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Densidade de Corrente

Sabemos que a corrente elétrica é um escalar definido como


a taxa da quantidade de carga por unidade de tempo que
atravessa a seção de um meio condutor:

𝑑𝒬
𝐼= [𝐴]
𝑑𝑡

Em eletromagnetismo é mais conveniente trabalhar com a


densidade de corrente 𝑱.

𝑱 está relacionada com a corrente total 𝑰 que passar por um


condutor de área 𝑺 por:

.
𝐼 = ∫ 𝐽⃗. 𝑑𝑆⃗
𝑠

A densidade de corrente pode ser de três tipos: de condução,


de convecção e de deslocamento.

A corrente de convecção não envolve condutores e não obedece


a lei de Ohm. Ela resulta do fluxo de cargas através de um
meio não condutor (feixe de elétrons em TRC).

Se a densidade de carga 𝝆𝒗 estiver se movendo com velocidade


𝒗,a densidade de corrente de convecção é:

Equação da Continuidade (de Cargas)

Considere uma superfície fechada ‘𝑆’ numa região do espaço.


.
𝐼 = ∮ 𝐽⃗. 𝑑𝑆⃗
𝑠

Se 𝑄𝑖 for a carga contida dentro de ‘𝑆’, a equação da


continuidade na forma integral nos diz que a corrente saindo
(entrando) de ‘𝑆’ é igual a taxa de diminuição (aumento)
temporal de 𝑄𝑖 ,

.
𝜕𝒬
∮ 𝐽⃗. 𝑑𝑆⃗ = −
𝑠 𝜕𝑡

É importante lembra que as cargas não são criadas nem


destruídas.

Cargas são conservadas: se há uma diminuição da quantidade


de carga em algum lugar do espaço, há um aumento da
quantidade de carga em outro.

Considere o seguinte gráfico de 𝑄𝑖 ao longo do tempo:

E se no lugar de 𝑄𝑖 houver uma densidade de cargas 𝝆𝒗 dentro


de ‘S’?

A carga dentro do volume ‘𝑣𝑜𝑙. ’ envolvido por ‘S’ é:

.
𝒬𝑖 = ∫ 𝝆𝒗 . 𝑑𝑣
𝑣𝑜𝑙
Calcule a carga contida no volume definido por:0 ≤ 𝑥 ≤ 1𝑚, 0 ≤
𝑦 ≤ 1𝑚, 0 ≤ 𝑧 ≤ 1𝑚, supondo 𝜌 = 30𝑥 2 𝑦(𝜇𝐶/𝑚).que variação ocorre
para os limites: −1 ≤ 𝑦 ≤ 0𝑚?

𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑑𝒬 = 𝜌𝑑𝑣 𝑒 𝑑𝑣 = 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠:

.
𝒬𝑖 = ∫ 𝝆𝒗 . 𝑑𝑣
𝑣𝑜𝑙

.
𝒬𝑖 = ∫ 𝝆𝒗 . 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
𝑣𝑜𝑙

𝑥 𝑦 𝑧
𝒬𝑖 = ∫ 𝑑𝑥 ∫ 𝑑𝑦 ∫ 𝑑𝑧 . 𝝆𝒗
𝑥0 𝑦0 𝑧0

1 1 1
𝒬𝑖 = ∫ 𝑑𝑥 ∫ 𝑑𝑦 ∫ 𝑑𝑧 . 30𝑥 2 𝑦 = 5𝜇𝐶
0 0 0

Mudando-se os limites relativos a y:

1 0 1
𝒬𝑖 = ∫ 𝑑𝑥 ∫ 𝑑𝑦 ∫ 𝑑𝑧 . 30𝑥 2 𝑦 = −5𝜇𝐶
0 −1 0

Teorema de Gauss (ou da Divergência): A integral de superfície


do vetor Densidade de corrente (𝐽) ao longo de uma superfície
fechada ‘𝑆’ é igual a integral volumétrica do divergente de 𝐽
no volume ‘𝑣𝑜𝑙.’ envolvido pela superfície ‘𝑆’.

. .
∮ 𝐽⃗. 𝑑𝑆⃗ = ∫ ∇𝐽⃗. 𝑑𝑣
𝑠 𝑣𝑜𝑙

Substituindo as duas últimas equações na equação da


continuidade na forma integral:

.
𝜕𝒬
∮ 𝐽⃗. 𝑑𝑆⃗ = −
𝑠 𝜕𝑡

Chegamos à equação:
. .
𝜕
∮ 𝐽⃗. 𝑑𝑆⃗ = − [∫ 𝝆𝒗 . 𝑑𝑣]
𝑠 𝜕𝑡 𝑣𝑜𝑙

Note que ‘𝑣𝑜𝑙. ’ pode ser qualquer volume. Assim, chega-se à


forma diferencial (ou pontual) da equação da continuidade:

𝜕𝝆𝒗
∇𝐽⃗ = −
𝜕𝑡

Lembrando que o divergente do vetor 𝑱 é igual ao fluxo de


densidade de corrente saindo de um volume infinitesimal ∆𝑣
por unidade de volume.

.
∮𝑠 𝐽⃗. 𝑑𝑆⃗
∇𝐽⃗ = lim
∆𝑣→0 ∆𝑣

A interpretação física da Equação da Continuidade é que um


fluxo de corrente saindo de um ponto infinitesimal gera a
diminuição da densidade de carga neste ponto.

Um fluxo de corrente entrando num ponto infinitesimal gera


o aumento da densidade de carga neste ponto.

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