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Atividades Avaliativas de Mecânica Estatı́stica

Ferramentas matemáticas (c) Qual das afirmações acima fornece mais in-
formações sobre a velocidade? Quantifique a di-
Avaliação 1 ferença de informação em termos de I2 − I1 =
hln(p2 )i − hln(P1 )i
1. Calcule a média e a variância das seguintes funções
ln(2)
de densidade de probabilidade:
 1
−a < x < a 2. Uma partı́cula de gás termalizado é repentinamente
(a) (Uniforme) P (x) = 2a .
0 caso contrário confinada a uma armadilha unidimensional. O es-
  tado misto correspondente é descrito por uma função
(b) (Laplace) P (x) = 2a1
exp − |x|
a .
de densidade inicial ρ(q, p, t√= 0) = δ(q)f (p), onde
a
f (p) = exp −p2 /2mkB T / 2πmkB T .
(c) (Cauchy) P (x) = π(x2 +a2 ) .
  (a) Partindo da equação de Liouville, deduza
x x2 ρ(q, p, t) e esboce-a no plano (q, p).
(d) (Rayleigh) P (x) = exp − 2a
a2 2 .
q 2   (b) Deduza as expressões para as médias q 2 e
x2
(e) (Maxwell) P (x) = π2 xa3 exp − 2a 2 . p 2
em t > 0.
(c) Suponha que paredes duras sejam colocadas
2. O movimento de uma partı́cula em três dimensões
em q = ±Q. Descreva ρ(q, p, t ≫ τ ), onde τ é um
é dado por uma série de passos independentes de
tempo de relaxação apropriadamente grande.
comprimento l. Cada passo faz um ângulo θ com o
eixo z, com uma densidade de probabilidade P (θ) = (d) Uma densidade de granulação grossa ρ̃, é
cos2 θ2 /π; enquanto o ângulo polar φ é uniforme- obtida ignorando variações de ρ abaixo de alguma
mente distribuı́do entre 0 e 2π. A partı́cula (cami- pequena resolução no plano (q, p); por exemplo, cal-
nhante) começa na origem e faz um grande número culando a média de ρ sobre as células da área de
de passos N . resolução. Encontre ρ̃(q, p) para a situação da parte
(c) e mostre que ela é estacionária.
(a) Calcule hxi, hyi e hzi.
(b) Calcule x2 , y 2 e z 2 . 3. A densidade de ensemble normalizada é uma pro-
babilidade no espaço de fase Γ. Esta pro-
(c) Calcule hxyi, hxzi e hyzi. babilidade tem uma entropia associada S(t) =
R
(d) Use o teorema do limite central para esti- − ρ(Γ, t) ln ρ(Γ, t)dΓ
mar a densidade de probabilidade ρ(x, y, z) para a (a) Mostre que se ρ(Γ, t) satisfaz a equação de
partı́cula terminar no ponto (x, y, z). Liouville para um hamiltoniano H, dS/dt = 0
3. Considere qualquer densidade de probabilidade P (x) (b) Usando o método dos multiplicadores de La-
para (−∞ < x < ∞), com média λ e variância σ 2 . grange, encontre a função ρmax (Γ) que maximiza o
Mostre que a probabilidade total de resultados que funcional S[ρ],
R sujeito à restrição de energia média
estão mais do que nσ distantes de λ é menor que fixa, hHi = ρHdΓ = E.
1/n2 , ou seja, (c) Mostre que a solução do item (b) é esta-
cionária, ou seja, ∂ρmax /∂t = 0.
1
Z
P (x)dx ≤ 2 (d) Como conciliar o resultado em (a) com o
|x−λ|≥nσ n
aumento observado na entropia conforme o sistema
se aproxima da densidade de equilı́brio em (b)?
Avaliação 2
Ensemble microcanônico
1. Considere a velocidade de uma partı́cula de gás em
uma dimensão (−∞ < v < ∞). Avaliação 3
(a) Encontre a densidade de probabilidade im- 1. Um sistema estatı́stico é composto de N partı́culas
parcial P1 (v), sujeita apenas à restrição de que a distinguı́veis independentes. Cada uma dessas
velocidade média é c, ou seja, h|v|i = c. partı́culas possui apenas dois nı́veis de energia, E1 e
(b) Agora encontre a densidade de probabi- E2 , tais que E2 − E1 = ε > 0. Escolha um estado
lidade P2 (v), dada fundamental adequado para a energia e compute a
 apenas a restrição de energia
mv 2 mc2 energia total em função da temperatura T . Final-

cinética média, = . mente, discuta os limites T → 0 e T → ∞.
2 2
2. Considere uma cadeia unidimensional composta por prove a Lei de Curie, ou seja, que χ é inversamente
N ≫ 1 sı́tios localizados. Cada sı́tio é ocupado por proporcional à temperatura quando H → 0.
um polı́mero com dois estados de energia: pode ser
reto (com energia hd = 0) ou pode dobrar (à direita 3. Considere um modelo de N ı́ons magnéticos locali-
ou à esquerda) com energia hd = ε > 0, independen- zados, dado pelo hamiltoniano de spin
temente da direção da dobra. Calcule a entropia do
sistema, S(E, N ), para uma energia de flexão total N
X
fixa E = mǫ (m é um número inteiro tal que m ≫ 1). H=D Sj2
Além disso, determine a energia interna em função j=1

da temperatura
 e da capacidade térmica resultante,
onde a variável de spin Sj pode assumir os valores

