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Conferêrencias de Electromagnetismo

Electromagnetismo
0. Introdução
O electromagnetismo é um capítulo da Física
que estuda os fenómenos eléctricos por um
lado, os fenómenos magnéticos por outro, e a
interligação entre ambos (fenómenos
electromagnéticos).
A electricidade dificilmente se dissocia do
magnetismo assim como esta da electricidade
ou seja “Os fenómenos eléctricos e
magnéticos dificilmente ocorrem
isoladamente”
Isto deve-se ao facto de a existência da
electricidade produzir fenómenos magnéticos
e por sua vez, variações no campo magnético
produzirem corrente eléctrica.
Os fenómenos eléctricos e magnéticos são
basicamente fenómenos de interacção
eléctrica e fenómenos de interacção
magnética

Analogamente, na Mecânica estuda-se a


interacção gravitacional que consiste na
atracção universal entre duas massas m1 e
m2 quaisquer.

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Esta interacção é medida através da força de


interacção gravitacional
m1 .m2
F =G
r 2 , em que r é a distância entre as
massas e G a constante de gravitação
universal de Newton.
Na electricidade a interacção eléctrica
consiste na atracção e repulsão entre corpos
carregados ou cargas eléctricas e no
magnetismo ocorre atracção ou repulsão
entre ímanes ou corpos magnetizados.

1. Electrostática

A electrostática dedica-se fundamentalmente


ao estudo de fenómenos eléctricos entre
cargas eléctricas ou corpos electrizados em
repouso ou seja de “interacções eléctricas
entre cargas eléctricas em repouso ou que
possuem velocidade muito reduzida”.

1.1. Noção de carga eléctrica


A carga eléctrica é uma propriedade da
matéria.

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Ela é a grandeza física que caracteriza as


interacções eléctricas e magnéticas.
Na sua constituição sabe-se que matéria é
composta por átomos e por sua vez os
átomos por partículas elementares: Os
electrões, protões e neutrões. Entre estes,
os electrões e os protões são as partículas
que possuem carga eléctrica.
Existem assim na natureza dois tipos de
carga eléctrica; a carga do electrão -
negativa(-) e a carga do protão – positiva(+)

É possível obter um corpo


electrizado/carregado friccionando-o contra
um outro corpo com propriedades eléctricas
diferentes.
Exemplos:
a) friccionando o pente no cabelo;
b) friccionando uma barra de vidro(+) com
um pano de seda(-);
c) friccionando uma barra de plástico(-)
com pele de coelho(+).

Durante a fricção ou seja em qualquer


processo de electrização de corpos
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inicialmente neutros (electricamente), ocorre a


perda ou o ganho de electrões, ficando assim
electrizado/carregado positivamente o corpo
que tiver perdido os seus electrões, e
electrizado negativamente o que tiver ganho
electrões.
Nesses estados os corpos caracterizam-se
por serem capazes de atrair pequenos
pedaços de papel.

1.2. Propriedades das cargas eléctricas

1) A carga eléctrica mais pequena


existente na natureza e que por essa
razão se chama carga elementar é a
carga do electrão.
e = 1,6.10-19 C ( C – Coulomb ).

2) A carga eléctrica é uma grandeza


aditiva, o que significa que as cargas
podem ser agrupadas e separadas.

3) A carga eléctrica é quantizada Q = n * e


com n = 0, 1, 2, 3,... Assim, qualquer
carga eléctrica existente, é um múltiplo
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inteiro da carga elementar (carga do


electrão).

4) As cargas positivas e negativas de


igual valor absoluto anulam-se.

5) Cargas do mesmo sinal, repelem-se e


de sinais contrários atraem-se.

6) A carga total, num sistema isolado


nunca varia (conservação da carga
eléctrica). A soma algébrica das
cargas positivas e negativas em
qualquer instante nunca varia.

1.3. Unidades da carga electrica


O símbolo da carga eléctrica é Q ou q.
A unidade da carga eléctrica é o Coulomb (C)
[Q] = 1C = 1A.s

Definição:
1 Coulomb é o valor da carga eléctrica que
duas cargas pontuais e positivas no vácuo
têm quando separadas uma da outra em 1

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metro e se exercer uma força eléctrica |F| =


8,9868.109N.

1.2. Lei de Coulomb


Charles A. Coulomb, físico francês (1736-
1806), foi a primeira pessoa a medir com
exactidão as forças de interacção eléctricas
entre corpos carregados.

Consideremos duas cargas eléctricas


pontuais:
Q1 >0 e Q2 <0 |Q1| = |Q2| ou seja iguais em
valor e separadas por uma dada distância
uma da outra.

e r são vectores posição de Q1 e Q2


r1 2

respectivamente

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Lei de Coulomb
A força de interacção eléctrica que se
exerce entre duas partículas electricamente
carregadas em repouso é directamente
proporcional ao produto dos módulos das
suas cargas e inversamente proporcional ao
quadrado da distância entre elas, sendo o
vector força dirigido ao longo da linha que
as une.
Q1 . Q2
F ∝ 2
er
r1, 2
Q1 . Q2
F =K er
Na forma de igualdade: r1, 2
2

Donde K é uma constante de


proporcionalidade. O valor de K depende do
meio onde as cargas se encontram
mergulhadas e do sistema de unidades
considerado. Sendo para o vácuo o valor
mais alto de K ≈ K0 = 9.109N.m2/C2
(arredondado).

Por sua vez


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K=1/4πε e Ko= 1/4π ε0


sendo ε0 a constante dielectrica ou
permitividade do vácuo.

Para o vácuo: ε o= 1/4π K0 = 8,85.10-12


C2/N.m2

1 Q1 . Q2
F = . er
Assim: 4πε 0 r1, 2
2 lei de Coulomb,

onde er é um vector unitário.

Exemplo:
A força de repulsão entre duas esferas
carregadas positivamente, em que a carga
de uma delas é metade da carga da outra,
vale 1,0.10-4 N, quando a distância entre os
seus centros é de 4,0 cm. Calcule a carga
eléctrica de cada uma delas sabendo que
K0 = 9.109 N.m2.C-2

1.1.4. Campo eléctrico de uma distribuição


contínua de cargas

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A carga eléctrica pode estar distribuída de


uma forma contínua num dado volume, numa
dada superficie ou ao longo de um
comprimento.
Nestas situações é impossível efectuar a
contagem das cargas eléctricas.
Assim a distribuição das cargas eléctricas é
descrita por uma grandeza denominada
densidade de carga eléctrica.
- Destribuição volumétrica (volume)
Q
ρ = ...densidade volumétrica de carga
V
- Destribuição superficial (superfície/plano)
Q
σ = ...densidade superficial de carga
A
- Destribuição volumetrica (comprimento)
Q
λ=
L ...densidade linear de carga

Como calcular o campo eléctrico com base


na Lei de Coulomb?

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Consideremos uma carga distribuída por um


volume V.

Escolhemos um elemento de carga muito


pequeno.

O campo eléctrico provocado por este


elemento de carga no ponto P, que dista uma
distancia r de dq, é dado por

r K 0 dq r
dE = 2 er
r
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O campo eléctrico total em P será dado pela


integração desta expressão sobre toda a
distribuição de carga que ocupa todo o
volume.

r r K o dq r
E = ∫dE =
V ∫ V r 2
er
onde dq = ρ dV .

Se a carga estiver distribuída sobre uma


superficie dq = σ dA .

Se a carga estiver distribuída ao longo de um


comprimento dq = λ dL .

Aplicações

Exemplo 1: Carga distribuída uniformemente


no segmento de recta de x= 0 à x= L.

Determinar o módulo do campo eléctrico do


segmento no ponto P que dista xo da origem.

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O módulo do campo eléctrico do elemento de


carga dq no ponto P será:

K 0 dq
dEx =
( x0 − x ) 2
Sendo dq = λ dx teremos
K 0 λ dx
dEx =
( x0 − x ) 2
O campo total será encontrado integrando
sobre todo o segmento carregado de x=0 até
x=L.

Resultado:
K 0Q
Ex =
x0 ( x0 − L )

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Conclusão: Se L for muito menor que xo, o


campo eléctrico em é aproximadamente igual
a KoQ/xo2. Isto significa que se o ponto P
estiver suficientemente afastado do segmento
de recta carregado, o segmento comporta-se
como se de uma carga pontual se tratasse.
Exemplo 2: Determinar o campo eléctrico
sobre a mediatriz de um segmento de recta
carregado.

O módulo do
campo eléctrico
do elemento de
carga será:
k 0 dq
dE = 2
r
ou
k 0 λ dx
dE =
r2
ou ainda
k 0 λ dx
dE = 2 r 2
= x 2
+ y 2
x +y 2
, pois .

O elemento vectorial dE é o somatório das


componentes dEx e dEy.
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r r r r
dE x = dEsenθi e dE y = dE cos θj

ou simplesmente

dE x = − dEsenθ e dE y = dE cos θ
Intengrando ao longo de todo o segmento
obtem-se para
L L
2 2
E x = ∫ dEx = − ∫ dEsenθ = −2 ∫ dEsenθ
−L 0
2
e
L L
2 2
E y = ∫ dEy = − ∫ dE cos θ = 2 ∫ dE cos θ
−L 0
2
Devido a simetria o valor de Ex é zero (0).

Então E resume-se apenas a Ey.

L L
2 2
dx
E = E y = 2 ∫ cos θdE = 2kλ ∫ cos θ 2
0 0
x + y 2

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Resultado: Campo eléctrico sobre a mediatriz

2 k0λ L
E =
y l 2
2 ( ) + y2
2
Conclusão:
Quando y é muito maior que L (y>>>>L) então
senθ≈L/2y e E=Ey≈KoλL/y2=KQ/y2, onde Q é a
carga total.

Exemplo 3: Campo eléctrico de uma linha


infinita.

Se o segmento de recta carregado for muito


comprido de modo que y<<L,o ângulo θ da
figura no exemplo anterior é
aproximadamente igual a 90º. Então
2k 0 λ π  2k y
E= senθ  − 0 = 0
y 2  y ,
π
pois sen 2 = 1 .

Exemplo 4: Campo eléctrico sobre o eixo de


um anél de cargas.

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O campo eléctrico dE devido ao elemento dq


tem uma componente dEx na direcção do
eixo do anél e uma outra componente
perpendicular dE .
Devido a simetria pode se ver da figura que o
somatório das componentes perpendiculares
ao eixo é nula.
Assim dE resume-se a dEx, cujo módulo é

dEx = dE cosθ
x
Sendo cos =
r e r 2 = x2 + a2

O campo total é igual a

K0 x K 0 Qx
Ex = ∫ 3
dq = 3
(x + a )
2 2 2
(x + a )
2 2 2

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Exemplo 5: Campo eléctrico sobre o eixo de


um disco uniformemente carregado.

Um disco de raio R uniformemente carregado


com a carga Q pode ser analisado como um
conjunto de anéis de carga, cada qual com
um raio a, uma expessura da e com uma
carga dq= σdA, onde dA é a área do anél e σ
a densidade superficial de carga.
A área dA do anél é dA = 2πada e a
Q
densidade σ = π R 2 .

Em analogia com o elemento do campo


K 0 xdq
dEx = 3
(x + a )
2 2 2

de um anél de cargas, teremos

K 0 x 2σπda
dEx = 3
(x + a )
2 2 2

e como campo total do disco


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a=R
K 0 x 2σπ
Ex = ∫
a =0 ( x2 + a2 )
3
2
da =

−3
a=R 2
Ex = K 0 xπσ ∫ +
2 2
( x a ) 2ada
a =0
Resultado:

x
Ex = 2πK 0σ (1 − )
x +R2 2

Conclusão: Quando x estiver muito afastado


do disco, espera-se que o disco se comporte
como uma carga pontual. Com x>>>R pode-
se achar uma aproximação da expressão
entre parenteses no segundo membro,
mediante o desenvolvimento do binómio,
(1+ε)n≈1+nε com ε<<1.

Exemplo 6: Campo eléctrico nas vizinhanças


de um plano infinito carregado.

