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Concreto Armado II

Prof.: Diogo Kropf


CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
As vigas, em geral, são submetidas simultaneamente a
momento fletor e a força cortante.

Geralmente o primeiro cálculo feito é para determinar as


armaduras longitudinais para os momentos fletores máximos,
seguido pelo cálculo da armadura transversal para resistência às
forças cortantes.
Em etapa anterior, o efeito do momento fletor foi analisado
separadamente. Nesta etapa de estudo considera-se o efeito
conjunto dessas duas solicitações, com destaque para o
cisalhamento. 3
CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Comportamento resistente
De acordo com a NBR 6118/2014 é necessário garantir uma
boa ductilidade (grande deformação antes do colapso), de forma
que uma eventual ruína ocorra de maneira que dê tempo para
alertar aos usuários da edificação.
Existe uma infinidade de teorias e modelos para análise de
vigas de concreto sob solicitação cortante, desenvolvidos com
base na analogia de treliça ou de campo de compressão do
concreto. No Brasil se destacam os modelos de treliça
denominados treliça clássica e treliça generalizada. 3
CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Comportamento resistente
A treliça clássica de Ritter-Mörsch é adotada no Modelo de
Cálculo I, e a treliça generalizada admite o Modelo de CálculoII.

A ruptura por efeito de força cortante é iniciada após o


surgimento de fissuras inclinadas, causadas pela combinação de
força cortante, momento fletor e eventualmente forças axiais. E a
quantidade de variáveis que influenciam a ruptura é muito
grande, como geometria, dimensões da viga, resistência do
concreto, quantidade de armaduras longitudinal e transversal,
características do carregamento, vão, etc. 4
CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Tensões principais em vigas sob flexão simples

A inclinação das fissuras corresponde aproximadamente à


inclinação das trajetórias das tensões principais, isto é,
aproximadamente perpendicular à direção das tensões principais de
tração. Após a fissuração, seu comportamento é similar ao de uma
treliça. 5
CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Tensões principais em vigas sob flexão simples

No trecho de flexão pura as trajetórias das tensões de


compressão e de tração são paralelas ao eixo longitudinal da viga. Nos
demais trechos as trajetórias das tensões são inclinadas devido à
influência das forças cortantes. É importante observar também que as
trajetórias apresentam-se aproximadamente perpendiculares entre si.
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CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Tensões principais em vigas sob flexão simples

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CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Tensões principais em vigas sob flexão simples

No trecho de flexão pura, a tensão de tração atuante no lado


inferior da viga supera a resistência do concreto à tração, surge
uma primeira fissura chamada “fissura de flexão”

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CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Tensões principais em vigas sob flexão simples

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CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Tensões principais em vigas sob flexão simples
A Figura mostra os diagramas de deformação e de tensão
normal nas seções a e b da viga, nos estádios I e II,
respectivamente. No estádio I a máxima tensão de compressão
( c) ainda pode ser avaliada de acordo com a lei de Hooke, não
sendo o mesmo válido no estádio II.

Com o aumento das forças outras fissuras de flexão


continuam a surgir, e aquelas já existentes aumentam de
abertura e prolongam-se em direção ao topo da viga

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CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Tensões principais em vigas sob flexão simples
Nos trechos entre os apoios e as forças , as fissuras de flexão
inclinam-se, devido à inclinação das trajetórias das tensões
principais de tração ( I), que são inclinadas devido à influência das
forças cortantes. As fissuras inclinadas são chamadas de fissuras de
“flexão com cisalhamento”.

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CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Tensões principais em vigas sob flexão simples
Obs.:
Fissuras verticais podem surgir nas vigas por efeito de
retração do concreto, não necessariamente por efeito de
tensões normais de tração oriundas da flexão da viga. São
fissuras localizadas à meia altura, que geralmente não se
estendem até as bordas superior e inferior da viga.

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CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Trajetórias das tensões principais

Na altura da linha
neutra, as trajetórias das
tensões principais apresentam-
se inclinadas de 45 (ou 135 )
com o eixo longitudinal da
viga, e em outros pontos as
trajetórias tem inclinações
diferentes de 45 . 13
CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Trajetórias das tensões principais
Observe que, na região de maior intensidade das forças cortantes, a
inclinação mais favorável para os estribos seria de
aproximadamente 45 , ou seja, paralelos às trajetórias das tensões
de tração e perpendiculares às fissuras. Por razões de ordem
prática os estribos são normalmente posicionados na direção
vertical, o que os torna menos eficientes se comparados aos
estribos inclinados de 45 .

