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DESCRIÇÃO

Estado de tensão cisalhante. Treliça de Mörsch. Modelos I e II para cálculo no Estado Limite
Último. Dimensionamento das armaduras transversais das peças estruturais.

PROPÓSITO
É essencial para a formação de um engenheiro civil conhecer as tensões cisalhantes e os
modelos de cálculo utilizados para o dimensionamento das armaduras transversais dos
elementos estruturais em concreto armado, em construções de pequeno, médio ou grande
porte.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, tenha em mãos uma calculadora científica ou use a
calculadora de seu smartphone/computador.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Identificar as tensões e a analogia envolvidas na treliça de Mörsch


MÓDULO 2

Formular o dimensionamento de elementos de concreto armado submetidos ao cisalhamento


por meio do modelo I no Estado Limite Último

MÓDULO 3

Formular o dimensionamento de elementos de concreto armado submetidos ao cisalhamento


por meio do modelo II no Estado Limite Último

MÓDULO 4

Calcular o dimensionamento da armadura transversal dos elementos estruturais em concreto


armado

BEM-VINDO AOS ESTUDOS DE


DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE
CONCRETO ARMADO AO CISALHAMENTO

AVISO: orientações sobre unidades de medida.


ORIENTAÇÕES SOBRE UNIDADES DE MEDIDA

Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por
questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um
espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais
materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e
das unidades.

MÓDULO 1

 Identificar as tensões e a analogia envolvidas na treliça de Mörsch


AS TENSÕES PRINCIPAIS E AS FISSURAS

ESTUDO DAS TENSÕES E A TRELIÇA DE


MÖRSCH

Para um bom e correto dimensionamento dos elementos estruturais, é necessário que o


engenheiro calculista tenha domínio sobre as tensões que atuam nos elementos e a teoria
envolvida em seu dimensionamento. Em vigas, as principais tensões atuantes são:

Normal de flexão

(σ)

Provocada pelo momento fletor

(M )
.


Cisalhante

(τ )

Provocada pelo esforço cortante

(V )

A Imagem 1(a) apresenta uma viga biapoiada clássica com carregamento uniformemente
distribuído

(q)

e comprimento

(L)

 Imagem 1 – (a) Viga biapoiada com carregamento uniforme, seus diagramas de (b) esforço
cortante e (c) momento fletor
Os esforços internos dessa viga são o esforço cortante e o momento fletor, cujos diagramas
estão representados nas imagens 1 (b) e (c), respectivamente. Observa-se que o momento
fletor é máximo

2
q. L
( )
8

no meio do vão, onde o cortante é nulo. Isso ocorre porque a função do esforço cortante é a
derivada da função do momento fletor. Para a viga em questão, o esforço cortante máximo
ocorre em seus apoios, e o valor é

q. L

 ATENÇÃO

Nos tópicos seguintes, veremos como se relacionam as tensões normais e cisalhantes em uma
viga, a fim de obter as tensões principais no elemento. O foco de nosso estudo será o
dimensionamento de elementos submetidos ao cisalhamento.

ESTUDOS DAS TENSÕES

No estudo das tensões, vamos desprezar a presença de armadura e considerar o elemento


estrutural como um material em concreto, homogêneo, elástico linear e que apresenta a razão
da altura pelo comprimento pequena. Desse modo, poderemos utilizar a expressão do cálculo
de tensões normais com erros muito pequenos, ou seja, admitindo a hipótese de seções planas
que permanecem planas após as deformações.

Utilizaremos os conceitos da resistência dos materiais para o cálculo das tensões e


adotaremos as seguintes equações para tensão normal

(σ)

e tensão cisalhante transversal

(τ )
, respectivamente:

M
σ = ⋅ y
I

V ⋅ Q
τ =
t ⋅ I

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Sendo:

o momento fletor atuante na seção.

o momento de inércia da seção transversal em relação ao eixo do centro de gravidade.

a distância entre o centro de gravidade da seção transversal e o ponto onde será


calculada a tensão.

o esforço cortante atuante na seção.

o momento de primeira ordem (ou momento estático) da área da seção transversal


situada acima de onde se deseja calcular a tensão (área


A

, representada na Imagem 2).

a largura da seção transversal no ponto em que se deseja calcular a tensão de


cisalhamento (na Imagem 2, esse ponto pode estar localizado em qualquer posição sobre
a linha vermelha).
 Imagem 2 – Esquema que representa uma seção transversal genérica para o cálculo da
tensão cisalhante

NA IMAGEM ANTERIOR, NA REPRESENTA O EIXO QUE PASSA


PELO CENTRO DE GRAVIDADE DA SEÇÃO TRANSVERSAL,
OU SEJA, A LINHA NEUTRA;

y

É A DISTÂNCIA DO PONTO ONDE SE DESEJA CALCULAR A


TENSÃO CISALHANTE ATÉ A LINHA NEUTRA;

É A DISTÂNCIA ENTRE O CENTROIDE DA ÁREA



A

ATÉ A LINHA NEUTRA, E

dx

É UM COMPRIMENTO INFINITESIMAL DO ELEMENTO


ESTUDADO.
Com a finalidade de simplificar o assunto das tensões atuantes em elementos estruturais,
iremos restringir nosso estudo das tensões para vigas de seção retangular nos tópicos
seguintes.

ESTUDO DAS TENSÕES EM UMA VIGA

No estudo de tensões, vamos considerar uma viga biapoada com seção retangular de altura

(h)

e base

(b)

, com carregamento distribuído uniformemente. Conforme mostra a Imagem 1, a viga vai estar
submetida à ação do momento fletor e do esforço cortante. Consequentemente, teremos
tensão normal de flexão

(σ)

e tensão de cisalhamento transversal

(τ )

. Nessa situação, para uma seção qualquer da viga, a distribuição de tensões ocorre como
ilustra a Imagem 3.

 Imagem 3 – Distribuição de tensões em viga de seção retangular com carregamento


uniformemente distribuído
Na imagem anterior, podemos observar que a tensão normal de flexão tem distribuição linear
com valor máximo nas extremidades e nulo no eixo que passa pelo centroide (linha neutra).
Para um momento positivo, temos tensões de compressão acima da linha neutra e tensões de
tração abaixo da linha neutra.

A TENSÃO MÁXIMA DE COMPRESSÃO OCORRE NA FIBRA


SUPERIOR COM DISTÂNCIA DO CENTROIDE IGUAL A

ymá x,C

, ENQUANTO A TENSÃO MÁXIMA DE TRAÇÃO OCORRE NA


FIBRA INFERIOR, COM DISTÂNCIA DO CENTROIDE IGUAL A

ymá x,T

. ESSE CONCEITO IRÁ DETERMINAR A POSIÇÃO DA


ARMADURA LONGITUDINAL NO ELEMENTO ESTRUTURAL.
A tensão cisalhante tem o comportamento em formato de parábola. Se o esforço cortante for
positivo – o que ocorre até a metade do comprimento da viga, conforme se vê na Imagem 1b
–, têm-se apenas tensões cisalhantes positivas.

Ao contrário da tensão normal, a tensão cisalhante apresenta valores nulos nas extremidades e
máximo na linha neutra (Imagem 3). Para uma seção com esforço cortante negativo, têm-se
apenas tensões cisalhantes negativas.

Para vigas com outras situações de carregamento, podem ocorrer seções com momentos
negativos. Nesse caso, acima da linha neutra, teremos tensões normais de flexão de tração e,
abaixo da linha neutra, tensões de compressão.
 ATENÇÃO

Vale lembrar que as tensões de compressão são consideradas negativas, e as tensões de


tração, positivas.

O momento de inércia

(I )

e o momento estático

(Q)

, para uma viga retangular com área

(A)

igual a

b ⋅ h

, são dados, respectivamente, por:

3
b ⋅ h
I =
12

2
b h
2
Q = ( − y )
2 4

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Substituindo os valores na equação de tensão de cisalhamento, teremos, para a tensão


cisalhante máxima em uma seção retangular, a expressão dada por:

V
τma
ˊx = 1, 5 ⋅
A

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

TENSÕES PRINCIPAIS

Conhecidas as tensões atuantes em um ponto de uma seção, podemos obter o estado de


tensões, as tensões e as direções em qualquer plano desse ponto. O estado plano de tensões
de determinado ponto do elemento estrutural pode ser representado em uma visão
bidimensional, como ilustra a Imagem 4.

 Imagem 4 – Estado plano de tensões

A partir da visão bidimensional, podemos fazer um corte no elemento a partir de um ângulo

(θ)

e, desse modo, determinar as tensões atuantes no plano dado por esse ângulo, por meio do
equilíbrio estático, realizando o somatório de forças obtidos pelo esquema obtido na Imagem 5.

 Imagem 5 – Esquema para determinar as tensões em um plano qualquer do elemento

Da resistência dos materiais, sabemos que as tensões normais principais – ou seja, seus
valores máximo e mínimo – ocorrem quando a tensão cisalhante é nula. Com isso, podemos
determinar as tensões principais para o estado plano de tensões (
σ1

σ2

) de maneira analítica, utilizando a seguinte equação:

2
σx + σy σx − σy
2
σ1,2 = ± √( ) + τxy
2 2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Sendo

σ1

a tensão principal maior e

σ2

a tensão principal menor. A direção dessas tensões é dada por:

2 ⋅ τxy
tan 2θ =
σx − σy

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A fim de compreendermos melhor a diferença entre as tensões atuantes em determinado ponto


do elemento e as tensões principais desse ponto, vamos observar as Imagens 6 e 7.

