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Dimensionamento de concreto armado à flexão

Profª. Larissa Camporez Araújo

Descrição
Dimensionamento de estruturas em concreto armado: conhecimento das
regiões de colapso, ou seja, os estádios, bem como dos domínios de
deformação dos elementos
componentes do sistema para a obtenção de um bom dimensionamento das armaduras das peças
estruturais.

Propósito
As construções, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte,
demandam cálculos estruturais específicos para o dimensionamento dos
elementos estruturais em
concreto armado que devem ser realizados por engenheiros estruturais; portanto, faz-se necessário o
conhecimento dos
estádios e dos domínios de deformação, bem como a compreensão das equações e das
tabelas utilizadas com o objetivo de dimensionamento dos
elementos.

Preparação

Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, tenha em mãos papel,


caneta e uma calculadora ou use a calculadora de seu smartphone/computador.

Objetivos
Módulo 1

Os estádios das estruturas em concreto armado


Identificar os processos de colapso da estrutura em concreto armado.

Módulo 2

Os domínios de deformação da estrutura


Reconhecer os domínios de deformação e suas classificações.

Módulo 3

Como dimensionar os elementos submetidos à flexão


Aplicar cálculos para o dimensionamento da armadura longitudinal.
Módulo 4

Análise de uso de tabelas adimensionais


Interpretar as tabelas adimensionais para o dimensionamento do elemento estrutural.

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Introdução
Bem-vindo aos estudos de dimensionamento de
estruturas de concreto armado à flexão.

AVISO: orientações sobre unidades de medidas

rientações sobre unidades de medidas


Em nosso material, unidades de medida e números são
escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o
Inmetro
estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25
km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você
devem seguir
o padrão internacional de separação dos números e das unidades.

1 - Os estádios das estruturas em concreto armado


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os processos de colapso da estrutura em concreto armado.

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Os estádios das estruturas em concreto armado
Processo de colapso: estádios
Para o correto dimensionamento dos elementos
estruturais submetidos à flexão, é importante que o engenheiro calculista tenha o
domínio sobre o
tipo de flexão que atua sobre o elemento e os níveis de deformação
que a flexão pode provocar. Tais deformações são conhecidas como
estádios e
determinam o comportamento da peça até o seu
colapso.

Dizemos que o elemento estrutural está


submetido à flexão quando nele atua o momento fletor, e é com o objetivo de resistir a esse
momento que o
engenheiro dimensiona as armaduras longitudinais. Esse dimensionamento
é realizado tendo em vista o Estado Limite Último a Momento Fletor
(ELU-M) e considera que, na seção mais solicitada (com o maior valor de momento),
seja alcançada a deformação específica limite do material
(concreto ou aço), isto é,
a ruptura pode ocorrer no concreto comprimido ou no aço tracionado.

Vale lembrar que, para o dimensionamento de


elementos em concreto armado no Estado Limite Último (ELU), devemos
considerar as:

omento fletor
Momento total gerado por aplicação de cargas perpendiculares à
viga que causam tensões normais de tração e compressão simultaneamente na
estrutura, ou
seja, causam flexão.

Solicitações de cálculo

São majoradas.
add

Resistências características de cálculo

São minoradas.

Se as solicitações de cálculo alcançarem as


resistências de cálculo, consideraremos que a estrutura entrou em
colapso, ou
seja, o dimensionamento ocorreu para o estado limite último.

As vigas são exemplos clássicos de elementos


submetidos à flexão simples. Com o objetivo de apresentar um exemplo de projeto para
armadura
longitudinal de uma peça estrutural proveniente de esforços de flexão
dimensionada pelo ELU-M, está ilustrado na imagem a seguir o projeto de uma
viga
chamada de V1 com dimensão da seção transversal, base de 14cm com 30cm de altura e
comprimento de face a face dos pilares P1 e P2
(apoios para a viga) de 410cm. À
direita da viga, o corte A-A está demonstrado com o intuito de apresentar a seção
transversal da peça.

Imagem 1 - Projeto estrutural de uma viga.


Para a viga em questão (biapoiada), a Armadura
Longitudinal Inferior (ALI) é a armadura utilizada para combater os esforços de
tração devido ao
momento fletor positivo que atua no elemento. Vamos ver a principal
diferença entre a ALI e a Armadura Longitudinal Superior. Ambas serão
dimensionadas
e explicadas no módulo 3.

Armadura Longitudinal Inferior (ALI)

Podemos afirmar que ela é uma armadura passiva utilizada para combater o
esforço tração na flexão.

close
Armadura Longitudinal Superior (ALS)

Já a ALS pode tanto ser uma armadura de flexão para auxiliar o concreto
no combate às tensões de compressão devido ao momento fletor
como ser
apenas uma armadura de porta estribo.

A seguir serão apresentados os tipos de flexão que


podem atuar no elemento estrutural e os estádios em que o elemento pode ser
classificado.

Tipos de flexão
As tensões que surgem no elemento estrutural
devido aos esforços de flexão provocados pelo momento fletor (M) são tensões normais
de tração
ou compressão. Essas tensões surgem na seção transversal do elemento, e o
que separa a tração da compressão é a Linha Neutra (LN), que passa
pelo centroide da seção transversal. Nela, as tensões e as deformações são nulas.

A imagem a seguir ilustra, de forma


esquemática, a seção transversal de uma viga submetida a esforços de flexão
devido à ação do momento fletor
positivo, com tensão normal de compressão
acima da linha neutra e tensão normal de tração abaixo dessa linha. Na linha
neutra, a tensão é nula.

Imagem 2 - Esquema de viga submetida a tensão


de flexão.

A seguir serão apresentados os tipos de flexão


comuns que ocorrem em elementos estruturais.

Flexão normal simples expand_more

É o exemplo clássico para o


dimensionamento de armadura longitudinal em vigas e lajes. A flexão
normal simples ocorre quando o plano do
carregamento, ou sua resultante,
é perpendicular ao eixo da Linha Neutra (LN). A imagem a seguir, lado
esquerdo (a), ilustra um caso de
flexão normal simples no qual o
carregamento distribuído uniforme (q) é perpendicular ao eixo da
viga biapoiada de comprimento (L). O
2
q⋅L
momento utilizado para o
dimensionamento da armadura longitudinal de flexão é o maior momento
atuante na viga para este caso, ,
8

que
ocorre no meio do vão, conforme ilustra o diagrama de momento fletor no
lado direito (b) da imagem.
Imagem 3 - Esquema de viga submetida à
tensão de flexão. À esquerda (a), viga biapoiada com carregamento
transversal. À direita (B), diagrama de momento fletor da viga.

Flexão normal composta expand_more

Ocorre quando, além da tensão normal


provocada pelo momento fletor (M), existe a tensão de uma força normal
(N) agindo na seção
transversal. Esse caso acontece com frequência em
pilares, não sendo comum ocorrer em vigas, pois elas, com exceção das
protendidas,
geralmente não são submetidas de forma direta a ações
normais. Em vigas protendidas, a força normal é de extrema importância
para o seu
dimensionamento. A imagem a seguir mostra um pilar submetido
à flexão composta, ou seja, sob a ação de uma força normal e um
momento
fletor.

Imagem 4 - Esquema de pilar submetido à


flexão composta.

Flexão obliqua simples e composta expand_more

A flexão obliqua simples corre quando,


na seção transversal, atuam dois momentos fletores, sendo um em cada
direção dos eixos que
passam pelo centroide da peça. A flexão obliqua
composta ocorre quando, além dos dois momentos, há o esforço normal,
provocando
tensão na peça. Quando existe uma alteração na seção
transversal dos pilares entre pavimentos de uma edificação, tem-se a
flexão obliqua,
que é consequência da excentricidade da carga normal. A
imagem a seguir mostra um pilar submetido à flexão obliqua simples, ou
seja, sob
a ação de dois momentos fletores indicados pela seta dupla.

Imagem 5 - Esquema de pilar submetido à


flexão obliqua simples.

