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MTC – Manual Técnico CECON

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SUMÁRIO

UNIDADE I - CARGA ELÉTRICA


1. Campo Elétrico
2 - Eletrização por atrito
3 - Eletrização por contato
4 - Eletrização por indução
5. Diferença de Potencial - ddp

UNIDADE II - CORRENTE ELÉTRICA


1. Diferença de potencial elétrico ou tensão elétrica
2. Fontes de Alimentação
3. Fonte de corrente
4. Potência e energia elétrica

UNIDADE III - RESISTORES


1. Leis de OHM
2. Condutância
3. Fonte de corrente
4. Potência elétrica

UNIDADE IV - LEIS DE KIRCHHOFF


1. Receptores ativos

UNIDADE V - ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES


1. Associação Série
2. Associação Paralela

UNIDADE VI - DIVISORES DE TENSÃO E DE CORRENTE

UNIDADE VII - PONTE DE WHEATSTONE

UNIDADE VIII - TEOREMA THEVENIN

UNIDADE IX - TEOREMA NORTON

UNIDADE X - TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO

UNIDADE XI - DISPOSITIVOS REATIVOS - CAPACITOR


1. Representação de Grandeza Elétrica Variantes no Tempo
2. Capacitor e Conceito de Capacitância

UNIDADE XII - INDUTOR

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UNIDADE XIII - PRINCÍPIOS DA CORRENTE ALTERNADA

1. Geração da Corrente Alternada


2. Medição Angular

UNIDADE XIV - FASORES


1. Relações de Fase

UNIDADE XV - RESISTÊNCIA EM CIRCUITOS CA


1. Circuitos CA com Capacitância Pura
2. Circuito RC série em corrente alternada
3. Análise de impedância de um circuito RC série
4. Análise de tensão e corrente de um circuito RC série
5. Circuito RL série em corrente alternada
6. Circuitos RL
7. Análise de tensão e corrente de um circuito RL série
8. Análise de tensão e corrente de um circuito RC paralelo
9. Análise de impedância de um circuito RL paralelo
10. Circuitos RLC
11. Ressonância
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UNIDADE I

CARGA ELÉTRICA
A grandeza elétrica mais elementar é a carga elétrica. Um dos primeiros fatos ao estudarmos os efeitos das cargas elétricas é que
estas cargas são de dois tipos diferentes. Estes tipos são arbitrariamente chamados, positivo (+) e negativo (-). O elétron, por
exemplo, é uma partícula carregada negativamente. Um corpo descarregado possui o mesmo número de cargas positivas e
negativas. Um corpo está carregado positivamente quando existe uma deficiência de elétrons e uma carga negativa significa um
excesso de elétrons.

A carga elétrica é representada pela letra Q e medida em Coulombs (abreviado C).

A carga de um elétron é –1,6 x 10-19 C, ou seja, um Coulomb equivale à carga aproximada de 6,25 x 1018 elétrons.

Um dos efeitos mais significativos de uma carga elétrica é que ela pode produzir uma força. Especificamente, uma carga repelirá
outras cargas de mesmo sinal e atrairá cargas de sinal contrário como apresenta a figura 1. Deve-se notar que a força de atração
ou de repulsão é sentida de modo igual pelos dois corpos ou partículas carregados.

Figura 1 - Força entre cargas.

1. Campo Elétrico

Existe uma região de influência em torno de uma carga elétrica tal que uma força tornar-se-á tanto menor quanto mais afastada
estiver a carga. Uma região de influência como está é chamada Campo. O campo estabelecido pela presença de cargas elétricas

é chamado de Campo Elétrico E e quando as cargas elétricas estão em repouso esse campo será chamado de Campo
Eletrostático.

O campo elétrico pode ser representado por linhas de campo radias orientadas e a sua unidade é o newton/coulomb [N/C]. Se a
carga for positiva, o campo é divergente, isto é, as linhas de campo saem da carga e se a carga for negativa, o campo é
convergente, isto é, as linhas de campo chegam à carga conforme mostra a figura 2.

Figura 2 - Linhas de campo.

Quando duas cargas de sinais contrários estão próximas, as linhas de campos convergem da carga positiva para a carga negativa
conforme a figura 3. Em cargas próximas de mesmo sinal as linhas de campo se repelem, figuras 4 e 5.

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Figura 3 - Linhas de campo entre cargas de sinais contrários.

Figura 4 - Linhas de campo entre cargas positivas

Figura 5 - Linhas de campo entre cargas negativas.

Quando duas placas paralelas são eletrizadas com cargas de sinais contrários, surge entre elas um campo elétrico uniforme,
caracterizado por linhas de campo paralelas.

Figura 6 - Linhas de campo entre duas placas paralelas eletrizadas com cargas contrárias.

Figura 7 - Força entre cargas de sinais opostos.


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PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO

2 - Eletrização por atrito

Duas substâncias de naturezas diferentes, quando atritadas, eletrizam-se com igual quantidade de cargas em valor absoluto e de
sinais contrários.

Se atritarmos vidro com seda, elétrons migrarão do vidro para seda, portanto o vidro ficará eletrizado positivamente e a seda
negativamente.

3 - Eletrização por contato

Quando um corpo neutro é posto em contato com um corpo eletrizado, eletriza-se com carga do mesmo sinal.

4 - Eletrização por indução


Quando um corpo neutro é colocado próximo de um corpo eletrizado, sem que exista contato, o corpo neutro tem parte das cargas
elétricas separadas (indução eletrostática), podendo ser eletrizado.

Ao atritarmos um pente e aproximamos o mesmo de um filete de água, a água será atraída pelo pente.

O processo de indução, simplesmente, não eletriza um corpo. O que ocorre é um rearranjo no posicionamento das cargas.

Podemos, dentro deste procedimento, fazer uma ligação a terra do corpo induzido e eletrizá-lo.

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OBS: Caso a região ligada a terra seja negativa, haverá deslocamento de elétrons do corpo para terra, fazendo com que o corpo
fique positivo.

5. Diferença de Potencial - ddp

Seja uma região submetida a um campo elétrico. E criado por uma carga Q positiva conforme mostra a figura 8. Colocando um
elétron –q no ponto A, situado a uma distância dA da carga Q, ele se movimentará no sentido contrário do campo, devido à força F
que surge no elétron, indo em direção ao ponto B, situado a uma distância dB da carga Q.

Figura 8 - Carga -q colocada no ponto A de uma região submetida a um campo E.

Como dA > dB, o potencial do ponto A é menor que o do ponto B. Assim podemos escrever que VA < VB.

Figura 9 - Potencial no ponto A é menor que no ponto B.

Conclui-se, então, que uma carga negativa move-se do potencial menor para o maior. Se uma carga positiva +q fosse colocada no
ponto B, ela se movimentaria na mesma direção do campo elétrico, indo do potencial maior para o menor.

Figura 10 - Carga +q colocada no ponto B de uma região submetida a um campo E.

Assim, para que uma carga se movimente, isto é, para que haja condução de eletricidade, é necessário que ela esteja submetida
a uma diferença de potencial ou ddp.
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UNIDADE II
CORRENTE ELÉTRICA

Usualmente estamos mais interessados em cargas em movimento do que cargas em repouso, devido à transferência de energia
que pode estar associada às cargas móveis. Estamos particularmente, interessados nos casos em que o movimento de cargas
esteja confinado a um caminho definido formado de materiais como o cobre, alumínio, etc., devido a serem bons condutores de
eletricidade. Em contraste, podemos utilizar materiais mal condutores de eletricidade, chamados de isoladores, para confinar a
eletricidade a caminhos específicos formando barreiras que evitam a fuga das cargas elétrica. Os caminhos por onde circulam as
cargas elétricas são chamados de circuitos.

Aplicando uma diferença de potencial num condutor metálico, os seus elétrons livres movimentam-se de forma ordenada no
sentido contrário ao do campo elétrico.

O movimento da carga elétrica é chamado de corrente elétrica. A intensidade I da corrente elétrica é a medida da quantidade de
carga elétrica Q (em coulombs) que atravessa a seção transversal de um condutor por unidade de tempo t (em segundos). A
corrente tem um valor constante dado pela expressão:

carga em coulombs Q
I 
tempo t
A unidade de corrente é o ampère (abreviado por A). Existe um ampère de corrente quando as cargas fluem na razão de um
Coulomb por segundo.

Devemos especificar tanto a intensidade quanto o sentido da corrente.

Exemplo: Se a carga que passa pela lâmpada do circuito da figura 21 é de 14 coulombs por segundo, qual será a corrente:

Q 14 coulonbs
I    14 A
t 1 segundo
Em uma corrente contínua, o fluxo de cargas é unidirecional para o período de tempo em consideração.

A figura 11, por exemplo, mostra o gráfico de uma corrente contínua em função do tempo; mais especificamente, mostra uma
corrente contínua constante, pois sua intensidade é constante, de valor I.

Figura 11 - Corrente contínua.

Em uma corrente alternada as cargas fluem ora num sentido, ora noutro, repetindo este ciclo com uma freqüência definida como
mostra a figura 12.

Figura 12 - Corrente alternada.

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A utilidade prática de uma corrente continua ou alternada é o resultado dos efeitos por ela causados. Os principais fenômenos que
apresentam uma grande importância prática e econômica são:

1. Efeito Térmico (Joule): Quando flui corrente através de um condutor, há produção de calor. Este fenômeno será estudado na Lei
de Ohm. Aplicações: chuveiro elétrico, ferro elétrico.

