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ESTRUTURAS DE CONCRETO II

PILARES
Prof. Carlos Roberto da Silva

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1- CONCEITOS GERAIS

- Segundo o item 14.4.1.2 da NBR 6118:2014, pilares são elementos estruturais lineares de eixo
reto, usualmente dispostos na vertical, em que as forças normais de compressão são
preponderantes.

- Sua função principal é receber as ações atuantes nos


diversos níveis da edificação e conduzi-las até as funda-
ções. Podem estar solicitados por compressão centrada,
flexão normal composta ou flexão oblíqua composta.

onde:
b : menor dimensão da seção
transversal do pilar;
h : maior dimensão da seção
transversal do pilar;
Ac : área da seção transversal
de concreto.

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- Junto com as vigas, formam os pórticos,


que na maior parte dos edifícios são os
responsáveis por resistir às ações verticais
e horizontais e garantir a estabilidade
global da estrutura. filme

- Nesse caso a estrutura porticada é a própria


estrutura de contraventamento, ou seja, a
estrutura global tem rigidez suficiente para
resistir aos esforços horizontais. cy

- Pilar-parede é aquele pilar no qual a maior


dimensão em planta é maior que 5 (cinco)
vezes a outra dimensão.

- Merecem cuidado especial na concretagem,


a fim de evitar o aparecimento de nichos ou
vazios, que comprometem a segurança da
estrutura.

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2- PRESCRIÇÕES DA NBR 6118:2014

2.1 – Dimensões limites (item 13.2.2)

- A seção transversal de pilares e pilares-parede maciços, qualquer que seja a sua forma, não
deve apresentar dimensão menor que 19 cm. Em casos especiais, permite-se a consideração de
dimensões entre 19 cm e 14 cm, desde que se majorem os esforços solicitantes finais de cálculo
nos pilares, quando de seu dimensionamento, por um coeficiente adicional Ɣn dado pela equação:

Ɣn = 1,95 - 0,05b,

onde b é a menor dimensão da seção transversal do pilar, em cm. Tem-se, então:

Nota: a NBR 6118:2007 aceitava pilares com menor dimensão de 13cm e de 12cm, com esforços também
majorados.
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- Esta correção se deve, entre outros fatores, ao aumento da probabilidade de ocorrência de


desvios relativos e falhas na construção.
- Em qualquer caso, não se permite pilar com seção transversal de área inferior a 360cm².
- Exemplos de seções mínimas retangulares: 14cm x 26cm, 15cm x 24cm, 18cm x 20cm.
- Diâmetro mínimo de pilar com seção circular: 22cm.

2.2 - Armaduras (item 18.4)

As exigências abaixo referem-se aos pilares cuja maior dimensão em planta não exceda cinco
vezes a menor dimensão, e não são válidas para as regiões especiais (conforme seção 21).

Para os efeitos da Norma, são definidas como regiões especiais as regiões dos elementos estruturais em que,
na análise de seu comportamento estrutural, apresentam na estrutura uma distribuição não linear de
deformações específicas. Ficam caracterizadas por apresentar na estrutura descontinuidades bruscas de
geometria ou de carregamentos aplicados.

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2.2.1 – Armadura longitudinal – limites e taxas (itens 18.4.2 e 17.3.5.3)


 10mm

lL  1
a) Diâmetro mínimo e máximo da barra longitudinal: Ø
 8  b
b) Área mínima de armadura:
 N 
As ,mín   0,15  d   0,004  Ac  0,4%  Ac
 f yd 
 

c) Área máxima de armadura (inclusive nas regiões de emenda):


As ,máx  0,08  Ac  8%  Ac
onde:
As,mín : área mínima da armadura longitudinal comprimida;
Ac : área real ou bruta da seção transversal de concreto do pilar;
Nd : força normal solicitante de cálculo;
fyd : limite de escoamento de cálculo do aço utilizado;
As,máx : área máxima da armadura longitudinal comprimida;
b : menor dimensão da seção transversal do pilar.
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2.2.2 - Casos de emendas por traspasse:

1) 100% de emendas em 2) 100% de emendas em


todos os pisos. pisos alternados.

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3) 50% de emendas em 4) 100% (2x50%) de


pisos alternados. emendas no andar
(x ≥ 0,2.lo).

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EXERCÍCIO 1 – As,min e As,max

Para o pilar ao lado, calcular a área de aço mínima / máxima e


informar a quantidade de barras longitudinais, considerando:
- Carga de compressão de cálculo: Nd = 1700 kN.
- Concreto C30 (30 MPa).
- Aço CA-50.
- Diâmetro da armadura longitudinal: Øl = 12.5 mm.