Na Imagem 6, temos uma viga engastada com carga pontual aplicada em sua extremidade
livre. A Imagem 6 (b) mostra o corte a-a dessa viga, com os pontos de 1 a 5, cujos planos de
tensões e as tensões principais de cada ponto são apresentados na Imagem 7. Na Imagem 6
(c), tem-se representado a distribuição de tensões atuantes na seção do corte a-a.

 Imagem 6 – (a) Viga engastata com carga pontual (b) corte da seção a-a (c) distribuição de
tensões
Na Imagem 7, podemos observar que, nos pontos extremos 1 e 5, só atua a tensão normal,
sendo, no ponto 1, a tensão normal de tração e, no ponto 5, a tensão normal de compressão.
Como a tensão cisalhante não atua nesses pontos, a tensão normal de flexão já é a tensão
principal.

Os pontos 2 e 4 são pontos intermediários, sendo o ponto 2 na região de tração e o 4 na região


de compressão. Como a tensão cisalhante atua nesses pontos, as tensões principais não
atuam nesse plano e precisam ser calculadas.

O ponto 3 da Imagem 6 (b) está posicionado sobre a linha neutra, de modo que, nesse ponto,
não atua tensão normal, apenas tensões cisalhantes, como ilustra a Imagem 7. Em situações
como a do ponto 3, as tensões principais ocorrem no plano

θ = 45°

 Imagem 7 – Componentes de tensão e tensões principais da seção a-a da Imagem 6(a)


A importância de o engenheiro calculista conhecer as tensões principais de um elemento se
justifica porque, no concreto, as fissuras são perpendiculares à direção da tensão principal de
tração. Desse modo, conhecida a trajetória das tensões principais, é possível determinar as
trajetórias das fissuras/trincas e, com isso, determinar o posicionamento das armações do
elemento estrutural.

A Imagem 8 ilustra a ocorrência de fissuras em um ponto posicionado sobre a linha neutra,


onde têm-se apenas tensões cisalhantes atuando.

 Imagem 8 – Ocorrência de fissura em um ponto sobre a linha neutra de uma seção

TRELIÇA DE MÖRSCH

Como vimos, em geral, as vigas são solicitadas ao momento fletor e ao esforço cortante. A
armadura longitudinal tem a função de resistir às tensões de flexão, e a armadura transversal,
de resistir ao cisalhamento. A ruptura ocorre por formação de fissuras inclinadas causadas
pelos efeitos combinados de momento fletor e esforço cortante.

O MODELO DE CÁLCULO DE UM ELEMENTO EM CONCRETO


ARMADO RESISTENTE À TENSÃO CISALHANTE É
COMPLEXO, UMA VEZ QUE A RESISTÊNCIA AO
CISALHAMENTO DEPENDE DE DIVERSOS FATORES. ENTRE
TAIS FATORES, PODEMOS CITAR: GEOMETRIA DO
ELEMENTO, CLASSE DO CONCRETO, ARMADURA
LONGITUDINAL DE FLEXÃO, CARREGAMENTO, VÃO, TIPO DE
AÇO ETC.
Com a finalidade de simplificar os cálculos, W. Ritter e Mörsch apresentaram uma teoria para o
dimensionamento da armadura de cisalhamento que considerava o mecanismo resistente da
viga no estado II (fissurada) associado ao de uma treliça, em que as armaduras e o concreto
equilibram o esforço cortante de forma conjunta.

Ritter e Mörsch propuseram uma analogia entre a viga fissurada e a treliça. Nessa analogia, o
banzo superior representa o cordão de concreto comprimido, o banzo inferior representa a
armadura longitudinal de flexão

(As )

, as diagonais comprimidas representam as bielas de concreto entre as fissuras, e as diagonais


tracionadas representam a armadura transversal (de cisalhamento

(Asw )

. Essa analogia é ilustrada na Imagem 9.

 Imagem 9 – Analogia de Ritter e Mörsch

As hipóteses básicas consideradas para a analogia foram: fissuras (bielas de compressão) com
inclinação de 45°, banzos paralelos, treliça isostática (sem engastamento nos nós) e armadura
de cisalhamento (estribos) com inclinação entre 45° e 90°.

A tensão principal de tração

(σ1 )

será resistida pela armadura de cisalhamento

(Asw )

que deverá atravessar as fissuras. Já a tensão principal de compressão

(σ2 )

será resistida pelo concreto comprimido localizado entre as fissuras (bielas de concreto).

 SAIBA MAIS

A ABNT NBR 6118:2014 admite dois métodos de cálculo para verificação do cisalhamento:

Modelo de cálculo I: treliça clássica de Ritter e Mörsch.

Modelo de cálculo II: treliça generalizada de Mörsch.

Para resistir aos esforços de cisalhamento, podemos utilizar armaduras no formato de estribos
(que serão vistos no módulo 4) e barras dobradas. Nos módulos seguintes, serão apresentados
os modelos de cálculo admitidos pela norma, considerando os estribos como armadura
cisalhante.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2
 Formular o dimensionamento de elementos de concreto armado submetidos ao
cisalhamento por meio do modelo I no Estado Limite Último

A FORMULAÇÃO E EXEMPLO DE
APLICAÇÃO DO MODELO I

ESTADO LIMITE ÚLTIMO (NBR6118) –


MODELO I
Segundo a ABNT NBR 6118:2014, o Modelo I: treliça clássica de Ritter e Mörsch admite
bielas com inclinação

θ = 45°

e esforço cortante resistido por outros mecanismos

(Vc )

na seção, independentemente do esforço cortante de cálculo. Deve-se fazer as seguintes


verificações do dimensionamento no Estado Limite Último à força cortante (ELU-V):

Compressão da diagonal do concreto (biela) – consiste em verificar a ruptura por compressão


das diagonais de concreto.
Cálculo da armadura transversal – consiste em determinar a bitola do aço e o espaçamento
entre ramos.

Força cortante resistida para determinada quantidade de aço – consiste em verificar se a


armadura utilizada será capaz de resistir ao esforço cortante aplicado na seção.

Desse modo, a condição de segurança do elemento estrutural é satisfatória quando são


verificadas e atendidas, simultaneamente, as duas condições a seguir:

A) NÃO ESMAGAMENTO DAS BIELAS DE CONCRETO


VSd ≤ VRd2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Sendo

VSd

o esforço cortante de cálculo obtido por:

VSd = 1, 4 ⋅ (VG + VQ )

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Onde

VG

é o esforço cortante solicitante devido às forças permanentes,

VQ

é o esforço cortante solicitante devido às forças variáveis e

VRd2

é a força cortante de cálculo máxima resistida por compressão diagonal das bielas de concreto.

B) DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA
TRANSVERSAL
VSd ≤ VRd3 = Vc + Vsw

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Sendo

VRd3
a força cortante de cálculo máxima resistida pela diagonal tracionada,

Vc

a força cortante resistida por outros mecanismos e

Vsw

a força cortante de cálculo resistida pela armadura transversal.

A seguir, serão apresentadas as formulações para o modelo I e exemplos de aplicação.

FORMULAÇÃO PARA O MODELO I

Para obter as formulações que levam às verificações solicitadas pela norma, iremos considerar
a Treliça de Mörsch da Imagem 10, na qual o banzo superior e as diagonais comprimidas estão
em azul; e o banzo inferior e as diagonais tracionadas, em vermelho. As setas indicam as
forças internas referentes aos cortes a-a e b-b.

Na formulação utilizada em nosso estudo, iremos considerar os estribos na posição vertical, ou


seja, com ângulo de 90°.

 Imagem 10 – Treliça de Mörsch com representação dos cortes e forças internas

Os estribos verticais apresentam execução mais fácil. São elementos independentes, de modo
que podem ser melhor distribuídos e ter um diâmetro menor do que as barras longitudinais, o
que favorece a aderência e a fissuração. Além disso, auxiliam na montagem da armadura
longitudinal e podem resistir sozinhos a todo o esforço cortante. Também auxiliam na
distribuição de tensões de tração produzidas pela transmissão de esforços entre concreto e
aço

A Imagem 11 apresenta, de forma esquemática, as forças e as distâncias referentes ao corte a-


a. Sendo

Fc

a força de compressão no concreto,

Fs

a força de tração da armadura longitudinal e

a força de compressão das bielas de concreto, que é dada por:

C = b ⋅ (z ⋅ cos θ) ⋅ ν ⋅ fcd

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Nesse caso, o coeficiente de redução da resistência do concreto fissurado por força cortante

(ν)

é dado por:

fck
ν = 0, 6 ⋅ (1 − ) ,  sendo fck  em M P a
250

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

 Imagem 11 – Corte a-a da treliça de Mörsch


Do esquema da Imagem 11, podemos realizar o somatório das forças verticais, de modo que:

+
∑ Fy ↑ = 0 : VRd2 − C ⋅ sin θ = 0

VRd2 = b ⋅ z ⋅ v ⋅ fcd ⋅ cos θ ⋅ sin θ

VRd2 = 0, 45 ⋅ b ⋅ v ⋅ fcd ⋅ sin 2θ

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Para o modelo I, em que

θ = 45°

, temos que:

VRd2 = 0, 45  ⋅  b  ⋅  d  ⋅  ν. fcd

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Para a formulação de cálculo da armadura transversal, iremos utilizar o corte b-b da Imagem
10, que está representado na Imagem 12.

