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Arton Filimão Langa


Augusto José Macombjana
Miguel Orlando Bata

Passagem de uma Partícula de um poço Finito e Infinito


Licenciatura em ensino de Fisica
30 Ano-Laboral

Universidade Pedagógica
Faculdade de Ciências Naturais e Matemática
Maputo
2018
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Arton Filimão Langa


Augusto José Macombjana
Miguel Orlando Bata

Passagem de uma Partícula de um poço Finito e Infinito


Licenciatura em ensino de Fisica
30 Ano-Laboral

Trabalho a ser entregue na


cadeira de Mecânica Quântica
para fins avaliativos sob
orientação do docente:
dr. Nádia Bruno

Universidade Pedagógica
Faculdade de Ciências Naturais e Matemática
Maputo
2018
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Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 4
1.1. Objectivos........................................................................................................................ 4
1.1.1. Gerais: .......................................................................................................................... 4
1.1.2. Específicos: .................................................................................................................. 4
2. Fundamentação Teórica ...................................................................................................... 5
2.1. Poço de potencial ............................................................................................................ 5
2.2. Passagem de uma partícula pelo Poço Potencial Finito .................................................. 6
2.3. Passagem de uma Partícula pelo Poço infinito.............................................................. 10
3. Conclusão .......................................................................................................................... 13
4. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 14
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1. Introdução
No presente trabalho iremos abordar assunto sobre os estados ligados, os quais correspondem
soluções da equação de Schrödinger: Essas soluções representam partículas que estão presas ou
confinadas a uma região do espaço, pela ação de um potencial atrativo, usualmente conhecido
como poço de potencial. Como usual, iniciaremos nosso estudo com um modelo de poço de
potencial que é bastante simplificado, mas que incorpora muitos aspectos qualitativos que são
comuns aos poços reais. Trata-se do poço de potencial finito, também conhecido como poço
quadrado, em uma dimensão e em seguida veremos o poço potencial infinito.

1.1. Objectivos
1.1.1. Gerais:

Descrever a passagem de uma partícula pelo poço finito e infinito

1.1.2. Específicos:
 Conceptualizar poço potencial genérico;
 Explicar a passagem de uma partícula pelo poço finito e infinito;
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2. Fundamentação Teórica
2.1. Poço de potencial
O poço de potencial representa a energia potencial em forma de poço envolvida num certo
sistema e pode ser qualificado como finito ou infinito. Um poço de potencial é a região em
torno de um mínimo local de energia potencial que, por sua vez, é a forma de energia que está
associada a um certo sistema, no qual ocorre interações entre diferentes corpos, e está
relacionada com a posição que determinado corpo ocupa.
Sob uma perspectiva quântica, o poço de potencial representa o confinamento quântico da
partícula em questão e pode provocar a quantização da energia da mesma, o que, classicamente,
não acontece.

Fig.1. Um poço de potencial genérico.

Quando a partícula está sujeita a um potencial tal que seu movimento classicamente é
confinado, ou seja, a sua energia é insuficiente para a partícula atingir os limites x , A MQ
prevê que a energia total da partícula será quantizada, ou seja, que sua energia total poderá
assumir apenas alguns valores discretos determinados.

A Equação de Schrödinger e a Quantização de Energia


a) Para uma partícula clássica confinada a uma região limitada do espaço, a teoria de
Schrödinger prevê que a energia total da partícula é quantizada;

b) Quando a partícula não estiver confinada em uma região limitada, a teoria prevê que a
sua energia total pode apresentar qualquer valor.
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2.2. Passagem de uma partícula pelo Poço Potencial Finito


Consideremos agora uma partícula aprisionada em um poço de potencial, com profundidade
finita V0
As equações do poço potencial finito são escrita matematicamente da seguinte maneira:
𝑎
𝑉0 , 𝑥 < −
2
𝑎 𝑎
𝑉(𝑥) = 𝑉0 , − < 𝑥 <
2 2
𝑎
{ 𝑉0 , 𝑥 >
2
Onde, V0 é uma constante positiva que define a profundidade do poço.
Dependendo do valor da energia, teremos dois casos fisicamente aceitáveis, como no caso da
barreira de potencial: 𝐸 >𝑉0 e 0 < 𝐸 < 𝑉0. Primeiro iremos estudar 𝐸 >𝑉0