∂E
CN = , assumindo que (N − m) ≫ 1. Fi- -1, 0 ou +1, para todo j.
∂T N
nalmente, determine o comportamento da energia (a) Calcule a entropia s, como uma função da
interna no limite de baixas e altas temperaturas. energia total por partı́cula u = E/N e como função
3. Queremos descrever a elasticidade de um elástico da temperatura T . Determine os valores limites da
com um modelo unidimensional muito simples, ca- entropia para T → 0 e T → ∞.
racterizado por uma cadeia de N + 1 moléculas. A (b) Calcule o calor especı́fico c em função da
partir de uma molécula podemos estabelecer uma temperatura T .
ligação com a sucessiva movendo um passo para
frente ou para trás, sem diferença do ponto de vista (c) Esboce um gráfico de c × T e verifique
energético (ou seja, a energia interna depende apenas a existência de um máximo associado ao efeito
do número total N ). O comprimento caracterı́stico Schottky.
da ligação entre duas moléculas é a, e a distância
entre a primeira e a última molécula é x. Encon- 4. N átomos são arranjados regularmente em N locais
tre a entropia para o sistema. Suponha que, para de rede localizados de modo a formar um cristal per-
uma pequena variação d, podemos escrever o traba- feito. Se alguém mover n átomos (com a condição
lho sobre o sistema como dW = −gdx, com g sendo 1 ≪ n ≪ N ) de locais da rede para interstı́cios loca-
uma tensão necessária para manter a distância x. lizados da rede, isso se tornará um cristal imperfeito
Em um N fixo, o número de todos os pares possı́veis com n defeitos. O número de sı́tios intersticiais
(N+ , N− ) consistentes com um determinado macro- nos quais um átomo pode entrar é da mesma or-
estado em energia constante deve ser calculado. Fi- dem de grandeza que N . Seja ε a energia necessária
nalmente, encontre a relação entre a temperatura e para mover um átomo de um sı́tio da rede para um
a tensão e determine o sinal desta última. intersticial. Mostre que, no estado de equilı́brio à
temperatura T , a seguinte relação
Avaliação 4
√  ε 
1. Dois sistemas estatı́sticos independentes (1 e 2) n≈ N M exp −
2kT
são ambos caracterizados por N nı́veis de energia
e m1 , m2 quanta indistinguı́veis distribuı́dos nesses é válida.
nı́veis (m1,2 ) ≫ 1. A energia de ambos os sistemas
é proporcional ao número de quanta associados Avaliação 5

E1 = α 1 m1 E2 = α 2 m2 1. No sólido de Einstein, podemos introduzir uma co-


ordenada de volume se fizermos a hipótese feno-
com α1 , α2 > 0. Escreva o número de microesta-
menológica de que a frequência fundamental ω em
dos e determine as entropias para ambos os sistemas.
função de v = V /N é dada por
Então, suponha que estabelecemos um contato entre
os dois sistemas de forma que eles alcancem alguma  
v
condição de equilı́brio sem trocar quanta. Nesta si- ω = ω(v) = ωo − A ln
tuação, determine a relação entre m1 , m2 , α1 e α2 v0

2. Um sistema estatı́stico é composto por N partı́culas onde ω0 , A e v0 são constantes positivas. Obtenha
com spin 1/2, imersas em um campo magnético H. as expressões para o coeficiente de expansão e a com-
As partı́culas são fixas em suas posições e possuem pressibilidade isotérmica deste sistema modelo.
um momento magnético µ. O hamiltoniano desse
sistema é 2. Considere o modelo clássico de N partı́culas com
N
X dois nı́veis de energia (0 e ε > 0). Suponha que o
H = −µH σi volume do gás dependa de v = V /N ,
i=1

onde σi = ±1. Determine a entropia, a energia, o a


ε = ε(v) =
calor especı́fico e a magnetização desse sistema. Fi- vγ
nalmente, definindo a suscetibilidade como
  onde a e γ são constantes positivas. Obtenha uma
∂M equação de estado para a pressão p = p(T, v) e uma
χ=
∂H T,N expressão para a compressibilidade.
3. O número total de estados microscópicos acessı́veis onde ni = 0, 1, 2, · · · , é o número de ocupação
do gás de Boltzmann, com energia E e número de quântica para o i-ésimo oscilador.
partı́culas N , pode ser escrito como (a) Calcule a entropia S, como uma função da
X N! energia total E.
Ω(E, N ) =
N1 !N2 ! · · · (b) Calcule a energia E e a capacidade térmica
N1 ,N2 ,...
C como funções da temperatura T e de N .
com as restrições (c) Encontre a probabilidade P (n) de que um
X X determinado oscilador esteja em seu enésimo nı́vel
Nj = N e εj Nj = E.
j 
quântico.
(d) Comente a diferença entre as capacidades
com exceção de uma constante aditiva, mostre que térmicas dos osciladores clássicos e quânticos.
a entropia por partı́cula é dada por
! ! 3. Considere um gás de N esferas-rı́gidas em uma caixa.
X Ñj Ñj
s = −k ln Uma única esfera ocupa o volume ω, enquanto seu
j
N N centro de massa pode explorar um volume V (se a
caixa estiver vazia). Não há outras interações entre
onde {Nj } é o conjunto de números de ocupação as esferas, exceto pelas restrições de exclusão dos
no equilı́brio. Usando o limite contı́nuo do gás de núcleos-rı́gidos das esferas.
Boltzmann, mostre que a entropia depende da tem- (a) Calcule a entropia S, em função da energia
peratura segundo um termo da forma −kT ln(T ). total E.
4. Considere um gás de N partı́culas distribuı́das en- (b) Calcule a equação de estado deste gás.
tre V células (com N ≤ V ). Suponha que cada
(c) Mostre que a compressibilidade isotérmica,
célula pode estar vazia ou ocupada por uma única
κT = −V −1 ∂V / ∂P |T , é sempre positiva.
partı́cula. O número de microestados desse sistema
é dado por 4. Um gás ultrarrelativı́stico com N ≫ 1 partı́culas
está em um volume V . A energia total é
V!
Ω(V, N ) =
N !(V − N )! N
X
E=c pi
(a) Calcule a entropia por partı́cula s(v), com i=1
v = V /N e como função da temperatura T .
onde p~i é o momentum da partı́cula com pi = |pi |
(b) Obtenha a equação de estado p/T e es- seu valor absoluto, e onde c é a velocidade da luz.
creva uma expansão de p/T em termos da densi- A energia total é fixa e as partı́culas são indis-
dade ρ = 1/v. Mostre que o primeiro termo dessa tinguı́veis. Dê uma estimativa para a entropia e es-
expansão fornece a lei de Boyle dos gases ideais. creva a equação de estado. Finalmente, determine o
(c) Esboce um gráfico de µ/T × ρ (no qual µ é calor especı́fico a pressão constante cp .
o potencial quı́mico) e discuta o comportamento de
µ nos limites ρ → 0 e ρ → 1. Ensemble canônico

