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Aula 7

Corrente Elétrica

Cargas elétricas em movimento constituem uma corrente cuja unidade é


o ampere (A). Um ampere é definido como o movimento de cargas que passam
por um dado ponto de referência (ou plano de referência) de um coulomb por
segundo. A corrente é dada por
𝑑𝑄
𝐼 =
𝑑𝑡

A corrente é definida como o movimento de cargas positivas, apesar da


condução em metais ocorrer pela movimentação de elétrons.
Considerando que podemos tomar um plano de referência para o
movimento de cagas elétricas, vamos definir o vetor densidade de corrente J,
medido em ampères por metro quadrado (A/m2).
O incremento de corrente ΔI que atravessa uma superfície ΔS normal á
densidade de corrente é
∆𝐼 = 𝑱. ∆𝑺
A corrente é obtida por integração

𝐼 = ∫ 𝑱 𝑑𝑺
𝑆

A densidade de corrente pode ser relacionada à velocidade da


densidade volumétrica de carga em um ponto. Considere o elemento de carga
∆𝑄 = 𝜌𝑣 ∆𝑉 = 𝜌𝑣 . ∆𝑆. ∆𝐿
Conforme Figura 1.

Figura 1: Um incremento de carga ∆𝑄 que se move por uma distância ∆𝑥 em um tempo ∆𝑡 , produz um componente de
densidade de corrente de 𝐽𝑣 = 𝜌𝑣 𝑣𝑥 .
Num intervalo de tempo ∆𝑡, o elemento de carga se move por uma
distância ∆𝑥. Então, movemos uma carga ∆𝑄 = 𝜌𝑣 . ∆𝑆. ∆𝑥 por um plano de
referência perpendicular à direção do movimento em um incremento de tempo
∆𝑡. A corrente resultante é

∆𝑄 ∆𝑥
∆𝐼 = = 𝜌𝑣 ∆𝑆
∆𝑡 ∆𝑡

Tomando o limite em relação ao tempo, temos


∆𝐼 = 𝜌𝑣 ∆𝑆 𝑣𝑥
Onde vx representa o componente da velocidade v. Considerando a
densidade de corrente 𝑱 = ∆𝐼/∆𝑆 temos
𝐽𝑥 = 𝜌𝑣 𝑣𝑥
O índice “x” é para orientar o sentido do movimento apenas nessa
direção para simplificação. De forma genérica
𝐉 = ρv 𝒗
Observe que a carga em movimento se constitui em uma corrente. Essa
corrente é chamada de corrente de convecção e J é a densidade de corrente
de convecção.

Continuidade de Corrente

Considere uma região delimitada por uma superfície fechada. A corrente


que passa por essa superfície fechada é dada por

𝐼 = ∮ 𝑱 𝑑𝑺
𝑆

Como está ocorrendo um fluxo para fora, temos um decréscimo de


corrente. Se a carga dentro da superfície fechada é dada por 𝑄𝑖 , então pelo
princípio de conservação de cargas temos que

𝑑𝑄𝑖
𝐼 = ∮ 𝑱 𝑑𝑺 = −
𝑆 𝑑𝑡
A equação acima é a forma integral da equação da continuidade, e a
forma diferencial, ou pontual, é obtida utilizando-se o teorema da divergência.
Usando o teorema da divergência podemos mudar a integral de superfície para
uma integral de volume.
Relembrando...
Teorema da divergência:

∫ 𝑫. 𝑑𝒔 = ∫ ∇. 𝑫𝑑𝑣
𝑆𝑢𝑝 𝑣𝑜𝑙

Basta substituir D por J. Daí,

∮ 𝑱. 𝑑𝑺 = ∫ (∇. 𝑱) 𝑑𝑣
𝑆 𝑣𝑜𝑙

Observe que a relação acima resulta no cálculo da corrente elétrica.

𝑑
∫ (∇. 𝑱) 𝑑𝑣 = − ∫ 𝜌 𝑑𝑣
𝑣𝑜𝑙 𝑑𝑡 𝑣𝑜𝑙 𝑣

O termo ∫𝑣𝑜𝑙 𝜌𝑣 𝑑𝑣 é a carga elétrica.

Mantendo a superfície constante, a derivada se torna uma derivada


parcial e pode aparecer dentro da integral. Daí,

𝜕𝜌𝑣
∫ (∇. 𝑱) 𝑑𝑣 = ∫ − 𝑑𝑣
𝑣𝑜𝑙 𝑣𝑜𝑙 𝜕𝑡

De onde tiramos a forma pontual da equação da continuidade dada por

𝜕𝜌𝑣
(∇. 𝑱) = −
𝜕𝑡

Observe que a unidade de ∇. 𝑱 é A/m3, uma vez que [∇] = [1/m] e [J] =
[A/m2].
Essa equação indica que a corrente (ou a carga por segundo), que diverge
de um pequeno volume, por unidade de volume, é igual à taxa temporal de
decréscimo da carga por unidade de volume em cada ponto.
1. Determine a densidade volumétrica (  v ) e a velocidade de deriva,v sabendo que

J = xy 2 sen(t )a y , A/m2

Sol:

𝜕𝐽𝒂𝑦
∇. 𝑱 = = 𝟐𝒙𝒚𝒔𝒆𝒏(𝒕)
𝜕𝑦

𝜕𝜌𝑣
𝟐𝒙𝒚𝒔𝒆𝒏(𝒕) = −
𝜕𝑡

𝜕𝜌𝑣 = −𝟐𝒙𝒚𝒔𝒆𝒏(𝒕)𝜕𝑡
Tomando a integral, temos

𝜌𝑣 = − 2𝑥𝑦 ∫ 𝒔𝒆𝒏(𝒕)𝑑𝑡

𝜌𝑣 = 2𝑥𝑦𝑐𝑜𝑠(𝑡) 𝐶/𝑚3

𝐉 = ρv 𝒗

𝑱 𝒙𝒚𝟐 𝒔𝒆𝒏(𝒕)𝑎𝒚
𝒗 = =
𝜌𝒗 2𝑥𝑦𝑐𝑜𝑠(𝑡)

𝑦
𝒗 = 𝑡𝑎𝑛(𝑡)𝒂𝑦 m/s
2

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