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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS -

ESTABILIDADE

AULA 03
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS
FIGURAS PLANAS
• Seções de uma peça
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS
FIGURAS PLANAS

• As principais propriedades geométricas de figuras


planas são:
• Área (A) → Momento de Inércia (I)
• Momento estático (M) → Módulo de resistência (w)
• Centro de gravidade (CG) → Raio de giração (i)
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS
FIGURAS PLANAS
• Áreas (A)
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS
FIGURAS PLANAS
• Momento de Inércia (I)
▪ É uma propriedade geométrica da seção
transversal de elementos estruturais.
▪ Fisicamente momento de inércia está relacionado
com as tensões e deformações que aparecem por
flexão em um elemento estrutural e, portanto,
junto com as propriedades do material determina
a resistência de um elemento estrutural sob
flexão.
▪ Basicamente os associamos a forças aplicadas na
área que variam linearmente com a distância,
invertendo sua direção em dado eixo.
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS
FIGURAS PLANAS
• Centro de Gravidade(CG)
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS
FIGURAS PLANAS
• Centro de Gravidade(CG)
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS
FIGURAS PLANAS
• Centro de Gravidade(CG)
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS
FIGURAS PLANAS
• Centro de Gravidade(CG)
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS
FIGURAS PLANAS
• Raio de Giração (i)
▪ Considerado outra propriedade do momento de inércia, é a
distância, em relação à base de referência, onde se deve concentrar
toda a massa do elemento para que o momento de inércia, em
relação a essa base, permaneça constante.
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS
FIGURAS PLANAS
• Momento estático (M)
▪ Momento estático de um elemento de uma superfície plana em
relação a um eixo é o produto da área do elemento pela sua
distância ao eixo considerado.
▪ Momento estático de uma superfície plana em relação a um eixo é a
soma dos momentos estáticos, em relação ao mesmo eixo, dos
elementos que formam a superfície total.
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS
FIGURAS PLANAS
• Módulo de resistência (w)
▪ Define-se módulo resistente de uma superfície plana em relação aos
eixos que contém o CG como sendo a razão entre o momento de
inércia relativo ao eixo que passa pelo CG da figura e a distância
máxima entre o eixo e a extremidade da seção estudada.
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS
FIGURAS PLANAS
A figura representa a seção
transversal de uma viga “T”. Para a
figura, determinar: o centro de
gravidade; o momento de inércia em
relação ao eixo x; os módulos
resistentes (superior e inferior) e o
raio de giração.
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS
FIGURAS PLANAS
FLEXÃO SIMPLES
• O esforço de flexão simples é normalmente
resultante da ação de carregamentos transversais
que tendem a curvar o corpo e que geram uma
distribuição de tensões aproximadamente lineares
no seu interior.

• Essa distribuição alterna entre tensões de tração e


compressão na mesma seção transversal.
FLEXÃO SIMPLES
FLEXÃO SIMPLES
• Isso ocorre desde que a seção transversal do corpo seja
simétrica em relação ao plano de aplicação do
carregamento transversal (plano de solicitação).
• A resultante dessa distribuição é um binário de forças de
igual intensidade, mas de sentidos opostos, conhecido
como momento fletor.
FLEXÃO SIMPLES
• A convenção de sinais adotada considera positivo o
momento quando a barra é flexionada de forma que a
concavidade fique voltada para cima, caso contrário,
considera negativo.
FLEXÃO SIMPLES
• A tensão normal atuante máxima, também denominada
tensão de flexão, é determinada em relação à fibra mais
distante da seção transversal, através da relação entre o
produto do momento fletor atuante e a distância entre a
linha neutra e a fibra, e o momento de inércia (baricentro)
da secção.
FLEXÃO SIMPLES
FLEXÃO SIMPLES
FLEXÃO SIMPLES
FLEXÃO COMPOSTA
TENSÕES NAS SEÇÕES SUJEITAS A FLEXÃO COMPOSTA

• A flexão composta é a ação combinada de força normal e


momentos fletores.

• Na prática, a flexão composta ocorre frequentemente em


pilares, em vigas protendidas, em muros de arrimo, etc.

