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AULA 2
Ao inserirmos uma carga elétrica em uma região com campo elétrico, essa
carga armazena uma energia potencial elétrica (U) devido à sua posição no
campo. Vamos compreender esse processo da seguinte forma: consideremos
uma carga q0 que se encontra em um ponto A em uma região de campo elétrico.
Ao ser deslocada para um outro ponto B (conforme mostra a Figura 1), a força
elétrica, devido à interação com o campo, realiza um trabalho WA→B que causa
uma variação da sua energia potencial elétrica ∆U (Equação 1). Naturalmente, a
carga elétrica tende a mover-se para a região do campo elétrico em que
armazena menor energia potencial elétrica, em um movimento causado pela
ação da força elétrica.
∆𝑼𝑼 = −𝑾𝑾𝑨𝑨→𝑩𝑩 (𝟏𝟏)
2
Figura 1 – Carga elétrica movida do porto A para o ponto B em uma região de
campo elétrico
Fonte: A autora.
4
2.2 Potencial Elétrico criado por uma carga puntiforme
Uma carga elétrica puntiforme q cria ao seu redor uma região de campo
elétrico no qual, consequentemente, podemos determinar potenciais elétricos a
diferentes distâncias r da carga.
𝒒𝒒
𝑽𝑽 = 𝒌𝒌𝟎𝟎 + 𝑽𝑽𝟎𝟎
𝒓𝒓
No entanto, adotando à uma distância infinita (r=∞) o potencial como nulo
(V0=0), definimos o que chamamos de potencial coulombiano (Equação 8). O
potencial pode ser positivo ou negativo, dependendo apenas de sua carga
geradora (Tipler, 2000).
𝒒𝒒
𝑽𝑽 = 𝒌𝒌𝟎𝟎 (𝟖𝟖)
𝒓𝒓
Veja que, nesse caso, a Equação 5 nos permite determinar a energia
potencial elétrica armazenada por uma carga teste q0 posicionada a uma
distância r da carga geradora do campo q (Equação 9).
𝑼𝑼 = 𝒒𝒒𝟎𝟎 𝑽𝑽
𝒒𝒒 ∙ 𝒒𝒒𝟎𝟎
𝑼𝑼 = 𝒌𝒌𝟎𝟎 (𝟗𝟗)
𝒓𝒓
5
Vamos desenvolver alguns exemplos para compreendermos melhor
essas relações.
EXEMPLO 1:
Um elétron é isolado e cria um campo elétrico ao seu redor. Esse campo
permite definir diferentes potenciais elétricos a diferentes distâncias.
( )
−11
V1 =
−61, 48J / C =
−61, 48V
qE
V2 = k 0
r2
( −1, 602 ⋅10 C )
−19
V2 = (8,988 ⋅109 N ⋅ m² / C² )
(8, 731⋅10 m )
−11
V2 =
−16, 49J / C =
−16, 49V
6
U = q 0 V1
(+1, 602 ⋅10−19 C)(−61, 48V)
U=
−98, 49 ⋅10−19 J =
U= −9,849 ⋅10−18 J
Outra forma de resolver, quando esse potencial elétrico V1 ainda é
desconhecido, é utilizando a Equação 9.
qE ⋅ qP
U = k0
r
(−1, 602 ⋅10−19 C)(+1, 602 ⋅10−19 C)
U = (8,988 ⋅109 N ⋅ m² / C²)
( 2,342 ⋅10−11 m )
−9,849 ⋅10−18 J
U=
7
Figura 3 – Sistema de cargas elétricas
Fonte: A autora.
Figura 4 – Exemplo 2
Fonte: A autora.
8
r1 = 4cm ⇒ r1 = 4 ⋅10−2 m
q1
V1 = k 0
r1
V = ( 8,99 ⋅10 N ⋅ m² / C² )
9 ( 3 ⋅10 C )
−9
1
( 4 ⋅10 m )
−2
V1 6, 74 ⋅102 V
=
r2 = ?