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1) Fazendo R tender a infinito ou x tender a


zero, teremos Ex = 2πK 0σ .... x>0;
Isto significa que o campo de uma distribuição
plana infinita de cargas eléctricas é uniforme,
isto é, o campo não depende de x.

2) Na outra face do plano, para os valores


negativos de x o campo aponta na direcção
de x negativos, então Ex = −2πK 0σ ....
x<0.
1.1.5. Cargas pontuais em movimento no
campo eléctrico

Quando uma carga q é colacada no seio de


um campo eléctrico E ela sofre acção de uma
r r
força eéctrica F = qE por parte deste.
Em analogia com a Mecânica, esta força
imprimirá sobre a carga q uma aceleração
r q r
a = E onde m é a massa da partícula.
m

Exemplo 1: Uma partícula carregada de


massa m e carag q, é trazida para um campo
eléctrico uniforme E e abandonada. Que
movimento e trajectória realiza a partícula?

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Em analogia com uma partícula no campo


gravitacional:

- a partícula carregada inicia o seu movimento


com uma velocidade vo=0;
q
- o módulo da aceleração é a = E;
m
- a velocidade num instante qualquer é
qE
v= t;
m
- a distância percorrida pela partícula em cada
1 qE 2
instante é y = t ;
2 m
- a energia cinética da partícula após um certo
1 2
intervalo de tempo é Ec = mv = qE. y .
2

Exemplo 2: Uma partícula com carga q=e e


massa m penetra com uma velocidade inicial
vo ≠ 0 perpendicularmente num campo
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eléctrico uniforme de intensidade E. Que


movimento e trajectória realiza a partícula?

As coordenadas do movimento na horizontal


e na vertical são dadas por:
1 eE 2
x = v0t e y = t
2 m
1 eE 2
y= x
A equação da trajectória é 2
2 mv0

1.1.6. Dipolo eléctrico num campo eléctrico

O que é um dipolo eléctrico?


Um dipolo eléctrico é um sistema de duas
cargas eléctricas puntiformes do mesmo valor
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q, mas com sinais contrários, separadas uma


da outra, por uma distância L muito pequena.
Um dipolo eléctrico é caracterizado
v pelo
momento de dipolo eléctrico p , que é um
vector que aponta da carga negativa para a
carga positiva.

v
p
O momento do dipolo eléctrico é igual ao
produto da carga q (positiva) pelo vector
v
deslocamento da carga positiva L em relação
à carga negativa.
v v
p = qL ... momento do dipolo.
v
O módulo de p será por sua vez p = q.L .
Se olharmos para a figura anterior, L = 2a
v v
ou seja L = 2ai .
Assim podemos reescrever o momento
v do
v
dipolo eléctrico como sendo p = q 2ai
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2kp v
e o campo eléctrico do dipolo é: E = x 3 i

2kp
ou seja E = x 3 ... em módulo.

- Campo eléctrico não uniforme

O momento do dipolo eléctrico tem a mesma


direcção que a do campo eléctrico e está
orientado na direcção radial da carga pontual.
O campo é mais forte na carga negativa do
dipolo por esta se encontrar mais próxima da
carga pontual. Por isso existe uma força
resultante R não nula.

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- Campo eléctrico uniforme

Quando o dipolo está num campo eléctrico


uniforme não há força resultante actuando
sobre ele, pois F1 e F2 anulam –se.
Porém existe um Torque que tende a girar o
dipolo de modo que este se alinhe na
direcção do campo eléctrico.
r r r
O torque é dado pela expressão τ = pxE
O seu módulo é τ = p.E.senθ ........ onde
θ é o ângulo formado pelo momento do dipolo
e as linhas de campo.
Sendo p= 2aq, então: τ = 2aq.E.senθ ,
donde E é a intensidade do campo eléctrico
uniforme.

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Para mudar a orientação do dipolo eléctrico


num campo eléctrico é necessário que se
realiza um trabalho externo sobre ele. Este
trabalho é conservado no sistema na forma
de energia potencial.
θ
W = ∫ dW = ∫τ .dθ = U
θ0
θ θ
U = ∫ p.E.senθ .dθ = pE ∫ senθ .dθ
θ0 θ0

U = pE (− cosθ ) θθ 0

Seja U=0 para θ= π/2 .....orientação inicial do


diplo.
Então U = − pE cosθ ... Energia
potencial do dipolo.
r r
Na forma vectorial U = − p.E

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1.1.7. Lei de Gauss

O campo eléctrico pode ser descrito


qualitativamente através das linhas de campo.
Esta descrição esta relacionada a uma
equação matemática conhecida com a Lei de
Gauss, que estabelece a ligação entre o
campo eléctrico sobre uma superfície fechada
e a carga no interior da superfície.

A lei da Gauss permite calcular campos


eléctricos de distribuições simétricas de
carga, como e o caso de uma casca esférica
carregada.

Para a formulação da lei de Gauss joga o


conceito de “fluxo eléctrico” um papel
fundamental.

Consideremos uma
superfície plana de
área A num campo
eléctrico E.

Definiremos o fluxo
eléctrico como sendo o

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produto da intensidade do campo E pela área


A.
r r
Φ = E. An .... Fluxo eléctrico para uma
superfície plana perpendicular ao campo,
onde n e um vector unitário da superfície.

Tratando-se de um produto escalar em θ= 0,


então Φ = E. A .
N 2
Unidades do Fluxo eléctrico: [Φ ] = 1 .m
C

Quando o campo E forma com a normal n um


ânguloθ, o fluxo será dado pela expressão:
Φ = E.A. cos θ
Se a superfície for curva, independentemente
de o campo ser uniforme ou não, a superfície
e dividida em pequenos elementos
superficiais dA1, dA2, dA3,... Para cada
elemento e traçado o vector unitário n dirigido
perpendicularmente para fora da superfície.

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Acha-se para cada superfície elementar o


r r
respectivo fluxo eléctrico dΦ i = E.dAi n
Integrando para toda a superfície resulta
r r
Φ = ∫ dΦ = ∫ E.dAn = ∫ E cos θ .dA
s s s .

Num ponto onde as linhas de campo eléctrico


saem da superfície, E esta dirigido para fora e
Φ é positivo. Num ponto onde as linhas do
campo eléctrico entram na superfície E esta
dirigido para dentro e Φ e negativo.
O Fluxo total Φt, também denominado fluxo
liquido, através de uma superfície fechada
será positivo ou negativo conforme E na
superfície e predominantemente dirigido para
fora ou para dentro da superfície.
O fluxo de qualquer parte da superfície é
proporcional ao número de linhas de campo
que passam através da sua superfície.
O fluxo líquido é proporcional ao número
líquido das linhas de campo que caem da
superfície, isto é, o número de linhas que
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caem menos o número das linhas que entram


através da superfície.

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Assim o fluxo líquido através de uma


superfície qualquer fechada será
r r
Φ liq = ∫ E.dAn = ∫ En .dA
A A

Seja a superfície fechada de forma esférica.


O campo eléctrico em qualquer ponto desta
superfície é perpendicular a superfície e tem o
KQ
módulo E =
R 2 . O fluxo líquido através
n

desta superfície é liq n


A
Φ =E
, onde En ∫ dA
saiu fora do integral por esta componente ser
constante em qualquer ponto da superfície.
O integral de dA sobre a superfície é igual a
área total da superfície, ou seja, 4πR2.
K 0Q
Então
Φ liq = 2
4π R 2
= 4πK 0Q
R

Conclusão: O fluxo eléctrico liquido que


passa por uma superfície esférica que
envolve uma carga eléctrica Q puntiforme, é
4πKo vezes o valor da carga puntiforme.
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Lei de Gauss: O fluxo líquido através de


qualquer superfície é igual a 4πKo vezes a
carga líquida no interior da superfície.

Φ liq = ∫ En .dA = 4πk0Qint


A

Em termos de εo teremos:

1
Φ liq = ∫ En .dA = Qint
A ε0
A lei de Gauss é válida para todas as
superfícies e todas as distribuições de carga.
Para N cargas pontuais distribuídas
discretamente teremos por exemplo:
1 1
Φ liq = Qint = (Q1 + Q2 + Q3 + ... + Qn )
ε0 ε0

1.1.7.1. Campo eléctrico E nas vizinhanças


de uma carga puntiforme.
Quando a distribuição de carga for muito
simétrica, como o caso de uma esfera

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uniformemente carregada, ou de uma recta


infinita com carga eléctrica uniforme, é
possível encontrar uma superfície matemática
na qual se sabe, por semetria, que o campo
eléctrico é constante e perpendicular à
superfície.
Podemos então calcular com facilidade o
fluxo eléctrico através da superfície e usar a
lei de Gauss para relacionar o campo, a carga
e a superfície.
Consideremos uma carga pontual q
localizada no centro de uma superfície
esférica para a qual, por simetria, o vector
campo eléctrico E é radial e o seu módulo
depende só da distância à carga.

Neste caso a componente normal En coincide


com E. Então En =E.n=Er, e tem o mesmo
valor em qualquer ponto da superfície
esférica.
O fluxo líquido através desta superfície será
então

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r r
Φ liq = ∫ E.dAn = ∫ Er .dA = Er ∫ dA ,onde
A A

∫ dA = 4πR 2
. Φ
Então liq = E r ⋅ 4πR 2
.
1
Φ =
Considerando liq ε 0 Qint então

q 1 q
Er ⋅ 4πR 2 =
1
q Er = ⋅ 2 = K0 . 2
ε0 e 4πε 0 R R

Conclusão: As duas leis são equivalentes no


que respeita a cargas em repouso.

1.1.7.2. Campo eléctrico E nas vizinhanças


de um Plano Infinito de Cargas

Seja σ a densidade superficial de carga de um


plano infinito xy. Por simetria, sabe-se que o
campo eléctrico deve ser perpendicular ao
plano e só depende da distância z ao plano.

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Além disso o campo eléctrico tem o mesmo


módulo nas duas faces do plano, mas
sentidos opostos, nos pontos igualmente
distantes do plano, numa e na outra face.
A superfície gaussiana será um cilindro, com
eixo perpendicular ao plano e com o centro
sobre o plano.
Cada base do cilindro é paralela ao plano e
tem a área A. Neste caso E é paralelo a
superfície cilíndrica, de modo que não há
fluxo do campo eléctrico através desta
superfície curva.
O fluxo através de cada base do cilindro é
EnA, de modo que o fluxo total é 2EnA.
A carga no interior da superfície é σA. A lei de
1
Gauss dá-nos liq ∫ n
Φ = E dA = Qint
ε0
1 σ
2 En A = σA En = = 2πK 0σ
donde ε0 ou 2ε 0

Este resultado é idêntico ao obtido


anteriormente com ajuda da lei de Coulomb,
para o campo de um plano infinito de cargas.

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1.1.7.3. Campo eléctrico E nas vizinhanças


de um Recta Infinita de Cargas.

Seja dada uma recta de grande comprimento,


com uma densidade linear de carga uniforme
λ. Pretende-se determinar o seu campo
eléctrico a uma dada distancia r.
Vamos escolher como superfície gaussiana
uma superfície cilíndrica de comprimento L e
raio r, com o eixo sobre a recta. Por simetria,
nos pontos afastados das extremidades da
recta, as linhas do campo eléctrico partem
radiam e uniformemente da recta carregada.
O campo eléctrico é então perpendicular a
superfície cilíndrica e tem o mesmo valor em
todos os pontos desta superfície.
O fluxo eléctrico será dado pelo produto do
campo eléctrico com a área da superfície
cilíndrica.
Não há fluxo através das bases do cilindro.
A carga no interior da superfície é igual a λL.
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1
Φ liq = ∫ En dA = Qint
Segundo a lei de Gauss ε0
λL
Teremos ∫ En dA = Er ∫ dA = ε 0
A área lateral total do cilindro é 2πrL.
λL
E 2πrL =
Substituindo resulta r ε0
1 λ 1 λ λ
Er = ⋅ = ⋅ = 2K0
ou 2πr ε 0 2πε 0 r r

Conclusão: Este resultado coincide com o


obtido pela integração directa sobre a recta
de cargas eléctricas.

