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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
ESTRUTURAS EM AÇO

ESTRUTURAS EM AÇO
- PEÇAS TRACIONADAS -

Prof. MSc. CHRISTIANE MYLENA TAVARES DE


MENEZES GAMELEIRA

MOSSORÓ/RN
ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO
2

 Tipos Construtivos;
 Critérios de Dimensionamento;
 Distribuição de Tensões Normais na Seção;
 Estados Limites Últimos e Esforços Normais
Resistentes;
 Limitações de Esbeltez das Peças Tracionadas;

 Diâmetro dos Furos de Conectores;

 Área da Seção Transversal Líquida de Peças


Tracionadas com Furos;
 Área da Seção Transversal Líquida Efetiva;

 Cisalhamento de Bloco.
TIPOS CONSTRUTIVOS
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 Conceito:

 Denominam-se peças tracionadas as peças sujeitas a


solicitações de tração axial, ou tração simples.
Considerações iniciais

• As barras de aço tracionadas são solicitadas exclusivamente por força axial de


tração decorrente de ações estáticas.
• Nos edifícios com estrutura de aço, tais barras aparecem, na maioria das
vezes, compondo treliças planas que funcionam como vigas de piso e de
cobertura (tesouras de cobertura).

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Considerações iniciais

• Barras tracionadas também compõem treliças espaciais, geralmente


empregadas em coberturas de edificações que precisam de grande área
livre.
• As barras de aço axialmente tracionadas também aparecem na composição
de treliças de pilares.
• Nos contraventamentos verticais e de cobertura, usados para estabilizar
muitas edificações, sempre há barras tracionadas.

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Considerações iniciais

• Tirantes e pendurais: transfere cargas gravitacionais de um piso para


componentes estruturais situados em nível superior, também são barras
tracionadas e aparecem em diversas edificações com estruturas de aço.

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Considerações iniciais

• Tirantes e pendurais: transfere cargas gravitacionais de um piso para


componentes estruturais situados em nível superior, também são barras
tracionadas.
• A propriedade geométrica mais importante no dimensionamento é a área da
seção transversal, e os perfis mais diversos são utilizados (I, U, duplo U, L,
duplo L, T, barra redonda lisa etc.).

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Elementos tracionados

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TIPOS CONSTRUTIVOS
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 Emprego nas estruturas:


 Tirantes ou pendurais;

 Contraventamentos de torres (estais);

 Travejamento de vigas ou colunas, geralmente com


dois tirantes em forma de X;

 Tirantes de vigas armadas;

 Barras tracionadas de treliças.


TIPOS CONSTRUTIVOS
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TIPOS CONSTRUTIVOS
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 Podem ser constituídas por barras de seção simples


ou composta, por exemplo:

 Barras redondas;

 Barras chatas;

 Perfis laminados simples (L, U, I);

 Perfis laminados compostos.


TIPOS CONSTRUTIVOS
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TIPOS CONSTRUTIVOS
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 As ligações das extremidades das peças tracionadas


com outras partes da estrutura, pode ser feita por
diversos meios:

 Soldagem;

 Conectores aplicados em furos;

 Rosca e porca (caso de barras rosqueadas)


Tipos construtivos
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CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
Distribuição de Tensões Normais na Seção
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 Peças tracionadas com furos: tensões em regime


elástico não uniformes.

 Tensões mais elevadas nas proximidades dos furos;

 No estado limite: as tensões atuam de maneira


uniforme em toda a seção da peça, graças a
ductilidade;
TIPOS CONSTRUTIVOS
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CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
Distribuição de Tensões Normais na Seção
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 Às tensões σN, devidas ao esforço normal de tração


N, somam-se as tensões residuais σr, oriundas do
processo de fabricação e cuja resultante é nula;

 Com o acréscimo da força de tração ocorre a


plastificação progressiva da seção;

 A força de tração Ny, que provoca a plastificação


total da seção não se altera com a presença das
tensões residuais
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
Distribuição de Tensões Normais na Seção
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Elementos tracionados

Estados limites aplicáveis

• Estados limites últimos


– Escoamento da seção bruta
– Ruptura da seção líquida (seção
descontando os furos)

• Estados limites de serviço


– Vibração – (controle da esbeltez)
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– Deformação excessiva
Identificação dos
estados-limites últimos

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ELU – Barras tracionadas – Verificações

N t ,Sd  N t , Rd
Condição geral
de segurança:

Verificar em Seção bruta e Seção líquida:


N N

Seção Líquida Seção Bruta


An fu fy Ag fu: tensão última à
tração do aço

fy: tensão de
escoamento à tração do
aço.

