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CONSTRUÇÃO
MECÂNICA
Ronei Stein
U N I D A D E 3
Mecanismos de
transformação de fase para
obtenção de melhorias de
propriedades mecânicas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
O aumento da resistência do material e a melhora da usinabilidade e
conformabilidade estão associados ao tratamento térmico. Esse trata-
mento pode auxiliar outros processos de manufatura e/ou melhorar o
desempenho de produtos, aumentando sua resistência ou alterando
outras características desejáveis.
Neste capítulo, você vai entender mais sobre tratamento térmico e
as mudanças de fases dos materiais, bem como compreender melhor
os mecanismos de transformação de fases e como eles interferem nas
propriedades mecânicas dos materiais.
2 Mecanismos de transformação de fase para obtenção de melhorias de propriedades mecânicas
A regra da alavanca pode ser aplicada a qualquer sistema que possua duas fases em
equilíbrio. Além disso, as quantidades relativas podem ser expressas em mol, massa
ou volume, dependendo das grandezas utilizadas para exprimir as concentrações.
Por exemplo, em um diagrama no qual é representado o equilíbrio entre duas fases
α e β e as concentrações estão expressas em porcentagem em massa, a aplicação da
regra da alavanca irá fornecer as massas relativas das duas fases.
2400
2200 L
η+L 2000º
2000
η 10
1800
1600 L1 + L2
Temperatura (ºC)
1400º
1400 α 50 L1 L2
1200
α+β β 80
1000
1100º
800
β + L2
600º
600
δ 15
400º
400
δ+β 95
200 β+γ
0
A 20 40 60 80 B
100% de A % em peso 100% de B
Figura 1. Análise das fases presentes no diagrama de fases cobre-níquel.
Fonte: Adaptada de Callister Junior e Rethwisch (2014, p. 271).
Nesse exemplo, temos uma liga formada por dois materiais primários (A e B), sendo
que:
onde está escrito A tem-se 100% do material A (ou seja, quanto mais à esquerda,
maior a concentração de A, e quanto mais a direita, menor);
onde está escrito B tem-se 100% do material B (ou seja, quanto mais à direita, maior
a concentração de B e quanto mais à esquerda, menor).
Para descobrir as fases presentes, proporções e composições, temos:
2400
2200 L
η+L 2000º
2000
η 10
1800
1600 L1 + L2
Este é o ponto a 1200ºC
Temperatura (ºC)
1400º
1400 α 50 L1 L2
1200
β 80 Fases presentes
1000 α+β
1100º
800
600º
β + L2 Fronteiras
600
δ 15
400º
400
δ+β 95
200 β+γ Neste ponto tem-se
0 uma liga 60%A e 40%B
A 20 40 60 80 B
100% de A % em peso 100% de B
4 Mecanismos de transformação de fase para obtenção de melhorias de propriedades mecânicas
Resolução
Fases presentes: a 1200º C, tem-se duas fases, no caso α e β.
Proporção presente (precisamos ir ao lado contrário): qual a porcentagem de α e β
no ponto a 1200º C. Para isso, utiliza-se a regra da alavanca, sendo que para cada fase,
segue-se para a esquerda e para a direita, até chegar na fronteira.
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átomos podem ter uma forte energia de ligação com a matriz; em outros,
o crescimento do precipitado a deforma muito. De qualquer forma, ambos
os processos limitam o crescimento do precipitado. Na maioria dos casos,
entretanto, a etapa controladora do crescimento é a difusão no estado sólido
(ASKELAND; WRIGHT, 2015).
1.600 L+δ
δ Líquido
1.400
γ+δ L + Fe3C
L+γ
1.200
1.148 ºC
γ austenita
1.000 2.0 4,3
Temperatura (°C)
γ + Fe3C
800 α
γ 723 ºC
α
600 0,8
0,02
400 α + Fe3C
Fe3C
200
0% C 1 2 3 4 5 6 6,67
100% % em peso de carbono Fe3C
Fe
Figura 2. Diagrama de fases Fe-Fe3C.
Fonte: Smith e Hashemi (2012, p. 265).
Mecanismos de transformação de fase para obtenção de melhorias de propriedades mecânicas 9
1.000 γ
900 γ
γ
γ + Fe3C
γ
800 α+γ
a
Temperatura (°C)
700 b
α
Perlita
600
500
α + Fe3C
Fe3C
400
forma, o tratamento térmico é uma operação que pode auxiliar outros processos
de manufatura ou, então, melhorar o desempenho de produtos, aumentando
sua resistência ou alterando outras características desejáveis. Os aços são
especialmente adequados para o tratamento térmico, uma vez que:
55ºC
55ºC
A3 Acm
Temperatura (ºC)
Temperatura (ºC)
30ºC
A1 30ºC A1
30ºC
80-170ºC
Normalização
Esferoidização
Tratamento Recozimento
para alívio Recozimento
de tensão Normalização
Tempo Tempo
(a) Hipoeutetoide (a) Hipereutetoide
1.200
Austenita (γ)
1.000
γ+C
Temperatura (°C)
800 α+γ
600
Mi Ferrita (α) + cementita (C)
400
200 Martensita
em placas Mistas Martensita
em agulhas
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
% em peso de carbono
Austenita
Resfriamento Resfriamento
lento rápido
(têmpera)
Resfriamento
moderado
Reaquecimento
Martensita
revenida
(fases α + Fe3C)
ASKELAND, D. R.; WRIGHT, W. J. Ciência e engenharia dos materiais. 2. ed. São Paulo:
Cengage Learning, 2015. 648 p.
CALLISTER JUNIOR, W. D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 5. ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2002. 589 p.
CALLISTER JUNIOR, W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e engenharia de materiais: uma
introdução. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. 817 p.
16 Mecanismos de transformação de fase para obtenção de melhorias de propriedades mecânicas
Leitura recomendada
VAN VLACK, L. H. Princípios de ciências dos materiais. São Paulo: Blucher, 1970. 448 p.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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