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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

Faculdade de Engenharia: Curso de Engenharia Civil

Estruturas de Concreto II
Aula 7: Projeto de Vigas (Parte 1)

7.1. Armaduras mínimas e máximas


7.2. Espaçamentos limites
7.3. Consideração de torção
7.4. Cálculo das armaduras de flexão
7.5. Cálculo das armaduras de cisalhamento

Prof. Me. André Felipe Ap. de Mello


7.1 ARMADURAS MÍNIMAS E MÁXIMAS

Armadura de tração

A armadura mínima de tração, em elementos estruturais armados ou


protendidos deve ser determinada pelo dimensionamento da seção a um
momento fletor mínimo dado pela expressão a seguir, respeitada a taxa
mínima absoluta de 0,15 %:

𝑀𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 0,8 𝑊0 𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑠𝑢𝑝

W0 é o módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto, relativo


à fibra mais tracionada;

fctk,sup é a resistência característica superior do concreto à tração (1,3 fctm).

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 2]


7.1 ARMADURAS MÍNIMAS E MÁXIMAS

Armadura de tração

Alternativamente, a armadura mínima pode ser considerada atendida se


forem respeitadas as taxas mínimas de armadura da Tabela 17.3 da NBR
6118.

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 3]


7.1 ARMADURAS MÍNIMAS E MÁXIMAS

Armadura de tração

Para a armadura máxima, a soma das armaduras de tração e compressão (As


e A’s) não deve ter valor maior que 4% da área de concreto da seção (Ac),
calculada em região fora da zona de emendas.

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7.1 ARMADURAS MÍNIMAS E MÁXIMAS

Armadura concentrada

Para que a armadura longitudinal, comprimida ou tracionada, possa ser


calculada admitindo-a concentrada em seu centro de gravidade, a distância
(a) desse centro ao ponto da seção da armadura mais afastada da linha
neutra, medida normalmente a esta, deve ser menor que 10 % de h.

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7.1 ARMADURAS MÍNIMAS E MÁXIMAS

Armadura transversal

No caso de vigas, deve haver sempre uma armadura transversal mínima,


constituída por estribos, colocados em toda a sua extensão, com a seguinte
taxa geométrica:

𝐴𝑠𝑤 𝑓𝑐𝑡𝑚
𝜌𝑠𝑤,𝛼 = ≥ 𝜌𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 = 0,2
𝑏𝑤 𝑠 sen 𝛼 𝑓𝑦𝑤𝑘

𝐴𝑠𝑤 : área da seção transversal dos estribos;


s: espaçamento dos estribos;
𝛼: ângulo de inclinação do estribo;
2/3
𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3 𝑓𝑐𝑘

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7.1 ARMADURAS MÍNIMAS E MÁXIMAS

Armadura de pele

Tem função de minimizar os problemas decorrentes de fissuração, retração e


variação de temperatura. É uma armadura lateral que deve ser colocada em
vigas de altura maior que 60 cm.

Em cada face da alma da viga, a armadura de pele deve ser de pelo menos
0,10 % da área de concreto da alma da viga:

𝐴𝑠,𝑝𝑒𝑙𝑒 ≥ 0,10% 𝐴𝑐,𝑎𝑙𝑚𝑎 (por face)

Deve ser composta de barras CA-50 ou CA-60, não sendo necessária


armadura superior a 5 cm2/m por face.

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7.1 ARMADURAS MÍNIMAS E MÁXIMAS

Armadura de pele

O espaçamento das barras que compõem a armadura de pele não deve ser
maior que 20 cm ou 1/3 da altura útil da viga.

É conveniente que o espaçamento, na zona tracionada seja menor ou igual a


15 𝜙.

20 𝑐𝑚
𝑠 ≤ ቐ 𝑑/3
15 𝜙

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7.1 ARMADURAS MÍNIMAS E MÁXIMAS

Armadura de pele

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7.2 ESPAÇAMENTOS LIMITES

Armadura longitudinal

Os espaços entre as barras devem ser projetados para possibilitar a


introdução de vibradores, evitando que ocorram vazios e segregação dos
agregados. Para isso, devem ser respeitadas as distâncias mínimas entre as
barras (NBR 6118 – 18.3.2.2).