2. Efeito Magnético (Oersted): Nas vizinhanças de um condutor que conduz uma corrente elétrica, forma-se um segundo tipo de
campo de força, que fará a força ser exercida sobre outros elementos condutores de corrente ou sobre peças de ferro. Este
campo, chamado de Campo Magnético coexiste com o Campo Elétrico causado pelas cargas. Este fenômeno é o mesmo que
ocorre na vizinhança de um imã permanente. Aplicações: telégrafo, relé, disjuntor.

3. Efeito Químico: Quando a corrente elétrica passa por soluções eletrolíticas ela pode separar os íons. Aplicações: Galvanoplastia
(banhos metálicos).

4. Efeito Fisiológico: Efeito produzido pela corrente elétrica ao passar por organismos vivos

Corrente Elétrica Convencional: nos condutores metálicos, a corrente elétrica é formada apenas por cargas negativas (elétrons)
que se deslocam do potencial menor para o maior. Assim, para evitar o uso freqüente de valor negativo para corrente, utiliza-se
um sentido convencional para ela, isto é, considera-se que a corrente elétrica num condutor metálico seja formada por cargas
positivas, indo, porém do potencial maior para o menor.

Em um circuito, indica-se a corrente convencional por uma seta, no sentido do potencial maior para o menor como mostra a figura,
em que a corrente sai do pólo positivo da fonte (maior potencial) e retorna ao seu pólo negativo (menor potencial).

Figura 13 – Sentido da corrente convencional.

Exemplos:

1. Qual a intensidade da corrente elétrica que passa pela seção transversal de um fio condutor, sabendo-se que uma
carga de 3600 C leva 12 segundos para atravessá-la?

Q 3600  10 6 C
I    300A
t 12s
2. Pela seção transversal de um fio condutor passou uma corrente de 2mA durante 45 segundos. Quantos elétrons atravessaram
essa seção nesse intervalo de tempo?

Q
I  Q  I  t  2.10 3 A  45s
t
 I  90mC  90  10 3 C
carga de 1 elétron é dada por q = -1,610-19C, utilizando somente o módulo de q e uma simples regra de 3, temos:

1 elétron = 1,610-19
N elétrons = 9010-3

Fazendo o produto cruzado, temos: 1,610-19N(elétrons) = 9010-31(elétron)

90  103
N 19
 N  562,5  1015 elétrons
1,6  10
1. Diferença de potencial elétrico ou tensão elétrica
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A figura 14 apresenta o diagrama de um circuito elétrico simples. O objetivo desse circuito é conduzir energia elétrica da bateria
para uma lâmpada distante. Isto é realizado através da conexão de fios para levar e trazer a corrente I da bateria até a lâmpada,
uma chave e um fusível de proteção para o circuito. Assim, quando a chave esta fechada, um caminho completo de condução é
proporcionado e obtém-se um circuito completo ou circuito fechado.

Figura 14 - Diagrama descritivo.

Por outro lado, se um dos fios fosse desligado, ou a chave estiver aberta, teríamos um circuito aberto, sendo nula a corrente I, e,
portanto, não havendo transferência de energia. Um outro caso ocorreria se ligássemos um fio entre os pontos c e d da lâmpada
ou entre os pontos a e b da bateria. Neste caso, teríamos um curto-circuito. A corrente de saída da fonte seria elevada
(freqüentemente destrutivamente elevada), mas somente uma porção insignificante passaria pela lâmpada e não haveria uma
transferência eficiente de energia para a lâmpada. Usualmente é feita uma proteção contra esses problemas, inserindo fusíveis ou
disjuntores que abrem automaticamente quando ocorrem tais falhas.

No circuito da figura 13 utilizou-se o símbolo padrão para uma bateria, com linhas paralelas mais longas indicando o terminal
positivo ou aquele pelo qual a corrente sai da bateria ao fornecer energia ao circuito. A figura 15 mostra outros tipos de
simbologias padrões para representar fontes de tensão CC.

Figura 15 - Simbologias para fontes de tensão CC.

Considerando que o circuito da figura 14 não possua nenhum tipo de problema de curto-circuito ou circuito aberto. Para que se
mantenha a corrente I no circuito é necessário gastar energia da mesma forma que para manter o fluxo de água através de um
sistema de tubulações. Deve-se realizar trabalho para dar às cargas elétricas a energia que elas entregam ao fluir através dos fios
e das lâmpadas. Este trabalho ou energia deve, é claro, ser obtido da fonte por conversão de energia química em energia elétrica
na bateria da figura 14, por exemplo, ou conversão de energia mecânica em elétrica no caso de um gerador.

O trabalho realizado ao movimentar-se uma carga positiva unitária entre dois pontos de um circuito é chamado de diferença de
potencial ou tensão entre dois pontos. Em outras palavras, tensão é o trabalho por unidade de carga. Devem-se especificar dois
pontos no circuito, uma vez que o trabalho é realizado ao mover-se a carga de um ponto para outro. Se o trabalho realizado ao
mover-se uma carga de 1 C de um ponto a outro for de 1 J, a diferença de potencial entre esses pontos será de 1 Volt (abrevia-se
V). O trabalho, ou energia total W associado com o movimento de Q coulombs entre dois pontos, é;

W  E Q
quando a diferença de potencial entre dois pontos for de E volts.
Quando essa diferença de potencial é fornecida por uma fonte de energia elétrica, ela é freqüentemente chamada de força
eletromotriz (abreviada FEM). Como os circuitos contêm fontes e consumidores de energia elétrica, devemos considerar
cuidadosamente se o trabalho é realizado sobre a carga unitária, ou pela carga unitária ao mover-se do primeiro até o segundo
ponto. No primeiro caso, a energia potencial da carga é aumentada; no outro caso, é diminuída. Se o trabalho for realizado sobre a
carga positiva e sua energia potencial é aumentada ao ir do ponto a para o ponto b de um circuito, existe uma subida de tensão no
sentido de a para b. Inversamente, existe uma queda de tensão no sentido de b para a, porque a carga perderia energia se fosse
de b para a. Do ponto de vista de ganho ou de perda de energia, subidas de tensão são grandezas opostas à queda de tensão.

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O circuito da figura 16 ilustra estas declarações. Devido à bateria existe uma subida de tensão de a para b e haverá uma queda de
tensão de c para d.

Observação: Freqüentemente utilizamos uma nomenclatura do tipo VAB, para indicar um valor de tensão entre dois pontos, por
isso, é importante saber o seu significado. Na figura 24 a tensão VA encontra-se no potencial de maior valor (+) e a tensão VB no
potencial de menor valor (-).

Figura 16 - Diferença de potencial.

A fonte de tensão E se encontra entre os dois potenciais VA e VB, portanto, essa fonte representa a diferença entre estes dois
potenciais. Matematicamente temos:

E = VA - VB = AB

2. Fontes de Alimentação

O dispositivo que fornece tensão para um circuito é chamado genericamente de fonte de tensão ou fonte de alimentação.
Exemplos de fontes de tensão são as pilhas e as baterias. Uma pilha comum, quando nova, possui tensão de 1,5V. Estas podem
ser associadas em série, para aumentar a tensão, como por exemplo, 3 pilhas de 1,5V cada fornecem 4,5V juntas. Tanto as
baterias como as pilhas produzem energia elétrica a partir de energia liberada por reações químicas.

Com o tempo de uso, as reações químicas dessas baterias ou pilhas liberam cada vez menos energia, fazendo com que a tensão
disponível seja cada vez menor.

Hoje em dia, existem muitos tipos de baterias que podem ser recarregadas por aparelhos apropriados, inclusive as pilhas de
NiCad, o que é um avanço importante, sobretudo no que se refere ao meio ambiente.

Outro tipo de fonte de tensão são as fontes de alimentação eletrônicas que utilizam um circuito eletrônico para converter a tensão
alternada da rede elétrica em tensão contínua. Esses dispositivos são conhecidos por eliminadores de bateria, e são amplamente
utilizados em equipamentos portáteis como aparelhos de som, vídeo games, etc.

Outro tipo de fonte de tensão muito utilizado em laboratórios e oficinas de eletrônicas são as fontes de tensão variáveis (ou
ajustáveis). Este tipo de fonte tem a vantagem de fornecer tensão contínua e constante, cujo valor pode ser ajustado
manualmente, conforme a necessidade. Nas fontes variáveis mais simples, o único tipo de controle é o ajuste de tensão. Nas mais
sofisticadas, existem ainda os controles de ajuste fino de tensão e de limite de corrente.

Terra (GND = Ground) ou Potencial de Referência

Em circuitos elétricos, deve-se sempre estabelecer um ponto cujo potencial elétrico servirá de referência para medidas das
tensões. Em geral, a referência é o pólo negativo da fonte de alimentação, que pode ser considerado um ponto de potencial zero,
fazendo com que a tensão entre qualquer outro ponto do circuito e essa referência seja o próprio potencial elétrico do ponto
considerado.

Assim, se VB é a referência do circuito da figura 16, a tensão VAB entre os pontos A e B é dada por:

VAB = VA – VB = VA - 0 = VA

A essa referência, damos o nome de terra, massa ou GND (ground), cujos símbolos mais utilizados são mostrados na figura 17.

