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Mecânica dos Sólidos I

Aula 6 – Torção

Prof.: Kelvin Barbosa


E-mail: kelvincristien@ucl.br

Faculdade do Centro Leste Graduação – www.ucl.br


Em aulas anteriores...

Eixo longitudinal
Força normal (N)

Força cisalhante (V)


Seção transversal
Momento fletor (M)

Momento de torção (T)


• Atua perpendicularmente à seção
• Tende a torcer um parte em relação à outra
Introdução

O momento torsor, ou torque, é o esforço interno que induz


uma barra a girar em torno do seu próprio eixo. Nas
construções civis, este tipo de solicitação está presente em
elementos de grelhas, em vigas que suportam marquises, em
vigas balcão, dentre outros.
Grelhas
Grelhas
Vigas Balcão

Vigas que projeta-se fora do plano, desenvolvendo em planta


um arco ou poligonal, apoiando-se apenas nos seus extremos.
Torção

Hipóteses simplificadoras

- Seções planas permanecem planas após as deformações (vale


se a seção for circular);

- Deformações e deslocamentos são pequenos;

- Material homogêneo e isótropo.


Torção
Torção de eixos

Elementos retos compridos, de seção transversal cheia ou


vazada, solicitadas por momento de torção.

eixos
Projeto de Eixos
TE=170 N.m
1. Reação de apoio
• Equilíbrio: ST=0

2. Esforço interno
• Momento de torção ou
torque T(x)
• Diagrama de torque
Projeto de Eixos
TE=170 N.m
1. Reação de apoio
• Equilíbrio: ST=0

2. Esforço interno
• Momento de torção ou
torque T(x)
• Diagrama de torque

3. Tensão cisalhante
• Tensão cisalhante (t)
• Verificação: tmax < tadm

t
Projeto de Eixos
TE=170 N.m
1. Reação de apoio
• Equilíbrio: ST=0

2. Esforço interno
• Momento de torção ou
torque T(x)
• Diagrama de torque

3. Tensão cisalhante
• Tensão cisalhante (t)
• Verificação: tmax < tadm

4. Ângulo de torção
• Rotação f(x)
• Verificação: fmax < fadm

f
Diagrama de torque
TE=170 N.m
1. Reação de apoio
DE

CD
2. Torque interno
• Determinar as seções a serem
AC
analisadas (sempre que houver
mudança no tipo de carregamento)

• Especificar as coordenadas para


cada seção (mesma origem)
T = 0 • Calcular o esforços interno T(x) para
cada seção, segundo a convenção
de sinais

3. Diagrama de Torque
• T(x) versus x
Diagrama de torque
TE=170 N.m Convenção de sinais
Regra da mão direita
DE

CD

AC

T T

T = 0 (+)
Tensões em uma Barra de Seção Circular
Considerando a barra de seção circular
AB submetida em A e B a torques
iguais e opostos T e T’ , cortamos a
barra por um plano perpendicular ao
seu eixo longitudinal em algum ponto
arbitrário C.

O diagrama de corpo livre da parte BC


da barra deve incluir as forças de
cisalhamento elementares dF,
perpendiculares ao raio da barra, que a
parte AC aplica em BC quando a barra
é torcida.
Tensões em uma Barra de Seção Circular
Contudo, as condições de equilíbrio para BC requerem que o sistema
dessas forças elementares seja equivalente a um torque interno T, igual
e oposto a T’.

Designando por 𝜌 (rô) a distância perpendicular da força dF ao eixo da


barra e supondo que a soma dos momentos das forças de cisalhamento
dF em relação ao eixo da barra seja igual em intensidade ao torque T,
temos:
න 𝜌 𝑑𝐹 = 𝑇 ⇒ 𝑇 = න 𝜌 (𝜏 𝑑𝐴)

