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2021.

FUNDAÇÕES
Esp. PEDRO ANDRADE

Recalque em fundações diretas


FUNDAÇÕES

ÍNDICE
• INTRODUÇÃO
• MÉTODOS TEÓRICOS
• MÉTODO SEMIEMPÍRICOS
• TOLERÂNCIA A RECALQUES
FUNDAÇÕES

INTRODUÇÃO
Definimos recalque de uma fundação como sendo o deslocamento
vertical para baixo, da base da fundação em relação a uma referência
fixa (indeslocável).

Todos as edificações recalcam e,


portanto, a hipótese de apoio fixo para
pilares, geralmente adotada no cálculo
estrutural é fictícia.

Faz parte da rotina de projetos de


fundações a estimativa dos recalques e
sua adequação para que estes sejam
admissíveis.
FUNDAÇÕES

INTRODUÇÃO

Parâmetros obtidos
em laboratório ou in
Métodos Teóricos
situ são combinados
a modelos exatos.
Estimativa de
Recalques
Correlações com
Métodos
ensaios de campo
Semiempíricos
(SPT, CPT e Placa)
FUNDAÇÕES

INTRODUÇÃO
Recalque totais (ou absoluto)
Recalque diferencial ( ou relativo)

rotação relativa
deformação angular

Se o solo fosse homogêneo e as sapatas O recalques diferenciais são


da mesma dimensão os recalques seriam maiores quando os recalques
uniformes. absolutos são maiores.
FUNDAÇÕES

MÉTODOS TEÓRICOS
Recalque total (ou absoluto) pode ser decomposto e duas partes:

ρ = recalque total
ρi = recalque imediato
ρc = recalque por adensamento
Nos recalques imediatos são empregados O recalque por adensamento é típico das
cálculos pela Teoria da Elasticidade Linear. argilas saturadas sob carregamento
permanente e redução volumétrica.
FUNDAÇÕES

MÉTODOS TEÓRICOS
Recalques imediatos em meio elástico homogêneio (MEH)
Aplicação em argilas sobre adensadas (Boussinesq)
TEORIA DA ELASTICIDADE (camada semi-infinita):
FUNDAÇÕES

MÉTODOS TEÓRICOS
Fator de influência (Iρ) depende da forma e da rigidez da sapata.
FUNDAÇÕES

MÉTODOS TEÓRICOS
Fator de influência (Iρ) depende da forma e
da rigidez da sapata.

Coeficiente de Poisson
(Teixeira e Godoy, 1996)
FUNDAÇÕES

MÉTODOS TEÓRICOS

Módulo de deformabilidade Coeficiente “k”


(Teixeira e Godoy, 1996)

Coeficiente “α”
(Teixeira e Godoy, 1996)
FUNDAÇÕES

MÉTODOS TEÓRICOS

Argila sobreadensada

Areia
FUNDAÇÕES

EXEMPLO 01: Estimar o recalque imediato da sapata, considerando


rígida, com B = L = 3m, aplicando ao solo a tensão de 0,2 Mpa.
Como se trata de
camada semi-infinita
com Es constate,
usar a Teoria da
Elasticidade:
FUNDAÇÕES

EXEMPLO 01: Estimar o recalque imediato da sapata, considerando


rígida, com B = L = 3m, aplicando ao solo a tensão de 0,2 Mpa.
FUNDAÇÕES

EXEMPLO 01: Estimar o recalque imediato da sapata, considerando


rígida, com B = L = 3m, aplicando ao solo a tensão de 0,2 Mpa.
FUNDAÇÕES
Recalques imediatos em meio elástico homogêneio (MEH)
TEORIA DA ELASTICIDADE (camada finita sobrejacente a um
material muito rígido – Janbu et al.):
FUNDAÇÕES
Recalques imediatos em meio elástico homogêneio (MEH)
TEORIA DA ELASTICIDADE (camada finita sobrejacente a um
material muito rígido – Janbu et al.):
FUNDAÇÕES
Recalques imediatos em meio elástico homogêneio (MEH)
TEORIA DA ELASTICIDADE (camada finita sobrejacente a um
material muito rígido):
FUNDAÇÕES