Figura 17 - Simbologia do terra (GND).

Em um circuito podemos substituir a linha do potencial de referência por símbolos de terra, simplificando o seu circuito para um
dos seguintes diagramas mostrados na figura 27.
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Em muitos equipamentos, o potencial de referência do circuito é ligado à sua carcaça (quando esta é metálica) e a um terceiro
pino do plug que vai ligado à tomada da rede elétrica. Esse terceiro pino para conectar o terra do circuito à malha de aterramento
da instalação elétrica, com o objetivo de proteger o equipamento e o usuário de uma sobrecarga elétrica.

Exemplo: Dado o circuito da figura 18, represente seus dois diagramas elétricos equivalentes utilizando o símbolo de terra.

Figura 18 - Circuito elétrico.

ou

Figura 19 – Outras formas de representações de circuitos.

3. Fonte de corrente

A fonte de corrente, ao contrário da fonte de tensão, não é um equipamento vastamente utilizado, mas seu estudo é importante
para a compreensão futura de determinados dispositivos e circuitos eletrônicos.

O símbolo para a fonte de corrente é um círculo com uma seta dentro, que indica o sentido da corrente. Este sentido deve ser o
mesmo que o da corrente produzida pela polaridade da fonte de tensão correspondente.

Lembre-se de que uma fonte produz um fluxo de corrente que sai do terminal positivo. A fonte de corrente ideal é aquela que
fornece uma corrente I sempre constante, independente da carga alimentada, isto é, para qualquer tensão V na saída. A figura 20
mostra a simbologia utilizada para indicar uma fonte de corrente e a sua curva característica.

Figura 20 - Fonte de corrente e sua curva característica.

4. Potência e energia elétrica

A expressão W = EQ exprime o trabalho realizado ou a energia transferida num circuito ou numa parte de um circuito elétrico,
pelo produto da tensão pela carga.

Se o trabalho é realizado a uma velocidade constante e a carga total Q sofre uma variação de potencial de E volts, em t segundos,
então a potência, ou o trabalho por unidade de tempo é:

W E .Q
P   Watts ou joule/segundo
t t

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Do ponto de vista prático, interessa-nos mais a corrente do que a carga. Utilizando a equação I = Q/t, obtém-se uma forma mais
útil para a equação P = (EQ)/t , que é

Q
Como I  ,  P  E.I watts
t

Se E e I são constantes num intervalo de tempo de t segundos, a energia total eliminada ou absorvida é

W  E.I .t Watt-segundo ou joules

Até agora já foram introduzidas as grandezas elétricas principais com as quais estaremos tratando. Para alguns propósitos, estas
grandezas são inconvenientemente pequenas ou grandes. Para expressar unidades maiores ou menores, usa-se uma série de
prefixos juntamente com o nome da unidade básica, evitando-se assim uma aglomeração de zeros antes ou depois da vírgula
decimal. Esses prefixos, com suas abreviaturas, são apresentados na tabela-1.

Para grandezas Para grandezas


maiores que a unidade menores que a unidade
Quilo (K) 103 unidades Mili (m) 10-3 unidades

Mega (M) 106 unidades Micro () 10-6 unidades

Giba (G) 109 unidades Nano (n) 10-9 unidades

Tera (T) 1012 unidades Pico (p) 10-12 unidades

Exemplo: A lâmpada do circuito da figura 21 está sujeita a uma tensão de 115 V. A corrente I do circuito é 2,61 A. Qual é a
potência consumida pela lâmpada? Quanto se gasta ao manter acesa por 10 horas, se a energia elétrica custa 2 centavos por
kWh?

P = E.I = (115).(2,61) = 300 W

W = E.I.t = P.t = (300).(10) = 3000 Wh = 3,0 kWh

Custo = (3,0) x (2,0) = 6 centavos


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UNIDADE III
RESISTORES

Os resistores são componentes que tem por finalidade oferecer uma oposição (resistência) à passagem de corrente elétrica,
através de seu material. A essa oposição damos o nome de resistência elétrica, que possui como unidade o ohm ().

A resistência de um condutor qualquer depende da sua resistividade do material, do seu comprimento e da sua área da seção
transversal.

1. Leis de OHM

A primeira Lei de Ohm diz: “A tensão aplicada através de um bipolo ôhmico é igual ao produto da corrente pela resistência”. Esta
afirmação resulta em três importantes equações que podem ser utilizada para calcular qualquer um dos três parâmetros – tensão,
corrente e resistência – a partir de dois parâmetros. Essa lei é representada pela expressão:

V  R.I (1ª Lei de Ohm)

onde,

V =tensão aplicada, volts [V]


R = resistência elétrica, ohm []
I = intensidade de corrente, ampère [A]

Levantando-se, experimentalmente, a curva da tensão em função da corrente para um bipolo ôhmico, teremos uma característica
linear, conforme a figura 21.

Figura 21 - Curva característica de um bipolo ôhmico.

Dessa curva, temos tg  = V/I, onde concluímos que a tangente do ângulo  representa a resistência elétrica do bipolo,
portanto, podemos escrever que: tg  = R. Notar que o bipolo ôhmico é aquele que segue esta característica linear, sendo que
qualquer outra não linear corresponde a um bipolo não ôhmico.

Para levantar a curva característica de um bipolo, precisamos medir a intensidade de corrente que o percorre e a tensão aplicada
aos seus terminais, para isso montamos o circuito da figura 22, onde utilizamos como bipolo um resistor R.

Figura 22 - Circuito para levantar a característica de um bipolo ôhmico.

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O circuito consiste de uma fonte variável, alimentando o resistor R. Para cada valor de tensão ajustado, teremos um respectivo
valor de corrente, que colocamos numa tabela, possibilitando o levantamento da curva conforme mostra a figura 23.

Figura 23 - Tabela e curva característica do bipolo ôhmico.

Da curva temos:

V 10  6
tg  R    100
I 100  60103

2. Condutância
1
Chama-se de condutância (G) o inverso da resistência (R): G
R
G = condutância, siemens [S] ou mho [-1]
R = resistência []

Exercícios:

1. Qual é a intensidade da corrente elétrica que passa por uma resistência de 1k submetida a uma tensão de 12 V?

2. Por uma resistência de 150  passa uma corrente elétrica de 60 mA. Qual é a queda de tensão que ela provoca no circuito?

3. Por uma resistência passa uma corrente de 150 A, provocando uma queda de tensão de 1,8 V. Qual é o valor dessa
resistência?

3. Potência elétrica

Aplicando-se uma tensão aos terminais de um resistor, estabelecer-se-á uma corrente que é o movimento de cargas elétricas
através deste. O trabalho realizado pelas cargas elétricas, em um determinado intervalo de tempo, gera uma energia que é
transformada em calor por Efeito Joule e é definida como Potência Elétrica. Numericamente, a potência é igual ao produto da
tensão e da corrente, resultando em uma grandeza cuja unidade é o watt (W). Assim sendo, podemos escrever:


 P V  I
t
onde:
 = trabalho
t = intervalo de tempo (s)
P = potência elétrica (W)
Utilizando a definição da potência elétrica juntamente com a Lei de Ohm, obtemos outras relações usuais:

P V I V  RI
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Substituindo, temos:

P  R I  I  P  R I 2
Analogamente:

V V V2
I  P V  P 
R 
R 
R

O efeito térmico, produzido pela geração de potência, é aproveitado por inúmeros dispositivos, tais como: chuveiro, secador, ferro
elétrico, soldador, etc. Esses dispositivos são construídos basicamente por resistências, que alimentadas por tensões e
conseqüentemente percorridas por correntes elétricas, transformam energia elétrica em térmica.

Exercícios:

1. No circuito da figura abaixo, sabendo que a lâmpada está especificada para uma potência de 900 mW quando alimentada por
uma tensão de 4,5 V, determine:

a) A corrente consumida pela lâmpada.


b) A resistência da lâmpada nessa condição de operação.

1. Considere um resistor com as seguintes especificações: 1k - ½ W

a) Qual é a corrente IMÁX e a tensão VMÁX que ele pode suportar?


b) Que potência P’ ele dissipa caso a tensão aplicada V’ fosse metade de VMÁX?
c) Quanto vale a relação PMÀX/P’ e qual conclusão podem ser tiradas?

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UNIDADE IV
LEIS DE KIRCHHOFF

As Leis de Kirchhoff também são conhecidas como Leis Fundamentais dos Circuitos. Estas leis fornecem um método direto para o
estudo sistemático de circuitos elétricos. Antes de apresentar as leis, vejamos algumas definições relacionadas aos circuitos
elétricos.

Ramo: Qualquer parte de um circuito elétrico composto por um ou mais dispositivos ligados em série.

Figura 24 - Exemplo de um ramo.

Nó: Qualquer ponto no circuito elétrico no qual há a conexão de três ou mais ramos.

Figura 25 - Exemplo de nó.

Malha: Qualquer parte de um circuito elétrico cujos ramos formam um caminho fechado para a corrente.

Figura 26 - Exemplo de malha.

A primeira lei é conhecida como Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC) ou Lei dos Nós ou Lei das Correntes e diz que:

1. “A soma algébricas de todas as correntes em um nó deve ser Zero”.


