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FORMULAÇÃO

HAMILTONIANA
DA MECÂNICA

Prof. Edimilson Félix da Silva


FIS0616 – MECÂNICA CLÁSSICA II

Natal, RN, Brasil


ESTRUTURA DA AULA

• As Equações Canônicas
de Hamilton
• Simetrias e Leis de
Conservação
• *Teorema de Noether
• *Teorema do virial
• Forma Variacional das
Equações de Hamilton
• *O Tempo como varável
Canônica
• *Princípio de Maupertuis

DINÂMICA HAMILTONIANA 16/10/2023 2


FORMULAÇÃO LAGRANGIANA E HAMILTONIANA

 Formulação Lagrangiana  Formulação Hamiltoniana

 O movimento de um sistema mecânico com 𝑛 graus  Consiste em substituir as 𝑛 equações de Lagrange


de liberdade é regido por 𝑛 equações diferenciais por um certo conjunto equivalente de 2𝑛 equações
ordinárias de segunda ordem no tempo para as diferenciais ordinárias de primeira ordem no tempo
coordenadas generalizadas 𝑞1 , … , 𝑞𝑛 𝑡 . para 2𝑛 variáveis independentes.
𝑑 𝜕𝐿 𝜕𝐿 𝜕𝐻 𝜕𝐻
− = 0. 𝑞ሶ 𝑖 = ; 𝑝ሶ𝑖 = −
𝑑𝑡 𝜕𝑞ሶ 𝒊 𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑝𝑖 𝜕𝑞𝑖

 A lagrangiana 𝐿 é uma função das coordenadas e das  A hamiltoniana 𝐻 é uma função das coordenadas
velocidades generalizadas e do tempo 𝐿 𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡 . generalizadas e dos momentos canônicos e do tempo
 O movimento do sistema é univocamente 𝐻 𝑞, 𝑝, 𝑡 .
𝑛
determinado desde que 2𝑛 condições iniciais sejam
especificadas: todos os 𝒒 e 𝒒ሶ em um instante 𝐻 𝑞, 𝑝, 𝑡 = ෍ 𝑞ሶ 𝑖 𝑝𝑖 − 𝐿(𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡)
particular 𝒕𝟎 . 𝑖=1
 O movimento pode ser representado  O movimento pode ser representado
geometricamente por uma curva traçada no espaço geometricamente por uma curva traçada no espaço
de configuração. de fase.
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A TRANSFORMADA DE LEGENDRE

 A descrição hamiltoniana envolve a substituição das variáveis 𝑞, 𝑞ሶ por 𝑞, 𝑝 em todas as grandezas


mecânicas, e a introdução de uma função 𝐻(𝑞, 𝑝, 𝑡) no lugar da Lagrangiana 𝐿(𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡) para gerar a dinâmica.
 A maneira mais imediata de se obter as equações de Hamilton a partir das equações de Lagrange é através de
uma transformação de Legendre.
 A transformação de Legendre é usada para transformar uma função de uma variável independente em outra
função de uma variável independente, geralmente quando se está trabalhando com equações diferenciais. Isso
pode ser útil para simplificar problemas e torná-los mais solucionáveis.
 A transformação de Legendre consiste em uma transformação matemática que, quando aplicada sobre uma
função 𝑦 = 𝑦 𝑥0 , … , 𝑥𝑛 sabidamente diferenciável em relação às suas variáveis independentes 𝑥𝑖 , fornece
𝜕𝑦 𝑥
como resultado uma nova equação na qual as derivadas parciais associadas 𝑃𝑖 = figuram como variáveis
𝜕𝑥𝑖
independentes. A nova equação consiste na “mesma” equação inicial, mas agora reescrita Ψ = Ψ(𝑃0 , 𝑃1 , … , 𝑃𝑛 ).
 A Transformada de Legendre realiza-se sempre de forma que nunca se perca qualquer informação presente na
equação original, devendo as mesmas informações estarem sempre contidas na nova equação.