EXEMPLO 02: Estimar o recalque imediato da sapata anterior, considerando


o apoio da base à cota -1,5m e com indeslocável à cota -7,5m.
FUNDAÇÕES
EXEMPLO 02: Estimar o recalque imediato da sapata anterior, considerando
o apoio da base à cota -1,5m e com indeslocável à cota -7,5m.
FUNDAÇÕES
EXEMPLO 02: Estimar o recalque imediato da sapata anterior, considerando
o apoio da base à cota -1,5m e com indeslocável à cota -7,5m.
FUNDAÇÕES
Recalques imediatos em meio elástico homogêneio (MEH)
TEORIA DA ELASTICIDADE (multicamadas):

1° método - Camada Hipotética (Simons e Menzies)


FUNDAÇÕES

EXEMPLO 03: Estimar o recalque imediato da sapata anterior, mas com uma
segunda camada de solo antes de atingir o indeslocável.
FUNDAÇÕES

EXEMPLO 03: Estimar o recalque imediato da sapata anterior, mas com uma
segunda camada de solo antes de atingir o indeslocável.
FUNDAÇÕES

EXEMPLO 03: Estimar o recalque imediato da sapata anterior, mas com uma
segunda camada de solo antes de atingir o indeslocável.
FUNDAÇÕES

EXEMPLO 03:
FUNDAÇÕES

EXEMPLO 03: Estimar o recalque imediato da sapata anterior, mas com uma
segunda camada de solo antes de atingir o indeslocável.

Subtrair a diferença para a 1° camada:


FUNDAÇÕES

EXEMPLO 03: Estimar o recalque imediato da sapata anterior, mas com uma
segunda camada de solo antes de atingir o indeslocável.
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Recalques imediatos em meio elástico homogêneio (MEH)
TEORIA DA ELASTICIDADE (multicamadas):

2° método - Sapata Fictícia


  B L
 
(BZ)(LZ)
  B L
 
(B H1)(LH1)
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EXEMPLO 04: Estimar o recalque imediato da sapata anterior, mas com uma
segunda camada de solo antes de atingir o indeslocável.

  B L 0,2  3  3
    0,022MPa
(BH1)(LH1) (3  6)(3  6)
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EXEMPLO 04: Estimar o recalque imediato da sapata anterior, mas com uma
segunda camada de solo antes de atingir o indeslocável.
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EXEMPLO 04:
FUNDAÇÕES
EXEMPLO 04:
FUNDAÇÕES
Recalques imediatos em meio elástico homogêneio (MEH)
TEORIA DA ELASTICIDADE (multicamadas):

3° método - Média dos módulos


FUNDAÇÕES

EXEMPLO 04: Estimar o recalque imediato da sapata anterior, mas com uma
segunda camada de solo antes de atingir o indeslocável.
FUNDAÇÕES

EXEMPLO 04: Estimar o recalque imediato da sapata anterior, mas com uma
segunda camada de solo antes de atingir o indeslocável.
FUNDAÇÕES

MÉTODOS TEÓRICOS
Recalques imediatos em Areias (Shmertmann)
Módulo de deformabilidade não constante com a profundidade,
solução: divisão de subcamadas com módulos médios .
FUNDAÇÕES

MÉTODOS TEÓRICOS
Recalques imediatos em Areias (Shmertmann)
Por meio de análises teóricas, observou-se que a máxima deformação
ocorre a Z=B/2.
FUNDAÇÕES

MÉTODOS TEÓRICOS
Recalques imediatos em Areias (Shmertmann)

Embutimento da Sapata (C1)


Um maior embutimento da sapata pode resultar em 50% de redução dos
recalques. C1 varia de 0,5 a 1.
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MÉTODOS TEÓRICOS
Recalques imediatos em Areias (Shmertmann)

Efeito do tempo (C2)


Parcela além do recalque imediato nas areias, um equivalente ao recalque por
adensamento nas argilas.
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MÉTODOS TEÓRICOS
Recalques imediatos em Areias (Shmertmann)

Formulação
O recalque de sapatas em areia é dado pelo somatório dos recalques de n
subcamadas consideradas homogêneas, na profundidade de 0 a 2B.
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EXEMPLO 05: Reproduzindo o caso real resolvido por Schmertmann (1970),
calcular o recalque após 5 anos de uma sapata de 2,6m por 23,0m, apoiada a
2,0m da superfície do terreno, aplicando uma tensão de 182 kPa. Trata-se de
areia média, compactada com peso específico de 16 kN/m³ (saturado de 20
kN/m³). O nível da água encontra-se a 2,05m de profundidade. Os valores de
qc são a partir da profundidade de 2,0m.