1.1.7.4. Campo eléctrico E no interior e no


exterior de uma casca cilíndrica
electricamente carregada.
Para calcular o campo no interior de uma
casca cilíndrica de raio R e densidade
superficial de carga uniforme σ, construímos
uma superfície gaussiana cilíndrica de
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Conferêrencias de Electromagnetismo

comprimento L e raio r<R, co-axial a casca


cilíndrica.
Por simetria o campo é normal a esta
superfície gaussiana e tem o modulo Er,
constante em todos os pontos da superfície.
O fluxo do campo E através desta superfície
gaussiana é então

Φ liq = ∫ En dA = Er ∫ dA =Er 2πrL onde


2πrL é a área da superfície gaussiana.
Uma vez que a carga total no interior desta
superfície é nula, da lei de Gauss resulta que

Φ liq = Er 2πrL = 0 .

Portanto, Er = 0 para r<R.

Conclusão: O campo eléctrico no interior de


uma casca uniformemente carregada é nulo
em todos os pontos.
Para acharmos o campo eléctrico no exterior
da casca cilíndrica, construímos uma
superfície gaussiana cilíndrica de raio r>R.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Por simetria, E é perpendicular a superfície


gaussiana e o seu modulo Er é constante em
todos os pontos da superfície.
O fluxo é Er2πrL, mas agora a carga no
interior da superfície é Q= σA=σ2πRL.
A lei de Gauss dá-nos então

σ 2πRL
Φ liq = Er 2πrL =
ε0
σR
Er =
Portanto, ε 0r .

Considerando que o comprimento L da casca


cilíndrica tem uma carga Q= σ2πRL, a carga
por unidade de comprimento da casca
cilíndrica será λ= σ2πR, donde σ=λ/2πR.
Substituindo na equação de Er teremos
σR 1 λ
Er = = ⋅
ε 0 r 2πε 0 r r>R

Conclusão: Este resultado coincide com o do


campo E a uma distância r de uma recta
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Conferêrencias de Electromagnetismo

infinita uniformemente carregada. Assim, o


campo eléctrico no exterior de uma casca
cilíndrica de cargas eléctricas coincide com o
campo eléctrico que se teria se toda a carga
estivesse concentrada no eixo do cilindro.

1.1.8. Energia potencial eléctrica e


potencial eléctrico

Sabemos da Mecânica que quando


levantamos um corpo de massa m uma dada
altura h, nas vizinhanças da superfície da
Terra, o trabalho que efectuamos transforma-
se em Energia potencial Ep= mgh do
sistema Terra+Massa. Quando o corpo é
abandonado a Ep converte-se em Ec.
Dada a analogia que pode ser estabelecida
entre as interacções gravitacional e eléctrica
podemos admitir a existência de uma função
energia potencial associada à força eléctrica.

1.1.8.1. Trabalho das forças eléctricas

Quando a carga de
prova qo se desloca no
interior de um campo
eléctrico do ponto A

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Conferêrencias de Electromagnetismo

para o ponto B, actuam sobre ela forças


eléctricas que realizam um determinado
trabalho.
Seja ds o deslocamento elementar da carga
de prova numa trajectória rectilínea. Assim
consideraremos Fel uma força constante em
módulo e em direcção.
Da definição de trabalho teremos:
v v
dW = Fel .ds .
Porque F e S formam um ângulo θ então
dW = Fel .ds. cos θ .

Se a carga for deslocada do ponto A que


dista r1 de Q para o ponto B que dista r2 de Q,
o trabalho realizado será dado pela integral
r2
r r
W = ∫
r1
F el . d s
.

1.1.8.2. Potencial eléctrico

Determinemos o trabalho realizado pelo


campo eléctrico ao deslocar a carga de prova
no seu seio de r1 à r2.
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Conferêrencias de Electromagnetismo

r2
r r r2 r2

W=∫ Fel .ds = ∫ Fel .ds. cosθ = ∫ F .dr.


r1 r1 r1
r2 r2
K 0 Qq 0 dr
W = ∫
r1
r 2
dr = K 0 Qq 0 ∫ 2 =
r1
r
1 1 Q Q
WAB = K 0Qq0  −  = q0 .K 0  − 
 r1 r2   r1 r2 
Q Q
K 0  − 
A grandeza  r1 r2  representa diferença

de potencial ou seja WAB = q0 (ϕ1 − ϕ 2 ) .

Seja ϑ2= 0 então W = q0ϕ donde

W
ϕ=
q 0 .... Potencial eléctrico.

Definição: Potencial eléctrico é a energia


potencial por unidade de carga.
Unidade: 1J/C= 1V (Volt)

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Conclusão: O trabalho a realizar para


deslocar uma carga de prova do infinito para
um ponto qualquer no seio do campo eléctrico
é igual ao produto do potencial eléctrico
ϑ pela carga de prova qo.

Quando a carga de prova é deslocada do


infinito até um dado ponto P qualquer no seio
do campo eléctrico, o trabalho das forças
eléctricas será negativo e os limites serão ∞ e
P.
P
v v
W = ∫ ( Fel ds )

.
v v
Sendo ϑ = W q 0 e Fel = q 0 E então:
P p
v v v
ϕ = − ∫ q0 E ⋅ ds = − ∫ q0 (E ⋅ ds )
1 v 1
q0 ∞ q0 ∞
P
v v
ϕ = − ∫ E ⋅ ds
ou ∞
…Potencial eléctrico.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

As forças eléctricas são conservativas. O


trabalho realizado no campo eléctrico é
independente do caminho percorrido.
P1
v v
W1 = W2 = q0 ∫ ( E ⋅ ds )
P2

Se o caminho percorrido for uma linha


fechada o trabalho realizado pelas forças do
campo é igual a zero.
v v
W = q0 ∫ (E ⋅ ds ) = 0

1.1.8.3. Noção de Diferença de Potencial


p2
v v
W = − q0 ∫ (E ⋅ ds )
Sendo P1 , donde

p2
v v
− ∫ (E ⋅ ds ) = ϕ 1
2

P1

Então W = q0 ⋅ (ϕ1 − ϕ 2 )

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Conferêrencias de Electromagnetismo

O que está dentro de parênteses toma o


nome diferença de potencial U12 = (ϕ1 − ϕ 2 )

Assim W = q0 ⋅ U12 ou seja


P2
v v
= ∫ (E ⋅ ds )
W
U12 =
q0 P1
P2
v v
U12 = ∫ (E ⋅ ds )
P1
... diferença de potencial

1.1.8.4. Potencial eléctrico de uma carga


eléctrica pontual

Figura

p p
v v
ϕ = − ∫ (E ⋅ ds ) = − ∫ E ⋅ ds ⋅ cosθ =
∞ ∞

ds ⋅ cos θ
p p
dr
= − KQ ∫ 2
= = − KQ ∫ 2 =

r ∞
r
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Conferêrencias de Electromagnetismo

1 1 1
= − KQ ⋅ ∞
P = − KQ ⋅  −  =
r  r∞ rP 
Como no infinito o potencial tende para zero,
KQ 1 Q
ϕ= = ⋅
r 4πε 0 r …Potencial eléctrico
de uma carga pontual.
Conclusão: O potencial eléctrico de uma
carga pontual num dado ponto do campo
eléctrico é inversamente proporcional à
distância r que vai desse ponto à carga
eléctrica.

Para várias cargas eléctricas distribuídas


discretamente teremos:

ϑt = ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 + ... + ϑn = ∑i =1ϑi
n

1
Qi

n
ϑt =
4πε 0 i =1 r
Para uma distribuição contínua de cargas
teremos
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Conferêrencias de Electromagnetismo

dQ 1
ϑt = ∫ dϑ =
4πε 0 ∫ r

1.1.8.5. Potencial eléctrico e diferença de


potencial num campo eléctrico uniforme
Num campo eléctrico uniforme

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Conferêrencias de Electromagnetismo

1.1.9. Campos e Potenciais em condutores


1.1.9.1. Capacitores, Capacitância e
Dieléctricos.
Um capacitor ou condensador é um
dispositivo que funciona como armazenador
de cargas e de energia eléctricas. É
geralmente constituído por dois condutores
isolados entre si, mas muito próximos um do
outro, que têm cargas iguais mas de sinais
contrários.
Aplicações:
• Armazenamento de energia para flash
numa máquina fotográfica;
• Amortecimento de ondulações da corrente
alternada nos aparelhos eléctricos;
• Regular frequências das ondas da rádio,
etc.
Capacitor plano (ou capacitor de placas
paralelas) e Capacitância.
O capacitor plano é constituído por duas
grandes placas condutoras. Na prática as
placas podem ser duas folhas metálicas

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Conferêrencias de Electromagnetismo

delgadas, separadas e isoladas uma da outra


por uma fina folha de papel.
Quando ligadas as duas placas aos pólos de
um gerador de cargas eléctricas, por exemplo
uma bateria, há transferência de cargas de
um condutor para o outro até que a diferença
de potencial entre as placas se iguale a
diferença de potencial entre os pólos da
bateria.

A quantidade de carga sobre as placas


depende da diferença de potencial e da
geometria do capacitor.

Seja Q o módulo da carga em qualquer das


placas e U a diferença de potencial entre elas.

A razão Q/U toma o nome de Capacidade


eléctrica do Capacitor ou Capacitância.

A capacitância mede a capacidade de


armazenamento de carga eléctrica de um
condutor para uma dada diferença de
potencial.

Consideremos um condensador de placas


paralelas constituído por dois planos de área
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Conferêrencias de Electromagnetismo

A, separadas por uma distancia d pequena


em comparação com o comprimento e com
a largura das placas.

Uma das placas recebe a carga +Q e a


outra a carga –Q.

Em virtude de as placas estarem muito


próximas uma da outra, o campo eléctrico
em qualquer ponto do espaço entre elas (
excluindo a região vizinha as bordas), é
aproximadamente igual ao campo de dois
planos infinitos com cargas iguais e
opostas.
σ
E=
2ε o

Como os campos têm o mesmo sentido


adicionam-se e o campo total será
σ Q
E= σ=
εo onde A é a carga por
unidade de área de qualquer uma das placas.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Também sabemos já que o campo eléctrico


entre as placas de um condensador plano é
U
E=
d ou seja U = E.d , onde d é a
distancia entre as placas, então:
σ Q.d
U = E.d = d =
εo A.ε o

Assim a capacitância do condensador será

Q Q. A.ε o A.ε o
C= = =
U Q.d d

Conclusão: A capacitância de um
condensador não depende nem da carga nem
da voltagem do condensador, mas apenas
dos factores geométricos. Num condensador
de placas paralelas, a capacitância é
proporcional a área das placas e
inversamente proporcional a separação entre
elas.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Em geral a capacitância depende do


tamanho, da forma e da configuração
geométrica dos condutores.

Condensador cilíndrico

Um condensador cilíndrico é constituído por


um pequeno condutor cilíndrico, ou por um fio
condutor, de raio a, co-axial a uma casca
cilíndrica condutora de raio b.

Seja L o comprimento do condensador, que


tem a carga +Q no condutor interno e a carga
–Q no externo.

Já vimos que o campo eléctrico no exterior de


um cilindro, ou de um fio cilíndrico carregado,
de grande comprimento é
1 λ 1 Q
Er = =
2πε o r 2πε o rL

O campo da carga –Q distribuída na casca


cilíndrica externa é zero no interior da casca.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Já deduzimos para a diferença de potencial a


B
ΨB − ΨA = − ∫ E.ds
expressão A

Seja ΨA (condutor interno) o potencial do


condutor interno e ΨB (condutor externo) o
potencial do condutor externo.