Flexão pura expand_more

A flexão pura é um caso particular de


flexão e ocorre em trechos de vigas em que atua apenas o momento fletor,
ou seja, o esforço cortante
é nulo. A imagem a seguir, na esquerda (a),
ilustra uma viga biapoiada com duas cargas pontuais (P) e comprimento
(L). Já a direita (b)
mostra o diagrama de momento fletor para essa viga
com a indicação do trecho com flexão pura.
Imagem 6 - À esquerda (a), viga biapoiada
com cargas pontuais. À direita (b), diagrama de momento fletor com
flexão pura.

Como as armaduras de flexão são dimensionadas para


o Estado Limite Último, ou seja, considerando o limite de resistência do
elemento estrutural,
além de conhecer a tensão de flexão ao qual o
elemento está submetido, é necessário identificar o estádio em que o
elemento será dimensionado.
Vamos apresentar os estádios a seguir.

Estádios
Os conceitos apresentados aqui são referentes ao
processo de colapso de vigas sob tensões normais. São adotadas as vigas por serem
elas
elementos com cálculos de dimensionamento mais simples, o que facilita a
compreensão dos conceitos relacionados aos estádios.

Os estádios podem ser definidos como os


vários estágios de tensão pelo qual um elemento fletido
passa, desde o carregamento inicial até a sua
ruptura.
Experimentalmente, a viga é instrumentada e submetida a um carregamento
crescente, de forma que seja possível a medição das
deformações que ocorrem
na parte central ao longo da sua altura, conforme ilustra a imagem a seguir.

Imagem 7 - Parte central da viga onde são


realizadas as medições de deformação.

Para a viga de concreto armado, são definidos três


estádios de deformação: estádio I, estádio II e estádio III. Eles serão descritos a
seguir.

Estádio I

O estádio I corresponde ao início do


carregamento; logo, as tensões normais que surgem são de baixa magnitude e
dessa forma o concreto
consegue resistir às tensões de tração. Nesse
estádio, o diagrama de tensões é linear ao longo da seção transversal da
peça, a lei de Hooke é válida
e a peça se encontra no estado elástico.

A imagem a seguir apresenta o estádio I de


forma esquemática. Ao ser aplicado o momento fletor (MI) na viga devido ao
carregamento externo,
surgem internamente as forças de compressão na parte
superior (F co ) e de tração na parte inferior
(F tr ) a fim de obter o equilibrio das ações.
Essas
forças internas provocam a tensão de compressão (σ co ) com a consequente deformação de encurtamento
(ε co ) e a tensão de tração (σ tr )

com o consequente alongamento (ε tr ).


Imagem 8 - Forma esquemática do estádio I.

A linha neutra (LN) encontra-se a uma


profundidade x I. A distância d é chamada de altura útil da seção e é medida
da extremidade da viga mais
distante das barras de aço até o centroide
dessas barras, já a altura h é a altura total da viga. Neste estádio, a
tensão de tração do concreto não
ultrapassa sua resistência característica à
tração, logo não ocorrem fissuras de tração na peça. O estádio I encerra
quando surgem as primeiras
fissuras.

Estádio II

No estádio II, a tensão de tração no


concreto supera sua resistência característica à tração, ou seja, o concreto
não resiste mais à tração. Com isso,
a seção se encontra fissurada na região
de tração. Mesmo com o aparecimento de fissuras, o diagrama de tensões se
mantém linear,
permanecendo válida a lei de Hooke. Nesse estádio, conhecido
como estádio de fissuração, se deve realizar a verificação da viga em
serviço (ELS).

A imagem a seguir apresenta o estádio II


de forma esquemática. Ao ser aplicado o momento fletor (MII) na viga devido
ao carregamento externo
surgem internamente, as forças de compressão na
parte superior (F co ) e de tração na parte inferior
(F tr ) a fim de obter o equilíbrio das ações,
como no
estádio I. Porém o M II apresenta intensidade superior ao
M I, e a tensão de tração passa ser maior que a resistência
característica à
tração; por isso, surgem as fissuras. As fissuras caminham
no sentido da borda comprimida, assim como a linha neutra. Com isso,
x II passa a ser
menor do que x I.

Imagem 9 - Forma esquemática do estádio II.

Nesse estádio, consideramos que apenas o


aço resista aos esforços de tração por conta das fissuras que surgem no
concreto. A tensão na
armadura cresce, podendo atingir o escoamento ou não.
O estádio II termina com o início da plastificação do concreto comprimido.
Admite-se que a
tensão de compressão no concreto continue linear.

Estádio III

No estádio III, aumenta-se o momento


fletor até um valor próximo de colapso, isto é, o concreto na zona
comprimida está na iminência de ruptura e
encontra-se plastificado. O
diagrama de tensões, também conhecido como diagrama parábola retângulo,
passa a ser da forma parabólico
retangular. No entanto, a norma brasileira
permite, para efeito de cálculo, que se trabalhe com um diagrama retangular
equivalente.

Na forma esquemática do estádio III


representada na imagem a seguir, verifica-se que a fibra mais comprimida do
concreto começa a plastificar a
partir da deformação específica de 0, 2%, chegando a atingir na extremidade, sem variação de tensão, a
deformação específica última
$ (ε cu = 0, 35%)$.
No esquema, é possivel observar que a peça está com muitas fissuras e que a
profundidade da linha neutra (x III ) diminui.
Por
consequência, há uma redução da região de concreto comprimida. O estádio 3 é
a situação extrema que corresponde ao dimensionamento pelo
ELU.

Imagem 10 - Forma esquemática do estádio III.

O dimensionamento dos sistemas em concreto


armado será realizado no estádio III, já que este se refere ao Estado Limite
Último, quando o
elemento está na iminência de ruptura. O objetivo principal
do engenheiro estrutural é projetar estruturas que resistam, de forma
econômica, aos
esforços sem entrar em colapso. O item a seguir apresenta
algumas hipóteses básicas de dimensionamento que serão de extrema relevância
para
os módulos seguintes.

Hipóteses básicas de dimensionamento


Vamos conhecer as hipóteses de cálculo de
elementos estruturais lineares sob solicitações normais que são apresentadas na ABNT
NBR
6118:2014. As hipóteses são:

As seções transversais permanecem planas após a deformação. Ou seja, as


deformações são, em cada fibra de concreto, proporcionais à sua
distância
até a linha neutra da seção;

A deformação das barras de aço passivas aderentes ou o acréscimo de


deformação das barras de aço ativas (para concreto protendido)
aderentes em
tração ou compressão deve ser a mesma do concreto em seu entorno. Isto é, a
deformação no aço é igual à deformação no
concreto;

As tensões de tração no concreto, normais na seção transversal, devem ser


desprezadas no ELU;

O colapso da seção transversal submetida a qualquer tipo de flexão no estado


limite último é caracterizado pelas deformações específicas de
cálculo do
concreto para as fibras mais comprimidas e do aço próximo da borda mais
tracionada. Os valores últimos das deformações vão definir
os domínios de
deformação a serem apresentados no próximo módulo.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1

Um engenheiro calculista dimensionará algumas peças estruturais de uma pequena residência. Para tanto, ele decidiu voltar às anotações que
fez durante o curso de Concreto Armado I para relembrar alguns conceitos. Ao verificar suas anotações, percebeu que, em uma delas, se
equivocou e anotou o conceito errado. Marque a opção que apresenta a anotação equivocada que estava em seu caderno.

Os elementos estruturais do tipo pilares são elementos caracterizados por suportar apenas tensão normal devido às forças
A
normais, não sendo necessário o estudo de tensões de flexão.

Os elementos estruturais do tipo pilares são submetidos à flexão obliqua composta, em que ocorre a excentricidade da
B
resultante dos esforços normais, gerando momento em duas direções.

As vigas, assim como as lajes, são, na maioria dos casos, submetidas à flexão simples, ou seja, o carregamento das peças é
C
perpendicular à seção transversal do elemento.

Em elementos estruturais do tipo vigas protendidas, atuam esforços normais na seção transversal da viga. Esses esforços não
D
podem ser desprezados no cálculo das tensões.

A flexão pura é um caso específico de flexão em que se atua no elemento estrutural, ou em parte dele, apenas o momento fletor,
E
sendo todos os demais esforços nulos.

