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O dimensionamento de vigas em concreto armado exige a determinação de cargas e esforços que são aplicados ao elemento com a finalidade de
obtenção das armaduras longitudinal e transversal para detalhamento e apresentação do projeto.
PROPÓSITO
O dimensionamento das vigas de concreto armado é essencial para os engenheiros civis apresentarem o projeto estrutural de uma edificação de
forma adequada para a execução da estrutura.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro
estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você
devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades.
MÓDULO 1
(V )
e o momento fletor
(M ),
O carregamento atuante
(q)
das vigas é obtido através do cálculo das reações nas lajes transferidas para as vigas de apoio. O procedimento de cálculo apresentado pela NBR
6118: 2014 baseia-se no comportamento em regime plástico, a partir da posição aproximada das linhas de plastificação, também denominadas
charneiras plásticas. Esse procedimento é conhecido como processo das áreas e será descrito nas próximas seções.
(h)
8% ⋅ L ≤ h ≤ 10% ⋅ L
Sendo
o comprimento do vão da viga, que é obtido do projeto de formas (imagem a seguir), medido de eixo a eixo dos apoios (do lado esquerdo V6 e do
lado direito P10), é dado por
3, 14m.
25cm ≤
h ≤ 31, 4cm,
A NBR 6118:2014 permite calcular as reações de apoio de lajes retangulares sob carregamento uniformemente distribuído, considerando, para
cada apoio, a carga correspondente aos triângulos ou trapézios obtidos, traçando, a partir dos vértices, na planta da laje, retas inclinadas de:
A imagem a seguir apresenta de forma esquemática a consideração das áreas descritas anteriormente, sendo:
Ax ,
Ay ,
′
Ax
′
Ay :
vx ,
vy ,
′
vx
′
vy :
lx ,
ly :
Imagem 5: Áreas obtidas utilizando o método das charneiras plásticas determinado pela NBR 6118:2014.
p ⋅ Ay
vy =
lx
′
p ⋅ Ax
′
vx =
ly
′
p ⋅ Ay
′
vy =
lx
Em que
As reações de apoio também podem ser obtidas com o auxílio dos coeficientes
kx ,
ky ,
′
kx
′
ky ,
cujos valores são apresentados nas tabelas 1, 2 e 3 . Os valores dos coeficientes estão relacionados com a condição do apoio e de
λ.
p ⋅ lx
vx = kx
10
p ⋅ lx
vy = ky
10
p ⋅ lx
′ ′
vx = kx
10
p ⋅ lx
′ ′
vy = ky
10
′ ′
kx ky kx ky ky kx kx ky
Tabela 1: Coeficientes
kx ,
ky ,
′
kx
′
ky
para o cálculo das reações nas vigas de apoio de lajes retangulares uniformemente carregadas (casos 1, 2 e 3).
Extraído de: Carvalho, 2014, p. 333.
′ ′ ′ ′
kx kx ky ky kx ky kx ky
Tabela 2: Coeficientes
kx ,
ky ,
′
kx
′
ky
para o cálculo das reações nas vigas de apoio de lajes retangulares uniformemente carregadas (casos 4, 5 e 6).
Extraído de: Carvalho, 2014, p. 334.
′ ′ ′ ′ ′ ′
kx kx ky kx ky ky kx ky
Tabela 3: Coeficientes
kx ,
ky ,
′
kx
e
′
ky
para o cálculo das reações nas vigas de apoio de lajes retangulares uniformemente carregadas (casos 7, 8 e 9).
Extraído de: Carvalho, 2014, p. 335.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
2
p = 8, 00kN /m ,
lx = 5, 00
ly = 5, 50,
SOLUÇÃO
Cálculo de
5, 50
λ = = 1, 10
5, 00
′ ′
kx ky kx ky ky kx kx ky
8, 00.5, 00
vx = 2, 01 = 8, 04kN /m
10
8, 00.5, 00
vy = 2, 41 = 9, 64kN /m
10
8, 00.5, 00
′
vy = 4, 17 = 16, 68kN /m
10
Resposta:
Situações de vinculação das lajes isoladas com a representação com apoios em forma de viga.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Como pré dimensionar uma viga
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
Além da viga retangular, é comum encontrar vigas com seção transversal em forma de I ou T. Entretanto, a seção de vigas pode ter outros
formatos, como V, U, C, duplo T, entre outras. As vantagens de considerar a contribuição das lajes para formar seções do tipo T estão na
possibilidade de vigas com menores alturas, economia de armadura e de forma, flechas menores etc. As seções transversais diferenciadas são
utilizadas com frequência em elementos pré-moldados.
É muito comum também a viga de seção T quando se considera a contribuição de lajes maciças apoiadas em viga de seção retangular, como
ilustra a imagem a seguir.
Imagem 6: Viga T.
A mesa pode estar parcial ou totalmente comprimida pela ação do momento fletor atuante. A seção T é bastante comum nas estruturas moldadas
no local quando as lajes do pavimento são do tipo maciça, onde a seção T é visualmente imperceptível. As tensões normais de compressão
alcançam também as vizinhanças das lajes apoiadas nas vigas. A imagem a seguir ilustra a situação de compressão apenas na mesa e a situação
com compressão na mesa e parte da alma para o momento positivo.
