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FUNDAÇÕES E OBRAS DE TERRA
CONTENÇÕES DE TALUDES COM ENFASE EM CORTINAS ATIRANTADAS
1
Lucas Pizzaia Falda
Marcus Vinicius Almeida Mendonça
3
Marlon Arthur Leite
4
Pedro Afonso Bolognesi Hruschka
RESUMO
 A necessidade da execução de escavações urbanas cada vez mais profundas tem imposto aos engenheiros geotécnicos o grande desafio de equilibrar elevados esforços horizontais com um mínimo de deslocamentos do maciço de solo e das estruturas localizadas nas vizinhanças. O objetivo principal deste artigo é demonstrar que para muitos destes casos, a utilização de cortinas atirantadas se constitui na solução técnica mais adequada, onde a estabilidade do talude é obtida pelas tensões induzidas no contato face-solo, as quais, em última análise, elevam o fator de segurança da superfície potencial de ruptura. Isso é possível através da protensão de tirantes que devem ser compostos por um trecho livre, a partir da face externa do talude, e um trecho injetado com calda de cimento, após a superfície potencial de ruptura. O dimensionamento estrutural da cortina é muito importante, haja vista o funcionamento causado pela aplicação de elevadas cargas nos tirantes.  Atualmente, ancoragens em solo são executadas intensamente em muitos países com cargas que em geral ainda não ultrapassam a 1500 kN.
PALAVRAS-CHAVE:
Cortinas Atirantadas, Protensão, Talude.
 
ABSTRACT
The need of implementing increasingly deep urban excavations have imposed geotechnical engineers the challenge of balancing high horizontal forces with minimal displacement of the mass of soil and structures located in the vicinity. The main purpose of this article is to demonstrate that many of these cases, the use of cable-stayed curtains constitutes the most appropriate technical solution, where slope
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Graduando em Engenharia Civil pela Unifil.
E-mail:
lucas_pizzaiafalda@hotmail.com
 Administrador de Empresas. Graduando em Engenharia Civil pela Unifil.
E-mail:
 vinicius@dimasimoveis.com.br
3
 Graduando em Engenharia Civil pela Unifil.
E-mail: 
4
Graduando em Engenharia Civil pela Unifil.
E-mail:
pedro.hrk21@gmail.com
 
 
FUNDAÇÕES E OBRAS DE TERRA
stability is obtained by induced in face -to-ground contact stresses, which, ultimately, increase the safety factor of the potential failure surface. This is achieved by tensioning the rods to be composed by a free passage from the outer face of the slope, and a portion injected with grout after the rupture surface potential. The structural design of the curtain is very important, considering the operation caused by the application of high loads on the risers. Now, in soil anchors are performed intensively in many countries with loads which usually not exceed 1500 kN .
 KEY-WORDS
: Curtains cable-stayed, Prestressing, Slope.
INTRODUÇÃO
Devido ao grande crescimento das cidades, cada vez mais áreas de encostas naturais estão sendo ocupadas por moradias ou empreendimentos, sendo inevitável a implantação e desenvolvimento das técnicas de contenções de taludes. Porém, estas ocupações devem seguir critérios de segurança estabelecidos por norma, serem avaliados e acompanhados por um engenheiro especialista, visando a estabilidade da edificação, já que este tipo de obra possui grande complexidade de projeto e execução.. Sabendo do grau de dificuldade encontrado nas obras de terra, é indispensável o estudo dos movimentos e características dos solos, pois estes podem assumir inúmeras composições, terem diversas configurações minerais e granulométricas, que afetam diretamente sua resistência ao cisalhamento. Devido a esta característica, deve-se tomar um cuidado especial com a contenção e estabilidade dos taludes de solo, assim como o dimensionamento geotécnico da estrutura de contenção que irá melhorar a estabilidade do maciço de terra.  Alguns acidentes com grandes proporções envolvendo escorregamentos de terra mais recentes, como o ocorrido em Santa Catarina e na Região serrana do Rio de Janeiro, demonstram o quão importante é a intervenção de obras de engenharia civil, que promovam a estabilidade nas áreas de risco. Estas medidas não são aplicadas especificamente em encostas, podem também serem implantadas para estabilização de rodovias, ferrovias, barragens loteamentos e até recuperação de grandes obras. Dentre os diversos tipos de contenções de taludes, a utilização da cortina atirantada, que é regulamentada pela NBR 5629, é a mais recomendada para solos com grandes solicitações horizontais, provenientes de escavações de grandes
 
 
FUNDAÇÕES E OBRAS DE TERRA
alturas do maciço de terra. Relatos apontam que este método foi empregado pela primeira vez no Brasil em 1597, no Rio de Janeiro, sendo empregada em larga escala a partir de 1966, desde então, esta técnica esta cada vez mais difundida no país.
DESENVOLVIMENTO 1. Cortinas atirantadas
Segundo Corsini (2011), cortinas atirantadas são estruturas feitas de concreto armado que recebem a tração de tirantes para contenção de terrenos. Normalmente, os tirantes são elementos de aço compostos por cabos ou por uma monobarra introduzidos no solo para transferir carga dentro de um maciço para uma parede ou outra estrutura de contenção. A parte do tirante imersa no solo tem a sua extremidade ancorada, enquanto a extremidade externa transfere a carga do sistema para a estrutura de concreto armado. Na contenção de taludes com cortinas atirantadas, a estrutura de concreto armado chamada de cortina cumpre a função de paramento, isto é, comparada às estruturas tradicionais de contenção, como muro de arrimo, é mais esbelta, tem menor espessura. Tal espessura é determinada em função do projeto e tem, geralmente, de 15 cm até 30 cm, variando conforme o dimensionamento da carga de contenção. A estrutura de concreto armado funciona como uma espécie de laje na vertical, recebendo os tirantes e pressionando-os contra o talude. De acordo com a NBR 5629:2006
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 Execução de Tirantes no Solo, que fixa condições exigíveis para tirantes ancorados no terreno, tanto para fins provisórios como permanentes, tirante injetado é uma peça especialmente montada, tendo como componente principal um ou mais elementos resistentes à tração, que são introduzidas no terreno em perfuração própria, nas quais por meio de injeção de calda de cimentos (ou outro aglutinante) em parte dos elementos, forma um bulbo de ancoragem que é ligado à estrutura através do elemento resistente à tração e da cabeça do tirante. Vale ressaltar que a força a ser absorvida pelo tirante deve ser transmitida ao terreno somente pelo bulbo de ancoragem.  A norma regulamentadora fixa ainda que o tirante provisório é aquele destinado a ser utilizado por tempo inferior a dois anos, cabendo exclusivamente ao proprietário definir o caráter da obra quanto a ser provisória ou permanente, e o tirante permanente aquele destinado a ser utilizado por tempo superior a dois anos.

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