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Engenharia Eletromecânica
Para ilustrar a importância do presente estudo, vamos examinar inicialmente o caso de uma barra
de seção retangular de área S sujeita a uma carga axial P, conforme mostrado na figura abaixo:
A partir desta situação, queremos examinar o que ocorre, em termos de tensão, num ponto M
situado em seu interior.
Entretanto, antes de iniciarmos o estudo, reflitamos sobre as duas perguntas abaixo:
1) Qual é o valor da tensão normal no ponto M?
2) É possível que exista tensão tangencial no ponto M?
Introdução
Num primeiro momento, é natural que as respostas às perguntas anteriores sejam:
1) = 𝑃/𝑆
2) Não
Porque estas conclusões parecem ser tão óbvias? É possível que existam outras, igualmente
corretas?
A resposta é SIM! Senão, vejamos: as respostas acima decorrem do fato de que,
subconscientemente, pensamos num plano que secciona a barra perpendicularmente, conforme
mostrado abaixo:
𝑃
=
𝑆
Introdução
Entretanto, o plano que secciona a barra não precisa ser, necessariamente, perpendicular a ela.
Consideremos o caso de um plano P2, que corta a barra formando um ângulo com o plano P1:
𝑀 𝑃1
ቊ
𝑀 𝑃2
N = 𝑃 cos ′
𝑆
Q = 𝑃 sin 𝑆 =
cos
Introdução
A partir das equações anteriores, é possível obter, as expressões para as tensões normal e tangencial
no ponto M:
𝑁 𝑃 cos 𝑃 𝑄 𝑃 sin 𝑃 𝑃
= ′= = 𝑐𝑜𝑠 2 = ′= = sin cos = sin 2
𝑆 𝑆 𝑆 𝑆 𝑆 𝑆 2𝑆
cos cos
Haja vista que a direção axial da barra coincide com o eixo referencial x, as expressões acima podem
ser reescritas como:
= 𝑥 𝑐𝑜𝑠 2 𝑃
ቐ 𝑥 onde 𝑥 = representa a tensão normal na direção x (perpendicular ao plano P1).
= 𝑠𝑖𝑛2 𝑆
2
O vetor tensão total 𝑛 é obtido pela soma vetorial das tensões normal e tangencial. Assim, seu
módulo pode ser calculado pela regra do paralelogramo, isto é:
𝑥 = 2 + 2 = 𝑥 cos
Estado plano de tensão
Tensão devida a um carregamento genérico. Componentes da tensão
Enquanto que a força normal Fx tem uma direção perfeitamente definida, a força Vx pode ter
qualquer direção no plano do seccionamento. Decomponha-se, então, Vx nas duas componentes,
Vyx e Vzx , nas direções paralelas aos eixos y e z, respetivamente.
Estado plano de tensão
Dividindo agora o módulo de cada força pela área A e fazendo A tender para zero, definem-se as
três componentes da tensão mostradas na figura:
𝐹 𝑥
𝑥 = lim
∆𝐴 → 0 𝐴
𝑉𝑦𝑥
𝑥𝑦 = lim
∆𝐴 → 0 𝐴
𝑉𝑧𝑥
𝑥𝑧 = lim
∆𝐴 → 0 𝐴
Note-se que o primeiro índice em 𝑥 , 𝑥𝑦 e 𝑥𝑧 indica que as tensões consideradas atuam numa
superfície perpendicular ao eixo x. O segundo índice em 𝑥𝑦 e 𝑥𝑧 identifica a direção da componente
da tensão.
Estado plano de tensão
Considerando agora um plano que passa no ponto Q e é perpendicular a y, teremos três
componentes do vetor t segundo x, y e z
Δ𝐹 𝑦
𝜎𝑦 = lim
Δ𝐴→0 Δ𝐴
Δ𝑉 𝑥
𝜏𝑦𝑥 = lim
Δ𝐴→0 Δ𝐴
Δ𝑉 𝑧
𝜏𝑦𝑧 = lim
Δ𝐴→0 Δ𝐴
Estado plano de tensão
Considerando agora um plano que passa no ponto Q e é perpendicular a z, teremos três
componentes do vetor t segundo x, y e z
Δ𝐹 𝑧
𝜎𝑧 = lim
Δ𝐴→0 Δ𝐴
Δ𝑉 𝑥
𝜏𝑧𝑥 = lim
Δ𝐴→0 Δ𝐴
Δ𝑉 𝑦
𝜏𝑧𝑦 = lim
Δ𝐴→0 Δ𝐴
Estado plano de tensão
A tensão 𝑥 será positiva se a direção em que atua coincidir com a direção positiva do eixo x, isto é,
se o corpo estiver tracionado, e negativa se estiver comprimido. Do mesmo modo, as componentes
da tensão tangencial 𝑥𝑦 e 𝑥𝑧 serão positivas se a direção em que atuam coincidir com as direções
positivas dos eixos y e z, respetivamente.
𝜎 = 𝜎𝑇
2ª lei de Cauchy
Estado plano de tensão
11 12 13 xx xy xz x xy xz
ij = 21 22 23 yx yy yz yx y yz
31 32 33 zx zy zz zx zy z
Transformação de tensões no plano
O estado geral de tensão no plano num ponto é representado por uma combinação de duas
componentes de tensão normal, 𝑥 e 𝑦 , e uma componente de tensão tangencial, 𝑥𝑦 .
Nesta figura estão também indicados os tensores de tensões e as representações planas em cada
caso particular.