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2.2.3 – Armadura longitudinal – distribuição transversal

a) Em seções poligonais, deve existir pelo menos uma barra em cada vértice; em seções
circulares, no mínimo seis barras distribuídas ao longo do perímetro.

b) O espaçamento mínimo livre entre as faces das barras longitudinais, medido no plano da se-
ção transversal e válido também para regiões de emendas por traspasse das barras deve ser:

Para feixes com n barras de diâmetro Øl, deve-se considerar o diâmetro equivalente do feixe, dado por:
Øfeixe = Øl . 𝑛

c) O espaçamento máximo (emax) entre eixos das barras longitudinais ou de centros de feixes
de barras, deve ser menor ou igual a duas vezes a menor dimensão da seção no trecho
considerado, sem exceder 400 mm.

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2.2.4 – Armadura transversal

A armadura transversal de pilares, constituída por estribos e, quando for o caso, por estribos
suplementares, deve ser colocada em toda a altura do pilar, sendo obrigatória sua colo-
cação na região de cruzamento com vigas e lajes.

a) O diâmetro mínimo do estribo deve ser:

b) O espaçamento máximo entre estribos, medido na direção do eixo do pilar, deve ser:

onde b é a menor dimensão externa da seção transversal do pilar.

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Nota: Permite-se diâmetro Øt menor que Øl /4, desde que as armaduras sejam constituídas do
mesmo tipo de aço e o espaçamento respeite também a limitação:

em mm para fyk em MPa.

c) Quando houver necessidade de armaduras transversais para forças cortantes e torção,


esses valores devem ser comparados com os mínimos especificados no item 18.3 para
vigas, adotando-se o menor dos limites especificados.

d) Para concretos de classes C55 a C90, recomenda-se que os espaçamentos máximos entre
estribos sejam reduzidos em 50%, com inclinação dos ganchos de pelo menos 135º.

e) Espaçamentos máximos usuais em função do diâmetro da barra longitudinal em aço CA-50:

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Representação gráfica dos parâmetros

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f) Item 18.2.4: Os estribos garantem contra a flambagem as barras longitudinais situadas em seus
cantos e aquelas por eles abrangidas, situadas no máximo à distância de 20.ϕt do canto, se
nesse trecho de 20.ϕt não houver mais de duas barras, não contando a de canto. Quando
houver mais de duas barras nesse trecho ou barra fora dele, deve haver estribos suplementares.

Se o estribo suplementar for constituído por uma barra reta, terminada em ganchos (90º a 180º),
ele deve atravessar a seção do pilar e os seus ganchos devem envolver a barra longitudinal.

No caso de estribos curvilíneos cuja concavidade esteja voltada para o interior do concreto, não
há necessidade de estribos suplementares. Se as seções das barras longitudinais se situarem em
uma curva de concavidade voltada para fora do concreto, cada barra longitudinal deve ser
ancorada pelo gancho de um estribo reto ou pelo canto de um estribo poligonal.
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EXERCÍCIO 2 – estribos suplementares

Para o pilar ao lado, verificar a necessidade de


estribo suplementar, adotando o critério de área de
aço mínima. Considerar:
- Carga de compressão de cálculo: Nd = 1800 kN.
- Concreto C30 (30 MPa).
- Cobrimento da armadura: c = 3 cm.
- Aço CA-50.
- Diâmetro da armadura longitudinal, disposta ao
longo do maior lado do pilar: Øl = 10 mm.
- Diâmetro do estribo: Øt = 5 mm.

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2.3 – Cobrimento da armação (itens 6.4 e 7.4)

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Eng. Paulo Helene (2013):


A redução de 0,5cm no
cobrimento reduz em 15
anos a durabilidade da
peça. Em ambientes alca-
linos este efeito é ainda
mais acentuado.
A nota “considerou-se com-
trole adequado de quali-
dade e limites rígidos de
tolerância da variabilidade
das medidas durante a
execução” para se reduzir
em 0,5cm o cobrimento
quase não se aplica a
estruturas de concreto
moldado in loco.

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2.4 – Exemplos de transição entre pavimentos:

Para realizar as emendas


por traspasse junto a lajes
de piso basta, em geral,
dobrar ligeiramente a parte
superior das barras de canto
inferiores, a fim de absorver
os momentos.

Seção constante Transição suave Transição brusca

Nos locais de dobra, o esforço devido à mudança de direção das barras, agindo de dentro para
fora, deve ser absorvido por estribos. Quando os pilares diminuírem de seção, recomendam-se os
detalhes das figuras acima.
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2.5 – Exemplos de detalhamento:

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Detalhamento das armaduras de pilares com redução


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