O espaçamento mínimo livre entre as faces das barras, na horizontal (ah) e na


vertical (av) no plano da seção transversal, deve ser o maior entre:

20 mm 20 mm
𝑎ℎ ≥ ൞ 𝜙 𝑎𝑣 ≥ ൞ 𝜙
1,2 𝑑𝑚𝑎𝑥,𝑎𝑔𝑟 0,5 𝑑𝑚𝑎𝑥,𝑎𝑔𝑟

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7.2 ESPAÇAMENTOS LIMITES

Armadura longitudinal

O diâmetro máximo do agregado depende do tipo de brita utilizado:

• Brita 0: 4,8 a 9,5 mm;

• Brita 1: 9,5 a 19 mm;

• Brita 2: 19 a 25 mm;

• Brita 3: 25 a 38 mm.

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7.2 ESPAÇAMENTOS LIMITES

Armadura transversal

O espaçamento mínimo entre estribos, deve ser suficiente para passagem do


vibrador. A fim de evitar que uma fissura não seja interceptada por pelo
menos um estribo, os estribos não devem ter um espaçamento maior que
um valor máximo, estabelecido conforme as seguintes condições (NBR 6118,
18.3.3.2):

• Se 𝑉𝑆𝑑 ≤ 0,67 𝑉𝑅𝑑2 ⇒ 𝑠𝑚𝑎𝑥 = 0,6 𝑑 ≤ 30 cm;

• Se 𝑉𝑆𝑑 > 0,67 𝑉𝑅𝑑2 ⇒ 𝑠𝑚𝑎𝑥 = 0,3 𝑑 ≤ 20 cm;

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7.2 ESPAÇAMENTOS LIMITES

Armadura transversal

O espaçamento transversal (st) entre os ramos verticais sucessivos dos


estribos não pode exceder os seguintes valores (NBR 6118, 18.3.3.2):

• Se 𝑉𝑆𝑑 ≤ 0,20 𝑉𝑅𝑑2 ⇒ 𝑠𝑡,𝑚𝑎𝑥 = 𝑑 ≤ 80 cm;

• Se 𝑉𝑆𝑑 > 0,20 𝑉𝑅𝑑2 ⇒ 𝑠𝑡,𝑚𝑎𝑥 = 0,6 𝑑 ≤ 35 cm;

O espaçamento transversal (st,máx) serve para definir qual o número de


ramos verticais deve ser especificado para os estribos, principalmente no
caso de estribos de vigas largas.

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7.2 ESPAÇAMENTOS LIMITES

Armadura transversal

Estribos com três e com quatro ramos verticais

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7.3 CONSIDERAÇÃO DE TORÇÃO

Tipos de torção

Com a fissuração, a rigidez à torção de vigas diminui consideravelmente,


tendendo a zero após o início do escoamento das armaduras.

Essa perda de rigidez faz com que sejam consideradas duas situações: torção
de equilíbrio e torção de compatibilidade.

Quando a torção não for necessária para a manutenção do equilíbrio, tem-se


uma torção de compatibilidade, em que a torção tende a desaparecer com
a deformação das peças torcidas. Nesse caso, a torção pode ser desprezada.

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7.3 CONSIDERAÇÃO DE TORÇÃO

Tipos de torção

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 16]


7.4 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE FLEXÃO

Condições de ductilidade

No item 14.6.4.3 a NBR 6118 apresenta limites para redistribuição de


momentos fletores e condições de ductilidade, afirmando que “a capacidade
de rotação dos elementos estruturais é função da posição da linha neutra no
ELU. Quanto menor for x/d, tanto maior será essa capacidade”. E para
“proporcionar o adequado comportamento dútil em vigas e lajes, a posição
da linha neutra no ELU deve obedecer aos seguintes limites:

• 𝑥/𝑑 ≤ 0,45 para concretos com 𝑓𝑐𝑘 ≤ 50 𝑀𝑃𝑎;

• 𝑥/𝑑 ≤ 0,35 para concretos com 50 < 𝑓𝑐𝑘 ≤ 90 𝑀𝑃𝑎.

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7.4 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE FLEXÃO

Cálculo prático

O primeiro passo é verificar se a seção necessita de armadura dupla, pela


equação do momento limite:

2
𝜆
𝑀𝑙𝑖𝑚 = 𝑏𝑤 𝑑 𝜆 𝛽𝑥𝑙𝑖𝑚 𝛼𝑐 𝑓𝑐𝑑 1 − 𝛽𝑥𝑙𝑖𝑚
2

Com:
• 𝛽𝑥𝑙𝑖𝑚 = 0,45 para concretos com 𝑓𝑐𝑘 ≤ 50 𝑀𝑃𝑎;
• 𝛽𝑥𝑙𝑖𝑚 = 0,35 para concretos com 50 < 𝑓𝑐𝑘 ≤ 90 𝑀𝑃𝑎.

