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ELETRICIDADE APLICADA

Modulo 1A
Eletricidade Aplicada I

1. CONCEITOS DE ELETROSTÁTICA E ELETRODINÂNICA

1.1 Estrutura do Átomo

1.2 Carga Elétrica

1.3 Lei de Coulomb

1.4 Campo Elétrico

1.5 Potencial Elétrico (Vp)

1.6 Diferença de potencial (d.d.p.) ou Tensão elétrica (V)

1.7 Corrente Elétrica

1.8 Leis de Ohm

1.9 Potência Elétrica

2. CIRCUITOS ELÉTRICOS EM CORRENTE CONTÍNUA

2.1 Definições fundamentais

2.2 Circuito elétrico

2.3 Associação de Resistores

2.4 Leis de Kirchhoff


Eletricidade Aplicada

1. CONCEITOS DE ELETROSTÁTICA E ELETRODINÂNIMA

1.1 Estrutura do Átomo

A matéria é algo que possui massa e ocupa lugar no espaço. A matéria é constituída
por partículas muito pequenas chamadas de átomos. Toda a matéria pode ser
classificada em qualquer um desses dois grupos: elementos ou compostos. Num
elemento, todos os átomos são iguais. São exemplos de elementos o alumínio, o
cobre, o carbono, o germânio e o silício. Um composto é formado por uma
combinação de elementos. A água, por exemplo, é um composto constituído pelos
elementos hidrogênio e oxigênio. A menor partícula de qualquer composto que ainda
contenha as características originais daquele composto é chamada de molécula.

Os átomos são constituídos por partículas subatômicas: elétrons, prótons e neutros,


combinados de várias formas. O elétron é a carga negativa (-) fundamental da
eletricidade. Os elétrons giram em torno do núcleo, ou centro do átomo, em
trajetórias de “camadas” concêntricas, ou órbitas. O próton é a carga positiva (+)
fundamental da eletricidade. Os prótons são encontrados no núcleo. O número de
prótons, dentro de qualquer átomo especifico, determina o número atômico daquele
átomo. Por exemplo, o átomo de silício tem 14 prótons no seu núcleo e, portanto, o
número atômico de silício é 14. O neutro, que é a carga neutra fundamental da
eletricidade, também é encontrado no núcleo.
Eletricidade Aplicada

Os átomos de elementos diferentes diferem entre si pelo número de elétrons e de


prótons que contêm. No seu estado natural, um átomo de qualquer elemento contém um
número igual de elétrons e de prótons. Como a carga negativa (-) de cada elétron tem o
mesmo valor absoluto que a carga positiva (+), as duas cargas opostas se cancelam.
Um átomo nestas condições é eletricamente neutro, ou está em equilíbrio.

1.2 Carga Elétrica

Como certos átomos são capazes de ceder elétrons e outros capazes de receber
elétrons, é possível produzir uma transferência de elétrons de um corpo para outro.
Quando isto ocorre, a distribuição igual das cargas positivas e negativas em cada
corpo deixa de existir. Portanto, um corpo conterá um excesso de elétrons e a sua
carga terá uma polaridade elétrica negativa, ou menos (-). O outro corpo conterá um
excesso de prótons e a sua carga terá uma polaridade positiva, ou mais (+).

Quando um par de corpos contém a mesma carga, isto é, ambas positivas (+) ou
ambas negativas (-), diz-se que os corpos têm cargas iguais. Quando um par de
corpos contém cargas diferentes, isto é, um corpo é positivo (+) enquanto o outro é
negativo (-), diz-se que eles apresentam cargas desiguais ou opostas. A lei elétrica
pode ser enunciada da seguinte forma:

Cargas iguais se repelem, cargas opostas se atraem.

Se uma carga negativa (-) for colocada próxima a uma carga negativa (-), as cargas
se repelirão. Se uma carga positiva (+) se aproximar de uma carga negativa (-), elas
se atrairão.
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1.3 Lei de Coulomb

Para estabelecer a Lei de Coulomb (força entre as cargas), devemos inicialmente


estabelecer o conceito de carga elétrica puntiforme, já que a lei de Coulomb se
refere a este tipo de carga elétrica. Um corpo eletrizado, de dimensões desprezíveis
comparadas com as demais envolvidas na análise de uma questão, é denominado
carga elétrica puntiforme.