Essa equação expressa uma condição que deve ser satisfeita pelas
tensões de cisalhamento em qualquer seção transversal do eixo, mas ela
não informa como essas tensões são distribuídas na seção transversal,
como era considerado em tensões normais.
Deformação por torção (eixo circular)
Deformação em uma Barra de Seção Circular
Considere a barra de seção circular engastada na
parede.
Se um torque T e aplicado a extremidade livre, a
barra sofrerá rotação, com sua extremidade livre
girando de um ângulos ∅ (fi), chamado de ângulo
de rotação.
Verifica-se que ∅ é proporcional a T e L.
Um de nossos objetivos é encontrar uma relação
existente entre ∅, T e L.
Outro objetivo é determinar a distribuição das
tensões de cisalhamento na seção transversal da
barra.
Deformação em uma Barra de Seção Circular
Quando uma barra circular é submetida à torção, toda seção
transversal plana permanece plana e indeformada.
Ou seja, embora as várias seções transversais ao longo da barra
sofram rotações de diferentes valores, cada seção transversal gira
como um disco rígido.
Deformação em uma Barra de Seção Circular
Considere a barra circular de comprimento L e
raio 𝑐 que foi torcida através de um ângulo ∅.
Vamos destacar da barra um cilindro de raio 𝜌
(rô), considerando o pequeno elemento
quadrado, antes de aplicar o carregamento.
Como a barra é submetida a um carregamento
de torção, o elemento assume a forma de um
losango.
Sabe-se que 𝛾 em um elemento é medido pela
variação dos ângulos (em rad).
Para pequenos valores de 𝛾, o comprimento do
arco 𝐴𝐴′ é 𝐴𝐴′ = 𝐿𝛾 . Podemos escrever da
seguinte forma também: 𝐴𝐴′ = 𝜌∅
Deformação em uma Barra de Seção Circular
Das relações anteriores temos que: 𝐿𝛾 = 𝜌∅, logo:
𝜌∅
𝛾=
𝐿
Sendo que 𝛾 e ∅ são expressos em radianos.
Essa equação mostra que a deformação por cisalhamento (𝛾) em
determinado ponto de uma barra circular em torção é proporcional
ao ângulos de torção (∅).

É possível observar também que a deformação por cisalhamento (𝛾)


é proporcional à distância 𝜌 do eixo da barra até o ponto em
consideração. Assim, a deformação por cisalhamento em uma barra
circular varia linearmente com a distância do eixo da barra.
Deformação em uma Barra de Seção Circular
𝜌∅
𝛾=
𝐿

A partir da equação acima, conclui-se que a deformação por


cisalhamento é máxima na superfície do eixo, em que 𝜌 = 𝑐.

𝑐∅
𝛾𝑚á𝑥 =
𝐿

Relacionando os ângulos de rotações das duas equações acima,


temos:
𝜌
𝛾 = 𝛾𝑚á𝑥
𝑐
Deformação por torção (eixo circular)
df
g =r
dx

A deformação por cisalhamento g


varia linearmente com r

r
g= g max
c
Lei de Hooke: A variação linear em g
leva a uma variação linear em t

t = Gg
G = Módulo de elasticidade
transversal ou de cisalhamento (Pa)
Tensões no Regime Elástico

Quando um torque externo é aplicado a um eixo, ele cria um torque


interno correspondente no interior do eixo. Temos que desenvolver
uma equação que relaciona esse torque interno com a distribuição
da tensão de cisalhamento na seção transversal.

Se o material for elástico, então podemos aplicar a lei de Hooke (𝜏 =


𝐺𝛾 ). Consequentemente, uma variação linear na deformação por
cisalhamento, resulta em uma variação linear na tensão de
cisalhamento correspondente ao longo de qualquer linha radial na
seção transversal.
Tensões no Regime Elástico
Da mesma forma que ocorre com a deformação por cisalhamento (𝛾)
para um eixo maciço, a tensão de cisalhamento (𝜏) variará de 𝜏 = 0
(na linha central) até 𝜏 = 𝜏𝑚á𝑥 (na superfície externa)

𝜌
𝛾 = 𝛾𝑚á𝑥
𝑐
Multiplicando ambos os membros por 𝐺, temos:
𝜌
𝐺𝛾 = 𝐺𝛾𝑚á𝑥
𝑐
𝜌
𝜏 = 𝜏𝑚á𝑥
𝑐
Essa equação mostra que a tensão de cisalhamento na
barra circular variará linearmente com a distância 𝜌 do
eixo da barra.
Tensões no Regime Elástico
A figura (a) mostra a distribuição de tensões de uma barra circular
cheia, de raio 𝑐. Já a figura (b) mostra a distribuição de tensões de
uma barra circular vazada com raio interno 𝑐1 e raio externo 𝑐2