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Quando esta lei é utilizada, adotam-se, arbitrariamente, as correntes que entram no nó como positivas e as correntes que saem do
nó como negativas (ou vice-versa, desde que se seja consistente). Na figura 49 a equação para o nó a é:

Figura 27 – Correntes entrando e saindo de um nó.

+ I 1 + I 2 - I3 - I4 = 0  I1 + I 2 = I3 + I4

Exemplo: No circuito da figura 28, são conhecidos os valores de I1, I2 e I4. Determine I3, I5 e I6.

Figura 28 – Circuito exemplo para LKC.

I1 + I3 - I2 = 0  2 + I3 - 6 = 0  I3 = 4 A

I2 - I4 - I5 = 0  6 - 3 - I5 = 0  I5 = 3 A

I5 - I1 - I6 = 0  3 - 2 - I6 = 0  I6 = 1 A

1. Receptores ativos

A segunda lei é conhecida como Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT) ou simplesmente, Lei das Tensões, porém, antes de enunciar
essa lei é necessário analisar outro comportamento possível para as fontes de tensão num circuito elétrico.

Num circuito elétrico formado por mais de uma fonte de alimentação, é possível que em alguma fonte a corrente entre pelo pólo
positivo e saia pelo pólo negativo. Nesse caso, ao invés de elevar o potencial do circuito, a fonte estaria provocando a sua queda,
isto é, ao invés de gerador, ela estaria funcionando como um receptor ativo.

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A Lei de Kirchhoff das Tensões diz que:

2. "A soma algébrica de todas as tensões tomadas num sentido determinado, em torno de um caminho fechado, deve ser
nula".

A segunda lei é uma conseqüência do princípio de conversação da energia e equivale igualar a energia de entrada à de saída.

Ao escrever as equações LKT, podemos seguir o caminho em qualquer sentido (horário ou anti-horário) e somar as subidas ou as
quedas de tensão (considerando positivas as que vão de - para + ou vice-versa desde que se seja consistente).

Figura 29 - Lei de Kirchhoff das Tensões.

+ E2 + E3 - V2 - V3 - E1 - V1 = 0  E2 + E3 = V2 + V3 + E1 + V1

Exemplo:

1- No circuito abaixo, são conhecimentos os valores de E1, E2, V3 e V4. Determine V1 e V2.

Figura 30 - Circuito exemplo para LKT.

Equações:

+ E1 – V2 – V1= 0 (I)
+ E1 + V3 – E2 + V4 – V1 = 0 (II)
+ V3 – E2 + V4 + V2 = 0 (III)

Substituindo os valores em (II), temos: + 10 + 5 – 20 + 8 – V1 = 0  V1 = 3 V

Substituindo os valores em (I), temos: + 10 – V2 – V1 = 0  V2 = 7 V

- Fazendo uma confirmação de resultados

Substituindo os valores em (III), temos: + 5 – 20 + 8 + V2 = 0  V2 = 7 V

2 – No circuito abaixo são conhecidos os valores de E1, E3, V1, V2 e V4. Determine E2 e V3 para que a Lei de Kirchhoff para
Tensões seja válida.
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Figura 31 - Circuito exemplo.

Obs: As polaridades de V1, V2 e V4 não são conhecidas.

Equações:

+ E1 - V1 – V2 + E2 = 0 (I)
- E3 + V3 - E2 + V2 + V4 = 0 (II)
- E1 – V3 + E3 – V4 + V1 = 0 (III)

Substituindo os valores em (I), temos: + 15 – 17 - 8 + E2 = 0  E2 = 10V

Substituindo os valores em (II), temos: - 25 + V3 - 10 + 8 + 5 = 0  V3 = 22 V

20
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UNIDADE V

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

1. Associação Série

Neste tipo de associação os resistores estão ligados de forma que a corrente que passa por eles seja a mesma, e a tensão total
aplicada aos resistores se subdivida entre eles proporcionalmente aos seus valores. Pela Lei de Kirchhoff das Tensões, a soma
das tensões nos resistores é igual à tensão total aplicada E, conforme mostra a figura 32.

Figura 32 - Associação série de resistores.

E = V1 + V2 + ... + Vn

Substituindo as tensões nos resistores pela Lei de Ohm (V = R.I), tem-se:

E = R1  I + R2  I +  + RnI  E = I  (R1 + R2 +  + Rn)

Dividindo a tensão E pela corrente I, chega-se a:

E
 R1  R 2    R n
I

O resultado E/I corresponde à resistência equivalente REQ da associação série, isto é, a resistência que a fonte de alimentação
entende como sendo a sua carga.

Caso particular: Se os n resistores da associação série forem todos iguais a R, a resistência equivalente pode ser calculada por:

REQ = nR

Em um circuito série, a potência total PE fornecida pela fonte ao circuito é igual à soma das potências dissipadas pelos resistores.
Portanto, a potência total PE = E  I fornecida pela fonte é igual à potência dissipada pela resistência equivalente PEQ = REQ . I2

Exemplo:

1 - Considerando o circuito da figura abaixo, formado por quatro resistores ligados em série, determine:
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a) A resistência equivalente do circuito série.

Req = R1 + R2 + R3 + R4 = 1k + 2k2 + 560 + 1k5  Req = 5260 = 5k26

b) A corrente I fornecida pela fonte E ao circuito.

E 24
I   0,00456  4,56  10 3  4,56mA
R eq 5260

c) A queda de tensão provocada por cada resistor.

ER1 = R1  I = 1k  4,5610-3  ER1  4,56 V


ER2 = R2  I = 2k2  4,5610-3  ER2  10,03 V
ER3 = R3  I = 560  4,5610-3  ER3  2,55 V
ER4 = R4  I = 1k5  4,5610-3  ER4  6,84 V

1) Verifique pela Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT) se os resultados do item 1c estão corretos.

LKT: A soma algébrica das tensões que elevam o potencial do circuito é igual à soma das tensões que causam a queda de
potencial, logo:

E = ER1 + ER2 + ER3 + ER4 = 4,56 + 10 + 2,55 + 6,84 = 23,98

2) Mostre que:

PE = P1+ P2 + P3 + P4 = PReq.

PE = E  I = 24  4,56  10-3 = 109,44 mW

PReq = Req  I2 = 5260  (4,56  10-3)2 = 109,37 mW

Pi = P1 + P2 + P3 + P4 = R1  IR12 + R2  IR22 + R3  IR32 + R4  IR42

Pi = 1k(4,56  10-3)2 + 2k2(4,56  10-3)2 + 560(4,56  10-3)2 + 1k5(4,56  10-3)2=

Logo, PE  PReq  Pi

2. Associação Paralela

Neste tipo de associação os resistores estão ligados de forma que a tensão total E aplicada ao circuito seja a mesma em todos os
resistores, e a corrente total do circuito se subdivida entre eles de forma inversamente proporcional aos seus valores.

Pela Lei de Kirchhoff para Correntes, a soma das correntes nos resistores é igual à corrente total I fornecida pela fonte:

Figura 33 - Associação paralela de resistores.

I = I1 + I2 +  + In

22
MTC – Manual Técnico CECON

Substituindo as correntes nos resistores pela Lei de Ohm (I = E/R), tem-se:

E E E 1 1 1 
I    I  E     

R1 R 2 Rn  R1 R 2 Rn 
Dividindo a corrente I pela tensão E, chega-se a:

I 1 1 1
  
E R1 R2 Rn
Chama-se de condutância o inverso da resistência:
1
G 
R
O resultado I/E corresponde à condutância equivalente da associação paralela. Invertendo esse valor, obtém-se, portanto, a
resistência equivalente REQ que a fonte de alimentação entende como sendo a sua carga.

Isso significa que, se todos os resistores dessa associação forem substituídos por uma única resistência de valor Req, a fonte de
alimentação E fornecerá a mesma corrente ao circuito.

1 1 1 1
  
R eq R1 R2 Rn
Casos particulares:

1 - Se os n resistores da associação paralela forem todos iguais a R, a resistência equivalente pode ser
calculada por:
R
R eq 
n
2 – No caso específico de dois resistores ligados em paralelo, a resistência equivalente pode ser calculada por uma equação
mais simples:

1 1 1 R1  R 2
   R eq 
R eq R1 R 2 R1  R 2
Observação: Em textos sobre circuitos elétricos, é comum representar dois resistores em paralelos por: R1//R2.

Exemplo:

1) Considerando o circuito da figura abaixo, formado por três resistores ligados em paralelo, determine:

a) A resistência equivalente do circuito paralelo.

1 1 1 1 1 1 1 1
        R eq  659,72
R eq R1 R 2 R n R Eq 3k 3 1k 4k 7

b) A corrente I fornecida pela fonte E ao circuito.


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E 12
I    0,01819  18,19mA
R eq 659,72

c) A corrente que passa por cada resistor:

E 12
I R1    0,00364  3,64mA
R1 3k 3

E 12
I R2    0,012  12mA
R 2 1k

E 12
I R3    0,00255  2,55mA
R3 4k 7
1) Verifique pela Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC) se os resultados do item 1c estão corretos.