Charles A. Coulomb foi quem primeiro verificou experimentalmente que a


intensidade da força de atração ou de repulsão entre duas cargas puntiformes Q 1 e
Q2, é diretamente proporcional ao produto destas cargas, isto é:

F=Q1 x Q2 (1)

Utilizando uma balança de torção, após repetidas verificações, Coulomb concluiu


que a intensidade da força de atração ou de repulsão entre duas cargas puntiformes
Q1 e Q2, distantes d entre si, é inversamente proporcional ao quadrado da distância
que as separa, isto é:

1
F= (2)
d2

Reunindo as conclusões (1) e (2), temos:

F = Q1 x Q 2
d2

A constante de proporcionalidade, que representa o meio material onde o


experimento se realiza, usualmente simbolizada por K. Introduzindo esta constante,
resulta a expressão da intensidade de força que interage entre duas cargas
puntiformes, conhecida como Lei de Coulomb.

Q1 x Q2
F= K Newton (N)
d2

Utilizando-se unidades do Sistema Internacional (SI), o valor da constante de


proporcionalidade K.
Quando as duas cargas se encontram no vácuo K = 9 x 109 N m2/C2.
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1.4 Campo Elétrico

Propriedade adquirida pelos pontos de uma região do espaço, quando da presença


de uma carga elétrica, onde qualquer carga de prova colocada nesta região ficará
sujeita a ação de uma força de atração ou de repulsão dependendo dos sinais do
campo e da carga. Se os sinais forem contrários a força será de atração, caso sejam
iguais a força será de repulsão.

Campo Elétrico

F
Q
F1
F2

A característica fundamental de uma carga elétrica é a sua capacidade de exercer


uma força. Esta força está presente no campo que envolve cada corpo carregado.
Quando dois corpos de polaridades opostas são colocados próximos um do outro, o
campo eletrostático se concentra na região compreendida entre eles. O campo
elétrico é representado por linhas de forças desenhadas entre os dois corpos. Se um
elétron for abandonado no ponto A nesse campo, ele será repelido pela carga
negativa e será atraído pela positiva. Assim, as duas cargas tenderão a deslocar o
elétron na direção do movimento adquirido pelo elétron se ele estivesse em posição
diferente do campo eletrostático.

Linhas de força

Corpo negativo Corpo positivo


Eletricidade Aplicada I

Quando duas cargas idênticas são colocadas próximas uma da outra, as linhas de força
repelem-se mutuamente como mostra a figura abaixo.

Um corpo carregado manter-se-á carregado temporariamente, se não houver


transferência imediata de elétrons para o do corpo. Neste caso, diz-se que a carga
em repouso. A eletricidade em repouso é chamada de eletricidade estática.

1.5 Potencial Elétrico (Vp)


Propriedade adquirida por um corpo qualquer quando imerso em um campo elétrico.

d
A
Q

Podemos determinar o potencial do ponto A da seguinte forma:

Onde:

VpA – Potencial elétrico do ponto A dado em volt (V);

ε – Constante de permissividade do meio dada em (C2/Nm2);


Q – Carga elétrica dada em Coulomb (C);

d – distancia da ponto até a carga dada em metros (m).


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1.6 Diferença de potencial (d.d.p.) ou Tensão elétrica (V)


Define-se tensão elétrica como sendo a diferença de potencial entre dois pontos
quaisquer que podem ou não estarem no mesmo campo.

V = VpA - VpB

Onde:

VpA - potencial do ponto A dado em volt (V);

VpB – potencial do ponto B dado em volt (V);

V – diferença de potencial ou tensão (V).

Convencionou-se indicar uma diferença de potencial por uma seta que aponta
sempre para o maior potencial,

VpA

V
Q

VpB

1.7 Corrente Elétrica

A corrente elétrica é o fluxo ordenado de partículas portadoras de carga elétrica


promovido pela aplicação de uma diferença de potencial em um material condutor
qualquer.