 Imagem 12 – Corte b-b da treliça de Mörsch

Do esquema da Imagem 12, podemos realizar o somatório das forças verticais. Com isso,
temos:

+
∑ Fy ↑ = 0 : VSd − Vsw − Vc = 0 → Vsw = VSd − Vc

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Onde

Vc
, para o modelo I de cálculo, é dado por:

Para elementos tracionados, quando a linha neutra se situa fora da seção:

Vc = 0

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Para elementos submetidos à flexão simples e flexo-tração, com a linha neutra cortando a
seção:

Vc = 0, 6  ⋅  b  ⋅  d  ⋅  fctd

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Sendo

fctd

a resistência de cálculo do concreto à tração, que é igual a:

fctk
fctd =
1, 4

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Em que

fctk

é a resistência característica do concreto à tração e é dada por:

fctk = 0, 7 ⋅ fctm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Onde

fctm

é a resistência média do concreto à compressão e é calculada pela equação:

2/3
fctm = 0, 3 ⋅ f
ck

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Sendo assim,

Asw
Vsw = z ⋅ ⋅ fywd ⋅ cot θ
s
Asw
Vsw = 0, 9 ⋅ d ⋅ ⋅ fywd ⋅ cot θ
s

< class='material-icons'> Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem


horizontal

Onde

fywd

é a resistência de cálculo de escoamento do aço da armadura transversal, dada por:

fywk
fywd =
1, 15

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Sendo

fywk

a resistência característica de escoamento do aço da armadura transversal. Para aço CA-50,

fywk = 500 M P a

, e para aço CA-60,

fywk = 600 M P a

Teremos:

(Vd − Vc ) ⋅ s
Asw =
0, 9 ⋅ d ⋅ fywd ⋅ cot θ

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como o modelo I considera

θ = 45°

, a área de aço da armadura transversal será dada por:

(Vd − Vc ) ⋅ s
Asw =
0, 9 ⋅ d ⋅ fywd

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Onde
s

é o espaçamento longitudinal entre estribos, sendo utilizado igual a 100cm para obter

Asw

em

2
cm /m

. É importante observar que

Asw

é a armadura transversal por unidade de comprimento da viga, e

Asw

é a área de todos os ramos verticais do estribo.

Como é mais conveniente trabalharmos com valores adimensionais, iremos determinar

ρsw,α

, que é a taxa geométrica da armadura transversal. Ela é determinada em função do ângulo do


estribo,

, e, como estamos adotando o estribo vertical, ou seja,

α = 90°

, a equação será dada por:

volume de a ço 1, 11 ⋅ Vsw
ρsw,90 = =
volume de concreto b  ⋅  d  ⋅ fywd

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Ao comparar as taxas de aço do estribo com

α = 90°

e uma barra de aço dobrada com

α = 45°

, verifica-se que as taxas são iguais, de modo que o custo é o mesmo. No entanto, a barra
dobrada apresenta uma série de desvantagens, como:
Execução mais difícil, utilizada junto aos estribos, podendo resistir a, no máximo, 60% do
Esforço Cortante.

Tem bitola maior do que os estribos, prejudicando o controle de fissuração.

Apresenta deficiência na ancoragem das bielas comprimidas junto à região tracionada.

Caso só haja barras dobradas, aparece um efeito de fendilhamento junto à ancoragem da


biela.

Pelos motivos citados, não serão desenvolvidas as formulações que consideram

45°  ≤  α  <  90°

Com o avanço das pesquisas experimentais utilizando o modelo I, verificou-se que os cálculos
realizados com esse modelo conduziam a uma armadura transversal exagerada. Isso significa
que a tensão real atuante na armadura é menor do que a obtida nos cálculos. Os
pesquisadores atribuíram essa diferença a alguns fatores, como:

A treliça é hiperestática, e não isostática, como considerada no modelo. Desse modo, os


nós não podem ser considerados como articulações perfeitas.

Nas regiões com maior força cortante, a inclinação das fissuras é menor do que 45°. No
modelo I, admite-se que a inclinação das fissuras seja de 45°.

Uma parte do esforço cortante é absorvido na região do concreto comprimido, por conta
dos esforços de flexão.

Os banzos não são paralelos conforme considerado. O banzo superior, comprimido, é


inclinado.

As bielas de concreto comprimidas estão parcialmente engastadas na ligação com o


banzo comprimido, portanto, são submetidas a esforços de flexocompressão, o que alivia
os montantes ou diagonais tracionadas.
As bielas são mais rígidas do que os montantes ou diagonais tracionadas, e absorvem
uma parcela maior do esforço cortante do que a determinada no modelo I.

A quantidade de armadura longitudinal influencia o esforço da armadura transversal, o


que também não é considerado no modelo I.

 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal

O Modelo I: treliça clássica de Ritter e Mörsch é um modelo mais simplificado, que garante
valores mais conservadores para área de armadura transversal

(Asw )

. No próximo módulo, será apresentado o modelo II de cálculo.

TENSÕES NO MODELO I

As tensões, por definição matemática, são força dividida pela área. A seguir, apresentamos as
tensões envolvidas na formulação do ELU-V para o modelo I:

a) Tensão resistida por outros mecanismos

(τc )

– é a tensão relativa à força cortante dos mecanismos, que corresponde ao engrenamento


ocorrido entre as partes de concreto separadas pelas fissuras inclinadas e a resistência da
armadura longitudinal, que é utilizada como apoio para as bielas de concreto

(Vc )

. É dada pela equação:

Vc
τc =
b ⋅ d

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

b) Tensão cisalhante solicitante de cálculo

(τSd )
– é a tensão que corresponde à força cortante solicitante de cálculo que atua na seção

(VSd )

. É dada pela equação:

vSd
τSd =
b ⋅ d

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

c) Tensão combatida pela armadura transversal

(τSw )

– é a tensão que corresponde à força cortante de cálculo resistida pela armadura transversal

(VSw )

. É dada pela equação:

VSw
τSw =
b ⋅ d

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

d) Tensão máxima resistida pela biela de concreto comprimida

(τRd2 )

– é a tensão que corresponde à força cortante de cálculo máxima resistida por compressão
diagonal das bielas de concreto

(VRd2 )

. É dada pela equação:

VRd2
τRd2 = = 0, 45 ⋅ v ⋅ fcd
b ⋅ d

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

As formulações de dimensionamento para o ELU-V podem ser obtidas por meio das tensões. A
verificação do esmagamento das bielas de concreto pode ser realizada pela comparação:

τSd ≤ τRd2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

E a área da armadura transversal pode ser obtida por meio da relação:


τSw ≥ τSd − τc

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

APLICAÇÃO PARA O MODELO I – EXEMPLO 1

O carregamento de cálculo e o diagrama de esforço cortante da Viga 1 de um sistema


estrutural é mostrado na Imagem 13. Os vãos da viga apresentam comprimento de 5,0m, e os
carregamentos são 48,0kN/m nos vãos 1 e 3, e 36kN/m no vão 2. A viga apresenta seção
transversal com altura

h = 50cm

e base

b = 15cm

. O concreto a ser utilizado terá resistência característica à compressão

fck = 30M P a

, e o aço será o CA-50.

 Imagem 13 – Viga e seu diagrama de esforço cortante do exemplo

EXEMPLO A
Verifique se ocorre o esmagamento das bielas de concreto e determine a área de aço da
armadura transversal a ser utilizada nos vãos 1 e 3.

SOLUÇÃO
• Verificação do esmagamento das bielas de concreto

Temos:

fck 30
v = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 528
250 250

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Considerando

d = 0, 9 ⋅ h

, temos:

3, 0
VRd2 = 0, 45 ⋅ b ⋅  d ⋅  v ⋅ fcd = 0, 45 ⋅ 15 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅ 0, 528 ⋅ = 343, 67kN
1, 4

VSd ≤ VRd2 → 141, 0kN < 343, 67kN

, OK!

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Logo, não ocorre o esmagamento das bielas de concreto!

• Área de aço da armadura transversal

Temos:

2/3 2/3
fctm = 0, 3 ⋅ f = 0, 3 ⋅ 30 = 0, 2896M P a
ck

fctk = 0, 7 ⋅ fctm = 0, 7 ⋅ 0, 2896 = 2, 0272M P a

fctk 2, 0272
fctd = = = 1, 448M P a
1, 4 1, 4

Vc = 0, 6 ⋅ b ⋅ d ⋅ fctd = 0, 6 ⋅ 15 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅ 0, 1448 = 58, 64kN

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Considerando

d = 0, 9 ⋅ h

, temos:
(VSd − Vc ) ⋅ s (141 − 58, 64) ⋅ 100
2
Asw = = = 4, 68cm /m
50
0, 9 ⋅ d ⋅ fywd
0, 9 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅
1,15

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

EXEMPLO B

Verifique se ocorre o esmagamento das bielas de concreto e determine a área de aço


transversal a ser utilizada no vão 2.

SOLUÇÃO
• Verificação do esmagamento das bielas de concreto

fck 30
v = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 528
250 250

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Considerando

d = 0, 9 ⋅ h

, temos:

3, 0
VRd2 = 0, 45 ⋅  b ⋅ d  ⋅  v ⋅ fcd = 0, 45 ⋅ 15 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅ 0, 528 ⋅ = 343, 7kN
1, 4

VSd ≤ VRd2 → 90, 0kN < 343, 7kN

, OK!

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Logo, não ocorre o esmagamento das bielas de concreto!