• O estudo da flexão composta deve ser feito com todas as


cargas reduzidas ao centroide da seção transversal.
FLEXÃO COMPOSTA

A face ① está sendo


𝑵 𝑴
𝝈= ± “puxada” pelo momento
𝑨 𝑾 fletor, ou seja, está na
N
direção oposta a força
normal. Desta forma
M
temos:
① ②

𝑁 𝑀
𝜎1 = −
𝝈𝟏 T 𝐴 𝑊
C 𝝈𝟐
FLEXÃO COMPOSTA

A face ② está sendo


𝑵 𝑴
𝝈= ± “empurrada” pelo
𝑨 𝑾 momento fletor, ou seja,
N
está na mesma direção da
força normal. Desta
M
forma temos:
① ②

𝑁 𝑀
𝜎2 = +
𝝈𝟏 T 𝐴 𝑊
C 𝝈𝟐
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS

1. Calcular as tensões (σ) que


atuam na seção do pilar, sabendo
que a mesma está sujeita uma
força normal centrada (N) de 45 tf
e um momento fletor (M) de 5 tf.m
e que sua seção é de 20 cm X 45
cm. Os resultados deves ser
expressos em kgf/cm².
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS
Os dados fornecidos precisam possuir as
mesmas unidades, para que possamos realizar
os cálculos. Por isso, fique muito atento as
transformações de unidade.

𝑁 = 45 𝑡𝑓 = 45 × 1 000 𝑘𝑔𝑓 = 𝟒𝟓 𝟎𝟎𝟎 𝒌𝒈𝒇


𝑀 = 5 𝑡𝑓. 𝑚 = 5 × 1 000 𝑘𝑔𝑓 × 100 𝑐𝑚
𝑴 = 𝟓𝟎𝟎 𝟎𝟎𝟎 𝒌𝒈𝒇. 𝒄𝒎

𝑁 𝑀
Como 𝜎 = 𝐴 ± 𝑊 e já possuímos os valores de N
e M precisamos encontrar os valores de A e W.

𝐴 = 𝑏𝑃 × ℎ𝑃 = 20 𝑐𝑚 × 45 𝑐𝑚 = 𝟗𝟎𝟎 𝒄𝒎²
𝑏 × ℎ² 20 𝑐𝑚 × 45 𝑐𝑚 ²
𝑊= = = 𝟔 𝟕𝟓𝟎 𝒄𝒎³
6 6
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS
Substituindo todos os valores na equação
original temos:
𝑁 𝑀 45 000 𝑘𝑔𝑓 500 000 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚
𝜎= ± = ±
𝐴 𝑊 900 𝑐𝑚² 6 750 𝑐𝑚³
𝜎 = 50𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² ± 74 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

O giro provocado pelo momento fletor “aperta” a


face ① e “estica” a face ②, ou seja, o pilar está
sendo comprimido na face ① na mesma direção
que a força normal; e tracionado na face ②, o
que significa que está na direção oposta a força
normal. Por isso temos:
𝜎1 = 50 + 74 = 𝟏𝟐𝟒 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎² (compressão)
𝜎2 = 50 − 74 = −𝟐𝟒 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎2 (tração)
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS

Gráfico

① ②

T
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS

2. Calcular as tensões (σ) que


atuam na seção do pilar, sabendo
que a mesma está sujeita uma
força normal centrada (N) de 30 tf
e um momento fletor (M) de 6 tf.m
e que sua seção é de 30 cm X 60
cm. Os resultados deves ser
expressos em kgf/cm².
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS
Resultados: Gráfico
𝑁 = 30 000 𝑘𝑔𝑓
𝑀 = 600 000 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚
① ②
𝐴 = 1 800 𝑐𝑚²
𝑊 = 18 000 𝑐𝑚³

𝜎1 = 16,7 + 33,3 = 𝟓𝟎 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎² (compressão)


𝜎2 = 16,7 − 33,3 = −𝟏𝟔, 𝟔 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎2 (tração) C

T
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS

3. Calcular as tensões (σ) que


atuam na seção do pilar, sabendo
que a mesma está sujeita uma
força normal centrada (N) de 35 tf
e um momento fletor (M) de 8 tf.m
e que sua seção é de 20 cm X 50
cm. Os resultados deves ser
expressos em kgf/cm².
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS
Resultados: Gráfico
𝑁 = 35 000 𝑘𝑔𝑓
𝑀 = 800 000 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚
① ②
𝐴 = 1 000 𝑐𝑚²
𝑊 = 8 333 𝑐𝑚³

𝜎1 = 35 − 96 = −𝟔𝟏 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎² (tração)


𝜎2 = 35 + 96 = 𝟏𝟑𝟏 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎2 (compressão) C
T
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS

4. O pórtico da figura está


submetido a duas cargas P1,
aplicada no ponto A, e P2,
aplicada no ponto B. Calcular
as tensões na seção de
engastamento da estrutura,
sabendo que as dimensões do
pilar são de 12 cm x 50 cm.
Demais dados:
• 𝐿 = 2,5 𝑚
• 𝑃1 = 4 𝑡𝑓
• 𝑃2 = 20 𝑡𝑓
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS
Uma vez que a análise das tensões
corresponde apenas a seção de
engastamento da estrutura, ou seja, a
base do pilar, devemos reduzir todas
as cargas ao centroide do mesmo.
Para tanto, devemos encontrar a força
normal total e o momento fletor total
em relação ao centro do pilar.
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS
Se fizermos um esquema da estrutura teremos:
P2

P1

A B
L

Com o esquema acima podemos


determinar os valores da força normal
e do momento fletor.
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS
Calculando a força normal (N) e o momento fletor
P2 (M), lembre-se que os resultados das tensões
devem ser dadas em kgf/cm², logo, não deixe de
P1 adequar as unidades.