Vale ressaltar que a contribuição das lajes só pode ser considerada quando estão comprimidas pelas tensões normais da flexão. Além disso, é
importante observar que a laje deve estar obrigatoriamente no lado da viga, inferior ou superior, submetida às tensões normais de compressão,
conforme ilustra a imagem a seguir.
Imagem 8: Consideração de viga de seção T e retangular de acordo com o momento atuante.
bf ,
bw
acrescida de no máximo
10%
da distância "a" entre pontos de momento fletor nulo, para cada lado da viga em que haja laje colaborante. A distância "a" pode ser estimada em
função do comprimento do tramo considerado, como se apresenta a seguir.
VIGA SIMPLESMENTE APOIADA:
a = 1, 00 ⋅ l
TRAMO COM MOMENTO EM UMA SÓ EXTREMIDADE:
a = 0, 75 ⋅ l
TRAMO COM MOMENTOS NAS DUAS EXTREMIDADES:
a = 0, 60 ⋅ l
TRAMO EM BALANÇO:
a = 2, 00 ⋅ l
A NBR 6118:2014 ainda diz que, alternativamente, o cômputo da distância “a” pode ser feito ou verificado mediante exame dos diagramas de
momentos fletores na estrutura. E, no caso de vigas contínuas, é possível calculá-las com uma largura colaborante única para todas as seções,
inclusive nos apoios sob momentos negativos – desde que essa largura seja calculada a partir do trecho de momentos positivos em que a largura
resulte mínima, como ilustra a imagem a seguir.
Sendo:
b1 ≤ 0, 5 ⋅ b2 ; b1 ≤ 0, 1 ⋅ a
b3 ≤ b4 ; b3 ≤ 0, 1 ⋅ a
Em que
b3
O equacionamento da armadura longitudinal para vigas de seção T e concreto de até 50MPa é mostrado de forma esquemática na imagem a
seguir. Observa-se a existência de dois casos, em função da posição da linha neutra (LN) na seção transversal: LN cortando a mesa ou LN
cortando a alma.
Para a seção T com armadura simples e LN passando pela alma da seção, tem-se a seguinte equação para o momento resistido pelas abas
(M1 )
hf hf
M1 = Fc1 ⋅ (d − ) = 0, 85 ⋅ fcd ⋅ hf ⋅ (bf − bw ) ⋅ (d − )
2 2
O momento restante
(M2 )
é dado por:
y
M2 = Md − M1 = Fc2 ⋅ (d − ) = 0, 68 ⋅ bw ⋅ x ⋅ fcd ⋅ (d − 0, 4 ⋅ x)
2
M1 M2
As = +
(d − hf /2) ⋅ fyd (KZ) ⋅ d ⋅ fyd
ARMADURA DE PELE
0, 10%b ⋅ h
, em cada face da alma da viga, e composta por barras de CA-50 ou CA-60, com espaçamento não maior que
20cm
e devidamente ancorada nos apoios, não sendo necessária uma armadura superior a
2
5cm /m
Deve-se considerar a armadura de pele em vigas com altura superior a 60cm. Vale ressaltar que as armaduras principais de tração e de
compressão não podem ser computadas no cálculo da armadura de pele.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Neste exemplo, os valores calculados serão confrontados com os valores obtidos na calculadora de vigas do programa de cálculo estrutural TQS-
versão estudante. Vamos então ao exemplo.
Calcule a armadura longitudinal das seções transversais mais solicitadas da viga V12 indicada na planta posterior (primeira imagem), para as
seções mais solicitadas (segunda imagem).
Imagem 12: Parte da planta de forma com a viga V12.
Imagem 13: Indicação das seções mais solicitadas em cada vão da viga V12.
bw = 14cm
h = 40cm
fck = 30M P a
Aço CA-50
Cobrimento da armadura
= 2, 5cm
(classe II)
Es = 210000M P a
Eci = 31000M P a
Ecs = 27000M P a
Permanente sobre a viga: 0,95tf/m (proveniente das cargas permanentes sobre a laje – peso próprio e cargas permanentes – e alvenaria sobre a
viga)
Acidental sobre a viga: 0,21tf/m (proveniente das cargas acidentais sobre a laje)
SOLUÇÃO
1º passo: Cálculo dos momentos fletores de cálculo máximos para cada seção
Para o cálculo do momento fletor de cálculo, será utilizado o coeficiente para majoração da carga:
γ = 1, 4.
(Mgd ) ,
será somado o momento fletor devido ao peso próprio da estrutura com o momento fletor devido às cargas permanentes, e depois o valor obtido
será multiplicado pelo coeficiente.
(Mqd )
, o momento acidental característico será multiplicado por 1,4 . Esses valores de momentos foram obtidos na imagem
14.
