, 09𝐾𝑁

7.7.4. Perdas pro retração do concreto

Dados adotados:

Umidade relativa do ar: 𝑈 = 85% (Pelotas/RS)


Temperatura anual: 𝑇 = 17, 6 ℃
Abatimento do tronco de cone: 𝑆𝑙𝑢𝑚𝑝 = 8𝑐𝑚
Tempo inicial: 𝑡𝑜 = 7 𝑑𝑖𝑎𝑠

Tempo final: 𝑡𝑓 = 3. 000 𝑑𝑖𝑎𝑠 → 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑥𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 8 𝑎𝑛𝑜𝑠

Perímetro em contato com o ar: 𝑈𝑎𝑟 = 304, 14𝑐𝑚

Área da seção transversal: 𝐴 = 1994, 0 𝑐𝑚²


Retração: α = 1

𝑈 𝑈² 4 85 85² 4
● ε1𝑠 = (− 6, 16 − 484
+ 1590
) . 10 → ε1𝑠 = (− 6, 16 − 484
+ 1590
) . 10
−4
ε1𝑠 =− 1, 79159 . 10
20

(−7,8+01 𝑥 𝑈) (7,8+01 𝑥 85)


● 𝑈 ≤ 90% → γ = 1 + 𝑒 → γ = 1 +𝑒 → γ = 3, 013

2 . 𝐴𝑐 2 . 1994
● ℎ𝑓𝑖𝑐 = γ . 𝑈𝑎𝑟
= 3, 013 . 304,14
→ ℎ𝑓𝑖𝑐 = 39, 507𝑐𝑚 → ℎ𝑓𝑖𝑐 = 0, 39507𝑚

0,33 + 2 . ℎ𝑓𝑖𝑐 0,33 + 2 . 0,39507


● ε2𝑠 = 0,21 + 3 . ℎ𝑓𝑖𝑐
= 0,21 + 3 . 0,39507
→ ε2𝑠 = 0, 803

−4 −4
● ε𝑐𝑠∞ = ε1𝑠 . ε2𝑠 → ε𝑐𝑠∞ =− 1, 79159 . 10 . 0, 803 → ε𝑐𝑠∞ =− 1, 4386 . 10

𝐴 = 40 (ℎ = ℎ𝑓𝑖𝑐 = 0, 39507𝑚)
𝐵 = 116 . ℎ³ − 282 . ℎ² + 220 . ℎ − 48 → 𝐵 = 45, 253
𝐶 = 2, 5 . ℎ³ − 8, 8 . ℎ + 40, 7 → 𝐶 = 37, 377
𝐷 =− 75 . ℎ³ + 585 . ℎ² + 496 . ℎ − 6, 8 → 𝐷 = 275, 836
4
𝐸 =− 169 . ℎ + 88 . ℎ³ + 584 . ℎ² − 39 𝑥. ℎ + 0, 8 → 𝐸 = 77, 852

● Idade fictícia do concreto

𝑇+10 17,6+10
𝑡𝑜𝑓𝑡𝑐 = α . 40
𝑥 𝑡𝑜 → 𝑡𝑜𝑓𝑡𝑐 = 1 . 40
𝑥 7 → 4, 83 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑇+10 17,6+10
𝑡𝑓𝑓𝑡𝑐 = α . 4
𝑥 𝑡𝑓 → 𝑡𝑓𝑓𝑡𝑐 = 1 . 10
𝑥 3. 000 → 2070 𝑑𝑖𝑎𝑠

Sendo:
𝑡 𝑡 𝑡
( 100 )³+𝐴 . ( 100 )²+𝐵 . ( 100 )
β𝑠(𝑡) = 𝑡 𝑡 𝑡
( 100 )³+𝐶 . ( 100 )²+𝐷 . ( 100 )+𝐸

→ Temos:
4,83 4,83 4,83
( 100
)³+40 . ( 100
)²+45,253 . ( 100 )
β𝑠(𝑡𝑜𝑓𝑖𝑐) = 4,83 4,83 4,83
( 100
)³+37,377 . ( 100
)²+275,836 . ( 100 )+77,852