Es = α.qc = 2qc
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EXEMPLO 05: Reproduzindo o caso real resolvido por Schmertmann (1970),
calcular o recalque após 5 anos de uma sapata de 2,6m por 23,0m, apoiada a
2,0m da superfície do terreno, aplicando uma tensão de 182 kPa. Trata-se de
areia média, compactada com peso específico de 16 kN/m³ (saturado de 20
kN/m³). O nível da água encontra-se a 2,05m de profundidade. Os valores de
qc são a partir da profundidade de 2,0m.

Es = α.qc = 2qc

1° Cálculos iniciais
Efeito do tempo (C2)
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EXEMPLO 05:

2B = 5,20m

B/2
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EXEMPLO 05:

Camada ∆Z (m) qc (kPa) Es (kPa) Zmédio Iz (Iz/Es)∆Z


1 1,00
2 0,30
3 1,70
4 0,50
5 1,00
6 0,70
Ʃ 5,20 Ʃ
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EXEMPLO 05:

Camada ∆Z (m) qc (MPa) Es (MPa) Zmédio Iz (Iz/Es)∆Z


1 1,00 2,5
2 0,30 3,5
3 1,70 3,5
4 0,50 7,0
5 1,00 3,0
6 0,70 8,5
Ʃ 5,20 Ʃ
FUNDAÇÕES

EXEMPLO 05: Schmertmann Es = α.qc = 2qc

Camada ∆Z (m) qc (MPa) Es (MPa) Zmédio Iz (Iz/Es)∆Z


1 1,00 2,5 5,0
2 0,30 3,5 7,0
3 1,70 3,5 7,0
4 0,50 7,0 14,0
5 1,00 3,0 6,0
6 0,70 8,5 17,0
Ʃ 5,20 Ʃ
FUNDAÇÕES
Leitura acumulada da “meia altura” das camadas
EXEMPLO 05:

Camada ∆Z (m) qc (MPa) Es (MPa) Zmédio Iz (Iz/Es)∆Z


1 1,00 2,5 5,0 0,50
2 0,30 3,5 7,0 1,00+(0,30/2)=1,15
3 1,70 3,5 7,0 1,30+(1,70/2)=2,15
4 0,50 7,0 14,0 3,00+(0,50/2)=3,25
5 1,00 3,0 6,0 3,50+(1,00/2)=4,00
6 0,70 8,5 17,0 4,50+(0,70/2)=4,85
Ʃ 5,20 Ʃ
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Leitura do fator de influência na deformação
EXEMPLO 05:

Camada ∆Z (m) qc (MPa) Es (MPa) Zmédio Iz (Iz/Es)∆Z


1 1,00 2,5 5,0 0,50 0,23
2 0,30 3,5 7,0 1,15 0,53
3 1,70 3,5 7,0 2,15 0,47
4 0,50 7,0 14,0 3,25 0,30
5 1,00 3,0 6,0 4,00 0,18
6 0,70 8,5 17,0 4,85 0,05
Ʃ 5,20 Ʃ
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EXEMPLO 05:

Camada ∆Z (m) qc (MPa) Es (MPa) Zmédio Iz (Iz/Es)∆Z


1 1,00 2,5 5,0 0,50 0,23 0,0460
2 0,30 3,5 7,0 1,15 0,53 0,0227
3 1,70 3,5 7,0 2,15 0,47 0,1141
4 0,50 7,0 14,0 3,25 0,30 0,0107
5 1,00 3,0 6,0 4,00 0,18 0,0300
6 0,70 8,5 17,0 4,85 0,05 0,0021
Ʃ 5,20 Ʃ 0,2256
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MÉTODOS TEÓRICOS
Recalques imediatos em Areias (Shmertmann, 1978)
Introdução de aperfeiçoamentos no método para atender os casos de sapatas
de formatos diversos.