(Md( total ) )
Seção S1:
Mgd = 1, 4 × 0, 57 = 0, 79t. m;
Mqd = 1, 4 × 0, 08 = 0, 112 t. m;
Md( total ) = 0, 9 t.m
Seção S2:
Seção S3:
Mgd = 1, 4 × 0, 45 = 0, 378 t. m
Mqd = 1, 4 × 0, 13 = 0, 182 t. m
Md( total ) = 0, 632 t. m
Seção S4:
Mgd = 1, 4 × (−2, 71) = −3, 794 t. m;
2º passo: Obter
Kx ,
Kz
KM D
Cálculo de KMD:
Md
KM D =
2
bw ⋅ d ⋅ fcd
Seção S1:
9, 1
KM D = = 0, 023
2 3
0, 14 ⋅ 0, 36 ⋅ 21, 43 ⋅ 10
KM D KX KZ Domínio
εc εs
Valores adotados:
Kx = 0, 034;
Kz = 0, 986
Seção S2:
13, 2
KM D = = 0, 034
2 3
0, 14 ⋅ 0, 36 ⋅ 21, 43 ⋅ 10
KM D KX KZ Domínio
εc εs
Valores adotados:
Kx = 0, 052;
Kz = 0, 98
Seção S3:
6, 32
KM D = = 0, 0163
2 3
0, 14 ⋅ 0, 36 ⋅ 21, 43 ⋅ 10
KM D KX KZ Domínio
εc εs
Valores adotados:
Kx = 0, 023;
Kz = 0, 99;
Ks = 43, 05
Seção S4:
41, 44
KM D = = 0, 107
2 3
0, 14 ⋅ 0, 36 ⋅ 21, 43 ⋅ 10
KM D KX KZ Domínio
εc εs
Valores adotados:
Kx = 0, 1695;
Kz = 0, 932
x = Kx ⋅ d
Seção S1:
x = 0, 034 ⋅ 36 = 1, 224cm
Seção S2:
x = 0, 052 ⋅ 36 = 1, 872cm
Seção S3:
x = 0, 023 ⋅ 36 = 0, 823cm
Seção S4:
x = 0, 1695 ⋅ 36 = 6, 10cm
Md
As =
Ks ⋅ d
Seção S1:
8, 96
2
As = = 0, 58cm →
42, 87 ⋅ 0, 36
Adotar
As,mi
ˊn
Seção S2:
13, 2
2
As = = 0, 861cm
42, 6 ⋅ 0, 36
Seção S3:
6, 32
2
As = = 0, 41cm →
43, 05 ⋅ 0, 36
Adotar
As,min
Seção S4:
41, 44
2
As = = 2, 84cm
40, 53 ⋅ 0, 36
As,min = 0, 15%(b ⋅ h)
2
As,min = 0, 173%. (b ⋅ h) = 0, 0015 ⋅ 14 ⋅ 40 = 0, 84cm
Obs.: Adotar
As,min
As
calculado no 4º passo!
6º passo: verificar os cálculos realizados com o resultado obtido pela calculadora de vigas do TQS
Seção S1:
Seção S2:
Seção S3:
Seção S4:
Os valores calculados convergiram com os valores obtidos na calculadora do software estrutural TQS (versão estudante). O sexto passo é apenas
uma informação a mais que pode ser utilizada pelo aluno caso tenha interesse em comparar seus cálculos manuais com o cálculo realizado por
um software estrutural na versão estudante.
Com a finalidade de facilitar a determinação da armadura longitudinal (quantidade e diâmetro das barras) adotada no dimensionamento, foi
desenvolvida a tabela 4. Para montar a tabela 4, em cada cédula foi multiplicada a quantidade de barras pela área unitária da seção transversal
da barra.
20 3.93 6.23 10.05 15.71 24.54 40.21 62.83 76.03 98.17 160.85 251.33
19 3.73 5.92 9.55 14.92 23.32 38.20 59.69 72.23 93.27 152.81 238.76
18 3.53 5.61 9.05 14.14 22.09 36.19 56.55 68.42 88.36 144.76 226.19
17 3.34 5.30 8.55 13.35 20.86 34.18 53.41 64.62 83.45 136.72 213.63
16 3.14 4.99 8.04 12.57 19.63 32.17 50.27 60.82 78.54 128.68 201.06
15 2.95 4.68 7.54 11.78 18.41 30.16 47.12 57.02 73.63 120.64 188.50
14 2.75 4.36 7.04 11.00 17.18 28.15 43.98 53.22 68.72 112.59 175.93
13 2.55 4.05 6.53 10.21 15.95 26.14 40.84 49.42 63.81 104.55 163.36
12 2.36 3.74 6.03 9.42 14.73 24.13 37.70 45.62 58.90 96.51 150.80
11 2.16 3.43 5.53 8.64 13.50 22.12 34.56 41.81 54.00 88.47 138.23
10 1.96 3.12 5.03 7.85 12.27 20.11 31.42 38.01 49.09 80.42 125.66
9 1.77 2.81 4.52 7.07 11.04 18.10 28.27 34.21 44.18 72.38 113.10
8 1.57 2.49 4.02 6.28 9.82 16.08 25.13 30.41 39.27 64.34 100.53
7 1.37 2.18 3.52 5.50 8.59 14.07 21.99 26.61 34.36 56.30 87.96
6 1.18 1.87 3.02 4.71 7.36 12.06 18.85 22.81 29.45 48.25 75.40
5 0.98 1.56 2.51 3.93 6.14 10.05 15.71 19.01 24.54 40.21 62.83
4 0.79 1.25 2.01 3.14 4.91 8.04 12.57 15.21 19.63 32.17 50.27
3 0.59 0.94 1.51 2.36 3.68 6.03 9.42 11.40 14.73 24.13 37.70
2 0.39 0.62 1.01 1.57 2.45 4.02 6.28 7.60 9.82 16.08 25.13
1 0.20 0.31 0.50 0.79 1.23 2.01 3.14 3.80 4.91 8.04 12.57
Tabela 4: Determinação da quantidade de barras e do diâmetro da armadura longitudinal de acordo com a área de aço calculada.