β𝑠(𝑡𝑜𝑓𝑖𝑐) = 0, 0249

2070 2070 2070


( 100
)³+40 . ( 100
)²+45,253 . ( 100 )
β𝑠(𝑡𝑓𝑓𝑖𝑐) = 2070 2070 2070
( 100
)³+37,377 . ( 100
)²+275,836 . ( 100 )+77,852

β𝑠(𝑡𝑓𝑓𝑖𝑐) = 0, 878
21

● A deformação do concreto pela retração é dada por:

−4
[ ]
ε𝑐𝑠 (𝑡, 𝑡𝑜) = ε𝑐𝑠∞ 𝑥 β𝑠(𝑡) − β𝑠( 𝑡𝑜) → ε𝑐𝑠 (𝑡, 𝑡𝑜) =− 1, 4386 𝑥 10 𝑥 (0, 878 − 0, 0249)
−4
ε𝑐𝑠 (𝑡, 𝑡𝑜) =− 1, 227 𝑥 10

● Daí:
−4
∆σ𝑝𝑠 =− 𝐸𝑝 . ε𝑐𝑠 (𝑡, 𝑡𝑜) → ∆σ𝑝𝑠 = 19500 . 1, 227 . 10 → ∆σ𝑝𝑠 = 2, 392𝐾𝑁/𝑐𝑚²

∆σ𝑝 2,392
σ𝑝𝑖
= 153,90
= 0, 0155 Perdas = 1,55%

7.7.5. Perdas devido à fluência do concreto

● Dados adotados:

Fluência com cimento ARI → α = 3

● Idade fictícia do concreto


𝑇+10 17,6+10
𝑡𝑜𝑓𝑖𝑐 = α . 40
. 𝑡𝑜 → 𝑡𝑜𝑓𝑖𝑐 = 3 . 40
. 7 → 14, 5 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑇+10 17,6+10
𝑡𝑓𝑓𝑖𝑐 = 3 . 40
. 𝑡𝑓 → 𝑡𝑓𝑓𝑖𝑐 = 1 . 40
. 2070 → 4285 𝑑𝑖𝑎𝑠

ϕ𝑎 = 0, 8 . 1 − ( 9 . 𝑡𝑜 . (𝑡𝑜+42)
(9 . 𝑡𝑜 + 40) . (𝑡𝑜 + 61) ) (
→ ϕ𝑎 = 0, 8 . 1 −
9 . 14,5 . (14,5+42)
(9 . 14,5 + 40) . (14,5 + 61) )
ϕ𝑎 = 0, 3417

● Para 𝑈 ≤ 90% → ϕ1𝑐 = 4, 45 − 0, 035 . 𝑈

ϕ1𝑐 = 4, 45 − 0, 035 . 85 → ϕ1𝑐 = 1, 48

0,42 + ℎ𝑓𝑖𝑐 0,42 + 0,39507


● ϕ2𝑐 = 0,20 + ℎ𝑓𝑖𝑐
= 0,20 + 0,39507
→ ϕ2𝑐 = 1, 370

ϕ𝑓∞ = ϕ1𝑐 + ϕ2𝑐 → ϕ𝑓∞ = 1, 480 + 1, 370 → ϕ𝑓∞ = 2, 03


22

ϕ𝑑∞ = 0, 40

𝑡 − 𝑡0 + 20 4285 − 14,5 + 20
β𝑑 = 𝑡 − 𝑡0 + 70
→ β𝑑 = 4285 − 14,5 + 70
= 0, 9884

𝐴 = 42 𝑥 ℎ³ − 350 𝑥 ℎ² + 588 𝑥 ℎ + 113


𝐴 = 42 𝑥 0, 39507³ − 350 𝑥 0, 39507² + 588 𝑥 0, 39507 + 113 → A = 293,62

𝐵 = 768 𝑥 ℎ³ − 3060 . ℎ² + 3234 . ℎ − 23


𝐵 = 768 𝑥 0, 39507³ − 3060 . 0, 39507² + 3234 . 0, 39507 − 23 → B = 824,407

𝐶 =− 200 𝑥 ℎ³ + 13 𝑥 ℎ² + 1090 𝑥 ℎ + 183


𝐶 =− 200 𝑥 0, 39507³ + 13 𝑥 0, 39507² + 1090 𝑥 0, 39507 + 183 → C = 603,322

𝐷 = 7579 𝑥 ℎ³ − 31916 𝑥 ℎ² + 35343 . ℎ + 1931


𝐷 = 7579 𝑥 0, 39507³ − 31916 𝑥 0, 39507² + 35343 . 0, 39507 + 1931
D = 11.379,841