𝑥𝑥 𝑦𝑥 0
= 𝑥𝑦 𝑦𝑦 0
0 0 0
𝑥𝑥 0 𝑧𝑥
= 0 0 0
𝑥𝑧 0 𝑧𝑧
0 0 0
= 0 𝑦𝑦 𝑧𝑦
0 𝑦𝑧 𝑧𝑧
Transformação de tensões num ponto
Vimos anteriormente que para descrever o estado de tensão num ponto é necessário conhecer o
vetor tensão em três faces paralelas aos planos coordenados que passem pelo ponto.
Recapitulando, a descrição do estado de tensão num ponto faz-se através da identificação de nove
componentes. Estas componentes podem ser guardadas numa matriz onde cada linha corresponde
a um vetor tensão numa face.
𝑥 𝑥𝑦 𝑥𝑧
𝑖𝑗 = 𝑥𝑦 𝑦 𝑦𝑧
𝑥𝑧 𝑦𝑧 𝑧
Os termos 𝑖𝑗 são as componentes dos três vetores tensão num ponto em três faces ortogonais
duas a duas. Esta matriz é designada por tensor das tensões e identifica o estado de tensão num
ponto em estudo, descrito no referencial [0xyz].
À semelhança dos vetores, os tensores podem ser representados em qualquer sistema de
coordenadas.
l = cos
m = cos
n = cos
ou: t (n) = σn + 𝜏n
(𝑛)
onde: σn = t (n) ⋅ n = 𝑡𝑖 𝑛𝑖
ou: σn = 𝜎𝑖𝑗 𝑛𝑖 𝑛𝑗
𝑛 só e nula quando n é uma das direções principais e
2
𝑛 é uma das tensões principais
𝜏n2 = t (n)
− 𝜎n2
2
𝜏n2 = 𝜎𝑖𝑗 𝜎𝑖𝑘 𝑛𝑗 𝑛𝑘 − 𝜎𝑖𝑗 𝑛𝑖 𝑛𝑗
Valores e vetores próprios do tensor de tensões de Cauchy
Existem 3 vetores ortogonais 𝑛 𝑖 que correspondem 3 escalares reais (𝑖) que satisfazem a
equação: (𝑖) (𝑖)
𝜎𝑘𝑙 𝑛𝑙 = 𝜎(𝑖) 𝑛𝑙
(𝑖)
Este podem ser determinados resolvendo: 𝜎𝑘𝑙 − 𝜎(𝑖) 𝛿𝑘𝑙 𝑛𝑙 = 0
Existem 3 raízes (1) , (2) e (3) reais, designadas tensões principais que satisfazem a equação de
terceiro grau:
𝜎 3 − 𝐼1 𝜎 2 + 𝐼2 𝜎 1 − 𝐼3 = 0
1 1 1 1
𝑛 = 𝑛1 , 𝑛2 , 𝑛3 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜎(𝑖) = 𝜎(1)
2 2 2 2
𝑛 = 𝑛1 , 𝑛2 , 𝑛3 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜎(𝑖) = 𝜎(2)
3 3 3 3
𝑛 = 𝑛1 , 𝑛2 , 𝑛3 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝜎(𝑖) = 𝜎(3)
O tensor de tensões de Cauchy orientado segundo as 3 direções
𝑥 − 𝑦
=− 𝑠𝑖𝑛 2 + 𝑥𝑦 cos 2
2
Que corresponde a 2 valores extremos, uma vez que 𝑡𝑎𝑛 2 = 𝑡𝑎𝑛 2 . Estes valores são
extremos são designados de tensões principais (tensão principal máxima 1 e tensão principal
mínima 2 ) e as respetivas direções são designadas de direções principais. Para estes valores
extremos a tensão tangencial = 0.
Círculo de Mohr
Da mesma forma, é possível obter os valores extremos da tensão tangencial, que ocorrem na direção:
𝑥 − 𝑦
𝑡𝑎𝑛 2𝑠 =
2𝑥𝑦
𝑥 + 𝑦
Para a tensão tangencial máxima corresponde o valor de tenção normal: =
2
As superfícies contendo as direções principais e a direção de tensão tangencial máxima tem um
ângulo de 45.
𝑥 + 𝑦 𝑥 + 𝑦 2
As tensões principais podem ser determinadas: 1 , 2 = + 2𝑥𝑦
2 2
𝑥 + 𝑦 2
E os valores extremos da tensão tangencial: 1 , 2 = + 2𝑥𝑦
2
Estas expressões permitem representar circulo no plano − , com centro C = , = (𝑥 +𝑦 /
2, 0] e raio R = (𝑥 −𝑦 /2]2 + 2𝑥𝑦 designado de círculo de Mohr.
O diagrama de Mohr é a melhor representação do estado de tensão em um ponto.
De acordo com o sentido positivo das tensões, as τ são marcadas abaixo.
Exercícios:
1.1 - Num determinado ponto de um material o estado de tensão é caracterizado pelo seguinte
tensor das tensões num sistema de eixos [0xyz]:
80 25 15
𝑖𝑗 = 25 60 0 [Mpa]
15 0 0
1 1 1 1
𝑝 = 𝑡𝑟 𝜎 = 𝜎𝑘𝑘 = (𝜎11 + 𝜎22 + 𝜎33 ) = 𝐼1 Pressão hidrostáticas
3 3 3 3
, 1 1
𝜎 = 𝐼𝑡𝑟 𝜎 = 𝑝𝐼 𝜎𝑖𝑗, = 𝛿𝑖𝑗 𝜎𝑘𝑘 = 𝑝𝛿𝑖𝑗
3 3
𝑝 0 0
𝜎, = 0 𝑝 0
0 0 𝑝
Decomposição do tensor de tensões
Tensor Desviador (ou Anti-esférico) das tensões
No projeto de um sistema mecânico (composto por vários corpos) começa-se por definir os
requisitos funcionais do sistema:
- Os corpos necessários interligar para responder aos requisitos;
- As dimensões necessárias para responder aos requisitos;
- As cargas externas para responder aos requisitos.
