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2021.

ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO I


Esp. PEDRO ANDRADE

CISALHAMENTO

1
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I

ÍNDICE

CISALHAMENTO
• MODELO DE TRELIÇA
• VERIFICAÇÃO DO CONCRETO
• CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL
• ARMADURA MÍNIMA TRANSVERSAL
• DIÂMETRO E ESPAÇAMENTO MÁXIMO ENTRE ESTRIBOS
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I

CISALHAMENTO

Até o momento foi estudada uma viga submetida à flexão pura e, neste caso,
o momento fletor é constante, e a força cortante, que pode ser expressa pela
derivada do momento fletor, é nula.
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CISALHAMENTO

Por essa razão, no cálculo da armadura longitudinal, feito anteriormente,


foram analisadas apenas as seções mais solicitadas pelo momento fletor
sem nenhuma interferência da força cortante.

Na realidade, as vigas submetidas a um carregamento vertical qualquer, com


ou sem força normal, estão trabalhando em flexão simples ou composta não
pura, sendo variável, nesta situação, o momento fletor, e sendo a força
cortante, portanto diferente de zero.
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CISALHAMENTO

Na realidade, as vigas submetidas a um carregamento vertical qualquer, com


ou sem força normal, estão trabalhando em flexão simples ou composta não
pura, sendo variável o momento fletor, e sendo a força cortante, portanto
diferente de zero.
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I
CISALHAMENTO
FLEXÃO MOMENTO CORTANTE TENSÕES ATUANTES
FLETOR M V = dM/dx NA SEÇÃO
PURA CONSTANTE V=0 σ (NORMAL)
NÃO PURA VARIÁVEL V≠0 σ (NORMAL) e τ
(TANGENCIAL)

Desta forma, na flexão não pura, atuam sempre tensões normais de flexão
com as tensões tangenciais, formando um estado biaxial ou duplo de
tensões. É um problema de solução complexa, com mecanismos resistentes
essencialmente tridimensionais.

No estudo do cisalhamento influem:


• Forma da seção
• Variação da forma da seção ao longo da peça
• Esbeltez da peça
• Disposição da armaduras transversais e longitudinais
• Aderência
• Condições de apoio e carregamento
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CISALHAMENTO
As forças de tração
L.N.
ocasionam o surgimento de
fissuras, as quais são
perpendiculares aos
esforços.

Fissuras verticais – Devido a


esforços de flexão,
localizada na região onde há
o maior momento,
estendendo-se até a linha
neutra.
Fissuras inclinadas - são
causadas por forças de
cisalhamento.
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CISALHAMENTO

A tensão de cisalhamento pode ser definida como:

τ = tensão de cisalhamento;
V = força cortante que atua na seção transversal;
Q = momento estático de uma área (y.A);
I = momento de inércia da seção.
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MODELO DE TRELIÇA
O modelo clássico de treliça foi idealizado por Ritter e Mörsch e se baseia na analogia
entre uma viga fissurada e uma treliça. Considerando uma viga biapoiada de seção
retangular, admitindo-se que após a fissuração, seu comportamento é similar ao de
uma treliça, formada pelos elementos:
Armadura de cisalhamento
com inclinação entre 45° e 90°

*banzos paralelos
Fissuras, e portanto as bielas de compressão, com inclinação de 45° *treliça isostática
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MODELO DE TRELIÇA

Porém, resultados de ensaios comprovam que há imperfeições na analogia de treliça


clássica. Isso se deve principalmente a três fatores:

• A inclinação das fissuras é menor que 45°;


• Os banzos não são paralelos; há o arqueamento do banzo comprimido,
principalmente nas regiões dos apoios;
• A treliça é altamente hiperestática; ocorre engastamento das bielas no banzo
comprimido, e esses elementos comprimidos possuem rigidez muito maior que a
das barras tracionadas.