Parabéns! A alternativa A está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EOs%20pilares%20s%C3%A3o%20elementos%20submetidos%20a%20esfor%C3%A7os%20normais%20e%20a%20momentos%20fletore

Questão 2

Para uma boa compreensão do dimensionamento de elementos estruturais, é necessária a identificação dos domínios de deformação de peças
de concreto armado. A seguir são apresentadas afirmações a respeito dos estádios.

1. Os estádios de deformação são estudados experimentalmente por meio de um carregamento inicial até a ruptura do elemento estrutural. 

2. O estádio I é o primeiro e corresponde ao início do carregamento. As tensões são pequenas, e o concreto resiste aos esforços de tração, não
ocorrendo fissuração do elemento. 

3. No estádio II, o elemento ainda se comporta segundo a lei de Hooke e se encontra fissurado. A profundida da linha neutra nesse estádio é
menor que no estádio I.

4. No estádio III, ocorre o momento fletor com valor próximo de colapso, ou seja, o concreto na zona comprimida está na iminência de ruptura e
encontra-se plastificado. O diagrama de tensões passa a ser da forma parabólico retangular.

São corretas:

A Apenas I e III.
B Apenas II e IV.

C Apenas I e II.

D Apenas II, III e IV.

E I, II, III e IV.

Parabéns! A alternativa E está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EOs%20est%C3%A1dios%20s%C3%A3o%20est%C3%A1gios%20de%20deforma%C3%A7%C3%A3o%20verificados%20em%20estudo%20

2 - Os domínios de deformação da estrutura


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os domínios de deformação e suas classificações.

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Os domínios de deformação da estrutura

Domínios de deformação
Os domínios de deformação são situações em que
pelo menos um dos materiais, aço ou concreto, atinge o seu estado limite último, ou
seja,
corresponde à ruína de uma seção transversal por ruptura do concreto
ou deformação excessiva da armadura (aço).

Para a melhor compreensão deste módulo,


primeiramente serão apresentadas as situações de deformações últimas dos materiais,
os diagramas de
tensões do concreto no estado limite último, para então serem
abordados os domínios de deformação. Inicialmente, vamos conhecer as classes.

Concretos de classes até C50


= 2, 0%∘; ocorre nas seções totalmente
comprimidas.
−3
ε c2 = 2, 0 ⋅ 10

= 3, 5%∘; ocorre nas seções sob flexão.


−3
ε cu = 3, 5 ⋅ 10

Concretos de classes C50 até C90


0,53
ε c2 = 2% 0 + 0, 085% ⋅ (f ck − 50) ;

ocorre nas seções totalmente comprimidas.

4
ε cu = 2, 6% 0 + 35% ⋅ [(90 − f ck )/100] ;

ocorre nas seções sob flexão.

Para o alongamento último da armadura, que é o


alongamento máximo permitido ao longo da
armadura tracionada, (ε cu ) é dado por:

−3
ε cu = 10, 0 ⋅ 10 = 10, 0%0

para prevenir deformação


plástica excessiva.


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

A tensão de cálculo na armadura (f yd


) é obtida a partir do diagrama de tensão x deformação do
aço e é dada pela divisão da resistência última do
aço (f yk
)
pelo seu coeficiente de ponderação
(γ ), obtendo-se a seguinte equação:
s

f yk
f yd =
γs


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

A distribuição das tensões dos concretos até a


classe C50 é realizada de acordo com o diagrama parábola-retângulo para o qual é
permitida (pela
ABNT NBR 6118:2004) a transformação para o diagrama
tensão-deformação simplificado do concreto. A tensão máxima do concreto no diagrama
parábola-retângulo é: 0, 85 ⋅ f . Esse diagrama é formado por uma
parábola do 2 grau com vértice na fibra correspondente à deformação de

cd

compressão de 2% e um trecho reto entre as deformações 2% e 3, 5%.

Como citado anteriormente, a norma permite a


utilização do diagrama simplificado em substituição ao diagrama parábola-retângulo
esquematizado
na imagem 11. Nesse caso, considera-se a profundidade da linha neutra
(y) igual a : 0, 8 ⋅ x;, e as seguintes tensões são consideradas:

0,85⋅f ck
0, 85 ⋅ f cd = : para zonas
comprimidas de largura constante ou crescente no
sentido das fibras mais comprimidas a partir da linha
γc

neutra;
0,80⋅f ck
0, 80 ⋅ f cd = : para zonas
comprimidas de largura decrescente no sentido das
fibras mais comprimidas a partir da linha neutra.
γc

Imagem 11 - Diagramas de tensões no concreto no estado


limite último para concretos até a classe C50.

Na imagem 11, A é a área de aço


na zona comprimida; A , a área de aço na zona tracionada; d ,
a distância entre o centro de gravidade da

s s

armadura longitudinal comprimida e a face


mais próxima do elemento estrutural; e ε , o alongamento do aço. s

Já a distribuição das tensões para concretos das


classes C50 a C90 se faz de acordo com um diagrama curvo e retangular com tensão de
pico igual
a: 0, 85 ⋅ f . Esse diagrama, conforme a ABNT NBR
6118:2014, pode ser substituído por um retângulo com profundidade da linha neutra
(y) dada
cd

pela seguinte equação:

y = λ ⋅ x


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

Nesta
equação:

λ = 0, 8 :  para f ck ≤ 50MPa

λ = 0, 8 − (f ck − 50)/400 : para f ck > 50MPa (f ck emM P a)

A tensão pode ser admitida constante até a


profundidade da linha neutra, sendo igual a:

α c ⋅ f cd : quando a largura da seção, medida


paralelamente em relação à linha neutra, não diminuir a partir desta para a
borda comprimida;

0, 9 ⋅ α c ⋅ f cd : Quando ocorre o contrário.

Em
que:

Para concretos de
classes até
α c = 0, 85
C50.

f ck −50
α c = 0, 85 ⋅ [1 − ] Para classes C 50
até C90.
200

Entendidas as deformações e as tensões últimas,


seguiremos para o próximo item com o objetivo de compreender os domínios de
deformação dos
sistemas de concreto armado.

Domínios de deformação na seção transversal


Os domínios de deformação representam
diversas possibilidades de ruína da seção do elemento estrutural.
Podemos ter deformação excessiva da
armadura, esmagamento do concreto em seções
parcialmente comprimidas ou esmagamento do concreto em seções totalmente
comprimidas.

Para um bom dimensionamento e desempenho da


estrutura, é essencial que o engenheiro calculista identifique em
qual domínio o
elemento estrutural está trabalhando.

Vejamos a representação gráfica dos domínios de


deformação.

Imagem 12 - Domínios de deformação no estado


limite último em uma seção transversal para concretos até
C50.

Tem-se seis domínios de deformação


para os conjuntos de deformações específicas do concreto e do aço ao
longo da seção transversal
retangular com armadura apenas na região
de tração em elementos submetidos a esforços normais, conforme
ilustra a Imagem 12 para
concretos de classe até C50.

Imagem 13 - Domínios de deformação no estado


limite último em uma seção transversal para concretos de todas
as classes.

Já a imagem 13 apresenta os
domínios de deformação para uma situação genérica com concretos de
todas as classes.

Cada trecho do diagrama apresentado nas Imagens 12


e 13 será descrito e explicado nas seções seguintes.

Com objetivo esclarcer melhor esse tópico, as


dimensões altura de seção transversal (h), distância do centro de gravidade da
armadura
longitudinal tracionada até a fibra mais comprimida de concreto, também
chamada de altura útil da seção (d), e a distância entre o centro de
gravidade
da armadura longitudinal comprimida e a face mais próxima do elemento estrutural
comprimido (d ′
) são apresentadas na imagem 14,
assim como a
largura da seção transversal de vigas de seção retangular. Vale citar que é comum no
pré-projeto utilizar d = 0, 9. h.

Imagem 14 - Representação das dimensões em uma viga


com seção retangular.

