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Projeto, dimensionamento e detalhamento de

estruturas de concreto armado – Aula 7 –


Parte A – Modelo de bielas e tirantes

Engº Ricardo Carrazedo

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Regiões “B” e “D”
¢ Regiões “B” de Beam ou Bernoulli: a hipótese de
Bernoulli é válida (seções planas), a análise e o
dimensionamento podem ser feitos com o modelo
de treliça;
¢ Regiões “D” de Discontinuity ou Detail: a
distribuição de deformações é altamente não
linear, e ocorre próximo a cargas concentradas,
cantos, aberturas e outras descontinuidades. A
análise e o dimensionamento podem ser feitos
com o modelo de bielas e tirantes.

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Estruturas de Concreto Armado
Regiões “B” e “D”

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Estruturas de Concreto Armado
Regiões “B” e “D”

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Estruturas de Concreto Armado
Análise das regiões D
¢ Após a análise estrutural e a definição das regiões
B e D, aplica-se os esforços atuantes obtidos na
análise estrutural nos contornos das regiões D;
¢ Em estruturas apenas com regiões D, como vigas
parede, as forças de contorno são as ações
aplicadas e as reações;
¢ O modelo adotado depende da geometria e das
ações aplicadas no contorno.

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Estruturas de Concreto Armado
Trajetórias das forças
¢ Inicialmente verifica-se se o equilíbrio externo é satisfatório;
¢ Determina-se os campos de tensão de tração e compressão;
¢ Ações distribuídas no contorno devem ser substituídas por
concentradas equivalentes que após percorrerem um caminho
dentro da estrutura encontrem do outro lado cargas que a
equilibrem;
¢ Após desenhados os caminhos entre as cargas externas estes são
substituídos por linhas de um polígono;
¢ Em função das ações divide-se as linhas em bielas (tracejadas) e
tirantes (continuas);
¢ Bielas e tirantes adicionais devem ser acrescentados para garantir
o equilíbrio dos nós;
¢ A orientação da trajetória das forças é mais importante para as
bielas que para os tirantes que seguem paralelamente às
extremidades dos elementos;
¢ Em regiões nodais altamente tensionadas (próximas a apoios ou
forças concentradas) as bielas e tirantes devem se encontrar com
ângulos da ordem de 60º e nunca menores que 45º.

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Estruturas de Concreto Armado
Trajetórias das forças

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Estruturas de Concreto Armado
Trajetórias das forças

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Estruturas de Concreto Armado
Trajetórias das forças

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Estruturas de Concreto Armado
Processo de cálculo

¢ Identificar regiões B e D
¢ Isolar regiões D e determinar esforços
solicitantes do seu contorno
¢ Aplicar o processo do caminho da carga
¢ Dimensionar os tirantes
¢ Verificar as tensões nas bielas e nós
¢ Definir tipos e comprimentos de
ancoragem
¢ Detalhamento

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Estruturas de Concreto Armado
Otimização do modelo

¢ Obtenção de modelos ótimos é difícil


e exige experiência
¢ Deve-se considerar que as cargas
buscam os caminhos de mínimas
forças e deformações
¢ Como as armaduras são muito
deformáveis procura-se utilizar
tirantes curtos
¢ Critério: SFiLiemi = mínimo
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Estruturas de Concreto Armado
Otimização do modelo

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Estruturas de Concreto Armado
Otimização do modelo

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Estruturas de Concreto Armado
Otimização do modelo

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Estruturas de Concreto Armado
Dimensionamento das bielas

¢ Campos de tensões de compressão

Região D – Propagação com Região B – sem


Região D tração transversal
curvaturas acentuadas,
Propagação suave sem compressão e tração transversal
tração transversal
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Estruturas de Concreto Armado
Dimensionamento das bielas

¢ Estados multiaxiais

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Estruturas de Concreto Armado
Dimensionamento das bielas

¢ Resistência
l Menorque a resistência dos banzos
comprimidos devido à tração da
armaduras que as atravessam:
• 0,85 fcd = compressão uniaxial e sem
perturbação
• 0,68 fcd = campos com fissuras
paralelas às tensões de compressão
• 0,51 fcd = campos de tensão com
fissuras inclinadas

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Estruturas de Concreto Armado
Dimensionamento dos tirantes

¢ As = Rst / fyd

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Estruturas de Concreto Armado
Dimensionamento dos nós