Sendo:
𝑡²+𝐴 . 𝑡+𝐵
β𝑓(𝑡) = 𝑡²+𝐶 . 𝑡 +𝐷

Temos:
14,5² + 293,26 𝑥 14,5 + 824,407
β𝑓(𝑡0𝑓𝑡𝑖𝑐) = 14,5² + 602,322 𝑥 14,5 + 11.379,841 → β𝑓(𝑡0𝑓𝑡𝑖𝑐) = 0, 2602
4285² + 293,26 𝑥 4285 + 824,407
β𝑓(𝑡𝑓𝑓𝑡𝑖𝑐) = 4285² + 602,322 𝑥 4285 + 11.379,841 → β𝑓(𝑡0𝑓𝑡𝑖𝑐) = 0, 9361

O coeficiente de fluência é dado por:

ϕ(𝑡, 𝑡0) = ϕ𝑎 + ϕ𝑓∞ 𝑥 (β𝑓(𝑡) − β𝑓(𝑡0)) + ϕ𝑑∞ 𝑥 β𝑑

ϕ(𝑡, 𝑡0) = 0, 3417 + 2, 03 𝑥 (0, 9361 − 0, 2602) + 0, 40 𝑥 0, 9884

ϕ(𝑡, 𝑡0) = 2, 109


23

Na altura correspondente aos cabos:


𝑃𝑜 𝑃𝑜 𝑥 𝐸𝑝² 129,09 129,09 𝑥 38,67²
σ𝑐𝑝𝑜 =− 𝐴𝑐𝑖
− 𝐽ℎ
=− 2008,80
− 2513,550
→ σ𝑐𝑝𝑜 = 0, 141𝐾𝑁/𝑐𝑚²
𝑃𝑜 129,09
σ𝑝𝑜 = 𝐴𝑝
= 1,096
→ σ𝑝𝑜 = 117, 78
𝑀𝑔 119,39 𝑥 10²
σ𝑐𝑔 = 𝐽ℎ
𝑥 𝐸𝑝 = 2513550
𝑥 38, 67 → σ𝑐𝑔 = 0, 184𝐾𝑁/𝑐𝑚²

α 𝑥 ϕ𝑥 (σ𝑐𝑔 − |σ𝑐𝑝𝑜|) 5,70 𝑥 2,109 𝑥 (0,184 − 0,141)


∆σ𝑝ϕ = |σ𝑐𝑝𝑜| ϕ = 0,141 2,109
1−α𝑥 σ𝑝𝑜
𝑥 (1 + 2
) 1 − 5,70 𝑥 117,78
𝑥 (1 + 2
)

∆σ𝑝ϕ = 0, 524
∆σ𝑝ϕ 0,524
σ𝑝𝑖
= 153,90
= 0, 00353 Perdas = 0,35%

7.7.6. Perdas por Relaxação do Aço de Protensão

Tempo inicial: 𝑡𝑜 = 7 𝑑𝑖𝑎𝑠


Tempo final: 𝑡𝑓 = 3. 000 𝑑𝑖𝑎𝑠

Aço de baixa relaxação: RB

σ𝑝𝑖 153,90
𝑓𝑝𝑡𝑘
= 190,00
= 0, 81 → ψ1000 = 3, 60%

(𝑡 − 𝑡𝑜) . 24 0,15 (3000 − 7) . 24 0,15


ψ(𝑡, 𝑡𝑜) = ψ1000 . ( 1000
) → ψ(𝑡, 𝑡𝑜) = 0, 036 . ( 1000
)
ψ(𝑡, 𝑡𝑜) = 0, 06835

∆σ𝑃𝑟 𝑖(𝑡, 𝑡𝑜) = ψ(𝑡, 𝑡𝑜) . σ𝑃𝑖 → ∆σ𝑃𝑟 𝑖(𝑡, 𝑡𝑜) = 0, 06835 . 153, 90
∆σ𝑃𝑟 𝑖(𝑡, 𝑡𝑜) = 10, 519 𝐾𝑁/𝑐𝑚²

