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Fundações indiretas são amplamente utilizadas em construções de edificações. Por conta disso, são apresentadas suas
características e propriedades construtivas.
PROPÓSITO
Apresentar características e propriedades das fundações indiretas, muito utilizadas em construções de edificações, como atributo
essencial para a construção do conhecimento de um engenheiro civil e de um arquiteto.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, é recomendado ter calculadora científica em mãos, bem como conhecer ferramentas que
facilitem os processos de cálculo, como o Excel.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No
entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e
demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades.
MÓDULO 1
FUNDAÇÕES E ESTACAS
É muito comum a aplicação de fundações rasas onde o subsolo próximo à superfície do solo e até a região de dissipação das tensões
possua resistência de admissível a suficiente para suportar a carga da superestrutura sem provocar recalques/deformações
excessivas. No entanto, as camadas de solo mais superficiais podem ser soltas ou moles, ou seja, com baixa capacidade de carga e
muita deformabilidade. As cargas geradas pela estrutura devem ser transferidas para camadas de solo mais resistentes, que podem
estar em profundidades maiores.
A NBR 6122:2019, em sua página 5, define a Fundação Profunda como sendo o elemento de fundação que transmite a carga ao
terreno ou pela base (resistência de ponta), ou por sua superfície lateral (resistência de fuste), ou por combinação das duas, sendo
sua ponta ou base apoiada em profundidade superior a oito vezes a sua menor dimensão em planta e, no mínimo, 3,0m; quando não
for atingido o limite de oito vezes, a denominação é justificada.
Segundo a própria norma, neste tipo de fundação, incluem-se as Estacas, que são elementos construtivos utilizados para transferir
as forças para as camadas mais profundas do solo, que por serem mais compactas, são mais resistentes; e os Tubulões, cilindros de
concreto, construídos de forma a atingirem solos profundos para transferência de esforços para esses solos profundos.
Neste módulo, verificaremos como as cargas estruturais podem ser transferidas para estratos resistentes mais profundos por meio de
estacas. As estacas são elementos estruturais longos, como colunas delgadas que podem ser cravadas, perfuradas ou feitas in loco.
As estacas cravadas são feitas de uma variedade de materiais, como concreto, aço, madeira etc., enquanto as estacas moldadas no
local são de concreto.
Esses elementos de fundação podem ser submetidos a cargas verticais ou laterais, ou a uma combinação de cargas verticais e
laterais, e, consequentemente, os esforços que surgem na estaca podem ser de ponta, lateral ou mistos.
As estacas podem ser classificadas como longas ou curtas de acordo com a relação de cobertura da estaca (onde
L = comprimento
,
d = diâmetro da estaca
).
Uma estaca curta se comporta como um corpo rígido e gira como uma unidade sob cargas laterais. A carga transferida para a ponta
da estaca suporta uma proporção significativa do total da carga vertical na parte superior. No caso de uma estaca longa, o
comprimento, além de uma determinada profundidade, perde sua significância sob cargas laterais, mas quando submetido à carga
vertical, a carga de atrito nas laterais da estaca suporta uma parte significativa da carga total.
Verticais
São usadas, em geral, para transportar principalmente cargas verticais e muito pouca carga lateral. Porém, existem situações em que
se necessita de resistência de esforços horizontais, então, elas são cravadas de forma inclinada, sendo denominadas estacas
inclinadas. A inclinação máxima possível dessas estacas depende do equipamento de cravação utilizado, podendo atingir até
45 ∘
(inclinação de
1: 1
).
Inclinadas
São bastante eficazes para resistir às cargas laterais, mas quando usadas em grupos, também podem suportar cargas verticais.
Deve garantir a segurança adequada contra falhas. Para isso, deve-se definir um fator de segurança. Este dependerá da utilização da
construção, grau de agressividade, dentre outros parâmetros indicados pela NBR 6122:2019.
Os recalques devem ser compatíveis com o comportamento adequado da superestrutura para que evite prejudicar sua eficiência.
FÓRMULAS TEÓRICAS
Velloso e Lopes (2010) afirmam que quando um elemento de fundação é corretamente dimensionado, este consegue,
simultaneamente, apresentar segurança em relação aos possíveis modos de colapso (atendimento aos Estados Limite Últimos) e
deslocamentos em serviço aceitáveis (atendimento aos Estados Limite de Serviço).
Dessa forma, em um projeto de fundações, é necessário verificar a segurança em relação à perda da capacidade de carga. Ademais,
é preciso avaliar para as cargas de serviço os deslocamentos verticais e horizontais. Existem alguns métodos para o cálculo da
capacidade de carga para estacas. Nos denominados Métodos Estáticos, a capacidade de carga é calculada por expressões que
estudam o comportamento da estaca quando esta mobiliza toda a resistência ao cisalhamento estática do solo.
Racionais ou teóricos
Semipíricos
Segundo Velloso e Lopes (2010) existem ainda Métodos Empíricos, pelos quais a capacidade de carga da estaca ou tubulão é
estimada com base apenas na classificação das camadas atravessadas. Diante da forma que esse método serve apenas para uma
estimativa grosseira da capacidade de carga de uma estaca. De modo geral, Hachich (2009) afirma que uma estaca submetida a um
carregamento vertical resistirá a essa solicitação parcialmente pela resistência ao cisalhamento gerada ao longo de seu fuste
(comprimento) e parcialmente pelas tensões normais geradas ao nível de sua ponta.
Diante disso, a capacidade de carga é definida como a soma das cargas máximas que podem ser suportadas pelo atrito lateral e pela
ponta. Essa capacidade de carga também poderá ser obtida a partir das tensões limites de cisalhamento ao longo do fuste e normal
ao nível da base, e a respectiva área lateral da estaca e da seção transversal de sua ponta (obedecendo aos princípios da Física, os
quais delimitam que tensão é uma força vertical dividida pela área da seção onde essa força é aplicada).
Dessa forma, pode-se definir a capacidade de carga como sendo a máxima solicitação normal que, aplicada a um elemento isolado
de fundação, provoca a ruptura da interação entre o maciço de solo e à estaca. A imagem a seguir representa uma estaca de
diâmetro uniforme (circular) e comprimento L, conduzida em uma massa homogênea de solo de propriedades físicas conhecidas.
Uma carga vertical estática é aplicada na parte superior da estaca.
Objetiva-se determinar a capacidade de suporte final da estaca. Quando a carga final aplicada no topo da estaca é uma fração da
carga transmitida para o solo ao longo de seu comprimento, tem-se o equilíbrio transmitido para a base da estaca. A carga transmitida
ao solo ao longo do comprimento da estaca é chamada de atrito lateral ou carga superficial, e aquela transmitida para a base é
chamada de resistência de ponta ou carga pontual. A carga final total ou capacidade de carga última é expressa como a soma dessas
duas parcelas.
Q ULT = R L + R P
Sendo:
Q wlt
RL
: Atrito lateral;
Rp
: Resistência de ponta.
A equação anterior pode ser reescrita utilizando os valores de tensão gerados na estaca, sendo que para a resistência de ponta, tem-
se a equação a seguir. Confira:
RESISTÊNCIA DE PONTA
RP = RP × AP
Sendo:
rp
Ap
= Área de ponta.
Segundo Cintra e Aoki (2018), na aplicação de estacas pré-moldadas de concreto com seção vazada, deve-se considerar a seção da
estaca como maciça, para o cálculo da área de ponta. No caso de perfis metálicos (tipos H, I etc.) e trilhos ferroviários, dependendo
do grau de aderência solo-estaca, a área de cálculo poderá variar desde a área real do perfil até a área correspondente ao retângulo
que circunscreve o perfil. Por fim, para estacas tipo Franki.