Elaborada por Larissa Camporez Araújo.
Seção S1:
2 2
As,min = 0, 84cm → Adotado 2 × ϕ8mm = 1, 01cm
Seção S2:
2 2
As = 0, 861cm → Adotado 2 × ϕ8mm = 1, 01cm
Seção S3:
2 2
As,min = 0, 84cm → Adotado 2 × ϕ8mm = 1, 01cm
Seção S4:
2 2
As = 2, 84cm → Adotado 6 × ϕ8mm = 3, 02cm
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
Calcule a armadura transversal das seções transversais mais solicitadas da viga V12 (primeira imagem) nas seções mais solicitadas (segunda
imagem).
Imagem 16: Indicação das seções mais solicitadas em cada vão da Viga V12.
bw = 14cm
h = 40cm
fck = 30M P a
Aço CA-50
Cobrimento da armadura
= 2, 5cm
(classe II)
Brita
0 (Dm á x=9,5mm)
Es = 210000M P a
Eci = 31000M P a
Ecs = 27000M P a
Permanente sobre a viga: 0,95tf/m (proveniente das cargas permanentes sobre a laje – peso próprio e cargas permanentes – e alvenaria sobre a
viga)
Acidental sobre a viga: 0,21tf/m (proveniente das cargas acidentais sobre a laje)
SOLUÇÃO
Para o dimensionamento do ELU-V, será adotado o modelo simplificado com
∘
θ = 45 .
Para esse dimensionamento será considerada apenas a seção crítica da viga em questão que apresenta os carregamentos mostrados na imagem
17.
Esforço cortante máximo devido à carga acidental sobre a viga: 0,44tf (proveniente das cargas acidentais sobre a laje)
Vsd = 1, 4 × 3, 37 = 4, 72tf
fck 30
v = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 6 ⋅ (1 − ) = 0, 528
250 250
Considerando
d = 0, 9 ⋅ h
, temos:
3, 0
VRd2 = 0, 45 ⋅ b ⋅ d ⋅ v ⋅ fcd = 0, 45 ⋅ 14 ⋅ 0, 9 ⋅ 40 ⋅ 0, 528 ⋅ = 256, 6kN = 25, 66tf
1, 4
Como
Vsd ≤ VRd2 ,
Asw
(Vsd − Vc ) ⋅ s
Asw =
0, 9 ⋅ d ⋅ fyd
Vc = 0, 6 ⋅ b ⋅ d ⋅ fctd
2/3 2/3
fctm = 0, 3 ⋅ f = 0, 3 ⋅ 30 = 0, 2896M P a
ck
fctk 2, 0272
fctd = = = 1, 448M P a
1, 4 1, 4
Logo:
A
í
sw,m n
Temos que:
Portanto:
0, 2 ⋅ 14 ⋅ 100 ⋅ 0, 2896
2
Asw,min = = 1, 865cm /m
50
1,15
Como
Asw,min ≥ Asw
, será adotada
2
Asw,min = 1, 865 cm /m
O espaçamento e o diâmetro das barras a serem utilizadas na determinação da armadura transversal aparecem em detalhes na tabela
5.
Essa tabela apresenta espaçamento e diâmetros para dimensionamento de armaduras transversais com dois ramos.