LKT: A soma algébrica das correntes que chegam a um nó é igual à soma das correntes que saem desse nó, logo:

I = I1 + I2 + I3

12 12 12
I    3,6  10 3  12  10 3  2,5  10 3  I = 18,1mA
3k 3 1k 4k 7

1) Mostre que: PE = P1 + P2 + P3 = PREQ

PE = E  I = 12  18,19  10-3 = 218,28 mW

PREQ= Req  I2 = 659,72  (18,19  10-3)2 = 218,28 mW

Pi  P1  P2  P3
Logo, PE  PREQ  Pi

Associação mista: Este tipo de associação é formado por resistores ligados em série e em paralelo, não existindo uma equação
geral para a resistência equivalente, pois ela depende da configuração do circuito. Assim, o cálculo deve ser feito por etapas,
conforme as ligações entre os resistores.

Exemplo:

Considerando o circuito da figura abaixo, formado por diversos resistores ligados em série e em paralelo, resolva os itens
seguintes:

1) Determine RA = R6 // R7:
2) Determine RB = R4 + R5 + RA:
3) Determine RC = R3 // RB:
4) Determine RD = R2 + RC:
5) Determine Req = R1 // RD:

24
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UNIDADE VI
DIVISORES DE TENSÃO E DE CORRENTE

Na associação série de resistores, vimos que a tensão da fonte de alimentação se subdivide entre os resistores, formando um
divisor de tensão.

Podemos deduzir uma equação geral para calcular a tensão Vi no resistor Ri é dada por:

Vi = Ri  I (I)

Mas a corrente I que passa pelos resistores em série vale:

E
I 
R eq (II)

Substituindo a equação (II) na equação (I), obtém-se a equação geral do divisor de tensão:

No caso de um divisor de tensão formado por dois resistores, conforme a figura 34, as expressões de V1 e V2 são:

Figura 34 - Circuito divisor de tensão.

R1 R2
V1  E V2  E
R1  R 2 e
R1  R 2

Em uma associação paralela de resistores, vimos que a corrente fornecida pela fonte de alimentação se subdivide entre os
resistores, formando um divisor de corrente.

Figura 35 – Circuito divisor de corrente.

Podemos deduzir uma equação geral para calcular a corrente Ii num determinado resistor Ri da associação em função da corrente
total I ou da tensão E aplicada. Como os resistores estão em paralelo, a tensão E da fonte de alimentação é aplicada diretamente
em cada resistor. Assim, a equação geral do divisor de corrente em função de E é:

E
Ii 
Ri (I)
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Mas a tensão E aplicada à associação paralela vale:

E  Req  I (II)

Substituindo a equação (II) na equação (I), obtém-se a equação geral do divisor de corrente em função de I:

R eq
Ii  .I
Ri
No caso de um divisor de corrente formado por dois resistores, podem-se deduzir facilmente as equações de I1 e I2, que ficam
como segue:

Figura 36 – Circuito divisor de corrente formado por 2 resistores.

R2 R1
I1  I I2  I
R1  R 2 e
R1  R 2

26
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UNIDADE VII
PONTE DE WHEATSTONE

A Ponte de Wheatstone é um circuito muito utilizado em instrumentação eletrônica, pois por meio dela é possível medir diversas
grandezas físicas como temperatura, força, pressão, etc. Para isto, basta utilizar um transdutor que converta as grandezas a
serem medidas em resistência elétrica.

O circuito que compõe a ponte é composto por resistores arranjados de tal forma, a obter-se em um determinado ramo uma
corrente nula, ou seja, o equilíbrio da ponte.

O desequilíbrio da ponte causa um fluxo de corrente e por conseqüência uma diferença de potencial que representa uma
grandeza física.

O circuito básico da Ponte de Wheatstone é mostrado na figura 37. Ele é formado por dois divisores de tensão ligados em
paralelo. Na ponte o interesse recai sobre a tensão VAB entre as extremidades que não estão ligadas à fonte de alimentação.

Figura 37 - Ponte de Wheatstone.

Para equacionar a Ponte, podemos dividi-la em duas partes, cada uma formando um divisor de tensão, conforme é mostrado na
figura 38. As tensões VA e VB de cada ponte são dadas por:

R2 R4
VA  .E VB  .E
R1  R 2 e R3  R4

Figura 38 - Ponte de Wheaststone desmembrada.

Quando VAB = VA – VB = 0, dizemos que a ponte encontra-se em equilíbrio. Para que VAB seja nulo, é necessário que VA = VB, ou
seja:
R2 R4
E   E  R 2  R 3  R 4   R 4  (R1  R 2 ) 
R1  R 2 R3  R4

R 2  R 3  R 2  R 4  R1  R 4  R 2  R 4 

R 2 .R 3  R1  R 4

Logo, a condição de equilíbrio da ponte é dada pela igualdade entre os produtos das suas resistências opostas.
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UNIDADE VIII
TEOREMA THEVENIN

O teorema de Thevenin consiste num método usado para transformar um circuito complexo num circuito simples equivalente. Esse
teorema afirma que qualquer rede linear de fontes de tensão e resistências, se considerarmos dois pontos quaisquer da rede,
pode ser substituída por uma resistência equivalente RTh em série com uma fonte equivalente VTh. A figura 39a mostra a rede
linear original com os terminais a e b; a figura 39b mostra o equivalente Thevenin RTh e VTh, que pode ser substituído na rede
linear nos terminais a e b. A polaridade de VTh é escolhida de modo a produzir uma corrente de a para b no mesmo sentido que na
rede original. RTh é a resistência Thevenin vista através dos terminais a e b da rede com cada fonte de tensão interna curto-
circuitada (se existirem fontes de correntes, estas são consideradas como circuitos abertos). V Th é a tensão Thevenin que
apareceria através dos terminais a e b com as fontes de tensão (e/ou corrente) no lugar e sem nenhuma carga ligada através de a
e b.

Figura 39 - Equivalente Thevenin.

Exemplo: Calcule o equivalente Thevenin visto dos terminais a e b do circuito da figura 40.

Figura 40 - Circuito linear.

Solução: Para o cálculo de RTh devemos curto-circuitar a fonte de tensão e calcular o resistência equivalente vista dos terminais a
e b.

Figura 41 - Cálculo de RTh.

A tensão equivalente Thevenin é a tensão vista a partir dos terminais a e b. Portanto;

10k
VT h  10   8,7V
10k  1k 5
Figura 42 - Circuito linear e seu equivalente Thevenin.

28
MTC – Manual Técnico CECON

UNIDADE IX
TEOREMA NORTON

O teorema Norton é usado para simplificar uma rede em termos de corrente em vez de tensão. Para a análise de correntes, este
teorema pode ser usado para reduzir uma rede a um circuito simples em paralelo com uma fonte de corrente, que fornece uma
corrente de linha total que pode ser subdividida em ramos paralelos.

O teorema de Norton afirma que qualquer rede ligada aos terminais a e b da figura 43a pode ser substituída por uma única fonte
de corrente IN em paralelo com uma única resistência RN, figura 43b. IN é igual a corrente de curto-circuito através dos terminais ab
(a corrente que a rede produziria através de a e b com um curto-circuito entre esses dois terminais). RN é a resistência nos
terminais a e b, olhando por trás, a partir dos terminais abertos ab. O valor desse resistor único é o mesmo para os dois circuitos
equivalentes: Norton e Thevenin.

Figura 43 - Equivalente Norton.

Exemplo: Calcule o equivalente Norton visto dos terminais a e b do circuito da figura 44.

O primeiro passo para a solução do problema é fazer um curto-circuito entre os terminais a e b e após calcular a corrente que
passa por esse curto. Observe pela figura que a resistência R2 foi curto-circuitada.

Figura 44 - Curto-circuito entre os terminais a e b.

O circuito fica reduzido a uma fonte de tensão e um resistor. Logo, a corrente I N é dada por:

10V
IN   I N  6,67mA
1k 5

A resistência RN é calculada da mesma forma que no teorema Thevenin, logo:

Figura 45 - Cálculo de RN.


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O equivalente Norton é apresentado na figura 46.

Figura 46 - Circuito linear e seu equivalente Norton.

Exercício: Acrescente uma carga de 4k7 entre os terminas a e b do circuito do equivalente Thevenin (figura 42) e calcule a
corrente IL que passa pela carga. Repita o exercício para o circuito do equivalente Norton (figura 47).

Figura 47 - Equivalente Thevenin. Figura 48 - Equivalente Norton.

Observando os resultados do exercício acima (mesma corrente IL em ambos os casos), concluímos que o circuito equivalente
Thevenin corresponde ao circuito equivalente Norton. Logo, uma fonte de tensão qualquer com uma resistência em série pode ser
transformada em uma fonte de corrente equivalente com a mesma resistência em paralelo e vice-versa, como mostra a figura 50.

Figura 49 - Circuitos equivalentes.

Para transformar um circuito formado por uma fonte de tensão em série com uma resistência em um circuito equivalente com uma
fonte de corrente em paralelo com uma resistência, devemos dividir a fonte de tensão pela resistência. O inverso é conseguido
multiplicando-se a fonte de corrente pela resistência, conforme mostra a figura 75.

Figura 50 - Transformação de circuitos equivalentes.

30
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UNIDADE X

TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO

O teorema da superposição afirma que, numa rede com duas ou mais fontes, a corrente ou a tensão para qualquer componente é
a soma algébrica dos efeitos produzidos por cada fonte atuando independentemente. A fim de se usar uma fonte de cada vez,
todas as outras fontes são retiradas do circuito. Ao se retirar uma fonte de tensão, faz-se no seu lugar um curto-circuito. Quando
se retira uma fonte de corrente, ela é substituída por um circuito aberto.