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A TRANSFORMADA DE LEGENDRE

 Seja 𝑓(𝑥) uma função diferenciável, a informação contida em 𝑓(𝑥) pode ser passada para uma função auxiliar
𝑔(𝑢) definida por
𝑔 𝑢 = 𝑢𝑥 − 𝑓 𝑥 ,
onde 𝑥 = 𝑥(𝑢) é obtido invertendo a relação
𝜕𝑓
𝑢= .
𝜕𝑥
 Passamos a descrever 𝑓(𝑥) em termos de sua derivada.
Note que
𝜕𝑓
𝑑𝑓 = 𝑑𝑥 = 𝑢 𝑥 𝑑𝑥
𝜕𝑥
𝜕𝑓
𝑑𝑔 = 𝑥𝑑𝑢 + 𝑢𝑑𝑥 − 𝑑𝑥 = 𝑥 𝑢 𝑑𝑢.
𝜕𝑥

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A TRANSFORMADA DE LEGENDRE

1
 Exemplo: Realizar a transformada de Legendre sobre 𝑇 = 𝑚𝑣 2 .
2

Nesse caso, desejamos substituir 𝑣 por 𝑝. Sabendo que


𝑔 𝑢 = 𝑢𝑥 − 𝑓 𝑥 ,
onde 𝑥 = 𝑥(𝑢) é obtido invertendo a relação
𝜕𝑓
𝑢= .
𝜕𝑥
Faremos:
𝜕𝑇 𝑝
𝑝= = 𝑚𝑣 ⇒ 𝑣 =
𝜕𝑣 𝑚
1 2
𝑝 1 𝑝 2 𝑝2 1 𝑝2 𝑝2
𝑔 𝑝 = 𝑝𝑣 𝑝 − 𝑇 𝑣 𝑝 = 𝑝𝑣 − 𝑚𝑣 = 𝑝 − 𝑚 = − = .
2 𝑚 2 𝑚 𝑚 2 𝑚 2𝑚

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DETERMINANDO AS EQUAÇÕES DE HAMILTON

 Definimos a função de Hamilton ou a hamiltoniana 𝐻(𝑞, 𝑝, 𝑡) como


𝑛

𝐻(𝑞, 𝑝, 𝑡) = ෍ 𝑝𝑖 𝑞ሶ 𝑖 − 𝐿(𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡)


𝑖=1

Supõe-se que no segundo membro desta equação as velocidades estejam expressas na forma 𝑞ሶ 𝑖 = 𝑓𝑖 𝑞, 𝑝, 𝑡
resultante da resolução das 𝑛 equações do momento canônico conjugado a 𝑞𝑖
𝜕𝐿
𝑝𝑖 = , 𝑖 = 1, … , 𝑛.
𝜕𝑞ሶ 𝑖
 Utilizando a equação de Lagrange
𝑑 𝜕𝐿 𝜕𝐿
− = 0.
𝑑𝑡 𝜕𝑞ሶ 𝒊 𝜕𝑞𝑖
Obtemos
𝑑𝑝𝑖 𝜕𝐿 𝜕𝐿
− = 0 ⇒ 𝑝ሶ 𝑖 = .
𝑑𝑡 𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑞𝑖

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DETERMINANDO AS EQUAÇÕES DE HAMILTON

 Em virtude de
𝜕𝐿 𝜕𝐿
𝑝𝑖 = ; 𝑝ሶ 𝑖 = . 𝑖 = 1, … , 𝑛.
𝜕𝑞ሶ 𝑖 𝜕𝑞𝑖
Tomando-se o diferencial da hamiltoniana:
𝑛
𝜕𝐻 𝜕𝐻 𝜕𝐻
𝑑𝐻 = ෍ 𝑑𝑞 + 𝑑𝑝 + 𝑑𝑡.
𝜕𝑞𝑖 𝑖 𝜕𝑝𝑖 𝑖 𝜕𝑡
𝑖=1
𝑛 𝑛
𝜕𝐿 𝜕𝐿 𝜕𝐿
𝑑𝐻 = ෍ 𝑞ሶ 𝑖 𝑑𝑝𝑖 + 𝑝𝑖 𝑑 𝑞ሶ 𝑖 − ෍ 𝑑𝑞 + 𝑑𝑞ሶ + 𝑑𝑡 .
𝜕𝑞𝑖 𝑖 𝜕𝑞ሶ 𝑖 𝑖 𝜕𝑡
𝑖=1 𝑖=1
𝑛
𝜕𝐿
𝑑𝐻 = ෍ 𝑞ሶ 𝑖 𝑑𝑝𝑖 + 𝑝𝑖 𝑑 𝑞ሶ 𝑖 − 𝑝ሶ 𝑖 𝑑𝑞𝑖 − 𝑝𝑖 𝑑𝑞ሶ 𝑖 − 𝑑𝑡
𝜕𝑡
𝑖=1
𝑛
𝜕𝐿
𝑑𝐻 = ෍ 𝑞ሶ 𝑖 𝑑𝑝𝑖 − 𝑝ሶ 𝑖 𝑑𝑞𝑖 − 𝑑𝑡
𝜕𝑡
𝑖=1

