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Física

(Electromagnetismo)
 Historial do Electromagnetismo
 Carga Eléctrica

 Lei de Coulomb

 Cálculo de forças devidas às diferentes


distribuições de cargas eléctricas.
Historial do Electromagnetismo
Desde a Grécia Antiga (Magnesia), fenomenos magnéticos e
eléctricos são conhecidos;
No sec. VI a.C. foram realizados os primeiros estudos por
Tales de Mileto (Mileto actual Turquia) usando a magnetita;
No século XVI, o inglês William Gilbert (1544-1603)
introduziu o nome Electricidade para designar o estudo
desses fenômenos.
No início do século XVII – surgiram as primeiras conclusões
científicas destes fenomenos.
XVII e XVIII - Cientistas como William Gilbert(Inglaterra),
Otto von Guericke(Alemanha), Stephen Gray(Inglaterra),
Alessandro Volta(Italia) e outros, dedicaram-se a investigar
estes dois fenomenos separadamente e chegando a
conclusões coerentes com seus experimentos.
• Início do século XIX, Hans Christian Orsted obteve
evidência empírica da relação entre os fenômenos
magnéticos e elétricos. A partir daí, os trabalhos de físicos
como André-Marie Ampère, Joseph Henry, Georg Simon
Ohm, Michael Faraday foram unificados por James Clerk
Maxwell em 1861 sob equações que descreviam ambos
os fenômenos como um só: o fenômeno
electromagnético.

• E posteriormente, os físicos puderam realizar vários


experimentos e inventos úteis, como a lâmpada elétrica
(Thomas Alva Edison), o gerador de corrente alternada
(Nikola Tesla), etc.
• A teoria de Maxwell levou Albert Einstein a
formular teoria da relatividade que se apoiava
em alguns resultados prévios de Hendrik
Antoon Lorentz e Henri Poincaré.
• Na primeira metade do século XX, com o
advento da mecânica quântica, o
eletromagnetismo tinha que melhorar sua
formulação com o objetivo de que fosse
coerente com a nova teoria. Isto se conseguiu
na década de 1940 quando se completou a
teoria quântica eletromagnética, mais
conhecida como eletrodinâmica quântica.
CARGA ELÉCTRICA E FORÇAS
ELECTROSTÁTICAS
Carga Eléctrica

Lei de Coulomb

Cálculo de forças devidas às diferentes

distribuições de cargas eléctricas.

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0. Introdução
O electromagnetismo é a área da Física que estuda os
fenómenos eléctricos, os fenómenos magnéticos e a
interligação entre os dois fenomenos

“Os fenómenos eléctricos e magnéticos dificilmente ocorrem de


forma isolada”

Electricidade produzir fenómenos magnéticos e variações no


campo magnético produzirem corrente eléctrica)
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1. Electrostática
A electrostática é o capítulo da Física/Electromagnetismo que
estuda os fenómenos eléctricos entre cargas eléctricas ou corpos
electrizados em repouso ou que possuem velocidade muito
reduzida”.

1.1. Noção de carga eléctrica

A carga eléctrica é uma propriedade da matéria. Ela é a grandeza


física que caracteriza as interacções eléctricas e magnéticas.

Na sua constituição sabe-se que a matéria é composta por átomos e


por sua vez os átomos por partículas elementares: Os electrões,
protões e neutrões. Sendo que, os electrões e os protões são as
partículas que possuem carga eléctrica negativa e positiva
respectivamente.
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1.2. Propriedades das cargas eléctricas
1. A carga eléctrica mais pequena existente na natureza e que por
essa razão se chama carga elementar é a carga do electrão, cujo
modulo é: e  1,6 10 19 C ( C – Coulomb ).
2. A carga eléctrica é uma grandeza aditiva, o que significa que as
cargas podem ser agrupadas ou separadas.

3. A carga eléctrica é quantizada Q  n  e com n = 0, 1, 2, 3,... Assim,


qualquer carga eléctrica existente, é um múltiplo inteiro da carga
elementar (carga do electrão).
4. As cargas positivas e negativas de igual valor absoluto anulam-se.

5. Cargas do mesmo sinal, repelem-se e de sinais contrários atraem-


se.
6. A carga total, num sistema isolado nunca varia (principio de
conservação da carga eléctrica).
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1.3. Unidades da carga eléctrica

O símbolo da carga eléctrica é Q ou q. A unidade da carga


eléctrica é o Coulomb (C).