2
r2= 32 + 42
r22= 9 + 16
r22 = 25
r2 =5cm ⇒ r2 =5 ⋅10−2 m
q2
V2 = k 0
r2
V2 = ( 8,99 ⋅10 N ⋅ m² / C² )
9 ( −1⋅10 C )
−9
( 5 ⋅10 m )
−2
−1,80 ⋅102 V
V2 =
r3 =3cm ⇒ r3 =3 ⋅10−2 m
q3
V3 = k 0
r3
V3 = ( 8,99 ⋅10 N ⋅ m² / C² )
9 ( 2 ⋅10 C )
−9
( 3 ⋅10 m )
−2
V3 5,99 ⋅102 V
=
VP = V1 + V2 + V3
V=
P 6, 74 ⋅102 V + ( −1,80 ⋅102 V ) + 5,99 ⋅102 V
VP= 10,93 ⋅102 V ⇒ VP= 1, 093kV
9
2.4 Superfícies equipotenciais
TEMA 3 – CAPACITÂNCIA
10
publicarem seus trabalhos em inglês (e não mais em latim), para que as pessoas
pudessem compreender seu conteúdo. No século seguinte, as apresentações
que utilizavam geradores elétricos tornaram a Eletricidade um sucesso. Esse tipo
de “espetáculo” logo se espalhou por outros países da Europa, estimulando o
interesse de muitas pessoas pelo assunto, como foi o caso do físico holandês
Pieter van Musschenbroek (Rocha, 2002) que, em 1745, em Leyden, na
Holanda, criou um dispositivo composto por uma garrafa de vidro com água, com
uma superfície condutora interna e outra externa, com fios condutores que
permitiam conectá-lo a um gerador. Dessa maneira, o dispositivo armazenava
uma grande quantidade de carga elétrica e gerava grandes faíscas quando posto
em contato com outro objeto. Musschenbroek deu o nome de Garrafa de Leyden
a esse instrumento elétrico. Quase que simultaneamente, o pastor polonês
Ewald G. von Kleist também desenvolveu um aparelho semelhante à Garrafa de
Leyden. (Caldas, 2015).
Fonte: A autora.
12
Figura 8 – Capacitor de placas paralelas
Fonte: A autora.
A = a2
( 25 ⋅10 m)
−2 2
A
=
A 6, 25 ⋅10−2 m²
=
A capacitância pode ser determinada pela Equação 12, característica do
capacitor de placas paralelas.
13
d = 2, 0mm ⇒ d = 2, 0 ⋅10−3 m
∈0 A
C=
d
C=
(8,854 ⋅10−12 F / m )( 6, 25 ⋅10−2 m² )
( 2, 0 ⋅10 −3
m)
C 2, 767 ⋅10−10 F ⇒ =
= C 267, 7pF
Ao conectarmos o capacitor a uma tensão elétrica V=9 V, temos,
utilizando a Equação 11:
Q= C ⋅ V
=Q ( 2, 767 ⋅10 −10
F ) ( 9, 0V )
Q= 2, 49 ⋅10−9 C ⇒ Q= 2, 49nC
Logo, a carga elétrica armazenada per esse capacitor será de 2,49 nC.
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3.3 Capacitor esférico
Fonte: A autora.
𝟏𝟏 𝑸𝑸𝟐𝟐 𝟏𝟏 𝟏𝟏
𝑼𝑼 = = 𝑸𝑸𝑸𝑸 = 𝑪𝑪𝑽𝑽𝟐𝟐 (𝟏𝟏𝟏𝟏)
𝟐𝟐 𝑪𝑪 𝟐𝟐 𝟐𝟐
15
Veja que essa Equação 15 mostra diferentes formas de determinar a
energia potencial elétrica armazenada pelo capacitor de capacitância C, ligado
em uma tensão V e que armazena uma carga total Q. Vamos observar o exemplo
a seguir.
EXEMPLO 4:
Um pequeno capacitor de 10 µF é ligado a uma fonte de tensão de 12 V.
Ao ser carregado, qual será a energia e a carga elétrica armazenada pelo
capacitor?
Para determinar a energia armazenada, utilizaremos a Equação 15.
C = 10µF ⇒ C = 10 ⋅10−6 F
1
U
= C ⋅ V2
2
1
U
=
2
(10 ⋅10−6 F ) ( 9, 0V )
2
Q = 90 ⋅10−6 C ⇒ Q = 90µC
3.5 Dielétricos
Fonte: A autora.
16
Como as moléculas do dielétrico se organizam de acordo com o campo
elétrico entre as placas, geram um campo oposto, enfraquecendo o campo
elétrico no interior do capacitor (Figura 11, que reduz a tensão causando o
aumento da capacitância, como mostra a Equação 16.