Avaliação 6 Avaliação 7
1. Considere N osciladores harmônicos clássicos com 1. A função de partição canônica para um fluido, cujas
coordenadas e momenta {qi , pi }, e sujeito a um ha- moléculas possuem duas frequências caracterı́sticas
miltoniano ω1 e ω2 , é dada por
N  2
mω 2 qi2

X pi 1
H ({qi , pi }) = + Z(β) =
i=1
2m 2 (1 − e−β~ω1 ) (1 − e−β~ω2 )

Encontre a energia interna média U , a entropia S e


(a) Calcule a entropia S, como uma função da
o calor especı́fico C. Finalmente, determine o limite
energia total E.
de baixa temperatura da entropia.
(b) Calcule a energia E e a capacidade térmica
C como funções da temperatura T e de N . 2. Um gás bidimensional confinado no plano (x, y) é
caracterizado por N partı́culas não interagentes em
(c) Encontre a densidade de probabilidade con-
equilı́brio térmico à temperatura T . O hamiltoniano
junta P (p, q) para um único oscilador. Consequen-
da partı́cula do gás é
temente, calcule a energia cinética média e a energia
potencial média para cada oscilador. 1  1
p2x + p2y + mω 2 a x2 + y 2 + 2bxy
  
H=
2. Considere N osciladores quânticos independentes su- 2m 2
jeitos a um hamiltoniano onde px e py são as componentes do momentum e m,
N   ω, a e b são constantes (a > 0 e a2 > b2 ). Calcule a
X 1 função de partição canônica e o calor especı́fico para
H ({ni }) = ~ω ni +
i=1
2 o sistema.
3. Determine a função de distribuição de probabilidade q = L. Determine a equação de estado do sistema,
no espaço de fase para uma partı́cula relativı́stica em dado o seguinte hamiltoniano para cada partı́cula
um volume V com energia
p2
 
q
H= − α ln α > 0.
2m L0
p
ε(p) = m2 c4 + p2 c2
Na expressão acima, α é uma constante
 dando
 a in-
onde p é o valor absoluto do momentum, m a massa, q
e c a velocidade da luz. Forneça o resultado final em tensidade do potencial V (q) = −α ln e L0 é
L0
termos das funções de Bessel modificadas o comprimento caracterı́stico da escala. Determine
Z +∞ também a pressão para baixas temperaturas e co-
Kv (z) = e−z cosh t cosh(vt)dt mente o caso α → 0.
0
(v − 1)!  z −v 3. Em uma aproximação muito grosseira, uma molécula
Kv (z) ≈ z ≪ 1, v > 0. diatômica pode ser modelada com duas esferas co-
2 2
nectadas por uma haste indeformável. Portanto, te-
mc2 mos cinco graus de liberdade, ou seja, o movimento
Verifique o que acontece no limite → 0.
kT do centro de massa (três graus) e as variáveis angula-
res (dois graus). A função de partição deste sistema
Avaliação 8
é o produto da do centro de massa (que é igual à de
1. Considere um sistema estatı́stico com N estados, uma partı́cula livre) e a contribuição devida à parte
com energias εn = nǫ, n = 0, · · · , N − 1. O sistema angular. Concentre-se na parte angular e determine
está em contato com um reservatório à temperatura a energia interna U e o calor especı́fico C devido às
T . Determine a probabilidade do sistema estar no contribuições rotacionais para um gás de moléculas
estado com energia εn e verifique o resultado final. heteronucleares diatômicas.

2. Um sistema fı́sico é caracterizado por dois nı́veis de Avaliação 10


energia: o primeiro tem energia E1 e degenerescência 1. A energia de um sistema de N ı́ons magnéticos loca-
g1 , enquanto o segundo tem energia E2 e degene- lizados, na temperatura T , na presença de um campo
rescência g2 . Prove que a entropia S pode ser escrita H, pode ser escrita como
como
N
X N
X
Si2 − µo H
    