A diferença de potencial entre os dois


condutores será

b
ΨB − ΨA = − ∫ Er .dr =
a
b
Q
dr Q b
=− ∫
2πε o L a r
=− ln
2πε o L a

Na realidade o potencial e + elevado no


condutor interno que tem carga positiva, pois
as linhas de campo se orientam deste
condutor para o outro.
Então a grandeza da diferença de potencial U
será
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Conferêrencias de Electromagnetismo

b Q
U = ΨA − ΨB = ln
2πε o L a

Q 2πε o L
C= =
U b
A capacitância será ln
a
Conclusão: A capacitância é proporcional ao
comprimento do condutor.
Quanto maior for o comprimento do condutor,
maior é a quantidade de carga que pode ser
armazenada no condutor, sendo fixa a
diferença de potencial.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

1.1.9.2. Leis de Coulomb e Gauss nos


meios dieléctricos.
O que são dieléctricos?
Os dieléctricos são matérias não condutores
ou seja isoladores. Ex. Papel, vidro, madeira,
cortiço, borracha, etc.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Na presença de um campo eléctrico externo


os dipólos eléctricos ficam parcialmente
orientados paralelamente ao campo.
Nestas condições diz-se que o dieléctrico está
polarizado.
O efeito líquido da polarização é a criação de
uma carga superficial nas faces do dieléctrico,
vizinhas às placas do capacitor.
Seja Eo o campo eléctrico no vácuo.
Num dieléctrico o campo será E= Eo/k.

a) b)
O campo eléctrico entre as placas do
capacitor a) sem dieléctrico e b) com
dieléctrico.
1 Q
E =
Sendo 0 4πε r 2 ,
0

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Conferêrencias de Electromagnetismo

1 Q
então E=
4πkε 0 r 2 ... Lei de Coulomb nos
dieléctricos, onde k é a constante dieléctrica
do meio.
σ
E0 =
Para um capacitor sem dieléctrico ε0 ,
σ
E=
então com dieléctrico kε 0 .

Por sua vez a capacitância do capacitor com


dieléctrico será C = kC0 , onde Co é a
capacitância sem dieléctrico e k é a constante
dieléctrica do dieléctrico.
ε0 A
C
Para um capacitor plano 0 =
d .
kε 0 A
C =
Então d , onde ao produto kεo dá-se o
nome de permissividade ou permitividade
dieléctrica.
ε = kε 0 ... permitividade do dieléctrico.

1.1.9.2. Polarização de um dieléctrico e


Vector deslocamento eléctrico.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Quantitativamente a polarização de um
dieléctrico é definida com ajuda do vector P, a
que se dá o nome de vector polarização.
O vector polarização é dado como sendo o
somatório dos momentos dos dipólos por
unidade de volume.
v
v ∑ pi
P=
∆V
Como o grau de orientação das moléculas no
dieléctrico depende de E, o vector P é
também proporcional a intensidade do campo
eléctrico.
v v
Assim P = χε 0 E , onde χ chama-se constante
de susceptibilidade eléctrica do material.

1.1.9.2.1.Vector deslocamento eléctrico D


Um dieléctrico polarizado tem cargas sobre a
superfície, chamadas cargas de polarização
ou cargas ligadas.
Enquanto isso as placas possuem cargas
livres.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Consideremos um bloco de material


dieléctrico entre as placas de um capacitor
plano.
• -σL...é a densidade de
carga na placa direita
• +σL...é a densidade de
carga na placa esquerda
Se P for a polarização do
dieléctrico, as densidades
de carga nas superfícies
esquerda e direita do bloco serão
respectivamente σP= -P... à esquerda e σP=
P... à direita.
As densidades líquidas serão no entanto:
σ = σ L + σ P = σ L − P ....à esquerda e
σ = −σ L + σ P = P − σ L ....à direita.

Substituindo a densidade σ por Eεo, à


1
E = (σ L − P )
esquerda teremos ε0 ou
σ L = ε0E + P .
Esta última expressão relaciona as cargas
livres do condutor rodeado por um dieléctrico
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Conferêrencias de Electromagnetismo

com o campo eléctrico e a polarização do


dieléctrico.
Considerando que E e P são grandezas
vectoriais então o resultado da sua soma
pode ser um vector.
Vamos assim introduzir um novo vector
chamado Deslocamento vectorial D. Assim
v v v
D = ε0E + P
Unidades de [D] = 1Cm
−2

v v
Sendo P = χε 0 E então podemos escrever D
na forma
v v v v
D = ε 0 E + χε 0 E = (1 + χ )ε 0 E ,
onde o coeficiente (1 + χ )ε 0 é também igual
a permitividade do dieléctrico ou seja
(1 + χ )ε 0 = kε 0 , donde 1 + χ = k ... constante
dieléctrica.

Então a susceptibilidade é χ = k −1

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Conferêrencias de Electromagnetismo

1.1.9.2.2. Relação entre as densidades σL e


σ P.

Enquanto o campo eléctrico das cargas livres


é Eo= σL/εo,o campo das cargas ligadas é EP=
σP/εo.
O módulo do campo E resultante dos dois
campos será E = Eo − EP e porque E= Eo/k,
então
E0  1  k −1
Eo − EP = E P = 1 −  = E0
k ou  k k
Substituindo EP e Eo por σP/εo e σL/εo
k −1
σ = σL
respectivamente, obtém-se P k .

Conclusão: A densidade de cargas ligadas é


sempre menor que a densidade de cargas
livres sobre as placas do capacitor e é nula se
k=1, isto é quando não há dieléctrico no
capacitor.
A carga total das placas é também igual Q=
kQo

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Conferêrencias de Electromagnetismo

1.2. Electrodinâmica
1.2.1. Corrente eléctrica estacionária
1.2.1.1. Intensidade da corrente
Quando se estabelece nos extremos de um
condutor uma d.d.p. (ligando-os aos pólos de
uma bateria) surge no interior do condutor um
campo eléctrico.
Este campo actua sobre os electrões livres de
modo a que estes experimentem um
movimento ordenado no sentido contrário ao
do campo.
Assim diz-se que há uma corrente que circula
neste condutor.

Corrente eléctrica é o movimento ordenado


de cargas eléctricas. Convencionalmente o
sentido da corrente é o do fluxo das cargas
positivas.
A corrente eléctrica é definida
quantitativamente como sendo a quantidade
de carga ∆Q que atravessa a área A da

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Conferêrencias de Electromagnetismo

secção transversal do condutor num dado


intervalo de tempo ∆t, ou seja taxa de fluxo de
carga eléctrica através desta área.

∆Q
Assim ∆t = I ... Intensidade da corrente
eléctrica.
Nesta igualdade I é considerado constante.
Quando o fluxo da carga eléctrica não é
constante no tempo, então I vai variar com o
tempo e a expressão anterior toma a forma
diferencial.
dQ
I=
dt ... Intensidade da corrente eléctrica.
C
Unidades: [I ] = 1 = 1A( Ampére)
s

Consideremos uma corrente num fio condutor


de área de secção A.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Seja n o número de partículas portadoras de


carga livre, por unidade de volume.
Admitamos que cada partícula tem carga q e
que se move com uma velocidade de
”migração” vdm.
No intervalo de tempo ∆t todas as partículas
no volume considerado V= Al irão passar
através da área A.
O número de partículas neste volume é N=
nAl.

A carga total será: Q = q(nAl ) , onde l= vdm.


∆t.

Assim Q = q(nAvdm ∆t ) .
Considerando Q= I.∆t, então

I∆t = q(nAvdm ∆t ) ou I = nqAvdm


Se a carga for o electrão, então
I = neAvdm .

1.2.1.2. Densidade de corrente eléctrica

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Conferêrencias de Electromagnetismo

A intensidade da corrente que circula num


dado condutor, sob determinadas condições
pré-estabelecidas, é uma característica desse
condutor e é uma grandeza macroscópica.
A grandeza microscópica que lhe
corresponde é a densidade de corrente j.
A densidade de corrente é um vector, que
caracteriza apenas um ponto do condutor e
não o condutor no seu todo.
Para I constante em todas as áreas de
secção transversal do condutor, o modulo do
vector
I
j=
densidade de corrente será dado por A.
Unidades: [ j ] = 1 m 2 .
A

Na forma geral a intensidade da corrente é


v v
dada pela expressão onde dA
I = ∫ j .dA ,
é o elemento infinitesimal da superfície.
Conclusão: I é o fluxo da densidade de
corrente j através da área A qualquer.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

A expressão I= j.A, representa o caso


particular em que j é perpendicular a
superfície e é constante.

Voltando à expressão I = neAvdm , teremos


I jA j
para vdm, vdm = = v
; dm =
neA neA ne
...velocidade de migração.

Em ordem a j teremos j = nevdm ...módulo e


v v
j = nevdm ...como vector.
Note que os vectores j e vdm são paralelos
entre si.

1.2.1.3. Resistência eléctrica


- Lei de Ohm.
- Resistividade e Condutividade eléctricas
A lei de Ohm diz-nos que a intensidade da
corrente eléctrica I que circula num condutor,
quando a temperatura é mantida constante, é
directamente proporcional a diferença de
potencial estabelecida nos extremos desse
condutor.
I∼U
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Conferêrencias de Electromagnetismo

I1 I2 I3 In
= = = .... = = K (const.)
ou U1 U 2 U 3 Un
A constante K de proporcionalidade será aqui
igual ao inverso da Resistência.
1 U
I = KU = ⋅U ou U = RI e R=
R I
A razão entre U e I toma o nome de
Resistência eléctrica.

Unidades: [R ] = 1 A = 1Ω(Ohm) .
V

Para além da temperatura a resistência


eléctrica de um condutor depende das suas
dimensões (comprimento e área da secção
transversal), assim como da qualidade do
material de que o condutor é constituído.
O tipo de material é caracterizado por uma
grandeza denominada ”Resistência
específica” ou “Resistividade” (ρ).

E
ρ=
j ..... Resistividade

O inverso da resistividade é uma outra


grandeza que também caracteriza o material
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Conferêrencias de Electromagnetismo

condutor e que é chamada “Condutividade”


(σ).

j 1
σ= =
ρ E ..... Condutividade eléctrica

donde j = σ ⋅ E ... é outra forma de exprimir a


lei de Ohm.
Unidades:
[ρ ] = 1Ωm .... unidade da resistividade
[σ ] = 1(Ωm) −1 ... unidade da condutividade
Consideremos um condutor cilíndrico de
comprimento l e área da secção transversal
A, através da qual passa uma corrente de
Intensidade I. Nos seus extremos é
estabelecida uma d.d.p. U= Ua-Ub, donde
Ua>Ub

Então U a − U b = Ed = U
U I
E= j=
Tomando em conta que l e A,
então a resistividade será

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Conferêrencias de Electromagnetismo

E U A A
ρ= = ⋅ ; ρ= ⋅R
j l I l
l
R=ρ
ou A ... Resistência eléctrica.
Conclusão: A resistência eléctrica é
directamente proporcional ao comprimento l
do condutor e inversamente proporcional a
área A da secção transversal.

Sendo
σ = 1
ρ , então é valido escrever
l l
σ= Por sua vez
R=
RA σA
...Resistência eléctrica.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

1.2.1.4. Transmissão de energia num


circuito. Potência eléctrica.
Consideremos um simples circuito como o
seguinte.

Uma corrente constante I percorre o circuito e


entre os pontos de ligação a e b é
estabelecida uma d.d.p. Uab. O ponto a está a
um potencial mais elevado que o b.
Na caixa negra encontra-se um elemento
qualquer que pode ser uma resistência, um
motor, uma bateria, etc.
Consideremos que uma carga infinitesimal dQ
escorre dentro da caixa do ponto a ao ponto
b. Assim a energia potencial eléctrica vai
diminuir em dQ.Uab.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

De acordo com PCET, esta energia tem que


ser transformada dentro da caixa, numa outra
forma de energia.
A energia potencial dW transformada no
intervalo de tempo dt será dada por

dW = dQ ⋅ U ab = Idt ⋅ U ab
dW
ou dt
= IU ab … taxa de perca de energia
potencial por unidade de tempo.
A taxa de perca de energia é denominada
potência eléctrica P, dissipada no elemento
contido na caixa negra.
dW
P= = IU ab ... Potência eléctrica.
dt
Ou simplesmente P= IU.
Unidades: [P ] = 1VA = 1W (Watt )
Consideremos que o elemento no interior da
caixa negra seja uma resistência eléctrica.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Podemos substituir U= R.I e teremos:


P = I 2 R ou substituindo I= U/R teremos
U2
P=
R .