• Área de aço da armadura transversal

2/3 2/3
fctm = 0, 3 ⋅ f = 0, 3 ⋅ 30 = 0, 2896M P a
ck

fctk = 0, 7 ⋅ fctm = 0, 7 ⋅ 0, 2896 = 2, 0272M P a

fctk 2, 0272
fctd = = = 1, 448M P a
1, 4 1, 4

Vc = 0, 6 ⋅ b ⋅ d ⋅ fctd = 0, 6 ⋅ 15 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅ 0, 1448 = 58, 64kN


 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Considerando

d = 0, 9 ⋅ h

, temos:

(VSd − Vc ) ⋅ s (90, 0 − 58, 64) ⋅ 100


2
Asw = = = 1, 78cm /m
50
0, 9 ⋅ d ⋅ fywd 0, 9 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅
1,15

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

APLICAÇÃO PARA O MODELO I – EXEMPLO 2

O proprietário de uma casa resolveu acrescentar um andar para construção de um quarto de


visitas sobre a área gourmet, que fica nos fundos da casa. Para isso, contratou um engenheiro
calculista que, de posse do projeto estrutural, retirou as seguintes informações de uma viga
existente:

Altura:

h  =  50cm

Base:

b  =  14cm

Concreto:

fck   =  25M P a

Aço: CA-50

Área de aço da armadura transversal:

2
Asw   =  5, 40cm /m
Com essas informações, vamos determinar o esforço cortante máximo que essa viga suporta,
calculado pelo engenheiro.

SOLUÇÃO
2/3 2/3
fctm = 0, 3 ⋅ f = 0, 3 ⋅ 25 = 2, 565M P a
ck

fctk = 0, 7 ⋅ fctm = 0, 7 ⋅ 2, 565 = 1, 7955M P a

fctk 1, 7955
fctd = = = 1, 282M P a
1, 4 1, 4

Vc = 0, 6 ⋅ b ⋅ d ⋅ fctd = 0, 6 ⋅ 14 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅ 0, 1282 = 48, 46kN

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Considerando

d = 0, 9 ⋅ h

, temos:

(VSd − Vc ) ⋅ s Asw ⋅ 0, 9 ⋅ d ⋅ fywd


Asw = → Vd = + Vc
0, 9 ⋅ d ⋅ fywd s

50
5, 40 ⋅ 0, 9 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅
1,15
VSd = + 48, 46 = 143, 55kN
100

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

O maior esforço cortante solicitante

(Vs )

que poderá ser aplicado a essa viga será:

VSd 143, 55
Vs = = = 102, 54kN
γ 1, 4

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3

 Formular o dimensionamento de elementos de concreto armado submetidos ao


cisalhamento por meio do modelo II no Estado Limite Último

ALTERAÇÕES DO MODELO I PARA O


MODELO II E EXEMPLO DE APLICAÇÃO DO
MODELO II

ESTADO LIMITE ÚLTIMO (NBR 6118) –


MODELO II
Por conta das simplificações da estrutura adotada para a formulação do Modelo I: treliça
clássica de Ritter e Mörsch, foram obtidos valores bem acima do necessário para a área de
armadura transversal utilizada para resistir ao cisalhamento. No entanto, é extremamente
complexo introduzir todas as variáveis no cálculo da treliça, visto que levaria a dificuldades
matemáticas consideráveis.

A Treliça Generalizada de Mörsch (modelo II) também é um modelo simplificado, mantendo os


princípios do modelo da treliça. No entanto, para essa formulação, foram considerados
resultados de ensaios.

 SAIBA MAIS

Na ABNT NBR 6118:2014, o Modelo II: treliça generalizada de Mösch admite bielas com
inclinação de

30° ≤ θ ≥ 45°

. O esforço cortante resistido por outros mecanismos

(Vc )

na seção sofre redução com o aumento do esforço cortante de cálculo

(VSd )

.
Além disso, deve-se fazer as seguintes verificações para o dimensionamento no Estado Limite
Último à Força Cortante (ELU-V):

COMPRESSÃO DA DIAGONAL DO CONCRETO (BIELA).


CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL.
FORÇA CORTANTE RESISTIDA PARA DETERMINADA
QUANTIDADE DE AÇO.
Desse modo, a condição de segurança do elemento estrutural é satisfatória quando são
verificadas e atendidas simultaneamente, pelo ELU-V, as duas condições seguintes:

NÃO ESMAGAMENTO DAS BIELAS DE CONCRETO.


VSd ≤ VRd2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA TRANSVERSAL.


Vd ≤ VRd3 = Vc + Vsw

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

FORMULAÇÃO PARA O MODELO II

Para obter as formulações que levam às verificações solicitadas pela norma, iremos considerar
novamente a Treliça de Mörsch da Imagem 10, na qual o banzo superior e as diagonais
comprimidas estão em azul, e o banzo inferior e as diagonais tracionadas em vermelho.
 Imagem 10 – Treliça de Mörsch com representação dos cortes e forças internas

As setas indicam as forças internas referentes aos cortes a-a e b-b. Na formulação utilizada
neste conteúdo, iremos considerar os estribos na posição vertical, ou seja, com ângulo de 90°.

A Imagem 11 apresenta, de forma esquemática, as forças e as distâncias referentes ao corte a-


a.

 Imagem 11 – Corte a-a da treliça de Mörsch

Sendo

Fc

a força de compressão no concreto,

Fs

a força de tração da armadura longitudinal e

C
a força de compressão das bielas de concreto, que é dada por:

C = b ⋅ (z ⋅ cos θ) ⋅ ν\cdotf
cd

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Onde o coeficiente de redução da resistência do concreto fissurado por força cortante

(ν)

é dado por:

fck
v = 0, 6 ⋅ (1 − ) , sendo fck  em M P a
250

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Do esquema da Imagem 11, podemos realizar o somatório das forças verticais, de modo que:

+
∑ Fy ↑ = 0 : VRd2 − C ⋅ sin θ = 0

VRd2 = b ⋅ z ⋅ v ⋅ fcd ⋅ cos θ ⋅ sin θ

VRd2 = 0, 45 ⋅ b ⋅ v ⋅ fcd ⋅ sin 2θ

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

No modelo II temos:

30° ≤ θ ≥ 45°

Para a formulação de cálculo da armadura transversal, iremos utilizar o corte b-b da Imagem
10, que está representado na Imagem 12.
 Imagem 12 – Corte b-b da treliça de Mörsch

Do esquema da Imagem 12, podemos realizar o somatório das forças verticais, de modo que:

+
∑ Fy ↑ = 0 : Vd − Vsw − Vc = 0 → Vsw = Vd − Vc

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Onde

Vc

para o modelo II de cálculo é dado por:

Para elementos tracionados quando a linha neutra se situa fora da seção

Vc = 0

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Para elementos submetidos à flexão simples e flexo tração com a linha neutra cortando a
seção, iremos considerar a seguinte formulação

V0 = 0, 6 ⋅ b ⋅ d ⋅ fctd

Vc = V0 , se : VSd ≤ V0

VRd2 − VSd
Vc = ( ) ⋅ V0 , se : VSd > V0
VRd2 − V0

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Sendo

fctd

a resistência de cálculo do concreto à tração, que é igual a:

fctk
fctd =
1, 4

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Em que,

fctk

é a resistência característica do concreto à tração e é dada por:

fctk = 0, 7 ⋅ fctm
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Onde

fctm

é a resistência média do concreto à compressão, e é calculada por meio da equação:

2/3
fctm = 0, 3 ⋅ f
ck

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Sendo assim,

Asw
Vsw = z ⋅ ⋅ fywd ⋅ cot θ
s

Asw
Vsw = 0, 9 ⋅ d ⋅ ⋅ fywd ⋅ cot θ
s

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Logo,

(Vd − Vc ) ⋅ s
Asw =
0, 9 ⋅ d ⋅ fywd ⋅ cot θ

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Onde

é o espaçamento longitudinal entre estribos, sendo utilizado igual a 100cm para obter

Asw

em

2
cm /m

. É importante observar que

Asw

é a armadura transversal por unidade de comprimento da viga e

Asw

é a área de todos os ramos verticais do estribo. No modelo II, temos:


30° ≤ θ ≥ 45°

Como é mais conveniente trabalharmos com valores adimensionais, iremos determinar

ρsw,α

, que é a taxa geométrica da armadura transversal. Ela é determinada em função do ângulo do


estribo,

, e, como aqui estamos adotando o estribo vertical, ou seja,

α  =  90°

, a equação será dada por:

volume de a ço 1, 11 ⋅ Vsw
ρsw,90 = =
volume de concreto b ⋅ d ⋅  fywd ⋅ cot θ

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

O modelo II é dito refinado quando utilizamos

θ  =  30°

TENSÕES NO MODELO II

Já sabemos que as tensões, por definição matemática, são força dividida pela área. Neste
tópico, serão apresentadas as tensões envolvidas na formulação do ELU-V para o Modelo II.

a) Tensão resistida por outros mecanismos

(τc )

é a tensão relativa à força cortante dos mecanismos, que corresponde ao engrenamento


ocorrido entre as partes de concreto separadas pelas fissuras inclinadas e a resistência da
armadura longitudinal, que é utilizada como apoio para as bielas de concreto

(Vc )

. É dada pela equação:


Vc
τc =
b ⋅ d

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

b) Tensão cisalhante solicitante de cálculo

(τSd )

é a tensão que corresponde à força cortante solicitante de cálculo que atua na seção

(VSd )

. É dada pela equação:

VSd
τSd =
b ⋅ d

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

c) Tensão combatida pela armadura transversal

(τSw )

é a tensão que corresponde à força cortante de cálculo resistida pela armadura transversal

(VSw )

. É dada pela equação:

VSw
τSw =
b ⋅ d

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

d) Tensão máxima resistida pela biela de concreto comprimida

(τRd2 )

é a tensão que corresponde à força cortante de cálculo máxima resistida por compressão
diagonal das bielas de concreto

(VRd2 )

. É dada pela equação:

VRd2
τRd2 = = 0, 45 ⋅ v ⋅ fcd ⋅ sin 2θ
b ⋅ d

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


As formulações de dimensionamento para o ELU-V podem ser obtidas por meio das tensões. A
verificação do esmagamento das bielas de concreto pode ser realizada comparando:

τSd ≤ τRd2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

E a área da armadura transversal pode ser obtida pela relação:

τSw ≥ τSd − τc

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

APLICAÇÃO PARA O MODELO II – EXEMPLO 1

A fim de realizarmos uma comparação entre os valores de

Asw

obtidos para o modelo I

(θ  =  45°)

e para o modelo II refinado

(θ  =  30°)

, iremos realizar os mesmos exemplos que vimos no módulo 2, mas com

θ  =  30°

, no modelo II.