P1 P2 H=D Si
S = −k P1 ln + P2 ln
g1 g2 i=1 i=1

onde os parâmetros D, µ0 e H são positivos e


onde Pi com i = 1, 2 é a probabilidade de o sistema
Si = 0, ±1 para todos os sı́tios i. Obtenha expressões
se encontrar no i-ésimo nı́vel de energia. Use a co-
para a energia interna, a entropia e a magnetização
nexão entre a entropia S e a energia média U e a
por sı́tio. No campo zero (H = 0), esboce os gráficos
energia livre F . Lembre-se de que ambas as proba-
da energia interna, da entropia e do calor especı́fico
bilidades devem satisfazer P1 + P2 = 1.
versus temperatura. Indique o comportamento des-
3. Um sistema fı́sico é composto de N spins dis- sas grandezas nos limites T → 0 e T → ∞. Calcule
tinguı́veis assumindo dois valores possı́veis ±1. Esses o valor esperado do momento de quadrupolo,
dois valores correspondem aos nı́veis de energia ±ε, *N +
respectivamente. Calcule a energia total E usando a 1 X 2
Q= S
fórmula de Boltzmann e o conjunto microcanônico. N i=1 i
Por fim, compare os resultados com os do ensemble
em função do campo e da temperatura.
canônico.
2. Considere um sistema magnético unidimensional de
Avaliação 9
N spins localizados, em uma temperatura T , associ-
1. Uma massa m move-se ao longo do eixo x sob o efeito ada à energia
de uma força conservativa com o seguinte potencial X N
X
 H = −J σi σi+1 − µo H σi
1 2 2
 2 mω (q + a) q ≤ −a
 i=1,3,5,...,N −1 i=1
V (q) = 0 −a < q < a
1
 2 2
onde os parâmetros J, µ0 e H são positivos e σi = ±1
2 mω (q − a) q ≥a para todos os sı́tios i. Suponha que N seja um
número par e observe que a primeira soma é sobre
com a sendo uma constante positiva. Quando o sis-
inteiros ı́mpares.
tema está em contato com um reservatório na tem-
peratura T , encontre a função de partição canônica, (a) Obtenha uma expressão para a função de
a energia média e o calor especı́fico. Finalmente, co- partição canônica e calcule a energia interna por
mente o limite a → 0. spin, u = u(T, H) e também a entropia por spin,
s = s(T, H). Esboce gráficos de u(T, H = 0) versus
2. N partı́culas independentes e distinguı́veis se mo- a temperatura T e s(T, H = 0) versus a tempera-
vem em um segmento unidimensional entre q = 0 e tura T .
(b) Obtenha expressões para a magnetização 3. Uma solução diluı́da de surfactantes pode ser con-
por partı́cula siderada como um gás tridimensional ideal. Como
as moléculas do surfactante podem reduzir sua ener-
N
* +
1 X gia em contato com o ar, uma fração delas migra
m = m(T, H) = µo σi
N para a superfı́cie onde podem ser tratadas como um
i=1
gás ideal bidimensional. Os surfactantes são igual-
e para a susceptibilidade magnética mente adsorvidos por outros meios porosos, como
  polı́meros e géis com afinidade por eles.
∂m
χ = χ(T, H) = . (a) Considere um gás ideal de partı́culas
∂H T
clássicas de massa m em d dimensões, movendo-se
Esboce um gráfico de χ(T, H = 0) versus a tempe- em um potencial atrativo uniforme de intensidade
ratura. εd. Calcule a função de partição, ou de outra forma,
mostre que o potencial quı́mico a uma temperatura
3. Um conjunto de N osciladores clássicos em uma di- T e densidade de partı́cula nd , é dado por
mensão é dado pelo hamiltoniano
µd = −εd + kT ln nd λ(T )d
 
N  
X 1 2 1
H= pi + mω 2 qi2 onde
i=1
2m 2 h
λ(T ) = √ .
Usando o formalismo do ensemble canônico no 2πmkT
espaço de fase clássico, obtenha expressões para a (b) Se um surfactante diminui sua energia em
função de partição, a energia por oscilador, a entro- ε0 ao se mover da solução para a superfı́cie, calcule
pia por oscilador e o calor especı́fico. Calcule uma a concentração de surfactantes flutuantes em função
expressão para o desvio quadrático da energia em da concentração da solução n(= n3 ), a uma tempe-
função da temperatura. ratura T .
Avaliação 11 (c) Os géis são formados por polı́meros lineares
reticulados. Tem sido sugerido que o gel poroso deve
1. Considere um gás de N átomos não interagentes em
ser considerado como fractal, e os surfactantes ad-
uma caixa d-dimensional de volume V , com hamil-
sorvidos em sua superfı́cie tratados como um gás no
toniano dado por
espaço dimensional df , com um df não inteiro. Essa
N afirmação pode ser testada comparando a adsorção
s
X
H= A |~
pi | , relativa de surfactantes a um gel e aos polı́meros in-
i=1 dividuais (presumivelmente unidimensionais) antes
da reticulação, em função da temperatura?
onde p~i é o momentum da i-ésima partı́cula.
(a) Calcule a função de partição clássica Avaliação 12
Z(T, N ) a uma temperatura T .
1. Uma extremidade de uma cadeia polimérica livre-
(b) Calcule a pressão e a energia interna desse mente articulada, composta por 106 monômeros de
gás. massa não desprezı́vel, é ancorada a uma longa haste
rı́gida. Calcule a altura média do centro de massa
2. Considere N spins quantizados não interativos em
~ = B ẑ, e em uma tempe- medido em relação à extremidade ancorada, bem
um campo magnético B
como suas flutuações a 300 K. O comprimento de
ratura T . O trabalho realizado pelo campo é dado
PN cada monômero é de 5 nm e a massa molar do
por −BMz , com uma magnetização Mz = i=1 mi .
monômero é de 3,2 g/mol. Desconsidere qualquer
Para cada spin, mi assume apenas os (2s+1) valores
interação entre a haste de suporte e a cadeia.
−s, (−s + 1), · · · , (s − 1), s.
(a) Calcule a função de partição de Gibbs 2. A energia elástica de uma ligação conectando dois
Z(T, B). monômeros vizinhos em uma cadeia polimérica
depende do ângulo θ entre os eixos longos dos
(b) Calcule a energia livre de Gibbs G(T, B) e
monômeros e temos φ(θ) = φ0 cos θ. Devido as in-
mostre que, para B pequeno,
terações estéricas entre os monômeros, θ é restrito a
N µ2 s(s + 1)B 2 valores entre 0 e Θ. Compare a capacidade térmica
+ O B4 .