Material condutor Elétrons livres em movimento

- +

- +
V
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Sentido da Corrente elétrica

No início da história da eletricidade definiu-se o sentido da corrente elétrica como sendo


o sentido do fluxo de cargas positivas, ou seja, as cargas que se movimentam do pólo
positivo para o pólo negativo. Naquele tempo nada se conhecia sobre a estrutura dos
átomos. Não se imaginava que em condutores sólidos as cargas positivas estão
fortemente ligadas aos núcleos dos átomos e, portanto, não pode haver fluxo
macroscópico de cargas positivas em condutores sólidos. No entanto, quando a física
subatômica estabeleceu esse fato, o conceito anterior já estava arraigado e era
amplamente utilizado em cálculos e representações para análise de circuitos. Esse
sentido continua a ser utilizado até os dias de hoje e é chamado sentido convencional
da corrente. Em qualquer tipo de condutor, este é o sentido contrário ao fluxo líquido das
cargas negativas ou o sentido do campo elétrico estabelecido no condutor. Na prática
qualquer corrente elétrica pode ser representada por um fluxo de portadores positivos sem
que disso decorram erros de cálculo ou quaisquer problemas práticos.

Fluxo convencional

Fluxo de elétrons

Material condutor Elétrons livres em movimento

- +

- +
V

Intensidade da corrente elétrica (I)

Consideremos um material condutor onde se estabeleceu o fenômeno da corrente


elétrica, podemos definir a intensidade dessa corrente como sendo a quantidade de
cargas elétricas que atravessam a seção transversal do condutor por unidade de tempo.
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Material condutor Elétrons livres em movimento

- +

- +
V

Sendo assim temos:

Lembrando que Q = n . qe

Onde:

I – intensidade da corrente elétrica dada em Ampère (A);

Q – quantidade de cargas elétricas que atravessam a seção transversal do


condutor dada em Coulomb (C);

t – unidade de tempo (s);

n - é o número de elétrons; e

qe - é a carga de 1 elétron (qe = -1,6 x 10 -19 C)

1.8 Leis de Ohm

Resistência Elétrica e a Primeira Lei de Ohm

O que significa resistência elétrica?

A corrente elétrica é o movimento ordenado de elétrons livres em um condutor, mas isso


não ocorre espontaneamente, pois necessitamos de uma fonte de força elétrica (d.d.p.)
para movimentar os elétrons livres através do condutor. Se removermos a fonte de
energia elétrica a corrente deixa de existir. Analisando os fatos acima, podemos deduzir
que existe alguma coisa no condutor que resiste à corrente elétrica e que segura os
elétrons livres até que uma força suficiente seja aplicada.
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Com estas considerações Ohm enunciou a seguinte Lei que define a relação entre a
resistência, corrente e tensão:

A Resistência Elétrica do bipolo é simbolizada por R e medida em Ohms (Ω) no


sistema internacional de medidas SI e os condutores, são denominados de
Resistores.

Simbologia elétrica:
R

Segunda Lei de Ohm

A resistência elétrica é uma característica própria do resistor, independendo da


tensão ou da corrente, entretanto, verifica-se que a resistência elétrica de um bipolo
varia com outros parâmetros, a saber:

a) Comprimento do resistor

Imaginemos dois condutores filiformes (conforme esquema abaixo), submetidos à


mesma tensão (V), com o mesmo valor de seção transversal, feitos de mesmo
material, porém de comprimento diferente:

- +
V
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L1

- +
V

Podemos notar que para uma mesma tensão aplicada as cargas elétricas do condutor
de comprimento L1 deverão percorrer um caminho mais longo do que o de comprimento
L, sendo assim podemos concluir que quanto maior o comprimento do resistor, maior a
dificuldade de passagem da corrente elétrica, portanto maior a resistência elétrica. A
resistência elétrica é diretamente proporcional ao comprimento do resistor.