Q  1C  1A  s
Definição:

1 Coulomb é o valor da carga eléctrica que duas cargas


pontuais e positivas no vácuo têm, se separadas em 1 metro
uma da outra, a força eléctrica resultante for de:

F  8,9869 109 N

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Frequentemente a carga elétrica dum corpo é muito
menor do que 1 Coulomb, por isso,usamos
submúltiplos para representar o valor da carga
electrica dum corpo. Os mais usados são:

Quando temos um corpo eletrizado cujas dimensões


são desprezíveis em comparação com as
distâncias que o separa de outros corpos
eletrizados, chamamos a esse corpo de carga
eléctrica puntiforme.
CORPOS ELETRIZADOS
Já sabemos que a carga elétrica de um protão no Sistema
Internacional, é:
qprotão = 1,6 . 10-19 Coulomb = 1,6 . 10-19 C

A carga de um electrão é negativa mas, em módulo, é


igual à carga do protao:
qeletrão= e = - 1,6 . 10-19 C

Os neutrões têm carga elétrica nula.


Num átomo, o número de protões é igual ao número de
electrões, a carga eléctrica total do átomo é nula.
É possível retirar ou acrescentar electrões
de um corpo, por meio de processos que
veremos mais adiante. Desse modo o
corpo estará com excesso ou defeito de
electrões, neste caso, dizemos que o
corpo está electrizado.

Exemplo:
A um corpo inicialmente neutro são
acrescentados 5,0.107 electrões. Qual a
carga elétrica do corpo?
RESOLUÇÃO
A carga elétrica do electrão é qE = e = - 1,6 . 10-19
C. Sendo n o número de electrões
acrescentados temos: n = 5,0 . 107.

Assim, a carga elétrica (Q) total acrescentada ao


corpo inicialmente neutro é:
Q = n . e = (5,0 . 107).(-1,6 . 10-19 C) = - 8,0 . 10-12 C
Q = - 8,0 . 10-12 C
Leis qualitativas das interações eléctricas
Dados dois corpos eletrizados, sendo Q1 e Q2
suas cargas elétricas, observamos que:

I. Se Q1 e Q2 tem o mesmo sinal, existe entre


os corpos um par de forças de repulsão.

II. Se Q1 e Q2 têm sinais opostos, existe entre


os corpos um par de forças de atração.
Lei de Coulomb

Charles Augustin Coulomb, físico francês (1736 - 1806),


foi o primeiro cientista que mediu com exactidão as
forças de interacção eléctrica entre corpos carregados.
Consideremos duas cargas eléctricas pontuais:
Q1  0 e Q2  0 separadas por uma dada distância uma
da outra.

 
r1 e r2 são vectores posição de Q1 e Q2 respectivamente 15
Lei de Coulomb
A força de interacção eléctrica que se exerce entre duas partículas
electricamente carregadas em repouso é directamente
proporcional ao produto dos módulos das suas cargas e
inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas,
sendo o vector força dirigido ao longo da linha que as une.
 Q1  Q2 
F   2 er
r1, 2
Na forma de igualdade:
 Q1  Q2   Q1  Q2
F  K  2 er ou F K  2
r1, 2 r1, 2

Donde K é uma constante de proporcionalidade. O valor de K


depende do meio onde as cargas se encontram mergulhadas e do
sistema de unidades considerado.
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Para o vácuo o valor mais alto de K  K o  9  10 9 Nm 2 / C 2
(arredondado).
1 1
Por sua vez K  e K 
4 4 o
o

sendo ε0 a constante dieléctrica ou permissividade do vácuo.


1
Para o vácuo: o   8,85  10 12 C 2 / Nm 2
4K o
Assim: F  1 Q1  Q2 e lei de Coulomb onde
 
4 o r1, 2 2
r e r é vector unitário.
Exemplo:
1. A força de repulsão entre duas esferas carregadas positivamente,
em que a carga de uma delas é metade da carga da outra, vale
1,0.10-4 N, quando a distância entre os seus centros é de 4,0 cm.
Calcule a carga eléctrica de cada uma delas sabendo que K0 = 9.109
N.m2.C-2
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Cálculo de forças devidas às
diferentes distribuições de cargas
eléctricas.
2. Três cargas de mesmo valor , encontram-se nos vértices de um
triângulo equilátero.
a) Que carga , de sinal diferente, deve ser colocada no centro do
triângulo para equilibrar as forças de repulsão mútua?
b) Resolva o mesmo problema tomando um quadrado em vez
de triângulo.
• Resolução:
•Comecemos por calcular o valor da força eléctrica resultante
que actua numa das cargas, escolhida arbitrariamente,
num dos vértices do triângulo.