Os dados da tabela 5 são utilizados na equação a seguir, utilizada para determinar o valor de cada célula da tabela:
2
π ⋅ ϕ 100
Asw = 2 ⋅ ⋅
4 s
ϕ =
s =
7 5.61 8.91 14.36 22.44 35.06 57.45 89.76 108.61 140.25 229.79 359.04
8 4.91 7.79 12.57 19.63 30.68 50.27 78.54 95.03 122.72 201.06 314.16
9 4.36 6.93 11.17 17.45 27.27 44.68 69.81 84.47 109.08 178.72 279.25
10 3.93 6.23 10.05 15.71 24.54 40.21 62.83 76.03 98.17 160.85 251.33
11 3.57 5.67 9.14 14.28 22.31 36.56 57.12 69.12 89.25 146.23 228.48
12 3.27 5.20 8.38 13.09 20.45 33.51 52.36 63.36 81.81 134.04 209.44
13 3.02 4.80 7.73 12.08 18.88 30.93 48.33 58.48 75.52 123.73 193.33
14 2.80 4.45 7.18 11.22 17.53 28.72 44.88 54.30 70.12 114.89 179.52
15 2.62 4.16 6.70 10.47 16.36 26.81 41.89 50.68 65.45 107.23 167.55
16 2.45 3.90 6.28 9.82 15.34 25.13 39.27 47.52 61.36 100.53 157.08
17 2.31 3.67 5.91 9.24 14.44 23.65 36.96 44.72 57.75 94.62 147.84
18 2.18 3.46 5.59 8.73 13.64 22.34 34.91 42.24 54.54 89.36 139.63
19 2.07 3.28 5.29 8.27 12.92 21.16 33.07 40.01 51.67 84.66 132.28
20 1.96 3.12 5.03 7.85 12.27 20.11 31.42 38.01 49.09 80.42 125.66
21 1.87 2.97 4.79 7.48 11.69 19.15 29.92 36.20 46.75 76.60 119.68
22 1.78 2.83 4.57 7.14 11.16 18.28 28.56 34.56 44.62 73.11 114.24
23 1.71 2.71 4.37 6.83 10.67 17.48 27.32 33.06 42.68 69.93 109.27
24 1.64 2.60 4.19 6.54 10.23 16.76 26.18 31.68 40.91 67.02 104.72
25 1.57 2.49 4.02 6.28 9.82 16.08 25.13 30.41 39.27 64.34 100.53
26 1.51 2.40 3.87 6.04 9.44 15.47 24.17 29.24 37.76 61.87 96.66
27 1.45 2.31 3.72 5.82 9.09 14.89 23.27 28.16 36.36 59.57 93.08
28 1.40 2.23 3.59 5.61 8.77 14.36 22.44 27.15 35.06 57.45 89.76
29 1.35 2.15 3.47 5.42 8.46 13.87 21.67 26.22 33.85 55.47 86.66
30 1.31 2.08 3.35 5.24 8.18 13.40 20.94 25.34 32.72 53.62 83.78
∅5, 0
a cada
20cm.
Para a verificação quanto ao espaçamento longitudinal e transversal será utilizada a formulação a seguir:
smá x
st, má x
sma
ˊx
st,ma
ˊx
Cálculos:
Vsd 4, 72
= = 0, 184
VRd2 25, 65
0, 6 ⋅ 36 = 21, 6cm.
36cm.
∅5.0
a cada
20cm
, visto que essa armadura também atende a bitola mínima para o estribo. Essa armadura corresponde à seguinte área de aço por seção de
estribo de dois ramos:
2
π ⋅ (0 ⋅ 5 )
Á rea de aç o A sw,1 = 2 ⋅ = 0, 393cm
2
100
= 5 estribos
20
Logo, a área de aço efetiva de armadura transversal em 1 metro de viga será de:
2
Asw,ef etivo = 5 ⋅ 0, 393 = 1, 97cm /m
Como
tudo ok!
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Armadura transversal em uma viga de concreto armado
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 4
Porém, antes de iniciarmos esse detalhamento, será apresentada, na próxima seção, a verificação quanto ao estado-limite de serviço (ELS-Def).
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Verifique no estado-limite de serviço quanto à deformação (ELS-Def) a viga V12 indicada na imagem 19, sabendo que se refere a um edifício
residencial.
Imagem 20: Indicação das seções mais solicitadas em cada vão da viga V12.
bw = 14cm
h = 40cm
fck = 30M P a
Aço CA-50
Cobrimento da armadura
= 2, 5cm
(classe II)
Brita 0 (Dmáx
= 9, 5mm
Es = 210000M P a
Eci = 31000M P a
Ecs = 27000M P a
Carga permanente sobre a viga: 0,95tf/m (proveniente das cargas permanentes sobre a laje, peso próprio e cargas permanentes – alvenaria sobre
a viga)
Acidental sobre a viga: 0,21tf/m (proveniente das cargas acidentais sobre a laje)
SOLUÇÃO
1º passo: definir o carregamento
(Pqp )
Pqp = g + 0, 3 ⋅ q
2º passo: verificação do estádio da viga (se estádio 1 ou 2 ) e cálculo do momento de inércia Cálculo do momento fletor de fissuração
(MR )
α ⋅ fctm ⋅ Ic
MR =
yt
Sendo:
α = 1, 5
2/3 2/3
fctm = 0, 3 ⋅ f = 0, 3 ⋅ 30 = 0, 2896M P a
ck
3 3
b ⋅ h 0, 14 ⋅ 0, 4
−4 4
Ic = = = 7, 47 ⋅ 10 m
12 12
h 0, 4
yt = = = 0, 2m
2 2
1, 5 ⋅ 0, 2896 ⋅ 74666, 67
MR = = 1 ⋅ 622, 02kN ⋅ cm
20
(Ma ) ,
considerando os valores de momento obtidos por meio da isostática e da hiperestática para carregamento uniformemente distribuído (imagem 21):
Imagem 21: Equações para valores máximos de momento fletor de cada vão da viga V12.