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CISALHAMENTO - VIGAS
Transferência na Interface das Fissuras Inclinadas
Após o surgimento das fissuras inclinadas ocorre uma
complexa redistribuição de tensões, a qual é influenciada por vários
fatores. Sendo assim, cada mecanismo tem uma importância relativa.
Excluindo-se a armadura transversal (estribos) os mecanismos
mais importantes são:
• força cortante na zona de concreto não fissurado (banzo de
concreto comprimido);
• engrenamento dos agregados ou atrito das superfícies nas
fissuras inclinadas;
• ação de arco;
• tensão de tração residual transversal existente nas fissuras
inclinadas 15
CISALHAMENTO - VIGAS
Transferência na Interface das Fissuras Inclinadas
Ação de Arco
A região comprimido da flexão inclina-se em direção aos apoios,
formando um arco, cuja biela comprimida, absorve uma parte da
força cortante, e em consequência diminui a tração. A formação do
arco requer uma reação horizontal no apoio, que em vigas
biapoiadas pode ser fornecida pela armadura longitudinal positiva,
que deve ser cuidadosamente ancorada nas extremidades da viga
para cumprir com esta função

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CISALHAMENTO - VIGAS
Transferência na Interface das Fissuras Inclinadas

Concreto Comprimido Não Fissurado


A zona não fissurada de concreto comprimido pela flexão (banzo de
concreto) também proporciona uma parcela de resistência à força
cortante. A contribuição à resistência proporcionada pelo banzo
comprimido depende principalmente da altura da zona
comprimida, de modo que vigas retangulares com pequena altura e
sem força axial de compressão apresentam pequena contribuição,
porque a altura do banzo é relativamente pequena.

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CISALHAMENTO - VIGAS
Fatores que influenciam a resistência ao
cisalhamento

 Tipo de Carregamento;

 Posição da Carga e Esbeltez;

 Influência da Armadura Longitudinal ;

 Influência da Altura da Viga ;

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CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
MODOS DE RUÍNA
Numa viga de concreto armado submetida a flexão simples, vários
tipos de ruína são possíveis, entre as quais:

 ruptura por flexão;

 ruptura por falha de ancoragem no apoio;

 ruptura por esmagamento da biela;

 ruptura da armadura transversal;

 ruptura do banzo comprimido devida ao cisalhamento;

 ruína por flexão localizada da armadura longitudinal.


CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
MODOS DE RUÍNA
Numa viga de concreto armado submetida a flexão simples, vários
tipos de ruína são possíveis, entre as quais:

 Ruínas por flexão;


Nas vigas dimensionadas nos domínios 2, a ruína ocorre após o
escoamento da armadura, ocorrendo abertura de fissuras e
deslocamentos excessivos (flechas), que servem como “aviso” da
ruína.
Nas vigas dimensionadas acima do Xlim, a ruína se dá pelo
esmagamento do concreto comprimido, não ocorrendo escoamento
da armadura nem grandes deslocamentos, o que caracteriza uma
“ruína sem aviso”.
CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
MODOS DE RUÍNA
Numa viga de concreto armado submetida a flexão simples, vários
tipos de ruína são possíveis, entre as quais:

 Ruptura por esmagamento da biela;


No caso de seções muito pequenas para as solicitações
atuantes, as tensões principais de compressão podem atingir
valores elevados, incompatíveis com a resistência do concreto à
compressão. Tem-se, então, uma ruptura por esmagamento do
concreto.
A ruptura da diagonal comprimida determina o limite
superior da capacidade resistente da viga à força cortante, limite
esse que depende, portanto, da resistência do concreto à
compressão.
CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
MODOS DE RUÍNA
Numa viga de concreto armado submetida a flexão simples, vários
tipos de ruína são possíveis, entre as quais:

 Ruptura por esmagamento da biela;


CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
MODOS DE RUÍNA
Numa viga de concreto armado submetida a flexão simples, vários
tipos de ruína são possíveis, entre as quais:

 Ruptura da armadura transversal;