A área de ponta para a Estaca tipo Franki é calculada a partir do volume da base alargada da ponta e pode ser representada pela
equação a seguir.
AP = Π
[ ]3V
4Π
2/3
Cintra e Aoki (2018) ainda apresentam valores usuais de Volume para a base alargada da estaca tipo Franki em função do diâmetro
da estaca.
ϕ35 0,18
0,27
ϕ40
Diâmetro do Tubo (cm) Volume da base V (m³)
ϕ45 0,36
ϕ52 0,45
ϕ60 0,60
Tabela – Valores usuais de volume em função do diâmetro para estaca tipo Franki.
Dayanne Severiano Meneguete, adaptada de Cintra; Aoki; Albiero, 2018, p. 13.
Para a resistência gerada pelo atrito lateral, devido à mudança dos parâmetros do solo ao longo da profundidade, a expressão que
representa seu cálculo deve ser feita de forma parcelada, de acordo com a mudança do perfil do solo. Além disso, a área ao longo do
comprimento da estaca é representada pelo perímetro do fuste e o comprimento da estaca. Veja a seguir:
RL = U × ∑ (R LI × ΔL I )
Sendo:
r Li
= Perímetro da estaca;
ΔL i
= Área lateral;
= perímetro (
U = πD
).
Semelhante aos procedimentos utilizados para obter a área da estaca na ponta, para obter o comprimento e o perímetro da estaca
considera-se que, para estacas pré-moldadas de concreto com seção vazada, deve-se adotar o perímetro externo. No caso dos perfis
metálicos e trilhos, é comum utilizar o perímetro desenvolvido ao longo das faces em contato com o solo, e no caso de estacas com
base alargada, como a estaca Franki, quando o atrito lateral for considerado, deve ser desprezado um comprimento de fuste igual ao
diâmetro da base, imediatamente acima do início do alargamento.
MÉTODOS SEMIEMPÍRICOS
Quando se fala em métodos semiempíricos, tem-se que a aplicação dos modelos usa como base de dados características do perfil
geotécnico do solo. No Brasil, o método mais utilizado para obter esses parâmetros é a Sondagem a Percussão (SPT).
VOCÊ SABIA
Em pesquisas na literatura em geral, pode-se verificar que dede 1975, quando surgiu o método brasileiro para estimativa de carga de
estacas, proposto por Aoki e Velloso (1975), vários outros autores seguiram a mesma linha de ideais e desenvolveram métodos
semelhantes.
Os autores mais conhecidos que divulgaram métodos para o cálculo de capacidade de carga de estacas são:
MEYERHOF (1956)
AOKI-VELLOSO (1975)
DÉCOURT-QUARESMA (1978)
VELLOSO (1981)
TEIXEIRA (1996)
ALONSO (1996)
VORCARO-VELLOSO (2000)
MÉTODO AOKI-VELLOSO
Segundo Velloso e Lopes (2010), o método desenvolvido por Aoki e Velloso (1975) foi criado a partir de um estudo comparativo entre
resultados de provas de carga em estacas e de SPT. O método pode ser utilizado tanto com dados do SPT (sondagem de simples
reconhecimento) ou com o ensaio CPT (Ensaios de penetração do cone). Segundo Cintra e Aoki, 2018, deve ser retomada a equação
a seguir, onde se tem a dedução da equação de capacidade de carga.
A partir disso, deve-se fazer as substituições a fim de obter a equação em função das tensões de ponta e lateral. São feitas as
correlações, de forma que a primeira expressão da capacidade de carga da estaca pode ser escrita relacionando a resistência de
ponta do cone e o atrito lateral unitário da luva (dados obtidos do CPT), sendo apresentadas nas equações a seguir:
QC FS
Q ULT = A P
F1
+U× ∑ F2 ΔL I
QC
RP =
F1
FS
RL =
F2
Sendo:
F1
F2
qc
fs
Tipo de Estaca F1 F2
Franki 2,50 2F 1
Metálica 1,75 2F 1
Pré-moldada
1 + D / 0, 80 2F 1
Tipo de Estaca F1 F2
Escavada 3,0 2F 1
(*) D em metros
F1
F2
atualizados.
Extraída de Cintra; Aoki, 2018, p. 26
No Brasil, o ensaio mais difundido para investigação geotécnica é o SPT. Sendo assim, as expressões anteriores são substituídas por
correlações diretas entre o CPT e o SPT, sendo que para a resistência da ponta, tem-se a equação a seguir.
Q C = KN SPT
Onde
é o coeficiente dependente do tipo de solo. A partir dessa substituição, é possível realizar uma correlação entre o atrito lateral e o
N SpT
F S = ΑKN SPT
Onde
K α
Tipo de Solo
(MPa) (%)
Tabela – Coeficiente
K
e razão de atrito
.
Extraída de Cintra; Aoki, 2018, p. 25
Logo, aplicando a equação geral para cálculo da capacidade de carga última para estacas a fim de utilizar os parâmetros de SPT,
tem-se:
Q ULT = R P + R L
Q ULT = A P × R P + U ∑ R L × ΔL I
Sendo que:
K ⋅ NP
RP =
F1
KCN L
RL =
F2
Logo, o cálculo da capacidade de carga última em estaca pelo método de Aoki-Velloso, a partir do SPT, pode ser expresso pela
equação a seguir:
KN P U
Q ULT =
F1
× AP +
F2
∑ (ΑKN LΔL I )
Rp
= Resistência de Ponta;
RL
= Resistência Lateral;
rp
rL
Ap
= Área de ponta;
= Perímetro da estaca;
ΔL
F1
F2
Np
NL
são, respectivamente, o
N SPT
na cota de apoio da ponta da estaca, e o
N SPT
ΔL
MÉTODO DÉCOURT-QUARESMA
Luciano Décourt e Arthur R. Quaresma (apud Velloso e Lopes, 2010), apresentaram um método para determinar a capacidade de
carga de estacas em 1978. No método proposto por Décourt-quaresma (1978), a capacidade de carga em estacas também é uma
relação da resistência de ponta e do atrito lateral, e, neste caso, é determinada partindo diretamente de ensaios SPT, ao contrário do
método Aoki-Velloso, no qual se faz necessário o uso de correlações com o CPT. Décourt e Quaresma (1978) estimaram que a
resistência de ponta e o atrito lateral podem ser obtidos a partir do valor médio do índice de resistência à penetração do SPT,
conforme equações a seguir.
RESISTÊNCIA DE PONTA
R P = R PA P
RESISTÊNCIA LATERAL
R L = R LUL
Dessa forma, a estimativa das tensões de ponta e lateral são dadas pelas equações a seguir.
RP = C × NP
ATRITO LATERAL
R L = 10
( )
NL
3
+ 1 (KPA)
Sendo que:
NL
= média dos valores de N ao longo do fuste, independentemente do tipo de solo. Há o limite entre 3 e 50 golpes. Mantém-se
N L ≤ 15
Np
= Valor médio do índice de resistência à penetração na ponta ou base da estaca, obtido a partir de três valores, o
correspondente ao nível da ponta, o imediatamente anterior e o imediatamente posterior;
Argilas 12 120
Areias 40 400
Tabela – Valores de
, respectivamente nas parcelas de resistência de ponta lateral, resultando na capacidade de carga nas equações a seguir.