G(B) = G(0) − 2π
6kT conformacional de uma cadeia com Θ = com a
3
de uma cadeia sem restrições estéricas.
(c) Calcule a suscetibilidade de campo zero
Dados: T = 20 ◦ C e φ0 = 0, 05 eV.
∂Mz 3. Um cilindro selado contém um quilograma de gás
χ=
∂B monoatômico a 20 ◦ C. O raio e a altura do cilindro
B=0
são 35 cm e 1,5 m, respectivamente. O cilindro gira
e mostre que satisfaz a lei de Curie com uma frequência de 50 s−1 em torno de seu eixo.
c A massa molar do gás é 40 g/mol. Calcule a capa-
χ= . cidade térmica do gás.
T
Avaliação 13 sı́tios de atração independentes (cada sı́tio não pode
ter mais de uma molécula), e o número total desses
1. Calcule a função de partição canônica para um sı́tios é N0 . A função de partição canônica associ-
gás com N partı́culas sob o efeito de um poten- ada, Z, do sistema sı́tio-molécula está associada ao
cial harmônico unidimensional no caso da Mecânica estado ligado formado a partir do sı́tio e da molécula.
Quântica. Determine o calor especı́fico e mostre que Usando o conjunto macrocanônico, calcule o número
o limite clássico está de acordo com o teorema da médio de moléculas para cada sı́tio, juntamente com
equipartição para a energia. a probabilidade associada de se encontrar zero e uma
2. Considere N partı́culas indistinguı́veis não intera- molécula, respectivamente. Comente o limite onde a
gentes colocadas em um segmento de comprimento densidade das moléculas vai a zero e a temperatura
a. Encontre a função de partição quântica corres- é alta.
pondente e determine a energia livre de Helmholtz Avaliação 15
e a energia interna no limite de baixas temperatu-
ras. Finalmente, assumindo que os nı́veis de energia 1. Considere um gás de partı́culas ultra-relativı́stico
estão espaçados infinitesimalmente, dê uma estima- clássico, dado pelo hamiltoniano
tiva para a a energia livre de Helmholtz e a energia
N
interna como funções da temperatura. Para simplifi- X
car, ao calcular o fator de degenerescência para uma H= c |~
pi |
i=1
dada configuração no espaço de energia, use o trata-
mento clássico para partı́culas indistinguı́veis. onde c é uma constante positiva, dentro de um reci-
3. Considere o hamiltoniano clássico piente de volume V , em contato com um reservatório
térmico e de partı́culas (à temperatura T e poten-
 2
A cial quı́mico µ). Obtenha a função de partição ma-
H = vp + + B 2 p4 (q − vt)2 crocanônica e o grand-potencial termodinâmico. A
p
partir de uma transformação de Legendre do grand-
onde A, B e v são constantes. Passando para uma potencial, escreva uma expressão para a energia livre
descrição da Mecânica Quântica, determine os au- de Helmholtz desse sistema.
tovalores para a energia e a função de partição
canônica. Para resolver este problema, simplifique 2. Obtenha a função de partição macrocânonica de um
a forma do hamiltoniano com uma transformação sistema clássico de partı́culas, dentro de um recipi-
canônica cuja função geradora é dada por ente de volume V , dada pelo hamiltoniano

q − vt N  
F (q, Q, t) = λ
X 1 2
Q H= p~ı + u (~rı )
ı=1
2m
1
com a escolha λ = √ , onde M tem as di- Escreva as equações de estado na representação do
B 2M
mensões fı́sicas de uma massa. grand-potencial. Para todas as formas razoáveis do
potencial de partı́cula única u(~r), mostre que a ener-
Ensemble macrocanônico gia e a pressão obedecem às equações tı́picas de um
gás ideal.
Avaliação 14
3. Considere um sistema sólido-gás (s-g) em equilı́brio.
1. Prove a seguinte relação para a função de partição
(a) Calcule a variação da pressão em relação
macrocanônica Zgc (T, V, µ)
à temperatura usando a equação de Clausius-
pV = kT ln Zgc Clapeyron  
dp ∆h
=
2. Um gás está em contato com uma superfı́cie. Na dT c T ∆v
superfı́cie encontramos N0 sı́tios fixos e distinguı́veis com representando ∆v = vg − vs e ∆h = hg − hs as
adsorvendo N (N ≤ N0 ) moléculas do gás (cada sı́tio variações dos volumes especı́ficos e entalpias, respec-
pode adsorver no máximo uma molécula do gás). tivamente (isto é, volume/entalpia para uma única
Encontre a função de partição macrocanônica do sis- partı́cula). Considere que o volume especı́fico do
tema e determine o potencial quı́mico em função do sólido é pequeno, de modo que vs ≪ vg , e as-
número médio de partı́culas hN i que são adsorvidas suma que o gás é bem aproximado por um gás ideal.
pela superfı́cie. Além disso, aproxime o sólido como uma coleção de
Ns ≫ 1 osciladores harmônicos quânticos tridimen-
3. Considere um gás de N moléculas em um volume V
sionais distinguı́veis.
à temperatura T com massa m e fugacidade
  (b) Defina o calor
 especı́fico na coexistência das
N

∂s
z(T, V, N ) = λ3 duas fases, cc = T e prove a seguinte relação
V ∂T c
h
com λ = √2πmkT e h sendo a constante de Planck.
   