É o tipo mais comum de ruptura por cisalhamento,
resultante da deficiência da armadura transversal para resistir às
tensões de tração devidas à força cortante, o que faz com que a
peça tenha a tendência de se dividir em duas partes.
CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
FUNÇÃO DO ESTRIBO (ARMAÇÃO TRANSVERSAL)
Numa viga, antes do surgimento das fissuras inclinadas a
deformação nos estribos é a mesma do concreto adjacente ao
estribo, e como a tensão de tração que causa a fissura no concreto é
pequena, a tensão no estribo também é pequena. De modo que
somente após ocorrer o início da fissuração inclinada é que os
estribos passam a transferir força cortante, isto é, um estribo passa a
ser efetivo ao transferir a força de um lado para outro da fissura
inclinada que o intercepta.
CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
FUNÇÃO DO ESTRIBO (ARMAÇÃO TRANSVERSAL)

Os estribos atuam diminuindo o crescimento e a abertura das


fissuras inclinadas, proporcionando uma ruptura mais dúctil às vigas.
Além disso, os estribos aumentam a resistência da zona comprimida
de concreto pelo confinamento que promovem.
CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
FUNÇÃO DO ESTRIBO (ARMAÇÃO TRANSVERSAL)
A existência de armadura transversal modifica
consideravelmente o comportamento das vigas após o surgimento
das fissuras inclinadas, que ocorrem nas proximidades dos apoios. Ao
ser interceptado pela fissura, o estribo faz a ponte de transferência
das tensões de tração entre os dois lados da fissura, e o estribo pode
escoar se atingir a tensão fy . Existe ainda uma reserva de resistência,
proporcionada principalmente pelo atrito na interface da fissura,
devido ao engrenamento existente entre as partículas do concreto.
CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
FUNÇÃO DO ESTRIBO (ARMAÇÃO TRANSVERSAL)

Após a formação de fissuras inclinadas, uma parte da força


cortante passa a ser transferida pela armadura transversal.
Quando essa armadura passa a escoar, qualquer força cortante
adicional deve ser transferida. Aumentando a abertura da fissura,
o atrito nas interfaces diminui, o que leva a um aumento da força
transferida pelo concreto do banzo comprimido.
CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
FUNÇÃO DO ESTRIBO (ARMAÇÃO TRANSVERSAL)
Vigas largas, com larguras maiores que aproximadamente 40 cm,
devem ter estribos com mais de dois ramos verticais, sendo muito
comum o uso de estribos com quatro ramos, que oferece a vantagem
de serem montados sobrepondo-se dois estribos idênticos de dois
ramos. No caso do estribo com três ramos é colocada uma barra
adicional no espaço entre os ramos de um estribo convencional com
dois ramos.
CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Modelo de treliça
O comportamento da região da viga sob maior influência das
forças cortantes e com fissuras inclinadas de cisalhamento no Estádio
II, pode ser muito bem descrito fazendo-se a analogia com uma
treliça isostática. A analogia de treliça consiste em simbolizar a
armadura transversal como as diagonais inclinadas tracionadas
(montantes verticais no caso de estribos verticais), o concreto
comprimido entre as fissuras (bielas de compressão) como as
diagonais inclinadas comprimidas, o banzo inferior como a armadura
de flexão tracionada e o banzo superior como o concreto
comprimido acima da linha neutra.
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CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Modelo de treliça

•banzo superior → cordão de concreto comprimido;


• banzo inferior → armadura longitudinal de tração;
• diagonais comprimidas → bielas de concreto entre as fissuras;
• diagonais tracionadas → armadura transversal (de cisalhamento).
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CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Modelo de treliça
Essa analogia de treliça clássica considera as seguintes
hipóteses básicas:
• fissuras, e portanto as bielas de compressão, com inclinação de 45 ;
• banzos paralelos;
• treliça isostática; portanto, não há engastamento nos nós, ou seja, nas
ligações entre os banzos e as diagonais;
• armadura de cisalhamento com inclinação entre 45 e 90 .

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CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Modelo de treliça
Sobre o modelo de treliça, Lobo Carneiro escreveu o
seguinte: “A chamada treliça clássica de Ritter-Mörsch foi uma das
concepções mais fecundas na história do concreto armado. Há mais
de meio século tem sido a base do dimensionamento das armaduras
transversais – estribos e barras inclinadas – das vigas de concreto
armado, e está muito longe de ser abandonada ou considerada
superada. As pesquisas sugerem apenas modificações ou
complementações na teoria, mantendo no entanto o seu aspecto
fundamental: a analogia entre a viga de concreto armado, depois de
fissurada, e a treliça”
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CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
Modelo de treliça
Porém, resultados de ensaios comprovam que há imperfeições na
analogia de treliça clássica. Isso se deve principalmente a três fatores:
• a inclinação das fissuras é menor que 45 ;
• os banzos não são paralelos; há o arqueamento do banzo comprimido,
principalmente nas regiões dos apoios;
• a treliça é altamente hiperestática; ocorre engastamento das bielas
no banzo comprimido, e esses elementos comprimidos possuem
rigidez muito maior que a das barras tracionadas.