O carregamento de cálculo e o diagrama de esforço cortante da Viga 1 de um sistema


estrutural é mostrado na Imagem 13, que é repetida a seguir. Os vãos da viga apresentam
comprimento de 5,0m, e os carregamentos são 48,0kN/m nos vãos 1 e 3, e 36kN/m no vão 2. A
viga apresenta seção transversal com altura

h  =  50cm

e base

b  =  15cm

. O concreto a ser utilizado terá resistência característica à compressão

fck   =  30M P a
, e o aço será o CA-50.

 Imagem 13 – Viga e seu diagrama de esforço cortante do exemplo

EXEMPLO A

Verifique se ocorre o esmagamento das bielas de concreto e determine a área de aço da


armadura transversal a ser utilizada nos vãos 1 e 3.

SOLUÇÃO
• Verificação do Esmagamento das bielas de concreto

Temos

fck 30
v = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 528
250 250

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Considerando

d  =  0, 9 ⋅ h

, temos:

3, 0
VRd2 = 0, 45 ⋅ b ⋅ d ⋅ v ⋅ fcd ⋅ sin 2θ = 0, 45 ⋅ 15 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅ 0, 528 ⋅ ⋅ sin 60 = 297, 65kN
1, 4

VSd ≤ VRd2 → 141, 0kN < 297, 65kN

, OK!
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Logo, não ocorre o esmagamento das bielas de concreto!

• Área de aço da armadura transversal

Temos:

2/3 2/3
fctm = 0, 3 ⋅ f = 0, 3 ⋅ 30 = 0, 2896M P a
ck

fctk = 0, 7 ⋅ fctm = 0, 7 ⋅ 0, 2896 = 2, 0272M P a

fctk 2, 0272
fctd = = = 1, 448M P a
1, 4 1, 4

V0 = 0, 6 ⋅ b ⋅ d ⋅ fctd = 0, 6 ⋅ 15 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅ 0, 1448 = 58, 64kN

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como

VSd > V0

, pois

141kN > 58, 64kN

Vc

é dado por:

VRd2 − VSd 297, 65 − 141


Vc = ( ) ⋅ V0 = ( ) ⋅ 58, 64
VRd2 − V0 297, 65 − 58, 64

Vc = 38, 43kN

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Considerando

d  =  0, 9 ⋅ h

, temos:

(VSd − Vc ) ⋅ s (141 − 38, 43) ⋅ 100


2
Asw = = = 3, 36cm /m
50
0, 9 ⋅ d ⋅ fywd ⋅ cot θ 0, 9 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅ ⋅ cot 30
1,15

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


No exemplo,

Asw

do modelo refinado foi de

3, 36cm /m²

, enquanto do modelo I foi

4, 68cm /m²

. Desse modo, utilizando-se o modelo de cálculo I, obteve-se uma taxa de armadura de cerca
de 39% maior do que utilizando-se o modelo de cálculo II com

θ = 30°

. Além da redução da taxa de armadura, pela formulação do modelo refinado, também se


observou uma redução da força cortante de cálculo máxima resistida por compressão diagonal
das bielas de concreto

(VRd2 )

EXEMPLO B

Verifique se ocorre o esmagamento das bielas de concreto e determine a área de aço


transversal a ser utilizada no vão 2.

SOLUÇÃO
• Verificação do Esmagamento das bielas de concreto

Temos:

fck 30
v = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 528
250 250

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Considerando

d  =  0, 9 ⋅ h

, temos:
3, 0
VRd2 = 0, 45 ⋅ b  ⋅  d ⋅v ⋅ fcd ⋅ sin 2θ = 0, 45 ⋅ 15 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅ 0, 528 ⋅ ⋅ sin 60 = 297, 65kN
1, 4

Vd ≤ VRd2 → 90, 0kN < 297, 65kN

, OK!

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Logo, não ocorre o esmagamento das bielas de concreto!

• Área de aço da armadura transversal

Temos:

2/3 2/3
fctm = 0, 3 ⋅ f = 0, 3 ⋅ 30 = 0, 2896M P a
ck

fctk = 0, 7 ⋅ fctm = 0, 7 ⋅ 0, 2896 = 2, 0272M P a

fctk 2, 0272
fctd = = = 1, 448M P a
1, 4 1, 4

V0 = 0, 6 ⋅ b ⋅ d ⋅ fctd = 0, 6 ⋅ 15 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅ 0, 1448 = 58, 64kN

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como:

VSd > V0

, pois:

90 kN > 58, 64kN

Vc

é dado por:

VRd2 − VSd 297, 65 − 90


Vc = ( ) ⋅ V0 = ( ) ⋅ 58, 64
VRd2 − V0 297, 65 − 58, 64

Vc = 50, 95kN

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Considerando

d  =  0, 9 ⋅ h

, temos:
(VSd − Vc ) ⋅ s (90 − 50, 95) ⋅ 100
2
Asw = = = 1, 28cm /m
50
0, 9 ⋅ d ⋅ fywd ⋅ cot θ
0, 9 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅ ⋅ cot 30
1,15

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como era esperado,

Asw

VRd2

no modelo refinado foram menores do que os valores encontrados utilizando o Modelo I de


cálculo.

APLICAÇÃO PARA O MODELO II – EXEMPLO 2

O proprietário de uma casa resolveu acrescentar um andar para construção de um quarto de


visitas sobre a área gourmet, que fica nos fundos da casa. Para isso, contratou um engenheiro
calculista de posso do projeto estrutural, retirou as seguintes informações de uma viga
existente:

Altura:

h  =  50cm

Base:

b  =  14cm

Concreto:

fck   =  25M P a

Aço: CA-50

Área de aço da armadura transversal:


2
Asw   =  5, 40cm /m

Com essas informações, determine o esforço cortante máximo que essa viga suporta.

SOLUÇÃO
Calculando:

2/3 2/3
fctm = 0, 3 ⋅ f = 0, 3 ⋅ 25 = 2, 565M P a
ck

fctk = 0, 7 ⋅ fctm = 0, 7 ⋅ 2, 565 = 1, 7955M P a

fctk 1, 7955
fctd = = = 1, 282M P a
1, 4 1, 4

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Considerando

d  =  0, 9 ⋅ h

, temos:

V0 = 0, 6 ⋅ b ⋅ d ⋅ fctd = 0, 6 ⋅ 14 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅ 0, 1282 = 48, 46kN

fck 25
v = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 54
250 250

2, 5
VRd2 = 0, 45 ⋅  b ⋅  d ⋅  v ⋅ fcd ⋅ sin 2θ = 0, 45 ⋅ 14 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅ 0, 54 ⋅ ⋅ sin 60 = 236, 75kN
1, 4

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Vamos considerar:

VSd > V0

, e calcular

Vc

como:

VRd2 − VSd 236, 75 − VSd


Vc = ( ) ⋅ V0 = ( ) ⋅ 48, 46
VRd2 − V0 236, 75 − 48, 46

Vc = 60, 93 − 0, 257 ⋅ VSd kN

(VSd − Vc ) ⋅ s Asw ⋅ 0, 9 ⋅ d ⋅ fywd ⋅ cot θ


Asw = → VSd = + Vc
0, 9 ⋅ d ⋅ fywd ⋅ cot θ s
50
5, 40 ⋅ 0, 9 ⋅ 0, 9 ⋅ 50 ⋅ ⋅ cot 30
1,15
VSd = + (60, 93 − 0, 257 ⋅ VSd )
100

VSd + 0, 257 ⋅ VSd = 164, 7 + (60, 93)

1, 257 ⋅ VSd = 225, 63

VSd = 179, 50kN

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

O maior esforço cortante solicitante

(Vs )

que poderá ser aplicado a essa viga será:

Vd 179, 50
Vs = = = 128, 21kN
γ 1, 4

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 4

 Calcular o dimensionamento da armadura transversal dos elementos estruturais em


concreto armado
EXEMPLO COMPLETO DE
DIMENSIONAMENTO DE UMA VIGA AO ELU-
V

CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL

Nos módulos anteriores, estudamos o comportamento das tensões normais e cisalhantes no


elemento e vimos as formulações para os dois modelos de cálculos admitidos pela NBR
6118:2014 para o dimensionamento de elementos submetidos ao cisalhamento. Ambos os
modelos de cálculo apresentam formulações para a verificação do esmagamento das bielas de
concreto comprimidas e para a determinação da área de aço da armadura transversal.