Depois é necessário isolar cada corpo, submetido a várias cargas, considerando as interações com os
restantes corpos do sistema.
Então é feita a análise de tensões de deformações de cada corpo.
Diagrama de corpo livre
Os diagramas de corpo livre são realizados para ajudar a identificar as forças que atuam sobre um
corpo individual que faz parte de um sistema. O corpo a analisar é isolado dos seus “vizinhos”
sendo os efeitos destes sobre o corpo substituídos pelas respetivas forças que estes exercem sobre
o corpo isolado.
Diagrama de corpo livre
3ª LEI DE NEWTON – Quando dois corpos exercem forças entre si, essas forças têm a mesma linha
de ação, iguais magnitudes e sentidos opostos.
Fij = − Fij
Fij = − Fij
Diagrama de corpo livre
Reações em suportes e ligações
em estruturas bidimensionais
Diagrama de corpo livre
Reações em suportes e ligações em estruturas bidimensionais
Diagrama de corpo livre
Reações nos apoios fazendo o diagrama de equilíbrio
𝐹𝑥 = 0 𝑀𝐴 = 0 𝑀𝐵 = 0
Diagrama de corpo livre
Reações em suportes e ligações
em estruturas tridimensionais
Diagrama de corpo livre
Reações em suportes e ligações
em estruturas tridimensionais
Diagrama de corpo livre
Exemplo:
a) Desenhar o diagrama de corpo livre de todos os componentes.
b) Relacionar a força de aperto do utilizador com a força de aperto do alicate.
Diagrama de corpo livre
Os diagramas de corpo livre são
realizados para ajudar a identificar as
forças que atuam sobre um corpo
individual que faz parte de um
sistema. O corpo a analisar é isolado
dos seus “vizinhos” sendo os efeitos
destes sobre o corpo substituídos
pelas respetivas forças que estes
exercem sobre o corpo isolado.
Diagrama de corpo livre
Procedimento de resolução:
ESFORÇOS:
N - esforço normal
V1 e V2 - esforço de corte
M1 e M2 - momento flexor
Mt - momento torsor
Diagramas de esforços em vigas
𝐹𝑦 = 0 1
𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 − 𝑃 = 0 𝑅𝐴 = 𝑃.
⇒ቐ 𝐿 = 2
−𝑃. + 𝑅𝐵 . 𝐿 = 0 1
𝑀𝐴 = 0 2 𝑅𝐵 = 𝑃.
2
Diagramas de esforços em vigas
2º Passo: Calcular os esforços numa secção arbitrária D (entre A e C) a uma distância x do apoio A
𝐹𝑦 = 0 1
𝑅𝐴 − 𝑉 = 0 𝑉 = 𝑃.
⇒ቊ = 2
−𝑅𝐴 . 𝑥 + 𝑀𝐷 = 0 𝑥
𝑀𝐴 = 0 𝑀𝐷 = 𝑃.
2
Diagramas de esforços em vigas
2º Passo: Calcular os esforços numa secção arbitrária E (entre C e B) a uma distância x do apoio A
𝐹𝑦 = 0 1
𝑅𝐴 − 𝑉 − 𝑃 = 0 𝑉 = −𝑃.
⇒ቐ 𝐿 = 2
−𝑅𝐴 . 𝑥 + 𝑃. (𝑥 − ) + 𝑀𝐷 = 0 𝑥 𝐿
𝑀𝐴 = 0 2 𝑀𝐷 = −𝑃. + 𝑃.
2 2
Diagramas de esforços em vigas
1 1
𝑉 = 𝑃. 𝑉 = −𝑃.
2 2
𝑥 𝑥 𝐿
𝑀𝐷 = 𝑃. Seção crítica 𝑀𝐷 = −𝑃. + 𝑃.
2 2 2
Diagramas de esforços em vigas
Diagrama de esforços:
𝑑𝑉 𝑑 2 𝑀
𝑞= =
𝑑𝑥 𝑑𝑥 2
𝑑𝑀
𝑉=
𝑑𝑥
Exercícios:
1.3 - Desenhe os diagramas do esforço transverso e do momento fletor para a viga e o
carregamento indicado e determine a tensão normal máxima devido à flexão.
a)
Exercícios:
1.3 -
b)
Exercícios:
1.4- Desenhe os diagramas do esforço transverso, esforço axial e do momento fletor para a
estrutura representada na figura, sabendo que P1 = 14 kN, M = 12 kNm e q = 2,6 kN/m.
Esforço normal
Tensões normais devido ao esforço normal:
𝑁 = න𝜎𝑑𝐴
Logo: 𝑁 𝑃
𝜎= =
𝐴 𝐴
N – esforço normal
A – área da secção transversal
Esforço de corte
Tensões de corte devido ao esforço de corte puro:
𝑉 = න𝜏𝑑𝐴
Logo: 𝑉
𝜏𝑚𝑒𝑑 =
𝐴
V - esforço de corte
A - área da secção transversal
Momento torsor
Tensões de corte devido ao momento torsor:
𝑇 = න𝜌𝑑𝐹 = න𝜌𝜏𝑑𝐴
න𝑦𝑑𝐴 = 𝑄𝑧 = 0
Momento de inércia
න𝑦 2 𝑑𝐴 = 𝐼𝑧
Análise de tensões e deformações
As soluções dos problemas de mecânicas dos sólidos devem satisfazer simultaneamente (tempo e
posição) três condições:
Condições iniciais e de contorno nos esforços e nos deslocamentos estão embutidas nos dois
primeiros itens
Análise de tensões e deformações
Tomando-se os deslocamentos como variáveis:
• Tem-se 9 variáveis
- 6 componentes de tensões (ij)
- 3 componentes de deslocamentos (ui)
• 3 equações de equilíbrio
As 6 equações adicionais são dadas pelas leis constitutivas ou relações entre tensão e deformação
do material
Condições estáticas (ou dinâmicas) e geométricas (ou de compatibilidade) são sempre válidas.