É preciso saber em qual domínio está situado o


diagrama de deformações ( imagem 12 e
imagem 13) do elemento a ser
dimensionado com a
finalidade de determinar a resistência de cálculo de uma dada
seção transversal. O engenheiro calculista deve buscar o dimensionamento das vigas
e
lajes nos domínios 2 e 3 e, para o dimensionamento de pilares, os domínios 4, 4a e
5. Essa busca é importante para evitar rupturas. Vejamos:
Imagem 12 - Domínios de deformação no estado limite último
em uma seção transversal para concretos até C50.

Imagem 13 - Domínios de deformação no estado limite último


em uma seção transversal para concretos de todas as classes.

Domínio 2
Em elementos estruturais, subarmados e dimensionados no
domínio 2, a ruptura ocorre por deformação
excessiva da armadura, uma ruptura
convencional, sem haver o
esmagamento do concreto. Nesta situação, consideramos a ruptura como
dúctil.

Limite do domínio 3 e 4
Em peças normalmente armadas, a ruptura ocorre no limite do
domínio 3 e 4, havendo o esmagamento do concreto e o
escoamento da armadura.

Domínio 4
Já em elementos superarmados, dimensionados no domínio
4, o aço não escoa e a ruptura ocorre por esmagamento
do concreto. Nesse caso,
temos a ruptura frágil, que ocorre de forma
brusca, ou seja, sem aviso prévio.

úctil
Tem aviso prévio identificado pela presença de intensa
fissuração na peça.

Essas situações devem ser evitadas. Para


isso, fazemos o emprego de armadura dupla.

Com o objetivo de explicar cada um desses


domínios, nos itens seguintes eles serão abordados de forma individualizada. Vale
ressaltar que, neste
conteúdo, serão considerados apenas concretos para classes até
C50.

Domínio 1
O domínio 1 tem início com ε s
= 10% eε c
= 10%0, na reta "a", com a profundidade da linha
neutra x = −∞. Nessa situação, a seção
encontra-se sob tração uniforme.
Para x < 0, a deformação no concreto devido à tração diminui, enquanto a
deformação no aço permanece 10%.
O término ocorre com ε s
= 10% eε c
= 0. A linha neutra se encontra no limite superior da
seção transversal; com isso, temos x 1
= 0.

Nesse domínio, a reta de deformação gira em torno


do ponto A, a linha neutra fica fora da seção transversal e a seção resistente é
composta pelo
aço, não havendo participação do concreto, pois ele se encontra
totalmente fissurado devido às tensões de tração. Todas as situações descritas
acima
são ilustradas de forma esquemática na imagem 15, sendo que o último desenho do
esquema mostra o giro em torna do ponto A e a faixa do
domínio 1 (para uma melhor
compreensão, vale ver novamente a Imagem
12. Não há ocorrência de compressão na seção transversal do elemento.
Imagem 15 - Características do domínio 1.

Domínio 2
O domínio 2 tem início no término do domínio 1, ou
seja, com ε s
= 10%0 eε c
= 0, ex 1
= 0.
O término ocorre com ε s
= 10%, ε c = −3, 5%,

e
x 2
= 0, 259. d, com a linha neutra cortando a seção transversal. Com isso,
temos a parte superior comprimida e a parte inferior tracionada,
conforme representa
a imagem 16. A reta também gira em torno do ponto A. A determinação de x é
realizada pela semelhança de triângulos:
2

O concreto não alcança a ruptura, pois:


ε c
< −3, 5%. Já o aço está no limite último caracterizado por
ε s
= 10%, com grandes deformações. A
seção resistente é composta
de aço tracionado e concreto comprimido, e apenas o aço atinge o seu limite máximo.
O colapso ocorre com aviso
prévio, grande de formação e intensa fissuração,
acontecendo em peças com flexão simples ou composta.

0,0035 0,01
= → x 2 = 0, 259 ⋅ d
x2 d−x 2


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

Imagem 16 - Características do domínio 2.

Domínio 3
O domínio 3 tem início no término do domínio 2, ou
seja, com ε s = 10%0 eε c = −3, 5%∘, e
x 2 = 0, 259. d. O término ocorre com ε s = ε yd

(deformação específica de escoamento do aço), ε c = −3, 5%


(deformação de ruptura do concreto) e x = x3 , que varia com o tipo de aço
empregado e a linha neutra cortando a seção transversal. Com isso, temos tração e
compressão na seção transversal. As características do
domínio 3 são ilustradas na
Imagem 17. Nesse domínio, a reta gira em torno do ponto B. A semelhança de
triângulos, realizada para determinar x , 3

é a seguinte:

0,0035 ε yd 0,0035⋅d
= → x3 =
x3 d−x 3 ε yd +0,0035


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

A seção resistente é composta de aço tracionado e


concreto comprimido. Ocorre uma grande deformação no aço e ruptura do concreto, que
se dá
com o escoamento do aço. Desse modo, o colapso se dá com aviso prévio. Até o
domínio 3, as peças estruturais sãosub armadas. O ideal, com
peças normalmente
armadas, ocorre em dimensionamentos no domínio 3 perto do domínio 4.

Imagem 17 - Características do domínio 3.

Domínio 4
O domínio 4 tem início no término do domínio 3, ou
seja, com ε s
= ε yd , ε c = −3, 5%0 e
x = e x . Já o término ocorre com ε
3 s
= 0,

ε c = −3, 5%, ex = x 4 = d. Com a linha neutra cortando a


seção transversal, temos uma seção resistente com aço tracionado e concreto
comprimido. As características do domínio 4 são ilustradas na imagem 18: nesse
domínio, a reta gira em torno do ponto B.

Apenas o concreto alcança a ruptura:


ε c
= −3, 5%. A ruptura é frágil, pois o concreto rompe sem que a
armadura atinja seu valor máximo. Com
isso, o colapso ocorre sem aviso prévio. Os
elementos estruturais dimensionados nesse domínio são superarmados, sendo, portanto,
antieconômicos.

Imagem 18 - Características do domínio 4.

Domínio 4a
O domínio 4a tem início no término do domínio 4,
ou seja, com ε s = 0, ε c = −3, 5%0, ex =
x 4 = d. O término ocorre com ε s < 0

(compressão),
ε c = −3, 5% ex = x 4a = h. Com a linha neutra no limite
inferior da seção transversal, temos uma seção resistente com aço e
concreto
comprimidos. As características do domínio 4a estão ilustradas na imagem 19. Nesse
domínio, a reta também gira em torno do ponto B.

Apenas o concreto alcança a ruptura:


ε c = −3, 5%. As armaduras se encontram comprimidas. O colapso
ocorre com ruptura frágil, sem aviso
prévio, ou seja, sem a ocorrência de
fissuração. Os pilares normalmente são dimensionados nesse domínio.

Imagem 19 - Características do domínio 4a.

Domínio 5
O domínio 5 tem início no término do domínio 4a,
ou seja, com ε s < 0, ε c = −3, 5%0 ex =
x 4a = h. O término ocorre com: ε s = −2%0,

ε c = −2%0 ex = x 5 = +∞, ou seja, na reta "b" com


compressão uniforme. A reta gira em torno do ponto C e apenas o concreto alcança a
ruptura: ε c = −3, 5% (na flexocompressão). Dessa forma, a ruptura
é frágil e o colapso ocorre sem aviso prévio, ou seja, sem fissuração. A linha
neutra não corta a seção transversal, sendo essa seção composta de aço e concreto
comprimidos. As características desse domínio são ilustradas
na imagem 20. A
semelhança de triângulos para determinar a distância do ponto C é:
0,0035−0,0020 0,0020 3
= → a = ⋅ h
a h−a 7


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

Imagem 20 - Características do domínio 5.

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O engenheiro estrutural, ao fazer o cálculo do elemento de concreto armado dentro dos domínios de deformação, precisa considerar quais tipos
de deformações e tensões?

A Específicas; de flexão.

B Últimas; últimas.

C Características; específicas.

D Características; características.

E Últimas; características.