R = ΑCN PA P + Β10
( )
NL
3
+ 1 UL
Ou
Cintra e Aoki (2018) afirmam que, para a aplicação do método a estacas escavadas em geral, estacas tipo hélice contínua e raiz, e
estacas injetadas sob altas pressões, os valores de
α=β=1
Tipo de Estaca
Tipo de Solo
Escavada em geral Escavada (bentonita) Hélice Contínua Raiz Injetada sob altas pressões
α
em função do tipo de estaca e do tipo de solo.
Extraída de Cintra; Aoki, 2018, p. 28
Tipo de Estaca
Tipo de Solo
Escavada em geral Escavada (bentonita) Hélice Contínua Raiz Injetada sob altas pressões
MÉTODO DE TEIXEIRA
O método proposto por Teixeira em 1996 muito se assemelha aos propostos por Aoki-Velloso e Décourt-Quaresma. No método de
Teixeira, existe uma proposta que apresenta, com base nos índices de resistência à penetração (
N SPT
), uma espécie de expressão que unifica a capacidade de carga em função de dois parâmetros,
R = R P + R L = ΑN PA P + ΒN LUL
Sendo:
Np
= Valor médio do SPT obtido no intervalo de 4 diâmetros acima da ponta da estaca e um 1 diâmetro abaixo;
NL
= Valor médio do SPT ao longo do fuste;
Ap
= Comprimento da estaca;
Tipo de Estaca -
Solo α
(kPa)
4 < Nspt < 40
Estacas pré-moldadas de concreto e Estacas tipo Estacas escavadas a céu Estacas
perfis metálicos Franki aberto Raiz
Valores de
β
4 5 4 6
(kPa) em função do tipo de
Estaca
ATENÇÃO
Cabe ressaltar que este método não é aplicável para o cálculo de atrito lateral de estacas pré-moldadas de concreto cravadas em
argilas moles sensíveis de
N SPT
inferior a 3.
Fundações e Estacas
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
CARGAS EM ESTACAS
No processo de elaboração de um projeto de fundações profundas por estacas, tem-se que a grandeza fundamental para
dimensionamento e devidos cálculos é dada pela carga admissível. Segundo a NBR 6122:2019, isso se aplica a situações em que o
projeto é feito considerando fator de segurança global e valores característicos, ou a força resistente de cálculo, quando feito
considerando coeficientes de ponderação e valores de cálculo.
No caso dos tubulões, cabe ressaltar que a grandeza fundamental é a tensão admissível ou tensão resistente de cálculo. De modo
geral, as cargas e tensões devem ser tais que satisfaçam simultaneamente aos Estados Limites Últimos (ELU) e de Serviço (ELS),
para cada elemento isolado da fundação, bem como para o conjunto. Antes de definir os métodos e procedimentos de cálculo para
determinar a carga admissível para estacas, cabe destacar alguns fatores importantes para a determinação da carga admissível ou
da força resistente de cálculo.
No caso de um projeto de fundações, este deverá ser composto de memorial de cálculo e dos respectivos desenhos executivos, com
as informações técnicas necessárias para o perfeito entendimento e execução da obra.
Cabe ressaltar que a confecção do memorial de cálculo é obrigatória, devendo estar disponível quando solicitado.
No caso particular de estacas, a determinação da carga admissível ou da força resistente de cálculo é feita a partir do Estado Limite
Último. Basicamente, para cada método de cálculo que permite calcular a capacidade de carga última para estacas, existe um método
associado para o cálculo da carga admissível para estacas, sendo a partir desse resultado que será possível calcular o número de
estacas necessárias para resistir aos esforços solicitantes.
CARGA ADMISSÍVEL
Segundo a NBR 6122:2019, a verificação da segurança em valores característicos (fator de segurança global) pode ser representada
de forma genérica.
(R P + R L )
P ADM =
FS G
Onde:
P adm
= é a carga admissível;
FS g
= é o fator de segurança global;
Rp
Rl
VOCÊ SABIA
Nas metodologias apresentados por Aoki-Velloso (1975), Décourt-Quaresma (1978) e Teixeira (1996), para a determinação da carga
admissível, as verificações seguiram o recomendado por norma, obedecendo as verificações com base no Estado Limite Último
(ELU). Sendo assim, os métodos competem em confiabilidade para suas aplicações em projetos.
A NBR 6122:2019 apresenta que o fator de segurança global a ser utilizado para determinação da carga admissível é 2,0. Para se
chegar à força resistente de cálculo, o ponderador deve ser 1,4. Considere, então, a expressão genérica:
(QULT ) (RP + RL )
P ADM = =
FS G FS G
Q ULT
P ADM =
2
DÉCOURT-QUARESMA (1978)
Como visto, a expressão geral para o cálculo da capacidade de carga última para estacas proposta por Décourt-Quaresma (1978)
sofre uma atualização em 1996, quando Décourt introduz fatores
e
β
, respectivamente, nas parcelas de resistência de ponta lateral, resultando na capacidade de carga em:
A partir da próxima equação, Décourt-Quaresma faz algumas considerações para determinar Capacidade de Carga Geotécnica, ou
seja, a Tensão Admissível. Segundo Velloso e Lopes (2010), Décourt sugere que, para estacas escavadas com lama bentonítica, cujo
recalque não deve exceder
1cm
ˉ
N
Τ L , ULT = +1
3
Onde
ˉ
N
N SPT
ao longo do fuste (a expressão independe do tipo de solo) e a resistência lateral é dada em tf/m².
Além disso, o autor afirma que, quando se admitem maiores recalques, pode-se considerar uma resistência de ponta admissível que,
em kgf/cm², seria igual a
N SPT / 3
(tomando para
N SPT
Essa resistência de ponta admissível é somada à resistência lateral. Para a consideração dos Recalques, Décourt-Quaresma (1978)
aplica a expressão representada pela equação a seguir:
W = W 1 + W 2 + W 3 < W ADM
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Onde:
w1
= recalque de adensamento;
w2
w3
Em relação ao coeficiente de segurança, Décourt e Quaresma (1978) sugerem que o coeficiente global
F = FP × FF × FD × FW
Em que:
F p = FS
que depende de parâmetros do solo (1,1 para atrito lateral e 1,35 para resistência de ponta);
F f = FS
F d = FS
para evitar recalques excessivos (1,0 para atrito lateral e 2,5 para resistência de ponta);
F w = FS
Dessa forma,
FS PONTA = 1, 35 × 1 × 2, 5 × 1, 2 = 4, 0
FS LATERAL = 1, 1 × 1 × 1, 0 × 1, 2 = 1, 3
Finalmente, para o cálculo da capacidade de carga admissível de estacas, tem-se a equação a seguir.
RP RL
P ADM = +
4, 0 1, 3
TEIXEIRA (1996)
Para as estacas dos tipos pré-moldadas de concreto e perfis metálicos, tipo Franki e Raiz, Teixeira (1996) recomenda a utilização de
coeficiente de segurança recomendado pela NBR 6122:2019, que é 2.
R R R ULT
P ADM = = =
FS 2 2
Para as estacas do tipo escavadas a céu aberto, por sua vez, o autor recomenda, para a ponta, um coeficiente de segurança igual a
4, e para o atrito lateral, 1,5.
RP RL
P ADM = +
4, 0 1, 5
CARGA DE CATÁLOGO
Quando se calcula a capacidade de carga admissível da estaca, o principal objetivo é obter, a partir desse valor, o número de estacas
necessárias para suportar determinado carregamento. Entretanto, existe na literatura em geral (acadêmica e profissional) um catálogo
de referências que apresenta cargas de trabalho para alguns tipos de estacas.
A partir desse valor da carga de trabalho da estaca, é feita uma comparação direta com o valor da carga admissível calculada, e, após
essa comparação, o menor valor é o escolhido para efeito dos cálculos de número e dimensionamento das estacas.