2.1.6 Circuitos eléctricos com resistores e


capacitores.

Nos circuitos eléctricos apenas com fem e


resistores R, a corrente eléctrica é
estacionária, isto é, não varia com o exemplo.
Introduzindo condensadores como elementos
do circuito, podem se provocar correntes
variáveis com o tempo.

Consideremos o seguinte circuito. A este


circuito chama-se circuito RC que significa
resistência e condensador. Neste circuito a
corrente não é permanente, ela varia com o
tempo.
Exemplo: Circuito de alimentação do flash de
uma máquina fotográfica.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Através de qualquer parte do condutor no


circuito flúi no intervalo de tempo dt uma
carga dQ.
dQ= Idt
Na fonte de tensão ε é realizado um trabalho
dW=εdQ, o qual é transformado em energia
térmica (dado o efeito Joule) I2R na
resistência, e para o aumento em
 Q2 
dw p = d  
 2C  da Ep armazenada no
condensador.
 Q2 
εdQ = I Rdt + d  c 
2

2  ou

Q 1
εdQ = I 2 Rdt + dq .
C dt , donde resulta que
dQ Q dQ
ε = I 2R + .
dt C dt .
dQ
Sendo = I por definição, teremos
dt
Q Q
ε = IR + ε − IR − = 0 onde Q e I são
C ou C
funções do tempo.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Substituindo I pela sua definição, teremos


dQ Q
ε=R +
dt C ... equação diferencial cuja
solução é dada pela expressão:
Q = Cε 1 − e RC  ... onde a grandeza RC tem
 −t

 
dimensão de tempo e é denominada
“constante de tempo” do elemento RC.
Ela dá-nos o tempo, dentro do qual o
condensador é carregado em um factor
( )
1 − e −1 ≈ 63 % da sua capacidade.

Representação gráfica do processo de


carregamento de um condensador.

Consideremos que o condensador já está


completamente carregado e o interruptor é
depois trazido para a posição b (veja o
circuito).
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Conferêrencias de Electromagnetismo

Como se altera agora a carga do


condensador e a corrente através da
resistência?
No circuito já não existe a fem (fonte de
tensão), o que significa que ε = 0 .
Q
Então teremos apenas IR + = 0.
C
dQ dQ Q
Substituindo I = temos R + = 0.
dt dt C

A solução desta equação diferencial é


−t
Q = Q0e .
RC

Aqui também RC é a constante de tempo,


durante o qual a carga inicial Q0 do
condensador diminui em um factor (e-1)≈37%
dQ Q
Tomemos de novo a expressão dt R + = 0.
C
dQ Q dQ Q
É válido escrever dt R = − ou =−
C dt RC .
−t
Substituindo Q = Q0e
RC
, então resulta
t
dQ Q0 − RC
=− e .
dt RC
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Conferêrencias de Electromagnetismo

dQ
Mas como Q0 = ε 0 .C e dt
=I,

ε −t
Então
I =− e RC
...Intensidade da corrente
R
no processo de descarga de um
condensador.
Constatacoes:
- O sinal (-) significa que neste processo a
corrente eléctrica circula no sentido
contrário ao definido inicialmente no
circuito.
ε
- R é corrente de carregamento no
instante t=0.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

3. Campo Magnético
3.1. Introdução Histórica

Fenómenos ligados ao magnetismo foram


descobertos há mais de 2000 anos na antiga
Grécia.
Os Gregos observaram que certos minerais
como o ferro, o cobalto e o magnésio
apresentavam propriedades de atrair outros
pedaços de ferro.
Esta propriedade tomou o nome de
Magnetismo.
Em 1269 um cientista de nome Pierre
Maricourt descobriu a existência de pólos
norte e sul do íman.
Os pólos norte e sul de um corpo
magnetizado são zonas onde os fenómenos
de atracção e repulsão se fazem sentir com
maior intensidade.
As forças entre dois pólos de um íman se
assemelham às de duas cargas eléctricas.
Entre dois pólos do mesmo nome exercem-se
forças de repulsão e entre pólos de nomes
opostos exercem-se forças de atracção.
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Conferêrencias de Electromagnetismo

Atracção Repulsão

A diferença entre os pólos de um íman e as


cargas eléctricas reside no facto de que os
pólos de um íman nunca existem isolados,
mas sim aos pares.
Dividindo um íman em duas partes passamos
a ter dois ímanes cada um com dois pólos.
No entanto, no século XIX, Hans Oerested
descobriu que existia uma relação entre a
electricidade e o magnetismo. Ele observou
que a corrente eléctrica influenciava a
orientação de uma agulha magnética.
De facto a experiência mostrou que o
magnetismo é uma manifestação das cargas
eléctricas em movimento.
Mais tarde, Ampere veio a demonstrar que as
correntes eléctricas atraíam pequenos
fragmentos de ferro e que as correntes
eléctricas (condutores percorridos pela
corrente) se atraíam ou se repeliam
mutuamente.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

3.2.2. Força de Lorentz


Suponhamos que uma carga se move numa
região onde existe tanto um campo magnético
como um campo eléctrico.
Sobre a carga actuará uma força eléctrica
r r r r r
Fm = qE e a força magnética Fm = qv × B .
A força total será resultante (soma vectorial)
das duas forças eléctrica e magnética.
r r r
Isto é: F = Fe + Fm ;
r r r r
( )
r r r r
F = qE + qv × B ou F = q E + v × B .
À esta força dá-se o nome de Força de
Lorentz.
F
B=
Unidades de B: qvsenφ
NS Kg
[B] = 1 =1 = 1T (Tesla)
C.m cs

Kg Ns Vs N
1T = 1 =1 =1 2 =1
cs cm m Am

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Um Tesla corresponde ao campo magnético


que produz uma força de 1Newton sobre uma
carga de 1Coulomb quando esta se move
perpendicularmente ao campo, com uma
velocidade de 1metro/segundo.
O Tesla é uma unidade muito grande.
Por exemplo o campo magnético é da ordem
de 10-4T. Nas vizinhanças de um íman é da
ordem de 10-1 a 5.10 -1 T.

3.2.3 Acção de um campo magnético sobre


um condutor
Quando um fio condutor for percorrido por
uma corrente e estiver num campo magnético
sofrerá deste uma força igual à soma das
forças magnéticas que actuam sobre as
partículas carregadas que, em movimento,
determinam a corrente.
Consideremos um segmento de um fio
condutor de área de secção transversal A e
comprimento l, percorrido por uma corrente I.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

A força magnética sobre a carga é


r r r r
F = qv dm × B , onde dm é a velocidade de
v
migração das cargas.
Lembremos que o nº Total de cargas no
segmento de um fio condutor é dado por
N = nAl
Então a força total sobre o segmento do fio
r r r
será F = nAl(qvdm × B)
Também já vimos que I = nqAvdm . Esta
expressão resulta das seguintes relações:
Q nqAl l
I = ; I = ; = vdm ; I = nqAvdm
∆t ∆t ∆t
r r r
Assim podemos escrever F = ( I l × B)
como sendo a Força magnética sobre um
segmento de r
um condutor percorrido por uma
corrente I. l é o vector cujo módulo é igual ao
comprimento do condutor.

O módulo da força é: F = IlBsen

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Conferêrencias de Electromagnetismo

r
Sendo l // qvdm na direcção de I, então pode
F
B=
se escrever Ilsenφ

r r
A expressão F = ( I l × B) é válida para fios
rectilíneos. Para qualquer condutor, devemos
r
escolher um elemento diferencial dl do
comprimento do condutor.
Assim podemos generalizar a força com a
r r r
expressão dF = Idl × B , que é a força
sobre o elemento da corrente.
Integrando sobre todo o comprimento do
condutor obtém-se a força que actua sobre o
condutor mesmo se este não for rectilíneo.

3.2.4 Linhas do campo Magnético


As linhas do campo Magnético são fechadas
e partem do pólo norte para o pólo sul.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

3.3 Movimento de uma partícula carregada


num campo magnético uniforme

Característica do campo magnético


uniforme
• Tem a mesma intensidade e direcção em
todos os pontos.
• A força magnética é sempre perpendicular
à velocidade da partícula em movimento.
• A força pode alterar a direcção da
velocidade da partícula mas não o seu
valor.
• Como resultado a partícula desloca-se
numa trajectória circular.
• A força magnética ≡ a força centrípeta.
• O movimento será circular e uniforme

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Conferêrencias de Electromagnetismo

- 2ª lei de Newton: F = ma
- Forças magnéticas: F = qvBsenφ
φ = 90 F = qvB
v2
- Aceleração Centrípeta: a = r
v2
Então: qvB = m r donde
qBr
v=
m velocidade da partícula e
mv
r=
qB raio da trajectória.
Tratando-se de m.c.u. temos período e
frequência.
2πm
T=
qB Período e
qB
f = Frequêcia.
2πm

Conclusão

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Conferêrencias de Electromagnetismo

T e f não dependem do raio nem da


velocidade da partícula.
v
O que acontece se v não for
r
perpendicular a B ?
r
Neste caso é preciso decompor nas suas
v
componentes.
r r
A componente ⊥ B e a componente ↑↑ B .
r
A componente ⊥ B sobre a variação na
direcção.
r
A componente B não sofre variação.
A trajectória da partícula é uma espiral.

3.4 Torques sobre espiras com corrente e


sobre ímans. Movimento Magnético.

Consideremos uma espira rectangular


percorrida por uma corrente I.

- A e b são os lados da espira.


r
- B é paralelo ao plano da espira.
r
- No lado B, I tem direcção de B , por isso
F =0

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Conferêrencias de Electromagnetismo

- Nos r
lados a, I tem direcção perpendicular
a B . Em cada ponto da espira, nos lados
a aparece uma força.
r r
F1 = F2 = IaB módulo
r r r
lembrar que F = I l × B
r r
como F1 = − F2 a resultante é nula, mas
existe um torque, em módulo F.b

Vamos definir a orientação da espira com um


r
vector unitário , cujo sentido é concentrado
n
com a regra da mão direita.
O torque sobre a espira tende a fazer
v r r
n coincidir com B . Assim quando o entre n e
r π
B for ≠
2 , o módulo do torque é dado por
.....onde

Esta expressão é resultado de um produto


vector de dois vectores

Então:

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Consideremos um íman ou uma agulha


r
magnética num campo B . A tendência é
orientar-se de modo que o seu pólo norte
aponte para direcção de Br .

As duas forças provocam rotação no íman


girando-o para a direcção de Br .
r
O momento magnético m é aqui definido
r r
como sendo m = q m .l onde qm chama-se
intensidade do pólo do íman e lr é o vector cujo
comprimento vai do pólo sul ao pólo norte.

Em analogia com o campo eléctrico, podemos


r r
definir F = qm .B como
sendo a força
magnética exercida sobre o pólo.
O Torque sobre um íman é também dado
por.....

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Conferêrencias de Electromagnetismo

3.5. Campo magnético de uma corrente


rectilínea e a lei de Biof-Savart

Como uma corrente é resultado do


movimento de cargas eléctricas vamos 1º
definir o campo magnético de uma partícula
carregada em movimento.
Quando uma carga que se move com uma
velocidade vr gera no ponto p um campo 1

magnético Br a penetrar no plano do quadro ou


r
da folha. O campo magnético B é dado pela
r µ 0 qvr × xrrn
B= .
expressão campo
4π r 2 ...
magnético de uma partícula em movimento
onde µ é uma constante
0 magnética
denominada permeabilidade magnética do
− 7 Tm N
vácuo. µ 0 = 4π . 10 ou A
A

Características do campo de uma carga q


em movimento
r r
1. B é perpendicular à carga q e a v

e é universalmente proporcional ao r2 .
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Conferêrencias de Electromagnetismo

r
2. B = 0 sobre a trajectória da carga
r r
v rn . Noutros pontos do espaço é

proporcional ao sen φ . Onde φ é o


r r
ângulo entre v e n r
r r r r
3. B ⊥ v , B ⊥ rn . O seu sentido é dado
r
pela regra da mão direita, quando v
r
cruza r n . Para uma corrente substitui-se
r r r
na expressão de d B q v por Id l . Assim
r r
r µ0 Idl × rn
dB = .
tem-se: 4π r2 ... Lei de Biof-
Savart.
r r r r
r µ0 d l × rn
... B = 4 π I ∫ r 2
B = dB ∫
Conclusão:
O campo magnético diminui com o quadrado
da distância ao elemento de corrente Idl.