Parabéns! A alternativa B está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20classifica%C3%A7%C3%A3o%20do%20dom%C3%ADnio%20de%20deforma%C3%A7%C3%A3o%20para%20pe%C3%A7as%20de%2

Questão 2
Os domínios de deformação classificam as diversas possibilidades de colapso da seção do elemento estrutural, que podem ser por
deformação excessiva da armadura, por esmagamento do concreto em seções parcialmente comprimidas ou por esmagamento dele em
seções totalmente comprimidas. A seguir é apresentada uma frase que caracteriza um desses domínios:

Nesse domínio, a linha neutra corta a seção transversal; logo, a seção resistente é composta de aço tracionado e concreto comprimido, e a reta
gira em torno do ponto B. Ocorre grande deformação no aço e ruptura do concreto, que se dá com o escoamento do aço. Desse modo, o
colapso ocorre com aviso prévio.
Marque a opção que apresenta o domínio correspondente à frase descrita acima.

A Domínio 1

B Domínio 2

C Domínio 3

D Domínio 4

E Domínio 5

Parabéns! A alternativa C está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3ENo%20dom%C3%ADnio%203%2C%20h%C3%A1%20grande%20deforma%C3%A7%C3%A3o%20no%20a%C3%A7o%2C%20al%C3%A9m%
se%20uma%20fratura%20fr%C3%A1gil.%3C%2Fp%3E%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20

3 - Como dimensionar os elementos submetidos à flexão


Ao final deste módulo, você será capaz de aplicar cálculos para o dimensionamento da armadura longitudinal.

video_library
Como dimensionar os elementos submetidos à flexão
Cálculo da armadura longitudinal
O cálculo da armadura longitudinal é utilizado
para a determinação da área de aço em elementos submetidos à flexão
normal, como as vigas. No
dimensionamento da quantidade de armadura
longitudinal para seções transversais retangulares, são conhecidos a resistência do
concreto (f ck ), a
largura da seção (b), a altura útil
(d) e o tipo de aço (sua tensão −f yd
− e sua deformação específica
−ε yd ). Ele é realizado a partir do equilíbrio de
forças e
momentos na seção transversal.

A ABNT NBR 61118:2014, a fim de garantir a


ductilidade do elemento estrutural (no caso de vigas e lajes), afirma que a posição
da linha neutra no
ELU deve ser limitada aos valores:

x
≤ 0, 45 → para concretos com f ck ≤ 50MPa;
d

x
≤ 0, 35 → para concretos com 50MPa < f ck < 90MPa
d

Portanto, para o estudo do dimensionamento da


armadura longitudinal, este módulo será subdividido em: equações para concretos de
classes até
C50 e equações para concretos de classes entre C50 e C90, além de
dimensionamentos específicos para o máximo momento resistente na seção, a
altura
mínima de uma seção com armadura simples e o cálculo de armadura dupla.

Equacionamento para concretos de classe até C50


Em um elemento de seção retangular, os diagramas
de deformações e tensões na seção solicitada para flexão simples para concretos até
C50, sem
x x
considerar a ductilidade ( ≤ 0, 45), são
apresentados na imagem a seguir. Nesse caso, depende da deformação
específica de cálculo do
d d

aço (ε yd ). Para considerar


o aumento de ductilidade proposto pela ABNT NBR 6118: 2014, basta substituir o
ε yd por ε lim (deformação específica
x
limite), que corresponde ao valor de = 0, 45.
d

Imagem 21 - Elemento de seção retangular e diagramas


na seção solicitada para flexão simples em concretos até C50 sem considerar a
ductilidade.

As equações para o cálculo da armadura


longitudinal são obtidas por meio do equilibrio de forças e momentos na seção
transversal do elemento.
Com o objetivo de obter equaçốes padronizadas, vamos adotar
como conhecidos os parâmetros: f ck , b, d, f yd eε yd . Além disso, consideraremos o
momento de cálculo igual a:

M d = γ c ⋅ M = 1, 4 ⋅ M


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

Sendo M o momento atuante na seção devido


aos esforços solicitantes. A seguir, será apresentado o passo a passo para o
dimensionamento da
armadura longitudinal tracionada (A ). s

Equilíbrio da
seção

O equilíbrio de esforços na seção transversal,


forças e momentos, será realizado considerando o esquema apresentado na imagem a
seguir.

Como não há força externa, o equilibrio de


forças é realizado levando-se em consideração apenas as forças internas.
Logo, o somatório de forças
considerará a resultante da força atuante no
concreto (F c ) e a resultante da força atuante no aço
(F ), como mostra esta equação:
s

∑ F →+ = 0 : F c − F s = 0 → F c = F s

Imagem 22 - Ações externas e internas na seção


transversal para o cálculo de equilíbrio de esforços.

As resultantes das forças do concreto e do aço são


obtidas graças à relação entre força, tensão e área
(F orça = ã
T ens o × Área). Vamos
considerar que a peça esteja trabalhando
no domínio 2 ou 3 (caso de vigas); por isso, ε s = ε yd
e f s = f yd . Assim chegamos às seguintes
equaçốes:

F s = f yd ⋅ A s

F c = 0, 85 ⋅ f cd ⋅ A c = 0, 85 ⋅ f cd ⋅ b ⋅ y = 0, 85 ⋅ f cd ⋅ b ⋅ 0, 8 ⋅ x


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

Fazendo o equilíbrio de momentos no ponto c


(indicado na imagem 22), temos:

(∑ M c ) = 0 : M d − F c ⋅ z = 0 → M d = 0, 85 ⋅ f cd ⋅ b ⋅ 0, 8 ⋅ x ⋅ z

É importante conhecer a posição da linha neutra


(x) para poder identificar o domínio em que a peça está trabalhando e calcular
a resultante de
força no concreto e o braço de alavanca (z) dado pela equação:

0,8
z = d − ⋅ x = d − 0, 4 ⋅ x
2

Substituindo a equação do braço de alavanca na


equação do momento de cálculo, temos:

M d = 0, 85f cd ⋅ b ⋅ 0, 8 ⋅ x ⋅ (d − 0, 4x)

2
M d = (0, 68 ⋅ x ⋅ d − 0, 272 ⋅ x ) ⋅ b ⋅ f cd
Imagem 22 - Ações externas e internas na seção transversal
para o cálculo de equilíbrio de esforços.

Resolvendo a equação acima, obtém-se o valor de


x, que é fundamental para o dimensionamento da armadura longitudinal.
Verifica-se que x não
varia de forma linear com o M , mas segue um
polinômio de segundo grau, como mostra esta equação:
d

Md
0, 68 ⋅ d ± √ (0, 68 ⋅ d) − 4.0, 272 ⋅ (
2
)
b⋅f cd
x =
0, 544


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

Para determinar a área de aço


(A s ) da armadura longitudinal, é feito o somatório de momento no
ponto a (veja a imagem 22), como
mostra a
seguinte equação:

(∑ M b ) = 0 : M d − F s ⋅ z = 0 → M d = f yd ⋅ A s ⋅ z

Logo:

Md
As =
f yd ⋅z

Após calcular a profundidade da linha neutra, é


possível determinar qual o domínio a peça atingirá no seu estado limite último. Na
flexão simples,
que está sendo considerada neste tópico, os domínios possíveis são o
2, o 3 e o 4. Sendo a melhor opção que a peça trabalhe no domínio 3, o 2 é
aceitável, enquanto o 4 tem de ser evitado devido à ruptura frágil, entre outros
motivos.

Como as seções permanecem planas após a


deformação, podemos relacionar a profundidade da linha neutra com a altura
útil, utilizando, para tal, a
semelhança de triângulos ABC e ADE apresentada
a seguir. A relação entre x e d é dada pela equação:

x d x εc
= ∴ =
εc ε c +ε s d ε c +ε s

Imagem 23 - Relação entre a posição da linha


neutra e a altura útil.

No término do domínio 2 e em todo o domínio 3 , a


deformação específica do concreto é dada por: ε c
= 3, 5%0 = 0, 0035. Substituindo na
equação acima, temos a posição da linha neutra dada por esta
equação:
x 0,0035
=
d 0,0035+ε s

Portanto, para uma seção conhecida, a posição da


linha neutra no domínio 3 dependerá apenas da deformação específica do aço. De
acordo com a
ABNT NBR 6118:2014, não devemos usar valores do domínio 3 que sejam
superiores a x = 0, 45 ⋅ d; sendo assim, também não cabe o estudo
para o
limite entre o domínio 3 e o 4.

