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ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ESTRUTURAS


4o. TRABALHO PRÁTICO

Parte 1
Na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG (FACE), foram construídas passarelas com duas
treliças laterais constituídas por perfis laminados da série W da Gerdau fabricados com aço estrutural
ASTM A572-Grau 50, para ligação entre dois blocos da edificação, biapoiadas, com os apoios situados
no banzo inferior (supor um apoio como rotulado fixo e o outro como rotulado móvel), como se vê na
Figura 1(a).

PASSARELA SUPERIOR
Obter essa medida em todos os nós
dos banzos superior e inferior

?
Parede de fechamento
Laje

Laje

Grade metálica
de proteção (b) Detalhe dos Nós
Apoio PASSARELA INFERIOR

(a) Visão Geral


Figura 1 - Passarelas de Ligação da FACE

Pede-se que inicialmente, seja vistoriada a PASSARELA INFERIOR, para levantar sua geometria (vão,
altura etc.), identificar os perfis utilizados em todas as barras, determinar a espessura total das lajes sobre
os dois banzos (essas lajes podem ser consideradas de concreto armado) e o material de fechamento
(obter a altura e a espessura da parede de fechamento, que pode ser considerada de tijolo furado com
revestimento de 3 cm em ambos os lados com argamassa de cimento, cal e areia).

No levantamento da geometria, determinar rigorosamente a disposição das barras nos nós, como ilustra a
Figura 1(b).

Em seguida, colocar as cargas da forma mais realística possível em uma das treliças laterais. Nessa
atividade:
- o peso próprio das lajes deve ser disposto como carga distribuída nos banzos superior e inferior;
- o peso próprio da parede de fechamento deve ser disposto como carga distribuída no banzo superior;
- o peso próprio da grade metálica de fechamento deve ser desprezado;
- o peso próprio dos perfis estruturais deve ser acrescido de 10% para levar em conta chapas adicionais,
soldas etc., e considerado simplificadamente como uma carga distribuída nos banzos superior e inferior
(por exemplo, hipoteticamente, se cada treliça lateral tiver vão de 8 m e pesar no total 1.000 kN, já com
o acréscimo de 10%, vai atuar em cada banzo uma carga uniformemente distribuída de
1.000/2/8 = 62,5 kN/m);
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- além das cargas permanentes supracitadas, deve ser colocada sobre as lajes superior e inferior uma
sobrecarga correspondente a corredor de escola (essa sobrecarga chega às treliças laterais como carga
distribuída nos banzos);
- desprezar quaisquer outros efeitos, inclusive de vento.

Fazer a análise estrutural da treliça com a combinação última de ações (carga permanente e sobrecarga)
usando um programa computacional para obtenção dos esforços solicitantes de cálculo (combinar as
ações antes do processamento, mas nesse tipo de estrutura a análise pode ser de 1ª. ordem). Para cada
barra da treliça, obter os diagramas de força axial, momento fletor e força cortante solicitantes de cálculo
(o banzo superior tem 5 barras, o inferior 4, e há 8 diagonais e dois montantes nas extremidades). Deve-
se observar que, a rigor, pelo fato de haver cargas aplicadas fora dos nós e excentricidades nos nós,
a estrutura, apesar de ter a aparência de uma treliça, é um pórtico, e deve ser processada com
todos os nós rígidos.

Nessa fase do trabalho, traçar os diagramas de força axial, momento fletor e força cortante de cálculo em
toda a treliça e, em seguida, desconsiderando o momento fletor e a força cortante, verificar todas as
barras submetidas à força axial de tração (hipoteticamente, barras submetidas exclusivamente à força
axial de tração).

Processar novamente a treliça com a combinação de ações de serviço (carga permanente e sobrecarga)
usando o programa computacional e verificar se sua flecha encontra-se dentro de limites aceitáveis (pode
ser usado o limite de viga de piso, com o detalhe de que há uma parede – sobre o banzo superior –
solidarizada com a treliça).

Finalmente, explicar porque foram colocados enrijecedores transversais nos banzos (chapas dos dois
lados da alma, soldadas à alma e às mesas) (ver Figura 2).

Enrijecedores transversais

Figura 2 – Enrijecedores Transversais

Ao entregar o trabalho, o aluno deve manter com ele uma cópia, que será utilizada em TPs posteriores
(quem não fizer essa parte do TP, NÃO PODERÁ fazer a parte similar desses TPs posteriores) e,
obrigatoriamente, anexar ao TP uma foto nítida dele próprio na passarela efetuando a vistoria.
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Parte 2
Na treliça abaixo, PG,k é igual a 200 kN e representa o valor característico de uma ação permanente, e
PQsc,k é igual a 120 kN e representa o valor característico de uma sobrecarga de cobertura. Determinar o
máximo valor característico que a força de sucção decorrente da ação do vento PQve,k pode ter, tendo em
vista a capacidade resistente à tração do banzo superior ABC, em perfil duplo U (][) 152,4 x 12,2. O peso
próprio da treliça pode ser desprezado. Para sua ligação, o perfil possui os furos indicados, feitos com
broca, para parafusos de diâmetro de 16 mm.

Verificar também a esbeltez do banzo superior, sabendo-se que somente os nós A e C são travados contra
deslocamento lateral, e determinar o máximo espaçamento entre as chapas espaçadoras.

Adicionalmente, determinar qual valor a distância entre as linhas de furação perpendiculares à


solicitação, projetada originalmente igual a 40 mm (ver figura), deveria ter para que qualquer linha de
ruptura pudesse ocorrer indistintamente.

Sabe-se que foi usado aço estrutural ASTM A572 - Grau 50.

PQsc,k = 120 kN

PG,k = 200 kN
A B C

1,0 m

D F
E
PQve,k = ?

3,0 m 3,0 m

30 mm
x x 30 mm

40 40 40
y mm mm mm
6,3 mm

Seção transversal da corda ABC Furação para ligação da corda ABC

Algumas respostas: ec =13 mm; c = 80 mm; Ct = 0,84; PQve,k = 508 kN (para o estado-limite último
de RSL, que prevalece);  x = 50,5; y = max = 283,91;  = 408 cm (não são necessárias chapas
espaçadoras, considerando que em B a chapa de nó, para a ligação do montante BE, funcionará
também como chapa espaçadora); s1 = 32,40 mm.

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