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Aula 11
Linhas de transmissão e integridade de sinal
Solução no domínio do tempo
1. Solução gráfica
Vamos investigar o método gráfico para esboçar as tensões nos terminais da linha
no domínio temporal. Considerando que as equações que descrevem a propagação da
onda eletromagnética nas linhas de transmissão são dadas por:
𝜕 2 𝑉(𝑧, 𝑡) 𝜕 2 𝑉(𝑧, 𝑡)
= 𝑙𝑐 (11.1)
𝜕𝑧 2 𝜕𝑡 2
𝜕 2 𝐼(𝑧, 𝑡) 𝜕 2 𝐼(𝑧, 𝑡)
= 𝑙𝑐 (11.2)
𝜕𝑧 2 𝜕𝑡 2
e que as soluções de onda de tensão e de onda de corrente são descritas por:
𝑧 𝑧
𝑉(𝑧, 𝑡) = 𝑉 + (𝑡 − ) + 𝑉 − (𝑡 + ) (11.3𝑎)
𝑣 𝑣
1 + 𝑧 1 𝑧
𝐼(𝑧, 𝑡) = 𝑉 (𝑡 − ) + 𝑉 − (𝑡 + ) (11.3𝑏)
𝑍𝐶 𝑣 𝑍𝐶 𝑣
sendo 𝑍𝐶 a impedância característica da linha, 𝑣 a velocidade de propagação e os sobre
índices (+) e (-) indicam as ondas progressiva e regressiva, respectivamente, as quais
mostram que o tempo e a posição devem estar relacionados como 𝑡 − 𝑧/𝑣 e 𝑡 + 𝑧/𝑣.
A função 𝑉 + representa uma onda que se propaga na direção positiva de 𝑧. Isso fica
claro, já que com o aumento do tempo, 𝑧 também deve aumentar para manter constante o
argumento da função; isto é, para rastrear o movimento de um ponto na onda.
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Figura 11.2 – Circuito equivalente na entrada da linha antes que uma reflexão ocorra.
Portanto,
0
𝑉(0, 𝑡) = 𝑉 + (𝑡 − ) (11.8𝑎)
𝑣
+ (𝑡
0 𝑉 − 0/𝑣) 2ℒ
𝐼(0, 𝑡) = 𝐼 + (𝑡 − ) = 𝑝𝑎𝑟𝑎 0 ≤ 𝑡 ≤ (11.8𝑏)
𝑣 𝑍𝐶 𝑣
Já que a relação entre a tensão total e a corrente total na linha é 𝑍𝐶 para 0 ≤ 𝑡 ≤
2ℒ/𝑣, como mostrado em (11.8), a linha parece ter uma resistência de entrada de 𝑍𝐶
durante este intervalo de tempo, como mostrado na Figura 11.2b. Assim, as ondas
progressivas de tensão e corrente que são inicialmente lançadas estão relacionadas à
tensão da fonte (use o divisor de tensão):
𝑍𝐶
𝑉(0, 𝑡) = 𝑉 (𝑡) (11.9𝑎)
𝑅𝑆 + 𝑍𝐶 𝑆
𝑉𝑆 (𝑡)
𝐼(0, 𝑡) = (11.9𝑏)
𝑅𝑆 + 𝑍𝐶
e possuem a mesma forma de onda que a tensão da fonte.
A onda incidente se desloca em direção à carga, exigindo um tempo 𝑇𝐷 = ℒ/𝑣 para
a borda principal do pulso atingir a carga. Quando o pulso atinge a carga, um pulso
refletido é iniciado, como mostrado na Figura 11.1. Esse pulso refletido requer um tempo
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adicional 𝑇𝐷 = ℒ/𝑣 para que sua borda atinja a fonte. Na fonte podemos obter um
coeficiente de reflexão de tensão:
𝑅𝑆 − 𝑍𝐶
Γ𝑆 = (11.10)
𝑅𝑆 + 𝑍𝐶
como sendo a razão entre a onda incidente de entrada (que é a onda refletida na carga) e
a porção refletida dessa onda de entrada (que é enviada de volta para a carga). Uma onda
progressiva é, portanto, iniciada na fonte da mesma maneira que na carga. Esta onda
progressiva tem a mesma forma que a onda regressiva (que é o pulso original enviado
pela fonte e refletido na carga), mas a magnitude é reduzida por Γ𝑆 .
Este processo de sucessivas reflexões continua entre a fonte e a carga. A qualquer
momento, a tensão total (ou corrente) em qualquer ponto da linha é a soma de todas as
ondas de tensão (ou corrente) individuais existentes na linha naquele ponto e instante de
tempo, como é mostrado em (11.3).