Exemplo de aplicação da
teoria

Para a resolução de exercícios, vale lembrar que o limite entre os domínios 2 e 3 é dado
pelos valores ε s
= 10%0 eε c
= −3, 5%0, com
x = 0, 259 ⋅ d;, e que o limite de utilização do domínio 3 é x = 0, 45 ⋅ d.

Exemplo prático

Dada uma seção retangular de concreto armado com


b = 14 cm ed =
36 cm sob a ação de um momento fletor solicitante (M ) de 20kN. m;,
determine a área de aço
(A s) necessária.

Dados:

f ck = 25MPa

Aço CA 50 (f yk = 500MPa).

Veja a solução em três etapas:

Determinar a profundidade da linha neutra x expand_more

M
√ d
2
0,68⋅d± (0,68⋅d) −4⋅0,272⋅( )
b⋅f
cd
x =
0,544

1,4.20
0,68⋅0,36±√ (0,68⋅0,36) −4⋅0,272⋅(
2
)
0,14⋅25000/1,4

x =
0,544

0,2448±0,2184
x = → x 1 = 0, 851mex 2 = 0, 049 m
0,544

O valor de x não pode ser


solução para o problema, pois indica que a linha neutra está fora da
seção transversal, não atendendo ao caso de
1

flexão simples. O limite do


valor de x = 0, 45 ⋅ 36 = 16, 20 cm. Logo, será adotado
x = x 2 = 4, 90 cm.

Verificar o domínio de trabalho da viga expand_more

Sabemos que o limite do domínio 2 e o


início do domínio 3 são dados por esta equação:

x = 0, 259 ⋅ d = 0, 259 ⋅ 36 = 9, 32 cm

Como: 4, 90 cm < 9, 32 cm, a viga está trabalhando no domínio 2.


Cálculo de A s expand_more

Como a viga se encontra no domínio 2,


temos:

f yk 50
2
f s = f yd = = = 43, 478kN/cm
γs 1,15

E a área de aço é igual a:

Md 1,4.20
As = =
f yd ⋅z 43,478⋅(0,36−0,4.0,049)

2
A s = 1, 89 cm

Equacionamento para concretos de qualquer classe


O equacionamento para o cálculo da armadura
longitudinal é realizado da mesma forma que para concretos de classes até
C50, porém aparecem
os termos α e λ. As
equaçőes a serem utilizadas para o dimensionamento são:
c

Fc = Fs

Md = Fc z = Fs z
∗ ′

F c = (α c ⋅ f cd ) ⋅ b ⋅ λ ⋅ x

1
z = d − ⋅ λ ⋅ x
2

M d = (α c ⋅ f cd ) ⋅ b ⋅ λ ⋅ x ⋅ (d − 0, 5 ⋅ λ ⋅ x)

2 2
M d = (α c ⋅ f cd ) ⋅ b ⋅ (λ ⋅ x, d − 0, 5 ⋅ λ ⋅ x )

Md
d ± √d − 2 ⋅ (
2
)
b⋅α c ⋅f cd
x =
λ

Md
As =
f yd ⋅ z
x ε cu
=
d ε cu + ε s


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

Sendo que ε cu , αc e
λ devem ser empregados em função da classe do concreto e das condiçốes
de ductilidade. As equações para α e λ foram c

apresentadas
no módulo 2.

Cálculo do máximo momento resistente na seção


Conhecidas a armadura longitudinal, a seção e as
propriedades do material, o cálculo do momento máximo resistente na seção se torna
uma
situação comum na prática. Para o cálculo, consideramos que a seção trabalhará
entre o início do domínio 2 até o limite x = 0, 45 ⋅ d do domínio
3 e que o
aço tracionado estará escoando, ou seja, f s = f yd e
ε s = ε yd , assim como o concreto com classe até 50MPa. Sabendo que:

A s ⋅ f yd
F s = A s f yd ; M d = F s ⋅ z; z = d − 0, 4 ⋅ xex =

0, 68 ⋅ b ⋅ f cd


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

Temos que o momento máximo resistido na seção,


conhecida A , é dado por: s

M d = A s f yd⋅ (d − 0, 4 ⋅ x)


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

Vale lembrar que a profundidade da linha neutra


deve atender ao limite x = 0, 45 ⋅ d. e que, caso isso não ocorra, deve-se
aumentar a altura útil da
viga ou utilizar uma armadura de compressão (armadura
dupla). Contudo, esse assunto não será abordado em nosso estudo.

Exemplo prático

Obtenha o momento máximo resistente que pode ser aplicado a uma viga de seção retangular
de concreto armado, com largura b = 14 cm e altura
útil d = 36 cm, para uma área de aço A = 1, 5 cm .
s
2

Dados:

f ck = 25MPa;

ç
 A o CA 50 (f yk = 500MPa)

Veja a solução em três etapas:

Calcular a profundidade da linha neutra e verificar o domínio de trabalho expand_more


Consideramos que a seção trabalhe nos
domínios 2 ou 3; assim, podemos assumir f s = f yd e calcular
x :

A s ⋅f yd 1,5⋅50/1,15
x = = = 0, 0384 m = 3, 84 cm
0,68⋅b⋅f cd 0,68⋅0,14⋅25000/1,4

Verificando o domínio:

O término do domínio 2 ocorre em

x = 0, 259. d = 0, 259.36 = 9, 32 cm

Como 3, 84 cm < 9, 32 cm, a viga está trabalhando no domínio 2.

Calcular o momento resistente de cálculo expand_more

50
M d = A s ⋅ f yd ⋅ (d − 0, 4 ⋅ x) = 1, 5 ⋅ ( ) ⋅ (0, 36 − 0, 4 ⋅ 0, 0384)
1,15

M d = 22, 48kN ⋅ m

Calcular o momento máximo resistido pela viga expand_more

Md 22,48
M = =
γc 1,4

M = 16, 06kN ⋅ m

Cálculo do máximo momento resistente da seção com


armadura simples
Quando a viga apresenta armadura longitudinal
apenas na região tracionada, não sendo necessária uma armadura na região comprimida,
dizemos
que se trata de uma viga com armadura simples. Para uma viga com essa
armadura, determinada seção e submetida à ação de um momento fletor,
podemos
determinar a menor altura útil necessária (d min
) a partir
destas equações:

2
M d = (0, 68 ⋅ x ⋅ d − 0, 272 ⋅ x ) ⋅ b ⋅ f cd ,

x εc
ξ = =
d εc + εs

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

Assim, temos que:

2 2 2
M d = (0, 68 ⋅ ξ ⋅ d − 0, 272 ⋅ ξ ⋅ d ) ⋅ b ⋅ f cd

Impondo o limite de ξ = x/d ≤ 0, 45, a


altura última mínima ocorre quando ξ = 0, 45; logo:

Md
d min = 2, 0 ⋅ √
b ⋅ f cd


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

Exemplo prático

Dada uma seção retangular de concreto armado com


b = 14cm e sob a ação de um momento fletor solicitante (M ) de
20 kN ⋅ m; determinar
a altura útil mínima (d min ) e
a área de aço (A s) necessária.

Dados:

f ck = 25M P a

ç
 A o CA 50 (f yk = 500M P a)

Veja a solução em duas etapas:

Determinar d min expand_more

Md 1,4.20
√ √
d min = 2, 0 ⋅ = 2, 0 ⋅ = 0, 2117 m
b⋅f cd 0,14⋅25000/1,4

d min = 21, 17 cm

f ck = 25M P a

ç
 A o CA 50 (f yk = 500M P a).