Análise de tensões e deformações
Os diversos comportamentos de materiais são descritos pelas leis suas constitutivas (relações entre
ij e ij)
Lei de Hooke generalizada
Relação elástica genérica entre tensão e deformação
ij = Bij + Cijkl kl
ij = Cijkl kl
Lei de Hooke generalizada (dependência linear entre tensão e deformação) como ij e ij são
tensores de 2° ordem Cijkl é tensor de 4° ordem
Lei de Hooke generalizada
Um tensor de 4° ordem possui 34 = 81 termos independentes (constantes elásticas)
kk
kk =
3 + 2
−𝜆𝛿𝑖𝑗 1
ij = kk ij + 2 ij 𝜀𝑖𝑗 =
2𝜇 3𝜆 + 2𝜇
𝜎𝑘𝑘 +
2𝜇
𝜎𝑖𝑗
1−𝜐 𝜐 𝜐 0 0 0
1−𝜐 𝜐 0 0 0
𝜎11 𝜀11
1−𝜐 0 0 0
𝜎22 1 − 2𝜐 𝜀22
𝜎33 𝜐𝐸 0 0 𝜀33
𝜎23 = 1 + 𝜐 1 − 2𝜐 2 𝜀23
1 − 2𝜐
𝜎13 0 𝜀13
𝜎12 2 𝜀12
1 − 2𝜐
2
𝐸𝜐 𝐸
𝐶𝑖𝑗𝑘𝑙 = 𝛿𝑖𝑗 𝛿𝑘𝑙 + 𝛿𝑖𝑘 𝛿𝑗𝑙 + 𝛿𝑖𝑙 𝛿𝑗𝑘
(1 + 𝜐)(1 − 2𝜐) 2(1 + 𝜐)
Lei de Hooke generalizada
1+𝜐 𝜐
𝜀𝑖𝑗 = 𝜎𝑖𝑗 − 𝜎𝑘𝑘 𝛿𝑖𝑗
𝐸 𝐸
𝜀11 1 −𝜐 −𝜐 0 0 0 𝜎11
𝜀22 1 −𝜐 0 0 0 𝜎22
𝜀33 1 1 0 0 0 𝜎33
𝜀23 = 𝐸 2 1+𝜐 0 0 𝜎23
𝜀13 2 1+𝜐 0 𝜎13
𝜀12 2 1+𝜐 𝜎12
𝜐 1+𝜐
𝑆𝑖𝑗𝑘𝑙 = − 𝛿𝑖𝑗 𝛿𝑘𝑙 𝛿𝑖𝑘 𝛿𝑗𝑙 + 𝛿𝑖𝑙 𝛿𝑗𝑘
𝐸 2𝐸
Comportamento mecânico
Curva tensão-deformação F A F
ε
Resiliência Tenacidade
Módulo de Rigidez (ou de Young)
𝑃 𝑅
න 𝑑
𝐸= න 𝑑
0 0
Comportamento mecânico
Deformação nominal (L/L0) x 100 , em %
(escala para borracha)
0 200 400 600 800
.
(a) Al2O3
temperatura. 0,5
(d) Polimetil-metacrilato
Metais puros apresentam elevado grau de 5
(ensaiado a 122 ºC)
ductilidade. Adição de elementos de liga pode
reduzir a ductilidade até ao ponto de os tornarem 0
x
0
0 5 10 15 20 25
frágeis.
Deformação nominal (L/L0) x 100, em % .
Comportamento mecânico
Tensão e deformação
Tensão
𝐹 F - força aplicada
𝜎=
𝐴0 S0 - área inicial da seção transversal
𝑙 − 𝑙0 l0 - comprimento inicial
𝜀=
𝑙0
l - comprimento sob a ação da força
Comportamento mecânico
O comportamento mecânico dos materiais num ensaio de tração:
Rígido
Metal dútil
Dúctil
T Hiperelástico
e Metal frágil
n
s
ã
o
Deformação
Comportamento mecânico
O modelo linear elástico:
Frágil
Dúctil
Comportamento mecânico
Viscoelasticidade:
Comportamento mecânico
Anisotropia
Δ𝑙/𝑙
2
Δ𝑑/𝑑 Δ𝑑/𝑑
2 2
𝜀𝑑 Δ𝑑/𝑑 Δ𝑑. 𝑙
𝜈=− =− =−
𝜀𝑙 Δ𝑙/𝑙 𝑑. Δ𝑙
Propriedades mecânicas
Módulo de elasticidade transversal
Ou módulo transversal, ou módulo de rigidez, é análogo ao modo elástico e é devido a
ação da força de corte ou força cortante.
𝑑
𝛾 ≈ tan 𝛾 =
𝑡
Análise de tensões/deformações
O objetivo da análise do campo de tensões e deslocamentos
• Critérios usuais:
- Tensão admissível
- Flecha (deformação) admissível
• Outros Critérios:
- rigidez dinâmica
- velocidade crítica
- resistência à corrosão
- etc
Análise de tensões: esforço normal
Tensões normais devido ao esforço normal
𝑁 = න 𝑑𝐴
𝐴
Logo:
𝑁
𝜎=
𝐴
N - esforço normal
A - área da secção transversal
Análise de tensões: esforço normal
No caso de um ensaio de tração, se um dos eixos cartesianos estão alinhados com a direção da
carga, apenas vamos ter componente de tensão nessa direção.
𝜎𝑥𝑥 0 0
𝜎= 0 0 0
0 0 0
Representando a mesma tensão no ponto Q num sistema de eixo rodado no plano relativamente ao
sistema de eixos inicial, vamos ter diferentes componentes.