Seção líquida Tabelado para cada tipo


Seção bruta
21 de aço a ser utilizado
Dimensionamento de barras
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tracionadas
A resistência de cálculo é dada pelo menor valor entre :

A) NA SEÇÃO DE ÁREA BRUTA : onde é considerada a área Ag (área bruta)


da seção transversal da peça sem furos. Nesse caso o estado limite a ser
considerado é o escoamento da seção bruta.
B) NA SEÇÃO DE ÁREA LIQUIDA :onde é considerada a área An (área
líquida) que leva em conta os furos na seção da peça. Nesse caso o estado
limite a ser considerado é a ruptura da seção transversal líquida (com furos).
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
Estados Limites Últimos e Esforços Normais Resistentes
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 A resistência de uma peça sujeita à tração axial


pode ser determinada por:

 Ruptura da seção com furos (ou seção líquida);

◼O escoamento da seção com furos conduz a um pequeno


alongamento da peça e não constitui um estado limite;

 Escoamento generalizado da barra (ou escoamento da


seção bruta) ao longo de seu comprimento, provocando
deformações exageradas.
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
Estados Limites Últimos e Esforços Normais Resistentes
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 Peças em geral com furos

 Ruptura da seção com furos, de área An (área líquida)


An ,ef . f u
Rdt =
 a2
◼ γa2 = 1,35 para esforço normal solicitante decorrente de
combinação normal de ações;
◼ fu = tensão resistente à tração do aço;
◼ An,ef = área líquida efetiva.
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
Estados Limites Últimos e Esforços Normais Resistentes
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 Peças em geral com furos

 Escoamento da seção bruta, de área Ag

Ag . f y
Rdt =
 a1
◼ γa1 = 1,10 para esforço normal solicitante decorrente de
combinação normal de ações;
◼ fy = tensão de escoamento à tração do aço;
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CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
Estados Limites Últimos e Esforços Normais Resistentes
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 Assim sendo, para barras rosqueadas solicitadas


por tração tem-se que:

0,75 Ag . f u Ag . f y
Rdt = 
 a2  a1
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Valores do Coeficiente 𝛾𝑚 Parcial de segurança, aplicado às resistências
(NBR 8800)

Material Combinação das ações


𝛾𝑚 Normais Especiais ou Excepcionais
de
construção
Aço estrutural, pinos e
parafusos – Estados
limites de escoanemto 𝛾𝑎1 1,10 1,10 1,00
e flambagem
Aço estrutural, pinos e
parafusos – estado 𝛾𝑎2 1,35 1,35 1,15
limite de ruptura
Concreto 𝛾𝑐 1,40 1,20 1,20
Aço de armadura de
concreto armado 𝛾𝑠 1,15 1,15 1,00

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Limitação do índice de esbeltez

• O índice de esbeltez é a maior relação entre o comprimento


destravado Lt e o raio de giração r correspondente (com exceção das
barras redondas rosqueadas que são montadas com pré-tensão).
• Seu limite é dado por:

• A recomendação sobre esse limite evita:


• deformação excessiva;
• vibração de grande intensidade, que pode se transmitir para toda a
edificação, quando houver ações variáveis ou quando existirem

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solicitações de equipamentos vibratórios.
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
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Limitações de Esbeltez
 Denomina-se índice de esbeltez de uma haste a
relação entre seu comprimento l entre pontos de
apoio lateral e o raio de giração imin da seção
transversal;

 Nas peças tracionadas → não tem importância


fundamental → o esforço tende a retificar a haste,
reduzindo excentricidades construtivas iniciais;

 As normas fixam limites: reduzir efeitos


vibratórios provocados por impactos, ventos etc.
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
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Limitações de Esbeltez
 ABNT NBR 8800:2008

 Item 5.2.8.1

◼ Recomenda-se que o índice de esbeltez das barras


tracionadas, tomando como a maior relação entre o
comprimento destravado e o raio de giração correspondente
(L/r), excetuando-se tirantes de barras redondas pré-
tensionadas ou outras barras que tenham sido montadas
com pré-tensão, não supere 300.
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
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Diâmetro dos Furos de Conectores

 Quando as seções recebem furos para permitir


ligações com conectores (rebites ou parafuso), a
seção da peça é enfraquecida pelos furos;

 Os tipos de furos adotados em construções


metálicas são realizados por puncionamento ou por
broqueamento;
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
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Diâmetro dos Furos de Conectores
 O processo mais econômico e usual consiste em
puncionar um furo com diâmetro de 1,5 mm
superior ao diâmetro do conector;

 Essa operação danifica o material junto ao furo, o


que se compensa, no cálculo, com uma redução de
1,5 mm ao longo do perímetro do furo.
 Furo-padrão:
 2mm → dano por puncionamento
 1,5mm → folga do furo d ' = d + 3,5mm
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
Área da Seção Transversal Líquida de Peças Tracionadas com Furos
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 Numa barra com furos, a área líquida (An) é obtida


subtraindo-se da área bruta (Ag) as áreas dos furos
contidos em uma seção reta da peça.
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
Área da Seção Transversal Líquida de Peças Tracionadas com Furos
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 No caso de furação enviesada, é necessário


pesquisar diversos percursos (1-1-1, 1-2-2-1) para
encontrar o menor valor de seção líquida, uma vez
que a peça pode romper segundo qualquer um
desses percursos.