Calcular a armadura necessária para d min


= 21, 17 cm
expand_more

Calculando x pelo limite imposto


pela norma, temos:

x = 0, 45 ⋅ d = 0, 45 ⋅ 21, 17 = 9, 53 cm
z = d − 0, 4 ⋅ x = 21, 17 − 0, 4 ⋅ 9, 53 = 17, 358 cm

Logo:

Md 1,4⋅20
As = =
z⋅f yd 0,1736⋅50/1,15

2
A s = 3, 71 cm

Cálculo de seções com armadura dupla


O engenheiro estrutural poderá encontrar situações
em que, por imposição de projeto, seja ele arquitetônico ou até mesmo estrutural,
será
necessário dimensionar uma viga para uma altura menor do que a mínima
determinada por d min e exigida pelo momento fletor atuante de cálculo
(M d ).

Para essas situações, será necessário determinar o


momento de cálculo máximo suportado pela seção transversal da viga utilizando a
armadura
simples (M d,lim ). Esse momento será limitado
pela profundidade limite da linha neutra x lim = 0, 45 ⋅ d (domínio 3). A
diferença entre o
momento de cálculo aplicado à estrutura e o momento limite,
ΔM , é dada por:

ΔM = M d − M d,lim


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

Já ΔM será resistida por uma armadura


longitudinal posicionada na região de compressão da seccão transversal
(A ), a qual, para essa

situação, chamamos de armadura


dupla. Em busca do equilíbrio de forças no elemento estrutural, a área de armadura
longitudinal comprimida
deverá ser somada à armadura longitudinal tracionada. Dessa
forma, A será dado por: s


A s = A s,lim + A s

Em que A s,lim corresponde à armadura


longitudinal tracionada que resiste ao momento fletor M d,lim .

Imagem 24 - Seção transversal e esquema de cálculo


para seção transversal com armadura dupla.

A imagem 24 apresenta uma seção transversal com


armadura dupla para um momento fletor positivo e o esquema de cálculo utilizado para
obter
as equações do dimensionamento de vigas em que se faz necessária a armadura
dupla. O dimensionamento é separado em duas partes.
Primeiramente, calcula-se o
momento fletor limite para a armadura simples e a área de aço para essa armadura
(A s,lim ). Em seguida, calcula-se a
armadura necessária para
resistir ao momento ΔM .

Nesse caso, não se considera a resistência do


concreto, pois ela já foi considerada no primeiro cálculo. Resolvendo de forma
análoga ao
procedimento para determinar a armadura longitudinal simples
(equacionamento para concretos de classe até C50), chega-se às seguintes
equações:
2
M d,lim = 0, 25092 ⋅ b ⋅ d ⋅ f cd

f cd
A s,lim = 0, 306 ⋅ b ⋅ d ⋅
f yd

M d − M d,lim

A =
s
′ ′
σ (d − d )
sd


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

Nesta
equação:

É a distância do
centro da armadura comprimida à borda comprimida da seção
transversal.

d


σ sd É a tensão de
compressão na armadura longitudinal.


σ sd = f yd Para peças
trabalhando até o limite no domínio 3 estabelecido pela ABNT NBR
6118:2014.

Portanto:

M d −M d,lim
A s = A s,lim + ′
f yd (d−d )


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O engenheiro estrutural da obra de uma casa unifamiliar, ao verificar seu projeto, ficou em dúvida sobre a área de aço (A s ) adotada em
determinada viga. Ele retirou do projeto da viga as seguintes informações:

Concreto: f ck = 20MPa

Aço da armadura longitudinal: CA 50

Largura da viga: b = 12 cm

Altura útil da seção: d = 27 cm

Momento fletor atuante de cálculo: M = 12kN ⋅ m

Em seguida, ele refez o cálculo. Marque a opção que apresenta o valor que mais se aproxima da A encontrada pelo engenheiro ao recalcular a
s

viga.
A 0,57cm²

B 1,57cm²

C 2,57cm²

D 3,57cm²

E 4,57cm²

Parabéns! A alternativa B está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-paragraph%20u-text--medium%20u-
centered'%3E%3Cspan%20class%3D%22c-
table%20formula_scroll%22%3E%24%24%24%5Cmathrm%7Bx%7D%3D%5Cfrac%7B0%2C68%5Ccdot0%2C27%20%5Cpm%20%5Csqrt%7B(0%2C68%5
4%5Ccdot0%2C272%20%5Ccdot%5Cleft(%5Cfrac%7B1%2C4%5Ccdot12%7D%7B0%2C12%5Ccdot20000%20%2F%201%2C4%7D%5Cright)%7D%7D%7
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0%2C4%5Ccdot0%2C058)%7D%3D1%2C57%20%5Cmathrm%7B~cm%7D%5E%7B2%7D%24%24%24%3C%2Fspan%3E%3C%2Fp%3E%0A%20%20%20%

Questão 2
Dois anos após a conclusão da obra de uma residência, os proprietários chamaram o engenheiro calculista para saber se poderiam acrescentar
um carregamento em uma viga na garagem. O engenheiro, de posse dos projetos, obteve as seguintes informações:

Concreto: f ck = 25MPa

Aço da armadura longitudinal: CA 50

Área de aço da armadura longitudinal: 3, 0 cm 2

Armadura simples

Largura da viga: b = 14 cm

Altura útil da seção: d = 36 cm

A partir dessas informações, ele calculou o momento máximo que poderia ser aplicado na viga em questão. Indique a opção que apresenta o
valor mais próximo do obtido pelo engenheiro.

A 16,4kN.m

B 22,3kN.m
C 30,7kN.m

D 42,9kN.m

E 54,6kN.m

Parabéns! A alternativa C está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-paragraph%20u-text--medium%20u-
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0%2C4%5Ccdot0%2C0767)%3D42%2C95%20%5Cmathrm%7BkN%7D%20%5Ccdot%20%5Cmathrm%7Bm%7D%24%24%24%3C%2Fspan%3E%3C%2Fp
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4 - Análise de uso de tabelas adimensionais


Ao final deste módulo, você será capaz de interpretar as tabelas adimensionais para o dimensionamento do elemento estrutural.

video_library
Como buscar os valores para o dimensionamento nas tabelas adimensionais
Uso de tabelas adimensionais
As tabelas adimensionais são utilizadas como
facilitadoras para o dimensionamento de estruturas de concreto armado. Elas permitem
o emprego
de diversos sistemas de unidades e a utilização de quadros e gráficos.
Como consequência, essas tabelas simplificam os cálculos de
dimensionamento dos
elementos.

As equações que utilizam tabelas adimensionais


para concretos de classe até C50 serão apresentadas a seguir.

Equações de dimensionamento utilizando as tabelas


adimensionais
Neste item, serão apresentadas as equações de
dimensionamento nos casos em que são utilizadas as tabelas adimensionais para o
cálculo de
elementos estruturais.

Equação para obter o M d expand_more

Dada a equação:

2
M d = (0, 68 ⋅ x ⋅ d − 0, 272. x ) ⋅ b ⋅ f cd

Dividiremos ambos os lados por b ⋅ d 2


⋅ f cd , obtendo, assim, a igualdade:

2
Md x x
= (0, 68 ⋅ − 0, 272 ⋅ )
2 2
b⋅d ⋅f cd d d

Fazendo:

Md x
2
= KM D, e KX
b⋅d ⋅f cd d

Chegamos à expressão:

Md
2
KM D = 2
= 0, 68 ⋅ (KX) − 0, 272 ⋅ (KX)
b⋅d ⋅f cd

A expressão acima passa a ser composta


apenas por elementos adimensionais, e KX só pode
variar entre 0 e 1(x = 0) e (x = d), pois:

x
í
x = 0 →  in cio do dom nio 2 : KX = í = 0 ⇒ KM D = 0
d

x
x = d →  f im do dom nio 4: KX = í = 1 ⇒ KM D = 0, 408
d

Equação para obter z expand_more


Dada a equação:

z = d − 0, 4 ⋅ x

Dividiremos ambos os lados por


d, obtendo, assim, a igualdade:

z d−0,4⋅x x
= = 1 − 0, 4 ⋅
d d d

Fazendo:

z
= KZ
d

Chegamos à expressão:

KZ = 1 − 0, 4 ⋅ KX

Equação para o cálculo de A s expand_more

Dada a equação:

Md
As =
z⋅f s

Substituindo z = (KZ) ⋅ d,
teremos a equação:

Md
As =
KZ⋅d⋅f s

Equação para determinar x expand_more

A equação que relaciona as deformações


com a profundidade da linha neutra é dada por:

x εc
=
d ε c +ε S

E como:

x
= KX
d

Temos:

εc
KX =
ε c +ε S

As tabelas adimensionais
Como KX só admite valores de 0 a 1,
constitui-se uma tabela variando o valor de KX dentro dessa intervalo. Cada
valor arbitrário de KX
corresponde a um valor de KM D e outro de KZ , ambos calculados pelas equações apresentadas no item anterior. Conhecendo
ε , é possível
c

determinar oε e, como par das


deformações, identificar o domínio no qual a peça está trabalhando.
s
A tabela 1 é uma tabela adimensional com valores
de KM D, KX, KZ, ε c , ε s ,
além da indicação do domínio de deformação para aço CA 50 e
concretos de classe até
C50 (apenas para os domínios de deformação 2 e 3).