𝜎′𝑥𝑥 𝜏′𝑥𝑦 0
𝜎 = 𝜏′𝑥𝑦 𝜎′𝑦𝑦 0
0 0 0
Análise de tensões: esforço normal
A deformação axial, no caso de um esforço de tração, é definida pela relação de
compatibilidade: = Τ𝑙
𝐹
Constante elástica: 𝑘=
𝛿
Como: 𝛿 𝐹
𝜀= 𝜎= 𝜎 = 𝐸𝜀
𝑙 𝐴 Energia de deformação elástica:
𝐹𝑙 𝐴𝐸
𝛿= 𝑘=
logo: 𝐴𝐸 𝑙
Análise de tensões: esforço de corte puro
A deformação angular , no caso de um esforço de
cisalhamento puro, mede a variação angular. A lei de
Hooke para este caso é definida: = 𝐺 onde G é o
módulo da tensão tangencial.
A relação ente e é independente da relação entre e . Significa que não provoca e não
provoca .
A deformação linear está associada a variação de volume e está associada a variação de forma.
É possível demonstrar que, para um material homogéneo, isotrópico e comportamento linear, é
válida a relação:
E = 2𝐺(1 + )
Análise de tensões: esforço de corte puro
Tensão de corte devida a esforço de corte puro
𝑉
𝜏𝑚 =
𝐴
0 𝜏𝑥𝑦 0
𝜎 = 𝜏𝑥𝑦 0 0
0 0 0
Análise de tensões: esforço de corte puro
𝐹
Constante elástica: 𝑘=
𝛿
𝛿 𝐹
𝛾= 𝜏= 𝜏 = 𝐺𝛾
𝑙 𝐴 Energia de deformação elástica:
Obtem-se:
𝐹𝑙 𝐴𝐺
𝛿= 𝑘=
𝐴𝐺 𝑙
Análise de tensões: momento torsor
Tensões de corte devido ao momento torsor
𝑇 = න𝜌𝑑𝐹 = න𝜌𝜏𝑑𝐴
Logo: 𝑇𝜌
𝜏=
𝐽
T - momento torsor
ρ - raio
J - momento de inércia polar
Análise de tensões: momento torsor
No caso de um ensaio de torção, se os eixos cartesianos estão alinhados com a direção longitudinal ,
apenas vamos ter componente de tensão de corte.
0 𝜏𝑥𝑦 0
𝜎 = 𝜏𝑥𝑦 0 0
0 0 0
Representando a mesma tensão no ponto Q num sistema de eixo rodado no plano relativamente ao
sistema de eixos inicial, vamos ter diferentes componentes. Existem três direções ortogonais para os
eixos cartezianos para as quais as componentes de corte se anulam. Essa direções são designadas
de direções principais.
𝜎′𝑥𝑥 0 0
𝜎= 0 𝜎′𝑦𝑦 0
0 0 0
Análise de tensões: momento torsor
No caso de um esforço torção, a tensão de corte está num plano
perpendicular ao eixo longitudinal e no ponto A está alinhada com
o eixo dos yy’s e no ponto B está alinhada com o eixo dos zz’s.
0 𝜏𝑥𝑦 0 0 0 𝜏𝑥𝑧
𝜎𝐴 = 𝜏𝑥𝑦 0 0 𝜎𝐵 = 0 0 0
0 0 0 𝜏𝑥𝑧 0 0
Análise de tensões: momento torsor
Tensão de corte devida ao momento torsor:
Assumindo que o eixo x é de simetria, a hipótese cinemática de
Saint-Venant assume que as seções transversais planas
permanecem planas e a rotação relativo (x) a outra seção
paralela é proporcional à distância: (x) = x.
Das relações de continuidade:
𝑢 𝑣 𝑤
𝜀𝑥 = =0 𝜀𝑦 = =0 𝜀𝑧 = =0 Da relação constitutiva:
𝑥 𝑥 𝑧
𝑣 𝑢 𝑤 𝑢 𝑇 = 𝑦 𝐴𝑦𝑧 − 𝑧𝑦𝑧 𝑑𝐴 = 𝐺 𝑦 𝐴2 + 𝑧 2 = 𝐺J
𝑥𝑦 = + = −𝑧 𝑥𝑧 = + = 𝑦
𝑥 𝑦 𝑥 𝑧
Combinando: 𝑇𝑦
𝑤 𝑣 𝑥𝑧 = G𝑦 =
𝑦𝑧 = + = 𝑥 = − 𝑥 = 0 𝐽
𝑦 𝑧
𝜌𝜙 Φ - rotação
𝛾= ρ - raio
𝑙
l - comprimento do veio
Como: 𝑇𝜌 𝜏 = 𝐺𝛾
𝜏=
𝐽
𝑑4
Logo: 𝐽=
𝑇𝜌 32
𝛾=
𝐺𝐽
𝐽= 𝑑04 − 𝑑𝑖4
32
Análise de tensões: momento torsor
Tensão de corte devida ao momento torsor:
𝑇𝑙
= T - momento torsor
𝐺𝐽
l - comprimento
𝑇 G - módulo de corte
= ρ - distância ao centro
𝐽
J - momento de inércia polar
𝑀𝑡 𝑟 r - raio
𝑚𝑎𝑥 =
𝐽
𝑑4
𝐽=
32
𝐽= 𝑑04 − 𝑑𝑖4
32
Análise de tensões: momento torsor
Tensão de corte devida ao momento torsor:
𝑇 𝑇 1.8
𝑚𝑎𝑥 = = 3+
𝑏𝑐 2 𝑏𝑐 2 𝑏Τ𝑐
𝑇𝑙
=
𝑏 𝑐3𝐺
Análise de tensões: momento torsor
𝜌𝜙 𝑇𝜌
Como: 𝛾 = 𝑙 𝜏= 𝜏 = 𝐺𝛾
𝐽
𝑇𝑙 𝐺𝐽 𝑇
Logo: 𝜙= 𝑘= 𝑘=
𝐺𝐽 𝑙 𝜙
𝑣 𝑥 = 𝑣0 − 𝑦(1 − cos )
𝑢 𝑥 = −𝑦 sin
Logo 𝑣 ′ . Assumindo pequenas deformações, então cos = 1, sin tan 𝑣 ′ , logo:
𝑣 𝑥 = 𝑣0 𝑢 𝑥 = −𝑦 𝑣′
𝑢 𝑣 𝑣 𝑢
Das relações de compatibilidade: 𝜀𝑥 = = −𝑦𝑣′′ 𝜀𝑦 = =0 𝑥𝑦 = + =0
𝑥 𝑥 𝑥 𝑦
Análise de tensões: momento fletor
Tensão normal devida ao momento fletor (Mfz) normal a um plano de simetria (continuação)
Considerando a relação constitutiva: 𝑥 = 𝐸𝜀𝑥 = −E y ′′ 𝑦 = 0 𝑥𝑦 = 0
Para uma seção tem uma distribuição linear em função da altura 𝑦 𝑥 = 0 para 𝑦 = 0, no eixo z
que divide a seção em regiões tracionadas e compridas.