𝜌 𝑐1
𝜏 = 𝜏𝑚á𝑥 𝜏𝑚í𝑛 = 𝜏𝑚á𝑥
𝑐 𝑐
Tensões no Regime Elástico
Vimos anteriormente que a soma dos momentos das forças
elementares aplicadas em qualquer seção transversal da barra
circular deve ser igual a intensidade 𝑇 do torque aplicada à barra
circular.
Representa o momento polar de inércia (𝐽) da
𝑇 = න 𝜌 (𝜏 𝑑𝐴) seção transversal com relação ao seu centro 𝑂.
1
• Seção circular de raio 𝑐: 𝐽 = 𝜋𝑐 4
𝜌 2
𝑇 = න𝜌 𝜏𝑚á𝑥 𝑑𝐴 • Seção circular vazada de raios 𝑐1 (interno) e
𝑐 1 1 1
𝑐2 (externo): 𝐽 = 𝜋𝑐2 − 𝜋𝑐1 = 𝜋 𝑐24 − 𝑐14
4 4
2 2 2
𝜏𝑚á𝑥
𝑇= න 𝜌2 𝑑𝐴
𝑐

𝜏𝑚á𝑥 𝐽 𝑇𝑐 𝑇𝜌
𝑇= ⇒ 𝜏𝑚á𝑥 = ⇒ 𝜏= Equações da torção
𝑐 𝐽 𝐽
no regime elástico.
Fórmula da torção (eixo circular)

r
g= g max
c
t = Gg

Por equilíbrio:

Tr Tc
t= t max =
J J
t = Tensão de cisalhamento (Pa)
T = Torque (N.m)
r = Distância radial (m)
c = raio da seção transversal (m)
J= Momento de inércia polar da
J =  r 2 dA seção transversal (m4)
A
Fórmula da torção (eixo circular)

Tr Tc
A tensão por cisalhamento t varia
t= t max =
linearmente com r
J J

Seção circular cheia

c 4
J=
2
c = raio da seção transversal

Seção circular vazada

 (ce 4 − ci 4 )
J=
2
ce = raio externo da seção transversal

ci = raio interno da seção transversal


Exemplos

Ex.1: A distribuição de tensão em um eixo maciço foi


representada em gráfico ao longo de três linhas radiais
arbitrárias, como mostra na figura. Determine o torque
interno resultante na seção.
Exemplos

Ex.2: O eixo mostrado na figura está apoiado em dois mancais


e sujeito a três torques. Determine a tensão cisalhamento
desenvolvida nos pontos 𝐴 e 𝐵 localizados na seção 𝑎 − 𝑎 do
eixo.
Exemplos

Ex.3: O tubo mostrado na figura tem diâmetro interno de


80 𝑚𝑚 e diâmetro externo de 100 𝑚𝑚 . Supondo que sua
extremidade seja apertada contra o apoio em 𝐴 por meio de
um torquímetro em 𝐵, determine a tensão de cisalhamento
desenvolvida no material nas paredes interna e externa ao
longo da parte central do tubo quando são aplicadas forças de
80 𝑁 à chave.
Exemplos

Ex.4: O eixo maciço de 30mm de diâmetro é usado para


transmitir os torques aplicados às engrenagens. Determine a
tensão de cisalhamento máxima absoluta no eixo.
Ângulo de Torção no Regime Elástico
Veremos agora uma relação entre o ângulo de torção (∅) de um eixo
circular e o torque (T) aplicado no eixo.
𝑐∅
𝛾𝑚á𝑥 =
𝐿
Vimos que:
𝑇𝑐
𝜏𝑚á𝑥 =
𝐽

Porém, no regime elástico, a tensão de escoamento (cisalhamento)


não é excedida em nenhum ponto do eixo, dessa forma, aplica-se a
lei de Hooke 𝛾𝑚á𝑥 = 𝜏𝑚á𝑥Τ𝐺 .
∅ é expresso em radianos. Essa relação
𝑇𝐿 mostra que dentro do regime elástico, o
𝜏𝑚á𝑥 𝑇 𝑐
𝛾𝑚á𝑥 = = ∅= ângulo de torção (∅) é proporcional ao
𝐺 𝐽𝐺 𝐽𝐺 torque (T) aplicado no eixo.
Ângulo de Torção no Regime Elástico
𝑇𝐿
∅=
𝐽𝐺
Essa equação só pode ser utilizada se o eixo for homogêneo (G
constante), se a seção transversal for uniforme, e se o carregamento
for aplicado somente nas extremidades (carregamento constante).