3.6. Lei Ampere e a circulação do campo


magnético
A lei de Ampere tem a ver com campos
magnéticos produzidos pelas correntes
eléctricas. Ela relaciona campos magnéticos
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Conferêrencias de Electromagnetismo

provocados pela corrente eléctrica, assim


como a influência destes dobre as correntes.

Corrente eléctrica → Campo magnético →


Corrente eléctrica

Consideremos uma corrente que percorre um


condutor rectilíneo infinito.
I... Intensidade da corrente
r ... Raio do circuito que passa pelo ponto A
L ... perímetro da circunferência
r
B ... Intensidade do campo magnético
dl ... é um elemento do arco
r
µ r ... vector unitário tangente ao círculo
dφ ... variação infinitesimal do ângulo
r
O sentido do campo magnético B é
determinado com a regra da mão direita.
A relação entre a corrente I e o campo
r
magnético B é definida pela igualdade
r r
∫ B.dl = µ0 .I a qual é chamada Lei de
Ampere.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Esta relação lembra a lei de ganso


1
∫ En dA = ε0
Qint

A experiência mostrou que a intensidade do


r
campo magnético com o B varia
afastamento do fio condutor e com a
intensidade da corrente que percorre o
condutor.
I
A proporcionalidade que se obtém é
B ≈
r
A constante de proporcionalidade é
µ 0

2π onde µ 0 é a constante magnética.

Assim teremos para B,


µ0 I
B=
2πr ... campo magnético em volta de um
fio comprido com corrente I
ou
r µ0 I r
B= .u r na forma vectorial.
2πr

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Conferêrencias de Electromagnetismo

( )
Se B. 2πr = µ 0 I onde 2πr é o perímetro
da circunferência de raio r e é igual a
2πr = ∫ dl .
r r
Assim ∫ L Bdl = µ 0 I ... Lei de Ampere
Ao
r membro
r esquerdo desta igualdade
∫ L B.dl dá-se o nome de circulação
magnética.
A circulação magnética é proporcional à
corrente eléctrica I e não depende do raio da
trajectória.
Quer dizer que se trocarmos vários círculos
L1, L2, L3 à volta da corrente I a circulação
magnética à volta deles é a mesma e igual a
µ0 I .

A lei de Ampere aplica-se não só para


correntes rectilíneas como também para
qualquer forma de corrente, e para qualquer
forma de trajectória fechada que envolve a
corrente. Se forem várias correntes cada

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Conferêrencias de Electromagnetismo

corrente tem a sua contribuição para a


circulação do campo magnético.

r r
Da expressão ∫ B.dl = µ 0 I
I será a corrente total dada pela soma:
I = I1 + I 2 + I 3 ...I n

Nota: A corrente é positiva se passa através


de L no sentido do polegar, tendo os outros
dedos indicando a circulação do campo
magnético. Assim I1eI 3 >0 e I2 <0.
>>> Ver pág

Exemplo 1: Termo de um condutor linear


comprido. Vamos determinar o campo
magnético B num ponto P próximo do
r

condutor percorrido pela corrente I .

r r
r µ 0 I dl × vn
dB = .
4π r 2 ... Lei de Biot-Savart

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Conferêrencias de Electromagnetismo

µ 0 I dlsenφ r
dB = rn = 1 vector unitário
4π r2
dl = dx
µ0I sn φ dx
∫ dB = ∫
x = +∞
B = x = −∞
4π r2

r = x2 + R2
R
sen φ = sen (π − φ )=
x2 + R 2

Assim
µ 0I +∞ Rdx µ0I
B =
4π ∫ −∞
(x 2
+R2
)3 2 =
4π R

µ0 I
B=
4πR ... Li de Ampere

Campo magnético de uma corrente circular


Consideremos uma espira circular percorrida
opor uma corrente I

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Ao longo do eixo da corrente circular de raio a


a uma distância R o campo magnético é dado
µ 0 Ia 2
B=
pela expressão: (
2 a2 + R 2 3 ) 2
µ0 I
No centro da espira, à R = 0 ; B =
2a
A corrente num solenoide é uma corrente
formada por várias espiras coaxiais do
mesmo raio, atravessadas pela mesma
corrente.

O campo magnético de um solenoide é


calculado somando os campos magnéticos de
cada uma das correntes circulares
componentes. Neste caso no centro do
µ0 I
B= N
solenoide, L
Onde
L ... comprimento do solenoide e
N ... número de voltas (espiros)

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Exemplo 2: Forças entre condutores


percorridos por uma corrente.

Consideremos dois condutores infinitos,


dispostos paralelamente entre si, separados
uma distância d. Ambos condutores a e b são
percorridos cada por uma corrente Ia e Ib.
A corrente que circula no
r
condutor a provoca
um campo magnético Ba cujo valor é dado
µ0 I a
Ba =
pela expressão 2πd .
r
De acordo com a regra da mão direita Ba está
dirigido para baixo no condutor b.
Podemos assim dizer que ro condutor b
encontra num campo exterior Ba , criado por Ia.
Um segmento l deste condutor sofrerá a
r r r
acção de uma força para o lado F = Il × B
cujo módulo será
µ 0lI I a
Fb = I blBa Fb = b

ou 2πd
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Conferêrencias de Electromagnetismo

se

Ib = I a − I
µ 0lI 2
F=
Então 2πd
A força por unidade de comprimento
F µ0 I 2
=
e 2πd
Daqui resulta a definição de Ampere.

Definição de Ampere: Um ampere é a


intensidade de uma corrente constante que
circula em 2 condutores rectilíneos, paralelos
e infinitos que distam um do outro 1m, quando
entre eles actua uma força por unidade de
comprimento de 2.10-7N.

3.7. Indução electromagnética


Do mesmo modo que uma corrente eléctrica
produz um campo magnético, a variação do
campo magnético gera também uma corrente
ou um campo eléctrico.
As correntes e as f.c.m. provocadas por um
campo magnético variável denominam-se
correntes e f.c.m (tensões) induzidas.
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Conferêrencias de Electromagnetismo

O fenómeno em si é denominado de
fenómeno de indução electromagnética o
simplesmente Indução.
As leis que descrevem estes fenómenos são
conhecidas como Lei de Faraday-Henry e
Lei de Ampere-Maxwell.
O campo magnético variável pode ser
provocado pelo movimento de um íman ou de
uma bobina que é aproximada ou afastada de
um íman ou em rotação.

3.7.1 Noção de Fluxo Magnético


O fluxo magnético equivale ao fluxo eléctrico
na electrostática.
Ele está relacionado com o número de linhas
de campo magnético que passam através de
uma certa área.
r
Seja B um campo magnético perpendicular à
área limitada por uma espira.
O fluxo será Φm = B. A ... Fluxo magnético
_ 
Φ m
Unidades do fluxo:  _  = 1Wb(Weber ) = 1Tm 2

r
Uma vez que o campo magnético é B
proporcional às linhas de campo, então o

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Conferêrencias de Electromagnetismo

fluxo magnético será também proporcional ao


número de linhas de campo que atravessam a
área considerada.
r
Se B não for perpendicular à área atravessada
pelas linhas do campo podemos fazer a 1ª
generalização.
_ r r
Φ m = B. An A = BA cos φ
_

ou
Φm = Bn . A

r
onde Bn = B.nA é a componente de Br normal
à superfície.
Faremos a segunda generalização se
tivermos superfícies curvas:
Φ m = ∫ B n .dA Φ m = ∫ NB n .dA
s
ou s
_
Φ m = ∫ NB n .dA
Para N Aspiras teremos _
s

Se a superfície considerada for fechada num


campo magnético, o fluxo magnético que
entra é igual ao que sai, uma vez que o

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Conferêrencias de Electromagnetismo

mesmo nº de linhas que entra deve sair,


então o fluxo total será nulo.
Φm = ∫ B.dA = 0
s
... Lei de Lanss para o
campo magnético.

3.7.2. Força Electromotriz induzida e a lei


de Faraday – Henry

A lei de Faraday – Henry relaciona a f.e.m.


induzida num circuito, com a variação do fluxo
magnético através do circuito.

Se o fluxo através da espira estiver variando,


há uma f.e.m. induzida na espira igual ao
negativo da faixa de variação temporal do
fluxo magnético através do circuito.
_
dΦm
ε ( f .c .m .) = _

dt
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Conferêrencias de Electromagnetismo

Sendo a f.e.m. equivalente ao trabalho da


força eléctrica por unidade de carga podemos
_

r r_ dΦm
escrever ε = Φ E .d l = − _ dt ... Lei de
_

Faraday-Henry
Ou
r r d r r
∫ E.dl = − dt ∫ B.dA
Conclusão:
Um campo magnético dependente do tempo
implica a existência de um campo eléctrico tal
que a sua circulação, ao longo de uma
trajectória fechada qualquer, é igual à
variação por unidade de tempo do fluxo
magnético através da superfície limitada pela
trajectória.
O sinal negativo tem a ver com a orientação
da f.e.m., a qual é determinada com ajuda da
Lei de Lenz.
A lei de Lenz diz que a f.e.m. e a corrente
eléctrica têm a direcção (sentido) tal que se
opõe à variação que as provocou.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Com a aproximação do íman à espira


aumenta o fluxo magnético através da espira
e produz-se na espira uma corrente induzida
na espira. A corrente induzida por sua vez
provoca um campo magnético próprio. Este
campo é tal que as sua orientação é oposta
ao crescimento do fluxo magnético do íman
na espira.

3.7.3. Força Electromotriz de movimento


A lei de indução electromagnética de
Faraday-Henry sugere a existência de uma
f.e.m. devido ao aumento ou diminuição do
fluxo magnético com o tempo através do
circuito.
Neste caso a variação do fluxo resulta da
movimentação do íman o que implica a
variação do campo magnético.
Mas também é possível provocar a variação
do fluxo através do movimento
(translação/rotação) da espira, sem que o
campo magnético varie necessariamente com
o tempo.

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Conferêrencias de Electromagnetismo

1. Condutores em movimento
Consideremos o seguinte circuito:

O circuito é constituído por uma resistência R


ligada a um trilho sobre o qual desliza um
condutor.
O circuito está mergulhado num campo
magnético uniforme, dirigido
perpendicularmente à folha de papel
penetrando na folha.
Com o movimento do condutor podemos
considerar que a carga q>0 no condutor em
movimento está submetida à uma força
r r r
F = qv × B
Vamos supor que a mesma força fosse
r r
devida à força eléctrica, então F = q .
r r r r r r
Então qEeq = qv × B ou Eeq = v × B como
r r
v ⊥ B resulta que Eeq = vB
Entre os pontos P e Q surge uma d.d.p.
induzida dada pela expressão µ ind = Eeq l
ou µ ind = Blv
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Conferêrencias de Electromagnetismo

Seja x a distância que vai do condutor à


resistência R.
dx = v.dt é o deslocamento elementar do
condutor num intervalo de tempo dt.
A área do circuito num certo instante é
A = lx .
O fluxo nesse mesmo instante será
Φm = BA = Blx .
Quando a banca se desloca em dx , a área do
circuito se altera em dA = ldx e a variação
do fluxo por unidade de tempo será
_
dφ m
1
_
= (Bldx ) = Bl dx = Blv
dt dt d
dx
v=
dt ... Velocidade da barra.
_
dφ m
= Blv = ε
_

dt ... Força electromotriz


(f.c.m.) de movimento.
A direcção da f.c.m. induzida é tal que a
corrente induzida tenha um sentido anti-
horário.
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Conferêrencias de Electromagnetismo

O fluxo desta corrente induzida está dirigido,


a sair da folha, opondo-se ao aumento do
fluxo provocado pelo movimento da barra.