Principais diferenças:
• Bulbo de recalques maior para sapatas
corridas;
• Valor inicial de Iz (fator de influência na
deformação) diferente de zero;
• Izmáx, não é fixo e não ocorre na
mesma profundidade para o caso das
sapatas quadradas e corridas.

Onde, σv = tensão vertical efetiva na


profundidade de Izmáx.
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MÉTODOS TEÓRICOS
Recalques imediatos em Areias (Shmertmann, 1978)
Introdução de aperfeiçoamentos no método para atender os casos de sapatas
quadradas.

Para os casos das sapatas


intermediárias (retangulares) podemos
interpolar a profundidade do bulbo de
tensões (Z/B):
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EXEMPLO 06: Estimar o recalque imediato
da sapata a seguir (B =L = 3), apoiada à cota,
aplicando ao solo a tensão σ = 0,2 Mpa.

Por se tratar de areia e a sapata quadrada, usar


o método de Schmertmann (1978).

Sapata quadrada – Bulbo de deformações até


2B = 6m.

A divisão das camadas será em função da


variação do NSPT, respeitando a espessura
máxima de 0,5B.

A cota do Izmáx (para sapatas quadradas) = B/2.


FUNDAÇÕES
EXEMPLO 06: Estimar o recalque imediato
da sapata a seguir (B =L = 3), apoiada à cota,
aplicando ao solo a tensão σ = 0,2 Mpa.
FUNDAÇÕES
EXEMPLO 06: Estimar o recalque imediato
da sapata a seguir (B =L = 3), apoiada à cota,
aplicando ao solo a tensão σ = 0,2 Mpa.
FUNDAÇÕES
EXEMPLO 06:

Camada ∆Z (m) Nspt Es (MPa) Zmédio Iz (Iz/Es)∆Z


1 1,50 12
2 0,50 12
3 1,00 15
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EXEMPLO 06:
Preencher a coluna dos módulos de
deformabilidade:

Em seguida definir a cota (Zmed) de


leitura do fator de influência na
deformação.

Camada ∆Z (m) Nspt Es (MPa) Zmédio Iz (Iz/Es)∆Z


1 1,50 12 32 0,75
2 0,50 12 32 1,50+(0,50/2)=1,75
3 1,00 15 40 2,00+(1,00/2)=2,50
4 1,00 13 35 3,00+(1,00/2)=3,50
5 1,00 16 43 4,50
6 1,00 16 43 5,50
Ʃ 6,00
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EXEMPLO 06:
Realizar as leituras de do fator de
influência na deformação a partir do
gráfico.

Camada ∆Z (m) Nspt Es (MPa) Zmédio Iz (Iz/Es)∆Z


1 1,50 12 32 0,75 0,38
2 0,50 12 32 1,50+(0,50/2)=1,75 0,63
3 1,00 15 40 2,00+(1,00/2)=2,50 0,52
4 1,00 13 35 3,00+(1,00/2)=3,50 0,37
5 1,00 16 43 4,50 0,22
6 1,00 16 43 5,50 0,07
Ʃ 6,00
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EXEMPLO 06:
Calcular o produto (Iz/Es)∆Z
e realizar sua soma

Camada ∆Z (m) Nspt Es (MPa) Zmédio Iz (Iz/Es)∆Z


1 1,50 12 32 0,75 0,38 0,0178
2 0,50 12 32 1,50+(0,50/2)=1,75 0,63 0,0098
3 1,00 15 40 2,00+(1,00/2)=2,50 0,52 0,0130
4 1,00 13 35 3,00+(1,00/2)=3,50 0,37 0,0106
5 1,00 16 43 4,50 0,22 0,0051
6 1,00 16 43 5,50 0,07 0,0016
Ʃ 6,00 Ʃ 0,0580
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EXEMPLO 06:
Aplicando os parâmetros encontradas na formulação geral de Schnertnann:
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MÉTODOS SEMIEMPÍRICOS
PROVA DE CARGA EM PLACA

A teoria da elasticidade linear é aplicável apenas ao começo


do ensaio (trecho linear).