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Figura 11.3 – Ilustração de uma distorção do clock devido a caminhos de condutores diferentes. (a)
módulos 1 e 2 com caminhos diferentes. (b) módulos com caminhos iguais.
Além disso, há outros aspectos talvez mais críticos causados pelas crescentes
velocidades de propagação do sinal digital. Os pulsos de clock e de dados são pulsos com
formato trapezoidal com transição, por exemplo, entre 0 e 5 V. Os fabricantes de portas
digitais e outros dispositivos fornecem níveis em que um pulso é garantido para ser
interpretado como uma lógica 1 ou 0. Se o nível do pulso recebido encontra-se
indevidamente entre os níveis lógicos, os dados podem ser interpretados incorretamente.
O termo “integridade do sinal” refere-se em garantir que um pulso digital, quando
enviado pela linha, chegue ao receptor com o nível e a forma de onda desejados. Vimos
que linhas descasadas podem causar um sinal distorcido resultante de reflexões na carga.
Além disso, sempre que as dimensões da seção transversal da linha de transmissão
mudarem, a impedância característica da linha mudará e, portanto, teremos reflexões
nessa descontinuidade. Esses condutores geralmente mudam de uma camada para outra
por meio de vias. As vias são conexões perfuradas de uma camada para outra na PCI e
são usadas para conectar dois condutores que estão em camadas opostas. Claramente, um
sinal que passa de uma camada para outra ao longo de uma via terá encontrado uma
descontinuidade e, portanto, uma mudança na impedância característica.
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circuito aberto, nenhuma corrente flui na linha e no resistor 𝑅 e, portanto, o resistor não
dissipa energia.
Um segundo esquema para casamento de impedância é o “casamento paralelo”
mostrado na Figura 11.5a, em que um resistor 𝑅 é colocado em paralelo com a carga. A
escolha de 𝑅 deve ser tal que a linha esteja casada na carga:
𝑅𝑅𝐿
𝑅 ∥ 𝑅𝐿 = = 𝑍𝐶 (11.12)
𝑅 + 𝑅𝐿
A tensão de carga está ilustrada na Figura 11.5b. Note que a tensão inicialmente
enviada tem um nível de:
𝑍𝐶
𝑉𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑉 (11.13)
𝑅𝑆 + 𝑍𝐶 0
esta onda que se propaga para a carga é totalmente absorvida e não há onda refletida.
Existem duas desvantagens para o casamento paralelo. Primeiro, a tensão de carga é
sempre menor que o nível 𝑉0 da fonte. Por exemplo, suponha que 𝑅𝑆 = 25 Ω, 𝑍𝐶 = 50
Ω e 𝑉0 = 5 V. O nível de tensão de carga será 3,33 V. No caso de casamento paralelo,
não temos onda refletida para elevar a tensão de carga até o nível de tensão da fonte.
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Segundo, mesmo para uma carga de circuito aberto, a linha atrairá corrente quando a fonte
estiver no estado alto. Portanto, o resistor de casamento 𝑅 consumirá energia.
O casamento da linha nem sempre é necessário para que a tensão na saída da linha
tenha o nível e a forma de onda desejados. Quando não é necessário casar uma linha? Um
caso óbvio é onde a linha é muito “curta”. Um critério para verificar isso é examinar os
limites do espectro do pulso trapezoidal. A largura de banda do pulso, ou seja, as
componentes espectrais significativas do pulso, são obtidas como:
1
𝐵𝑊 = (11.14)
𝜏𝑟
onde 𝜏𝑟 é o tempo de subida do pulso. Para que os efeitos de parâmetros distribuídos da
linha sejam insignificantes, a linha deve ser eletricamente curta na frequência mais alta
significativa:
1 𝑣
ℒ< (11.15)
10 𝑓𝑚𝑎𝑥
onde 𝑣 é a velocidade de propagação na linha. Considerando que a frequência máxima
está relacionada com o tempo de subida do pulso por 𝑓𝑚𝑎𝑥 = 1/𝜏𝑟 tem-se que:
ℒ 1
𝑇𝐷 = < 𝜏 (11.16a)
𝑣 10 𝑟
ou
𝜏𝑟 > 10𝑇𝐷 (11.16𝑏)
Portanto, se o tempo de subida do pulso for maior do que 10 atrasos unidirecionais
da linha, esta e quaisquer descasamentos não devem degradar significativamente a forma
de onda da saída.
5. Referências Bibliográficas