• Se 𝑀𝑑 ≤ 𝑀𝑙𝑖𝑚 : armadura simples;


• Se 𝑀𝑑 > 𝑀𝑙𝑖𝑚 : armadura dupla.

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7.4 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE FLEXÃO

Cálculo prático: armadura simples

Trabalhando com a equação de equilíbrio de momentos, em função da


posição da linha neutra “x”:
𝛼𝑐 𝑓𝑐𝑑
𝜆𝑥
𝑀𝑑 = 𝑏𝑤 𝜆 𝑥 𝛼𝑐 𝑓𝑐𝑑 𝑑−
2
𝑦=𝜆𝑥
𝜆2 2 𝑀𝑑
− 𝑥 +𝜆𝑑𝑥− =0
2 𝑏𝑤 𝛼𝑐 𝑓𝑐𝑑

A equação terá 2 raízes, sendo que a raiz procurada será:

𝑀𝑑
𝑑 − 𝑑2 − 2
𝑏𝑤 𝛼𝑐 𝑓𝑐𝑑
𝑥=
𝜆

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7.4 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE FLEXÃO

Cálculo prático: armadura simples

Na flexão simples, x deve estar entre 0 e d (0 < 𝛽𝑥 < 1). Apenas uma das
soluções será possível.

A área de aço é dada por:

𝑏𝑤 𝜆 𝑥 𝛼𝑐 𝑓𝑐𝑑
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑

Obs.: assume-se a tensão na armadura como 𝑓𝑦𝑑 pois se trabalha sempre em


domínio 2 ou 3 (𝛽𝑥 ≤ 𝛽𝑥𝑙𝑖𝑚 ).

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 20]


7.4 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE FLEXÃO

Cálculo prático: armadura dupla

Armadura tracionada:
1 𝑀𝑙𝑖𝑚 𝑀𝑑 − 𝑀𝑙𝑖𝑚
𝐴𝑠 = +
𝑓𝑦𝑑 𝑑 1 − 𝜆 𝛽 𝑑 − 𝑑′
2 𝑥𝑙𝑖𝑚

Armadura comprimida:
𝑀𝑑 − 𝑀𝑙𝑖𝑚
𝐴′𝑠 = ′
𝜎𝑠 𝑑 − 𝑑 ′

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7.4 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE FLEXÃO

Cálculo prático: armadura dupla

A tensão 𝜎𝑠′ é encontrada a partir das equações de compatibilidade de


deformações:

𝑥 − 𝑑 ′ 𝛽𝑥𝑙𝑖𝑚 − 𝜂
𝜀𝑠′ = 𝜀𝑐𝑢 ou 𝜀𝑠′ = 𝜀𝑐𝑢
𝑥 𝛽𝑥𝑙𝑖𝑚

Com:

𝑑′
𝜂=
𝑑

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7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Modelo de Cálculo I (θ = 45°)

a) Verificação da compressão diagonal do concreto:

𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2

𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 𝛼𝑉2 𝑓𝑐𝑑 𝑏𝑤 𝑑

Sendo:

𝛼𝑉2 = 1 − 𝑓𝑐𝑘 /250 , com 𝑓𝑐𝑘 em MPa.

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7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Modelo de Cálculo I (θ = 45°)

b) Cálculo da armadura transversal:

𝑉𝑅𝑑3 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤

Sendo:

𝑉𝑐 = 0, nos elementos estruturais tracionados quando a linha neutra se situa fora da


seção;

𝑉𝑐 = 𝑉𝑐0 = 0,6 𝑓𝑐𝑡𝑑 𝑏𝑤 𝑑 , na flexão simples e na flexo-tração com a linha neutra


cortando a seção.

𝑓𝑐𝑡𝑑 : resistência de cálculo à tração do concreto:

2/3
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 0,7 𝑓𝑐𝑡,𝑚 0,7 ∙ 0,3 𝑓𝑐𝑘 2/3
𝑓𝑐𝑡𝑑 = = = = 0,15 𝑓𝑐𝑘
𝛾𝑐 1,4 1,4
Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 24]
7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Modelo de Cálculo I (θ = 45°)

b) Cálculo da armadura transversal:

𝐴𝑠𝑤
𝑉𝑠𝑤 = 0,9 𝑑 𝑓𝑦𝑤𝑑 sen 𝛼 + cos 𝛼
𝑠
s: espaçamento entre elementos da armadura transversal Asw, medido segundo o eixo
longitudinal do elemento estrutural;

𝑓𝑦𝑤𝑑 : tensão na armadura transversal passiva, limitada ao valor fyd no caso de estribos
e a 70 % desse valor no caso de barras dobradas, não se tomando, para ambos os
casos, valores superiores a 435 Mpa

𝛼: ângulo de inclinação da armadura transversal em relação ao eixo longitudinal do


elemento estrutural, podendo-se tomar 45° ≤ 𝛼 ≤ 90°.

