Você está na página 1de 13

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Gêneton Flaviano Behling


Roberson Paz de Vargas

TRABALHO DE ESTRADAS II
MEMORIAL DE PROJETO DE PAVIMENTAÇÃO

Santa Cruz do Sul, junho de 2015


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 3

2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 4

3 APRESENTAÇÃO DAS CAMADAS DE UM PAVIMENTO FLEXÍVEL .................... 5

3.1 Pavimento (R) ................................................................................................................. 5

3.2 Base (B) ............................................................................................................................ 5

3.3 Sub-base (h20) .................................................................................................................. 6

3.4 Reforço do subleito (hn) .................................................................................................. 6

3.5 Subleito ............................................................................................................................ 6

4 DIMENSIONAMENTO DO PAVIMENTO ASFÁLTICO .............................................. 7

5 DIMENSIONAMENTO DA SUB-BASE RODOVIÁRIA................................................. 8

6 DIMENSIONAMENTO DA BASE RODOVIÁRIA ........................................................ 11

8 ANEXOS .............................................................................................................................. 13
3

1 INTRODUÇÃO

Para elaborar-se um memorial de projeto de pavimentação de rodovia são necessários


no mínimo dois dados, sendo eles o número N e o valor do CBR do subleito da rodovia. Uma
vez obtidos estes valores determinam-se os materiais que irão compor as demais camadas da
pavimentação.
O número N é a definição do número equivalente de repetições do eixo padrão que
passará na rodovia durante o tempo de projeto. O eixo padrão citado é o Eixo Simples de
Rodado Duplo (ESRD), de 8,20 tf. Para este trabalho foi estipulado N = 4× 107.
O subleito é a camada de solo presente naturalmente no trecho da rodovia, portanto o
valor do CBR deste solo será sempre determinado no início do projeto, já que é um valor fixo
para aquela seção da estrada e balizador para a escolha das demais camadas. Para este
trabalho foi estipulado Subleito de Solo Argiloso com CBR = 8%.
4

2 OBJETIVOS

Este trabalho visa elaborar um memorial para o projeto de um trecho de rodovia de


pavimento flexível. O memorial irá prestar-se à função de memória de cálculo e especificação
de materiais, na fase de projeto, e irá dar as diretrizes para a execução.
De forma específica, serão determinadas todas as camadas necessárias, sendo que cada
uma corresponderá a um item deste trabalho. Dentro de cada um destes itens haverá a
descrição completa do método de dimensionamento da camada em questão com histórico de
cálculo, será especificado o material a usar conforme normas a referir-se e também haverá
orientação sobre forma correta de compactação das camadas.
5

3 APRESENTAÇÃO DAS CAMADAS DE UM PAVIMENTO FLEXÍVEL

De forma esquemática a Figura 1 mostra as camadas que são empregadas na


construção de uma rodovia de pavimento flexível, e na sequencia há uma abordagem de suas
funções, espessuras e métodos de dimensionamento.

Figura 1- Corte longitudinal das camadas de um pavimento flexível

Fonte: Os Autores

3.1 Pavimento (R)

Camada onde se aplica o Concreto Betuminoso Usinado à Quente (CBUQ), destinada


à rodagem de veículos. Seu acabamento deve possibilitar o melhor atrito possível com os
pneus dos veículos.
Na fase de projeto sua espessura pode variar de um simples tratamento superficial até
a espessura desejada, enquanto para a execução cada camada a ser compactada deve ter no
máximo 7 cm.

3.2 Base (B)

Camada destinada a resistir aos esforços verticais oriundos dos veículos, distribuindo
os adequadamente à camada subjacente. Está presente abaixo do pavimento e acima das
demais camadas.
Na fase de projeto sua espessura mínima é de 15 cm, enquanto para a execução, cada
camada a ser compactada deve estar compreendida entre 10 cm e 20 cm. A soma das camadas
"R" e "B" determinam a espessura H20.
6

3.3 Sub-base (h20)

Camada complementar à base e com as mesmas funções de trabalho e especificações


de espessura desta. Está presente logo abaixo da base e acima das demais camadas. A soma
das camadas "R", "B" e "h20" determinam a espessura Hn.

3.4 Reforço do subleito (hn)

Camada utilizada quando se torna necessário reduzir espessuras elevadas da camada


de sub-base, originadas pela baixa capacidade de suporte do subleito.
Segue as mesmas funções de trabalho e especificações de espessura de base e sub-
base. A soma das camadas "R", "B", "h20" e "hn" determinam a espessura Hm.