Vão 1:
3 2
9.11, 53 ⋅ 10 ⋅ 2, 54
Ma = = 523kN . cm →
128
Estádio ।
Vão 2:
3 2
11, 53 ⋅ 10 ⋅ 3, 34
Ma = = 536kN . cm →
24
Estádio I
Vão 3:
3 2
−11, 53 ⋅ 10 ⋅ 1, 85
Ma = = −1.973kN . cm →
2
Estádio ॥
Para os vãos 1 e 2:
Como o momento atuante é menor que o momento resistente de fissuração, a seção encontra-se no estádio I, e, portanto, não fissurada. Por isso,
iremos considerar o momento de inércia
(I )
igual ao momento de inércia da seção bruta
(IC ) :
3 3
b ⋅ h 0, 14 ⋅ 0, 4
4
I = Ic = = = 74 ⋅ 700cm
12 12
Para o Vão 3:
Como o momento atuante é maior que o momento resistente de fissuração, a seção encontra-se no estádio II, e, portanto, fissurada. Por isso,
vamos considerar o momento de inércia
(I )
(Ie )
I = Ie
3 3
Mr Mr
Ie = ( ) ⋅ Ic + [1 − ( ) ] ⋅ I2
Mqp Mqp
3
b ⋅ x 2
2 2 ′ ′
I2 = + n ⋅ As (d − x2 ) + (n − 1) ⋅ As ⋅ (x2 − d )
3
2
x2 = [−a2 + √a − 4 ⋅ a1 ⋅ a3 ] / (2 ⋅ a1 )
2
a1 = b/2
′
a2 = n ⋅ As + (n − 1) ⋅ As
′ ′
a3 = −n ⋅ As ⋅ d − (n − 1) ⋅ As ⋅ d
Es
n =
Ecs
14
a1 = = 7cm
2
2
a2 = 8, 055.3, 02 = 24, 326cm
3
a3 = −8, 055.3, 02.36 = 875, 74cm
2
[−24, 33 + √(24, 33) − 4 ⋅ (7) ⋅ (−875, 74)]
x2 = = 9, 58cm
2.7
3
14 ⋅ (9, 58)
2 4
I2 = + 8, 055.3, 02 ⋅ (36 − 9, 58) = 4103, 02 + 16980, 01 = 21083, 03cm
3
3 3
1622, 02 1622, 02
Ie = ( ) ⋅ 74700 + [1 − ( ) ] ⋅ 21083, 03 = 41505, 72 + 9368, 62
1973 1973
4
= 50874, 34cm
O cálculo da flecha imediata é realizado utilizando os conhecimentos da resistência dos materiais a partir das equações ilustradas na imagem.
Imagem 22: Equações para o cálculo da flecha imediata de cada vão da viga V12.
Vão 1:
3 4
11, 53 ⋅ 10 ⋅ 2, 54
−4
fi = = 1, 29 ⋅ 10 m
9 −8
184, 6 ⋅ 27 ⋅ 10 ⋅ 74700 ⋅ 10
Vão 2:
3 4
11, 53 ⋅ 10 ⋅ 3, 34
−4
fi = = 1, 85 ⋅ 10 m
9 −8
384 ⋅ 27 ⋅ 10 ⋅ 74700 ⋅ 10
Vão 3:
3 4
11, 53 ⋅ 10 ⋅ 1, 85
−3
fi = = 1, 23 ⋅ 10 m
9 −8
8 ⋅ 27 ⋅ 10 ⋅ 50 ⋅ 874, 34 ⋅ 10
(fd )
Considerando
t0 = 1
mês e
t = 70
meses, tem-se:
αf = 2, 0 − 0, 68 = 1, 32
Vão 1:
−4 −4
fd = 1, 32 ⋅ 1, 29 ⋅ 10 = 1, 703 ⋅ 10 m
Vão 2:
−4 −4
fd = 1, 32 ⋅ 1, 85 ⋅ 10 = 2, 442 ⋅ 10 m
Vão 3:
−3 −3
fd = 1, 32 ⋅ 1, 23 ⋅ 10 = 1, 624 ⋅ 10 m
(ft )
(fl )
L
flimite = ; (L = 2 ⋅ Lbal , no caso de balan ç o )
250
Vão 1:
−4 −4
ft = 1, 29 ⋅ 10 + 1, 703 ⋅ 10 = 0, 03cm
254
fl = = 1, 01cm
250
Como
tudo ok!
Vão 2:
−4 −4
ft = 1, 85 ⋅ 10 + 2, 442 ⋅ 10 = 0, 043cm
334
fl = = 1, 34cm
250
Como
tudo ok!
Vão 3:
−3 −3
ft = 1, 23 ⋅ 10 + 1, 624 ⋅ 10 = 0, 29cm
Como
tudo ok!
Finalizada a verificação do estado-limite de serviço quanto à deformação da viga, daremos sequência para a elaboração do detalhamento do
projeto.
O espaçamento mínimo livre entre as faces das barras longitudinais, medido no plano da seção transversal, deve ser igual ou superior ao maior
dos seguintes valores:
⎧ 20mm
⎪
ah ≥ ⎨ â metro da barra
di
⎩
⎪
1,2⋅ diâ metro má ximo do agregado
⎧ 20mm
⎪
av ≥ ⎨ â metro da barra
di
⎩
⎪
0,5⋅ diâ metro má ximo do agregado
av =
distância vertical
ah =
distância vertical
Esses valores se aplicam também às regiões de emendas por transpasse das barras que será visto mais à frente. O diâmetro do agregado vai
depender da brita adotada para a confecção do concreto, os diâmetros são apresentados na Tabela 6.