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DETERMINANDO AS EQUAÇÕES DE HAMILTON
Comparando
𝑛
𝜕𝐻 𝜕𝐻 𝜕𝐻
𝑑𝐻 = ෍ 𝑑𝑞𝑖 + 𝑑𝑝 + 𝑑𝑡.
𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑝𝑖 𝑖 𝜕𝑡
𝑖=1

com
𝑛
𝜕𝐿
𝑑𝐻 = ෍ 𝑞ሶ 𝑖 𝑑𝑝𝑖 − 𝑝ሶ𝑖 𝑑𝑞𝑖 − 𝑑𝑡.
𝜕𝑡
𝑖=1

Obtemos as equações de movimento de Hamilton (equações canônicas de movimento)


𝜕𝐻
𝑞ሶ 𝑖 =
𝜕𝑝𝑖
𝑖 = 1, … , 𝑛.
𝜕𝐻
𝑝ሶ𝑖 = −
𝜕𝑞𝑖
Além disso,
𝜕𝐻 𝜕𝐿
=− .
𝜕𝑡 𝜕𝑡
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• Escolhida as coordenadas generalizadas, constrói-se a Lagrangiana 𝐿(𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡).
1

𝜕𝐿
• As equações 𝑝𝑖 = , (𝑖 = 1, … , 𝑛), são resolvidas para as velocidades 𝑞ሶ 𝑖 como funções de (𝑞, 𝑝, 𝑡).
𝜕𝑞ሶ 𝑖
2

• Constrói-se 𝐻(𝑞, 𝑝, 𝑡) substituindo-se em 𝐻 𝑞, 𝑝, 𝑡 = σ𝑛𝑖=1 𝑞ሶ 𝑖 𝑝𝑖 − 𝐿(𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡) os 𝑞s


ሶ obtidos no passo
anterior.
3
𝜕𝐻 𝜕𝐻
• Uma vez obtida 𝐻(𝑞, 𝑝, 𝑡), as equações de movimento do sistema são 𝑞ሶ 𝑖 = , 𝑝ሶ 𝑖 = − , (𝑖 =
𝜕𝑝𝑖 𝜕𝑞𝑖
4 1, … , 𝑛).

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EXEMPLO 01

 Derive uma expressão para a hamiltoniana para uma partícula livre em coordenadas esféricas.
Solução:
O vetor velocidade é dado por 𝑟Ԧሶ = rሶ 𝑟Ƹ + 𝑟𝜃ሶ 𝜃መ + 𝑟𝑠𝑒𝑛 𝜃𝜙ሶ 𝜙.

Para uma partícula livre a Lagrangiana fica
1
𝐿=𝑇= 𝑚 𝑟ሶ 2 + 𝑟 2 𝜃ሶ 2 + 𝑟 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃 𝜙ሶ 2
2
Os momentos conjugados são
𝜕𝐿
𝑝𝑟 = = 𝑚𝑟ሶ 𝑝𝑟
𝜕𝑟ሶ 𝑟ሶ =
𝜕𝐿 𝑚
𝑝𝜃 = 2
= 𝑚𝑟 𝜃 ሶ →
𝜕𝜃ሶ 𝜃ሶ = 𝑝𝜃 /(𝑚𝑟 2 )
𝜕𝐿 𝜙ሶ = 𝑝𝜙 /(𝑚𝑟 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃)
𝑝𝜙 = = 𝑚𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝜃𝜙ሶ
2 2
𝜕𝜙ሶ