Se o eixo estiver submetido a torques em outras localizações que


não são suas extremidades, ou se ele constituir em várias partes
com diferentes seções transversais e possivelmente em diferentes
materiais, devemos dividi-lo em componentes que satisfaçam
individualmente às condições necessárias para aplicação dessa
equação.
Ângulo de Torção no Regime Elástico

Nesse caso temos que dividir o problema


em 4 partes (AC, CD, DE e EB)

O ângulo de torção total do eixo, isto é, o ângulo pelo qual a


extremidade A gira com relação à extremidade B, é obtido somando
algebricamente os ângulos de torção de cada parte (componente).

O torque interno (𝑇𝑖 ) em qualquer parte do eixo é


𝑇𝑖 𝐿𝑖 obtido cortando-se uma seção do eixo através
∅=෍
𝐽𝑖 𝐺𝑖 daquela parte e desenhando o diagrama de corpo
𝑖
livre da parte do eixo localizada em um dos lados da
seção.
Ângulo de Torção no Regime Elástico
No caso de um eixo com uma seção circular variável e/ou torque
interno resultante variável, podemos aplicar a seguinte equação:

𝐿
𝑇(𝑥) 𝑇 𝑥 𝑑𝑥
𝑑∅ = 𝑑𝑥 ⇒ ∅=න
𝐽 𝑥 𝐺 0 𝐽 𝑥 𝐺
Convenção de Sinal
𝑇𝐿
Para aplicarmos a equação ∅ = 𝐽 𝐺 , temos que desenvolver uma
convenção de sinal para o torque interno e para o ângulo de torção
de uma extremidade do eixo em relação a outra extremidade.

Para isso, usaremos a regra da


mão direita, pela qual o torque
e o ângulo serão positivos desde
que o polegar esteja direcionado
para fora do eixo quando os
dedos o envolverem para dar a
tendência de torração.
Convenção de Sinal
Exemplo:

+80 𝑁. 𝑚 𝐿𝐴𝐵 −70 𝑁. 𝑚 𝐿𝐵𝐶 −10 𝑁. 𝑚 𝐿𝐶𝐷


∅𝐴Τ𝐷 = + +
𝐽𝐺 𝐽𝐺 𝐽𝐺
Fórmula da torção (eixo circular)

df
g =r
dx
A
Tr
t = Gg t=
J

L
T ( x)
fB / A = fB − f A =  dx
0
J ( x)G
f = Ângulo de torção (rad)
T = Torque (N.m)
J= Momento de inércia polar da
seção transversal (m4)
G= Módulo de elasticidade
transvesal (Pa)
Fórmula da torção (eixo circular)

Convenção de sinais
Regra da mão direita
A

L T T
T ( x)
fB / A = dx
0
J ( x)G (+)
B

TL TL
Torque e seção fB = fB =
transversal constantes: JG JG

Torque e seção TL f A / E = f A / C + fC / D + fD / E
transversal constantes fB / A =
por trecho: JG
Exemplos

Ex.5: As engrenagens acopladas às extremidades fixa do eixo


de aço estão sujeitas aos torques mostrados. Se o módulo
transversal de cisalhamento for de 80GPa e o eixo tiver
diâmetro de 14mm, determine o deslocamento do dente P da
engrenagem A. O eixo gira livremente dentro do mancal em B.
Exemplos

Ex.6: O poste maciço de ferro fundido com 50 𝑚𝑚 de diâmetro mostrado


na figura está enterrado no solo até 600 𝑚𝑚 de seu comprimento total.
Se for aplicado um torque em sua parte superior com uma chave de
torque rígida, determine a tensão de cisalhamento máxima no poste e o
ângulo de torção na parte superior. Considere que o torque estaria
prestes a girar o poste e que o solo exerce uma resistência uniforme à
torção 𝑡 𝑁. 𝑚𝑚/𝑚𝑚 ao longo dos 600 𝑚𝑚 de comprimento que estão
enterrados. Considere 40 103 𝑀𝑃𝑎.
Problemas Hiperestáticos
Problemas Hiperestáticos

Um eixo carregado com torque pode ser classificado como


estaticamente indeterminado se a equação de equilíbrio de
momento aplicada em torno da linha central do eixo não for
adequada para determinar os torques desconhecidos que agem
no eixo.