Definição: A f.c.m. de movimento é qualquer


f.c.m. induzida pelo movimento relativo entre
um campo magnético e um circuito, que pode
ser fechado ou não.

2. Rotação de uma espira


Um circuito rectangular gira num campo
r
magnético uniforme B com uma frequência
angular w .
Quando a normal µ n ao circuito forma uma
.....
r
Com o campo magnético B , todos os pontos
r
de AB, e CD se movem com a velocidade υ ,
tal que o campo eléctrico equivalente
r r r
Eeq = v × B está dirigido para baixo.
r
O módulo de Eeq será Eeq = vBsen θ sendo l a
distância AB ou CD a circulação do campo
eléctrico “equivalente” Eq ou f.c.m. será:

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r r
ε = ∫ E.dl = Eeq .2l = 2lvBsen
///
L

Se o lado DA = X então o raio da


trajectória circular descrita pelas cargas em
1
AB e CD é x
2

1  1
Assim v= wr será v = w x  = wx
2  2
A f.c.m. pode ser escrita agora assim:
1
ε = 2l wxBsenθ sendo s = lx e /// = wt
2

Então ε
= WABsenwt ... f.c.m. induzida
como resultado da rotação do circuito no
campo magnético.

Sabemos que :
dΦm
ε =− ... Lei da indução magnética
dt
dΦ m = −εdt = − wAbsenwt
Φm = ∫ − WABsenwt = BA cos wt

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Conclusão: A lei da indução


electromagnética ε = − dΦ m / dt é válida
quando a variação no fluxo magnético é
devida à variação do campo magnético ou a
um movimento, o deformação, em relação ao
campo magnético do circuito ao longo do qual
se calcula a f.e.m.

3.7.4 Lei de Ampere-Maxwell


Nós vimos através da lei de Ampere
∫ B .dl
L
= µ0I
que a circulação do campo
magnético depende exclusivamente da
intensidade da corrente que circula através da
superfície limitada pela trajectória L .
A corrente I é uma corrente resultante, que
resulta do somatório de todas as correntes
que passam através da superfície.
I = I1 + I 2 + I 3 ...I n
No entanto, a experiência mostra que um
campo eléctrico dependente do tempo pode
contribuir para a circulação do campo
magnético, de modo que a lei de Ampere
tenha que ser revista, ou seja alargada.

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Essa missão foi feita em 1873 por James


Clerk Maxwell e esta nova lei passa a ser
conhecida como a lei de Ampere-Maxwell.
Enquanto que a lei de Ampere relaciona uma
corrente estável e o campo magnético que ela
própria produz, a lei de Ampere-Maxwell vai
mais além e indica que um campo eléctrico
dependente do tempo, também contribui para
o campo magnético.
Assim a lei de Ampere-Maxwell toma a forma
 d 
∫L Bdl = µ 
0 I + ε ∫ E .ds 
0
dt s 
 
Na ausência de correntes I = 0 então a lei de
Ampere-Maxwell toma a forma
d
∫ Bdl = µ 0ε 0
L

dt s
Eds
que mostra mais
claramente a relação entre um campo
eléctrico dependente do tempo e o seu campo
magnético associado.

Noutras palavras: Um campo eléctrico


dependente do tempo implica a existência no
mesmo local, de um campo magnético tal que
a circulação do campo magnético, ao longo
de uma trajectória fechada arbitrária seja

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proporcional à taxa de variação temporal do


fluxo eléctrico através de uma superfície
limitada pela trajectória.

3.7.5. Equações de Maxwell


As equações de Maxwell constituem a síntese
das interacções electromagnéticas expressas
nas leis acabadas de estudar como é o caso
da lei de banss para os campos eléctrico e
magnético, de faraday-Henry e de Ampere.
As equações de Maxwell podem ser
expressas na forma integral como na forma
diferencial.

Forma Integral
r r Q
1. Lei de bauss para
r
E ∫ E.dS =
s
ε0
r r
2. Lei de bauss para
r
B
∫ B.dS = 0
s

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3. Lei de Faraday-Henry (lei da indução


electromagnética
r r dΦ m d r r
∫ Edl = − dt = − dt ∫ B.dS
r r
4. Lei de Ampere ∫ B.dl = µ0 I
L

Forma Diferencial
r
∇.E = δ r
div.E = δ
ε ε0
r r
∇ .B = 0 div.B = 0
r r r r
∇ × E = −B rotE = − B
r r r r
∇ × B = µ0 g rotB = µ 0 g

Teorema da divergência
r
O teorema diz-nos que o fluxo de um vector A
através de uma superfície é igual à integral
estendido ao volume v limitado pela superfície
s de divergência do vector considerado.
( )
r r r
Simbolicamente: ∫s
A.ds = ∫ ∇. A .dv

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Transformação de um integral de volume num


integral de superfície.
Analogamente podemos escrever a lei de
Ganss que é uma das equações de Maxwell
na forma diferencial ou seja aplicado ao
teorema de divergência.
É válido escrever (lei de Ganss) que
( )
r r r
∫ E.ds = ∫ ∇.E .dv
s v

Recordemos que, para uma distribuição


r r δ
contínua da carga ∫s ∫v ε 0 .dv
E .d S =

Considerando a expressão anterior do


teorema de divergência teremos:
δ
( )
r
∫v ∇.E .dv = ∫v ε 0 .dv simplificando dv , pois o
volume é o mesmo teremos
r δ v
∇.E = div. E = δ
ε ou ε 0 ... 1ª equação de
Maxwell

O mesmo processo se aplica parar r


concluir
r
que ∇.B = 0 correspondendo a ∫ B.dS = 0 ... 2ª
s

equação de Maxwell
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Teorema de Stocks
r
A circulação de um vector A ao longo de uma
curva C fechada é igual ao fluxo rotacional
desse vector através da superfície S limitada
pela curva.
∫( )
r r r r
∫c
A .d l =
s
∇ × A .d A

Aplicando o teorema para a lei de Ampere,


sobre
r r
a circulação
r r
do campo magnético:
∫ B.dl = ∫ (∇ × B ).dS
c s
r
A fonte de B não
é magnética mas sim uma
corrente eléctrica.
Temos definido que a intensidade da corrente
r
I é igual ao fluxo da densidade de corrente j
r
através da superfície S qualquer.
r r
Assim I = ∫ g .dS
s
r r
A lei d Ampere diz que ∫ B.d l = µ0 I
L
r r r r r r
Assim: ∫ B.d l = µ 0 ∫ j .dS = ∫ (µ 0 j )dS
L s s

∫(
r r
Com o teorema de Stoks )
∇ × B dS =
r r
∫ (µ0 j )dS
s s

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r r r r
Donde ∇ × B = µ0 j ou rotB = µ 0 j 3ª Eq. de
Maxwell

r r dΦ m
A lei de Faraday-Henry diz que ∫ E .d l = −
dt
r r
Φ m = ∫ B.dS
donde s

r r d r r
Então ∫ E.d l = − ∫
dt s
B.dS

Levando em conta o teorema de Stokes


r r d r r
∫(
s
)
∇ × E dS = − ∫ B.dS
dt s

Donde
r d r r r r
∇ × E = − B = −B rotE = − B 4ª Eq. de
dt
Maxwell

3.7.6. Fenómeno de Auto-Indução e


Indutância
Consideremos um circuito percorrido por uma
corrente I . Segundo a lei de Amperer esta
corrente produz um campo magnético que em
cada ponto é proporcional à intensidade da
corrente I . (B∼I)

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Por sua vez o fluxo magnético através do


circuito, devido ao seu próprio campo
magnético, assim chamado “auto-fluxo” é
representado por Φ L será também proporcional
à corrente I .
Assim Φ L = LI onde L é a constante de
proporcionalidade que é um coeficiente
dependente da forma geométrica do circuito e
que é designado “auto-indutância”

Unidades da Auto-Indutância:
[L] = 1H (Henry ) = 1WbA−1 = 1m2 KgC −2
Se a corrente I no circuito for variável com o
tempo, o fluxo magnético Φ , através do m

circuito também vai variar.


A variação do fluxo provoca, segundo a lei da
indução electromagnética uma f.e.m. induzida
no circuito.
Este caso especial de indução
electromagnética designa-se “Auto-induçao”.

Sabendo que f.e.m. ε = − m

dt e tomando
L

dI
Φ m = LI então teremos εL = −L onde
dt

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Conferêrencias de Electromagnetismo

dI
dt
representa a variação da corrente por
unidade de tempo.
O sinal (− ) indica que a fem se opõe à variação
da corrente.
Exemplo:

Para N espiras (solenoide) de comprimento l ,


com uma corrente I ,
N
B = µ 0 nI = µ 0
l onde é o número de espiras.
I N

Se A for a área da secção do solenóide o fluxo


através das N espiras será:
Φ L = NBA = nlBA = µ 0 n 2 AlI

Conclusão: O fluxo é proporcional à corrente


I. O factor de proporcionalidade será
L = µ 0 n 2 Al ... Auto-indutância do solenoíde.

Representação de uma auto-indutância

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3.7.3. Força Electromotriz de movimento


A lei de indução electromagnética de
Faraday-Henry sugere a existência de uma
fem devido ao aumento ou diminuição do
fluxo magnético com o tempo através do
circuito.
Neste caso a variação do fluxo resulta da
movimentação do íman o que implica a
variação do campo magnético.
Mas também é possível provocar a variação
do fluxo através do movimento
(translação/rotação) da espira, sem que o
campo magnético varie necessariamente com
o tempo.

1)Condutor em movimento
Consideremos o seguinte circuito:
Figura
O circuito é constituído por uma resistência R
ligada a um trilho sobre o qual desliza um
condutor.
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Conferêrencias de Electromagnetismo

O circuito está mergulhado num campo


magnético uniforme B, dirigido
perpendicularmente à folha de papel,
penetrando na folha.
Quando a barra se desloca para a direita, a
área do circuito aumenta, e o fluxo magnético
através do circuito também aumenta. Então
gera-se uma força electromotriz induzida no
circuito.
Seja l é a separação entre os trilhos e x a
distância que vai do condutor à resistência R
num dado instante.
A área envolvida pelo circuito é então
A = lx .
O fluxo nesse mesmo instante será
Φ m = BA = Blx .
Quando a barra se desloca em dx, a área do
circuito se altera em dA = ldx e a de
variação do fluxo é dΦ m = Bldx .
A taxa de variação por unidade de tempo será
dΦ m 1 dx
= (Bldx ) = Bl = Blv
dt dt dt
onde v é a velocidade da barra.
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Conferêrencias de Electromagnetismo

dΦ m
= Blv = ε ... Força electromotriz
dt
(fem) de movimento.
A direcção da fem induzida é tal que a
corrente induzida tenha um sentido anti-
horário.
O fluxo desta corrente induzida está dirigido,
a sair da folha, opondo-se ao aumento do
fluxo provocado pelo movimento da barra.
Definição: A fem de movimento é qualquer
fem induzida pelo movimento relativo entre
um campo magnético e um circuito, que pode
ser fechado ou não.
Consideremos por exemplo uma barra
condutora em movimento dentro de um
campo magnético uniforme a penetrar no
plano da folha.
Figura
Em virtude do movimento da barra, há uma
força magnética actuando sobre os electrões,
que tem uma componente para baixo, com o
módulo qvB. Graças a esta força os electrões
se deslocam para a parte inferior da barra
onde se acumulam, deixando a parte superior
com excesso de carga positiva. A separação
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Conferêrencias de Electromagnetismo

das cargas provoca um campo eléctrico de


módulo E= vB, e gera-se uma d.d.p. entre os
extremos superior e inferior da barra U= El=
vBl.
Esta d.d.p. é igual ao módulo da fem induzida
de movimento ε = Blv .