∂v dp
cc = cp − T
Algumas dessas moléculas estão ligadas a alguns ∂T p dT c
com cp representando o calor especı́fico a pressão partı́culas não interagentes, levando em conta ape-
constante. Na expressão acima, o subscrito c sig- nas a degenerescência do spin. Encontre a densi-
nifica que as diferentes quantidades foram avaliadas dade eletrônica ne como função da densidade do
na curva de coexistência para o equilı́brio sólido-gás. hidrogênio nH e da temperatura T , assumindo a
Escolha a pressão de equilı́brio em função da tempe- condição de carga total zero. Quanto ao espectro
ratura, p = p(T ), justificando esta escolha. de energia do átomo de hidrogênio, considere ape-
nas o estado fundamental com energia −E0 . Além
Avaliação 16 disso, ignore a massa do elétron em comparação com
1. Caracterize as flutuações da energia no ensemble ma- a do próton, de modo que a massa do hidrogênio seja
crocanônico e demonstre que bem aproximada pela massa do próton.
 2 3. Considere um modelo no ensemble macrocanônico
∂U
(∆E)2 = (∆E)2 c
+ (∆N )2 de N ı́ons magnéticos localizados, dado pelo hamil-
∂N T,V toniano de spin
onde U = hEi é a energia média, N o número médio N
X
de partı́culas e (∆N )2 suas flutuações; além de H=D Si2
i=1
(∆E)2 c as flutuações de energia obtidas do en-
semble canônico. onde a variável de spin Si pode assumir os valores
(−1, 0, 1) para todos os sı́tios de localização i.
2. Um sistema está em equilı́brio térmico à tempera-
tura T e é composto por N partı́culas (N = 1, 2). (a) Dada a energia total E, obtenha a entropia
As partı́culas podem ser encontrados em três nı́veis por partı́cula s = s(u), onde u = E/N .
de energia E = nε, n = 0, 1, 2. Determine a (b) Obtenha a expressão para o calor especı́fico
função de partição macrocanônica para partı́culas c em termos da temperatura T e esboce um gráfico
indistinguı́veis obedecendo a estatı́stica de Maxwell- de c × T .
Boltzmann. (c) Verifique a existência de um máximo amplo
3. Derive a relação associado ao efeito Schottky.
  (d) Escreva uma expressão para a entropia em
V ∂N função da temperatura. Quais são os valores limites
κT = 2
N ∂µ V,T da entropia para T → 0 e T → ∞?

na qual κT é a compressibilidade isotérmica 4. Considere um gás ideal clássico de partı́culas pontu-


  ais não relativı́sticas indistinguı́veis de massa m co-
1 ∂V locadas no campo gravitacional perto da superfı́cie
κT = −
V ∂p T,N da Terra, ou seja, uma partı́cula na altura y tem uma
energia potencial U (y) = mgy. Suponha que o gás
Encontre a relação entre e a flutuação quadrática esteja em toda parte a uma temperatura constante
média de N no ensemble macrocanônico. Como essa T . Use o ensemble macrocanônico para encontrar
flutuação depende do número de partı́culas? como a pressão p(y) e a densidade n(y) variam com
a altura y.
Avaliação 17
Gases ideais quânticos
1. Considere uma reação envolvendo moléculas de
oxigênio (O), hidrogênio (H) e água (H2 O). Avaliação 18

O + 2H ↔ H2 O 1. Considere um gás de átomos (não interagentes) de


dois nı́veis imersos e em equilı́brio com a radiação
ocorrendo em um volume V e em equilı́brio térmico de corpo negro na temperatura T . Cada átomo
à temperatura T . Considere que a densidade do hi- tem energia de estado fundamental E1 e energia de
drogênio (nH ) é mantida constantemente duas ve- estado excitado E2 , com N1 (N2 ) átomos no es-
zes a do oxigênio (nO ). Além disso, todos os ga- tado fundamental (excitado). No equilı́brio, a razão
ses envolvidos podem ser considerados ideais com N2 /N1 = e−βε , onde ε = E2 − E1 . Para um
partı́culas independentes. Calcule a densidade da átomo excitado no vácuo, a probabilidade/tempo de
água (nH2 O ) em função de nO e T . Suponha que as emissão espontânea de um fóton é Ṗsp = A. Na pre-
massas das moléculas de água e oxigênio sejam tais sença do campo de radiação, a probabilidade/tempo
que mH2 O = 18mH e mO = 16mH . de absorver um fóton com energia ε = ~ω é Ṗabs =
Bu(ω) e a probabilidade/tempo para emitir (emissão
2. Considere uma reação envolvendo gases de prótons estimulada) tal fóton é Ṗst = B ′ u(ω), onde
(p), elétrons (e) e de hidrogênio (H).
ω2 ~ω
p+e↔H u(ω) =
π 2 c3 (eβ~ω − 1)
ocorrendo em um volume V e em equilı́brio térmico é a lei de radiação de Planck. Calcule A, B e B ′
à temperatura T . Suponha também que os gases quando os átomos estão em equilı́brio com o campo
possam ser tratados como gases ideais clássicos de de radiação.
2. Determine o máximo da distribuição de Planck (para para este gás e encontre a relação entre a pressão e
o caso tridimensional) em função da frequência e do a temperatura na presença de uma condensação de
comprimento de onda. Mostre que isso é possı́vel Bose-Einstein. Suponha que a fase condensada te-
se maximizarmos a função xa / (ex − 1) para a = 3 nha um volume especı́fico desprezı́vel. Faça uso do
e a = 5, respectivamente. Isso significa resolver a fato de que o calor latente é dado por
equação x = a (1 − e−x ), que pode ser feita de forma
ζ 25

iterativa xn = a (1 − e−xn−1 ), partindo de x1 = 1 5
L = kT
(pare após 5 iterações). Verifique a lei de Wien, ζ 23