Cintra e Aoki (2018) apresentam uma série de tabelas que mostram valores de carga de catálogo para modelos distintos de estacas.
Contudo, os valores dos autores ainda não foram atualizados conforme a última revisão da norma, mas servem de parâmetros para
algumas verificações.
Estaca de aço
Carga de catálogo
Perfil Tipo/ Dimensão
P e(kN)
TR 25 200
TR 32 250
TR 37 300
TR 45 350
Trilho usado
σ e ≅ 80MPa
TR 50 400
2 TR 37 600
3 TR 32 750
3 TR 37 900
H 6” 400
I 8” 300
2 I 10” 800
2 I 12” 1.200
20 × 20 400
25 × 25 600
Pré-moldada vibrada quadrada
σ e = 6 a 10Mpa
30 × 30 900
35 × 35 1200
∅22 400
∅33 800
∅20 350
∅33 900
Pré-moldada centrifugada
∅20 300
σ e = 9 a 11MPa
∅23 400
(seção vazada)
∅26 500
∅33 750
Estaca pré-moldada de concreto
Carga de catálogo
Estaca Dimensão* (cm)
P e(kN)
∅38 900
∅42 1150
∅50 1700
∅60 2300
∅70 3000
Carga de catálogo tradicional e Carga estrutural admissível da estaca escavada mecanicamente com trado helicoidal
25 ∅20 150
30 ∅25 200
35 ∅30 300
40 ∅35 400
45 ∅40 500
*Esses valores representam apenas uma ordem de grandeza, pois dependem do tipo e da qualidade da madeira.
Tabela de carga de catálogo para estaca escavada mecanicamente com trado helicoidal e estaca de madeira.
Estaca escavada
∅20 150
Broca
σ e = 3 a 4MPa
∅25 200
Strauss
∅22 200
σ e = 4MPa
∅27 300
∅32 400
Estaca escavada
∅42 700
∅42 1.070
∅25 250
∅30 360
∅35 490
Escavada com trado helicoidal (a seco)
σ e = 4MPa
∅40 640
∅45 810
∅50 1.000
∅70 1.500
∅80 2.000
∅100 3.100
∅120 4.500
∅140 6.200
∅150 7.100
Estaca escavada
∅160 8.200
∅180 10.100
∅200 12.500
40 X 250 4.000
50 X 250 5.000
60 X 250 6.000
80 X 250 8.000
σ e = 4MPa
120 X 250 12.000
30 X 320 3.800
40 X 320 5.100
50 X 320 6.400
60 X 320 7.600
∅20 150
Apiloada
∅25 200
Franki
∅30 450
Outros tipos de estaca
∅35 550
∅40 800
∅52 1.300
∅60 1.700
∅10 100-150
∅12 100-250
∅15 100-350
∅16 100-450
Raiz
∅20 100-600
∅25 250-800
∅31 300-1.100
∅41 500-1.500
Hélice contínua
∅27, 5 350
∅30 450
∅35 600
Outros tipos de estaca
∅40 800
∅42, 5 900
∅50 1.250
∅60 1.800
∅70 2.450
∅80 3.200
∅90 4.000
∅100 5.000
Alonso (1983) também apresenta em seu estudo valores orientativos que permitem consultar os valores de carga de trabalho das
estacas, além de outros parâmetros geométricos que influenciarão no detalhamento do projeto. Confira a seguir a tabela com valores
orientativos sobre estacas:
Seção de
Fuste ∅35 550 0,90 0,40 4 a 16
Circular
Estaca Franki
∅35 550 1,20 0,70 3 a 16
Estacas
Metálicas II 12pol × 51 / 4pol 1 200 1,00 __ __
Área útil
Perfil
x 120 1,00 a 1,50 __ __
Composto
MN/m²
N máx (kN)
∅
d Área Perímetro
(m) (m²) (cm)
(cm) σ c = 3MN / m σ c = 4MN / m 2 σ c = 5MN / m 2
Estacas
120 2,00 1,13 3,77 3 400 4 500 5 600
Escavadas
d=
{ 2, 5∅ ≥ 60cm para estacas pré-moldadas
3, 0∅ ≥ 60cm para estacas moldadas in loco
Na atualidade, a escolha do tipo de estaca a ser utilizada pode ser fácil ou difícil. Isso é fácil de ser compreendido, pois existe uma
variedade muito grande de estacas para fundações. Como consequência, é necessário entender a fundo o processo executivo de
cada uma e seus custos, visto que esses dois fatores são os que geraram mais impacto no processo de escolha da estaca mais
viável para determinado projeto.
A execução de estacas é uma atividade especializada da Engenharia. Sendo assim, o projetista deve conhecer as empresas
executoras e seus serviços para projetar fundações dentro das linhas de trabalho dessas empresas.
O esquema a seguir apresenta uma adaptação da proposta feita por Hachich et al. (2009), sobre uma classificação dos tipos mais
comuns de estacas, enfatizando o método executivo, no que diz respeito ao seu efeito no solo.
Hachich et al. (2009) também apresentam uma relação dos tipos mais comuns de estacas com suas cargas de trabalho mais usuais.
Veja a seguir.
Carga
Dimensão Carga
Tipo de Estaca Usual OBS.
(cm) Máxima (tf)
(tf)
σ = 60 a 90kgf / cm 2
25 × 25 40 55
30 × 30 55 80
Estacas Cravadas de Concreto
35 × 35 80 100
∅22 30 40
Pré-Moldada Vibrada
Disponíveis até 10m.
Circular
∅29 50 60 Podem ser emendadas.
∅33 70 80
∅20 25 35
Pré-Moldada Protendida
Disponíveis até 12m.
Circular
∅25 50 60 Podem ser emendadas.
σ = 100 a 140kgf / cm 2 Com furo central (ocas).
∅33 70 80
∅20 25 30
∅26 40 50
∅40 75 130
Estacas Cravadas de Concreto
Carga
Dimensão Carga
Tipo de Estaca Usual OBS.
(cm) Máxima (tf)
(tf)
∅25 20 ---
∅45 65 ---
σ = 100kgf / cm 2
∅27 70 90 Diâmetro acabado é 30cm
σ ≅ 800kgf / cm 2
TR 32 25 32,0
TR 37 30 37,1
Tipo de Estaca Dimensão (cm) Carga Máxima (tf) PESO/METRO (kgf/m)
TR 45 35 44,6
TR 50 40 50,3
2 TR 32 50 64,0
2 TR 37 60 74,2
3 TR 32 75 96,0
3 TR 37 90 111,3
H6 − 40 37,1
PERFIS I e H
σ = 800kgf / cm 2
−
I8 30 27,3
(correto: descontar
1, 5mm
−
I 10 40 37,7
para corrosão e aplicar
σ = 1.200kgf / cm 2
−
I 12 60 60,6
−
2I 10 80 75,4
−
2I 12 120 121,2
Estacas Escavadas
Carga
Dimensão Carga
Tipo de Estaca Usual OBS.
(cm) Máxima (tf)
(tf)
∅20 10 15
TIPO BROCA-
Executadas até o NA
σ = 30 a 40kgf / cm 2
∅25 15 20
Estacas Escavadas
∅60 90 140
Muitas vezes, esses tipos de referência podem servir para estudo de alternativas no processo de escolha do tipo de estaca para o
projeto. É importante ressaltar que as cargas ali indicadas contemplam apenas o aspecto estrutural da estaca, ou seja, estas cargas
poderão não ser atingidas em função das características do terreno.