෍ 𝑀𝑥 = 0 ⇒ 𝑇 − 𝑇𝐴 − 𝑇𝐵 = 0

Logo, temos somente uma equação de equilíbrio


e duas incógnitas, dessa forma, o problema é
estaticamente indeterminado.
Problemas Hiperestáticos

A condição de compatibilidade necessária, ou a condição


cinemática, exige que o ângulo de torção de uma extremidade
do eixo em relação à outra extremidade seja igual a zero, uma
vez que os apoios nas extremidades são fixos. Logo:

∅𝐴/𝐵 = 0

𝑇𝐴 𝐿𝐴𝐶 𝑇𝐴 − 𝑇 𝐿𝐶𝐵
∅𝐴𝐶 + ∅𝐶𝐵 = 0 ⇒ + =0
𝐽𝐺 𝐽𝐺

𝐿𝐶𝐵 𝐿𝐴𝐶
𝑇𝐴 = 𝑇 𝑇𝐵 = 𝑇
𝐿
𝐿
Problemas Hiperestáticos

Outra solução...

Estrutura Isostática correspondente

Equação da estática: 𝑇𝐴 + 𝑇𝐵 = 𝑇

Deslocamento do ponto B é:

- Devido ao momento torsor T - Devido à reação de apoio aplicada em B

𝑇𝑎 −𝑇𝐵 𝐿
𝜑𝐵 = 𝜑𝐵 =
𝐽𝐺 𝐽𝐺
Problemas Hiperestáticos

Outra solução...

Estrutura Isostática correspondente

Equação da estática: 𝑇𝐴 + 𝑇𝐵 = 𝑇

Deslocamento do ponto B é nulo (condição de compatibilidade).

𝑇. 𝑎 𝑇𝐵 . 𝐿
𝜑𝐵 = 0 = − 𝑇𝐴 + 𝑇𝐵 = 𝑇
𝐽. 𝐺 𝐽. 𝐺

𝑇. 𝑎 𝑇. 𝑏
𝑇𝐵 = 𝑇𝐴 =
𝐿 𝐿
Problemas Hiperestáticos
Problemas Hiperestáticos

Barras com 2 materiais que trabalham solidariamente, cada


um dos materiais absorve uma parcela do momento torsor.

Condição de equilíbrio. 𝑇 = 𝑇1 + 𝑇2

T1 é a parcela do momento torsor absorvida pelo material 1.


T2 é a parcela do momento torsor absorvida pelo material 2.

Condição de compatibilidade: Rotação (ângulo de torção) na extremidade


B é a mesma para os dois materiais.
𝜑𝐵 = 𝜑𝐵1 = 𝜑𝐵2
Problemas Hiperestáticos

𝑇1 𝐿 𝑇2 𝐿
𝜑𝐵1 = 𝜑𝐵2 =
𝐽1 𝐺1 𝐽2 𝐺2

𝑇1 𝐿 𝑇2 𝐿 (𝑇1 +𝑇2 )𝐿 𝑇𝐿
Então: = = =
𝐽1 𝐺1 𝐽2 𝐺2 𝐽1 𝐺1 + 𝐽2 𝐺2 𝐽1 𝐺1 + 𝐽2 𝐺2

𝐽1 𝐺1 𝐽2 𝐺2
𝑇1 = .𝑇 𝑇2 = .𝑇
𝐽1 𝐺1 + 𝐽2 𝐺2 𝐽1 𝐺1 + 𝐽2 𝐺2

Tensão cisalhante máxima em cada um dos materiais será:


𝑇1 𝑟1 𝑇2 𝑟2
𝜏𝑚𝑎𝑥1 = 𝜏𝑚𝑎𝑥2 =
𝐽1 𝐽2
Exemplos

Ex.7: O eixo de aço maciço tem diâmetro de 20mm. Se for


submetido aos dois torques, quais serão as reações nos apoios
fixos A e B?
Exemplos