𝑪𝑪 = 𝜿𝜿 ∙ 𝑪𝑪𝟎𝟎 (𝟏𝟏𝟏𝟏)
Em que C0 é a capacitância do capacitor sem o uso do dielétrico, e κ é a
constante dielétrica do material que compõe o dielétrico.
O dielétrico exige um valor alto de ddp para que ocorra a ruptura dielétrica.
Podemos compreender esse fenômeno analisando uma descarga elétrica
durante uma tempestade. As nuvens podem conter regiões eletrizada devido ao
atrito das gotículas de água e o ar. Quando a base da nuvem está eletrizada
negativamente, por exemplo, o solo sob a nuvem pode estar eletrizado
positivamente, formando um enorme capacitor, cujas placas (nuvem e solo)
estão separadas por um dielétrico, que no caso é o ar. Quando a ddp entre a
nuvem e o solo torna-se grande o suficiente para romper o efeito dielétrico do ar
(a tensão de ruptura do ar é de 3 ∙ 106 𝑉𝑉), uma descarga elétrica (o raio) ocorre.
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Figura 12 – Associação em série
Fonte: A autora.
EXEMPLO 5:
Qual a carga total armazenada por uma associação em série de quatro
capacitores (de 2mF, 4 mF, 4 mF e 1 mF, respectivamente), cuja ddp aplicada é
de 10 V?
Veja que a associação descrita no enunciado pode ser representada da
seguinte forma:
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Em uma associação em série, a capacitância equivalente é dada pela
Equação 17.
1 1 1 1 1
= + + +
Ceq C1 C2 C3 C4
1 1 1 1 1
= + + +
Ceq 2 ⋅10 F 4 ⋅10 F 4 ⋅10 F 1 ⋅10−3 F
−3 −3 −3
1 8
=
Ceq 4 ⋅10−3 F
Ceq = 0,5 ⋅10−3 F ⇒ Ceq = 0,5mF
5 ⋅10−3 C ⇒ Q total =
Q total = 5mC
19
Figura 13 – Associação em paralelo
Fonte: A autora.
EXEMPLO 6:
Qual deve ser a capacitância C dos capacitores associados para que, ao
ser aplicada uma ddp de 12 V sobre o circuito da Figura 14, o circuito armazene
uma carga total de 1 µC?
20
Figura 14 – Exemplo 6
Fonte: A autora.
1 ⋅10−6 C
4C =
12V
4C 8,33 ⋅10−8 F
=
8,33 ⋅10−8 F
C=
4
C= 2, 08 ⋅10−8 F ⇒ C= 20,8nF
Ou seja, cada capacitor do circuito deverá ter uma capacitância de 20,8
nF.
21
4.3 Associação em mista
Figura 15 – Exemplo 7
Fonte: A autora.
22
C*= ? → Associação em paralelo
1 1 1 1 1
= + *+ +
Ceq C1 C C5 C6
1 1 1 1 1
= + + +
Ceq 1 ⋅10 F 5 ⋅10 F 3 ⋅10 F 3 ⋅10−6 F
−6 −6 −6
1 28
=
Ceq 15 ⋅10−6 F
15 ⋅10−6 F
Ceq =
28
Ceq = 5,36 ⋅10−7 F ⇒ Ceq = 536nF
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5.1 Flash
Fonte: A autora.
24
Figura 17 – Teclado capacitivo
Fonte: A autora.
25
Figura 18 – Funcionamento da tela touchscreen capacitiva
Rastreador (Placas
condutoras eletrizadas)
Campo elétrico
Tela de vidro
e invólucro
O campo elétrico é
modificado pelo toque.
Essa variação do sinal
capacitivo é rastreada
LCD e o local do toque é
identificado.
Fonte: A autora.
Esse tipo de tela exige que se utilize os dedos ou outro material condutor,
e pode ter seu funcionamento prejudicado por poeira ou pela própria gordura dos
dedos.
Os capacitores ainda podem ser utilizados de diversas formas em
circuitos elétricos. Esses são alguns exemplos de instrumentos tecnológicos que
utilizam os capacitores em seu funcionamento.
FINALIZANDO
26
REFERÊNCIAS
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