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Departamento de Engenharia Civil

2578 Laboratório de hidráulica II

Determinação do coeficiente de resistência das paredes do canal


Prática Objetivos da prática

03 Determinação do coeficiente de resistência das paredes do canal

Aula de referência de Hidráulica II Equipamentos utilizados


▪ Diafragma ▪ Manômetros ▪ Limnímetro
Aula 04 – Escoamento permanente e uniforme I
▪ Termômetro ▪ Mangueira ▪ Régua

Equilíbrio dinâmico de forças em regime permanente e uniforme


Cálculos em canais se baseiam em equações de resistência Equilíbrio dinâmico entre forças de uma massa d’água em EPU
que associam a perda de carga em um trecho à velocidade com declividade 𝐼0 pequena
média ▪ Força da gravidade
▪ Uso de parâmetros geométricos ▪ Forças de pressão hidrostática
▪ Rugosidade do perímetro molhado ▪ Forças de cisalhamento nas paredes e fundo

L ΔH
α δy flu xo If

L’ y F ❶
y
x ❷
τ τ
W F
τ τ τ
y h
α L’ b
α

Fazendo a somatória de forças no volume de controle em 𝑥 Resolvendo a equação obtida para a velocidade média
Σ𝐹𝑥 = 𝑚 ∙ 𝑎𝑥
8𝑔
𝐹1 + 𝑊 ∙ sen 𝛼 − 𝐹2 − 𝜏0 ∙ 𝑃 ∙ 𝐿 = 0 𝑉=√ √𝑅ℎ 𝐼0
𝑓
Como o escoamento é permanente e uniforme, 𝑦1 = 𝑦2 = 𝑦0
e, assim, as forças de pressão hidrostática 𝐹1 e 𝐹2 são iguais Considerando o fator de atrito constante no escoamento,
𝑊 ∙ sen 𝛼 − 𝜏0 ∙ 𝑃 ∙ 𝐿 = 0 pode-se agrupar as variáveis dentro da primeira raiz em uma
variável única, que caracteriza a resistência ao escoamento,
Substituindo a força peso 𝑊 e resolvendo para 𝜏0
chamado de coeficiente de Chézy {𝐶}
𝑊 ∙ sen 𝛼 𝛾 ∙ 𝐴 ∙ 𝐿 ∙ sen 𝛼
𝜏0 = = = 𝛾 ∙ 𝑅ℎ ∙ sen 𝛼 𝑉 = 𝐶 √𝑅ℎ 𝐼0
𝑃∙𝐿 𝑃∙𝐿
Para ângulos pequenos ( 𝛼 < 6° ), pode ser feita a A vazão pode ser obtida por meio da velocidade média e a
aproximação área molhada {𝐴𝑚 } da seção do canal
δ𝑦 𝑄 = 𝐶𝐴𝑚 √𝑅ℎ 𝐼0
𝛼 = tan 𝛼 = = 𝐼0
𝐿 A obtenção do coeficiente de Chézy pode ser feita resolvendo
Assim, obtém-se a tensão média de cisalhamento sobre o
a equação anterior
perímetro molhado em condutos livres
𝑄
𝜏0 = 𝛾𝑅ℎ 𝐼0 𝐶=
Comparando com a equação tensão média de cisalhamento 𝐴𝑚 √𝑅ℎ 𝐼0
sobre o perímetro molhado em condutos forçados Diversas fórmulas empíricas têm sido desenvolvidas para
𝜏0 = 𝛾 ∙ 𝐽 ∙ 𝑅ℎ obter o coeficiente de Chézy em função da rugosidade
A tensão de cisalhamento para condutos forçados pode ser equivalente
obtida a como função do coeficiente de resistência de Darcy Comprimento da rugosidade equivalente de Colebrook modificada
𝑓 𝐶
− 7,56 ∙ 𝜈
𝜌𝑓𝑉 2 𝜀𝐶 = 12 ∙ 𝑅ℎ ∙ 10 2∙√8𝑔 −
𝜏0 = √8 ∙ 𝑔 ∙ 𝑅ℎ ∙ 𝐼0
8
Igualando as equações as tensões de cisalhamento em Rugosidade de Powel Rugosidade de Ranga-Raju
condutos livres e forçados