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CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
MODELOS DE CÁLCULO
A NBR 6118:2014, item 17.4.1, admite dois modelos de
cálculo, que pressupõem analogia com modelo de treliça de banzos
paralelos, associado a mecanismos resistentes complementares,
traduzidos por uma parcela adicional Vc.
O modelo I admite (item 17.4.2.2):  O modelo II considera (item
17.4.2.3):
• bielas com inclinação θ = 45 ; • bielas com inclinação θ entre
• Vc constante, independente de 30 e 45 ;
VSd. • Vc diminui com o aumento
de VSd.
 VSd é a força cortante de
cálculo, na seção.
CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
MODELOS DE CÁLCULO
O modelo I admite (item 17.4.2.2):

Forças nas barras podem ser determinadas considerando-se


apenas as condições de equilíbrio dos nós, a partir da força cortante.
CISALHAMENTO - VIGAS
Vigas
MODELOS DE CÁLCULO
O modelo I admite (item 17.4.2.2):

Biela de compressão - Rcb Diagonal tracionada- Rs

Quanto mais inclinada for a armadura – até o limite de 45 , menor será a


tensão nas bielas de compressão.
CISALHAMENTO - VIGAS
DIMENSIONAMENTO SEGUNDO A NBR 6118

A metodologia de dimensionamento da NBR 6118 segue em


linhas gerais o Eurocode 2, com algumas mudanças e adaptações.
A condição de segurança do elemento estrutural é
satisfatória quando são verificados os estados-limites últimos,
atendidas simultaneamente as duas condições seguintes:
VSd ≤ VRd2
VSd ≤ VRd3 = Vc + Vsw
CISALHAMENTO - VIGAS
DIMENSIONAMENTO SEGUNDO A NBR 6118

Vc é a parcela de força cortante absorvida por mecanismos


complementares ao da treliça. Tem valor empírico e serve para levar
em consideração os mecanismos básicos de resistência de vigas à
força cortante, que são difíceis de serem quantificados. Os três
mecanismos principais de resistência são proporcionados por:

a) banzo de concreto comprimido da flexão;


b) engrenamento dos agregados ao longo das fissuras inclinadas;
c) efeito de pino da armadura longitudinal.
CISALHAMENTO - VIGAS
DIMENSIONAMENTO SEGUNDO A NBR 6118
MODELO I DE CÁLCULO
VERIFICAÇÃO DA COMPRESSÃO NA BIELA
Independente da taxa de armadura transversal, deve ser
verificada a condição:
VSd ≤ VRd2
VSd é a força cortante solicitante de cálculo;
VRd2 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína da biela;
VRd2 = 0,27 αv2 fcd bw d

α v2 = (1 – fck / 250)  fck em MPa


ou
α v2 = (1 – fck / 25)  fck em kN/cm2
CISALHAMENTO - VIGAS
DIMENSIONAMENTO SEGUNDO A NBR 6118
MODELO I DE CÁLCULO
CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL
Além da verificação da compressão na biela, deve ser satisfeita a
condição:
VSd ≤ VRd3 = Vc + Vsw
VRd3 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração
diagonal;
Vc é parcela de força cortante absorvida por mecanismos
complementares ao de treliça (resistência ao cisalhamento da seção
sem armadura transversal);
Vsw é a parcela de força absorvida pela armadura transversal.
CISALHAMENTO - VIGAS
MODELO I DE CÁLCULO
CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL
Dimensionamento: VSd = VRd3
VSd = Vc + Vsw
 Calculo de Vc:
A parcela Vc referente à parte da força cortante absorvida pelos
mecanismos complementares ao de treliça é definida como:
a) elementos tracionados quando a linha neutra se situa fora da
seção Vc = 0
b) na flexão simples e na flexo-tração com a linha neutra cortando a
seção Vc = 0,6 fctd bw d
fctd a resistência de cálculo do concreto à tração direta, e avaliado por:
CISALHAMENTO - VIGAS
MODELO I DE CÁLCULO
CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL
Dimensionamento : VSd = Vc + Vsw
 Calculo de Vsw:
De acordo com o modelo I (item 17.4.2.2 da NBR 6118:2014):
Vsw= asw . 0,9 . d . fywd . (sen + cos )
• asw é a área de todos os ramos da armadura transversal;
• fywd = fyd é a tensão na armadura transversal ≤ 43,5kN/cm²;
• α é o ângulo de inclinação da armadura transversal (45 ≤ ≤ 90 ).