Brita 1 9,5 a 19
Brita 2 19 a 25
Brita 3 25 a 38
O arranjo das armaduras deve propiciar condições adequadas de execução, como viabilidade para o lançamento e o adensamento do concreto,
bem como a introdução de vibradores.
A seguir, é apresentado o posicionamento da armadura longitudinal nas seções das vigas. Realizou-se a verificação dos espaçamentos horizontal
e vertical. Observe que a armadura em S1 e S3 é positiva e, portanto, está posicionada na parte inferior da viga. Já nas seções S2 e S4, a
armadura é negativa, portanto, posicionada na parte superior da viga.
(2 ⋅ 2, 5 + 2.0, 5 + 3 ⋅ 0, 8)
ah = 14 − = 3, 25cm > 2, 0cm, tudo ok!
2
Além da armadura longitudinal, é posicionada também de forma longitudinal, uma armadura que auxilia na montagem da viga. Essa armadura é
chamada de porta-estribo e posicionada do lado oposto à armadura de flexão.
O porta-estribo deve apresentar diâmetro maior ou igual ao diâmetro da armadura transversal (estribo). Assim, a seção transversal das seções da
viga V12 passa a ficar conforme ilustra a imagem a seguir. Os porta-estribos da viga V12 terão diâmetro de 5,0mm. Como a viga V12 tem altura
inferior a 60cm, não será necessária a armadura de pele.
O cálculo da armadura longitudinal, nas seções transversais, é realizado para os momentos fletores máximos, como foi feito no exemplo de
aplicação do módulo 2.
Graficamente, como ilustrado na imagem a seguir, temos a divisão do momento fletor em partes iguais e a redução do número de barras ou grupo
de barras ao longo da viga. Na imagem, o momento seria resistido por quatro barras, e cada uma seria responsável por resistir a uma parcela do
momento
(k).
Para realizar a divisão com a redução do tamanho das barras, devem ser levadas em conta algumas questões práticas.
A necessidade de que um número mínimo de barras seja levado até os apoios extremos para ancorar as bielas de concreto.
A necessidade de empregar pelo menos quatro barras trabalhando para segurar os estribos.
Vale lembrar que os tamanhos mínimos das barras devem ser usados de forma a gerar economia. Entretanto, deve-se analisar a racionalização
do processo de fabricação e montagem na obra.
ANCORAGEM E ADERÊNCIA
Ao definir os pontos de interrupção das barras, em função da distribuição dos momentos fletores solicitantes de cálculo, há a necessidade de
transferir para o concreto as tensões a que elas estão submetidas. Para isso, as barras devem ser providas de um comprimento adicional.
(lb )
A aderência está relacionada com a disposição da armadura longitudinal na viga que pode estar em região de boa ou de má aderência, como
ilustra a imagem a seguir.
(fbd )
entre a armadura e o concreto na ancoragem de armaduras passivas deve ser obtida pela seguinte expressão:
fbd = η1 ⋅ η2 ⋅ η3 ⋅ fctd
Com:
⎧ 1, 0 para barras lisas → CA − 25/CA − 60
⎪
Quando a barra se encontra em região de má aderência, a resistência de aderência pode ser dada por:
fbd,ma
ˊ = 0, 7. fbd
Todas as barras das armaduras devem ser ancoradas, garantindo que os esforços a que estejam submetidas sejam integralmente transmitidos ao
concreto. São considerados dois tipos de ancoragens, como veremos a seguir.
Os esforços são ancorados por meio de um comprimento reto ou com grande raio de curvatura, seguido ou não de gancho.
Dispositivos mecânicos
As barras tracionadas podem ser ancoradas ao longo de um comprimento retilíneo ou com grande raio de curvatura em sua extremidade, de
acordo com as condições a seguir.
∅ > 32mm
(lb,ba
ˊs )
como o comprimento reto de uma barra de armadura passiva necessário para ancorar a força-limite
(As ⋅ fyd )
nessa barra, admitindo-se, ao longo desse comprimento, resistência de aderência uniforme e igual a
fbd .
∅ fyd
lb,ba
ˊs = ⋅ ≥ 25 ⋅ ∅
4 fbd
(lb,nec )
é dado por:
As, calc
lb, nec = α1 ⋅ lb ⋅ ≥ lb, min
As, ef
Onde:
⎧ 1, 0 para barras sem gancho
⎪
⎪
⎪
⎪
0, 7 para barras tracionadas com gancho
α1 ⎨
⎪ 0, 7 quando houver barras transversais soldadas
⎪
⎪
⎩
⎪
0, 5 quando houver barras transversais soldadas e gancho
As, cal
As,ef
⎧ 0, 3 ⋅ lb,ba
ˊs
⎪
lb,min > ⎨ 10 ⋅ ∅
⎩
⎪
100mm
Os ganchos das extremidades das barras da armadura longitudinal de tração estão representados na imagem a seguir e podem ser:
2 ⋅ ∅
em ângulo de
∘
45
4 ⋅ ∅
8 ⋅ ∅; e
O diâmetro do pino
(∅p )
7.