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EXEMPLO 01

 Derive uma expressão para a hamiltoniana para uma partícula livre em coordenadas esféricas.
Solução:
A hamiltoniana fica na forma
𝑛

𝐻(𝑞, 𝑝, 𝑡) = ෍ 𝑝𝑖 𝑞ሶ 𝑖 − 𝐿(𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡)


𝑖=1
1
𝐻 = 𝑝𝑟 𝑟ሶ + 𝑝𝜃 𝜃 + 𝑝𝜙 𝜙 − 𝑚 𝑟ሶ 2 + 𝑟 2 𝜃ሶ 2 + 𝑟 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃𝜙ሶ 2
ሶ ሶ
2
2
𝑝𝑟2 𝑝𝜃2 𝑝𝜙 1 𝑝𝑟 2 2
𝑝𝜃 2 2 2
𝑝𝜙 2
𝐻= + 2
+ 2 2
− 𝑚 +𝑟 2
+ 𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝑚 𝑚𝑟 𝑚𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝜃 2 𝑚 𝑚𝑟 𝑚𝑟 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃
2 2
1 𝑝 𝜃 𝑝𝜙
𝐻= 𝑝𝑟2 + 2 + 2
2𝑚 𝑟 𝑟 𝑠𝑒𝑛2 𝜃

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EXEMPLO 02

 Obtenha as equações de Hamilton para uma partícula em um potencial central em coordenadas


esféricas.
Solução:
O vetor velocidade é dado por 𝑟Ԧሶ = rሶ 𝑟Ƹ + 𝑟𝜃ሶ 𝜃መ + 𝑟𝑠𝑒𝑛 𝜃𝜙ሶ 𝜙.

Para uma partícula em um potencial central a Lagrangiana fica
1
𝐿 = 𝑇 − 𝑉 = 𝑚 𝑟ሶ 2 + 𝑟 2 𝜃ሶ 2 + 𝑟 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃 𝜙ሶ 2 − 𝑉(𝑟)
2
Os momentos conjugados são

𝜕𝐿
𝑝𝑟 = = 𝑚𝑟ሶ 𝑟ሶ =
𝑝𝑟
𝜕𝑟ሶ
𝑚
𝜕𝐿
𝑝𝜃 = ሶ = 𝑚𝑟 2 𝜃ሶ → 𝜃ሶ = 𝑝𝜃 /(𝑚𝑟 2 )
𝜕𝜃
𝜕𝐿
𝑝𝜙 = ሶ = 𝑚𝑟 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃𝜙ሶ 𝜙ሶ = 𝑝𝜙 /(𝑚𝑟 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃)
𝜕𝜙

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EXEMPLO 02

 Obtenha as equações de Hamilton para uma partícula em um potencial central em coordenadas


esféricas.
Solução:
A hamiltoniana fica na forma
𝑛

𝐻(𝑞, 𝑝, 𝑡) = ෍ 𝑝𝑖 𝑞ሶ 𝑖 − 𝐿(𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡)


𝑖=1
1
𝐻 = 𝑝𝑟 𝑟ሶ + 𝑝𝜃 𝜃ሶ + 𝑝𝜙 𝜙ሶ − 𝑚 𝑟ሶ 2 + 𝑟 2 𝜃ሶ 2 + 𝑟 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃 𝜙ሶ 2 + 𝑉(𝑟)
2
2
𝑝𝑟2 𝑝𝜃2 𝑝𝜙 1 𝑝𝑟 2 2
𝑝𝜃 2 2 2
𝑝𝜙 2
𝐻= + + − 𝑚 +𝑟 + 𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝜃 + 𝑉(𝑟)
𝑚 𝑚𝑟 2 𝑚𝑟 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃 2 𝑚 𝑚𝑟 2 𝑚𝑟 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃
2 2
1 𝑝 𝜃 𝑝𝜙
𝐻= 𝑝𝑟2 + 2 + 2 + 𝑉(𝑟) Energia total da partícula
2𝑚 𝑟 𝑟 𝑠𝑒𝑛2 𝜃