2
λmax T = const., e comente o fato de que encontra-
mos duas constantes diferentes nas duas abordagens. onde ζ é a função zeta de Riemann.
Sabemos que o sol produz a maior quantidade de ra-
diação em torno do comprimento de onda ≈ 5×10−5 3. Considere um gás de bósons (sem spin) não intera-
cm. Usando os resultados obtidos anteriormente, de- p2
gentes com um espectro de energia ε = 2m , contido
termine: em uma caixa de volume V = Ld em d dimensões.
(a) a temperatura do sol; (a) Calcule o grand-potencial e a densidade
(b) a quantidade de energia produzida, sabendo n = N/V , em um potencial quı́mico µ. Expresse
+
que o principal mecanismo de produção de energia p suas respostas em termos de d e fm (z), onde z = eβµ
é a transformação do hidrogênio em hélio, e que essa e Z ∞
reação para quando 10% do hidrogênio foi conver- + 1 xm−1
fm (z) = dx.
tido. Uma boa aproximação é tomar toda a massa Γ(m) 0 z −1 ex − 1
do hidrogênio igual à massa do sol (use a relação de
Einstein E = ∆M c2 ); (b) Calcule a relação pV /E e compare-a com o
(c) o tempo de vida do sol. valor clássico.
Use as seguintes constantes numéricas: h = 6,625 (c) Encontre a temperatura crı́tica, Tc (n), para
×10−27 erg·s; c = 3 ×1010 cm/s; σB = 5,67×10−5 a condensação de Bose-Einstein.
erg/cm2 ·s·K4 ; Rsol = 7×1010 cm; Msol = 2×1033 g;
(d) Calcule a capacidade térmica C(T ) para
k = 1,38×10−16 erg/K.
T < Tc (n).
3. Na temperatura Tγ = 3000 K em um volume Vγ , (e) Esboce a capacidade térmica em todas as
a radiação eletromagnética se desacoplou do plasma temperaturas.
originado após o Big Bang.
(f) Encontre a razão, Cmax /C(T → ∞), da ca-
(a) Sabendo que a temperatura atual é Ta == 3
pacidade térmica máxima para seu limite clássico e
K, qual é a razão entre o volume atual e Vγ se assu-
calcule-a em d = 3.
mirmos uma expansão adiabática?
(g) Como a razão calculada acima se comporta
(b) Estime a variação do pico da distribuição de
como d = 2? Em quais dimensões seus resultados
Planck considerando um universo d−dimensional.
são válidos? Explique.
(c) Suponha que para T < Tγ os elétrons só
possam interagir eletromagneticamente. É razoável Avaliação 20
considerá-los como não interagentes?
1. Considere um sistema de hN i bósons não rela-
Avaliação 19 tivı́sticos de massa m e spin 0 em um volume
cilı́ndrico de base A e altura L. O gás está sob efeito
1. Considere um conjunto de hN i osciladores
de um campo gravitacional constante com aceleração
harmônicos quânticos bosônicos em duas dimensões,
g. Mostre que a temperatura crı́tica para a con-
com spin 0 e frequência ω.
densação de Bose-Einstein é bem aproximada por
(a) Identifique o valor crı́tico do potencial "
quı́mico µc para o qual a densidade de estados tem  1/2 #
(0) 8 1 πmgL
uma divergência no estado fundamental. Tc ≈ Tc 1+
9 ζ(3/2) kTc(0)
(b) Estime o potencial quı́mico µ no limite
z → 0. onde Tc0 é a temperatura crı́tica na ausência de um
(c) Discuta a existência de uma temperatura campo externo. Assuma que mgL ≪ kTc0 . Para re-
crı́tica para o fenômeno da condensação de Bose- solver o problema, defina ω = ze−βmgh , onde h é a
Einstein. coordenada vertical. Então, com α = − ln(ω), faça
uso da seguinte expansão válida para ω ≈ 1
2. Considere um gás tridimensional de bósons com spin    
0 e energia de partı́cula única dado por 1 1/2 3
g3/2 (ω) ≈ Γ − α +ζ + ···
2 2
p2
ε=
2m com
  √
onde p é o valor absoluto do momentum e m a massa √
 