Nos recalques imediatos são


empregados cálculos pela Teoria da
Elasticidade Linear.
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MÉTODOS SEMIEMPÍRICOS
PROVA DE CARGA EM PLACA

Conhecido o valor experimental do recalque da placa podemos


estimar o recalque da sapata:

Para o caso de sapatas de formatos


diferentes pode ser usado uma
“sapata fictícia” de área
equivalente.
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MÉTODOS SEMIEMPÍRICOS
PROVA DE CARGA EM PLACA - ARGILAS

Sabemos que o módulo de


deformabilidade, o
coeficiente de Poisson e
fator de influência não
variam (placa e sapata). E
para o mesmo nível de
tensões, temos:

Assim, o recalque
aumenta na mesma
proporção das
dimensões.
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EXEMPLO 07: Dada a curva tensão x recalque, obtida em prova de carga
sobre placa realizada sobre argila. Estime o recalque de uma sapata quadrada
com 4,20m de lado a ser instalada na mesma cota e no mesmo local da placa
de ensaio.

Considerando o meio elástico


homogêneo e que a placa possui
0,80m de diâmetro:

" "
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EXEMPLO 07: Dada a curva tensão x recalque, obtida em prova de carga
sobre placa realizada sobre argila. Estime o recalque de uma sapata quadrada
com 4,20m de lado a ser instalada na mesma cota e no mesmo local da placa
de ensaio.

Para uma tensão de 80kPa


teremos um recalque de 3,2mm
na placa, para a sapata teremos:
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MÉTODOS SEMIEMPÍRICOS
PROVA DE CARGA EM PLACA - AREIAS

Extrapolação para recalques em areia (Terzaghi e Peck):

Adaptado para norma


americana, onde a placa
ensaiada é quadrada
com 0,30m de lado.

Contudo, estudos apresentados por Perloff e Baron,


mostram um grande dispersão na correlação entre o
recalque da sapata e da placa.

β, fator que caracteriza a


relação entre os
recalques da sapata e da
placa para uma mesma
tensão aplicada.
FUNDAÇÕES

MÉTODOS SEMIEMPÍRICOS
PROVA DE CARGA EM
PLACA - AREIAS

Verifica-se que a formulação


de Terzaghi subestima os
recalques das sapatas.

O fato de considerarem
apenas a variável
geométrica, sem levar em
consideração a variação do
módulo de deformabilidade
da areia com a profundidade
torna essas equações
inaplicáveis.
FUNDAÇÕES

MÉTODOS SEMIEMPÍRICOS
PROVA DE CARGA EM PLACA – AREIAS
Em função do módulo de deformabilidade

Considerando a areia como um meio não homogêneo (Es), podemos expressar:

Onde, E0 e Z são constantes. K = coeficiente de reação


do solo.

Em um caso particular E0 = 0, assim os recalques da


sapata e placa serão iguais pra uma mesma condição
de tensão aplicada (Gibson).

A invariabilidade do recalque com a dimensão


mostrada por Gibson (na fórmula de recalque
imediato sem a necessidade de “B”).

Resumindo: Numa sapata 3 vezes maior que a placa,


o recalque da sapata estará entre 1 e 3 vezes o
recalque da placa.
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MÉTODOS SEMIEMPÍRICOS
PROVA DE CARGA EM PLACA – AREIAS

K = coeficiente de
reação do solo

Para trecho linear


da curva tensão x
recalque.
FUNDAÇÕES
EXEMPLO 08: Dada a curva tensão x recalque, obtida em prova de carga
sobre placa realizada sobre areia argilosa. E considerando a correlação Es = 6
+2z (Es em Mpa e z em metros), obtida a partir de valores de Nspt, estimar:

a) O recalque de uma sapata quadrada com 3,50m de lado, a ser instalada na


mesma cota e no mesmo local da placa de ensaio, aplicando uma tensão de 70
kPa;

b) O coeficiente de recalque (ks).