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7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Modelo de Cálculo I (θ = 45°)

b) Cálculo da armadura transversal:

Para estribos verticais (𝛼 = 90°):

𝐴𝑠𝑤
𝑉𝑠𝑤 = 0,9 𝑑 𝑓𝑦𝑤𝑑
𝑠

𝐴𝑠𝑤 𝑉𝑠𝑤
=
𝑠 0,9 𝑑 𝑓𝑦𝑤𝑑

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 26]


7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Modelo de Cálculo I (θ = 45°)

Força cortante relativa à armadura mínima

Sendo:
𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 𝑓𝑐𝑡𝑚
= 0,2 𝑏 sen 𝛼
𝑠 𝑓𝑦𝑤𝑘 𝑤
𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛
𝑉𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 = 0,9 𝑑 𝑓𝑦𝑤𝑑 sen 𝛼 + cos 𝛼
𝑠
Para estribos verticais:
𝑉𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 = 0,031 𝑏𝑤 𝑑 𝑓𝑐𝑡𝑑

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 27]


7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Modelo de Cálculo I (θ = 45°)

Força cortante relativa à armadura mínima

A cortante mínima será:

𝑉𝑆𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 𝑉𝑐0 + 𝑉𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛

𝑉𝑆𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 0,631 𝑏𝑤 𝑑 𝑓𝑐𝑡𝑑

• Se 𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑆𝑑,𝑚𝑖𝑛 : armadura transversal mínima;

• Se 𝑉𝑆𝑑 > 𝑉𝑆𝑑,𝑚𝑖𝑛 : calcula-se a armadura transversal para 𝑉𝑆𝑑 ;

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 28]


7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Modelo de Cálculo II (𝟑𝟎° ≤ 𝜽 ≤ 𝟒𝟓°)

a) Verificação da compressão diagonal do concreto:

𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2

𝑉𝑅𝑑2 = 0,54 𝛼𝑉2 𝑓𝑐𝑑 𝑏𝑤 𝑑 sen2 𝜃 cotg 𝛼 + cotg 𝜃

𝛼𝑉2 = 1 − 𝑓𝑐𝑘 /250 , com 𝑓𝑐𝑘 em MPa.

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 29]


7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Modelo de Cálculo II (𝟑𝟎° ≤ 𝜽 ≤ 𝟒𝟓°)

b) Cálculo da armadura transversal:

𝑉𝑅𝑑3 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤

Sendo:

𝑉𝑐 = 0, nos elementos estruturais tracionados quando a linha neutra se situa fora da


seção;

𝑉𝑐 = 𝑉𝑐1 , na flexão simples e na flexo-tração com a linha neutra cortando a seção.

𝑉𝑐1 = 𝑉𝑐0 = 0,6 𝑓𝑐𝑡𝑑 𝑏𝑤 𝑑, quando 𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑐0

𝑉𝑐1 = 0, quando 𝑉𝑆𝑑 = 𝑉𝑅𝑑2 , interpolando-se linearmente para valores intermediários


entre 𝑉𝑐0 e 𝑉𝑅𝑑2 .

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 30]


7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Modelo de Cálculo II (𝟑𝟎° ≤ 𝜽 ≤ 𝟒𝟓°)

b) Cálculo da armadura transversal:

A parcela Vc1 pode ser calculada por:

𝑉𝑅𝑑2 − 𝑉𝑆𝑑
𝑉𝑐1 = 𝑉𝑐0
𝑉𝑅𝑑2 − 𝑉𝑐0

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 31]


7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Modelo de Cálculo II (𝟑𝟎° ≤ 𝜽 ≤ 𝟒𝟓°)

b) Cálculo da armadura transversal:

𝐴𝑠𝑤
𝑉𝑠𝑤 = 0,9 𝑑 𝑓𝑦𝑤𝑑 cotg 𝛼 + cotg 𝜃 sen 𝛼
𝑠

Para estribos verticais (𝛼 = 90°):

𝐴𝑠𝑤
𝑉𝑠𝑤 = 0,9 𝑑 𝑓𝑦𝑤𝑑 cotg 𝜃
𝑠

𝐴𝑠𝑤 𝑉𝑠𝑤
=
𝑠 0,9 𝑑 𝑓𝑦𝑤𝑑 cotg 𝜃

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 32]