Considerando as relações de equilíbrio:
V = න 𝑥𝑦 𝑑𝐴 = 0
𝐴
N = න 𝑥 𝑑𝐴 = −E ′′ න 𝑦 𝑑𝐴 = 0
𝐴 𝐴
𝑀𝑍 = න 𝑦 𝑥 𝑑𝐴 = −𝐸′′ න 𝑦 2 𝑑𝐴 = −𝐸′′ 𝐼𝑍
𝐴 𝐴
𝛿 −𝑦𝜃 𝑦
𝛿 = 𝑙′ − 𝑙 = 𝜌 − 𝑦 𝜃 − 𝜌𝜃 = −𝑦𝜃 𝜀𝑥 = = =−
𝑙 𝜌𝜃 𝜌
Análise de tensões: momento fletor
𝜎 = 𝐸𝜀
𝐸
𝜎𝑥 = −𝑦
𝜌
𝐸 𝐸
𝑁 = 0 = න𝜎𝑥 𝑑𝐴 = − න𝑦𝑑𝐴 = 0 𝑀𝑧 = න𝑦𝜎𝑥 𝑑𝐴 = − න𝑦 2 𝑑𝐴
𝜌 𝜌
𝑦 𝐸𝐼𝑧 𝐸𝐼𝑧 𝜎𝑥 𝐼𝑧
Como: 𝜀𝑥 = − 𝑀𝑧 = − =− =
𝜌 𝜌 𝑦𝐸 𝑦
𝑦 𝑦𝐸 −
𝜎𝑥
𝜌=− =−
𝜀𝑥 𝜎𝑥
Logo: 𝑀𝑧 𝑦
𝜎𝑥 =
𝐼𝑧
Análise de tensões: momento fletor
Tensão normal devida ao momento fletor (Mfz) normal a um plano de simetria (continuação)
Combinando as relações constitutiva e de equilíbrio:
𝑀𝑧 𝑦
𝜎𝑥 = −𝐸𝑦𝑦 ′′ =
𝐼𝑧
Se o sólido está em equilíbrio estático com todas as forças externas, ao dividir o sólido em duas
partes por um plano, cada parte também estará em equilíbrio com as forças externas aplicadas
nessa parte e os esforços internos que atuam no plano
Combinação de momentos fletor MZ e MY
Combinação de momentos fletor MZ e MY
𝑀𝑧 𝑦 𝑀𝑦 𝑧
𝜎𝑥 = +
𝐼𝑧 𝐼𝑦
𝐹=𝑃
𝑀 = 𝑃. 𝑑
Combinação de momento fletor e esforço normal
Combinação de momento fletor Mz e esforço normal:
𝑀𝑧 𝑦 𝑁
𝜎𝑥 = +
𝐼𝑧 𝐴
Combinação de momento fletor e esforço normal
Combinação de momento fletor Mz, My e esforço normal N:
𝑀𝑦 = 𝑃𝑎 𝑀𝑧 = 𝑃𝑏
𝑀𝑧 𝑦 𝑀𝑦 𝑧 𝑁
𝜎𝑥 = + +
𝐼𝑧 𝐼𝑦 𝐴
Combinação de momento fletor e esforço de corte
Combinação de momento fletor Mz e esforço de corte Vy :
Combinação de momento fletor e esforço de corte
Tensão de corte devida ao momento fletor
Isolando uma porção da viga, de comprimento dx, e a uma
altura y=y1, devido a existência de M não constante, há uma
diferença do lado esquerdo (M) para o lado direito (M+dM)
que provoca uma força na direção x da porção superior sobre
a porção inferior. Esta força, divida pela área bdx corresponde
à tensão de corte. Assim:
𝑐
𝑑𝑀 𝑦
𝑏 𝑑𝑥 = න 𝑑𝐴 como, 𝑉 = 𝑑𝑀Τ𝑑𝑥
𝑦1 𝐼
Resulta:
𝑉 𝑐 𝑉 𝑐
= න 𝑦 𝑑𝐴 onde, 𝑄 = න 𝑦 𝑑𝐴 = 𝑦ത ′ A′
𝐼𝑏 𝑦1 𝐼𝑏 𝑦1
𝑉 = න𝜏𝑥𝑦 𝑑𝐴
𝑉𝑄
𝜏𝑥𝑦 =
𝐼𝑏
Combinação de momento fletor e esforço de corte
Campo de tensões
Combinação de momento fletor e esforço de corte
Campo de tensões
Combinação de momento fletor e esforço de corte
Campo de deslocamentos na direção y
Combinação de momento fletor e esforço de corte
Tensão de corte devida ao momento fletor
A equação da tensão de corte resulta em:
𝑐
𝑉𝑄 𝑐 𝑐
𝑏𝑦 2
𝑏 2
𝜏= sendo, 𝑄 = න 𝑦 𝑑𝐴 = 𝑏 න 𝑦 𝑑𝑦 = อ = 𝑐 − 𝑦1
2
𝐼𝑏 𝑦1 𝑦1 2 2
𝑦1
A tensão máxima ocorre no eixo neutro, onde o momento estático é máximo, em oposição à tensão
normal e corte devido à torção. Por essa razão, despreza-se a tensão de corte devida ao momento
fletor para L/h >10.