b) Área da seção transversal

Imaginemos agora dois condutores de mesmo comprimento, feitos de mesmo material,


submetidos à mesma tensão (V), entretanto de seções diferentes S e S 1.
L

- +
V

S1

- +
V
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Podemos notar que para a mesma tensão aplicada (V), as cargas da seção S1 que possuem
um caminho mais livre e também que nessa seção teremos um número maior de cargas
elétricas livres que na seção S, então podemos concluir que quanto maior a seção menor é
a resistência. A resistência elétrica é inversamente proporcional a área da
seção transversal.

c) Resistividade do material

Dentro dos materiais caracterizados como condutores se pode notar diversas diferenças
intrínsecas relativas à sua densidade, número atômico, distância dos elétrons ao núcleo, isto
é cada material difere do outro, como se cada um possuísse um “DNA” diferente. Sendo
assim é quase que obvio concluir que dependendo do material a resistência deve variar.
Essas características são classificadas de forma a nos fornecer um valor chamado de
resistividade do material. A resistividade do material é representada pela letra grega

(rô) ρ.

A resistência elétrica é diretamente proporcional à resistividade do material.

Os valores de resistividade são fornecidos, normalmente através de tabelas, pois


são constantes para cada material, com isso sua unidade é sempre fixa, não
devendo nunca ser alterada.

Enunciado da 2a Lei de Ohm


Com as três considerações anteriores somos capazes de entender a expressão
abaixo, conhecida como 2ª Lei de Ohm:

Onde:

R - resistência elétrica do condutor; dada em (Ω);

l - comprimento do condutor, dado em metros (m);

S - seção transversal do condutor, dada em m2.;


Eletricidade Aplicada I

ρ - resistividade do material, no SI dada (Ω.m) , também pode ser usualmente


expressa em Ω.mm2/m , nesse caso devemos ter a área da seção transversal dada
em mm2 e o comprimento em m sendo a resistência expressa em Ω.

1.9 Potência Elétrica

Define-se potência como sendo a capacidade de realização de trabalho em uma


unidade de tempo.

Não devemos confundir potencia com energia, pois a energia depende do tempo em
que esta sendo consumida e a potencia é calculada para um dado intervalo de
tempo, razão pela qual podemos ter motores de diferentes potências consumindo a
mesma quantidade de energia. Tudo depende do tempo em que ficam ligados.

Por outro lado, utilizando as expressões definidas para energia temos:

P= V . I . Δt / Δt
P= V . I

ou

P = R . I2 . Δt / Δt
P = R . I2

ou ainda

P = [(V2/R) . Δt/ Δt

P = V 2/ R

Unidade de Potência elétrica

Tomando P= V. I temos:

[P] = V . A = watt (W)

A unidade de medida utilizada para designar grandes quantidades de medida é o


KWh, ou seja, é o produto entre a potência em KW e a quantidade de horas em que
é utilizada.
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Outras unidades de Potência

É comum expressar, principalmente nos motores elétricos, a potência em HP ou CV,


porém estas unidades são relacionadas à potência mecânica que é medida no eixo
do motor, já excluindo todas as perdas.

São os seguintes os fatores de conversão:

1 HP =746 W ou 1HP = 3/4 KW (valor aproximado)

1 CV =735 W

Normalmente um motor recebe potência elétrica e fornece potência mecânica.


Nestas condições, é razoavelmente fácil de entender que se possuirmos um motor
ideal (rendimento 100%) e a este motor fornecemos a potência elétrica de 746 W, o
mesmo será capaz de nos dar a potência de 1HP, ou seja:

Motor ideal
PF=746 W
PU = 1 HP
> = 100%
(Energia elétrica) (Energia mecânica)

Observações:

A eficiência de um motor é dada pela divisão entre potência de saída pela potência
de entrada e é expressa em porcentagem.

Eficiência = (Potência de Saída / Potência de Entrada) x 100%


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2. CIRCUITOS ELÉTRICOS EM CORRENTE CONTÍNUA

2.1 Definições fundamentais

Bipolo elétrico

Qualquer dispositivo elétrico que possua dois terminais acessíveis. Dependendo de


sua função no circuito pode ser classificado em Ativo ou Passivo.