Fig. 2. P. Finito

Para 𝐸 >𝑉0, é bastante parecido com o problema da barreira de potencial em que a energia é
maior que a altura da barreira. Neste caso, a solução para a função de onda na região interna
𝑎 𝑎
(− 2 < 𝑥 < 2), em que o potencial é nulo, será a mesma da partícula livre:

2𝑚 𝑎 𝑎
Com, 𝐾 2 = . No caso das regiões externas (− 2 < 𝑥 < 2 ), e a equação de Schrödinger tem
ℎ2
a forma:

Cuja solução é a equação de onda correspondente à de uma partícula livre com energia total (E-
V0).
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Com,
Consideremos o caso em que D = 0, que corresponde a uma onda incidente pela esquerda
sobre o poço de potencial.

Igualando-se os valores da função de onda e da sua derivada em x = a/2, obtemos:

De onde podemos determinar o quociente F/G:


Da mesma forma, em x = –a/2 teremos:

Que levam a

A partir das equações acima, permitem-nos calcular o quociente B/A e, a partir deste, o
coeficiente de reflexão R. De forma análoga, pode-se calcular C/A e o coeficiente de
transmissão T e obtém-se:

Escrevendo a Equação em termos de E e V0 temos:


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A partir das Equações acima podemos verificar que R + T = 1, como era de se esperar,
observamos também que o coeficiente de transmissão T é, em geral, menor do que 1, em
contradição com a situação clássica, em que a partícula é sempre transmitida., na região E> V0
dessa figura. Um ponto interessante para se chamar a atenção é que, mais uma vez, ocorrem
oscilações no coeficiente de transmissão e que T = 1 quando ka = np, ou seja, quando a espessura
do poço de potencial é igual a um múltiplo inteiro da metade do comprimento de onda para a
partícula dentro do poço, 𝜆= 2p/k.

Para E <V0
Neste caso, veremos as soluções correspondentes a estados ligados, ou seja, confinados na
região do poço.
A equação de Schrödinger nas regiões externas, (x <-a/2 e x> a/2) é dada por:

Que pode ser escrita na forma:

Onde,

De forma análoga a barreira potencial (energia menor que a altura da barreira).

As condições de que a função de onda deve ser finita quando x →–∞ e x →+∞ levam a B = 0
e a C = 0, respectivamente. Portanto teremos:

Na região interna, -a/2 < x < a/2, nada muda em relação ao caso E >V0, ou seja:

A partir das condições de continuidade de ψ(x) e da sua derivada nos pontos x = -a/2 e x = a/2,
determinamos as constantes A, D, F e G. A continuidade em x = a/2 leva às equações:
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Enquanto que a continuidade em x = -a/2 leva a

A partir da Equação acima, podemos calcular F e G comofunção de A:

Que, quando substituídas na Equação principal levam a uma expressão para a função de onda
𝜓(x) na região –a/2 < x < a/2:

Para uma determinação completa das soluções, nos restaria agora determinar os valores de k
ou, equivalentemente, os valores de energia E possíveis para a partícula dentro do poço.
Tanto no caso das soluções pares quanto no caso das soluções ímpares, as equações
transcendentes são satisfeitas por apenas um número finito de valores da energia E.
Dizemos que a energia está quantizada ou, ainda, que para essa região de energias (E < V0) o
espectro é discreto. Perceba como esta situação é distinta do caso E > V0, em que qualquer
energia é permitida (desde que seja maior que V0)

Fig.3 O poço de potencial e três valores possíveis da energia E


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2.3. Passagem de uma Partícula pelo Poço infinito

O segundo sistema a ser estudado é um que consiste de um electrão confinado entre duas placas
submetidas a um potencial negativo, V, em relação à terra. A forma da energia potencial sentida
pelo electrão se aproxima de um potencial quadrado e se observa que a medida que aumentamos
o potencial de repulsão das placas o potencial aumenta sua profundidade, por tanto é de se
esperar que num certo limite esse potencial fique infinitamente fundo.