Figura 51 - Para eliminar o efeito causado num circuito por uma fonte de tensão,
ela deve ser substituída por um curto-circuito.

Figura 52 - Para eliminar o efeito causado num circuito por uma fonte de corrente,
ela deve ser substituída por um curto aberto.

Exemplo 1: No circuito da figura 53, determine a corrente e a tensão no resistor RX:

Figura 53 - Circuito.

Solução: Primeiramente, eliminaremos o efeito causado pela fonte de tensão E2 por meio da sua substituição por um curto-
circuito e determinaremos a tensão VX1 e a corrente IX1 em RX

Figura 54 - Fonte de tensão E2 curto-circuitada.


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Em seguida, eliminaremos o efeito causado pela fonte de tensão E 1 e determinaremos a tensão VX2 e a corrente IX2 em RX, por
efeito de E2.

Figura 55 - Fonte de tensão E1 curto-circuitada.

Finalmente, podemos calcular a tensão VX e a corrente IX pela soma algébrica dos efeitos de E1 e E2.

Exemplo 2: Calcule as correntes nos ramos I1, I2 e I3 do circuito da figura 56, através do teorema da superposição.

Figura 56 - Circuito.

Solução: Primeiramente calculamos o valor da corrente I1, E1, I2, E1 e I3, E1, produzidas pela fonte somente pela fonte E1.

Figura 57 - Fonte de tensão E2 curto-circuitada.

Para calcular as correntes, primeiramente calculamos a tensão no ponto a.

Va  E1 
R2 // R3   3
0,5  1V

R1  R2 // R 3  1  0,5
Cálculo das correntes:
Va 1
I 3, E1    I 3, E1  1A
R3 1

Va 1
I 2,E1    I 2,E1  1A
R2 1
Observação: O sinal negativo é usado para mostrar que I2, E1 na verdade sai do ponto a e não entra no ponto a como foi
convencionado.

32
MTC – Manual Técnico CECON

I1, E1   I 2, E1  I 3, E1  (1)  1 
I1, E1  2A
Após, eliminamos a fonte E1 e calculamos as correntes I1, E2, I2, E2 e I3, E2 produzidas somente pela fonte E2.

Figura 58 - Fonte de tensão E1 curto-circuitada.

Cálculo de VA:
R1 //R 3  0,5
Va  E 2   4,5   1,5V

R 2  R1 //R 3  1  0,5
Cálculo das correntes produzidas somente fonte E2:

Va 1,5
I 1,E 2    I 1,E 2  1,5A
R1 1

Va 1,5
I 3,E 2    I 3,E 2  1,5A
R2 1

I 2, E 2   I 1, E 2  I 3, E 2  (1,5)  1,5
 I 2, E 2  3A
Para encontrar os valores das correntes I1, I2 e I3 produzidas pelas duas fontes, devemos somar as correntes individuais.

I1 = I1, E1 + I1, E2 = 2 + (-1,5)  I1 = 0,5A


I2 = I2, E1 + I2, E2 = -1 + 3  I2 = 2A
I3 = I3, E1 + I3, E2 = 1 + 1,5  I3 = 2,5ª

ANOTAÇÕES ESPECIAIS:

________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________
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UNIDADE XI
DISPOSITIVOS REATIVOS - CAPACITOR
Um dispositivo resistivo como, por exemplo, o resistor, é aquele que resiste à passagem de corrente, mantendo o seu valor
ôhmico constante tanto para a corrente contínua como para a corrente alternada.

Já, o dispositivo reativo, reage às variações de corrente, sendo que seu valor ôhmico muda conforme a velocidade da variação da
corrente nele aplicada.

Essa reação às variações de corrente é denominada reatância capacitiva XC (), no caso do capacitor e reatância indutiva XL (),
para o caso de um indutor.

1. Representação de Grandeza Elétrica Variantes no Tempo

Uma nomenclatura geralmente utilizada em eletricidade e eletrônica, para grandezas elétricas, como por exemplo: tensão,
corrente e potência, quando analisadas em corrente contínua, são representadas por letras maiúsculas, respectivamente, V, I e P.
Porém, quando tais grandezas variam no tempo, suas representações são feitas com letras minúsculas, a saber: tensão = v ou
v(t); corrente = i ou i(t); potência = p ou p(t).

2. Capacitor e Conceito de Capacitância

Um dispositivo muito usado em circuitos elétricos é denominado capacitor. Este dispositivo é destinado a armazenar cargas
elétricas e é constituído por dois condutores separados por um isolante: os condutores são chamados armaduras (ou placas) do
capacitor e o isolante é o dielétrico do capacitor. O dielétrico pode ser um isolante qualquer como o vidro, a parafina, o papel e
muitas vezes o próprio ar. O isolante dificulta a passagem das cargas de uma placa à outra, o que descarregaria o capacitor.
Dessa forma, para uma mesma diferença de potencial, o capacitor pode armazenar uma quantidade maior de carga.

Considere o circuito da figura 59. Quando aplicamos uma diferença de potencial entre as placas que formam um capacitor,
causamos um fluxo de elétrons representado pela corrente I. A placa positiva (+) do capacitor começa a ceder elétrons para o pólo
positivo da fonte, carregando-se positivamente, simultaneamente a placa negativa (-) começa a atrair elétrons do pólo negativo da
fonte, carregando-se negativamente. Uma vez que existe um material isolante entre as placas, não existe fluxo de elétrons entre
as placas, fazendo com que as cargas fiquem armazenadas nas placas.

Figura 59 - Capacitor armazenando cargas.

À medida que for aumentando a quantidade de cargas armazenadas nas placas, a diferença de potencial entre as placas também
aumenta, fazendo com que o fluxo de elétrons diminua. Esse fluxo de elétrons diminui progressivamente até o momento em que a
diferença de potencial sobre o capacitor se iguale à tensão da fonte (E = VC) fazendo com que o fluxo de elétrons cesse (I = 0).

Figura 60 - Circuito com capacitor.

A quantidade de cargas armazenadas entre as placas de um capacitor é diretamente proporcional à diferença de potencial
aplicado nas placas. O quociente entre carga (Q) e diferença de potencial (E) é então uma constante para um determinado
capacitor e recebe o nome de capacitância (C).

Matematicamente a capacitância é dada por:

34
MTC – Manual Técnico CECON

Q
C  Q = E.C
E
onde, C = capacitância, Faraday [F]
Q = carga elétrica, Coulumb [C]
E = tensão elétrica, volt [V]

As simbologias mais utilizadas para representar um capacitor em circuitos elétricos são apresentadas na figura 64.

Figura 61 - Simbologia para capacitores.


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UNIDADE XII
INDUTOR

Um fio condutor ao ser percorrido por uma corrente elétrica, cria ao redor de si um campo magnético.

Para potencializar o efeito do campo, o fio condutor é enrolado, em formas de espiras, ao redor de um núcleo, constituindo o
componente chamado de indutor.

Lei de Lenz: A corrente elétrica induzida tem um sentido tal que cria outro campo magnético que se opõe à variação do campo
magnético que a produziu.

A indutância [L] é o parâmetro que relaciona esse efeito do campo magnético com a corrente que a produziu e sua unidade é o
Henry [H].

Figura 62 - Indutor.

Os núcleos de um indutor são compostos, geralmente, por ar, ferro, ferrite, etc. No interior desses núcleos, as linhas de campo de
somam, criando uma concentração do fluxo magnético. Os núcleos de ferro e ferrite têm como objetivo reduzir a dispersão das
linhas de campo, pois esses materiais apresentam baixa resistência à passagem do fluxo magnético.

Pelo sentido das linhas de campo, o indutor fica polarizado magneticamente, isto é, cria um pólo norte por onde sai o fluxo
magnético e um pólo sul por onde entra o fluxo magnético, comportando-se como um imã artificial, denominado eletroímã.

36
MTC – Manual Técnico CECON

UNIDADE XIII

PRINCÍPIOS DA CORRENTE ALTERNADA

Vimos que a tensão (VDC) é aquela que não muda sua polaridade com o tempo. Essa tensão pode ser contínua constante ou
contínua variável. Uma tensão continua constante é aquela que mantém o seu valor em função do tempo, enquanto a tensão
contínua variável varia seu valor, mas sem mudar a sua polaridade.

A tensão contínua variável pode ser repetitiva ou periódica, ou seja, repetir um ciclo com as mesmas características em cada
intervalo de tempo. Para toda função periódica em um intervalo de tempo, é definido período (T) como sendo o tempo de duração
de um ciclo completo, e freqüência (f) como sendo o número de ciclos em um intervalo de tempo igual a 1 segundo. A unidade do
período é dada em segundos [s] e a de freqüência em Hertz [Hz]. Como temos 1 ciclo completo da função em um tempo igual a 1
período [T] e f ciclos em 1 segundo, podemos estabelecer uma regra de três e obter a relação:

1 1 1

 f ou T
T f
Para uma tensão com características periódicas existe a necessidade de estabelecer um valor que indique a componente DC da
forma da onda. Esse valor é denominado valor DC ou valor médio e representa a relação entre a área resultante da figura, em um
intervalo de tempo igual a um período e o próprio período. O valor DC é medido por um voltímetro nas escalas VDC.