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EXEMPLO 02
 Obtenha as equações de Hamilton para uma partícula em um potencial central em coordenadas
esféricas.
Solução:
As equações de Hamilton são
𝜕𝐻
𝑞ሶ 𝑖 =
𝜕𝑝𝑖
𝑖 = 1, … , 𝑛.
𝜕𝐻
𝑝ሶ 𝑖 = −
𝜕𝑞𝑖
2 2
1 𝑝 𝑝𝜙
𝐻= 𝑝𝑟2 + 𝜃2 + 2 2
+ 𝑉(𝑟)
2𝑚 𝑟 𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝜕𝐻 𝑝𝑟 𝜕𝐻 𝑝𝜃 𝜕𝐻 𝑝𝜙
𝑟ሶ = = , 𝜃=ሶ = , ሶ
𝜙= = .
𝜕𝑝𝑟 𝑚 𝜕𝑝𝜃 𝑚𝑟 2 2 2
𝜕𝑝𝜙 𝑚𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝜃
2 2
𝜕𝐻 𝑝𝜃2 𝑝𝜙 𝑑𝑉 𝜕𝐻 𝑝𝜙 cot 𝜃 𝜕𝐻
𝑝ሶ𝑟 = − = 3
+ 3 2
− , 𝑝ሶ 𝜃 = − = 2 2
, 𝑝ሶ 𝜙 = = 0.
𝜕𝑟 𝑚𝑟 𝑚𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑑𝑟 𝜕𝜃 𝑚𝑟 𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝜕𝑝𝜙

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EXEMPLO 03

 Descrever o movimento de uma partícula de massa 𝑧


𝑚 restrita a mover-se na superfície de um cilindro de
raio 𝑅 e atraída para a origem por uma força 𝐹Ԧ =
− 𝑘𝑟,
Ԧ 𝑘 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡.
Solução:
𝑅
1 2
Ԧ
𝑉 = −∫ 𝐹 ⋅ 𝑑 𝑟Ԧ = − න−𝑘𝑟𝑑𝑟 = 𝑘𝑟 𝑚
2
2 2 2 2 𝑟Ԧ
Aqui 𝑟 = 𝑥 + 𝑦 + 𝑧 . 𝑦
Sabe-se também, que qualquer seção circular do cilindro 𝜃
é
𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝑅2
Logo, 𝑥
1 1
𝑉= 𝑘 𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧 2 = 𝑘(𝑅2 + 𝑧 2 )
2 2

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EXEMPLO 03

𝑧
 Descrever o movimento de uma partícula de massa
𝑚 restrita a mover-se na superfície de um cilindro de
raio 𝑅 e atraída para a origem por uma força 𝐹Ԧ =
− 𝑘𝑟,
Ԧ 𝑘 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡.
𝑅
Solução: 𝑚
Usando coordenadas cilíndricas (𝑟, 𝜃, 𝑧) , o vetor 𝑟Ԧ
velocidade é dado por 𝑟Ԧሶ = Rሶ 𝑟Ƹ + 𝑅 𝜃ሶ 𝜃መ + 𝑧ሶ 𝑦
1 𝜃
𝑇 = 𝑚 𝑅ሶ 2 + 𝑅2 𝜃ሶ 2 + 𝑧ሶ 2
2
Como R é constante
1 𝑥
𝑇 = 𝑚 𝑅2 𝜃ሶ 2 + 𝑧ሶ 2
2

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EXEMPLO 03

 Descrever o movimento de uma partícula de massa


𝑚 restrita a mover-se na superfície de um cilindro de
raio 𝑅 e atraída para a origem por uma força 𝐹Ԧ =
− 𝑘𝑟,
Ԧ 𝑘 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡. 𝑅
Solução: 𝑚
Portanto, 𝑟Ԧ
𝑦
1 1
𝐿 =𝑇−𝑉 = 𝑚 𝑅2 𝜃ሶ 2 + 𝑧ሶ 2 − 𝑘(𝑅2 + 𝑧 2 ) 𝜃
2 2
𝜕𝐿 𝑝𝜃
𝑝𝜃 = = 𝑚𝑅2 𝜃ሶ ou 𝜃ሶ =
𝜕𝜃ሶ 𝑚𝑅2