Além disso, tais cargas não são específicas de qualquer empresa executora, mas representam uma prática comum; para efeito de
projeto executivo, as cargas devem ser verificadas junto às empresas executoras. Segundo Hachich et al., (2009), para a escolha do
tipo de estaca a ser utilizada em uma obra, devem ser observados alguns aspectos. Veja a seguir:
CARACTERÍSTICAS DO SUBSOLO
Solos muito resistentes são difíceis de serem atravessados por estacas pré-moldadas executadas por cravação;
Solos com nível de água elevado dificultam a execução de estacas de concreto moldadas in loco;
Aterros executados sobre camadas de solo mole, ainda em adensamento, fazem com que seja desenvolvido atrito negativo nas
estacas executadas nesta camada.
CARACTERÍSTICAS DA OBRA
Obras muito distantes dos grandes centros oneram o custo dos equipamentos.
Existência de subsolos;
Sensibilidade a vibrações;
Danos já existentes.
Sendo assim, uma vez escolhido o tipo de estaca, determinada qual é a carga admissível e de posse das cargas atuantes, o próximo
passo é calcular o número de estacas por bloco de coroamento a fim de definir posteriormente características geométricas e o
dimensionamento final dos blocos de coroamento. Dessa forma, segundo Alonso (2001), para o caso de o centro de carga atuante no
pilar coincidir com o centro do estaqueamento, o número de estacas do estaqueamento pode ser calculado da seguinte maneira:
Carga no Pilar
N ∘ de Estacas =
Carga Admissivel da Estaca
P pilar
N ∘ de Estacas =
P adm
Onde:
N ∘ de Estacas
P pilar
P adm
= Carga admissível da estaca, determinada como a menor carga necessária para provocar a ruptura do solo ou do elemento
estrutural.
Sendo assim, uma vez determinado o número de estacas, as suas dimensões e a sua carga admissível, pode-se consultar imagem a
seguir, proposta por Alonso (2001), para obter os valores de espaçamento mínimo entre estacas.
Distribuição das Estacas em torno do centro da carga do pilar.
Carga admissível
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
BLOCOS DE COROAMENTO
A NBR 6118:2014 (p. 190, item 22.7.1) define Blocos sobre estacas como estruturas de volume usadas para transmitir às estacas e
aos tubulões as cargas de fundação, podendo ser considerados rígidos ou flexíveis por critério análogo ao definido para sapatas. No
decorrer da análise e dimensionamento de blocos sobre estacas, se faz necessária a análise do comportamento estrutural, ou seja,
classificar o bloco como rígido ou flexível. Definição do modelo de cálculo sendo os dois métodos mais comuns o Modelo biela-tirante
e/ou Método CEB-70.
SAIBA MAIS
Modelo biela-tirante é uma representação discreta dos campos de tensões resultantes das cargas aplicadas. Já o CEB-70 é o modelo
clássico de dimensionamento dos aços utilizados na construção de sapatas.
A partir dos cálculos para o dimensionamento de blocos sobre estacas, tem-se como objetivo, quando necessário, o cálculo da
armadura de flexão, Armadura de distribuição, Armadura de suspensão, Armadura de arranque dos pilares e a Armadura lateral e
superior.
Blocos sobre uma ou duas estacas são mais comuns em construções de pequeno porte, como casas térreas, sobrados, galpões etc.,
onde a carga vertical proveniente do pilar é, geralmente, de baixa intensidade.
Estacas x Tubulão.
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL
A NBR 6118:2014, semelhante aos procedimentos para fundações superficiais, também trata do comportamento estrutural para
blocos sobre estacas, de forma que os denominados blocos rígidos são caracterizados por:
Trabalho à flexão nas duas direções, mas com trações essencialmente concentradas nas linhas sobre as estacas (reticulado definido
pelo eixo das estacas, com faixas de largura iguais a 1,2 vezes seu diâmetro).
Forças transmitidas do pilar para as estacas, essencialmente, por bielas de compressão, de forma e dimensões complexas.
Trabalho ao cisalhamento, também em duas direções, não apresentando ruínas por tração diagonal, mas por compressão das bielas,
analogamente às sapatas.
H>
( )A − A0
3
(NA DIREÇÃO
)
H>
( )B − B0
3
Sendo que
a0
b0
Isso é aplicável em situações em que se tem blocos sobre várias estacas, ou plana, para blocos sobre duas estacas. De modo geral,
as forças atuantes nas barras comprimidas da treliça devem ser resistidas pelo concreto, e as forças atuantes nas barras tracionadas
são resistidas pelas barras de aço (armadura). Diante disso, no Método das Bielas, a principal incógnita é determinar as dimensões
das bielas comprimidas, e isto é feito a partir da proposta de Blévot (1967).
Em geral, tem-se que o Método das Bielas é recomendado em duas situações, sendo a primeira quando o carregamento é quase
centrado, comum em edifícios. O método pode ser empregado para carregamento não centrado, admitindo-se que todas as estacas
estão com a maior carga, o que tende a tornar o dimensionamento antieconômico.
A outra situação em que se recomenda o uso do Método das Bielas é quando todas as estacas estiverem igualmente espaçadas do
centro do pilar. Segundo a NBR 6118:2014, o método das Bielas permite a análise da segurança no Estado Limite Último de um
elemento estrutural, ou de uma região D contida neste elemento, por meio de uma treliça idealizada, composta por bielas, tirantes e
nós.
Nessa treliça, as bielas representam a resultante das tensões de compressão em uma região; os tirantes representam uma armadura
ou um conjunto de armaduras concentradas em um único eixo, e os nós ligam as bielas e tirantes, e recebem as forças concentradas,
aplicadas ao modelo.
Em torno dos nós, existirá um volume de concreto, designado como zona nodal, onde é verificada a resistência necessária para a
transmissão das forças entre as bielas e os tirantes. A treliça idealizada é isostática e, nos nós, são concentradas as forças externas
aplicadas ao elemento estrutural e as reações de apoio, formando um sistema autoequilibrado.
As reações de apoio devem ser previamente obtidas mediante uma análise linear ou não linear. Os eixos das bielas devem ser
escolhidos de maneira a se aproximarem o máximo possível das tensões principais de compressão e dos tirantes, dos eixos das
armaduras a serem efetivamente detalhadas.
ATENÇÃO
A NBR 6118:2014 recomenda que as bielas inclinadas possuam ângulo de inclinação cuja tangente esteja entre 0,57 e 2 em relação
ao eixo da armadura longitudinal do elemento estrutural.
Além disso, as verificações das bielas, tirantes e nós são efetuadas a partir das forças obtidas na análise da treliça isostática sob a
ação do sistema autoequilibrado de forças ativas e reativas na treliça.
a0
(e)
.
Distribuição dos esforços no bloco sobre duas estacas.
É possível identificar um polígono de forças na imagem a seguir, no qual tem atuante a força de tração (
Rs
RC
N
2
TGΑ =
RS
e
D
TGΑ =
Ε AP
−
2 4
Rs
As
N (2E − AP )
RS = ×
8 D
N
2 N
SENΑ = → RC =
RC 2SENΑ
Considerando o recomendado pela NBR 6118:2014, que as bielas inclinadas possuam ângulo de inclinação cuja tangente esteja entre
0,57 e 2, e o fato de que as bielas comprimidas de concreto não apresentam risco de ruptura por punção, desde que o ângulo
fique no intervalo de (
40 ∘ < α < 55 ∘
). Dessa forma, o ângulo de inclinação das bielas poderá ser obtido pela equação a seguir.