∆σ𝑃,𝑠+ϕ (2,392+0,5447)
∆σ𝑃𝑟 = ∆σ𝑃𝑟 𝑖 . (1 − σ𝑃𝑖
) → ∆σ𝑃𝑟 = 10, 519 . (1 − 153,90
)
∆σ𝑃𝑟 = 10, 318 𝐾𝑁/𝑐𝑚²

∆σ𝑃𝑟 10,318
σ𝑃𝑖
= 153,90
= 0, 0670 ∴ Perdas = 6,70%
24

7.7.7. Total de Perdas

Tipo de perda Valor (%)

Ancoragem 5,07

Atrito dos Cabos 0,00

Deformação Imediata do Concreto 3,18

Retração do Concreto 1,55

Fluência do Concreto 0,35

Relaxação do Aço 6,70

Total de Perdas 16,85%

Perdas admitidas = 18% → Ok!

8. ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS

8.1. Estado limite último de ruptura ou alongamento plástico excessivo

Dados:
𝐴𝑝 = 1, 096 𝑐𝑚² (2 ϕ 9, 5𝑚𝑚)
𝑃∞ = 112, 56𝐾𝑁

8.1.1. Pré-alongamento

𝑃𝑑 = ៵𝑝 . 𝑃∞ → 𝑃𝑑 = 1, 0 . 112, 56 → 𝑃𝑑 = 112, 56𝐾𝑁

𝑃𝑑 𝑃𝑑 . 𝑒𝑝² 112,56 112,56 . 38,67²


σ𝑐𝑃𝑑 = 𝐴𝑐𝑖
+ 𝐽ℎ
= 2008,80
+ 2513550
→ σ𝑐𝑃𝑑 = 0, 123𝐾𝑁/𝑐𝑚²

𝑃𝑛 = 𝑃𝑑 + α . 𝐴𝑝 . σ𝑐𝑃𝑑 = 112, 56 + 5, 70 . 1, 096 . 0, 123 → 𝑃𝑛 = 113, 33𝐾𝑁

𝑃𝑛 113,33
ε𝑝𝑛 = 𝐴𝑝 . 𝐸𝑝
= 1,096 . 19500
→ ε𝑝𝑛 = 0, 530%
25

8.1.2. Momento Fletor de Cálculo

Sendo a seção 4 a seção crítica, temos:

𝑀𝑑 = γ𝑔 . 𝑀𝑔 + γ𝑞 . 𝑀𝑞
𝑀𝑑 = 1, 4 . 114, 61 + 1, 5 . 360 → 𝑀𝑑 = 700, 45𝐾𝑁. 𝑚 ∴ 70045KN.cm

8.1.3. Cálculo da Armadura

Supondo que a linha neutra (componente y = 0,8 . x) está cortando a mesa logo
abaixo dos furos feitos para fixação dos trilhos (y entre 20,0 cm e 22,5 cm), temos:

20
𝐴𝑐𝑐 = 2 . (6, 7 . 20 + 1, 3 . 2
+ 6 . 20) + 40 . ( 𝑦 − 20)
𝐴𝑐𝑐 = 40 . 𝑦 − 266 → 𝐴𝑐𝑐 = 40 . (0, 8 . 𝑥) − 266
𝐴𝑐𝑐 = 32𝑥 − 266

𝑀𝑑 = 𝑅𝑐𝑐 . 𝑧
𝑀𝑑 = 𝐴𝑐𝑐 . σ𝑐𝑑 . (𝑑 − 0, 4 . 𝑥)
3,0
𝑀𝑑 = (32𝑥 − 266) . 0, 85 . 1,4
. (95 − 3 − 0, 4 . 𝑥)
𝑀𝑑 = (58, 2857 . 𝑥 − 484, 5) . (92 − 0, 4 . 𝑥)
2
70045 = − 44574 + 5556, 0844 . 𝑥 − 23, 3143 . 𝑥
2
23, 3143 . 𝑥 − 5556, 0844 . 𝑥 + 114619 = 0 ∴ X = 22,81 cm

y = 20,27 cm (entre 20 e 22,5 conforme a proposição inicial → Ok)