Neste módulo, iremos acrescentar alguns requisitos da norma para o dimensionamento da


armadura transversal. Veremos os conceitos e formulações para área e taxa de armadura
transversal mínima e dimensionamento dos estribos. Em seguida, será apresentado um
exemplo completo de dimensionamento de uma viga quanto ao ELU-V.

ÁREA E TAXA DE ARMADURA TRANSVERSAL


MÍNIMA

A área de armadura transversal mínima

(Asw,mín )

é área mínima que pode ser adotada no dimensionamento da armadura. Ou seja, nos cálculos
de

ASw

utilizando o modelo I ou o modelo II, caso aconteça de obter um valor de

ASw < A
Sw,m n í

, deve-se adotar para o projeto

Asw,mín

, que, segundo a ABNT NBR 6118:2014, pode ser obtida pela equação:

fctm
Asw,min = 0, 2 ⋅ b ⋅ s ⋅
fywk

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Além da área de aço de armadura transversal mínima, também pode-se calcular a taxa mínima
de armadura transversal

(ρ )
í
w,m n

por meio da equação:

Asw,min
ρw,min =
b ⋅ s

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


 ATENÇÃO

Lembrando que as formulações devem considerar estribos na posição vertical.

A seguir, serão apresentados o dimensionamento e o detalhamento dos estribos.

ESTRIBOS
Os estribos, utilizados para resistir ao cisalhamento, podem ser utilizados fechados ou abertos.
Segundo a ABNT NBR 6118:2014, os estribos precisam ter um ramo horizontal que envolvam
as barras da armadura longitudinal de tração, que é a região de apoio das bielas de concreto, e
precisam ser ancorados na extremidade oposta.

 ATENÇÃO

Se a extremidade estiver em região tracionada, o estribo deverá ter o ramo horizontal fechado
ou completado por barra adicional.

A Imagem 14 mostra como os estribos vêm identificados no projeto estrutural de uma viga. Na
parte superior da viga V8, tem-se a informação: N3 c/12, 28

5. Lê-se da seguinte forma: na posição N3, têm-se estribos com diâmetro de 5mm, espaçados
a cada 12cm; no comprimento da viga entre o pilar P11 e o pilar P4, serão necessárias 28
peças desse estribo que está representado no corte A. Nesse corte, temos a posição do estribo
na seção transversal e as medidas de cada ramo (22cm para os ramos verticais e 9cm para os
ramos horizontais). O comprimento total de uma peça desse estribo, que é fechado, é de 77cm,
já incluso as dobras.
 Imagem 14 – Identificação da armadura transversal (estribos) no projeto de uma viga

Na Imagem 15, são apresentados os principais tipos de estribos. Os estribos simples fechado e
aberto possuem dois ramos; o estribo duplo fechado possui quatro ramos, e o estribo triplo
fechado que possui 6 ramos. Os ramos são obtidos fazendo-se um corte horizontal no estribo.
A quantidade de barras “cortadas” é a quantidade de ramos do estribo.

 Imagem 15 – Principais tipos de estribos

O espaçamento

(s)

entre estribos é dado pela equação:

Asw ⋅ d ⋅ fywd
s =
1, 10 ⋅ VSd

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

De acordo com a ABNT NBR 6118:2014, o diâmetro da barra do estribo


(ϕt )

precisa atender aos seguintes limites:

b
5mm < ϕt <
10

. Para barras lisas, o diâmetro não pode ser superior a 12mm. Já em caso de estribos
formados por telas soldadas, o diâmetro mínimo pode ser reduzido para 4,2mm, desde que
tomados os cuidados contra a corrosão. O ângulo de inclinação das armaduras transversais
em relação ao eixo do elemento estrutural

(α)

deve estar entre 45° e 90°. No entanto, devido à facilidade de montagem, na maioria dos
projetos, os estribos são posicionados na vertical com

α = 90°

A NORMA PERMITE A UTILIZAÇÃO DE BARRAS


TRANSVERSAIS SOLDADAS, DEVIDAMENTE ANCORADAS,
COMBINADAS COM ESTRIBOS FECHADOS, MANTIDA NA
PROPORÇÃO RESISTENTE DE 60 % PARA AS BARRAS. CASO
NÃO SEJAM UTILIZADOS ESTRIBOS, A TOTALIDADE DA
ARMADURA TRANSVERSAL DEVE SER DE BARRAS
SOLDADAS.
A ABNT NBR 6118:2014 estabelece o espaçamento máximo entre estribos

(smá x )

e o espaçamento transversal

(s
t,m áx)

. O espaçamento mínimo entre estribos, medido segundo o eixo longitudinal do elemento


estrutural, deve ser suficiente para permitir a passagem do vibrador para obter um bom
adensamento do concreto. O

sm á x

deve atender às seguintes condições:


$$s_{max} \leq\left\{\begin{array}{l} 0,6 \cdot d \leq 300 mm,\ \mathrm{se}\ V_{S d} \leq 0,67
\cdot V_{R d 2} \\ 0,3 \cdot d \leq 200 mm,\ \mathrm{se}\ V_{S 0,67 \cdot V_{R d 2}
\end{array}\right.$$

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Já o

st,má x

, medido entre ramos sucessivos de estribos, não poderá exceder os seguintes valores:

d ≤ 800mm,  se VSd ≤ 0, 20 ⋅ VRd2


st,max ≤ {
0, 6 ⋅ d ≤ 350mm,  se VSd > 0, 20 ⋅ VRd2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A Imagem 16 ilustra, de forma esquemática, a representação de

sm á x

st,má x

nos cortes da viga longitudinal e transversal, respectivamente.

 Imagem 16 – Representação esquemática de

s
m áx

st,má x
CARGAS PRÓXIMAS AOS APOIOS

Ensaios experimentais com medição da tensão nos estribos mostraram que o modelo de treliça
desenvolvido para as vigas é efetivamente válido após uma pequena distância dos apoios.
Muito próximo aos apoios, os estribos apresentam tensão menor do que no restante da viga.

Em função dessa redução da tensão, na região próxima aos apoios diretos (carga e reação de
apoio aplicadas em faces opostas do elemento estrutural, comprimindo-o), a ABNT NBR
6118:2014 permite uma pequena redução da força cortante para o dimensionamento da
armadura transversal. Segundo a norma, é permitido:

 Imagem 17 – Redução de força cortante próxima ao apoio para carregamento distribuído

Considerar a força cortante oriunda de carga distribuída, no trecho entre o apoio e a seção
situada à distância

d/2

da face do apoio, constante e igual à desta seção (situada à distância

d/2

da face do apoio).

 Imagem 18 – Redução de força cortante próxima ao apoio para carregamento pontual

Reduzir a força cortante devido a uma carga concentrada, aplicada à distância


a ≤ 2 ⋅ d

do eixo teórico do apoio, nesse trecho de comprimento a, multiplicando-a por

a/(2.d)

(ver Imagem 18).

Entretanto, essas reduções não se aplicam à verificação da resistência à compressão das


bielas de concreto, ou seja, para a comparação entre

VSd

VRd2

, tanto do modelo I quanto do modelo II. Também não se aplica para apoios indiretos, nem para
forças cortantes provenientes de cabos inclinados de protensão.

 SAIBA MAIS

Em geral, essa redução do esforço cortante não é muito utilizada pelos projetistas, pois pode
gerar uma alteração no espaçamento dos estribos em uma região pequena, o que pode não
ser viável na prática. A economia de aço é pequena e, por vezes, não se justifica pela
dificuldade na montagem.

EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

Agora, iremos resolver um exemplo completo de cálculo da armadura transversal para uma
viga. Primeiramente, será resolvido pelo modelo I e, em seguida, pelo modelo II refinado

(θ = 30°)

A viga e o seu diagrama de esforço cortante obtido por meio de esforços solicitantes são
ilustrados na Imagem 19. Sua seção transversal é apresentada na Imagem 20. Essa viga será
concretada com concreto com resistência característica de compressão
defck   =  25M P a

e armada com aço CA-50, pede-se:

a) Dimensionar a armadura transversal utilizando o modelo I para os vãos 1 e 3.

b) Dimensionar a armadura transversal utilizando o modelo I para o vão 2.

c) Dimensionar a armadura transversal utilizando o modelo II para os vãos 1 e 3.

d) Dimensionar a armadura transversal utilizando o modelo II para o vão 2.

 Imagem 19 – Viga e seu diagrama de esforço cortante solicitante


 Imagem 20 – Seção transversal da viga

Solução

• Para o dimensionamento, adota-se o maior valor de esforço cortante da seção, em módulo:

Para os vãos 1 e 3:

Vs   =  132, 6kN

Para o vão 2:

Vs   =  92, 3kN

• O esforço cortante utilizado no dimensionamento é dado por:

Para os vãos 1 e 3

VSd = γ ⋅ VS = 1, 4 ⋅ 132, 6 = 185, 64kN  

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Para o vão 2

VSd = γ. VS = 1, 4 ⋅ 92, 3 = 129, 22kN  

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A) DIMENSIONAR A ARMADURA TRANSVERSAL


UTILIZANDO O MODELO I PARA OS VÃOS 1 E 3
• Verificação do esmagamento das bielas de concreto

Teremos:

fck 25
v = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 54
250 250

2, 5
VRd2 = 0, 45 ⋅  b  ⋅  d  ⋅  v ⋅ fcd = 0, 45 ⋅ 20 ⋅ 0, 9 ⋅ 55 ⋅ 0, 54 ⋅ = 429, 59kN
1, 4

VSd ≤ VRd2 → 185, 64kN < 429, 59kN

, OK!