¢ Nó:
l volume de concreto que envolve as
intersecções das bielas, forcas de
ancoragem e forcas externas;
l Idealização da realidade;
l Mudança de direção das forcas

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Estruturas de Concreto Armado
Dimensionamento dos nós

¢ Nó continuo: A

¢ Nó singular: B

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Estruturas de Concreto Armado
Dimensionamento dos nós

¢A geometria dos nós deve ser


compativel com a estrutura e o
modelo adotado;

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Estruturas de Concreto Armado
Dimensionamento dos nós

¢ Geralmente, as tensões de
compressão nos nós são mais
críticas nos locais de aplicação de
forças concentradas
¢ Dentro da estrutura locais críticos
são as descontinuidades
geométricas

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Estruturas de Concreto Armado
Dimensionamento dos nós

¢ Procedimentos simplificados
lA armadura ancorada no nó deve
ser distribuída em certa altura, para
ajustar a geometria do nó às forças
concorrentes e à largura dos
campos de tensões
l Verificação das tensões de
compressão

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Estruturas de Concreto Armado
Dimensionamento dos nós

¢ Procedimentos simplificados
l Ancoragem dos tirantes
• começa a atuar na seção onde as tensões
de compressão da biela encontrem a barra e
comecem a ser desviadas
• Deve se estender no mínimo até o fim do
campo de tensão de compressão desviado
por ela
• Se necessário a ancoragem deve se
estender além da região do nó

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Estruturas de Concreto Armado
Dimensionamento dos nós

¢ Nós somente com forças de compressão

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Estruturas de Concreto Armado
R1

Dimensionamento dos nós

¢ Nós com ancoragem de apenas barras paralelas

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Estruturas de Concreto Armado
Dimensionamento dos nós

¢ Nós com barras dobradas

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Estruturas de Concreto Armado
Dimensionamento dos nós

¢ Nós com tirantes e direções ortogonais

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Estruturas de Concreto Armado
Dimensionamento dos nós
¢ Resistência das regiões nodais depende de:
l Armadura tracionada no nó, sua distribuição e
ancoragem
l Nível de confinamento
¢ Limites para tensões médias:
l 0,85 fcd para regiões onde se encontram apenas
bielas comprimidas
l 0,65 fcd para nós ancorando apenas uma barra
l 0,5 fcd para nós ancorando tirantes em mais de
uma direção

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Estruturas de Concreto Armado
Método da bielas e tirantes

¢ Treliça de Mörsch

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Estruturas de Concreto Armado
Método da bielas e tirantes

¢ Treliça generalizada

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Estruturas de Concreto Armado
Método da bielas e tirantes

¢ Efeito de arco

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Estruturas de Concreto Armado
Método da bielas e tirantes

¢ Cargas próximas a apoios

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Estruturas de Concreto Armado
Método da bielas e tirantes

¢ Cargas próximas a apoios

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Estruturas de Concreto Armado
Método da bielas e tirantes

¢ Efeito de leque

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Estruturas de Concreto Armado
Método da bielas e tirantes
¢ Maiores detalhes do método, exemplos de
aplicação em vigas, vigas parede, ligações viga-
pilar, consolos e descontinuidades geométricas e
exemplos práticos de aplicação em:

l SILVA, R. C. (1991). Concreto armado:


Aplicações de modelos de bielas e tirantes.
Dissertação de mestrado – EESC/ USP.

l SILVA, R. C.; GIONGO, J. S. (2000). Modelos


de bielas e tirantes. Projeto REENGE, São
Carlos, EESC – USP.

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Estruturas de Concreto Armado
Bibliografia
¢ ABNT - NBR 6118 (2003) - Projeto de estruturas de concreto
– Procedimento
¢ Eurocode 2: Design of concrete structures - Part 1: General
rules and rules for buildings. (2002).
¢ Munhoz, F. S. (2004). Análise do comportamento de blocos
de concreto armado sobre estacas submetidos à ação de
força centrada. Dissertação de mestrado – EESC/ USP.
¢ SANTOS, D. (2006). Análise de vigas de concreto armado
utilizando modelos de bielas e tirantes. Dissertação de
mestrado – EESC/ USP.
¢ SILVA, R. C. (1991). Concreto armado: Aplicações de
modelos de bielas e tirantes. Dissertação de mestrado –
EESC/ USP.
¢ SILVA, R. C.; GIONGO, J. S. (2000). Modelos de bielas e
tirantes. Projeto REENGE, São Carlos, EESC – USP.

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