0,35 ε𝑝
22,81
= 90−22,81
→ ε𝑝 = 1, 031%

ε𝑝𝑇 = 0, 530 + 1, 031 = 1, 561%

0,35 ε𝑠
22,81
= 92−22,81
→ ε𝑠 = 1, 062%

(Valor de εs está muito alto, atinge o limite de 1%,


mas, contudo, está dentro do domínio II.
A seção está superdimensionada: uma pequena
faixa de concreto resiste à compressão oriunda do
momento fletor).
26

Domínio 2: Abrange os casos de flexão simples e flexão composta com grande excentricidade. A
linha neutra é interna à seção transversal, estando uma parte desta sujeita à compressão. Este
domínio corresponde às situações em que o alongamento da armadura atinge 1% e o encurtamento
da fibra mais comprimida de concreto é inferior a 0,35%. A reta do diagrama de deformações na
seção passa pelo ponto A, correspondente a um alongamento de 1% na armadura. Cobre o campo
de profundidade da linha neutra desde x > 0 até x < 0,259d. O estado limite último é atingido por
deformação plástica excessiva da armadura, não se verificando ruptura do concreto na zona
comprimida da seção.

Segundo a tabela 2.1 da apostila “Estados Limites Últimos”, para εp = 1,561 %,


temos:

ε𝑝 (%) σ𝑝(KN/cm²)

1,5 157,00

1,561 157,61

1,6 158,00

σ𝑝 157,61
σ𝑝𝑑 = γ𝑠
→ σ𝑝𝑑 = 1,15
→ σ𝑝𝑑 = 137, 05 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

𝑅𝑝𝑡 = σ𝑝𝑑 . 𝐴𝑝 → 𝑅𝑝𝑡 = 137, 05 . 1, 096 → 𝑅𝑝𝑡 = 150, 21 𝑘𝑁

3,0
𝑅𝑐𝑐 = 𝐴𝑐𝑐 . 0, 85 . 𝑓𝑐𝑑 → 𝑅𝑐𝑐 = (32 . 22, 81 − 266) . 0, 85 . 1,4

→ 𝑅𝑐𝑐 = 845, 00 𝑘𝑁

Como Rcc > Rpt, a seção não está em equilíbrio. O equilíbrio será assegurado
pela inserção da componente devido à armadura passiva:

𝑅𝑠𝑡 = 𝑅𝑐𝑐 − 𝑅𝑝𝑡 → 𝑅𝑠𝑡 = 845, 00 − 150, 21 → 𝑅𝑠𝑡 = 694, 79 𝑘𝑁

𝑅𝑠𝑡 694,79
𝐴𝑠 = 𝑓𝑦𝑑
→ 𝐴𝑠 = 50,0 → 𝐴𝑠 = 15, 98 𝑐𝑚²
1,15
27

𝐴𝑠, 𝑀𝐼𝑁 = 0, 15% . 𝑏𝑤 . ℎ → 𝐴𝑠, 𝑀𝐼𝑁 = 0, 0015 . 12 . 95 → 𝐴𝑠, 𝑀𝐼𝑁 = 1, 710 𝑐𝑚²

Será utilizado As = 15,98 cm².

Adotou-se 8 ϕ 16,0 mm → As = 16,00 cm² (por motivos construtivos)

8.2. Verificação Simplificada do Estado Limite Último de Ruptura no Ato da


Protensão

Conclui-se que a segurança em relação ao estado limite último de ruptura no ato da


protensão está garantida.

8.3. Estado Limite Último Devido a Solicitações Tangenciais

Dados:
Comprimento da viga: 13,0 m
Protensão limitada: pré-tração
Cabos retos com excentricidade de 𝑒𝑝 = 38, 67 𝑐𝑚
28

𝑀𝑃∞ = 𝑃∞ . 𝑒𝑝 → 𝑀𝑃∞ = 112, 56 . 0, 3867 → 𝑀𝑃∞ = 43, 53𝑘𝑁. 𝑚

Por ser uma viga longa, os esforços cisalhantes serão avaliados dividindo-se a
mesma em 3
trechos, visando economia de armadura transversal, segundo o quadro abaixo:

Trechos (cm) 𝑀𝑔 𝑀𝑞 𝑀𝑝 𝑉𝑔 𝑉𝑞

1 (0 < x < 300) 0 0 - 43,53 36,73 129,00

2 (300 < x < 750) 76,40 258,00 - 43,53 22,04 99,00

8.3.1. Tensão Última do Concreto

Considerando que a armadura transversal estará a 90º, temos:

30
0, 30 . 𝑓𝑐𝑑 = 0, 30 . 1,4
= 6, 43 𝑀𝑃𝑎

4, 5 𝑀𝑃𝑎 ∴ τ𝑤𝑢 = 0, 45 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

8.3.2. Trecho 1 (0 < x < 300 cm)

𝑉𝑑 = 1, 4 𝑥 𝑉𝑔 + 1, 5 𝑥 𝑉𝑞 = 1, 4 𝑥 36, 73 + 1, 5 𝑥 129, 00 → 𝑉𝑑 = 244, 92𝐾𝑁

𝑀𝑑 = 1, 4 𝑥 𝑀𝑔 + 1, 0 𝑥 𝑀𝑝 + 1, 5 𝑥 𝑀𝑞 = 1, 4 𝑥 0, 0 + 1, 0 𝑥 (− 43, 53) + 1, 5 𝑥 0, 0
𝑀𝑑 =− 43, 53𝐾𝑁

𝑉𝑑 244,92
τ𝑤𝑑 = 𝑏𝑤 𝑥 𝑑
= 12 𝑥 92
→ τ𝑤𝑑 = 0, 222 𝐾𝑁/𝑐𝑚²

Como τ𝑤𝑑 < τ𝑤𝑢 , então o concreto da alma resiste as tensões cisalhantes.

𝑤𝑖
𝑀𝑜 = (៵𝑝 𝑥 𝑃∞ + ៵𝑓 𝑥 𝑁𝑞 + 𝑞) 𝑥 𝐴𝑐𝑖
+ ៵𝑝 𝑥 𝑃∞ 𝑥 𝐸𝑝
29

57.452,57
𝑀𝑜 = (0, 9 𝑥 112, 56 + 0) 𝑥 2008,80
+ 0, 9 𝑥 112, 56 𝑥 38, 67 → 𝑀𝑜 = 6. 815 𝐾𝑁𝑐𝑚

𝑀𝑜 6815
Ψ1 = 0, 15 𝑥 (1 + 𝑀𝑑 𝑚á𝑥
) = 0, 15 𝑥 (1 + 43,53
) → Ψ1 = 0, 384 > 0, 3

Ψ1 = 0, 30

2/3 2/3
τ𝑐 = 0, 09 𝑥 (𝐹𝑐𝑘) = 0, 09 𝑥 (40) → τ𝑐 = 1, 05 𝑀𝑃𝑎
τ𝑐 = 0, 105 𝐾𝑁/𝑐𝑚²

τ𝑑 = 1, 11 𝑥 (τ𝑤𝑑 − τ𝑐) = 1, 11 𝑥 (0, 222 − 0, 105) → τ𝑑 = 0, 130 𝐾𝑁/𝑐𝑚²

τ𝑐 1,05
𝐴𝑠𝑤 = 100 𝑥 𝑏𝑤 𝑥 𝐹𝑦𝑑
= 100 𝑥 12 𝑥 435
→ 𝐴𝑠𝑤 = 2, 89 𝑐𝑚²/𝑚

𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 0, 14 𝑥 𝑏𝑤 = 0, 14 𝑥 12 → 𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 1, 68 𝑐𝑚²/𝑚

Como 𝐴𝑠𝑤 > 𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 adotar 𝐴𝑠𝑤 = 2, 89 𝑐𝑚²/𝑚

Adotou-se 20 ϕ 8𝑚𝑚 𝑐/ 15𝑐𝑚

8.3.3. Trecho 2 (300 cm < x < 750 cm)

𝑉𝑑 = 1, 4 𝑥 𝑉𝑔 + 1, 5 𝑥 𝑉𝑞 = 1, 4 𝑥 22, 04 + 1, 5 𝑥 99, 00 → 𝑉𝑑 = 179, 36𝐾𝑁

𝑀𝑑 = 1, 4 𝑥 𝑀𝑔 + 1, 0 𝑋 𝑀𝑝 + 1, 5 𝑥 𝑀𝑞 = 1, 4 𝑥 76, 40 + 1, 0 𝑥 (− 43, 53) + 1, 5 𝑥 258