KM D 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025

KX 0,07 0,015 0,022 0,030 0,037

KZ 0,997 0,994 0,991 0,988 0,985

εc 0,07 0,15 0,23 0,31 0,39

εs 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00

Domínio 2 2 2 2 2

Tabela 1 - Tabela adimensional para o dimensionamento


de armadura longitudinal para aço CA 50 e concreto até C50.

Elaborado por
Larissa Camporez Araújo.

Exemplos de aplicação
Agora veremos alguns exemplos de dimensionamento
utilizando a tabela unidimensional.

Exemplo prático

Dada uma seção retangular de concreto armado com


b = 14 cm e altura útil d = 36 cm sob a ação de um
momento fletor solicitante (M ) de
20kN ⋅ m,
determine a área de aço longitudinal (A s
) necessária. Utilize a
tabela adimensional.

Dados:

f ck = 25MPa;

Aço CA 50 (f yk
= 500MPa)

Veja a solução em três etapas:

Calcular KMD expand_more

Md 1,4⋅20
KM D = 2
= 2
= 0, 086
b⋅d ⋅f cd 0,14⋅0,36 ⋅25000/1,4

Determinar KX, KZ, ε c


, εs e o
dominio a partir da tabela adimensional expand_more

Interpolando a tabela 1, temos:


KX = 0, 134, KZ = 0, 946, ε c = 1, 54% e
ε s = 10, 00%. A viga
está trabalhando no domínio 2.

KM D KX KZ εc εs Domíni

0,085 0,132 0,947 1,52 10,00 2

0,090 0,140 0,944 1,63 10,00 2


Determinar a área de aço A s expand_more

Md 1,4⋅20
As = =
KZ⋅d⋅f s 0,946⋅0,36⋅50/1,15

2
A s = 1, 89 cm

Exemplo prático

Dada uma seção retangular de concreto armado com b = 14cm e sob a ação de um momento
fletor solicitante (M ) de 20kN ⋅ m determine a área
de aço
longitudinal (A ) necessária considerando d
s min . Utilize a
tabela adimensional.

Dados:

f ck = 25MPa

Aço CA 50 (f yk = 500MPa).

Solução:

Determinar d min expand_more

Md 1,4⋅20
√ √
d min = 2, 0 ⋅ = 2, 0 ⋅ = 0, 209m
b⋅f cd 0,36⋅2500/1,4

Calcular KMD expand_more

Md 1,4⋅20
KM D = = 2
= 0, 256
2
b⋅d ⋅f cd 0,14⋅0,209 ⋅25000/1,4

Determinar KX, KZ, ε c , εs e o


dominio a partir da tabela adimensional expand_more

Interpolando a tabela 1, temos: KX = 0, 461, KZ = 0, 817, ε c = 3, 5% e


ε s = 4, 08%0. A viga está trabalhando no domínio 3.

KM D KX KZ εc εs Domíni

0,255 0,459 0,816 3,50 4,12 3

0,260 0,471 0,812 3,50 3,93 3


Determinar a área de aço A s expand_more

Md 1,4⋅20
As = =
KZ⋅d⋅f s 0,817⋅0,209⋅1,15

2
A s = 3, 77 cm

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Um jovem, com o intuito de ampliar sua residência, contratou um engenheiro estrutural para elaborar o projeto de expansão. O engenheiro
concluiu que, nessa expansão, será necessária uma viga para suportar um momento atuante de 30kN ⋅ m cuja seção transversal tem
largura = 14 cm e altura útil d = 36 cm. Para o dimensionamento, ele utilizou o auxílio das tabelas adimensionais e optou por usar
concreto de f ck = 30MPa e aço CA50. Sendo assim, ele obteve a área de aço de armadura longitudinal, A , igual a:
s

A 0,88cm²

B 1,22cm²

C 1,88cm²

D 2,22cm²

E 2,88cm²

Parabéns! A alternativa E está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-paragraph%20u-text--
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12'%3E%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cdiv%20class%3D%22pt-4%20d-flex%20justify-
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table%20c-table--
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table__thead%22%3E%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%2
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Questão 2
Durante a fase de armação dos elementos estruturais de uma obra, o cliente decidiu paralisá-la para solicitar o aumento de esforços em
determinada região do projeto. O engenheiro calculista, responsável pelo projeto da obra, concluiu que o aumento dos esforços resultaria em
um momento atuante de 35kN ⋅ m em uma viga. A fim de obter a menor altura para essa viga, o engenheiro fez o cálculo da armadura
longitudinal (A s
) utilizando a altura útil mínima (d min
) e mantendo a largura da viga b = 16 cm. Sabendo que a resistência característica de
projeto do concreto para essa obra é f ck
= 25M P a e que o aço utilizado é o CA 50, a A obtida nos cálculos do engenheiro, sabendo que
s

ele utilizou o auxílio das tabelas adimensionais, foi de:

A 2,26cm²

B 3,52cm²

C 4,68cm²

D 5,74cm²

E 6,23cm²

Parabéns! A alternativa D está correta.


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Considerações finais
Como vimos neste conteúdo, o dimensionamento da área de
aço necessária para armaduras longitudinais submetidas à flexão faz parte do
cotidiano do
engenheiro estrutural. Saber não apenas dimensionar a partir de um projeto novo, mas também
proporcionar soluções para projetos já
realizados ou em andamento, faz parte do escopo do
engenheiro calculista.

Estabelecemos também a compreensão dos tipos de flexão e a


identificação do estádio e de como ocorre o colapso de elementos submetidos à
momento fletor
são indispensáveis para a elaboração do dimensionamento de um projeto estrutural que atenda
aos requisitos de norma.
Conhecemos ainda as formas de classificar o domínio de trabalho ao
qual a peça está submetida e o comportamento dela nesse domínio, como,
por exemplo, se o
elemento está sendo dimensionado para um colapso dúctil com aviso prévio, ocorrência de
fissuras e deformação excessiva do
aço, ou para uma ruptura frágil, sem aviso prévio e
colapso do concreto, o que também é extremamente relevante para a correta elaboração do
dimensionamento à flexão.

O principal objetivo do estudo do dimensionamento das


estruturas de concreto armado submetidas à flexão é proporcionar ao engenheiro civil
conhecimentos básicos de uso rotineiro para apresentar soluções estruturais às peças
submetidas a um esforço de momento fletor.

headset
Podcast
Agora a especialista Larissa Camporez
Araújo fará um resumo do conteúdo abordado.

Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR
6118: projeto de estruturas de concreto – procedimento. Rio de Janeiro: ABNT,
2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NBR 8953 C fi i Ri d J i ABNT 2015


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR
8953: Concreto para fins estruturais. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO


6892-2: materiais metálicos – ensaio de tração. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.

CARVALHO, R. C., FILHO, J. R. F. Cálculo e detalhamento de


estruturas usuais de concreto armado: segundo a NBR 6118:2014. 4. ed. São Carlos:
EdUFSCar, 2014. 

HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7. ed.


São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. 

PARIZOTTO, L. Concreto armado [recurso


eletrônico]. Porto Alegre: SAGAH, 2017.

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