No caso de serem utilizados os aços CA-50 ou CA-60 e


armadura transversal somente na forma de estribos, fywd
assume o valor de 43,5 kN/cm2,
CISALHAMENTO - VIGAS
MODELO I DE CÁLCULO
CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL

Para estribo de dois ramos, que é o tipo aplicado na grande


maioria das vigas, asw equivale à área dos dois ramos verticais do
estribo. Para estribos com três ou quatro ramos, asw é a área de
todos os três ou quatro ramos verticais do estribo
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DIMENSIONAMENTO SEGUNDO A NBR 6118
MODELO II DE CÁLCULO
(ângulo de inclinação das diagonais de compressão varie livremente
entre 30 e 45 )
VERIFICAÇÃO DA COMPRESSÃO NA BIELA
VSd ≤ VRd2
VSd é a força cortante solicitante de cálculo;
VRd2 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína da biela;
VRd2 = 0,54 αv2 fcd bw d sen² ɵ (cotg +cotg ɵ)

α v2 = (1 – fck / 250)  fck em MPa


ou
α v2 = (1 – fck / 25)  fck em kN/cm2
CISALHAMENTO - VIGAS
DIMENSIONAMENTO SEGUNDO A NBR 6118
MODELO II DE CÁLCULO
CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL
Além da verificação da compressão na biela, deve ser satisfeita a
condição:
VSd ≤ VRd3 = Vc + Vsw
VRd3 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração
diagonal;
Vc é parcela de força cortante absorvida por mecanismos
complementares ao de treliça (resistência ao cisalhamento da seção
sem armadura transversal);
Vsw é a parcela de força absorvida pela armadura transversal.
CISALHAMENTO - VIGAS
MODELO II DE CÁLCULO
CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL
Dimensionamento: VSd = VRd3
VSd = Vc + Vsw
 Calculo de Vc:
A parcela Vc referente à parte da força cortante absorvida pelos
mecanismos complementares ao de treliça é definida como:
a) elementos tracionados quando a linha neutra se situa fora da
seção Vc = 0
b) na flexão simples e na flexo-tração com a linha neutra cortando a
seção
• Vc = 0 → Vsd≤ Vc0  Vc0 = 0,6 fctd bw d
CISALHAMENTO - VIGAS
MODELO II DE CÁLCULO
CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL
Dimensionamento: VSd = VRd3
VSd = Vc + Vsw
 Calculo de Vc:
quando VSd for maior que Vc0 , a força Vc =Vc1 pode ser calculada :
CISALHAMENTO - VIGAS
MODELO I DE CÁLCULO
CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL
Dimensionamento : VSd = Vc + Vsw
 Calculo de Vsw:
De acordo com o modelo I (item 17.4.2.2 da NBR 6118:2014):
Vsw= asw . 0,9 . d . fywd . (cotg + cotgɵ).senα
• asw é a área de todos os ramos da armadura transversal;
• fywd = fyd é a tensão na armadura transversal ≤ 43,5kN/cm²;
• α é o ângulo de inclinação da armadura transversal (45 ≤ α ≤ 90 ).
• = ângulo de inclinação das bielas de compressão 30 ≤ ≤ 45
CISALHAMENTO - VIGAS
CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL MÍNIMA

Segundo o item 17.4.1.1.1 da NBR 6118:2014, a armadura


transversal mínima deve ser constituída por estribos, com taxa
geométrica:
CISALHAMENTO - VIGAS
DETALHAMENTO DOS ESTRIBOS
Apresentam-se as prescrições indicadas na NBR 6118:2014, item
18.3.3.2.

a) Diâmetro mínimo e diâmetro máximo

O diâmetro do estribo deve estar no intervalo: 5 mm ≤ φt ≤ bw/10.