Partículas sujeitas a esse tipo de potencial são denominadas de partículas na caixa ("particle in
the box"), nos estudaremos aqui alguns casos simples desse sistema, iniciando pelo caso
unidimensional. Matematicamente o potencial quadrado é descrito pela função
0, 0<𝑥<𝑎
𝑉(𝑥) = {
∞, 𝑥 ≤0e𝑥 ≥𝑎
Assim, dado esse potencial nosso objetivo é determinar quais são os valores de energia que
satisfazem a equação de Schrödinger. Consideremos para isso que a nossa partícula confinada
possui massa m, sendo assim a equação de Schrödinger independente do tempo, na região
onde V=0, assume a forma:

2𝑚
Introduzindo 𝐾 2 = Temos:
ℎ2

Esta é uma equação diferencial bem conhecida. Sua solução geral é:


Temos, adicionalmente, as condições de contorno:
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Para satisfazer basta tomar , pois o seno se anula automaticamente


em . Então, antes de usar a segunda condição de contorno, temos :
A segunda condição de contorno exige que,
Sabemos que o seno se anula em qualquer arco da forma , com inteiro qualquer. Logo,

devemos ter: ou seja, tem seus valores restritos aos da forma:


Onde acrescentamos um índice a para maior clareza. Em suma, as soluções
da equação de Schrödinger que satisfazem as condições de contorno são:
com

Note que é a condição de a função de onda se anula em que restringe os valores de


, e portanto os valores da energia , já que: Diferentemente do que

acontece na física clássica, a energia não varia continuamente: do valor passa-se, a seguir,
ao valor, e

Temos, um espectro discreto para a energia . Espectros discretos para a energia estão sempre
ligados ao fato de o sistema ser localizado, isto é, ter localização restrita a uma parte finita do
espaço. Sistemas que podem estar em toda a parte, como partículas livres, têm espectro
contínuo.
É útil normalizar as funções de onda: os postulados interpretativos ficam mais simples, quando
isto é feito. Para tanto, vamos exigir que:
Ou

Usando a relação

Obtemos:

Logo, e podemos escolher , já que a fase da função de onda é arbitrária.


Assim,

E o resultado fica:
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Este resultado exibe a ortogonalidade das funções de onda correspondentes a energia s


diferentes.
A função de onda completa para esses estados estacionários é então fica da seguinte maneira
Com

Estados não estacionários, na realidade estados quaisquer, podem ser obtidos


por combinações lineares desses.
Estados confinados não podem ter n = 0 pois isto, daria Ψ𝑛 (𝑥) = 0 (ausência de electrões
dentro do poço!). Portanto, para a partícula numa caixa, a energia do estado fundamental
acontece para n = 1, que é chamado chamada energia de ponto zero;
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3. Conclusão
Feito o trabalho o grupo conclui que para um poco potencial finito a partícula incidente em um
poço de potencial com E > V0 pode ser transmitida ou refletida, exatamente como no caso da
barreira de potencial. Os coeficientes de reflexão e transmissão apresentam oscilações com a
energia da partícula incidente.
Em particular, para alguns valores da energia incidente, a partícula é transmitida com
probabilidade de 100%, o que é conhecido como efeito Ramsauer. Já se 0 < E < V0, existem
soluções para a equação de Schrödinger para apenas alguns valores da energia (estados ligados).
Essas soluções podem ser pares ou ímpares, e quanto maior o número de nodos das funções de
onda, maior o valor da energia da partícula.
e o poço de potencial infinito apresenta estados ligados que, assim como no poço finito, também
podem ser pares ou ímpares. As funções de onda apresentam um número de nodos que, como
no caso do poço finito, aumenta com a energia da partícula.
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4. Referências Bibliográficas
LIMA, Carlos R. A, notas de aulas de física moderna, Edição de janeiro de 2009
NETO, Bernard G. EndersCrucamento de minibandas em estruturas periódicas
unidimensional, 1999. Disponível em:
https://www.google.co.mz/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://www.ebah.com.br/conte
nt/ABAAAgJs4AK/fisica-moderna-paul-a-tipler-cap-06-
07%3Fpart%3D10&ved=2ahUKEwioiazvpLveAhUyyYUKHfMjCN04ChAWMAR6BAgCE
AE&usg=AOvVaw08dj1UJHWbZi1smXaRzbFT

R. EINSBERG, R. RESNICK, física quântica. Campus.1994 disponivel em:


https://www.google.co.mz/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://sbfisica.org.br/rbef/pdf/v2
5_35.pdf&ved=2ahUKEwioiazvpLveAhUyyYUKHfMjCN04ChAWMAJ6BAgJEAE&usg=
AOvVaw1qAP7CWRrPXIzuU3S5OiQj

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