Tipo de aço
Bitola (mm)
∅ ≥ 20 5 ⋅ ∅ 8 ⋅ ∅ -
A ancoragem dos estribos deve necessariamente ser garantida por meio de ganchos ou barras longitudinais soldadas. Os ganchos dos estribos
podem ser:
semicirculares ou em ângulo de
∘
45
a5 ⋅ ϕt ,
5cm;
10 ⋅ ϕt ,
7cm
(esse tipo de gancho não pode ser utilizado para barras e fios lisos).
O diâmetro interno da curvatura dos estribos deve ser no mínimo igual ao valor apresentado na tabela 8.
Tipo de aço
Bitola(mm)
≤ 10 3 ⋅ ∅t 3 ⋅ ∅t 3 ⋅ ∅t
10 < ∅ < 20 4 ⋅ ∅t 5 ⋅ ∅t -
≥ 20 5 ⋅ ∅t 8 ⋅ ∅t -
Em alguns casos, pode ocorrer de serem necessárias emendas de barras, como quando o comprimento da viga contínua for maior do que o
comprimento da barra de aço. Nesses casos, o engenheiro projetista pode optar por:
A emenda por transpasse não é permitida para barras de bitola maior que 32mm, e cuidados especiais devem ser tomados na ancoragem e na
armadura de costura dos tirantes e pendurais (elementos estruturais lineares de seção inteiramente tracionada). No caso de feixes, o diâmetro do
círculo de mesma área, para cada feixe, não pode ser superior a 45mm.
(l0t )
é dado por:
lot = α0t ⋅ lb, nec ≥ l0t, min
Onde o
α0t
é o coeficiente relacionado com o percentual de barras emendadas (veja tabela 9) e o comprimento de transpasse mínimo
(l0t )
0, 3 ⋅ α0t ⋅ lb.ba
ˊs
15 ⋅ ∅
20cm
α0t
Consideram-se como na mesma seção transversal as emendas que se superpõem ou cujas extremidades mais próximas estejam afastadas
menos de 20% do comprimento do trecho de transpasse, como na imagem a seguir. Quando as barras têm diâmetros diferentes, o comprimento
de transpasse deve ser calculado pela barra de maior diâmetro.
Quando se tratar de armadura permanentemente comprimida ou de distribuição, todas as barras podem ser emendadas na mesma seção.
Para mais informações sobre transpasse e emendas em barras, consulte a ABNT NBR 6118:2014, item 9.5.
DETALHAMENTO DO PROJETO DA VIGA
A imagem a seguir ilustra como deve ser apresentado o detalhamento do projeto de uma viga. Todas as barras precisam estar acompanhadas da
numeração que apresenta sua posição (N1, N2, N3, etc.), do seu comprimento total e do comprimento de cada parte reta da barra. Além disso, é
preciso indicar o diâmetro e a quantidade de barras.
Para os estribos, deve ser informado no comprimento longitudinal da viga qual o seu diâmetro e a ocorrência. No exemplo ilustrado, temos
estribos com diâmetro de 5mm espaçados em 22cm. Estão na posição N5 e, além da indicação na viga longitudinal, é preciso representá-los em
cortes esquemáticos, como o corte A e o corte B, que indicam o comprimento de cada parte reta do estribo e seu comprimento total. Embora não
esteja representada nessa imagem, é comum acrescentar a quantidade de estribos na viga.
Na armadura longitudinal, é possível identificar os ganchos de ancoragem nos apoios e as emendas de transpasse no encontro das barras.
Também é preciso indicar a posição da barra (N1, N2, N3 e N4) e informar o diâmetro, o comprimento de cada parte reta e o comprimento total da
barra.
No projeto estrutural das vigas, também é comum apresentar uma tabela de resumo de cada posição das armaduras utilizadas para o
dimensionamento informando posição, bitola, quantidade de barras e o comprimento unitário e total. Veja a imagem a seguir.
Utilização de ganchos
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aqui você desenvolveu habilidades para a elaboração do detalhamento das vigas do seu projeto em concreto armado. Agora você já é capaz de
dimensionar, realizar verificações de deslocamento e detalhar o projeto de uma viga. O detalhamento da viga vai indicar ao engenheiro de
execução como deve ser construída a viga por você dimensionada.
Os engenheiros calculistas trabalham cotidianamente com os exemplos de aplicação que vimos: pré-dimensionamento, determinação de esforços
em estruturas, verificação de flechas, cálculo das armaduras longitudinal e transversal e o detalhamento do projeto final. Você verá como os
assuntos tratados aqui estarão presentes no seu dia a dia de engenheiro calculista.
PODCAST
Agora, a especialista Larissa Camporez Araújo fará um resumo sobre o conteúdo abordado.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 6118: projeto de estruturas de concreto – procedimento. Rio de Janeiro, RJ:
ABNT, 2014.
CARVALHO, R. C. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de concreto armado: segundo a NBR 6118:2014. 4. ed. São Carlos, SP:
EdUFSCar, 2014.
HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo, SP: Pearson Prentice Hall, 2010.
EXPLORE+
Pesquise a dissertação de mestrado Arranjos de armaduras para estruturas de concreto armado e veja como Eliane Fiorin aborda a
importância do arranjo dos detalhamentos em estruturas de concreto armado.
CONTEUDISTA
Larissa Camporez Araújo