𝐶 𝐶 8 6
𝜌𝑓𝑉 2 𝜀𝑃 = (10 23,2 −
2,2 ∙ 𝑅𝑒
) ∙ 𝑅𝐻 𝜀𝑅 = ( ) 𝑔3 ∙ 𝑅𝐻
𝜏0 = = 𝛾𝑅ℎ 𝐼0 𝐶
8
Medida da vazão e da velocidade média por processo indireto - Diafragma
Definição
A vazão pelo medidor diafragma 𝑄𝐷 pode ser obtida por 𝑄𝐷 – Vazão obtida pelo medidor diafragma [m3 /s]
𝐴 𝑇 – Área do tubo [m2 ]
2 ∙ 𝑔 ∙ δ𝑚𝑄 (𝛾𝐻𝑔 − 𝛾𝐻2𝑂 ) 𝐴0 – Área da obstrução [m2 ]
𝑄𝐷 = 𝐶𝐷 𝐴𝑜 √ 2
𝛾𝐻2𝑂 (1 − 𝛽 ) 𝐴𝑐 – Área da seção de escoamento no canal [m2 ]
A velocidade média no canal é obtida a partir do valor da 𝛽 – Relação entre as áreas maior 𝐴 𝑇 e menor 𝐴0 (𝐴0 ⁄𝐴 𝑇 ) [−]
vazão pelo diafragma dividida pela área da seção do 𝐶𝐷 – Coeficiente de descarga do diafragma [−]
escoamento no canal δ𝑚𝑄 – Diferença manométrica [m]
𝑉̅𝑑𝑖𝑎𝑓. = 𝑄𝐷 ⁄𝐴𝑐 𝛾𝐻2𝑂 – Peso específico da água [N/m3 ]
𝛾𝐻𝑔 – Peso específico do mercúrio [N/m3 ]
𝑉̅𝑑𝑖𝑎𝑓. – Velocidade média no canal
Roteiro para a execução da prática

01 Preparação inicial 02 Estabelecimento dos pontos de leitura


▪ Verificar se todos os registros estão fechados ▪ Ajustar a vazão para um nível d’água {𝑦} para EPU
▪ Medir a temperatura da água ▪ Escolher duas seções para fazer as medidas
▪ Ligar a bomba ▪ Medir a distância entre as seções {𝐿12 ′} no fundo do canal
▪ Abrir o registro da bomba até uma vazão baixa ▪ Estimar o ângulo de inclinação {𝛼} e o desnível do canal
▪ Abrir o registro superior {𝛿𝑦}
▪ Retirar o ar das mangueiras dos manômetros – escorva ▪ Medir a altura perpendicular {ℎ} com o limnímetro e
▪ Regular o registro da bomba para a vazão desejada calcular a altura vertical {𝑦}
▪ Verificar a declividade do canal – estabelecimento de ▪ Fazer o procedimento para 3 inclinações diferentes
regime permanente uniforme
03 Medida da vazão volumétrica {𝑄𝐷 }
▪ Medir a deflexão no manômetro {δ𝑚𝑄 }
Coleta de dados do experimento
Características básicas
{𝑇} Temperatura [° C] {δ𝑚𝑄 } Deflexão no manômetro {𝐵} Largura do topo [m] {𝐿12 ′} Comprimento inclinado [m]

Dados do escoamento em função da declividade do canal


Inclinação Dados do escoamento
{𝐿12 } Comp. nivelado [m] {𝛿𝑦} Desnível [m] {𝛼} Ângulo [graus] {ℎ} Alt. perpendicular [m] {𝑦} Altura vertical [m]

01

{𝐿12 } Comp. nivelado [m] {𝛿𝑦} Desnível [m] {𝛼} Ângulo [graus] {ℎ} Alt. perpendicular [m] {𝑦} Altura vertical [m]

02

{𝐿12 } Comp. nivelado [m] {𝛿𝑦} Desnível [m] {𝛼} Ângulo [graus] {ℎ} Alt. perpendicular [m] {𝑦} Altura vertical [m]

03

É importante observar que a declividade do canal não pode ser muito elevada, já que a distribuição de pressão deixa de ser
hidrostática em grandes declividades e a pressão não pode mais ser obtida pelo comprimento vertical da lâmina d’água.
Observações sobre a execução

Referências sugeridas para a elaboração do relatório

ÇENGEL, Y. A.; CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. São Paulo, SP: McGraw-Hill, 2007. 816p.

PORTO, R. M., Hidráulica Básica 4ª Ed. São Carlos, EESC-USP, 2006.

WHITE, F. M.; Mecânica dos fluidos 6 ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2011. 880p.

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