7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Modelo de Cálculo II (𝟑𝟎° ≤ 𝜽 ≤ 𝟒𝟓°)

Força cortante relativa à armadura mínima

𝑉𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 = 0,031 𝑏𝑤 𝑑 𝑓𝑐𝑡𝑑 cotg 𝜃

𝑉𝑆𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 𝑉𝑐1 + 0,031 𝑏𝑤 𝑑 𝑓𝑐𝑡𝑑 cotg 𝜃

• Se 𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑆𝑑,𝑚𝑖𝑛 : armadura transversal mínima;

• Se 𝑉𝑆𝑑 > 𝑉𝑆𝑑,𝑚𝑖𝑛 : calcula-se a armadura transversal para 𝑉𝑆𝑑 ;

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 33]


7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Armadura de suspensão

Segundo a NBR 6118 (item 18.3.6), “Nas proximidades de cargas


concentradas transmitidas à viga por outras vigas ou elementos discretos
que nela se apoiam ao longo ou em parte de sua altura, ou fiquem nela
pendurados, deve ser colocada armadura de suspensão”.

Os apoios das vigas são geralmente os pilares e outras vigas, com


preponderância para os pilares. Quando o apoio é um pilar o apoio é
chamado “direto” e quando é uma outra viga o apoio é chamado
“indireto”.

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 34]


7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Armadura de suspensão

As vigas de Concreto Armado transmitem as cargas aos apoios


principalmente por meio das bielas de compressão, na parte inferior da
viga. Por isso, quando uma viga apoia-se sobre outra, há a necessidade de
suspender a carga para a parte superior da viga que serve de apoio à outra.

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 35]


7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Armadura de suspensão: vigas com faces no mesmo nível

Neste caso, a área de armadura de suspensão é calculada pela equação:

𝑉𝑑
𝐴𝑠,𝑠𝑢𝑠𝑝 =
𝑓𝑦𝑑

Onde Vd é a força de cálculo aplicada pela viga apoiada naquela que lhe
serve de apoio, e fyd é a resistência de cálculo de início de escoamento do
aço do estribo.

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 36]


7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Armadura de suspensão: vigas com faces no mesmo nível

A armadura de suspensão As,susp deve ficar distribuída na região próxima ao


encontro das duas vigas, conforme as distâncias indicadas. Pode-se
considerar 30 % de As,susp colocada na viga apoiada e o restante 70 % na viga
que serve de apoio.

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 37]


7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Armadura de suspensão: Face inferior da viga apoiada acima da face


inferior da viga de apoio

A armadura de suspensão é função das alturas das duas vigas:

ℎ𝑎 𝑉𝑑
𝐴𝑠,𝑠𝑢𝑠𝑝 =
ℎ𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 𝑓𝑦𝑑

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 38]


7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Armadura de suspensão: Face inferior da viga apoiada abaixo da face


inferior da viga de apoio

Esse tipo de arranjo entre as duas vigas deve ser evitado tanto quanto
possível nas estruturas de Concreto Armado. A força que a viga apoiada
aplica sobre a viga de apoio deve ser transferida para a parte superior da
viga de apoio, por meio da armadura de suspensão:

𝑉𝑑
𝐴𝑠,𝑠𝑢𝑠𝑝 =
𝑓𝑦𝑑

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 39]


7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Armadura de suspensão: Face inferior da viga apoiada abaixo da face


inferior da viga de apoio

Essa armadura de suspensão pode ser colocada na forma de estribos, que


devem estar distribuídos com pequeno espaçamento dentro da largura da
viga que serve de apoio.

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 40]


7.5 CÁLCULO DAS ARMADURAS DE CISALHAMENTO

Armadura de suspensão: Face inferior da viga apoiada abaixo da face


inferior da viga de apoio

Na viga que serve de apoio deve ser colocada uma armadura transversal
para reforçar a região que recebe a força da viga apoiada pendurada, com
área de armadura:

𝑉𝑑
𝐴𝑠,𝑠𝑢𝑠𝑝 =
2 𝑓𝑦𝑑

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 41]


REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de


Estruturas de Concreto: Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

BASTOS, P. S. S. Notas de aula da disciplina Estruturas de Concreto II.


Universidade Estadual Paulista, 2017.

CARVALHO, C. C.; FIGUEIREDO FILHO, J. R. Cálculo e detalhamento de


estruturas usuais de concreto armado segundo a NBR 6118:2014. 4 ed.
São Carlos: EdUFSCar, 2014.

Engenharia Civil · Estruturas de Concreto II [p. 42]

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