3.5 Subleito

Está presente naturalmente naquele trecho da rodovia, devendo ser terraplenado para
acomodar corretamente as camadas superiores. Estes cortes ou aterros de terraplenagem
devem ter até 20 cm de espessura, sendo que acima disto devem ser preenchidos previamente
a este serviço, conforme projeto altimétrico.
7

4 DIMENSIONAMENTO DO PAVIMENTO ASFÁLTICO

A capa de revestimento asfáltico, que corresponde à camada R, mostrada em corte


longitudinal da rodovia no Anexo 1, é função do número N, que no caso da rodovia em estudo
vale N = 4 × 107.
Para a determinação da espessura da camada asfáltica de CBUQ deve-se consultar a
Tabela 1, normatizada pelo DNER, que irá fornecer o valor R = 10 cm para o tráfego desta
rodovia.

Tabela 1- Relação entre valores de "N" e "R"


Tráfego Espessura (R) de CBUQ [cm]
N ≤ 106 Tratamento Superficial
106 < N ≤ 5×106 5
5×106 < N ≤ 107 7,5
107 < N ≤ 5×107 10
N < 5×107 12,2
Fonte: Adaptado de apostila de aula, Prof. João R. G. Mattos.

Entre a camada betuminosa e a camada de base deve ser aplicada pintura de ligação, a
qual segue as especificações da norma DNER – ES 307/97.
8

5 DIMENSIONAMENTO DA SUB-BASE RODOVIÁRIA

O material desta camada deve ser determinado na sequencia, pois conhecendo seu
valor de CBR pode-se dimensionar a espessura da base.
Segundo a norma DNER – ES 301/97, para sub-bases estabilizadas
granulometricamente, nesta rodovia deve-se empregar no mínimo CRB ≥ 20% e Expansão ≤
1%, determinados através dos ensaios pertinentes.
Para este trecho de rodovia será determinado o uso de Macadame Hidráulico, que de
acordo com a norma DNER – ES 316/97 é:

Camada de pavimento constituída por uma ou mais camadas de agregados


graúdos com diâmetro variável de 3 ½ pol a 1/2 pol (88,9 mm a 12,7 mm),
compactadas, com as partículas firmemente entrosadas umas às outras, e os vazios
preenchidos por material de enchimento, com ajuda lubrificante da água.

Para o material Macadame Hidráulico será estipulado CBR = 20%. Deve-se observar
que por maior que seja o valor real de CBR da sub-base, o valor máximo a ser utilizado no
ábaco será sempre de 20%.
No Ábaco 1 cruza-se o valor de N com o valor de CBR da camada de sub-base,
obtendo-se assim para esta rodovia a espessura H20 = 25 cm. A representação desta espessura
pode ser vista no Anexo1.
9

Ábaco 1- Dimensionamento de camadas

Fonte: Apostila de aula, Prof. João R. G. Mattos.

Com os valores de "R" e "H20" poder-se-á, no subitem seguinte, determinar a


espessura da camada "B". De posse deste valor, retorna-se a esta etapa para que seja feito o
dimensionamento da espessura da camada de sub-base.
É necessário ainda que se cruze o valor de N com o valor de CBR do subleito no
Ábaco 1, obtendo-se assim para esta rodovia a espessura Hn = 51 cm.
10

A espessura da "h20" será calculada pela Equação 1:


Equação 1

De acordo com valores normatizados, deve-se ter sempre h20 ≥ 15 cm para projeto,
logo, mantém-se como adotado h20 = 16 cm. Esta espessura pode ser vista no Anexo 1.
Para fins de execução da camada deve-se seguir o procedimento da norma DNER – ES
301/97, e a espessura da camada de sub-base após compactada deve ser equivalente aos 16 cm
11

6 DIMENSIONAMENTO DA BASE RODOVIÁRIA

A norma DNER – ES 303/97 dá a seguinte definição para estabilização


granulométrica:
Processo de melhoria da capacidade resistente de materiais “in natura” ou
mistura de materiais, mediante emprego de energia de compactação adequada, de
forma a se obter um produto final com propriedades adequadas de estabilidade e
durabilidade.

Ainda nas conformidades da mesma norma, para bases estabilizadas


granulometricamente, nesta rodovia deve-se empregar no mínimo CRB ≥ 80% e Expansão ≤
0,5 % determinados através dos ensaios pertinentes.
Para este trecho de rodovia será determinado o uso de Brita Graduada Simples (BGS)
com CBR = 80%, sendo que este material deve seguir as especificações da norma supracitada.
A espessura da camada "B" será calculada pela Equação 2:
Equação 2

De acordo com valores normatizados, deve-se ter sempre B ≥ 15 cm para projeto,


logo, será adotado B = 15 cm. Esta espessura pode ser vista no Anexo 1.
Para fins de execução da camada deve-se seguir o procedimento da mesma norma
DNER – ES 303/97, e a espessura da camada de base após compactada deve ser equivalente
aos 15 cm.
12

7 REFORÇO DO SUBLEITO RODOVIÁRIO

Pela boa qualidade do material do subleito pode-se dispensar esta camada de reforço,
visto que as camadas superiores de sub-base e base poderão ser executadas com espessuras
viáveis e corretes, sem prejuízo à estrutura da rodovia.
13

8 ANEXOS

Você também pode gostar