 p = espaçamento entre furos


da mesma linha;
 g = espaçamento transversal
entre duas filas de furos;
 s = espaçamento longitudinal
entre filas diferentes.
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
Área da Seção Transversal Líquida de Peças Tracionadas com Furos
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 A área líquida (An) de barras com furos pode ser


representada pela equação:
2
s
An = [b −  (d + 3,5mm) +  ].t
4g
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
Área da Seção Transversal Líquida Efetiva
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 Quando a ligação é feita por todos os segmentos de


um perfil, a seção participa integramente da
transferência dos esforços;

 Isto não acontece, por exemplo, nas ligações das


cantoneiras com a chapa de nó, nas quais a
transferência dos esforços se dá através de uma aba
de cada cantoneira;

 Para esses casos: An ,ef = Ct . An


Dimensionamento
 Área Liquida Efetiva (Ae)
◼ É a área líquida (An) multiplicada por um coeficiente de redução para levar em conta
concentrações de tensões que surgem em função da aplicação de cargas.

◼ Ae = An x Ct

◼ onde:

◼ Ct é um coeficiente de redução da área líquida que tem os seguintes valores:

◼ Ct = 1,00 quando a força de tração for transmitida diretamente para cada um dos
componentes da seção transversal da barra (abas, alma, ctc.) por soldas ou parafusos;
Dimensionamento
 Área Liquida Efetiva (Ae)
A
◼ Ct = c ; quando a força de tração for transmitida somente por soldas transversais, sendo:
Ag
◼ Ac é a área da seção transversal dos componentes conectados;

◼ ec
0,60  Ct = 1 −  0,90;
lc
◼ nas barras de seções transversais abertas, quando a força de tração for transmitida para alguns
(não todos) componentes da seção transversal (abas, alma, etc.) somente por parafusos ou somente
por soldas longitudinais ou ainda por uma combinação de soldas longitudinais e transversais,
Dimensionamento

◼ sendo ec a excentricidade da ligação e lc o comprimento efetivo da ligação na direção


da força axial (nas ligações soldadas, é igual ao comprimento da solda e nas ligações
parafusadas é igual à distância do primeiro ao último parafuso);
Dimensionamento
 nas chapas planas, quando a força de tração for transmitida somente por soldas
longitudinais ao longo de ambas as suas bordas;

Ct = 1,00 para lw  2b;


Ct = 0,87 para 2b  lw  1,5b;
Ct = 0,75 para 1,5b  lw  b;

ec
0,60  Ct = 1 −  0,90;
 lc nas barras com seções tubulares, quando a força for transmitida
por meio de uma chapa de ligação concêntrica ou por chapas de ligação em dois lados
opostos da seção, desde que o comprimento da ligação lc não seja inferior à dimensão da
seção na direção paralela à(s) chapa(s) de ligação;

d 2 + 2db d2
ec = ec =
4(d + b ) 4(d + b )
Dimensionamento

 nas barras com seções tubulares circulares, quando a força de tração for transmitida por
meio de uma chapa de ligação concêntrica:

 Ct = 1,00 se o comprimento da ligação


lc  1,3  D

 se o comprimento da ligação
e
0,60  Ct = 1 − c  0,90; 1,3  D  lc  D
lc
Dimensionamento
 Condições de Ruína dos Elementos Tracionados
 Para que um elemento tracionado seja estável, devemos ter, com base, na expressão geral
da segurança estrutural:

N t , Rd  N t ,Sd
N t ,Rd → força axial de tração resistente;
N t ,Sd → força axial de tração solici tan te;

 Força Axial de Tração Resistente de Cálculo


 Portanto as condições de estabilidade para os estados limites do elemento tracionado são:

 a) para o escoamento na seção bruta: Ag  f y Ag  f y m


N tAg , Rd = →    fi  TSd
 a1  a1 i =1

Ag  f y
N tAg , Rd =
1,10
Dimensionamento
 b) para a ruptura na seção líquida efetiva:

Ae  f u Au  f u m
N tAe , Rd = →    fi  TSd
 a2  a2 i =1

Ae  f u
N tAe , Rd =
1,35
 onde:

 Ag é a área bruta da seção transversal da barra;

 Ae é a área líquida efetiva da seção transversal da barra (efetivamente tensionada);

 fy é a resistência ao escoamento do aço;

 fu é a resistência à ruptura d o aço.


Dimensionamento

 Recomenda-se ainda o seguinte critério de projeto para o ajuste do dimensionamento de


elemento estrutural , quanto ao nível de tensões:

Tt , Sd
0,9   1,03
Tt , Rd

 Limitação do Índice de Esbeltez


 A ABNT, NBR 8800 recomenda que o índice de esbeltez (L/r ) , excetuando-se tirantes de
barras redondas pré-tensionadas, não deve exceder 300.
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Introdução
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• O dimensionamento de barras tracionadas é o mais simples.

• Quando um elemento de aço é submetido à tração simples é


necessária apenas a verificação das tensões de tração na seção
da peça.

• Não devemos esquecer que, no caso da peça apresentar furos,


a seção resistente deverá ser aquela que resulta dos descontos
das áreas relativas aos furos; essa seção denomina-se Área
Líquida.
EXERCÍCIOS
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Exemplo 2
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EXERCÍCIOS
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Exemplo 2.3.4
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