Bipolo ativo

Um bipolo elétrico será dito ativo, quando estiver fornecendo energia. Por convenção, os
seus sentidos de tensão e corrente são concordantes. Ex: bateria, gerador, pilha etc.

Simbologia:

+
V I
-

Bipolo passivo

Um bipolo elétrico será dito passivo, quando estiver recebendo energia, ou ainda,
quando chegarmos à conclusão que os seus sentidos de tensão e de corrente são
discordantes.

Ex: bateria do celular quando colocada para recarregar, resistores, etc.

Simbologia:

+
V I V I
-
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2.2 Circuito elétrico

Define-se como circuito elétrico qualquer conjunto de bipolos interligados de tal forma
a permitir a passagem de uma corrente elétrica.

Exemplo:

Definimos como nó qualquer conexão existente entre três ou mais condutores


ideais em um circuito.

No exemplo temos os seguintes nós: B, D, F, H e I


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Ramo

Definimos como ramo qualquer trecho com ou sem bipolo compreendido entre dois
nós consecutivos de um circuito.

No exemplo temos os seguintes ramos: HAB, BCD, DEF, FGH, HI e ID

Malha

Definimos como malha qualquer contorno fechado, de cada região em que fica
dividido um plano, quando neste plano, colocamos um circuito elétrico.

No exemplo temos as seguintes malhas internas: ABIHA, BCDIB, IDEFI, IHGFI e a


malha externa ABCDEFGHA.

2.3 Associação de Resistores

Resistor Equivalente - REQ

Sendo dada uma associação qualquer com n resistores ligados entre si, poderemos
calcular o resistor equivalente a todos os demais e substituí-lo por este, de tal forma
que o equivalente quando submetido à mesma tensão V aplicada na associação
original será percorrido pela mesma corrente I total da associação.

Exemplo

R2
R3
R1

R5 RN V I REQ
R4
V I

Associação Série de Resistores

Conceito de resistor em série: n resistores serão ditos associados em série quando a


corrente que percorrer qualquer um deles também percorrer todos os demais: ou seja: n
resistores serão ditos em série quando forem percorridos pela mesma corrente Resistor
equivalente de uma associação série:
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Consideremos uma associação de n resistores em série:

V1 V2 V3 VN

R1 R2 R3 RN

Consideremos também o resistor equivalente desta associação, REQ a partir do


conceito inicialmente exposto de equivalência, ou seja:

REQ

Notemos que:

A corrente que percorre R1, R2, R3,....,Rn é a mesma (definição de série) e ainda
igual á corrente que percorre o resistor equivalente REQ.

Analisando a associação verificamos que: (Lei das malhas)

V = V1 + V2 + V3 + ...+ VN

Entretanto, considerando que pela Lei de Ohm teremos:

V1 = R1 x I

V2 = R2 x I

V3 = R3 x I

VN = RN x I

e ainda, no resistor equivalente REQ:

V = REQ x I
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teremos:

REQ x I = R1 x I + R2 x. I + R3 x I + ... + RN x I

ou ainda:

REQ x I = I x (R1 + R2 + R3 + ...+ RN )

Portanto podemos concluir que o resistor equivalente de uma associação série de n


resistores é dado por:

REQ = R1 + R2 + R3 + ...+ RN

Caso particular:

n resistores de mesma resistência R, teremos:

RS = n. R

Associação Paralelo de Resistores

Conceito de resistor em paralelo: n resistores serão ditos associados em paralelo,


quando a tensão que estiver aplicada em qualquer um deles também estiver aplicada em

todos os demais: ou ainda: n resistores serão ditos associados em paralelo quando


estiverem ligados entre os mesmos pontos.

Resistor equivalente de uma associação paralelo:

Consideremos uma associação de n resistores em paralelo:

I1 I2 I3 IN

V I R1 V R2 V R3 V RN V

Consideremos também o resistor equivalente desta associação REQ, a partir do


mesmo conceito inicialmente exposto de equivalência, ou seja:
Eletricidade Aplicada I

V I REQ

Notemos então que:

A tensão que é aplicada em R1, R2, R3, ..., RN é a mesma (definição de paralelo), e
ainda igual á tensão que é aplicada no resistor equivalente REQ.