D
TGΑ =
Ε2 A0
2 4
Ao adotarmos intervalo (
45 ∘ < α < 55 ∘
), temos:
D MIN = 0, 5 E −
( ) A0
2
D MAX = 0, 71 E −
( )
A0
2
VOCÊ SABIA
Segundo a ABNT NBR 6118:2014 (22.7.4.1.4), o bloco sobre estacas deverá possuir altura suficiente para permitir a ancoragem da
armadura de arranque dos pilares. Além disso, na ancoragem, pode-se considerar o efeito favorável da compressão transversal às
barras decorrente da flexão do bloco. Sendo assim, a armadura longitudinal vertical do pilar ficará ancorada no bloco se for obedecida
a seguinte condição com relação à altura útil.
D > L B , Φ , PIL
Sendo
l b , ϕ , pil
Sendo (
) a altura útil e (
d′
d′
) da seguinte maneira:
{
5CM
D′ ≥ A EST
5
Onde
a est
lado de uma estaca de seção quadrada, com área igual à da estaca de seção circular.
√Π
A EST = ΦE
2
A seção ou área das bielas varia ao longo da altura do bloco, e, por isso, são verificadas as seções junto ao pilar e junto à estaca.
Representação da área da biela de concreto comprimido, na base do pilar e no topo da estaca.
À área da biela junto ao pilar pode ser representada pela primeira equação, e a área da biela junto à estaca, pela segunda.
AP
AB = SENΑ
2
A B = A ESENΑ
Onde:
Ab
= Área da Biela
Ap
= Área do Pilar
Ae
= Área da Estaca
σ cd = R cd / A b
R cd = N d / 2senα
PARA O PILAR
PARA A ESTACA
PARA O PILAR
Nd Nd
σ cd , b , pil = Ap
=
A psen 2α
2senα senα
2
PARA A ESTACA
Nd Nd
σ cd , b , est = =
2senαA esenα 2A esen 2α
Visando evitar o esmagamento do concreto, as tensões atuantes devem ser menores que as tensões resistentes (máximas ou
últimas), logo, para evitar esse fenômeno, Blévot considerou alguns limites para essa tensão.
Σ C , B , PIL = Σ C , B , EST = 1, 4K RF CD
KR
= 0,9 \; \mathrm{a} \; 0,95 = coeficiente que leva em consideração a perda de resistência do concreto ao longo do tempo, devido a
cargas permanentes (efeito Rüsch). Logo, as tensões de compressão estão limitadas à:
ND
Σ C , B , PIL = ≤ 1, 4F CD − JUNTO AO PILAR
A PSEN 2Α
ND
Σ C , B , EST = ≤ 0, 85F CD − JUNTO À ESTACA
2A E SEN 2Α
ARMADURA PRINCIPAL
A expressão proposta por Blévot, no método das Bielas, para o cálculo da armadura principal, foi obtida por meio de verificações que
o autor fez a partir de ensaios, em que a força medida na armadura principal foi 15 % superior à indicada pelo cálculo teórico. Sendo
assim, deve-se considerar
Rs
acrescida de 15% (
R sd
).
1, 15N D (2E − A0 )
R SD = ×
8 D
Desse modo, a armadura principal, disposta sobre a cabeça das estacas, pode ser calculada pela equação a seguir.
R SD 1, 15N D
AS =
Σ SD
=
8DF YD (
⋅ 2E − A 0 )
ARMADURAS COMPLEMENTARES
A NBR 6118:2014 indica que, nas armaduras laterais (de pele) e superior em blocos com duas ou mais estacas em uma única linha, é
obrigatória a colocação de armaduras laterais e superiores. No caso de blocos de fundação de grandes volumes, é conveniente a
análise da necessidade de armaduras complementares. Das armaduras complementes, podem se destacar:
ARMADURA SUPERIOR
ARMADURA DE PELE
ARMADURA DOS ESTRIBOS VERTICAIS
ARMADURA SUPERIOR
A Armadura Superior pode ser tomada como uma pequena parcela da armadura principal.
A S , SUP = 0, 2A S
ARMADURA DE PELE
Armadura de Pele em cada face lateral, ou seja, a armadura horizontal mínima é de 0,075% B por face, por metro, conforme é
mostrado a seguir.
( )
A SP
S MIN , FACE
=
( )
A SW
S MIN , FACE
(
= 0, 075B CM 2 / M )
Sendo
B ≃ ϕ e + 2 × 5(cm)
D
S≤ ,
3
E TAMBÉM
S ≥ 8CM
(RECOMENDAÇÃO PRÁTICA)
( )A SW
S MIN , FACE
= 0, 15B
( )
CM 2
M
sobre as Estacas
{ }
15cm
→s≤ √π
0, 5a est = 0, 5 0e
2
→ s ≤ 20cm
.
Dessa forma, após os devidos cálculos, é possível obter o detalhamento das armaduras de forma gráfica, um dos elementos de um
projeto executivo de fundações indiretas com estacas.
Para compreender melhor a metodologia, segue um modelo de cálculo para dimensionamento de um bloco sobre duas estacas.
EXEMPLO 1
Deseja-se dimensionar um bloco de coroamento sobre duas estacas. Deve-se considerar o pilar de 30 X 90cm, a força característica
atuante de 4500kN e a estaca utilizada no bloco, que é a pré-moldada, com diâmetro de
∅80cm
. A resistência característica do concreto é de 40MPa, e o bloco será usado em um edifício de grande porte.
B = Largura do Bloco
B ≥ ∅ e + 2, 15(cm)
.
Como a estaca é pré-moldada:
E = 2, 5∅ E
E = 2, 5 × 80 → E = 200CM
B = 2A = 2 × 65 = 130 ≥ 80 + 2 × 15 = 110CM(OK)
Limite Mínimo
D MIN = 0, 5 E −
( ) A0
2
D MIN = 0, 5 200 −
( 90
2 )
Limite Máximo
D MAX = 0, 71 E −
( ) A0
2
D MAX = 0, 71 200 −
( 90
2 )
D ADOTADO = 95CM
Verificação do ângulo
α
95
TGΑ =
200 90
2
− 4
TGΑ = 1, 226
Α = ARCTG(1, 226)
Θ = 50, 8 ∘ ≤ 55 ∘ (OK)
Junto ao pilar
ND
Σ C , B , PIL = ≤ 1, 4F CD
A PSEN 2Α
1, 4N K
Σ C , B , PIL = ≤ 1, 4F CD
A PSEN 2Α
1, 4 × 4500 40
Σ C , B , PIL = ≤ 1, 4
(90 × 30)SEN 2(50, 8) 14
KN KN
Σ C , B , PIL = 3, 88 ≤ 4, 0 (OK)
CM 2 CM 2
Junto à Estaca
ND
Σ C , B , EST = ≤ 0, 85F CD
2A ESEN 2Α
1, 4 × 4500 40
Σ C , B , EST = ≤ 0, 85
14
2⋅
( )
Π.80 2
4
SEN 2(50, 8)
KN KN
Σ C , B , EST = 1, 044 ≤ 2, 42 (OK)
CM 2 CM 2
1, 15N D
AS =
8DF YD (
⋅ 2E − A 0 )
1, 15 × 6300
AS = ⋅ (2 × 200 − 90)
8 × 95 × 43, 5
Número de Barras
AS
NA =
S A 1∅
∅25
, tem-se
A 1∅ = 5, 05cm 2
, logo:
AS
NA =
S A 1∅
68
NA = ≈ 20 BARRAS
S 5, 05
N1 = 20 ∅25
Armadura de Pele
( )
A SP
S MIN , FACE
= 0, 075B
( )
CM 2
M
A SP = 0, 075 × 130
( )CM 2
M
A SP = 9, 75
( )
CM 2
M
D
S≤ ,
3
E TAMBÉM
S ≥ 8CM
(RECOMENDAÇÃO PRÁTICA)
∅12, 5
N2 = ∅12, 5C / 20
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
( )A SW
S MIN , FACE
= 0, 15B
( )
CM 2
M
A SW = 0, 15 × 130
( ) CM 2
M
A SW = 19, 5
( )CM 2
M
Espaçamento
sobre as Estacas
{ }
15cm
→s≤ √π
0, 5a est = 0, 5 ∅e
2
→ s ≤ 20cm
Q12,5,
Dessa forma, o bloco com as armaduras detalhadas pode ser verificado a seguir.
