Física Moderna I

Aula 14
Marcelo G Munhoz
Edifício HEPIC, sala 202, ramal 916940
munhoz@if.usp.br

1
 Equação de Schroedinger
Independente do tempo
• Vamos encontrar a solução para a equação
de Schroedinger independente do tempo
2
d2
(x) + V (x) (x) = E (x)
2m dx 2

para diversas formas do potencial V(x)

• A forma mais simples para esse potencial é
quando V(x) = constante (cujo valor pode ser
zero), que corresponde a uma partícula livre

2
 Partícula livre
• Já vimos que a solução da equação de Schroedinger para
uma partícula livre é dada por
(x, t) = Aei(kx t)
= Aeikx · e i t
= Aeikx · e iEt/

que não permite uma normalização da densidade de

probabilidade pois isso exigiria que fosse possível fazer:
⇥ ⇥
P (x, t)dx = |A|2 dx = 1
⇥ ⇥
• Essa solução descreve uma partícula de energia e
momento bem definidos (valores de E e k), porém de
posição totalmente desconhecida, que é coerente com o
princípio da incerteza

3
 Partícula livre
• Esse problema pode ser resolvido criando-se
um pacote de ondas, dado por:
⇥
(x, t) = A(k) · ei(kx wt)
dk
⇥
que limita a extensão espacial da função de
onda as custas de uma indefinição no
momento, preservando a compatibilidade
com o princípio de incerteza

4
Partícula presa em uma “caixa”
• Uma outra maneira de se obter a normalização
da função de onda é impondo uma região do
espaço que limita a presença da partícula
• Isso pode ser feito “colocando” a partícula
dentro de uma “caixa” da qual ela não pode sair
• Isso equivale a criar um “poço” de potencial
cujos “lados” são infinitos, isto é, para qualquer
valor de energia da partícula, ela será sempre
menor que o limite do poço.

5
 Partícula presa em uma “caixa”
⇤ n ⇥
⇥(x) = 2/a · cos x
a
para n=1,3,5,...
⇤ n ⇥
⇥(x) = 2/a · sen x
a
para n=2,4,6,...
2 2
E= n 2
2ma2
para n=1,2,3,4,...

6 FNC0375 - Física Moderna 1

Aula 18
Partícula presa em uma “caixa”
• É interessante notar que a energia de menor valor
possível não é zero, mas
2 2
E=
2ma2
• Isso é consequência do princípio da incerteza, pois
estando a partícula confinada em uma espaço bem
determinado (não é infinito), seu momento (e
consequentemente energia) precisa ter uma incerteza,
garantida pela energia não-nula. Portanto, como:
⇤
x=a e p⇥2·p=2· 2mE = 2 · /a
tem-se: x p 2

7
 Partícula em um poço
finito quadrado [ ] d 2! 2m
dx 2
= 2 V ( x) " E !
!

• Uma situação mais realista do que o

poço infinito corresponde ao poço
finito
• Este potencial pode reproduzir uma d 2!
partícula “presa” (chamado de sistema Se [V ( x ) " E ] > 0 !
ligado), como um elétron em um dx 2
tem o mesmo sinal que
Poço
átomo, e que também pode se E < V0
desprender (o átomo pode ser Clássic
ionizado) Qualqu

• Para facilitar a resolução do problema,

Quântic
direita d
podemos supor o poço quadrado partes.
FNC0375 - Física Modern
Aula 14
ik1 x
Dentro, –a/2 < x < a/2: ψ ( x) = Ae +B
Essa solução representa uma partícula o
8 simetria do problema, devemos ter ondas
 Partícula em um poço
finito quadrado
Mas 1 deve continuar não especificada, pois a amplitude deve ser normalizada
Mas temos mais 1 parâmetro para ajustar: a energia total, E. Isso faz com que
apenas um conjunto de valores da energia seja admissível.