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Logo, não ocorre o esmagamento das bielas de concreto!

• Área de aço da armadura transversal


Teremos:

2/3 2/3
fctm = 0, 3 ⋅ f = 0, 3 ⋅ 25 = 2, 565M P a
ck

fctk = 0, 7 ⋅ fctm = 0, 7 ⋅ 2, 565 = 1, 795M P a

fctk 1, 795
fctd = = = 1, 282M P a
1, 4 1, 4

Vc = 0, 6 ⋅  b ⋅  d  ⋅  fctd = 0, 6 ⋅ 20 ⋅ 0, 9 ⋅ 55 ⋅ 0, 1282 = 76, 15kN

(VSd − Vc ) ⋅ s (185, 64 − 76, 15) ⋅ 100


2
Asw = = = 5, 09 cm /m
50
0, 9 ⋅ d ⋅ fywd
0, 9 ⋅ 55 ⋅
1,15

fctm 0, 2565
2
Asw,min = 0, 2 ⋅  b ⋅  s  ⋅   = 0, 2 ⋅ 20 ⋅ 100 ⋅ = 2, 052cm /m
fywk 50

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como

Asw > Asw,mín

, adota-se:

2
Asw = 5, 09cm /m

• Espaçamentos dos estribos

Adotando estribos com

ϕt = 6, 3 mm

, teremos:

2 2
π ⋅ ϕ π ⋅ 0, 63
t 2
Asw,ϕt = = Asw,6 ⋅ 3 = = 0, 31cm
4 4

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Considerando estribos de dois ramos e fechado:

2
Asw,2⋅6⋅3 = 2 ⋅ Asw,6⋅3 = 2 ⋅ 0, 31 = 0, 62cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A quantidade de estribos (n) necessária para 100cm da viga será:

Asw 5, 09
n = = = 8, 2 = 9 estribos
Asw,2⋅ 6 ⋅3 0, 62
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Espaçamento longitudinal entre estribos será:

100
s = = 11, 11cm;  ser á  adotado :  s = 11cm
9

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Verificação quanto aos espaçamentos máximos definidos pela norma:

VSd 185, 64
= = 0, 43
VRd2 429, 59

0, 6 ⋅ d ≤ 300mm,  se VSd ≤ 0, 67 ⋅ VRd2


smax ≤ {
0, 3 ⋅ d ≤ 200mm,  se VSd > 0, 67 ⋅ VRd2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Calculando:

smá x   =  0, 6 ⋅ 55  =  33cm > 30cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Portanto, de acordo com a norma:

smá x   =  30cm

. Como

11cm < 30cm

, OK!

d ≤ 800mm, seVSd ≤ 0, 20 ⋅ VRd2


st,max ≤ {
0, 6 ⋅ d ≤ 350mm, seVSd > 0, 20 ⋅ VRd2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Calculando:

st,má x   =  0, 6 ⋅ 55  =  33cm < 35cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Portanto, de acordo com a norma:

st,má x   =  33cm
. Considerando o cobrimento lateral da armadura (c) igual a 2,5cm, teremos:

st = b − 2 ⋅ c − ϕt = 20 − 2 ⋅ 2, 5 − 0, 5 = 14, 5cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como

14, 5cm < 33cm

, OK!

Logo, para esta situação, nos vãos 1 e 3, a armadura transversal será data por:

6,3mm a cada 11cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

B) DIMENSIONAR A ARMADURA TRANSVERSAL


UTILIZANDO O MODELO I PARA O VÃO 2
• Verificação do esmagamento das bielas de concreto

Teremos:

fck 25
v = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 54
250 250

2, 5
VRd2 = 0, 45 ⋅  b  ⋅  d  ⋅  v  ⋅ fcd = 0, 45 ⋅ 20 ⋅ 0, 9 ⋅ 55 ⋅ 0, 54 ⋅ = 429, 59kN
1, 4

VSd ≤ VRd2 → 129, 22kN < 429, 59kN

, OK!

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Logo, não ocorre o esmagamento das bielas de concreto!

• Área de aço da armadura transversal

Teremos:

2/3 2/3
fctm = 0, 3 ⋅ f = 0, 3 ⋅ 25 = 2, 565M P a
ck

fctk = 0, 7 ⋅ fctm = 0, 7 ⋅ 2, 565 = 1, 795M P a

fctk 1, 795
fctd = = = 1, 282M P a
1, 4 1, 4
Vc = 0, 6 ⋅ b ⋅ d ⋅ fctd = 0, 6 ⋅ 20 ⋅ 0, 9 ⋅ 55 ⋅ 0, 1282 = 76, 15kN

(VSd − Vc ) ⋅ s (129, 22 − 76, 15) ⋅ 100


2
Asw = = = 2, 47cm /m
50
0, 9 ⋅ d ⋅ fywd 0, 9 ⋅ 55 ⋅
1,15

fctm 0, 2565
2
Asw,min = 0, 2  ⋅  b  ⋅  s  ⋅   = 0, 2 ⋅ 20 ⋅ 100 ⋅ = 2, 052 cm /m
fywk 50

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como

Asw > Asw,mín

, adota-se:

2
Asw = 2, 47cm /m

• Espaçamentos dos estribos

Adotando estribos com

ϕt = 5, 0 mm

, teremos:

2 2
π ⋅ ϕ π ⋅ 0, 50
t 2
Asw,ϕ = = Asw,5⋅0 = = 0, 2cm
t
4 4

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Considerando estribos de dois ramos e fechado:

2
Asw,2⋅5⋅0 = 2 ⋅ Asw,5⋅0 = 2 ⋅ 0, 2 = 0, 4 cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A quantidade de estribos (n) necessária para 100cm da viga será:

Asw 2, 47
n = = = 6, 2 = 7 estribos
Asw , 2 ⋅ 5 ⋅ 0 0, 40

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Espaçamento longitudinal entre estribos será:

100
s = = 14, 29cm
7

;\ será\ adoptado:\
s  =  14cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Verificação quanto aos espaçamentos máximos definidos pela norma:

VSd 129, 22
= = 0, 30
VRd2 429, 59

0, 6 ⋅ d ≤ 300mm,  se VSd ≤ 0, 67 ⋅ VRd2


smax ≤ {
0, 3 ⋅ d ≤ 200mm,  se VSd > 0, 67 ⋅ VRd2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Calculando:

s
m áx  =  0, 6 ⋅ 55  =  33cm > 30cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Portanto, de acordo com a norma:

smá x   =  30cm

. Como

14cm < 30cm

, OK!

d ≤ 800mm,  se VSd ≤ 0, 20 ⋅ VRd2


st,max ≤ {
0, 6 ⋅ d ≤ 350mm,  se VSd > 0, 20 ⋅ VRd2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Calculando:

s
t,m áx  =  0, 6 ⋅ 55  =  33cm < 35cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Portanto, de acordo com a norma:

s
t,m áx  =  33cm

. Considerando o cobrimento lateral da armadura (c) igual a 2,5cm, teremos:

st = b − 2 ⋅ c − ϕt = 20 − 2 ⋅ 2, 5 − 0, 5 = 14, 5cm
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como

14, 5cm < 33cm

, OK!

Logo, para esta situação, no vão 2, a armadura transversal será data por:

5,0 mm a cada 14cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

C) DIMENSIONAR A ARMADURA TRANSVERSAL


UTILIZANDO O MODELO II PARA OS VÃOS 1 E 3
• Verificação quanto ao esmagamento das bielas de concreto

Teremos:

fck 25
v = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 54
250 250

2, 5
VRd2 = 0, 45 ⋅  b  ⋅  d  ⋅  v ⋅ fcd ⋅ sin 2θ = 0, 45 ⋅ 20 ⋅ 55 ⋅ 0, 54 ⋅ ⋅ sin 60 = 413, 37kN
1, 4

VSd ≤ VRd2 → 185, 64kN < 413, 37kN

, OK!

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Logo, não ocorre o esmagamento das bielas de concreto!