Rs
RC
N
3
TGΑ =
RS
D
TGΑ =
√3
E − 0, 3A 0
3
Rs
As
RS =
N
9
×
( E√3 − 0, 9A 0
D )
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
N
8 N
SENΑ = → RC =
RC 3SENΑ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
45 ∘ < α < 55 ∘
), o ângulo de inclinação das bielas poderá ser obtido pela equação a seguir:
D
TGΑ =
√3
Ε 8
− 0, 3A 0
45 ∘ < α < 55 ∘
), o que resulta:
D MIN = 0, 58 E −
( ) A0
2
D MAX = 0, 825 E −
( ) A0
2
h = d + d′
). Sendo (
d
) a altura útil e (
d′
) o cobrimento do bloco,
({ )
5cm
d ′ ≥ a est
5
A verificação das bielas também ocorrerá de modo semelhante, sendo que a área da biela junto ao pilar pode ser representada pela
primeira equação, e a área da biela junto à estaca, pela segunda. Veja a seguir:
PARA O PILAR
PARA A ESTACA
PARA O PILAR
ND
Σ CD , B , PIL =
A PSEN 2Α
PARA A ESTACA
ND
Σ CD , B , EST =
3A ESEN 2Α
ND
Σ C , B , EST = ≤ 0, 85F CD JUNTO À ESTACA
3A E SEN 2Α
O arranjo ou posicionamento da armadura principal nos blocos sobre três estacas também segue a recomendação da NBR
6118:2014, que afirma que deve existir uma armadura principal paralela aos lados (disposta na direção dos eixos das estacas) e
uma malha ortogonal. Confira a seguir:
ARMADURA PRINCIPAL
ARMADURA EM MALHA
ARMADURA DE SUSPENSÃO
ARMADURA PRINCIPAL
√3N D
A S , LADO =
27DF YD (E√3 − 0, 9A0 )
ARMADURA EM MALHA
É sugerido acrescentar uma “armadura em malha” de barras finas, em duas direções, com:
1
A S , MALHA = A S , LADO ≥ A S , SUSP / FACE
5
ARMADURA DE SUSPENSÃO
A armadura de suspensão tem função de evitar o surgimento de fissuras nas regiões entre estacas, sendo calculada, assim, uma
armadura de suspensão total:
ND
A S , SUSP , TOT =
4, 5FYD
A S , SUSP , TOT
A S , SUSP , FACE =
3
ARMADURA SUPERIOR
ARMADURA DE PELE
ARMADURA DOS ESTRIBOS VERTICAIS
ARMADURA SUPERIOR
A Armadura Superior também pode ser tomada como uma pequena parcela da armadura principal.
A S , SUP = 0, 2A S
ARMADURA DE PELE
No Bloco sobre 3 estacas, é necessário inserir, em cada face vertical lateral, a armadura de pele, na forma de estribos ou
simplesmente barras horizontais, com a finalidade de reduzir a abertura de possíveis fissuras nessas faces.
1
A SP , FACE = A S , TOTAL
8
Os estribos verticais, quando necessários, seguem as recomendações do bloco com 2 estacas. Para compreender melhor a
metodologia, segue um modelo de cálculo para dimensionamento de um bloco sobre 3 estacas.
EXEMPLO 2
Deseja-se dimensionar um bloco de coroamento sobre três estacas. Deve-se considerar o pilar de 30 X 60cm, a força característica
atuante de 2400kN e a estaca utilizada no bloco é a Pré-Moldada, com diâmetro de
∅60cm
. A resistência característica do concreto é de 30MPa, e o bloco será usado em um Edifício de grande porte.
e = 2, 5∅ e
e = 2, 5 × 60 → e = 150cm
d min = 0, 58 e −
( ) a0
2
d min = 0, 58 150 −
( 60
2 )
d min = 69, 6cm
d max = 0, 825 e −
( ) a0
2
d adotado = 100cm
VERIFICAÇÃO DO ÂNGULO
Α
d
tgα =
√3
e − 0, 3a 0
3
100
tgα =
√3
150 3 − 0, 3 × 30
tgα = 1, 2903
α = arctg(1, 2903)
α = 52, 2 ∘ ≤ 55 ∘ (ok)
Nd
σ c , b , pil = ≤ 1, 75f cd
A psen 2α
1, 4N k
σ c , b , pil = ≤ 1, 75f cd
A psen 2α
1, 4 × 2400 40
σ c , b , pil = ≤ 1, 75
14
(60 × 30)sen 2 52, 2 ∘ ( )
kN kN
σ c , b , pil = 2, 99 ≤ 3, 75 (ok)
cm 2 cm 2
Junto à Estaca
Nd
σ c , b , sst = ≤ 0, 85f cd
3A esen 2α
1, 4 × 2400 40
σ c , b , est = ≤ 0, 85
14
3⋅
( )
π , 60 2
4
2
sen (52, 2)
kN kN
σ c , b , sst = 0, 63 ≤ 1, 82 (ok)
cm 2 cm 2
CÁLCULO DA ARMADURA PRINCIPAL – PARALELA AOS LADOS
√3N d
A s , lado =
27df yd (e√3 − 0, 9a0 )
√3 × 3360
A s , lado = (150√3 − 0, 9 × 30)
27 × 100 × 43, 5
Número de Barras
As
NA =
s A 1∅
∅16
, tem-se
A 1∅ = 1, 98cm 2
, logo:
As
NA =
s A 1∅
11, 6
NA = ≈ 6 Barras
s 1, 98
6∅16
1, 4 × 2400
A s,susp,tot = = 17, 2cm 2
4, 5 × 43, 5
Ou seja,
17, 2
A s , susp, face = = 5, 73cm 2 / face
3
ESPAÇAMENTO
Para este caso, utilizando
∅8
N2 = ∅8c / 20
Armadura em malha
1
A s , malha = A
5 s , lado
1
A s,malha = × 11, 6
5
A s , malha = 2, 32cm 2
Sendo que:
1
A s,malha = A ≥ A s susp
5 slado face
A s,malha = 2, 32 ≤ 5, 73
Logo,
A s , malha = 5, 73cm 2
Número de Barras
A s , malha
N A , malha =
s A 1∅
∅8, 0
, tem-se
A 1∅ = 0, 50cm 2
, logo:
As
NA =
s A 1∅
5, 73
NA = ≈ 12 Barras
s , malha 0, 50
12∅8, 00mm
Como dito anteriormente, o procedimento para bloco de 4 estacas também se assemelha às etapas realizadas para dimensionamento
de bloco com duas estacas. Dessa forma, para blocos com 4 estacas, é possível identificar um polígono de forças, no qual é atuante
a força de tração (
Rs
RC
N
4
TGΑ =
RS
e
D
TGΑ =
√2 √2
E 2
− A0 4
Rs
As
( )
N √2 2E − A 0
RS = ×
16 D
N
4 N
SENΑ = → RC =
RC 4SENΑ
45 ∘ < α < 55 ∘
45 ∘ < α < 55 ∘
), o que resulta:
D MIN = 0, 71 E −
( ) A0
2
D MAX = E −
( ) A0
2
) pode ser obtida da mesma forma que para o bloco de duas estacas (
h = d + d′
). Sendo (
) a altura útil e (
d′
) o cobrimento do bloco,
({ )
5cm
′
d ≥ a est
5
A verificação das bielas também ocorrerá de modo semelhante, sendo que a área da biela junto ao pilar pode ser representada pela
primeira equação, e a área da biela junto à estaca, pela segunda. Veja mais detalhes a seguir:
PARA O PILAR
PARA A ESTACA
PARA O PILAR
ND
Σ CD , B , PIL =
A PSEN 2Α
PARA A ESTACA
ND
Σ CD , B , EST =
4A ESEN 2Α
ND
Σ C , B , PIL = ≤ 1, 89F CD JUNTO AO PILAR
A PSEN 2Α
ND
Σ C , B , EST = ≤ 1, 89F CD JUNTO À ESTACA
4A ESEN 2Α
O detalhamento com armadura principal paralela aos lados e com adição de armadura em malha é o mais usual na prática, sendo
assim, confira a seguir a armadura paralela a cada lado:
ARMADURA PRINCIPAL
ARMADURA EM MALHA
ARMADURA DE SUSPENSÃO
ARMADURA PRINCIPAL
ND
A S , LADO =
16D. FYD (2E − A0 )
ARMADURA EM MALHA
É sugerido acrescentar uma “armadura em malha” de barras finas, em duas direções, com:
A S , SUSP
A S , MALHA = 0, 25A S , LADO ≥
4
ARMADURA DE SUSPENSÃO
A armadura de suspensão tem função de evitar o surgimento de fissuras nas regiões entre estacas, sendo calculada uma armadura
de suspensão total.