• AA879solução
solução (dadeste
(Eisberg).
problema
equação envolve
transcendental) a resolução
é apresentada de G, pág.
no apêndice
um sistema de 4 equações (condições de
Curvatura aumenta com E. Mais oscilações  >k.
continuidade) mais uma4normalização e 5E incógnitas,
4 > V0.
Notar que não existe o estado ligado, pois

incluindo a energia do sistema

9
 Transição para poço infinito.

Partícula em um poço
2m(V0 − E )
V0 → ∞  k 2 = →∞

 ψ ( x) → 0 fora do poço

finito quadrado dψ
dx
é descontínua, mas OK, pois V0 é infinito.
Transição para poço infinito.
∞, x > a / 2 V0 → ∞  k 2
V ( x) = 
0,−a / 2 < x < a / 2
ψ

dψ

• Comparando-se o primeiro estado do sistema

Potencial capaz de manter ligada qualquer partícula com energia finita. é descontínua, mas O
Classicamente, qualquer E. Quanticamente, só alguns valores discretos, En.
dx
∞
Solução mais simples que o finito. Boa aproximação para n pequeno. V (x) = 
para o poço infinito e o poço finito, nota-se
FNC0375 - Física Moderna 1 4
0
que quanticamente existe uma probabilidade
Aula 18

da partícula “sair” do poço finito

• Como podemos compreender esse efeito?
Potencial capaz de manter ligada qualquer partícula com
Classicamente, qualquer E. Quanticamente, só alguns va
Solução mais simples que o finito. Boa aproximação para
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10 Aula 18
 Transição para poço infinito.

Partícula em um poço
2m(V0 − E )
V0 → ∞  k 2 = →∞

 ψ ( x) → 0 fora do poço

finito quadrado dψ
dx
é descontínua, mas OK, pois V0 é infinito.
Transição para poço infinito.
∞, x > a / 2 V0 → ∞  k 2
V ( x) = 
0,−a / 2 < x < a / 2
ψ

dψ
é descontínua, mas O
•
Potencial capaz de manter ligada qualquer partícula com energia finita.
Esse
Classicamente, é um
qualquer efeito puramente
E. Quanticamente, quântico,
só alguns valores discretos,isto
En. é, não há
dx
∞
correspondente na física clássica, pois ele leva à
Solução mais simples que o finito. Boa aproximação para n pequeno. V (x ) = 
0
situação: FNC0375 - Física Moderna 1
Aula 18 2
4
2
p p
E= + V (x) < V (x) <0
2m 2m
• Porém, ele pode ser compreendido pelo princípio da
Potencial capaz de manter ligada qualquer partícula com
incerteza E
Classicamente, qualquer . Quanticamente, só alguns va
Solução mais simples que o finito. Boa aproximação para
FNC0375 - Física Moderna 1
11 Aula 18
Oscilador Harmônico
• O oscilador harmônico é
Os
de extrema importância
na física pois é um
protótipo de qualquer
sistema que envolva
U (x
oscilações

• Para pequenas oscilações, U (x

normalmente, pode-se
aproximar o potencial
para: d2
2m  1 2  m
C 2 2
= 2  Kx − E  =
V (x) = x
2
dx  2 
12
2 m
 Podemos combinar a equação para os polinômios H( ), com a relação entre
λ e n:

Oscilador Harmônico
d 2H
dξ 2

Esses
− 2ξ
dH
dξ
+ (λ − 1)H = 0 & λ = 2 n + 1 
d 2Hn
dξ 2
− 2ξ
dH n
dξ
+ 2nH n = 0

são os chamados polinômios de Hermite, matemático francês do

2 2
d
séc. (x)
C
XIX:+ x2 (x) = E (x)
2m Hdx2(ξ ) = 1 2
0
H1 (ξ ) = 2ξ
En = (n + 1/2)h
H 2 (ξ ) = 4ξ 2 − 2
u(x)2 /2
n (x)
H 3 (ξ=) =H8ξn [u(x)]e
3
− 12ξ
 ⇥
(Cm) 1/4
onde: u(x) = 1/2
x
ω 0
En = λn = ω0 (n + 12 )
2
H0 [u(x)] = 1
En +1 − En = ω0
H1 [u(x)] = 2u(x)
H2 [u(x)] = 4u(x)2 2
H3 [u(x)] = 8u(x)3 12u(x)
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Aula 19
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