• Área de aço da armadura transversal

Teremos:

2/3 2/3
fctm = 0, 3 ⋅ f = 0, 3 ⋅ 25 = 2, 565M P a
ck

fctk = 0, 7 ⋅ fctm = 0, 7 ⋅ 2, 565 = 1, 795M P a

fctk 1, 795
fctd = = = 1, 282M P a
1, 4 1, 4

fctk 1, 795
fctd = = = 1, 282M P a
1, 4 1, 4

V0 = 0, 6 ⋅ b ⋅ d ⋅ fctd = 0, 6 ⋅ 20 ⋅ 55 ⋅ 0, 1282 = 84, 61kN


 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como:

VSd > V0

, pois:

185, 64 kN > 84, 61kN

Vc

é dado por:

VRd2 − VSd 413, 17 − 185, 64


Vc = ( ) ⋅ V0 = ( ) ⋅ 84, 61
VRd2 − V0 413, 17 − 84, 61

Vc = 58, 59kN

(VSd − Vc ) ⋅ s (185, 64 − 58, 59) ⋅ 100


2
Asw = = = 3, 41cm /m
50
0, 9 ⋅ d ⋅ fywd ⋅ cot θ
0, 9 ⋅ 55 ⋅ ⋅ cot 30
1,15

fctm 0, 2565
2
Asw,min = 0, 2 ⋅ b. s. = 0, 2 ⋅ 20 ⋅ 100 ⋅ = 2, 052cm /m
fywk 50

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como

Asw > Asw,mín

, adota-se:

2
Asw = 3, 41cm /m

• Espaçamentos dos estribos

Adotando estribos com:

ϕt   =  6, 3mm

, teremos:

2 2
π ⋅ ϕ π ⋅ 0, 63
t 2
Asw,ϕ = = Asw,6⋅3 = = 0, 31cm
t
4 4

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Considerando estribos de dois ramos e fechado:


2
Asw,2⋅6⋅3 = 2 ⋅ Asw,6⋅3 = 2 ⋅ 0, 31 = 0, 62cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A quantidade de estribos

(n)

necessária para 100cm da viga será:

Asw 3, 41
n = = = 5, 5 = 6 estribos
Asw,2⋅6⋅3 0, 62

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Espaçamento longitudinal entre estribos será:

100
s = = 16, 67cm; {ser á  adotado :  s = 16cm
6

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Verificação quanto aos espaçamentos máximos definidos pela norma:

VSd 185, 64
= = 0, 45
VRd2 413, 37

0, 6 ⋅ d ≤ 300mm,  se VSd ≤ 0, 67 ⋅ VRd2


smax ≤ {
0, 3 ⋅ d ≤ 200mm,  se VSd > 0, 67 ⋅ VRd2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Calculando:

smá x   =  0, 6 ⋅ 55  =  33cm > 30cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Portanto, de acordo com a norma:

smá x   =  30cm

. Como

16cm < 30cm

, OK!

d ≤ 800mm,  se VSd ≤ 0, 20 ⋅ VRd2


st,max ≤ {
0, 6 ⋅ d ≤ 350mm,  se VSd > 0, 20 ⋅ VRd2
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Calculando:

st,má x   =  0, 6 ⋅ 55  =  33cm < 35cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Portanto, de acordo com a norma:

s
t,m áx  =  33cm

. Considerando o cobrimento da armadura

(c)

igual a 2,5cm, teremos:

st = b − 2 ⋅ c − ϕt = 20 − 2 ⋅ 2, 5 − 0, 5 = 14, 5 cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como:

14, 5cm < 33cm

, OK!

Logo, para esta situação, nos vãos 1 e 3, a armadura transversal será data por:

6,3 mm a cada 16 cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

D) DIMENSIONAR A ARMADURA TRANSVERSAL


UTILIZANDO O MODELO II PARA O VÃO 2
• Verificação quanto ao esmagamento das bielas de concreto

Teremos:

fck 25
v = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 54
250 250

2, 5
VRd2 = 0, 45 ⋅ b ⋅ d ⋅ v ⋅ fcd ⋅ sin 2θ = 0, 45 ⋅ 20 ⋅ 55 ⋅ 0, 54 ⋅ ⋅ sin 60 = 413, 37kN
1, 4
VSd ≤ VRd2 → 129, 22kN < 413, 37kN

, OK!

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Logo, não ocorre o esmagamento das bielas de concreto!

• Área de aço da armadura transversal

Teremos:

2/3 2/3
fctm = 0, 3 ⋅ f = 0, 3 ⋅ 25 = 2, 565M P a
ck

fctk = 0, 7 ⋅ fctm = 0, 7 ⋅ 2, 565 = 1, 795M P a

fctk 1, 795
fctd = = = 1, 282M P a
1, 4 1, 4

V0 = 0, 6 ⋅ b ⋅ d ⋅ fctd = 0, 6 ⋅ 20 ⋅ 55 ⋅ 0, 1282 = 84, 61kN

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como:

VSd > V0

, pois:

129, 22kN > 84, 61kN

Vc

é dado por:

VRd2 − VSd 413, 17 − 129, 22


Vc = ( ) ⋅ V0 = ( ) ⋅ 84, 61
VRd2 − V0 413, 17 − 84, 61

Vc = 73, 2kN

(VSd − Vc ) ⋅ s (129, 22 − 73, 2) ⋅ 100


2
Asw = = = 1, 5cm /m
50
0, 9 ⋅ d ⋅ fywd ⋅ cot θ 0, 9 ⋅ 55 ⋅ ⋅ cot 30
1,15

fctm 0, 2565
2
Asw,min = 0, 2 ⋅ b ⋅ s ⋅ = 0, 2 ⋅ 20 ⋅ 100 ⋅ = 2, 05cm /m
fywk 50

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como
Asw > Asw,mín

, adota-se:

2
Asw   =  2, 05cm /m

• Espaçamentos dos estribos

Adotando estribos com:

ϕt   =  5, 0mm

, teremos:

2 2
π ⋅ ϕ π ⋅ 0, 50
t 2
Asw,ϕ = = Asw,5⋅0 = = 0, 2cm
t
4 4

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Considerando estribos de dois ramos e fechado:

2
Asw,2⋅5⋅0 = 2 ⋅ Asw,5⋅0 = 2 ⋅ 0, 2 = 0, 4cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A quantidade de estribos

(n)

necessária para 100cm da viga será:

Asw 2, 05
n = = = 5, 13 = 6 estribos
Asw,2⋅5⋅0 0, 4

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Espaçamento longitudinal entre estribos será:

100
s = = 16, 67cm;  ser á  adotado :  s = 16cm
6

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Verificação quanto aos espaçamentos máximos definidos pela norma:

VSd 129, 22
= = 0, 31
VRd2 413, 37

0, 6 ⋅ d ≤ 300mm,  se VSd ≤ 0, 67 ⋅ VRd2


sma
ˊx ≤ {
0, 3 ⋅ d ≤ 200mm,  se VSd > 0, 67 ⋅ VRd2
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Calculando:

smá x   =  0, 6 ⋅ 55  =  33cm > 30cm

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Portanto, de acordo com a norma:

smá x   =  30cm

. Como

16cm < 30cm

, OK!

d ≤ 800mm,  se VSd ≤ 0, 20 ⋅ VRd2


st,má x ≤ {
0, 3 ⋅ d ≤ 350mm,  se VSd > 0, 20 ⋅ VRd2

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Calculando:

s
t,m áx  =  0, 6 ⋅ 55  =  33cm < 35cm

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Portanto, de acordo com a norma:

s
t,m áx  =  33cm

. Considerando o cobrimento da armadura (c) igual a 2,5cm, teremos:

st = b − 2 ⋅ c − ϕt = 20 − 2 ⋅ 2, 5 − 0, 5 = 14, 5cm

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Como

14, 5cm < 33cm

, OK!

Logo, para esta situação, no vão 2, a armadura transversal será dada por:

5,0mm a cada 16cm.


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VERIFICANDO O APRENDIZADO

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, o dimensionamento da área de aço necessária para armaduras transversal de
elementos submetidas ao cisalhamento faz parte do dia a dia do engenheiro estrutural. Saber
dimensionar a partir de um projeto novo e, além disso, proporcionar soluções para projetos já
realizados ou em andamento faz parte do escopo do engenheiro calculista.

A compreensão das tensões atuantes no elemento, o cálculo das tensões principais e a


determinação do plano da ocorrência de fissuras são indispensáveis para a elaboração do
dimensionamento de um projeto estrutural que atenda aos requisitos de norma. O Modelo de
cálculo I: treliça clássica de Ritter e Mörsch é mais conservador do que o Modelo de
cálculo II: Treliça generalizada de Mörsch, visto que os cálculos do modelo I levam a valores
menores da força cortante máxima resistida pelas bielas de concreto e valores maiores para a
área da armadura transversal.
O dimensionamento ao cisalhamento pelo Estado Limite Último consiste em verificar o
elemento estrutural quanto à ruptura das bielas de concreto comprimidas e ao
dimensionamento da armadura transversal, que consiste em fornecer o diâmetro da barra
adotada para o estribo e seus espaçamentos.

O principal objetivo do estudo do dimensionamento de estruturas de concreto armado


submetidas ao cisalhamento é proporcionar ao engenheiro civil conhecimentos básicos, de uso
rotineiro, para apresentar soluções estruturais às peças submetidas ao esforço cortante.

 PODCAST
Agora, a especialista Larissa Camporez Araújo encerra nosso estudo falando sobre os
principais tópicos abordados.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 6118 – Projeto de
estruturas de concreto – procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 6892-2 – Materiais


metálicos – ensaio de tração. Rio de Janeiro, 2013.

CARVALHO, R. C. FILHO, J. R. F. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de


concreto armado: segundo a NBR 6118:2014. 4. ed. São Carlos: EdUFSCar, 2014.

HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

PARIZOTTO, L. Concreto armado [recurso eletrônico]. Porto Alegre: SAGAH, 2017.


EXPLORE+

Pesquise na internet e leia o artigo Modelos de resistência à força cortante de lajes de


concreto estrutural sem armadura transversal, de Alex Micael Dantas de Sousa e
Mounir Khalil El Debs. Nele, os autores apresentam um modelo para lajes submetidas à
força cortante sem armadura transversal.

Pesquise na internet e leia a dissertação de mestrado Avaliação dos mecanismos


resistentes ao cisalhamento em concreto armado sem armadura transversal, de
Mário Sergio Samora. Nela, o autor aborda os mecanismos resistentes ao cisalhamento
nos elementos estruturais de concreto armado.

CONTEUDISTA
Larissa Camporez Araújo

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