𝑀𝑑 =− 45043 𝐾𝑁𝑐𝑚

𝑉𝑑 179,36
τ𝑤𝑑 = 𝑏𝑤 𝑥 𝑑
= 12 𝑥 92
→ τ𝑤𝑑 = 0, 162 𝐾𝑁/𝑐𝑚²
30

Como τ𝑤𝑑 < τ𝑤𝑢 , então o concreto da alma resiste as tensões cisalhantes.
𝑤𝑖
𝑀𝑜 = (៵𝑝 𝑥 𝑃∞ + ៵𝑓 𝑥 𝑁𝑞 + 𝑞) 𝑥 𝐴𝑐𝑖
+ ៵𝑝 𝑥 𝑃∞ 𝑥 𝐸𝑝

57.452,57
𝑀𝑜 = (0, 9 𝑥 112, 56 + 0) 𝑥 2008,80
+ 0, 9 𝑥 112, 56 𝑥 38, 67 → 𝑀𝑜 = 6. 815 𝐾𝑁𝑐𝑚

𝑀𝑜 6815
Ψ1 = 0, 15 𝑥 (1 + 𝑀𝑑 𝑚á𝑥
) = 0, 15 𝑥 (1 + 45043
) → Ψ1 = 0, 173 < 0, 3

Ψ1 = 0, 17

2/3 2/3
τ𝑐 = 0, 09 𝑥 (𝐹𝑐𝑘) = 0, 09 𝑥 (40) → τ𝑐 = 1, 05 𝑀𝑃𝑎

τ𝑐 = 0, 105 𝐾𝑁/𝑐𝑚²

τ𝑑 = 1, 11 𝑥 (τ𝑤𝑑 − τ𝑐) = 1, 11 𝑥 (0, 162 − 0, 105) → τ𝑑 = 0, 063 𝑀𝑃𝑎

τ𝑑 = 0, 0063𝐾𝑁/𝑐𝑚²

τ𝑐 0,063
𝐴𝑠𝑤 = 100 𝑥 𝑏𝑤 𝑥 𝐹𝑦𝑑
= 100 𝑥 12 𝑥 435
→ 𝐴𝑠𝑤 = 0, 174 𝑐𝑚²/𝑚

𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 0, 14 𝑥 𝑏𝑤 = 0, 14 𝑥 12 → 𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 1, 68 𝑐𝑚²/𝑚

Como 𝐴𝑠𝑤 < 𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 adotar 𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 1, 68 𝑐𝑚²/𝑚

Adotou-se 14 ϕ 8𝑚𝑚 𝑐/ 25𝑐𝑚


31

9. DETALHAMENTO

9.1. Detalhamento da Forma

Figura 12: Vista lateral da viga

Figura 13: Seção transversal Figura 14: Posição das cordoalhas


32

9.2. Detalhamento da Armadura

Figura 15: Vista lateral da viga com detalhes da armadura

Figura 16: Detalhe da armadura na seção transversal

Figura 17: Detalhe dos estribos


33

9.3. Quadro de Ferros

Resumo de Aço

Aço Pos. ϕ (mm) Peso/m Quant. Comp. (m) Peso (kgf)

CA 50A 1 8.0 0,40 14,00 12,94 72,46

CA 50A 2 20.0 2,50 7,00 12,94 226,45

CA 60B 3 8.0 0,40 67,00 2,60 69,68

CA 60B 4 8.0 0,40 67,00 1,69 40,02

CP 190RB C1 9.5 0,445 2,00 13,00 11,57

Peso Total = 420,18

Volume Total (m³) = 2,938

FCK (MPa) = 40

9.4. Consumo de Concreto

𝑉 = 𝐴𝑐 . 𝐿 → 𝑉 = 1994, 0 𝑐𝑚² . 13, 0 𝑚


𝑉 = 0, 1994 . 13, 0 𝑚³ ≃ 2, 59𝑚³

Volume de Concreto = 2,59 m³

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