𝑝𝑧 =
𝜕𝐿
= 𝑚𝑧ሶ ou 𝑧ሶ =
𝑝𝑧 𝑥
𝜕𝑧ሶ 𝑚

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EXEMPLO 03
 Descrever o movimento de uma partícula de massa 𝑚 𝑧
restrita a mover-se na superfície de um cilindro de raio
𝑅 e atraída para a origem por uma força 𝐹Ԧ = −𝑘𝑟, Ԧ 𝑘=
𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡.
Solução:
Consequentemente a hamiltoniana 𝑅
𝑛
𝑚
𝐻(𝑞, 𝑝, 𝑡) = ෍ 𝑝𝑖 𝑞ሶ 𝑖 − 𝐿(𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡)
𝑖=1 𝑟Ԧ
𝑦
torna-se
𝐻 𝑧, 𝑝𝜃 , 𝑝𝑧
𝜃
1 1
= 𝑝𝜃 𝜃ሶ + 𝑝𝑧 𝑧ሶ − 𝑚 𝑅 2 𝜃ሶ 2 + 𝑧ሶ 2 + 𝑘(𝑅 2 + 𝑧 2 )
2 2
𝐻 𝑧, 𝑝𝜃 , 𝑝𝑧 𝑥
𝑝𝜃 𝑝𝑧 1 2
𝑝𝜃 2 𝑝𝑧 2 1
= 𝑝𝜃 2
+ 𝑝𝑧 − 𝑚 𝑅 2
+ + 𝑘(𝑅 2
𝑚𝑅 𝑚 2 𝑚𝑅 𝑚 2
+ 𝑧2)
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EXEMPLO 03

𝑧
 Descrever o movimento de uma partícula de massa
𝑚 restrita a mover-se na superfície de um cilindro de
raio 𝑅 e atraída para a origem por uma força 𝐹Ԧ =
− 𝑘𝑟,
Ԧ 𝑘 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡.
Solução: 𝑅
𝐻 𝑧, 𝑝𝜃 , 𝑝𝑧 𝑚
𝑝𝜃2 𝑝𝑧2 1 𝑝𝜃2 1 𝑝𝑧2 1 2 + 𝑧2) 𝑟Ԧ
= + − − + 𝑘(𝑅
𝑚𝑅2 𝑚 2 𝑚𝑅2 2 𝑚 2 𝑦
1 𝑝𝜃2 1 𝑝𝑧2 1 2 + 𝑧2) 𝜃
𝐻 𝑧, 𝑝𝜃 , 𝑝𝑧 = + + 𝑘(𝑅
2 𝑚𝑅2 2 𝑚 2
As equações de movimento podem agora ser
encontradas a partir das equações canônicas: 𝑥
𝜕𝐻 𝜕𝐻
𝑞ሶ 𝑖 = e 𝑝ሶ 𝑖 = −
𝜕𝑝𝑖 𝜕𝑞𝑖

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EXEMPLO 03
 Descrever o movimento de uma partícula de massa 𝑧
𝑚 restrita a mover-se na superfície de um cilindro de
raio 𝑅 e atraída para a origem por uma força 𝐹Ԧ =
− 𝑘𝑟,
Ԧ 𝑘 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡.
Solução:
1 𝑝𝜃2 1 𝑝𝑧2 1 𝑅
2 + 𝑧2)
𝐻 𝑧, 𝑝𝜃 , 𝑝𝑧 = + + 𝑘(𝑅 𝑚
2 𝑚𝑅2 2 𝑚 2
As coordenadas generalizadas são 𝜃, 𝑧, 𝑝𝜃 e 𝑝𝑧 . Assim, 𝑟Ԧ
𝑦
𝜕𝐻 𝑝𝜃
𝜃ሶ = = ou 𝑝𝜃 = 𝑚𝑅2 𝜃ሶ 𝜃
𝜕𝑝𝜃 𝑚𝑅2