Ex.8: O eixo mostrado é composto por um tubo de aço unido a


um núcleo de latão. Se um torque de 𝑇 = 250𝑁. 𝑚 for aplicado
em sua extremidade, faça uma representação gráfica da
distribuição de tensão de cisalhamento ao longo da linha
radial de sua área de seção transversal. Considere: 𝐺𝑎ç𝑜 =
80 𝐺𝑃𝑎, 𝐺𝑙𝑎𝑡ã𝑜 = 36 𝐺𝑃𝑎
Exemplos

Ex.9: Os dois eixos de 1 m de comprimento são feitos de alumínio 2014-


T6. Cada eixo tem diâmetro de 30 mm e os dois estão acoplados pelas
engrenagens presas a uma das extremidades de cada um deles. As
outras extremidades de cada um dos eixos estão engastadas em apoios
fixos em A e B. Além disso, os eixos estão apoiados em mancais em C e
D, que permitem que eles girem livremente ao longo de suas linhas
centrais. Se um torque de 900 N.m for aplicado à engrenagem que está
mais acima, como mostra a figura, determine a tensão de cisalhamento
máxima em cada eixo.
Eixos maciços não circulares

✓ A Distribuição de tensão de cisalhamento é complexa fazendo com que


as deformações por cisalhamento entortem a seção transversal!
✓ NÃO SERÁ ABORDADO NESTE CAPÍTULO!
✓ Análise matemática é baseada na teoria da Elasticidade, que determina
a distribuição de tensão de cisalhamento no interior de um eixo de seção
transversal quadrada.
Eixos maciços não circulares
Eixos maciços não circulares

A tensão de cisalhamento máxima e o ângulo de torção para


eixos com seção transversal não circular são:
Exemplos

Ex.10: O eixo de alumínio 6061-T6 tem área de seção


transversal na forma de um triângulo equilátero. Determine o
maior torque T que pode ser aplicado à extremidade do eixo se
a tensão de cisalhamento admissível for 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 56 𝑀𝑃𝑎 e o
ângulo de torção na extremidade estiver restrito a Φ𝑎𝑑𝑚 =
0,02 𝑟𝑎𝑑. Qual é a intensidade do torque que pode ser aplicado
a um eixo de seção transversal circular feito com a mesma
quantidade de material? 𝐺𝑎𝑙 = 26 𝐺𝑃𝑎.
Tubos de parede fina com seções transversais fechadas

• Fluxo de cisalhamento q é produto entre a espessura do


tubo e a tensão de cisalhamento longitudinal média.
q = t médt
•A tensão de cisalhamento média para tubos com paredes
finas é

T tméd = tensão de cisalhamento média


t méd = T = torque interno resultante na seção transversal
2tAm t = espessura do tubo
Am = área média contida no contorno da linha central

• Para o ângulo de torção,


TL ds
f= 2 
4 AmG t
Tubos de parede fina com seções transversais fechadas
Tubos de parede fina com seções transversais fechadas
Tubos de parede fina com seções transversais fechadas
Paredes finas (eixo circular)

J = 2rm t
3

Trm
t med =
J
TL
fB / A = 
JG
Exemplos

Ex.11: Calcule a tensão de cisalhamento média em um tubo


de parede fina com seção transversal circular de raio médio
𝑟𝑚 e espessura 𝑡, submetido a um torque 𝑇. Calcule também
o ângulo de torção relativo se o tubo tiver comprimento 𝐿.
Exemplos

Ex.12: O tubo é feito de bronze e tem seção transversal


retangular, como mostrado na figura. Se for submetido aos
dois torques, determine a tensão de cisalhamento média no
tubo nos pontos 𝐴 e 𝐵. Determine também o ângulo de torção
da extremidade 𝐶. O tubo é fixo em 𝐸.
Exemplos

Ex.13: Um tubo quadrado de alumínio tem as mesmas


dimensões. Determine a tensão de cisalhamento média no
tubo no ponto A se ele for submetido a um torque de 85 𝑁𝑚.
Calcule também o ângulo de torção devido a esse
carregamento. Considere 𝐺𝑎𝑙 = 26 𝐺𝑃𝑎.
Exercícios de Fixação

Convenção de sinais

Regra da mão direita

T T

(+)

Tr c 4  (ce 4 − ci 4 ) TL
t= J= J= fB / A =
J 2 2 JG
Exercícios de Fixação

Convenção de sinais

Regra da mão direita

T T

(+)

Tr c 4  (ce 4 − ci 4 ) TL
t= J= J= fB / A =
J 2 2 JG

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