Combinação de momento fletor e esforço de corte
𝜎𝑥𝑥 𝜏𝑥𝑦 0
𝜎 = 𝜏𝑥𝑦 0 0
0 0 0
Tipicamente, nos diversos pontos de uma seção transversal temos compontes de tensão normal e de
corte.
Combinação de momento fletor e esforço de corte
No eixo neutro as tensões normais são nulas.
Dependendo da geometria da seção, o momento resultante das tensões de corte pode não estar
alinhada com o plano de carregamento, ocorrendo além da flexão um momento torsor dado pelo
produto de V com a distância à direcção do momento resultante das tensões de corte.
Para evitar a torção, é necessário que V atue segundo um plano que passe pelo centro de torção
(CT).
CT está sempre contido num eixo de simetria. Em seções transversais com dois ou mais eixos de
simetria CT = CG
Princípios da superposição de esforços
Quando uma estrutura tem comportamento elástico-linear pode-se considerar que os efeitos
produzidos por várias causas podem ser obtidos combinando-se os efeitos produzidos pelas causas
individualmente. As causas incluem forças e momentos externos. Como efeitos entendem-se
reações em apoios e tensões. O efeito total será igual a soma dos efeitos parciais. Este princípio é
útil para analisar as tensões numa viga sujeita a esforços normal, momento fletor e momento torsor.
𝑁 𝑀𝑧 . 𝑦 𝑀𝑦 . 𝑧 Vy Q Vz Q T .
𝜎𝑥 = + + = + +
𝐴 𝐼𝑧 𝐼𝑦 bI z bI y J
Princípios da superposição de esforços
𝜎𝑥 𝜏𝑥𝑦 0 𝜎𝑥 0 𝜏𝑥𝑧
𝜎𝐾 = 𝜏𝑥𝑦 0 0 𝜎𝐻 = 0 0 0
0 0 0 𝜏𝑥𝑧 0 0
Vy Qz T . Vz Qy T .
xy = + xz = +
bI z J bI y J
𝑁 𝑀𝑦 . 𝑧 𝑁 𝑀𝑦 . 𝑧
𝜎𝑥 = + 𝜎𝑥 = +
𝐴 𝐼𝑦 𝐴 𝐼𝑦
Princípios da superposição de esforços
Quando uma estrutura tem comportamento elástico-linear (linearidade física e geométrica) pode-se
considerar que os efeitos produzidos por várias causas podem ser obtido combinando-se os efeitos
produzidos pelas causas individualmente. As causas incluem forças e momentos externos,
deslocamentos de apoio, gradiente de temperatura. Como efeitos entendem-se reações em apoios,
deslocamentos, tensões e deformações. O efeito total será igual a soma dos efeitos parciais. Este
princípio é útil para analisar as tensões numa viga sujeita a esforços normal, momento fletor e
momento torsor.
N M z . y M y .z Vy Q Vz Q T .
x = + + = + +
A Iz Iy bI z bI y J
Este princípio é também útil para analisar estruturas hiperestáticas, onde o números de reações de
apoio é superior ao número de equações independentes fornecidas pelas condições de equilíbrio
estático.
Critérios de resistência
Quando uma estrutura tem comportamento elástico-linear (linearidade física e geométrica) Para um
determinado componente não sofrer deformação permanente, a tensão máxima no ponto mais
crítico da estrutura não pode ser superior à tensão limite de elasticidade.
Porém, num ponto podem estar presentes tensões de corte e tensões normais. Isto porque a tensão
num ponto do corpo sólido é uma quantidade tensorial.
Então, é necessário encontrar um valor escalar que pode ser comparado com a tensão limite de
elasticidade. Esse valor é a tensão equivalente. Para tal pode ser usado um invariante do tensor das
ou qualquer combinação linear de I1, I2 e I3.
Critérios de resistência
Para dimensionar uma estrutura é necessário identificar estados de solicitação que possam exceder
a resistência do material. São necessários critérios que permitam identificar esse limiar em pontos
críticos da estrutura, por uma relação que envolve as componentes de tensão, permitindo
quantificar a intensidade local do estado de tensões, independentemente do sistema de
coordenadas. Representando vários círculos de Mohr que correspondem a diversas situações limite,
desde tração, corte puro, compressão e até estados duplo e triplos, a envoltória resultante do
conjunto de círculos que reúne as combinações de solicitações correspondentes a estados limite,
define o limite teórico que permite extrapolar outros estados limite de tensão.