Analisando a associação pode-se verificar que (Lei dos nós):

I = I1 + I2 + I3 +... + IN;

mas considerando que pela Lei de Ohm, teremos:

E ainda, no resistor equivalente REQ:

teremos:

Portanto concluímos que o resistor equivalente de uma associação em paralelo de n


resistores será dado por:

Associação de dois resistores em paralelo:

Consideremos uma associação de apenas dois resistores em paralelo:


Eletricidade Aplicada I

A A

R1 R2 REQ

B B

Portanto

Caso particular: n resistores de mesma resistência R:

REQ = R / n

2.4 Leis de Kirchhoff

Lei dos Nós (1ª Lei de Kirchhoff)

Esta Lei se aplica exclusivamente aos nós de um circuito elétrico. Ela afirma que em
um nó a somatória das intensidades de corrente que chegam deve ser igual à
somatória das intensidades de corrente que saem deste nó.

Matematicamente teremos:

I3 I2

I1

I4 I7
B I F
I5

I6

I8

D
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No exemplo teremos:

Nó B →I3 + I8 = I4

Nó D→I6 + I8 = I5

Nó F→I1 + I5 = I7

Nó H→I2 + I3 = I1

Nó I→I2 + I4 + I6 = I7

Note que para cada condutor ligado, que faz parte do nó existe uma corrente. Sendo
assim a equação para o nó terá o numero de correntes igual ao número de
condutores. No exemplo o nó B tem três condutores interligados, portanto teremos
três correntes diferentes na equação, já no nó I temos quatro condutores e, portanto
na equação temos quatro correntes diferentes.

Lei das Malhas ( 2ª Lei de Kirchhoff)

Esta Lei, unicamente aplicável às malhas afirma que a soma algébrica das tensões
ao longo de uma malha qualquer do circuito é igual à zero. Para montarmos essa
equação devemos levar em consideração o sentido das tensões. Podemos definir,
por convenção, para cada malha um sentido de percurso e a partir dele considerar
positivo ou negativo os sentidos encontrados das tensões ao longo desse percurso.

Exemplo

No trecho de circuito selecionado abaixo foram determinados anteriormente os sentidos


reais das tensões e indicados no desenho. O sentido no entorno é adotado e é o do
percurso que iremos fazer. Esse sentido de percurso deve ser a base para analise dos
sinais (+ ou -) das tensões já desenhadas no circuito. Assim se o sentido da tensão for
concordante com o do percurso colocaremos a sinal de (+) se o sentido for discordante
colocaremos o sinal de (-). No exemplo a seguir teremos a seguinte equação:
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V5 V4

V3
Percurso

V6
adotado

V2 V1

V7

V2 + V6 + V5 + V4 + V3 - V1 -V7 = 0

O que acabamos de executar também é conhecido como: circuitação das malhas.

No exemplo:

V9 V8 V7 V6
H
A G
I3 I2
V5

2 V10 1 I1

V2 V1
I4 I7
B I F
V12 I5
V11

3 I6 4 V15

I8 V4

C E
D
V13 V14
V3

Podemos também montar a equação da malha observando o sentido das tensões e


comparando com o sentido horário ou anti-horário. Usando esse principio no
exemplo, assim teremos:

Malha 1: V2 + V10 + V7 + V6 + V5 = V1

Malha 2: V9+V8 = V10


Eletricidade Aplicada I

Malha 3: V11 + V4 = V13 +V14

Malha 4: V2 + V3 +V4 + V11+V12+V15 = 0

Malha externa: V5 + V6 + V7 + V8 + V9 = V1 + V3 + V13 + V14 + V15

Referências Bibliográficas

Gussow, Milton
Eletricidade Básica

Edminister, Joseph
Circuitos Elétricos

Boylestad, R. L.
Introdução à análise de circuitos

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