l l 3 1 q2
a  ; Fe 
2. cos 30 0
3 4 o l 2

1
FR  Fe2  Fe2  2 Fe Fe cos 60  2 Fe2  2 Fe2  3.Fe2
2
FR  Fe 3 (*)
 
Por outro lado, para manter o equilíbrio FR  FC
1 qqo 13.q.q o
FC  
4 o  l 3  2 4 o l 2 igualando FC com (*) obtém-se:
 
 3 
 
1 q2 1 3.q.q o 3
3  q  q
4 o l 2 4 o l 2 o
3
Para o quadrado:

a 2  l 2  l 2  2l 2  a  2l 2  l 2
a l 2 l22 l2
d  d 
2

2 2 4 2

  1 qqo
FR  FC  0  FR  FC  0  FC  FR * FC  ;
4 o d 2
  
FR  F 13  F 2  FR  F13  F2 * *
Pois estão na mesma linha de acção.

Teorema de Pitágoras
  
F13  F1  F3  F13  F12  F32
2 2
1
q 1 q
F13  2 F 2  F 2  F1   F3  F13  2
4 o l 2
4 o l 2
1 q2
* *FR  F13  F2 F2 
4 o 2l 2
1 q2 q2  q2  1 q2  2 2  1
FR   2 2 2 2 
2   
4 o l 2l  4 o l  2  4 o l  2 
2 

2qqo
1 q2  2 2 1  2 2 1
* FC  FR     entao qo   .q
4 o l 2 4 o l 2  2  4 
   
Distribuição da carga dentro dum condutor

A carga contida num corpo, pode estar distribuída de duas formas:

Distribuição discreta: Um corpo macroscópico carregado de


electricidade pode ser considerado como um sistema constituido
pelas cargas eléctricas pontuais. Sua carga total será

n
Q  qi onde qi =ni e com n = 1,2,3,...
i
Distribuição contínua: Corpos macroscópicos podem ser considerados
como um conjunto de cargas elementares. Contudo, e por razões
práticas, é possível passar á generalização de cargas pontuais à
distribuição contínua de carga que é descrita por uma função
escalar, a densidade da carga.
De acordo com a forma geométrica da região em que se considera
distribuida a carga eléctrica, a densidade da carga pode ser:
dq

Linear : dl
Quando a carga se encontra distribuida ao longo de uma linha de secção
tranversal despresível.
dq

Superficial : ds
Quando a carga se encontra distribuida ao longo de uma superfície
(plano) de espessura despresível,
dq

Volumétrica : dV
Quando a carga se encontra distribuida ao longo de um volume .

Nestas expressões, dq é a carga elementar duma porção infinitesimal da


linha de comprimento (dl) ou da superfície (ds) ou ainda do volume
(dV).
Q    ( x, y, z )dx.dy.dz   dV
V V
Exemplo
3. Uma barra fina, de comprimento L = 12cm, é carregada
uniformemente com densidade linear λ = 10-10C/m.
Num ponto situado a 10cm de uma das extremidades da
barra encontra-se uma carga pontual de 10-8C. Calcular
a força eléctrica entre a barra e a carga.
Resolução
• A lei de Coulomb é aplicável somente para cargas
pontuais. Pode-se dividir a barra em pequenos
elementos (infinitesimais) de comprimento dl, cuja
carga dq = λdl. Esses elementos são cargas pontuais
para as quais se pode aplicar a lei de Coulomb e,
seguidamente, achar-se a força total integrando ao
longo do comprimento da barra.
1 q.dq 1 q.dl
L  12cm  0,12m dF  como dq  dl dF 
4 o  x  l 2 4 o  x  l 2
  10 10 C / m
q  10 8 C
q. q.
L L
dl 1
F   dF   x  l    x  l  dl * *
4 o 0
2
4 o 0
2

Resolvendo a integral temos:


L L
1
0 x  l 2 0
dl   x  l 2
dl 
1
 x  l  2 1 L

1 L

 2 1 xl
0 0

Outro método
L
Seja: dt 1b 1
0 t 2   t a   x  l
; L
x  l  t;  dl  dt 0

q  1  L q  1  1  q  1 1  q   x  x  L 
* *F   
4 o  x  l 
0 
4 o  x  L  x  4  x  L x   4  x  L x 
     
   o   o  
q L
F
4 o  x  L x

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