ND
A S , SUSP =
6FYD
EXEMPLO 3
Deseja-se dimensionar um bloco de coroamento sobre 4 estacas. Deve-se considerar os dados a seguir, supondo estacas pré-
moldadas de Concreto Armado. Dados conhecidos:
e = 2, 5∅ e
e = 2, 5 × 30 → e = 75cm
e = 80cm
Dimensões do bloco.
a0
d min = 0, 71 e −
( ) a0
2
(
d min = 0, 71 80 −
38, 73
2 )
d min = 43, 1cm
( )
d max = e −
a0
2
(
d max = 80 −
38, 73
2 )
d max = 60, 64cm
d adotado = 54cm
Α
d
tgα =
√2 √2
e 2 − a0 4
54
tgα =
√2 √2
80 − 38, 73
2 4
tgα = 1, 259
α = arctg(1, 259)
α = 51, 55 ∘ ≤ 55 ∘ (ok)
Nd
σ c , b , pil = ≤ 2, 1f cd
A psen 2α
1, 4N k
σ c , b , pil = ≤ 2, 1f cd
A psen 2(51, 55)
1, 4 × 1303 40
σ c , b , pil = ≤ 2, 1
14
(38, 73) 2sen 2 51, 55 ∘ ( )
kN kN
σ c , b , pil = 1, 98 ≤ 6, 00 (ok)
cm 2 cm 2
Junto à Estaca
Nd
σ c , b , est = ≤ 0, 85f cd
4A esen 2α
1, 4 × 1303 40
σ c , b , est = ≤ 0, 85
14
4⋅
( )
π.30 2
4
2
sen (51, 55)
kN kN
σ c , b , est = 1, 05 ≤ 2, 43 (ok)
cm 2 cm 2
Nd
A s , lado =
16d ⋅ f yd (2e − a0 )
1, 4(1303 + 33, 75)
A s , lado = (2 × 80 − 38, 73)
16 × 54 × 43, 5
A s , lado = 6, 04cm 2
Número de Barras
AS
NA =
S A 1∅
∅16
tem-se
A 1∅ = 1, 98cm 2
, logo:
As
NA =
s A 1∅
6, 04
NA = ≈ 3 Barras
s , mahn 1, 89
3∅16
sobre estacas
A s,malha = 0, 25 × 6, 04
A s , malha = 1, 51cm 2
Sabe-se que a:
A s , susp
A s,malha ≥
4
Logo,
Armadura de Suspensão
Ou seja,
7, 17
A s , susp , face = = 1, 79cm 2 / face
4
A s.malha = 1, 79cm 2
Número de Barras
A s , malha
N A , malha =
s A 1∅
∅6, 3
tem-se
A 1∅ = 0, 31cm 2
, logo:
As
NA =
s A 1∅
1, 79
NA = ≈ 3 Barras
s , mahn 0, 31
6∅6, 3mm
1
A sp , face = A
8 s , tot
Sendo que:
A s , tot = 4A s , lado
Logo,
1
A sp , face = × 4A s , lado
8
1
A sp , face = × 6, 04
2
Número de Barras
A s , malha
N A malha =
s A 1∅
∅8, 0
, tem-se
A 1∅ = 0, 50cm 2
, logo:
AS
NA =
Spface A 1∅
3, 02
NA = ≈ 6 Barras
sprace 0, 50
6∅8, 0mm
Com espaçamento de
s = 10cm
Comportamento Estrutural
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante o desenvolvimento deste conteúdo, você conheceu os principais elementos estruturais que compõem os tipos de fundações
profundas, em especial os aspectos importantes para o cálculo de capacidade última e admissível para estacas.
Verificou também quais são os métodos adotados para calcular a capacidade de carga última da estaca, e os motivos pelo qual os
métodos semiempíricos são os mais adotados. Além disso, foi possível entender quais são as formas de funcionamento em estacas,
os fatores que devem ser considerados para a determinação da carga admissível e qual a importância dos valores de carga de
catálogo para modelos distintos de estacas.
Por fim, foi feito um estudo sobre dimensionamento de bloco sobre estacas, os denominados blocos de coroamento, de forma que
foram apresentados modelos de cálculo para blocos com 2, 3 e 4 estacas, e detalhes aplicados para projetos executivos de
fundações.
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ABNT ‒ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118:2014. Projeto de estruturas de concreto ‒
Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014. (Norma em revisão)
ABNT ‒ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122:2019. Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro:
ABNT, 2003. Versão Corrigida: 2004, confirmada: 02 dez. 2019.
BUDHU,m. Fundações e Estruturas de Contenção. Traduzido de Foundations and Earth Retaining Structures. 5. ed. Editora LTC.
CINTRA, J. C. A; AOKI, N; ALBIERO, J. H. Fundações por Estacas: Projeto Geotécnico. São Paulo: Oficina de Textos, 2018.
DÉCOURT, L. Análise e projeto de fundações profundas: estacas. In: HACHICH et al. (eds.). Fundações: Teoria e Prática. 2. ed.
São Paulo: Pini, 1996, p. 265-301.
HACHICH, W. et al. Fundações – Teoria e Prática. 2. Ed. São Paulo: Pini, 2009.
MURTHY, V. N. S. Geotechnical Engineering, Principles and Practices of Soil Mechanics and Foundation Engineering. New
York: Marcel Dekker, Inc., 2003.
REBELLO, Y. C. P. Fundações, Guia Prático de projeto, execução e dimensionamento. São Paulo: Zigurate, 2008.
VELLOSO, D. de A; LOPES, F. de R. Fundações: Fundações Profundas. Volume 2. São Paulo: Oficina de Texto, 2010.
EXPLORE+
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CONTEUDISTA
Dayanne Severiano Meneguete