Quando a barra for lisa, φt ≤ 12mm.
No caso de estribos formados por telas soldadas, φt,min = 4,2 mm,
desde que sejam tomadas precauções contra a corrosão da
armadura.
CISALHAMENTO - VIGAS
DETALHAMENTO DOS ESTRIBOS
Apresentam-se as prescrições indicadas na NBR 6118:2014, item
18.3.3.2.

b) Espaçamento longitudinal mínimo e máximo


O espaçamento mínimo entre estribos, na direção longitudinal da
viga, deve ser suficiente para a passagem do vibrador, garantindo um
bom adensamento.
Para que não ocorra ruptura por cisalhamento nas seções entre os
estribos, o espaçamento máximo deve atender às seguintes
condições:
VSd ≤ 0,67 VRd2 → smáx = 0,6 d ≤ 300 mm;
VSd > 0,67 VRd2 → smáx = 0,3 d ≤ 200 mm.
CISALHAMENTO - VIGAS
MODELO I DE CÁLCULO
CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL
 Cálculo de Vsd próximo ao apoio:
Prescrições da NBR 6118:2014, item 17.4.1.2.1, para o cálculo
da armadura transversal no trecho junto ao apoio, no caso de apoio
direto (carga e reação de apoio em faces opostas, comprimindo-as):
• para carga distribuída, VSd = VSd,d/2 , igual à força cortante na seção
distante d/2 da face do apoio;
• a parcela da força cortante devido a uma carga concentrada aplicada
à distância a ≤ 2d do eixo teórico do apoio pode ser reduzida
multiplicando-a por a / (2d).
CISALHAMENTO - VIGAS
MODELO I DE CÁLCULO
CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL
 Calculo de Vsd:
- para carga distribuída, VSd = VSd,d/2 ,
CISALHAMENTO - VIGAS
MODELO I DE CÁLCULO
CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL
 Calculo de Vsd:
- carga concentrada aplicada à distância a ≤ 2d
CISALHAMENTO - VIGAS
MODELO I DE CÁLCULO
Exemplo 1
A figura mostra uma viga biapoiada para a qual deve-se calcular e
detalhar a armadura transversal, composta por estribos verticais, com
bielas 45 .
São conhecidos:
concreto C-20 ; aço CA-50 A
d = 45 cm
CISALHAMENTO - VIGAS
ARMADURA DE SUSPENSÃO

NBR 6118 (item 18.3.6) - “Nas proximidades de cargas


concentradas transmitidas à viga por outras vigas ou elementos
discretos que nela se apoiam ao longo ou em parte de sua altura,
ou fiquem nela pendurados, deve ser colocada armadura de
suspensão”.
CISALHAMENTO - VIGAS
ARMADURA DE SUSPENSÃO

Os apoios das vigas são geralmente os pilares e outras vigas, com


preponderância para os pilares. Quando o apoio é um pilar o apoio
é chamado “direto” e quando é uma outra viga o apoio é chamado
“indireto”
CISALHAMENTO - VIGAS
ARMADURA DE SUSPENSÃO

As vigas de Concreto Armado transmitem as cargas aos apoios


principalmente por meio das bielas de compressão, na parte
inferior da viga. Por isso, quando uma viga apoia-se sobre outra, há
a necessidade de suspender a carga para a parte superior da viga
que serve de apoio à outra.
CISALHAMENTO - VIGAS
ARMADURA DE SUSPENSÃO
CISALHAMENTO - VIGAS
ARMADURA DE SUSPENSÃO
CISALHAMENTO - VIGAS
ARMADURA DE SUSPENSÃO
CISALHAMENTO - VIGAS
ARMADURA DE SUSPENSÃO
Cálculo e Distribuição da Armadura de Suspensão
A armadura de suspensão As,susp deve ficar distribuída na região
próxima ao encontro das duas vigas. Pode-se considerar 30 % de
As,susp colocada na viga apoiada e o restante 70 % na viga que serve
de apoio.
CISALHAMENTO - VIGAS
ARMADURA DE SUSPENSÃO
CISALHAMENTO - VIGAS
ARMADURA DE SUSPENSÃO
Cálculo e Distribuição da Armadura de Suspensão
Essa armadura de suspensão pode ser colocada na forma de
estribos, que devem estar distribuídos com pequeno espaçamento
dentro da largura da viga que serve de apoio

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