2) Rotação de uma espira


A maior parte da energia eléctrica usada hoje
em dia é produzida através de geradores
eléctricos, na forma de corrente alternada.
Um gerador simples consiste numa bobina
que gira num campo magnético uniforme.
Figura
Quando uma recta perpendicular ao plano da
bobina faz um ângulo θ com o campo
r
magnético B , o fluxo magnético através da
bobina é
Φ m = NBA cosθ , onde N é o número de
espiras da bobina e A a área da bobina.
Durante a rotação da bobina sob acção de um
agente mecânico, o fluxo através dela é
variável e há uma fem induzida segundo a lei

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de Faraday. Seja o ângulo inicial θo. O ângulo


num instante posterior t será dado por
θ = wt + θ 0 , onde w é a frequência angular de
rotação.
Assim
Φm = NBAcos(wt + θ0 ) = NBAcos(2πft + θ0 )
A fem induzida na bobina será então
dΦ m d
ε =− = − NBA cos (wt + θ 0 ) = + NBAwsen (wt + θ 0 ) ,
dt dt

ou ε = ε max sen (wt + θ 0 ) ,


donde ε max = NBAw .
Conclusão: A lei da indução
electromagnética ε = −dΦm / dt é válida
quando a variação no fluxo magnético é
devida à variação do campo magnético ou à
um movimento, ou deformação, em relação
ao campo magnético do circuito ao longo do
qual se calcula a fem.

3.7.4 Lei de Ampere – Maxwell


Nós vimos através da lei de Ampère
∫ B .dl = µ 0 I que a circulação do campo
L

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Conferêrencias de Electromagnetismo

magnético depende exclusivamente da


intensidade da corrente que circula através da
superfície limitada pela trajectória L.
A corrente I é uma corrente resultante, que
resulta do somatório de todas as correntes
que passam através da superfície
I = I1 + I 2 + I 3 ...I n
No entanto, a experiência mostra que um
campo eléctrico dependente do tempo pode
contribuir para a circulação do campo
magnético, de modo que a lei de Ampère
tenha que ser revista, ou seja alargada.
Essa missão foi feita em 1873 por James
Clerk Maxwell e esta nova lei passa a ser
conhecida como a lei de Ampere-Maxwell.
Enquanto que a lei de Ampère relaciona uma
corrente estável e o campo magnético que ela
própria produz, a lei de Ampère-Maxwell
indica que um campo eléctrico dependente do
tempo, também contribui para o campo
magnético.
Assim a lei de Ampère-Maxwell toma a forma
 d 
∫L Bdl = µ0  I + ε 0 dt ∫s E.dS 

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Conferêrencias de Electromagnetismo

Na ausência de correntes I = 0 , então a lei de


Ampère-Maxwell toma a forma
d
∫ Bdl = µ 0ε 0
L

dt s
EdS
,
que mostra mais claramente a relação entre
um campo eléctrico dependente do tempo e o
seu campo magnético associado.

Noutras palavras: Um campo eléctrico


dependente do tempo implica a existência no
mesmo local, de um campo magnético tal que
a circulação do campo magnético, ao longo
de uma trajectória fechada arbitrária seja
proporcional à taxa de variação temporal do
fluxo eléctrico através de uma superfície
limitada pela trajectória.

3.7.5. Fenómeno de Auto-Indução e


Indutância
Consideremos um circuito percorrido por uma
corrente I. Segundo a lei de Ampère esta
corrente produz um campo magnético que em
cada ponto é proporcional à intensidade da
corrente I. (B ∼ I)

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Por sua vez o fluxo magnético através do


circuito, devido ao seu próprio campo
magnético, assim chamado “auto-fluxo” e
representado por ΦL , será também
proporcional à corrente I.
Assim Φ L = LI onde L é a constante de
proporcionalidade que é um coeficiente que
depende da forma geométrica do circuito e
que é designado “auto-indutância”

Unidades da Auto-Indutância:
[L ] = 1H (Henry ) = 1WbA−1 = 1m 2 KgC −2

Se a corrente I no circuito for variável com o


tempo, o fluxo magnético Φ m , através do
circuito também vai variar.
A variação do fluxo provoca, segundo a lei da
indução electromagnética uma fem induzida
no circuito.
Este caso especial de indução
electromagnética designa-se “Auto-induçao”.

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dΦ m
Sabendo que fem e ε L = − dt e tomando
dI
Φ m = LI , então teremos Lε = − L
dt , onde
dI dt representa a variação da corrente por
unidade de tempo. Assim a fem auto-
induzida, é proporcional a taxa de variação da
corrente.
O sinal (-) indica que a fem se opõe à
variação da corrente.

Exemplo:
Figura

Para N espiras (solenoide) de comprimento l,


com uma corrente I, teremos
N
B = µ 0 nI = µ 0 I
l
onde N é o número de espiras.
Se A for a área da secção do solenóide o
fluxo através das N espiras será:
Φ L = NBA = nlBA = µ 0 n 2 AlI

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Conclusão: O fluxo é proporcional à corrente


I.
O factor de proporcionalidade será

L = µ 0 n Al 2

... designado “auto-indutância do


solenoíde”.
A auto-indutância e proporcional ao quadrado
do numero de espiras por unidade de
comprimento e ao volume Al. Assim, como a
capacitância, a auto-indutância só depende
de factores geométricos.

3.7.6. Indutância Mutua


Quando dois ou mais circuitos estão muito
próximos uns dos outros, o fluxo magnético
através de um circuito depende não só da
corrente no próprio circuito, mas também das
correntes nos circuitos próximos.
Figura
Seja I1 a corrente no circuito 1 a esquerda e I2
a corrente no circuito 2 a direita. O campo
magnético num ponto P tem uma parcela
devido a I1 e outra devido a I2. Estes dois
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campos são proporcionais as correntes que


os produzem. Assim pode-se escrever o fluxo
através do circuito 2 como a soma das duas
partes.
Φ m 2 = L2 I 2 + M 12 I 1
onde L2 e a auto-indutância do circuito 2 e M12
a indutância mutua dos dois circuitos.
A indutância mútua depende da geometria da
disposição dos dois circuitos. Se os circuitos
estiverem muito afastados um do outro, o
fluxo magnético da corrente I1 através do
circuito 2 será pequeno e consequentemente
a indutância mútua será pequena.
Em relação ao circuito 1 também pode-se
escrever
Φ m1 = L1 I 1 + M 21 I 2 ,
onde L2 e a auto-indutância do circuito 2.

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3.7.7. Circuitos LR

Um circuito LR e um circuito com um resistor


e um inductor. Um indutor e uma bobina ou
um solenoide.
Simbolo de inductor no circuito:
Figura
A figura mostra um circuito LR no qual uma
indutancia L e uma resistencia R esta em
serie com a bateria de fem εo e com um
interruptor I. Vamos admitir que a resiatencia
R inclui a resistencia da bobina do inductor e
que a indutancia do resto circuito seja
desprezivel em comparacao com a indutancia
do inductor. Com o interruptor aberto
inicialmente, nao circula corrente no circuito.
Quando se fecha o interruptor a corrente
continua a ser nula, mas esta comeca a variar
a uma taxa dI/dt e ha uma forca contra-
electromotriz LdI/dt no indutor.
Na figura os sinais + e – no inductor indicam a
direccao da fem quando a corrente estiver
crescendo, isto e, quando dI/dt for positiva.
Logo depois de fechar o circuito, ha uma
corrente I no circuito e uma queda tensao IR
no resistor.
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Com a regra das malhas, de Kirchhof pode-se


dI
escrever ε 0 − IR − L =0
dt
 dI  ε0 dI ε 0 IR ε0
  = = − If =
 dt  0 L dt L L R

ε0
I=
R
(1 − e − Rt L
) = εR (1 − e ) = I (1 − e )
0 −t τ
f
−t τ

L
τ=
R

dI
− IR − L =0
dt
dI R
=− I
dt L

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3.7.8. Equações de Maxwell

As equações de Maxwell constituem a síntese


das interacções electromagnéticas expressas
nas leis acabadas de estudar como é o caso
da lei de Gauss para os campos eléctrico e
magnético, de Faraday-Henry e de Ampere.
As equações de Maxwell podem ser
expressas na forma integral como na forma
diferencial.
Forma Integral:
r
1. Lei de Gauss para E
r r Q
∫ E.dS = s
ε0
r
2. Lei de Gauss para B
r r
∫ B.dS = 0
s

3. Lei de Faraday-Henry (lei da indução


electromagnética
r r dΦ m d r r
∫ Edl = − dt = − dt ∫ B.dS
4. Lei de Ampere

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r r
∫ B.dl = µ 0 I
L

Forma Diferencial
r
1. Lei de Gauss para E
r
∇.E = δ r
div.E = δ
ε ...... ε0
r
2. Lei de Gauss para B
r r
∇ .B = 0 ...... div.B = 0
3. Lei de Faraday-Henry (lei da indução
electromagnética
r r r r
∇ × E = −B ........ rotE = − B
4. Lei de Ampere
r r r r
∇ × B = µ0 g ........ rot B = µ 0 g

Teorema da divergência
O teorema da divergencia diz-nos que o fluxo
r
de um vector A através de uma superfície é
igual à integral estendido ao volume V

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limitado pela superfície S de divergência do


vector considerado.
( )
r r r
∫ A.dS = ∫ ∇. A .dV
s

Transformação de um integral de volume num


integral de superfície.
Analogamente podemos escrever a lei de
Gauss que é uma das equações de Maxwell
na forma diferencial ou seja aplicando o
teorema de divergência.
É válido escrever (lei de Gauss) que
r r
( )
r
∫ E.dS = ∫ ∇.E .dV
s v

Recordemos que, para uma distribuição


contínua da carga
r r δ
∫s E .d S = ∫v ε 0 .dV .
Considerando a expressão anterior do
teorema de divergência teremos:
δ
( )
r
∫v ∇.E .dV = ∫v ε 0 .dV
Simplificando dV , pois o volume é o mesmo,
teremos

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r δ v
∇.E = δ
ε ou div.E = ε 0 ... 1ª equação de
Maxwell

O mesmo processo se aplica para concluir


r r r
que ∇.B = 0 correspondendo a ∫s
B.dS = 0
...
2ª equação de Maxwell

Teorema de Stocks
r
A circulação de um vector A ao longo de uma
curva C fechada é igual ao fluxo rotacional
desse vector através da superfície S limitada
pela curva.
∫( )
r r r r

c
A .d l =
s
∇ × A .d A

Aplicando o teorema para a lei de Ampere,


sobre a circulação do campo magnético
r r
∫( )
r r
∫ B.dl =
c s
∇ × B .dS

A fonte de B não é magnética mas sim uma


corrente eléctrica.

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Temos definido que a intensidade da corrente r


I é igual ao fluxo da densidade
r
de corrente j
através da superfície S qualquer.
r r
I = ∫ g .dS
Assim s
r r
A lei de Ampere diz que ∫
B.d l = µ 0 I
L
r r r r r r
Assim ∫L
B.d l = µ 0 ∫ j .dS = ∫ µ 0 j dS ( )
s s

Com o teorema de Stoks


r r r r
( )
∫ ∇ × B dS = ∫ (µ0 j )dS
s s
r r r r
Donde ∇ × B = µ0 j
ou rotB = µ 0 j ...3ª
Equacao de Maxwell
r r dΦ m
A lei de Faraday-Henry diz que ∫ E .d l = −
dt
r r
Φ m = ∫ B.dS
donde s

r r d r r
Então, ∫ E.d l = − dt ∫ B.dS
s

Levando em conta o teorema de Stokes


∫( )
r r d r r
∇ × E dS = − ∫ B.dS
s dt s

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Donde
r d r r r r
∇ × E = − B = −B
dt
rotE = − B ... 4ª Equacao
de Maxwell

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