1. Geração da Corrente Alternada

A tensão alternada (VCA) é aquela que muda de polaridade periodicamente com o tempo. Uma tensão V CA pode ser produzida por
um gerador, chamado de alternador. No gerador, simplificado, que aparece na figura 63, a espira condutora gira através do campo
magnético e intercepta linhas de força para gerar uma tensão V CA induzida através dos seus terminais. Uma rotação completa da
espira é chamada de ciclo.

Figura 63 - Uma espira girando num


campo magnético produz uma tensão CA.

Analise a posição da espira em cada quarto de volta durante um ciclo completo, figura 64. Na posição A, a espira gira
paralelamente ao fluxo magnética, conseqüentemente, não intercepta nenhuma linha de força. A tensão induzida é igual a zero.
Na posição B, a espira intercepta o campo num ângulo de 90º, produzindo uma tensão máxima. Quando ela atinge C, o condutor
está se deslocando novamente paralelamente ao campo e novamente não intercepta o fluxo. Em D, a espira intercepta o fluxo
novamente gerando uma tensão máxima, mas aqui o fluxo é interceptado no sentido oposto (da esquerda para direita) ao de B (da
direita para a esquerda). Assim, a polaridade em D é negativa. A espira gira mais um quarto de volta e retornando à posição A,
ponto de partida do ciclo. O ciclo de valores de tensão se repete nas posições A’B’C’D’A’’ à medida que a espira continua a girar.
Um ciclo inclui as variações entre dois pontos sucessivos que apresentam o mesmo valor e varia no mesmo sentido.
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Por exemplo, 1 ciclo pode ser evidenciado também entre os pontos B e B’ da figura 64.

Figura 64 - Dois ciclos de tensão alternada gerados pela rotação de um espira.

2. Medição Angular

Pelo fato de os ciclos de tensão corresponder à rotação da espira em torno de um circulo, os trechos desse círculo são expressos
em ângulos. Um círculo completo tem 360º ou o equivalente em radianos a 2 rad. Matematicamente:
360º
360º  2π rad  1rad 

180º
 1rad 
π
Onda senoidal

A tensão alternada que nos é fornecida, através da rede elétrica, é por questões de geração e distribuição senoidal, ou seja,
obedece a uma função do tipo:

v(t) = vP.sen(t + )

onde: v(t) é o valor instantâneo da tensão.

vp é o máximo valor que a tensão pode atingir, também denominada de amplitude ou tensão de pico.

 é a velocidade angular (   2f ou ω ).
T
t é um instante qualquer.

 é o ângulo de defasagem inicial.

A unidade de tensão é expressa em volts [V], a da velocidade angular em radianos por segundo [rad/s], a de tempo em segundos
[s] e a de ângulo de defasagem em radianos [rad]. Para exemplificar, a figura 65 mostra uma tensão.

Nota-se, através da função, que a tensão de pico (v p) é igual a 20V, a velocidade angular () é 500 rad/s e o ângulo de
defasagem inicial é -3/4 rad ou 135º. O período dessa função é igual a 4ms e a freqüência igual a 250Hz.

Além do valor de pico (vP), temos o valor pico-a-pico (vPP) que é igual à variação máxima entre o ciclo positivo e o ciclo negativo, e
o valor eficaz (vEF) ou RMS (vRMS), que corresponde ao valor de uma tensão alternada que, se fosse aplicada a uma resistência,

38
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dissiparia uma potência média, em watts, de mesmo valor numérico de uma tensão contínua aplicada à mesma resistência. Para a
tensão alternada senoidal, o valor eficaz é calculado através da expressão matemática:

vp
v ef 
2
No gráfico da figura 65, temos que:

Vp  20V, Vpp  40V e


20
Vef   14,14V
2
O valor eficaz de um sinal alternado é, em termos de amplitude, o mais importante do ponto de vista prático, pois a tensão e a
corrente eficazes podem ser medidas diretamente, respectivamente, pelos voltímetros e amperímetros CA.

Figura 65 - Tensão alternada co-senoidal.


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UNIDADE XIV
FASORES

Na comparação de ângulos de fase ou simplesmente fases de correntes e tensões alternadas, é conveniente a utilização de
diagrama de fasores correspondentes às formas de onda da tensão e da corrente. Um fasor é um segmento linear orientado que
gira no sentido anti-horário com velocidade angular constante  (rad/s) e que produz uma projeção horizontal que é uma função
co-seno, como mostra a figura 66. Os termos fasor e vetor são utilizados para representar quantidades que possuem um sentido.
Entretanto, o fasor varia com o tempo, enquanto o vetor tem um sentido no espaço. O comprimento da seta que representa o fasor
num diagrama indica o módulo da tensão alternada (amplitude da curva co-seno), e o ângulo entre as duas posições do fasor é a
diferença de fase entre as duas curvas co-seno. Os fasores são definidos a partir da função co-seno.

Figura 66 - Representação por fasor.

Quando se deseja representar sinais por meio de fasores, primeiramente escolhe-se uma forma de onda como referência e então
comparasse as demais ondas através do ângulo entre as setas que representam os fasores. No exemplo da figura 67 o fasor VA
representa a onda de tensão A com um ângulo de fase de 0º, figura 67a. O fasor VB é vertical para mostrar o ângulo de fase de
90º com relação ao fasor VA, que serve como referência. Como os ângulos de avanço de fase então representados no sentido
anti-horário a partir do fasor de referência, VB está adiantado de VA de 90º conforme mostra a figura 67a .

Geralmente, o fasor de referência é horizontal, correspondendo a 0º. Porém, nada impede que possamos utilizar outra referência.
Se VB fosse representado como a referência, conforme mostra a figura 67b, VA teria que estar a 90º horários, a fim de ter o mesmo
ângulo de fase. Neste caso, VA está atrasada com relação à VB de 90º. Não há nenhuma diferença fundamental no fato de VB
estar adiantada de VA de 90º ou de VA estar atrás de VB de 90º.

Figura 67 - (a) VB está adiante de VA de 90º


(b) VA está atrasado com relação a VB de 90º.

Quando duas ondas então em fase, o ângulo de fase é zero. As amplitudes se somam. Quando as duas ondas estão exatamente
fora de fase (ou oposição de fase) o ângulo de fase é de 180º. Suas amplitudes são opostas e a resultante é a diferença entre os
seus módulos. Para valores iguais as fases se cancelam. Quando o eixo horizontal é identificado como o eixo real do plano
complexo os fasores tornam-se números complexos.
1. Relações de Fase

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Um sinal senoidal (tensão ou corrente) não precisa ter, necessariamente, amplitude máxima no instante t = 0s. Isso significa que
ele pode iniciar o seu ciclo adiantado ou atrasado de um intervalo de tempo t ou de uma fase inicial .
]
Se o sinal está adiantado, a fase inicial  é positiva na expressão do valor instantâneo e no respectivo diagrama fasorial, conforme
mostra a figura 68.

Figura 68 - Sinal co-senoidal adiantado e sua representação fasorial.

Se o sinal está atrasado, a fase inicial  é negativa na expressão do valor instantâneo e no respectivo diagrama fasorial, conforme
mostra a figura 124.

Figura 69 - Sinal co-senoidal atrasado e sua representação fasorial.

O ângulo de fase entre duas formas de onda de mesma frequência é a diferença angular num dado instante. Por exemplo, o
ângulo de fase entre as ondas B e A da figura 125 é de 90º. O eixo horizontal da figura 125 que mostra as formas de onda
representa as unidades de tempo em ângulos. A onda B começa com seu valor máximo e cai para zero em 90º, enquanto a onda
A começa em zero e cresce até o seu valor máximo em 90º. A onda B atinge o seu valor máximo 90º na frente da onda A; logo, a
onda B está adiantada relativamente à onda A de 90º. Este ângulo de fase de 90º entre as ondas B e A é mantido durante o ciclo
completo e todos os ciclos sucessivos. Em qualquer instante, a onda B passa pelo valor que a onda A terá 90º mais tarde. As duas
formas de onda são chamadas de senóides.

Figura 70 - A onda B está adiantada da onda A de um ângulo de fase de 90.


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UNIDADE XV
RESISTÊNCIA EM CIRCUITOS CA
Em um circuito CA, formado somente por resistências, as variações na corrente ocorrem em fase com a tensão aplicada. Isso
ocorre porque as resistências possuem apenas um comportamento ôhmico resistivo e não reativo, pois a sua resistência é uma
constante R independente da freqüência, conforme mostram as figuras abaixo.

Figura 711 - Resistor em corrente alternada.

1. Circuitos CA com Capacitância Pura

Caso a tensão aplicada no capacitor seja senoidal, a corrente no circuito também será senoidal e defasada de 90° em relação à
tensão. No caso, a tensão estará 90° atrasada em relação à corrente.

Não há passagem de corrente (cargas) pelo capacitor, mas estas circulam pelo circuito, de forma que um amperímetro CA
colocado no circuito indicará uma corrente.

Um capacitor em circuito CA oferece uma oposição à passagem da corrente, sendo esta oposição medida pela reatância do
capacitor (XC).

A reatância do capacitor depende da capacitância (C) e da freqüência do gerador, sendo dada por:

1
XC 
2πf C
Sendo:
C em Farads (F)
F em Hertz (Hz)
XC em Ohms (Ω)

Figura 72 - Comportamento do capacitor em CA.