Por esta razão, como modelo teórico padrão, adota-se a analogia de treliça, mas a este
modelo são introduzidas correções, para levar em conta as imprecisões verificadas.
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MODELO DE TRELIÇA

A seguir, serão tratadas as verificações e os cálculos baseados na teoria de Mörsch


(NBR 6118:2014, item 17.4.1)
VERIFICAÇÃO DO CONCRETO
Verificação do não esmagamento do concreto para as diagonais comprimidas da
treliça.

Primeiramente, avalia-se a tensão convencional


de cisalhamento de cálculo ( ):

,
= =

Onde,
Vd = força cortante de cálculo
Bw = largura da seção
d = altura útil da seção
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VERIFICAÇÃO DO CONCRETO

Em seguida, calcula-se a tensão máxima convencional de cisalhamento ( ).


= ,
Onde,
fcd = resistência de cálculo de projeto
αv2 = coeficiente de efetividade para o concreto

= −
*fck expresso em MPa
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VERIFICAÇÃO DO CONCRETO
Compara-se, então, a tensão máxima ( ) com a tensão convencional de
cisalhamento ( ).

Dessa forma, conclui-se que não haverá rompimento da biela comprimida de concreto
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CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL


O cálculo da área de aço da armadura transversal (Asw) necessária para absorver os
esforços de tração da treliça (utilizando um espaçamento s = 100cm)

Sendo a taxa de armadura transversal, dada por:


=
,

Sendo a tensão convencional de cisalhamento e tensão convencional de


cisalhamento referente aos mecanismos complementares, obtidos por:

Para concretos de até C50: Para concretos de C55 até C90:

/ = , ( + , )
= ,
*
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CÁLCULO DA ARMADURA TRANSVERSAL

Valores de tensão convencional de cisalhamento referente aos mecanismos


complementares tabelados:
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ARMADURA MÍNIMA TRANSVERSAL

De acordo com a NBR 6118:2014 (item 17.4.1.1), todos os elementos lineares que
estiverem submetidos à força cortante necessitam de armadura mínima (Asw,mín)

, í = , í

Sendo , í a taxa mínima de armadura transversal, dada por:

Para concretos de até C50: Para concretos de C55 até C90:

/ = , ( + , )
, í = , , í

*
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ARMADURA MÍNIMA TRANSVERSAL

Valores de taxa mínima de armadura transversal tabelados:

Após o cálculo da armadura mínima necessária e da mínima indicada pela


norma, tem-se:

• Se < , í deve-se calcular a armadura utilizando , í ;


• Se > , í deve-se calcular a armadura utilizando .
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ARMADURA MÍNIMA TRANSVERSAL

*A área de aço calculada refere-se a um estribo de apenas uma perna (um


gancho), para estribo com duas pernas, deve-se dividir Asw por 2.
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DIÂMETRO E ESPAÇAMENTO MÁXIMO ENTRE ESTRIBOS


De acordo com NBR 6118:2014 (item 18.3.3.2), o diâmetro da barra utilizada
para estribo (Øt) deve ser obtido por:

∅ ≥5

∅ ≤
10

*Para barras lisas, o diâmetro não deve ultrapassar 12mm


**Para estribos feitos de telas soldadas, admite-se um diâmetro mínimo de 4,2mm
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DIÂMETRO E ESPAÇAMENTO MÁXIMO ENTRE ESTRIBOS


Quanto ao espaçamento, deve haver uma distância mínima para passagem do
vibrador, sendo estipuladas, pela norma, as seguintes condições de
espaçamento máximo (Smáx):

≤ 0,67 → á = 0,6 ≤ 300

> 0,67 → á = 0,3 ≤ 200

Onde,
d = altura útil;
= tensão máxima convencional de cisalhamento;
= tensão convencional de cisalhamento.
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Valores dos espaçamentos (cm) – As em cm²/m
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Exemplo
Calcular a armadura transversal da viga V101, na seção junto ao apoio
central. Dados: aço CA50, fck = 20MPa; bw = 0,25m; h = 0,90m; d =0,8m
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Exemplo
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Exemplo

153,3kN

X?
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Exemplo

31 N Ø8,0 c/19 31 N Ø8,0 c/19

2X15 N Ø8,0 c/13

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