Critérios de resistência
Critério de máxima tensão de corte (ou de Tresca)
Este critério prevê que o escoamento plástico tem início quando a tensão de corte
no ponto crítico excede a máxima tensão de corte medida através de um ensaio de
tração. Neste caso, ocorre num plano que faz 45 com a transversal, quando:
𝑆𝑦 1 − 3 𝑆𝑦
Tridimensional: 𝑚𝑎𝑥 = 𝑚𝑎𝑥 = =
2 2 2
No caso do estado plano de tensões, considerando as tensões principais 𝜎𝐴 𝜎𝐵 enquanto a 3ª é zero. Pode-
se considerar três casos de escoamento:
1º caso 𝜎𝐴 𝜎𝐵 0, ou seja 𝜎1 = 𝜎𝐴 e 𝜎3 = 0 𝜎𝐴 𝑆𝑦
2º caso 𝜎𝐴 0 𝜎𝐵 , ou seja 𝜎1 = 𝜎𝐴 e 𝜎3 = 𝜎𝐵 𝜎𝐴 − 𝜎𝐵 𝑆𝑦
3º caso 0 𝜎𝐴 𝜎𝐵 , ou seja 𝜎1 = 0 e 𝜎3 = 𝜎𝐵 𝜎𝐴 𝑆𝑦
A tensão equivalente ’ pode ser diretamente comparada com a tensão de escoamento 𝑆𝑦 medida no ensaio
de tração. No caso do estado plano de tensão, ocorre escoamento plástico quando:
𝑥 − 𝑦 2 𝑆𝑦
𝑆𝑦 ′ = + 2𝑥𝑦
2 𝑛
considerando 𝜎𝑦 = 0: ′ = 2𝑥 + 42𝑥𝑦
𝑛
Critérios de resistência
Critério de máxima energia de distorção (ou de Von Mises)
Este critério prevê que o escoamento tem inicio quando a energia de distorção atinge um
valor máximo. Para definir a energia de distorção é necessário decompor os tensores de
tensão e deformação nas parcelas esféricas ou volumétricas (associadas a variação de
volume) e anti-esféricas (associadas à distorção). A tensão hidrostática 𝑎𝑣 apenas promove
variação do volume: 1 + 2 + 3
𝑎𝑣 =
3
A energia de deformação por unidade de
volume é definida: 1
𝑢= 1 1 + 2 2 + 3 3
2
1 2
𝑢= 1 + 22 + 23 − 2 1 1 + 2 2 + 3 3
2𝐸
32𝑎𝑣 1 − 2𝑣 2
Sendo as componentes volumétrica e anti-esférica: 𝑢𝑣 =
2𝐸
1 − 2𝑣 =
6𝐸
1 + 22 + 23 + 21 2 + 22 3 + 23 1
1−𝑣 1 − 2 2
+ 2 − 3 2
+ 3 − 1 2
𝑢𝑑 = 𝑢 − 𝑢𝑣 =
3𝐸 2
Critérios de resistência
Critério de máxima energia de distorção (ou de Von Mises) (continuação)
No caso de um ensaio de tração e . Nesse caso, a energia de distorção é:
• 1º caso 𝜎𝐴 𝜎𝐵 0, ou seja 𝜎1 = 𝜎𝐴 e 𝜎3 = 0 𝜎𝐴 𝑆𝑡
• 2º caso 𝜎𝐴 0 𝜎𝐵 , ou seja 𝜎1 = 𝜎𝐴 e 𝜎3 = 𝜎𝐵 𝜎𝐴 /𝑆𝑡 − 𝜎𝐵 /𝑆𝑐 1
• 3º caso 0 𝜎𝐴 𝜎𝐵 , ou seja 𝜎1 = 0 e 𝜎3 = 𝜎𝐵 𝜎𝐴 − 𝑆𝑐
Critérios de resistência
Critério de tensão normal
Este critério é usado para materiais frágeis, em que a resistência à tração é diferente da
resistência à compressão (caso de cerâmicos e betão). Considerando o estado limite num
ensaio de tração St e de compressão Sc a rotura ocorre sempre que:
No caso tridimensional: 𝜎1 𝑆𝑢𝑡 ou 𝜎2 −𝑆𝑢𝑐
1.12 - Um material frágil está submetido a um carregamento com uma relação de tensões igual a
σ/τ=2 (a outra componente normal cartesiana de tensão é igual a zero e o material encontra-se no
estado de tensão plana). Determine as tensões que originam a cedência, utilizando o critério de
Mohr, sabendo que as tensões de cedência à tração e à compressão são 𝑦+ = 155 MPa e − 𝑦 =
675 MPa, respetivamente. Represente graficamente no espaço das tensões principais, as tensões
que originam a cedência.
Exercícios:
1.13 - O veio ilustrado na figura, está unido a correias de transmissão nas duas extremidades, sendo
suportado por dois apoios intermédios, consistindo em dois rolamentos de esferas. A tensão limite
de cedência do aço utilizado é a seguinte: ced. = 260 Mpa.
a) Determinar o diâmetro mínimo da secção transversal do veio maciço, impondo um c.s. de 2,5 e
aplicando o critério da máxima tensão de corte (Tresca);
b) Reavaliar o diâmetro mínimo do veio maciço, impondo o mesmo c.s., mas aplicando o critério
da máxima energia de distorção (Von Mises);
c) Reavaliar o diâmetro mínimo do veio maciço,
impondo o mesmo c.s., mas recorrendo ao
critério da máxima tensão normal (Coulomb);
Exercícios:
1.14 - O veio maciço ilustrado na figura, com um diâmetro de 100 mm, encontra-se encastrado numa
extremidade e solicitado na extremidade livre através de um momento fletor Mf = 11 kNm, em
conjunto com o momento torsor Mt = 8,5 kNm. Selecionar um maço com características mecânicas
adequadas para fabricar o veio impondo o c.s. de 1,5 e recorrendo aos seguintes critérios:
a) Máxima tensão de corte (Tresca);
b) Máxima energia de distorção (Von Mises);
c) Máxima tensão normal (Coulomb).