𝜕𝐻 𝑃𝑧
𝑧ሶ = = ou 𝑝𝑧 = 𝑚𝑧ሶ
𝜕𝑝𝑧 𝑚

𝜕𝐻 𝑥
𝑝ሶ 𝜃 = − = 0 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝜕𝜃
𝜕𝐻
𝑝ሶ𝑧 = − = −𝑘𝑧
𝜕𝑧
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A HAMILTONIANA E A ENERGIA TOTAL

 Teorema de Euler: se 𝑓 𝑦𝑘 é uma função homogênea⋆ de 𝑦𝑘 , de grau 𝑛, temos


𝜕𝑓
෍ 𝑦𝑘 = 𝑛𝑓
𝜕𝑦𝑘
𝑘

 A Lagrangiana usual é 𝐿 = 𝑇 − 𝑉.
 Se 𝑇 é uma função puramente quadrática das velocidades e 𝑉 independe das velocidades, então pelo teorema de
Euler das funções homogêneas
𝑛 𝑛
𝜕𝐿 𝜕𝑇
෍ 𝑞ሶ 𝑖 = ෍ 𝑞ሶ 𝑖 = 2𝑇.
𝜕𝑞ሶ 𝑖 𝜕𝑞ሶ 𝑖
𝑖=1 𝑖=1
⋆Def.: uma função homogênea é aquela que, se sofrer transformação em suas variáveis, resulta em uma outra função que é proporcional à função original.

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A HAMILTONIANA E A ENERGIA TOTAL

 A partir da definição da função Hamilton


𝑛

𝐻(𝑞, 𝑝, 𝑡) = ෍ 𝑝𝑖 𝑞ሶ 𝑖 − 𝐿(𝑞, 𝑞,ሶ 𝑡)


𝑖=1
𝜕𝐿
Como 𝑝𝑖 = ,
𝜕𝑞ሶ 𝑖
𝑛
𝜕𝐿
𝐻 = ෍ 𝑞ሶ 𝑖 − 𝐿.
𝜕𝑞ሶ 𝑖
𝑖=1

 Para 𝐿 = 𝑇 − 𝑉.
𝐻 = 2𝑇 − 𝑇 + 𝑉 = 𝑇 + 𝑉 = 𝐸.
 A hamiltoniana é a energia total expressa com função das coordenadas e momentos.

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SIMETRIA E LEIS DE CONSERVAÇÃO
 Vamos considerar o caso em que 𝐿, e consequentemente 𝐻, não contém explicitamente o tempo. Em tais
𝜕𝐻
condições, = 0, desta forma, tomando-se o diferencial da hamiltoniana:
𝜕𝑡
𝑛
𝜕𝐻 𝜕𝐻 𝜕𝐻
𝑑𝐻 = ෍ 𝑑𝑞𝑖 + 𝑑𝑝𝑖 + 𝑑𝑡.
𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑝𝑖 𝜕𝑡
𝑖=1
𝑛
𝑑𝐻 𝜕𝐻 𝜕𝐻 𝜕𝐻
=෍ 𝑑𝑞𝑖 + 𝑑𝑝𝑖 +
𝑑𝑡 𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑝𝑖 𝜕𝑡
𝑖=1
Usando
𝜕𝐻 𝜕𝐻
𝑞ሶ 𝑖 = ; 𝑝ሶ 𝑖 = −
𝜕𝑝𝑖 𝜕𝑞𝑖
𝑛
𝑑𝐻 𝜕𝐻 𝜕𝐻 𝜕𝐻 𝜕𝐻 𝜕𝐻 𝜕𝐻
=෍ − + =
𝑑𝑡 𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑝𝑖 𝜕𝑝𝑖 𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑡 𝜕𝑡
𝑖=1
 Portanto, 𝐻 é uma constante de movimento se não contém 𝑡 explicitamente. Além disso, H é idêntico a 𝐸, se (1)
as equações que descrevem a transformação de coordenadas generalizadas não contêm tempo explicitamente, e
(2) a energia potencial não é uma função da velocidade generalizada.
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VER EXEMPLO 7.2.1- LIVRO NIVALDO LEMOS

DINÂMICA HAMILTONIANA 16/10/2023 25

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