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A reatância capacitiva XC é a oposição à passagem da corrente elétrica alternada (CA) devido à capacitância no circuito e a sua
unidade é o ohm [].
2. Circuito RC série em corrente alternada

Figura 723 – Circuito RC série e sua impedância.,

No circuito da figura 73, a tensão aplicada VG é a soma vetorial da tensão no resistor VR, a qual está em fase com a corrente, com
a tensão no capacitor VC.

Figura 73 - Circuito RC série.

3. Análise de impedância de um circuito RC série

A impedância (Ż) de um circuito RC série é dada pela adição dos fasores R e XC figura 73b. O valor da impedância Ż pode ser
encontrado através da soma vetorial de R e de XC, ou seja:

O módulo de Ż é: Z  R2  XC2

Atenção: A reatância capacitiva está atrasada de 90º.

4. Análise de tensão e corrente de um circuito RC série

Pela Lei de Kirchhoff das Tensões, sabemos que VG = VR + VC. Como os fasores formam um triângulo
retângulo, podemos encontrar o módulo e a fase através das expressões:

Módulos de igual a :
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Figura 75 - Triângulo dos fasores de tensão.

5. Circuito RL série em corrente alternada

Comportamento do indutor ideal em ca e reatância indutiva

Aplicando o mesmo raciocínio matemático, que foi aplicado no capacitor, ao indutor, chegamos às seguintes conclusões:

No indutor, como mostra a figura 76, a corrente está 90º atrasada em relação à tensão ou a tensão está 90º adiantada em relação
à corrente.

Figura 76 - Comportamento do indutor em CA.

A impedância do indutor ideal também é uma reatância pura. Um indutor, quando é percorrido por uma corrente elétrica alternada,
oferece oposição à passagem desta corrente, imposta por um campo magnético, denominada reatância indutiva XL. A unidade da
reatância indutiva é o ohm [].

Temos que: XL  2  π  f  L
onde: XL = Reatância indutiva, em []
L = Indutância, em [H]
f = freqüência, em [Hz]

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6. Circuitos RL

Análise de impedância de um circuito RL série

Para as análises seguintes de circuitos RL e RC, R será considerado como uma impedância resistiva pura e XL e XC como
impedâncias reativas puras.

Quando um indutor L está em série com uma resistência R, como mostra o circuito da figura 77a, a corrente I é limitada tanto por
R como por XL. Por isso, a impedância (Z) do circuito é dada pela adição dos fasores R e XL (figura 77b).

Figura 77 - Circuito RL série e sua impedância.

O valor da impedância Ż pode ser encontrada através da soma vetorial de R e de XL, ou seja:

O módulo de é Z dado por: Z  R2  XL 2

7. Análise de tensão e corrente de um circuito RL série

No circuito da figura 79 o valor da corrente I é o mesmo em XL e em R, uma vez que os dois elementos estão em série. Pela Lei
de Ohm, sabemos que a queda de tensão em R deve ser , e a queda de tensão em XL deve ser .
Como estudamos anteriormente, a corrente I através de XL deve estar 90º atrasada em relação à , pois este é o ângulo de fase
entre a corrente através da indutância e a sua tensão auto-induzida, figura 79b. A corrente İ através de R e a sua queda de tensão
estão em fase, portanto o ângulo de fase é 0º.

Figura 76 - Circuito RL série e seu diagrama fasorial.

Pela Lei de Kirchhoff das Tensões, sabemos que . Porém, devem-se tomar alguns cuidados, pois agora
estamos tratando com valores que podem diferenciar em módulo e/ou em fase. Neste caso, temos que realizar uma soma fasorial.

Para associar duas formas de onda fora de fase, somamos seus fasores equivalentes através da regra do paralelogramo. O
método consiste em se acrescentar à extremidade de um fasor à ponta da seta do outro, utilizando o ângulo para indicar a sua
fase relativa. A soma dos fasores produz um fasor resultante que parte da base de um fasor e vai até a extremidade da seta do
outro, como mostra a figura.
.
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Figura 74 - Triângulo de impedâncias para o circuito RL série.

Como o ângulo entre as duas tensões é de 90º, temos:

Módulos de igual a:

8. Análise de tensão e corrente de um circuito RC paralelo

Em um circuito RC paralelo, como mostra à figura 81a, a mesma tensão é aplicado em R e em XC. Neste caso, não há
diferença de fase entre as tensões. Portanto, a tensão será utilizada como referência.

Pela Lei de Kirchhoff sabemos que: I = IR + IC, logo:

Figura 75 - Circuito RC paralelo.

Análise de impedância de um circuito RC paralelo

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A impedância total Ż de um circuito RC paralelo pode ser obtida pela fórmula geral de impedâncias em paralelo. Assim, para o
circuito da figura 87 temos:

Figura 76 - Circuito RC paralelo.

Atenção! A impedância total do circuito também


pode ser calculada através da primeira Lei de Ohm:

9. Análise de impedância de um circuito RL paralelo

A impedância total Ż de um circuito RL paralelo pode ser obtida pela fórmula geral de impedâncias em paralelo. Assim, para o
circuito da figura 88 temos:

Figura 77 – Circuito RL paralelo e sua impedância equivalente.

Atenção: A impedância total de um circuito RL paralelo não é igual à do circuito RL série porque a resistência e a reatância
indutiva se combinam para apresentar uma condição de carga diferente com relação à fonte de tensão.

A impedância total do circuito também pode ser obtida pela primeira Lei de Ohm.

Em um circuito RL paralelo, como mostra a figura 89, a mesma tensão é aplicada em R e em XL. Neste caso não há diferença
de fase entre as tensões. Portanto, a tensão será utilizada como referência.
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Pela Lei de Ohm, sabe-se que a corrente sobre o resistor R deve ser e esta deve estar em fase com a tensão .A

corrente sobre o indutor deve ser atrasada de 90º em relação a . E o fasor soma de IR e IL é igual à corrente total I,
figura 144c.

Como a defasagem é de exatos 90º, podemos utilizar o Teorema de Pitágoras para encontrar o módulo e a fase a corrente total I.

Módulo:

Atenção: O vetor İL está apontando para baixo, por isso deve ter sinal negativo.

Figura 78 - Circuito RL paralelo e seu diagrama de fasores.

10. Circuitos RLC

Circuito RLC Série

Figura 79 - Circuito RLC série.

A queda de tensão na resistência está em fase com a corrente que passa pela resistência. A tensão através da indutância está
adiante da corrente que passa pela indutância de 90º e a tensão no capacitor está atrasada relativamente à corrente que passa
pela capacitância de 90º. Como V e V  estão exatamente em fase 180º fora de fase age em sentidos opostos e se somam
L C
algebricamente podendo gerar 3 situações distintas:

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Circuito Indutivo Circuito Capacitivo Circuito Resistivo

VL > VC VC > V L VC = VL (ressonância)


XL > XC XC > X L XC = XL (ressonância)

Observe que, na ressonância em série, a impedância do circuito é igual à resistência do circuito. Este é o valor mínimo da
impedância para o circuito. Portanto, na ressonância passará a maior corrente possível.

A tensão total deve ser igual à soma fasorial de todas as tensões, logo:

O módulo de é:

A impedância Z do circuito:

O módulo de Ż é:

Circuito RLC Paralelo

Figura 80 - Circuito RLC paralelo.

Utilizando a tensão como referência. A corrente total İ é o fasor soma de İR, İL e İC. A corrente na indutância İL segue 90º atrás
 . A corrente no capacitor İC está 90º adiante da tensão
da tensão V . IL e IC estão exatamente 180º fora de fase e agem,
portanto, em sentidos opostos gerando 3 situações distintas:

A Circuito Indutivo Circuito Capacitivo Circuito Resistivo

IL > IC IC > IL IC = IL (ressonância)


XC > XL XL > XC XC = XL (ressonância)

corrente total İ deve ser igual a soma fasorial de todas as correntes, logo:

I = IR + IL + IC O módulo de I é:

11. Ressonância

Uma das características mais importantes dos circuitos RLC é que é possível fazê-lo responder a uma única freqüência dada, com
maior eficácia. Ao funcionar nestas condições, diz-se que o circuito está em ressonância ou ressoa na freqüência de operação.
Um circuito RLC série ou paralelo trabalhando em ressonância apresenta certas propriedades que permitem que ele responda
seletivamente a certas freqüências rejeitando outras. Um circuito que funciona de modo a fornecer uma seletividade de freqüência
é chamado de circuito sintonizado. Os circuitos sintonizados são usados no “casamento” de impedâncias, em filtros de passagem
de faixa e em osciladores.
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Um circuito entra em ressonância quando a reatância capacitiva XC for igual à reatância indutiva XL, onde:
1
XL  2  π  f  L e XC 
2πf C

Portanto, na ressonância:

1
XL  XC 
2πf L 
2π f C

Tirando o valor de f,
1
f2 
2  π 2  L  C
1 0,159
 f  f0  
2   L  C L C
onde f0 = freqüência de ressonância, [Hz]
L = indutância, [H]
C = capacitância, [F]

Figura 81 - Ponto de ressonância nas curvas de XC e XL.

O gráfico da figura 90 mostra as curvas de XC e XL e o ponto onde elas se cruzam. Para qualquer produto LC, existe somente
uma freqüência de ressonância. A partir de uma freqüência f0 qualquer, pode-se calcular o valor de L ou C para formar um circuito
ressonante.

50

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