3 π 1
da partı́cula. Use a equação de Clausius-Clapeyron Γ = e Γ − = −2 π
2 2 2
2. hN i bósons com spin S = 0 estão confinados em comente sobre sua natureza na temperatura ambi-
um domı́nio bidimensional com superfı́cie A. O gás ente. Assuma que as partı́culas são independentes
é ultrarelativı́stico com energia de partı́cula única com uma energia de partı́cula única dada por
ε = pc, onde p é o valor absoluto do momentum e p2
c a velocidade de luz. Calcule o número de estados ε=
2mn
e determine a correção da equação de estado para
o gás ideal em altas temperaturas. Lembre-se que onde p é o valor absoluto do momentum.
a pressão é tal que pA = U/d, sendo U a energia Use as constantes numéricas: h = 7×10−24 GeVs e
média e d a dimensionalidade do espaço. k = 8,61×10−5 eV/K.
2. Considere um gás de Fermi totalmente degenerado
3. Considere um gás de bósons não interagentes de spin unidimensional com spin S = 1/2. O gás está con-
1, cada um sujeito a um hamiltoniano finado em um segmento unidimensional de compri-
mento L (0 ≤ x ≤ L). A relação de dispersão entre
p~2
H (~
p, s z ) = − µ0 s z B a energia e o momentum tem a seguinte estrutura
2m   
ε = ε0 sen2 |p|a 0 ≤ |p| ≤ π~
~ 2a
onde µ0 = e~/mc, e sz assume três valores possı́veis, h  i
~ foi igno- ε = ε0 1 + ln |p|a π~ π~
(−1, 0, +1). (O efeito orbital, p~ → p~ − eA, ~ 2a ≤ |p| ≤ a
rado.)
Calcule a energia média
 quando a primeira banda de
(a) No ensemble macrocanônico de potencial energia 0 ≤ |p| ≤ π~
2a é preenchida e o número de
quı́mico
nD Eµ, Dqual éE oD número
Eo médio de ocupação estados correspondentes para essa situação. Repita
n+ (~k) , n0 (~k) , n− (~k) , de estados de uma o cálculo quando ambas as bandas de energia estive-
rem preenchidas.
partı́cula de número de onda ~k = p~/~?
3. Os férmions de Dirac são partı́culas não interagentes
(b) Calcule os números médios totais
de spin 1/2. Os estados de uma partı́cula vêm em
{N+ , N0 , N− }, de bósons com os três valores
+ pares de energias positivas e negativas,
possı́veis de sz em termos das funções fm (z) com p
ε± (~k) = ± m2 c4 + ~2 k 2 c2 ,

1 xm−1
Z
+
fm (z) = dx. independentemente do spin.
Γ(m) 0 z −1 ex − 1
(a) Para qualquer sistema fermiônico de poten-
cial quı́mico µ, mostre que a probabilidade de encon-
(c) Escreva a expressão para a magnetização
trar um estado ocupado de energia µ + δ é a mesma
M (T, µ) = µ0 (N+ − N− ) e, expandindo o resul-
de encontrar um estado desocupado de energia µ − δ
tado para B pequeno, encontre a suscetibilidade de
(δ é qualquer energia constante).
campo zero χ(T, µ) = ∂M/ ∂B|B=0 .
(b) À temperatura zero, todos os estados de Di-
(d) Para B = 0, encontre a expansão de altas rac de energia negativa estão ocupados e todos os de
temperaturas para z(β, n) = eβµ , corrigida para se- energia positiva estão vazios, ou seja, µ(T = 0) = 0.
gunda ordem em n. Portanto, obtenha a primeira Usando o resultado em (a), encontre o potencial
correção das estatı́sticas quânticas para χ(T, n) em quı́mico em temperaturas T finitas.
altas temperaturas.
(c) Mostre que a energia média de excitação
(e) Encontre a temperatura Tc (n, B = 0), da desse sistema em temperatura finita satisfaz
condensação de Bose-Einstein. O que acontece com
4V ε (~k)
Z
χ(T, n) ao se aproximar de Tc (n) pelo lado do limite E(T ) − E(0) = 3
 +  d3~k
de altas temperaturas? (2π) ~
exp βε+ (k) + 1
(f) Qual é o potencial quı́mico µ com T < Tc (n),
(d) Calcule a integral na parte (c) para
para um valor pequeno, mas finito, de B? Qual es-
partı́culas de Dirac sem massa (ou seja, para m = 0).
tado de uma partı́cula tem um número de ocupação
macroscópico? (e) Calcule a capacidade térmica, CV , dessas
partı́culas de Dirac sem massa.
(g) Usando o resultado em (f ), encontre a mag-
netização espontânea, (f) Descreva a dependência qualitativa da ca-
pacidade térmica a baixas temperaturas se as
M̄ (T, n) = lim M (T, n, B). partı́culas forem massivas.
B→0
Avaliação 22
Avaliação 21 1. Considere um gás de Fermi com spin 1/2 e massa
m confinado em um domı́nio bidimensional com
1. Um núcleo atômico de Hélio consiste em um gás de as seguintes caracterı́sticas: no plano (x, y), é um
0,18 nucleons em um volume de 1 fm3 (1 fm = 10−13 triângulo com base 2R e altura R. Este gás está na
cm). Nesse sistema, podemos encontrar dois tipos de temperatura T = 0 e está sob o efeito de um campo
núcleons (prótons e nêutrons) com spin S = 1/2 e gravitacional constante g. Calcule o número médio
suas massas, mn ≈ 1 GeV, podem ser consideradas hN i de férmions assumindo que a altura máxima
iguais. Calcule a energia de Fermi para o sistema e atingida pelo gás é exatamente a altura do triângulo.
2. Um gás Fermi totalmente degenerado (com spin xxxxx
S = 1/2) é caracterizado por hN i elétrons não in-
teragentes confinados em duas dimensões dentro de
uma região circular de raio R. A energia de partı́cula
única é
p2
ε= + αr
2m
onde r é a distância do centro da região circular, p
o valor absoluto do momentum, e α > 0 uma cons-
tante. Determine a energia de Fermi εF e a energia
média quando:
(a) o termo de energia potencial é pequeno, ou
seja, αR ≪ εF ;
(b) a energia potencial na borda do disco é
maior que a energia de Fermi, ou seja, αR > εF .

3. Determine a correção de primeira ordem, para z ≪


1, para a equação de estado para um gás de férmions
tridimensionais ultra-relativı́sticos com spin S =
1/2, onde z = eβµ é a fugacidade do gás e µ seu
potencial quı́mico.

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