𝑁 = 𝑃1 + 𝑃2 = 4 𝑡𝑓 + 20 𝑡𝑓
A B 𝑁 = 24 𝑡𝑓 = 24 × 1 000 𝑘𝑔𝑓
L 𝑵 = 𝟐𝟒 𝟎𝟎𝟎 𝒌𝒈𝒇

• 𝐿 = 2,5 𝑚
𝑀 = 𝑃1 × 𝐿 + 𝑃2 × 0 = 𝑃1 × 𝐿
• 𝑃1 = 4 𝑡𝑓
𝑀 = 4 𝑡𝑓 × 2,5 m = 10 tf. m
• 𝑃2 = 20 𝑡𝑓
𝑀 = 10 × 1 000 𝑘𝑔𝑓 × 100 𝑐𝑚
𝑴 = 𝟏 𝟎𝟎𝟎 𝟎𝟎𝟎 𝒌𝒈𝒇. 𝒄𝒎
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS
𝑁 𝑀
Como 𝜎 = ± e já possuímos os valores de N e M
𝐴 𝑊
precisamos encontrar os valores de A e W.

𝐴 = 𝑏𝑃 × ℎ𝑃 = 12 𝑐𝑚 × 50 𝑐𝑚 = 𝟔𝟎𝟎 𝒄𝒎²
𝑏 × ℎ² 12 𝑐𝑚 × 50 𝑐𝑚 ²
𝑊= = = 𝟓 𝟎𝟎𝟎 𝒄𝒎³
6 6

Substituindo todos os valores na equação original temos:


𝑁 𝑀 24 000 𝑘𝑔𝑓 1 000 000 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚
𝜎= ± = ±
𝐴 𝑊 600 𝑐𝑚² 5 000 𝑐𝑚²
𝝈 = 𝟒𝟎𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎² ± 𝟐𝟎𝟎 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎²
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS

O giro provocado pelo momento fletor Gráfico


“aperta” a face ① e “estica” a face ②,
ou seja, o pilar está sendo comprimido
na face ① na mesma direção que a ① ②
força normal; e tracionado na face ②, o
que significa que está na direção oposta
a força normal. Por isso temos: C

T
𝜎1 = 40 + 200 = 𝟐𝟒𝟎 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎² (compressão)
𝜎2 = 40 − 200 = −𝟏𝟔𝟎 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎² (tração)
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS

5. O pórtico da figura está


submetido a duas cargas P1,
aplicada no ponto A, e P2,
aplicada no ponto B. Calcular as
tensões na seção de
engastamento da estrutura,
sabendo que as dimensões do
pilar são de 16 cm x 40 cm.
Demais dados:
• 𝐿 =3𝑚
• 𝑃1 = 4 𝑡𝑓
• 𝑃2 = 12 𝑡𝑓
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS
Resultados: Gráfico
𝑁 = 16 000 𝑘𝑔𝑓
𝑀 = 1 200 000 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚
① ②
𝐴 = 640 𝑐𝑚²
𝑊 ≅ 4 267 𝑐𝑚³

𝜎1 = 25 + 281 = 𝟑𝟎𝟔 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎² (compressão)


𝜎2 = 25 − 281 = −𝟐𝟓𝟔 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎2 (tração) C

T
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS

6. O pórtico da figura está


submetido a duas cargas P1,
aplicada no ponto A, e P2,
aplicada no ponto B. Calcular
as tensões na seção de
engastamento da estrutura,
sabendo que as dimensões do
pilar são de 20 cm x 80 cm.
Demais dados:
• 𝐿 =4𝑚
• 𝑃1 = 30 𝑡𝑓
• 𝑃2 = 8 𝑡𝑓
FLEXÃO COMPOSTA - EXEMPLOS
Resultados: Gráfico
𝑁 = 38 000 𝑘𝑔𝑓
𝑀 = 3 200 000 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚
① ②
𝐴 = 1 600 𝑐𝑚²
𝑊 = 21 333 𝑐𝑚³

𝜎1 = 23,75 − 150 = −𝟏𝟐𝟔, 𝟐𝟓 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎² (tração)


𝜎2 = 23,75 + 150 = 𝟏𝟕𝟑, 𝟕𝟓 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎2 (compressão) C
T

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