Considerando o meio
elástico homogêneo e
que a placa possui
0,70m de “lado”:
FUNDAÇÕES
EXEMPLO 08:
a)O recalque de uma sapata quadrada com 3,50m de lado, a ser instalada na
mesma cota e no mesmo local da placa de ensaio, aplicando uma tensão de 70
kPa;

Da expressão do
módulo com a
profundidade, temos:
FUNDAÇÕES
EXEMPLO 08:
a) O recalque de uma sapata quadrada com 3,50m de lado, a ser instalada na
mesma cota e no mesmo local da placa de ensaio, aplicando uma tensão de 70
kPa;

Para a tensão de
70kPa, na curva tensão
x recalque temos:
𝒑

𝒇 𝒑

𝒇
FUNDAÇÕES
EXEMPLO 08:
b) O coeficiente de recalque (ks).

Considerando a linearidade do
trecho:
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TOLERÂNCIA A RECALQUES
Distorção angular δ/L (Skempton e MacDonald)

δ/L = 1:300 – Trincas em paredes de edifícios;


δ/L = 1:150 – Danos estruturais em vigas e colunas de edifícios.
FUNDAÇÕES

TOLERÂNCIA A RECALQUES
Recalques totais (S)

AREIAS ARGILAS
Recalque absoluto máximo de 25mm Recalque absoluto máximo de 65mm
Recalque absoluto máximo de 50 mm Recalque absoluto máximo de 100 mm
para Radier para Radier e 65 mm para sapatas
Recalque absoluto máximo de 65 mm isoladas (Skemptom e MacDonald, 1956)
para Radier e 40 mm para sapatas
isoladas (Skemptom e MacDonald, 1956)
FUNDAÇÕES

TOLERÂNCIA A RECALQUES
Recalques diferenciais (δ)

Em areias o recalque diferencial não excede 50% do maior recalque


observado (Terzaghi e Peck). δmáx = 20 mm – Entre pilares adjacentes

ρadm = 25 mm (sua adoção não implicará em recalques diferenciais


significativos).
FUNDAÇÕES

TOLERÂNCIA A RECALQUES
Recalques – Capacidade de carga

Depois de obter a tensão admissível pela


análise de ruptura, verificamos se essa tensão
conduz a recalques inferiores ao valor
admissível.

Na ausência da prova de carga, o valor


atribuído ao FS é 3 (métodos teóricos).

Correlações (métodos semiempíricos)


também apresentam formas de aquisição da
tensão admissível, com o FS já embutido na
formulação
FUNDAÇÕES

TOLERÂNCIA A RECALQUES
Recalques – Capacidade de carga

As tensões admissíveis devem também atender ao estado-limite de


serviço. Nesse caso, a tensão admissível é o valor da tensão aplicada
ao terreno que atende às limitações de recalque ou deformação da
estrutura. Se não for o caso, é necessário reduzir a tensão admissível
para que o recalque admissível não seja ultrapassado.
FUNDAÇÕES

Bibliografia Básica:
ALONSO, U. R. Exercício de Fundações. 2ª edição. Edgard Blucher, 2010.
CINTRA, J. C. A. Fundações por estacas: Projeto Geotécnico. 1ª edição. Oficina de Textos,
2010.
MASSAD, F. Obras de terra: curso básico de geotecnia. 2ª ed, São Paulo: Oficina de Textos,
2010.
FUNDAÇÕES

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

GERSCOVICH, D. Estabilidade de taludes. 1ª ed. Oficina de Textos, São Paulo, 2012.


HACHICH, W.; FALCONI, F.; FROTA, R.; CARVALHO, C.S.; NIYAMA, S. Fundações: teoria e
prática. 2ª ed. São Paulo: Pini, 2003.
MILITITISKY, J; CONSOLI, N. C; SCHNAID, F. Patologia de Fundações. 1ª ed. Oficina de
Textos, São Paulo, 2008.
SCHNAID, F. Ensaios de Campo e suas aplicações à Engenharia de Fundações. 2ª ed.
Oficina de Textos, São Paulo, 2012.
VELLOSO, D.A.; LOPES, F.R. Fundações. 1ª ed. Rio de Janeiro: COPPE-UFRJ, volume completo, 2010.
FUNDAÇÕES

Indicação Material Didático:

José Carlos A. Cintra;Nelson Aoki;José Henrique Albiero, Fundações Diretas, editora:


Oficina de Textos, edição: 1, ano:2011
José Carlos A. Cintra;Nelson Aoki, Fundações por Estacas, editora: Oficina de Textos,
edição: 1, ano:2010.

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